Buscar

Atividade sucessão testamentária

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Atividade sucessão testamentária
João Victor Alves Desiderio 2852
1. Disserte sobre o direito de acrescer entre herdeiros e legatários, diferenciando as cláusulas com conjunção re tantum, conjunção verbis tantum e conjunção re et verbis.
O direito de acrescer entre herdeiros e legatários na definição de Orosimbo Nonato, “ocorre o direito de acrescer quando apelidadas várias pessoas à mesma herança ou ao mesmo legado, em partes não determinadas, falta, por qualquer motivo, um dos concorrentes. O art. 1.941 do Código Civil brasileiro dispõe , quando vários herdeiros, pela mesma disposição testamentária, forem conjuntamente chamados à herança em quinhões não determinados, e qualquer deles não puder ou não quiser aceitá-la, a sua parte acrescerá à dos coerdeiros, salvo o direito do substituto. Exemplificando, se o testador beneficiar três herdeiros e se um deles falecer antes do testador, a sua parte será acrescida à dos demais, que são vivos. Ocorre tal instituto quando o testador beneficia mais de um individuo, deixando-lhes em porções não determinadas a herança, e um dos beneficiários vem a faltar.
Conjunção re tantum – que diz respeito à coisa (conjunção real). Explica Zeno Veloso, com base em Orosimbo Nonato, que tal conjunção está presente quando a mesma coisa é legada a mais de uma pessoa, mas por via de frases distintas ou de cláusulas distintas (Código..., 2012, p. 2.155)
Conjunção verbis tantum – significa uma disposição somente por palavras (conjunção verbal). O testador afirma, por exemplo, que deixa metade de seus bens para um herdeiro e a outra metade para dois outros herdeiros. Nesse caso, o direito de acrescer só existe entre os dois últimos, e não entre os grupos nomeados. A ilustrar, conforme foi decidido em instância superior, “quando o testador fixa a cota ou o objeto de cada sucessor, não há direito de acrescer entre os demais herdeiros ou legatários. Ocorre a conjunção verbis tantum quando são utilizadas as expressões partes iguais, partes equivalentes, ou outras que denotem o mesmo significado, o que exclui o direito de acrescer” (STJ, REsp 565.097/RS, 3.ª Turma, Rel. Min. Castro Filho, j. 09.03.2004, DJ 19.04.2004, p. 197).
Conjunção re et verbis – o que quer dizer na coisa e por palavras (conjunção mista). Pode ser citado o caso em que o testador nomeia diretamente dois herdeiros como beneficiários de determinada proporção de seus bens, sem fixar a parte de cada um. Vindo um deles a falecer, há direito de acrescer diretamente entre os envolvidos.
Conforme consta da última ementa, se um dos coerdeiros ou colegatários, em tais condições, morrer antes do testador; se renunciar a herança ou legado, ou destes for excluído; e, se a condição sob a qual foi instituído não se verificar, acrescerá o seu quinhão, salvo o direito do substituto, à parte dos coerdeiros ou colegatários conjuntos (art. 1.943, caput, do CC).
Para ficar mais claro, se o autor da herança deixa um imóvel para dois legatários e vir a falecer um deles, a metade do imóvel do legatário morto sera transmitida ao colegatário. Ficando claro que, em casos tais, os coerdeiros ou colegatários, aos quais se acresceu a parte daquele que não quis ou pôde suceder, ficam sujeitos às obrigações ou encargos que o oneravam, caso de impostos e obrigações de condomínio relativos ao imóvel legado (art. 1.943, parágrafo único, do CC).
Não ocorrendo o caso de aplicar o direito de acrescer entre herdeiros e legatário, transmite-se aos herdeiros legítimos a quota vaga do nomeado (art. 1.944, caput, do CC).
Se não houver conjunção entre os colegatários, ou se, apesar de conjuntos, só lhes foi legada certa parte do usufruto (conjunção verbis tantum), consolidar-se-ão na propriedade as quotas dos que faltarem, à medida que eles forem faltando (art. 1.946, parágrafo único, do CC).
2. Diferencie as modalidades de Substituições testamentárias tratadas pelo Código Civil de 2002. Bem como explique a regra prevista no art. 1950 do CC.
