Cozinha Internacional Unidade 4

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Cozinha Internacional - Unidade Nº 4 - Cozinha Árabe 
 
 
 
Cozinha Internacional 
 
 
Unidade Nº 4 - Cozinha Árabe 
 
 
 
 
Maria Juliana Franceschini Tertulino 
 
 
Introdução 
Antes de iniciarmos a nossa unidade de estudos na cozinha internacional a respeito da 
culinária Árabe, é importante delimitarmos quais são os países desta região mundial e as 
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características que constituem os povos árabes. As principais características que determinam 
os povoados árabes são a língua, a religião, as políticas e as tradições islâmicas. Podemos 
definir que os árabes são um grupo de pessoas com as mesmas filosofias e que habitam 
principalmente o Oriente Médio e a África, sendo ao todo dezenove países, sendo doze 
pertencentes ao continente asiático, sendo eles: Síria, Líbano, Jordânia, Arábia Saudita, 
Iraque, Iêmen, Iêmen do Sul, Sultanato de Omã, Qatar, Emirados Árabes Unidos, Bahrein, 
Kuwait. Já do lado do continente africano estão presentes os sete países restantes, sendo eles: 
Marrocos, Egito, Líbia, Tunísia, Argélia, Mauritânia e Sudão. 
De forma quase que majoritária, estes países possuem um clima muito semelhante: o 
desértico. Onde devido essa situação nem sempre favorável na busca e aquisição por água, no 
tocante aos alimentos e na criação de animais muitas pessoas dessa população viravam 
nômade, em busca de condições melhores para se viver, em que andavam muitas vezes em 
grandes grupos que se chamavam de beduínos. 
Através do estudo da gastronomia árabe é possível reconhecer a formação histórica e 
cultural da culinária dos países que formam essa cozinha, suas tradições milenares que 
certamente ultrapassam os 4.000 mil anos. Quanto ao ato de comer, temos que é um hábito 
bastante valorizado para estes povos, sendo muito mais do que apenas um ato fisiológico, 
mas sim um ritual cultural e simbólico, em torno do que esse momento significa, um 
importante momento de encontro entre familiares e círculos sociais de amigos. 
Outro ponto muito importante da culinária árabe é a variedade de pratos e 
ingredientes que compõe essa cozinha, principalmente pelo fato de vários países se 
denominarem como árabes. Outro ponto a ter destaque ao tratarmos da cozinha desses países 
árabes é que aos pratos servidos e tradicionalmente conhecidos em sua cozinha, são 
chamados de aromáticos, devido ao grande uso de especiarias em suas receitas. Mas além do 
aroma reconhecido nessa gastronomia, o modo de apresentação também ganha destaque, já 
que os pratos são sempre servidos com muito requinte, beleza e cores que abrem o apetite. 
E você conhece a amplitude de pratos típicos e ingredientes essenciais da cozinha 
Árabe? Então, vamos juntos aprender! 
1. Histórico da cozinha Árabe 
Primeiramente ao retratar a história da cozinha árabe é importante mencionarmos o 
fato dela ser uma culinária com tradições culturais milenares e por ser formada por diversos 
país denominados Árabes. A história dessa cozinha é grandiosa e extensa e deve ser analisada 
de forma minuciosa e particularmente a cada país que se denomina como tal, o que nos 
permite conhecer respectivas tradições culinárias do Oriente Médio. Podemos ainda dizer que 
as práticas e descobertas gastronômicas dessas regiões é praticamente o berço inicial da 
culinária mundial como um todo. 
 Definir a origem de forma certa dessa cozinha é complicado, devido à distância 
histórica ser um fator limitador para pesquisas. Alguns estudiosos relatam que tudo se 
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originou em regiões que abarcam países como o Egito, que utilizavam dos rios para a prática 
