Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cirurgia Pediátrica Cabeça e Pescoço Fissura Labiopalatina É a malformação mais frequente que atinge o pescoço e segmento cefálico Tem prevalência de 1/650 nascidos vivos; e ocorre pela não-fusão de estruturas embrionárias - no caso, o lábio e o palato. É estabelecida ainda no período embrionário, até a 12ª semana de vida. Pode ocorrer influência de FR, como consumo materno de bebida alcoólica, cigarros e medicamentos como corticosteroides e anticonvulsivantes; caso o embrião tenha predisposição genética. O tratamento cirúrgico pode ser realizado em 3 tempos 1. Correção aos 3 meses 2. Correção do palato ósseo aos 12 meses 3. Correção do palato posterior entre 18-24 meses Cisto Tireoglosso O cisto tireoglosso é uma patologia congênita que ocorre por falha no fechamento do ducto tireoglosso e produção de muco pelas células da sua mucosa. Em geral, fica abaixo do osso hioide. Cisto e Fístulas Branquiais Remanescentes do desenvolvimento embrionário. São benignos, mas podem causar problemas de crescimento e maior risco de infecções locais. Cistos dermoides Teratomas císticos que contêm pele madura desenvolvida com folículo piloso e glândulas sudoríparas completas Hemangioma Tumor vascular benigno comum na infância. Tórax Pectus escavatum e carinatum Estenose de Esôfago ou Atresia de Esôfago No período neonatal, é mais comum em pacientes com polidrâmnio (excesso de líquido amniótico no saco amniótico) Afeta 1:4.000 neonatos, e em 90% dos casos, o tipo mais frequente é coto esofágico proximal em fundo cego e o coto distal conectado à traqueia através da fístula traqueoesofágica. A causa exata é desconhecida, mas alguns fatores parecem estar associados, tais como: idade materna avançada, obesidade, tabagismo e baixo nível socioeconômico. Cerca de 50% dos neonatos não possuem outras anomalias (tipo não sindrômico), e o restante apresenta defeitos associados: síndrome VATER e VACTERL, síndrome Feingold e síndrome CHARGE. O neonato apresenta sinais logo após o nascimento, com salivação, tosse, engasgos, dificuldades respiratórias e cianose. A tentativa de alimentação piora os sintomas, e pode levar à broncoaspiração e à pneumonite química. A radiografia de tórax e abdome revela a sonda nasogástrica enrolada no coto proximal do esôfago, e distensão gasosa do estômago na presença de fístula traqueosofágica. Para minimizar a aspiração, recomenda-se a colocação do neonato em posição prona e sonda em aspiração contínua do coto proximal, até a correção cirúrgica definitiva. Hérnia Diafragmática Congênita É uma comunicação entre a cavidade torácica e abdominal, com ou sem órgãos abdominais dentro do tórax. Pode ser: hiatal, paraesofagiana, retroesternal (Morgagni) e posterolateral (Bochdaleck). A forma principal é a posterolateral (Bochdaleck) que representa 90% do total, e sendo predominantemente à esquerda (80-90%). O segundo tipo é a hérnia de Morgagni, que representa 2 a 6% dos defeitos. Afeta 1:2.000 a 5.000 nascidos vivos, mais frequentemente em meninas (relação 2:1). A hipoplasia pulmonar e a má rotação do intestino são defeitos consequentes à hérnia, e não anomalias associadas. Em 30% dos casos existem anomalias associadas, tais como: defeitos de SNC, atresia de esôfago, onfalocele e, cardiopatias. Há uma incidência aumentada em determinadas cromossomopatias: trissomias 13, 18, 21 e síndrome de Turner. Ao nascimento, os neonatos afetados apresentam abdome escavado, aumento do diâmetro torácico, peristalse audível no tórax, e redução do murmúrio vesicular. Há desenvolvimento de desconforto respiratório precoce em função da hipoplasia pulmonar e da deficiência relativa de surfactante. É necessária a intubação orotraqueal na sala de parto, evitando-se a ventilação com balão e máscara e a consequente dilatação de estômago e intestino com compressão ainda maior sobre o parênquima hepático. Exemplo extremo Linfoma Os linfomas mais comuns na infância são os linfomas não-Hodgkin de células B. Os mais comuns desse subtipo são o linfoma de Burkitt e o Difuso de Grandes Células B. Dentro do linfoma infantil, o de Burkkit representa 40% dos casos e tem maior incidência em meninos entre 5 e 10 anos. Diferente do que acontece com os adultos, em que a maioria dos LNH é de baixo grau ou intermediário, na infância predominam os linfomas de alto grau com curso clínico agressivo. Grande parte dos linfomas de Burkitt e dos linfomas de grandes células B deriva de precursores de linfócitos B, ao passo que os linfomas linfoblásticos e de células anaplásicas são originados de células T de modo