Na substituição que está tratada na lei brasileira como instituto sucessório já consta do testamento quem será o herdeiro a ser chamado em segundo lugar, de forma sucessiva no tempo. Quebra-se, pela nomeação testamentária, a ordem de vocação hereditária prevista em lei.
O art. 1950 do CC, dispõe sobre a substituição reciproca permite que um seja substituto do outro e vice e versa, ainda que os legatários ou coerdeiros recebam partes desiguais. Como o testador fixou desigualdades, poderá, em caso de substituição manter o mesmo ou determinar que a coisa ou coisas tenham outra partilha entre os que vão receber. Essas minucias remontam ao inicio ou século XX, diferentes que eram os costumes.
2.1. Substituição Vulgar ou Ordinária
A primeira modalidade é a substituição vulgar ou ordinária, aquela em que o testador substitui diretamente outra pessoa ao herdeiro ou ao legatário nomeado, para o caso de um ou outro não querer ou não poder aceitar a herança ou o legado. Em casos tais, enuncia o art. 1.947 do Código Civil, presume-se que a substituição foi determinada para as duas alternativas, ainda que o testador só a uma se refira. Esse comando foi inspirado na previsão das Ordenações do Reino de Portugal antes transcrita, servindo aquele caso outrora exposto como seu exemplo.
2.2. Substituição Recíproca e suas modalidades
Presente quando um herdeiro substitui o outro e vice-versa (art. 1.948 do CC). Pelo que consta de tal comando, a substituição recíproca pode ser subclassificada nos institutos expostos no parágrafo a seguir, na esteira de melhor doutrina (por todos: VELOSO, Zeno. Código..., 2008, p. 2.126-2.127; DINIZ, Maria Helena. Código..., 2010, p. 1.356). De início, na substituição recíproca geral todos substituem o herdeiro ou legatário que não suceder. Assim, “João, José e Carlos, meus herdeiros, substituem a herdeira Maria”. A substituição recíproca particular é a que somente determinados herdeiros ou legatários são apontados como substitutos recíprocos. A título de ilustração: “Somente João e José, legatários, substituem a herdeira Maria”. Pela substituição coletiva vários herdeiros são nomeados como substitutos para o herdeiro que não sucede. Para exemplificar: “Nomeio meus filhos João, José, Carlos e Daniel como substitutos da legatária Maria”. Por fim, na substituição singular somente um herdeiro é nomeado como substituto do herdeiro ou legatário que não sucede. Exemplo: “Meu filho José será a substituta de Maria”.
2.3. Substituição Fideicomissária
Como terceira grande categoria que interessa ao presente tópico, pela substituição fideicomissária pode o testador instituir herdeiros ou legatários, estabelecendo que, por ocasião de sua morte, a herança ou o legado se transmita ao fiduciário, resolvendo-se o direito deste, por sua morte, a certo tempo ou sob certa condição, em favor de outrem, que se qualifica de fideicomissário (art. 1.951 do CC). Esclarecendo, de forma sucessiva, o fideicomitente (testador ou autor da herança) faz uma disposição do patrimônio para o fiduciário (1.º herdeiro) e para o fideicomissário (2.º herdeiro). Ocorrendo o termo ou a condição fixada, o bem é transmitido para o fideicomissário.