pesca e cultivam legumes e demais tipos de vegetais através da irrigação. Outro ponto 
fundamental nesta cozinha era o fato dos pratos serem elaborados não apenas com a mistura 
de ingredientes aromáticos, mas o fato da apresentação composta por muitos detalhes que 
deixavam o prato muito decorado. 
Os principais alimentos consumidos relatados no início da história são os trigos, 
tâmaras, cevada, arroz, carne e o iogurte. Mas também fica muito claro neste histórico da 
povoação árabe, o hábito alimentar milenar mantido até os dias atuais na Arábia Saudita, que 
consomem o carneiro assado, prática advinda dos pastores beduínos nômades que habitavam 
a região e sobreviviam através dessa prática alimentar. Analisando e estudando 
profundamente a culinária árabe é possível perceber uma forte influência gastronômica de 
diversos povoados, bem como um alto consumo de carne em suas principais refeições. Sua 
gastronomia possui uma característica singular com um sabor intenso e marcante, vindo do 
uso de especiarias e condimentos, tradição vinda do Oriente Médio dando assim um 
reconhecimento à cozinha árabe por um forte potencial aromático. 
O pão é um alimento muito consumido e está presente em praticamente em todas as 
refeições, não apenas para que sirva de alimento, mas muitas das vezes substituindo os 
talheres, sendo utilizado para raspar as sobras dos pratos e em outros momentos para serem 
servido com os tradicionais molhos dessa culinária. 
Entre os países mais relevantes para compreendermos a cozinha árabe, podemos listar 
os seguintes: 
● Síria: Esse país possui uma cozinha com diversos pratos típicos, alimentos e 
ingredientes com tradições milenares do Oriente Médio, e possui influência direta de 
outros países. Os ingredientes mais utilizados nessa cozinha síria são os legumes, 
vegetais e frutas, entre eles o pepino, tomate, pistache, damasco, limão, menta, 
damasco, folhas de parras, entre outros. 
● Líbano: O conjunto de práticas de hábitos alimentares dos libaneses compõe uma 
riquíssima gastronomia conhecida mundialmente, possuindo alguns pratos 
tradicionais de sua própria cultura e região, mas alguns também foram fortemente 
influenciados pelos países vizinhos. Os principais ingredientes consumidos nesse país 
são as frutas, cereais, legumes e verduras frescas entre elas os pepinos, berinjelas, 
ervilhas, nozes. 
● Egito: Nesse país milenar podemos destacar a cozinha no seu sentido histórico e 
cultural, a principal refeição realizada no dia é o almoço, onde os principais 
ingredientes que compõem a dieta dos egípcios são os grãos entre eles a fava, grão de 
bico e a lentilha. Para as sobremesas são servidos geralmente as frutas secas, sem 
muitas opções de variedades. 
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● Marrocos: Esse país possui uma infinidade de preparações culinárias e as suas 
maiores influências derivam dos aspectos de vida cultural, religioso, social e 
econômico. Se trata de uma cozinha muito requintada, onde se remete aos grandes 
banquetes e se tem como principais ingredientes os legumes, frutas secas, especiarias 
e as carnes dentre elas os peixes e frutos do mar. 
1.1. Principais ingredientes e pratos típicos Árabes 
Podemos analisar que o consumo de alguns alimentos são fortes na culinária árabe, 
como por exemplo, o fato do consumo de carne que envolve os principais pratos típicos de 
seus países e esse alimento serve de base para o sustento de seus habitantes. Outros tipos de 
alimentos são consumidos em menor proporção como as frutas secas, peixes e frutos do mar, 
e aparecem muito raramente na mesa dos povos árabes. É comum também o consumo de leite 
de cabra e o de camelo, o consumo de especiarias, entre elas ervas frescas, pimentas, noz 