predominante. Abdome A gastrosquise não envolve o cordão umbilical. Está ao lado direito do cordão umbilical. Pode ser visualizado pela USG a partir da 12ª semana de gestação. Não há predominância de sexo. A onfalocele atinge o local de inserção do cordão umbilical. Ocorre associação com outras anomalias congênitas. Estenose Hipertrófica do Piloro Acomete cerca de 1-3/1.000 nascidos vivos, mais comum entre a raça branca e meninos (relação 4:1). Os mecanismos que produzem a hipertrofia desproporcional do piloro não são completamente conhecidos. Suspeita-se que uma inervação anormal, alterações nos níveis de prostaglandinas, hipergastrinemia e redução nos níveis de óxido nítrico possam ser fatores implicados na patogênese da doença. A doença manifesta-se após as três primeiras semanas de vida (mas podem aparecer desde a 1ª semana, como somente após o 5º mês), com vômitos pós-alimentares que pioram progressivamente. São vômitos de características não biliosas, uma vez que a obstrução é proximal à ampola de Vater – ponto de escoamento da secreção biliar. Logo após o vômito, o lactente está faminto. Com a intensificação dos vômitos surgem as consequências metabólicas: alcalose metabólica hipoclorêmica (por perda de ácido clorídrico), desidratação, perda de peso (ou ganho inadequado de peso) com desnutrição e com potássio sérico geralmente mantido, apesar da quantidade corporal total estar reduzida. Ao exame físico, pode-se palpar uma massa móvel, firme, de aproximadamente 2 cm de comprimento, em forma de oliva, localizada à direita da região epigástrica ao lado da borda hepática. Após a alimentação, é possível visualizar as ondas peristálticas do estômago através do abdome, representando a tentativa do órgão em vencer aquela obstrução mecânica. Após os vômitos, quando a parede abdominal está mais relaxada, é possível uma palpação tecnicamente mais fácil. O diagnóstico clínico poderá ser estabelecido em até 60-80% dos casos. Podem ser realizados USG de abdome e RX contrastado. Megacólon Congênito Ocorre pelo não desenvolvimento dos plexos nervosos de Meissner e Auerbach na parede intestinal. Em 75% dos casos o segmento agangliônico é restrito ao retossigmoide, e, em apenas 10%, todo cólon está depletado dos plexos nervos submucoso e mioentérico. Os sintomas podem iniciar-se ainda no período neonatal em bebês a termo, como falha ou atraso na eliminação de mecônio, que normalmente acontece até 48 horas de vida. Se não hápassagem do conteúdo intestinal, ocorre dilatação das alças proximais, a pressão intraluminal aumenta resultando em isquemia e deterioração da barreira mucosa. Assim, criam-se condições favoráveis para proliferação bacteriana (Clostridium difficile, Staphylococcus aureus, enterobactérias e anaeróbios), configurando o quadro de enterocolite necrosante. Algumas crianças podem permitir a passagem do mecônio através do cólon agangliônico, mas desenvolverão ao longo do tempo um quadro de constipação crônica, com deficit de crescimento e desenvolvimento e dificuldade de ganho ponderal. Ao exame físico estas crianças também apresentarão massa fecal palpável no quadrante inferior esquerdo e região suprapúbica, mas de modo diferente do que é verificado na constipação funcional, o toque retal revela uma “ampola vazia”. Além disso, as fezes destas crianças são de pequeno volume, em fita ou caproicas. O procedimento diagnóstico de escolha é a biópsia retal, que deverá ser realizada 2 cm acima da linha denteada para garantir uma boa amostra de submucosa. Os achados clássicos são: ausência de células ganglionares, bandas de nervos hipertrofiados e alta concentração de acetilcolinesterase entre a submucosa e a camada muscular. Divertículo de Meckel É a anomalia congênita mais comum do TGI, resultante de falha na obliteração do ducto vitelino. Divertículo verdadeiro curto, de base larga, na borda antimesentérica do íleo e a cerca de 90 cm da valva ileocecal. Em geral, é assintomático. A ocorrência de sintomas sugere complicações, como HDB e diverticulite aguda. USG abdominal, TC de abdome, enteroscopia, cintilografia e angiografia abdominal podem detectá-lo. O tratamento, quando não expectante, é realizado por diverticulectomia simples ou ressecção ileal. Intussuscepção Intestinal A intussuscepção ou invaginação intestinal é a entrada de uma alça intestinal proximal dentro de sua parte distal, em trechos adjacentes. Se não houver redução, a tendência é congestão venosa, sangramento da mucosa, comprometimento arterial, isquemia, infarto, necrose, perfuração de alça, peritonite, sepse e morte. Cerca de 80% dos casos ocorre