3. Diferencie Redução e caducidade das disposições testamentária e Rompimento e Revogação do Testamento.
Como primeira regra a respeito da redução testamentária, se o testador fizer disposição que exceda a proteção da legítima, a disposição somente será eficaz nos limites de sua metade. O remanescente pertencerá aos herdeiros legítimos, respeitada a ordem de vocação hereditária (art. 1.966 do CC). Ilustrando, se alguém faz por testamento a disposição de 70% do seu patrimônio, a disposição é eficaz apenas em 50%. Em relação aos outros 20%, os bens devem ser destinados aos herdeiros legítimos, ocorrendo em tal proporção a redução testamentária, o que pode ser efetivado por meio de uma ação judicial, de rito ordinário, chamada de ação de redução. Como primeira regra da redução testamentária, verificando-se excederem as disposições testamentárias a porção disponível, serão proporcionalmente reduzidasas quotas do herdeiro ou herdeiros instituídos, até onde baste, e, não bastando, também os legados, na proporção do seu valor. Como ensina Zeno Veloso, “Se o testador cometeu excesso, isto é, fez ato de liberalidade que foram além da metade disponível, não fica sem efeito todo o testamento, mas o excesso é decotado” (Código..., 2012, p. 2.178). Ilustrando, se alguém que tem dois filhos faz uma disposição a favor de terceiro de 60% do patrimônio, a redução ocorre em 10%, sendo a quota do excesso distribuída de forma igualitária entre os herdeiros necessários, seus dois filhos, que receberão 5% cada um. Como segunda regra fundamental da redução testamentária, se o testador, prevenindo o caso de redução, dispuser que se inteirem, de preferência, certos herdeiros e legatários, a redução far-se-á nos outros quinhões ou legados, observando-se, a seu respeito, a ordem estabelecida na regra anterior. Isso demonstra que a regra anterior não é cogente ou de ordem pública, mas dispositiva ou de ordem privada, pois cabe previsão em contrário pelo próprio testador, que pode estipular como deve ser feita a redução. Além dessas duas regras fundamentais relativas à redução, a Lei Geral Privada traz ainda preceitos específicos sobre a redução testamentária quando houver legado de imóvel, cabendo sempre a análise específica da disposição para a redução. Nesse contexto de aplicação, prevê o seu art. 1.968, caput, que, quando consistir em prédio divisível o legado sujeito à redução testamentária, far-se-á esta dividindo-o proporcionalmente, de acordo com o número de beneficiados (concursu artes fiunt). Aqui não há maiores problemas, pois a divisão é cômoda e eficiente. De qualquer modo, esclareça-se que na prática é difícil encontrar um imóvel cuja divisão é facilitada, sendo a regra o seu estado de indivisão. No entanto, se não for possível a divisão, e o excesso do legado montar a mais de um quarto do valor do prédio, o legatário deixará inteiro na herança o imóvel legado, porque o montante de ¼ foi considerado como excessivo pelo legislador.
Já a o testamento será inutilizado pela caducidade quando, conquanto esteja válido, não puder produzir efeito em decorrência de algum fato superveniente, independente da vontade do autor da sucessão, pelo qual o herdeiro instituído fica impedido de receber a herança ou, ainda, o legado fica sem objeto, dando azo à sucessão legítima, caso sua ineficácia compreenda a todos os herdeiros ou legatários, e, inexistindo substitutos, houve direito de acrescer entre eles. Nesta situação, ocorre a denominada caducidade parcial, porquanto sendo parcial subsiste a instituição de um dos herdeiros nomeados, e desde que este não seja pelo testador privado do direito de acrescer, a ele, e não aos herdeiros legítimos, pertencerão as partes caducas da herança.
A revogação constitui um ato unilateral de vontade, visando à extinção de um determinado ato ou negócio jurídico. Trata-se, portanto, do exercício de um direito potestativo, assegurado pela lei, que se contrapõe a um estado de sujeição. Assim como ocorre com a caducidade e com a redução testamentária, a revogação do testamento situa-se no plano da sua eficácia (terceiro degrau da Escada Ponteana), deve ficar claro que a revogação não se confunde com nulidade absoluta ou relativa do testamento, que se situam no seu plano da validade (segundo degrau da Escada Ponteana). Como analisado, além dos casos de nulidade absoluta, previstos entre os arts. 166 e 167 do CC/2002, o testamento será nulo nas hipóteses tratadas pelo art. 1.900 da codificação, antes estudadas.
O rompimento do testamento mereceu um tratamento em separado da revogação, pois no Código Civil de 1916 estava regulado dentro do tópico relativo a esta (arts. 1.750 a 1.752), diante da premissa de que se tratava de uma forma de revogação presumida. Nesse partido, comentava Clóvis Beviláqua a respeito daquele primeiro comando sobre o tema que “denomina-se presumida ou legal ou revogação, de que trata este artigo, porque se funda na presunção de que o testador não teria disposto de seus bens, se tivesse descendente, ou se não ignorasse a existência do que tinha” (Código..., 1977, v. VI, p. 964).
