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Resumo: Abortamento. Tipos, principais causas, manejo

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Abortamento 
 
Definição: ​Interrupção da gestação com ​IG < 20 a 22 semanas​ ou feto ​<500g. 
Após 22 semanas de gestação ou feto > 500g, trata-se de ​parto de natimorto. 
 
Aborto é o produto do abortamento. 
 
Abortamento Precoce: ​<12 semanas (ou <14 semanas, há divergência de literatura), 
quanto o feto ainda não apresenta partes ósseas. Compreende 80% dos abortamentos, 
sendo principalmente causado por anormalidades cromossômicas. ​12 semanas é um 
marco! 
 
Geralmente, o abortamento espontâneo precoce é causado por malformações, tais como 
anomalias cromossômicas e fetos anembrionados. 
 
Abortamento Tardio: ​Ocorre após 12 semanas de gestação (ou após 14 semanas, há 
divergência de literatura) 
 
O aborto espontâneo tardio geralmente é causado por fatores maternos- como uso de 
fármacos teratogênicos, DM, tireoidopatias, tabagismo, trombofilias, etc. 
 
O abortamento pode ser ​espontâneo ou provocado. ​No Brasil, o aborto provocado só é 
legalizado em caso de estupro, anencefalia, risco de morte materna. É necessário o aval de 
dois médicos para que o aborto seja realizado. 
 
Muitas vezes, é ​subclínico e só se apresenta com “atraso menstrual” de 7 a 20 dias (na 
verdade não ocorre menstruação, mas sim aborto). 
 
Clínico: ​10 a 15% das gestações. 
Se BCE ou BCF presentes: <10% de risco de abortamento. 
 
Ameaça de abortamento 
→ Sangramento discreto 
→ Colo fechado 
→ Vitalidade ovular preservada 
→ Útero em tamanho da idade gestacional 
 
Abortamento inevitável 
→ Sangramento aumentado 
→ colo aberto 
→ BCF presentes 
 
Etiologia: ​Esporádico x Habitual 
“É o primeiro aborto? Ou já houve mais de 3 abortamentos? Houve abortamento tardio? 
Quais os AP da paciente?” 
Precisa saber - isso muda a abordagem. 
 
Esporádicos​ - anormalidades cromossômicas (50-80%) - sendo a principal a aneuploidia. 
Trissomia, monossomia do X ​são as principais aneuploidias. 
 
Síndrome de Down 
Síndrome de Turner 
 
Você se lembra dela? 
A Síndrome de Turner é a anormalidade 
dos cromossomos sexuais mais comum 
nas mulheres, ocorrendo em 1 a cada 
1.500-2.500 crianças do sexo feminino 
nascidas-viva. 
As anormalidades típicas da síndrome de 
Turner incluem baixa estatura, disgenesia 
gonadal, pescoço alado, linha posterior de 
implantação dos cabelos baixa, fácies 
típica, tórax alargado com aumento da 
distância entre os mamilos, linfedema, 
cúbito valgo, tireoidite autoimune com ou 
sem hipotireoidismo, anormalidades 
renais, cardiovasculares e auditivas, além 
de deficiência cognitiva em algumas 
atividades, embora a inteligência média 
seja considerada normal . 
Baixa estatura é o achado mais comum da síndrome de Turner. Caracteristicamente há 
retardo leve do crescimento na fase intrauterina, redução progressiva da velocidade de 
crescimento durante a infância é marcada ausência de crescimento na fase puberal. 
Pacientes com síndrome de Turner não tratadas apresentam altura média na idade adulta 
de 136 a 147 cm. 
 
 
Abortamentos habituais​: 3+ abortamentos na mesma gestante. Pode ocorrer por 
incompetência istmo cervical ​ou​ síndrome do anticorpo antifosfolípide. 
 
Incompetência Istmo Cervical 
-Paciente tem história de parto prematuro entre 32-34 sem, sem dor, com história de 
sangramento na gestação atual. Bolsa herniada ou rota, colo abre por volta da 18a. 
semana. 
 
-Mulher com histórico de abortamentos, inicialmente tardios e agora precoces. 
-​Tratamento​: na segunda gestação, fazer cerclagem logo no primeiro trimestre. Técnica de 
Mc Donald: pontos ao redor do útero (4), tornando o colo mais suficiente. 
 
 
 
Síndrome do anticorpo antifosfolípide 
-Colo é normal. 
-Ocorre trombofilia autoimune (anticorpos predispõem a efeitos trombóticos). 
-Clínica: TVP anterior, com marcadores positivos. Ocorrem abortamentos 
espontâneos; podendo ocorrer distúrbios neuropsiquiátricos. 
-Diagnóstico: 1 clínico + 1 laboratorial 
 
Clínico: ​qualquer caso de trombose vascular; morbidade gestacional (1 perda tardia, 3+ 
perdas precoces ou um feto natimorto após 34 sem, decorrente de pré-eclâmpsia grave ou 
insuficiência placentária) 
 
Laboratório​: anticorpo anticoagulante lúpico, anticorpo anticardiolipina, anti beta 2 
glocoproteina 1. 
 
Tratamento: AAS + heparina desde o início da gestação. (clexane, HNF em doses 
profiláticas + 100 mg heparina) 
 
Apresentação Clínica Geral do Abortamento 
- Sangramento, dor geralmente proporcional ao sangramento. 
- Febre em caso de abortamento infectado. 
- Útero < IG (pois já perdeu conteúdo uterino! por isso na ameaça de abortamento, o útero é 
compatível com a IG) 
- Orifício do colo: se há sangramento, é aberto. Na ameaça de abortamento, abortamento 
completo e abortamento retido há pouco sangramento. Logo, orifício é fechado. 
- Aborto Inevitável ou infectado = colo aberto 
- Beta HCG= positivo na ameaça. Nas outras, negativo ou decrescente. Exceto no 
abortamento inevitável, em que o Beta costuma estar positivo. 
- USG = específico para cada caso. 
 