em crianças abaixo de dois anos, e 60% em menores de um ano. Portanto, é uma doença obstrutiva do lactente jovem. Afeta cerca de 1-4/1.000 crianças, e tem predomínio no sexo masculino (4:1). A causa exata da invaginação não é conhecida, mas postula-se que alguns vírus (ex.: adenovírus) causadores de infecções respiratórias ou gastrointestinais e a introdução de novas proteínas na dieta possam desencadear um hiperplasia linfoide das placas de Peyer da submucosa intestinal, predispondo à invaginação. Mais comumente, o processo de telescopagem de uma alça dentro de outra acontece na porção ileocólica (90%). Outras condições como: fibrose cística, púrpura de Henoch-Shönlein, pólipos, divertículo de Meckel, tumores podem estar associados à intussuscepção. O quadro clínico se inicia com dor abdominal de instalação aguda e súbita, durante a qual o lactente chora, torna-se irritado e flete a coxa sobre o abdome. A dor acontece em paroxismos, que se intensificam em intensidade e frequência ao longo do tempo. Entre os episódios dolorosos o lactente aparece bem, mas, conforme o tempo passa e progride a isquemia da alça intestinal, surgem outros sinais e sintomas, como: irritabilidade/letargia, vômitos, diarreia sanguinolenta com aspecto de geleia de morango ou framboesa (60% dos casos). Com o agravamento da doença surgem os sinais de colapso circulatório, com pulsos fracos e hipotensão. Ao exame físico, pode-se palpar uma massa mal definida em forma de “salsicha” no quadrante superior direito com fossa ilíaca direita vazia (sinal de Dance), mais facilmente identificada durante os paroxismos dolorosos. O toque retal evidenciando sangue corrobora a hipótese diagnóstica. O diagnóstico é determinado pela anamnese, exame físico e exames complementares. A ultrassonografia abdominal auxilia nesta definição, sendo, por isso, o exame complementar de escolha. A demonstração da típica imagem tubular (pseudorrim) no corte longitudinal e a imagem em “alvo” no corte transversal sugerem o diagnóstico. A intussuscepção é uma emergência, e a sua redução através do enema ou da cirurgia deve ser feita o mais rápido possível. Enterocolite Necrosante É comum em bebês prematuros, em especial aqueles com BPN. A clínica se manifesta ao fim da primeira semana de vida. Ocorre necrose coagulativa do TGI, podendo ocasionar redução irreversível da capacidade absortiva dos intestinos. O quadro clínico é inespecífico, e a taxa de mortalidade varia entre 18 e 45% Aparelho Genitourinário - Fimose - Criptorquidia - Refluxo Vesicoureteral - Obstrução Renal - Desordens da diferenciação sexual Hipospádia → Malformação congênita da genitália, caracterizada por posição anômala do meato uretral externo. O meato uretral não se localiza na cúpula da glande, onde deveria estar. A hipospádia pode ser glandar, coronária, peniana, penoescrotal, escrotal e perineal. Síndrome de Turner A Síndrome de Turner é a anormalidade dos cromossomos sexuais mais comum nas mulheres, ocorrendo em 1 a cada 1.500-2.500 crianças do sexo feminino nascidas-viva. As anormalidades típicas da síndrome de Turner incluem baixa estatura, disgenesia gonadal, pescoço alado, linha posterior de implantação dos cabelos baixa, fácies típica, tórax alargado com aumento da distância entre os mamilos, linfedema, cúbito valgo, tireoidite autoimune com ou sem hipotireoidismo, anormalidades renais, cardiovasculares e auditivas, além de deficiência cognitiva em algumas atividades, embora a inteligência média seja considerada normal . Baixa estatura é o achado mais comum da síndrome de Turner. Caracteristicamente há retardo leve do crescimento na fase intrauterina, redução progressiva da velocidade de crescimento durante a infância é marcada ausência de crescimento na fase puberal. Pacientes com síndrome de Turner não tratadas apresentam altura média na idade adulta de 136 a 147 cm. Síndrome de Klinefelter Anomalia do cromossomo sexual → XXY A maioria dos meninos com síndrome de Klinefelter tem inteligência normal ou levemente reduzida. Muitos podem ter deficiências da fala e dificuldades para ler e fazer planejamentos. A maioria tem problemas com as habilidades linguísticas. Falta de percepção, julgamento ruim e prejuízo da capacidade de aprender com erros anteriores com frequência fazem essas crianças terem problemas. Ainda que suas características físicas possam variar consideravelmente, a maioria é alta e tem braços e pernas compridos. Eles podem também ter quadris mais largos, mas têm de resto uma aparência normal. Trauma Corpo estranho Mordeduras Queimaduras Traumas torácicos e abdominais
Compartilhar