moscada e canela, resultado do intenso comércio que ocorreu nos países do mediterrâneo. Os 
grãos são presença marcante em diversos pratos dessa culinária, especialmente o grão de 
bico, que é base para diversos tipos de receitas. 
Os principais pratos típicos árabe, são: 
● Kafta: Esse prato é elaborado com carne moída temperada com especiarias e 
se assemelha muito às almôndegas, mas são geralmente espetadas em palitos e 
posteriormente passam por um processo decocção; 
● Homus: Esse tradicional prato da cozinha árabe se trata de uma pasta 
elaborada com grão de bico cozido e espremido, tahine (pasta à base de 
gergelim), suco de limão e sal. 
● Babaganoush: Esse prato é elaborado com berinjela que pode ser assada ou 
cozida e se transforma em um patê que é temperado com tahine, limão e sal. 
● Fatouche: Esse pato é um tipo de salada muito servido nos países árabes, que 
é elaborada com vegetais, entre eles o rabanete e temperada com especiarias 
como a hortelã e ainda possui a crocância dos crótons. 
● Coalhada seca: Essa preparação é elaborada com leite cru e iorgurte e é feita 
de forma bem artesanal, onde seu tempo de preparo é lento e pode levar até 
doze horas para ficar pronto. 
● Falafel: Esse prato se trata de um conhecido bolinho elaborado com a massa 
de grão de bico e a fava e devido a esses dois ingredientes principais, o prato 
costuma demorar para ficar pronto, por volta de dozes horas já que ambos tem 
que permanecer de molho por um tempo antes do seu preparo. 
● Kibe cru: Se trata de um bolinha elaborada com trigo de semolina que é 
recheado com carne moída crua e é temperado com muitas especiarias. 
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● Couscous marroquino: Esse prato é muito apreciado no Marrocos, como o 
próprio nome diz e se trata de uma preparação elaborada à partir do trigo da 
semolina que é hidratado em diversos tipos de caldos, possuindo assim uma 
grande variedade no seu modo de preparo e nos ingredientes utilizados. 
● Shawarma: Um prato muito conhecido em todo Oriente Médio e até no 
ocidente. É elaborado com fatias finas de carne de cordeiro ou frango e 
algumas das suas variações são assadas em espetos e depois são servidas com 
pão árabe com legumes, homus, labneh (queijo árabe) e outros 
acompanhamentos. 
● Gyros: Esse prato é o famoso e conhecido “churrasco grego” muito consumido 
na cidade de São Paulo e se trata de carnes assadas em um espeto vertical e 
posteriormente é servida em pães com acompanhamento de tomates e cebolas. 
● Charuto de folha de uva: Esse prato árabe é elaborado com folhas de uva e são 
recheados com arroz e carne, onde posteriormente são enrolados e se 
assemelha muito com um charuto. 
● Shish taouk: Essa preparação é conhecida em diversos países tidos como 
árabes e é elaborada com frango que é marinado e posteriormente é assado em 
espetos. 
● Pernil de cordeiro: Se trata de um prato elaborado com o pernil de ovinos, 
consumidos ainda em seu primeiro ano de vida, sendo chamado de cordeiro. É 
assado e costuma ser consumido com o acompanhamento de arroz com 
damasco. 
● Mjadra: Essa preparação tipicamente arábica é elaborada com arroz, lentilhas 
e é decorado com fatias de cebola. 
● Arroz marroquino de carneiro: Esse prato é trabalhoso no seu modo de 
preparo, já antes de propriamente se fazê-lo, deve se separar os dois 
ingredientes principais, ou seja, o preparo do carneiro e posteriormente do 
arroz, onde depois ambos são misturados para finalização do prato. 
● Tabule: Esse prato se trata de uma salada à base de trigo, misturada com 
tomate, cebola, pepino e salsinha picada. 
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Figura1: Babaganoush - Fonte: Pixabay 
 