4. Disserte sobre a testamentaria, perpassando pelas modalidades, atribuições e feitos.
Conforme aponta José de Oliveira Ascensão, “a testamentaria é uma instituição que pode surgir quando a vocação opera por força de testamento. O autor da sucessão pode nomear uma ou mais pessoas que fiquem encarregadas de vigiar o cumprimento do seu testamento ou de o executar, no todo ou em parte” (Direito..., 2000, p. 491). Nesses casos, surgem a necessidade e o intuito da nomeação de um administrador do testamento ou legado, por ato de última vontade. Tal instituto tem caráter personalíssimo (intuitu personae), constituindo uma atribuição ou munus de ordem privada, sempre no interesse dos herdeiros. Essa atribuição é estritamente baseada na confiança, na fidúcia depositada no testamenteiro, como não poderia ser diferente. Quanto à natureza jurídica do instituto, sempre foram calorosos os debates, encarando alguns juristas a testamentaria como um mandato especial, post mortem. Para outra visão, haveria na categoria um mandato sem representação, assemelhado a uma gestão de negócios.
O testamenteiro pode ser nomeado pelo autor da herança por meio de testamento ou até mesmo de um codicilo. Os arts. 1.984 e 1.985 do Código Civil em vigor trazem a ordem de vocação à testamentaria, no caso de negação do primeiro nomeado, o que será oportunamente estudado. A capacidade para ser testamenteiro encontra os mesmos pressupostos da capacidade civil da pessoa natural, nos termos dos arts. 3.º e 4.º também da vigente codificação. Não se olvide, nesse contexto, a alteração desses últimos comandos pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência. Partindo para as suas modalidades, estabelece o art. 1.976 do Código Civil em vigor que o testador pode nomear um ou mais testamenteiros, conjuntos ou separados, para lhe darem cumprimento às disposições de última vontade. Como se pode perceber, o testamenteiro pode ser um único sujeito (testamentaria singular), o que não afasta a possibilidade da testamentaria plural, exercida por mais uma pessoa. Pode ser o caso de o cumprimento do testamento exigir uma administração especial, multidisciplinar, impossível de ser exigida somente por uma pessoa, como no caso de serem os bens testados várias empresas com atuações diferenciadas no mercado.
Admite-se a nomeação de um testamenteiro dativo, eis que, na falta de testamenteiro nomeado pelo testador, a execução testamentária compete a um dos cônjuges, e, em falta destes, ao herdeiro nomeado pelo juiz (art. 1.984 do CC). Na esteira da melhor doutrina e do recente julgado do STF de equiparação sucessória das entidades familiares (Recurso Extraordinário 878.694/MG, Rel. Min. Luís Roberto Barroso, j. 31.08.2016), deve ser incluído no dispositivo o companheiro com quem o falecido vivia em união estável, diante da proteção constitucional dessa entidade familiar, constante do art. 226, § 3.º, do Texto Maior (LÔBO, Paulo. Direito..., 2013, p. 197; VELOSO, Zeno. Código..., 2008, p. 2.159).
A propósito desta testamentaria dativa, cabe lembrar as lições de Clóvis Beviláqua, que aponta casos em que a escolha do juiz não pode ser feita entre os herdeiros (Código..., 1977, v. VI, p. 980). O primeiro caso ocorre quando não há herdeiros, por ter sido a herança toda distribuída em legados, ausente também a nomeação de testamenteiro. Nesse caso, deve o juiz chamar o legatário que possui o maior quinhão ou aquele que possui, pelo convencimento do magistrado, maior idoneidade. A segunda exceção é observada quando os herdeiros ou legatários forem incapazes. Não havendo testamenteiro nomeado, o juiz pode nomear pessoa de sua confiança.
Também conforme antes exposto, é possível juridicamente a pluralidade de testamenteiros que tenham aceitado o cargo (testamentaria plural). Em casos tais, nos termos do art. 1.986 do CC/2002, poderá cada qual exercer o ato, um em faltados outros, em atuação sucessiva. Entretanto, todos ficam solidariamente obrigados a dar conta dos bens que lhes forem confiados, salvo se cada um tiver, pelo testamento, funções distintas, e a elas se limitar, em atuação fracionária. A solidariedade estabelecida é passiva legal, conforme determina o art. 265 do Código Civil, segundo o qual a solidariedade não se presume.