Diferentes tipos de Abortamento 
 
Ameaça de abortamento​: risco, mas gestação se mantém intacta 
15-20% de todas as gestações. 
Clínica: sangramento discreto, colo fechado (se tiver aberto NÃO é ameaça), vitalidade 
ovular preservada, útero de tamanho compatível com a IG. 
Conduta: tranquilizar a paciente; repouso; repouso sexual; isoimunização; progesterona... 
(porém não têm evidência científica) 
Uso de sintomáticos 
 
Abortamento Inevitável:​ Nenhum material foi expelindo. 
Clínica:​Sangramento aumentado, colo aberto, BCF podem estar presentes (se estiver no 
início). ​RISCO DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO 
Conduta: internação, expansão volêmica, uso de drogas vasoativas e de 
hemocomponentes. Após estabilização, realizar esvaziamento uterino. 
- Sempre aloimunizar Rh-! Uso de imunoglobulinas. 
 
Abortamento Incompleto:​ Algum material foi expelido! 
Sangramento, cólicas, útero menor que IG, colo aberto 
Conduta:​ internação, estabilização, esvaziamento, imunoglobulina 
<12 sem: AMIU ou curetagem… 
>12 sem: Misoprostol + curetagem - pois já haverá partes ósseas! 
 
Dilatação e curetagem: passa o espéculo, esvaziar os restos ovulares. Há risco de 
perfuração! 
 
Abortamento completo: ​expulsão completa do conteúdo uterino! 
Clínica de gestação resolvida! Colo fechado, útero < IG, espessura endometrial < 15mm 
Conduta​: Imunoglobulina 
 
Abortamento Retido: Regressão dos sintomas de gravidez. Sem nenhum sinal, sem 
expulsão! 
Clínica:​ colo fechado, útero <IG, sem dor, embrião morto. 
Conduta​: Expectar x Esvaziamento uterino (na prática, se prefere esvaziar o útero. Esperar 
pode gerar coagulopatia!) 
Não esquecer da imunoglobulina! 
 
Abortamento Infectado​: Já foi a principal causa de mortalidade materna antes do 
misoprostol 
Clínica​: semelhante à do abortamento incompleto. Febre, dor, SIRS (incluir os critérios), 
disfunção orgânica (UTI urgente! mortalidade >>10%) 
Conduta:​ Ampicilina ou penicilina cristalina 
Gentamicina + clindamicina​ (pega anaeróbio) ou​ metronidazol (​anaeróbio) 
Esvaziamento + profilaxia antitetânica + imunoglobulina se mãe Rh- 
... se não houver melhora: considerar tromboflebite pélvica: ATB + heparinização plena. 
 
FEBRE → SINAL DE ALERTA 
 
 
 
 
 Sangramento Cólicas Volume 
Uterino 
Colo 
Uterino 
USG 
Ameaça 
de 
Aborto 
Discreto Fracas Compatível 
com IG 
Fechado Variável 
Aborto 
Inevitável 
Grave Fortes Compatível 
ou menor 
que a IG 
Dilatado Saco 
gestacional 
alterado, 
colo curto e 
aberto 
Aborto 
Incompleto 
Abundante 
com restos 
Moderadas 
e Fortes 
Menor Dilatado Conteúdo 
amorfo 
AbortoCompleto 
Ausente 
 
Ausentes Menor Fechado Útero vazio, 
endométrio 
fino 
Aborto 
Infectado 
Restos, com 
odor fétido 
Fortes 
com febre 
Menor 
Amolecido 
Doloroso 
Dilatado Variáveis 
Aborto 
Retido 
Ausente Ausentes Menor Fechado Embrião 
ausente ou 
com 5mm. 
 
 
Exames Complementares 
 
- Teste de gravidez: ​Deve ser realizado para toda paciente em idade 
reprodutiva com sangramento vaginal. Torna-se positivo após 10 dias da concepção, 
mas pode ser negativo em abortos retidos. 
- Hemograma: ​dosagem de hemoglobina e o hematócrito auxiliam na estimativa 
da perda sanguínea; a contagem dos leucócitos indica se há processo infeccioso; e 
plaquetas informam sobre possível coagulopatia presente em abortos infectados e 
retidos. 
- Tipo sanguíneo e triagem de anticorpos são obrigatórios, ​pois as chances de 
necessitar de transfusão sanguínea são altas. 
- Coagulograma 
- Exames de imagem: ​ultrassonografia pélvica deve ser solicitada na ameaça de 
aborto, para se avaliar a vitalidade fetal, para confirmação de aborto completo ou na 
suspeita de complicações. Radiografias de abdômen devem ser solicitadas quando há 
suspeita de corpo estranho intrauterino e perfuração uterina ou intestinal. A tomografia é 
auxiliar da ultrassonografia em avaliar complicações. 
 
BHCG vs. USG 
O ​saco gestacional ​deve ser visualizado no interior do útero quando os níveis séricos de 
Beta HCG são > ​1.500 mUI/ml​; a ​vesícula vitelina ​quando ​> 7.200 mUI/ml e o embrião, 
com ​batimentos cardíacos​, quando​ > 10.800 mUI/m 
 
DMSG (Diâmetro Médio do Saco Gestacional) ​acima de 25mm - Embrião. 
CCM ​acima de 7mm - Possível escutar BCF 
 
Se houver dúvida, pode-se repetir USG em 7 dias. 
O primeiro ultrassom, o transvaginal, deve ser feito entre a 4ª e a 12ª semana de gravidez. 
Após a sexta semana é mais provável que a visualização seja adequada.

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