Deixando bem clara a questão relativa a tal remuneração, a primeira regra aplicada quanto ao seu percentual é a prevista pela autonomia privada do testador. A grande inovação da lei atual – em confronto com o art. 1.767 do Código Civil de 1916 – é a possibilidade de aumento da quota prevista no comando em vigor, eis que o diploma legal atual traz a expressão salvo disposição testamentária em contrário. Mais uma vez, valorizam-se a vontade do autor da herança e a fidúcia depositada no testamenteiro.
No caso de testamentaria plural, se entre os testamenteiros não se estabelecer a divisão do trabalho, presentes as mesmas funções, o prêmio será dividido em quotas iguais. Entretanto, se estiverem presentes atribuições discriminadas, o valor será pago de forma proporcional ao trabalho de cada um e ao valor da parte do espólio compreendidas nas suas atribuições (BEVILÁQUA, Clóvis. Código..., 1977, v. VI, p. 986; NONATO, Orosimbo. Estudos..., 1957, v. III, p. 393; VELOSO, Zeno. Código..., 2012, p. 2.191).
Pertinente pontuar que o Código Civil de 2002 não reproduziu o art. 1.759 do Código Civil de 1916, ora revogado, que previa a perda do cargo e da vintena, por parte do testamenteiro que assumia dívidas ilegais ou próprias. Todavia, o presente autor conclui que a menção dessa situação foi extraída taxativamente do ordenamento, mas é caso a ser perfeitamente incluído no art. 1.989 do Código Civil em vigor, eis que o diploma não faz referências expressas às situações concretas de remoção, ficando a sua possibilidade dependente da interpretação do juiz da causa. Nesse sentido, o testamenteiro que assume dívidas ilegais pelo cargo é prevaricador, ou pelo menos imprudente, devendo ser removido. Como exposto em vários trechos deste livro, o Código Civil de 2002 adotou um modelo aberto, baseado em cláusulas gerais, que permite grande flexibilização na análise das categorias civis. Reafirme-se, nesse contexto, que veio em boa hora o Novo CPC ao não reproduzir a antiga regra do art. 1.140 do seu antecessor instrumental. Ainda quanto ao prêmio, o herdeiro ou o legatário nomeado como testamenteiro poderá preferir o prêmio à herança ou ao legado, o que decorre do exercício de sua autonomia privada (art. 1.988 do CC). Nos termos da antiga norma processual, somente efetuar-se-ia o pagamento da vintena mediante adjudicação de bens se o testamenteiro fosse seu meeiro, caso do cônjuge (art. 1.139 do CPC/1973). Novamente, tal preceito instrumental não foi reproduzido pelo CPC/2015. Como não existe mais essa restrição, pensamos que o pagamento mediante adjudicação de bens será cabível em qualquer hipótese, independentemente de quem for o testamenteiro. De toda sorte, é prudente aguardar como a doutrina e a jurisprudência resolverão esse dilema no futuro. Desse modo, explicando as regras, o autor da herança pode deixar ao testamenteiro coisa individualizada ou a própria herança a título universal, bens esses que já englobam a remuneração pelos trabalhos prestados. É essa a inteligência da norma ora verificada, que em complemento ao artigo substituído – art. 1.767 do Código Civil de 1916 – acrescentou à regra a situação do herdeiro, além do legatário. Se o testamenteiro entender que o valor do legado é insuficiente perante o exaustivo e complexo trabalho de representação, poderá optar pelo prêmio ou vintena, de acordo com a autonomia de sua escolha.
Referencias:
Tartuce, Flávio. Direito civil, v. 6: direito das sucessões / Flávio Tartuce – 10. ed. rev., atualizada e ampliada – Rio de Janeiro: Forense, 2017.
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/ponderacoes-as-causas-de-inexecucao-dotestamento/#:~:text=O%20testamento%20ser%C3%A1%20inutilizado%20pela%20caducidade%20quando%2C%20conquanto%20esteja%20v%C3%A1lido,objeto%2C%20dando%20azo%20%C3%A0%20sucess%C3%A3o
https://www.direitocom.com/codigo-civil-comentado/artigo-1950

Continue navegando