Você sabia? A cozinha libanesa e síria são as mais difundidas na culinária internacional e 
devido à presença marcante desta culinária em diversos países do mundo, a gastronomia 
árabe ficou conhecida mundialmente. 
 
2. A Culinária Árabe no Brasil 
A presença árabe no Brasil advém do tempo em que esse povo foi atraído ao 
continente americano, primeiramente através da influência dos colonizadores portugueses e, 
posteriormente, por diferentes fluxos migratórios. Segundo Abdalla (2015), isso se deu em 
meados do século XIX, onde essa vinda dos povos árabes era totalmente consciente e revista 
de sentido político e econômico para o país de origem, onde a maior parte veio ao Brasil e 
iniciou sua atividade como mascate, realizando assim trocas de mercadorias, se aproximando 
cada vez mais da população local. 
Sendo assim, os árabes trouxeram para nossa cozinha alguns ingredientes vitais para 
nós até os dias atuais, como café, produtos da pastelaria e o azeite, esse em substituição à 
banha do porco que não se pode utilizar nesta culinária devido a preceitos religiosos. Além 
disso, foram responsáveis pela vinda, especialmente, de especiarias, entre elas o açafrão, a 
noz moscada, a canela, pimentas, bem como outros condimentos (Truzzi, 2007). 
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A cozinha árabe é extremamente apreciada pelos brasileiros, e os pratos tipicamente 
arábicos são por nós conhecidos em todos os estados no Brasil e vão muito além dos famosos 
kibes e esfihas, tradicionalmente conhecidos pela nossa população e comercializados em 
diversas lanchonetes do país, até mesmo em grandes redes de fast food. Não é difícil 
encontrar estabelecimentos que oferecem comidas tipicamente árabes, uma vez que seus 
pratos típicos caíram no gosto e fazem parte da alimentação da grande maioria dos 
brasileiros. Está muito difundida no país, uma vez que abrigamos diversas colônias árabes em 
diferentes estados. A culinária árabe faz presença marcante no município São Paulo, com 
diversos restaurantes tradicionais e geridos por populações originárias, que fornecem os mais 
tradicionais pratos de sua gastronomia e culinária (Abdalla, 2015). 
Retratando especificamente a presença da cozinha árabe e dos seus mais conhecidos 
restaurantes e lanchonetes no município de São Paulo, a presença em massa deste tipo de 
estabelecimento se concentra na região central, em torno da rua 25 de março, evidência de 
suas primeiras atividades no ano de 1924. Vemos que as colônias árabes permaneceram por 
tal região até hoje, povoando-a mais ainda e oferecendo diferentes manifestações de cultura, 
hospitalidade e forma de negociar, sem falar dos próprios alimentos tradicionais. Nessa 
região é possível encontrar desde restaurantes com comidas de tradições árabes adaptadas aos 
paladares brasileiros até a legítima gastronomia, sem quaisquer modificações, entre eles os 
pratos mais conhecidos até as guloseimas dessa tradicional cozinha. 
2.1. Principais pratos típicos árabes consumidos no Brasil 
Podemos destacar alguns dos principais pratos típicos e preparações árabes 
consumidos pelos brasileiros. Entre elas, as mais conhecidas a nível nacional, são: 
● Kibe: Essa preparação se trata de um bolinho famoso e conhecido, elaborado com a 
base de carne moída, com trigo para kibe, hortelã e demais temperos, onde 
posteriormente essa massa é frita em óleo; 
● Esfiha: Um dos pratos mais consumidos no país de descendência arábica, essa massa 
elaborada com farinha de trigo é recheada com carnes temperadas, queijos e demais 
combinações. Ela pode ser assada totalmente fechada ou aberta e expondo assim o seu 
recheio. 
● Beirute: Esse prato é um famoso lanche composto por pão sírio, com diversos 
recheios, entre eles: maionese, carne, frios, alface, tomate, ovo, queijo e demais 
ingredientes; 
● Charuto de repolho: Esse prato é muito semelhante ao tradicional charuto árabe 
elaborado com a folha de uva, onde nessa receita se utiliza da folha de repolho que é 
recheada com carne moída e temperos, onde posteriormente é enrolada em formato de 
charuto e é cozida. 
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Figura 2: Beirute - Fonte: Pixabay 
 
Você quer ver? Conhecemos no Brasil diversos pratos árabes, mas não podemos definir 
apenas alguns alimentos e ingredientes em específico, sendo importante conhecer as 
principais receitas e a culinária ancestral desses países. Assista o vídeo “Sabor das arábias! 
Conheça as delícias e curiosidades da culinária árabe” . Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=1mVbhXQddg0> 
 
3. A doçaria Árabe 
Apesarda fama da culinária árabe ser atrelada aos famosos e tradicionais pratos 
salgado, a doçaria possui o seu valor e reconhecimento cultural e diferente de outros doces 
elaborados em outros países e tipos de cozinhas. As sobremesas arábicas possuem receitas 
elaboradíssimas e minuciosamente preparadas, fazendo uso de ingredientes típicos dessa 
cozinha, bem como na forma de apresentação de seus diversos doces, apreciados no mundo 
todo. 
É válido ressaltar a tradição do consumo de sobremesas pelos árabes se deve a fatores 
religiosos e suas respectivas cerimônias, havendo encontro de pessoas para assim apreciá-los. 
São amplamente servidos, presentes até mesmo em ocasiões especiais, não só em momentos 
do cotidiano. São facilmente encontrados em cerimônias que brindam os nascimentos e até 
mesmo em enterros de despedida de entes queridos. 
Muito adocicados quando comparado a doces de outros países e tradições culinárias, 
são muito apreciados pelos brasileiros, pois se assemelham a nossa tradição portuguesa de 
doces melados, como as nossas compotas e doces das fazendas. Os principais ingredientes 
utilizados na elaboração dos doces da culinária arábica, são as frutas secas e cítricas, jasmim, 
cerejas, marmelo, nozes, amêndoas, mel; sendo aromatizados com essências de rosas e flor de 
https://www.youtube.com/watch?v=1mVbhXQddg0
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laranjeira. Sendo tais flores também utilizadas para preparar infusões que são servidas 
juntamente às sobremesas. Além destes ingredientes, conta-se com especiarias que conferem 
sabor e aroma, entre elas o açafrão, o cravo e a canela. 
3.1. Sobremesas típicas e doces Árabes 
As principais sobremesas e receitas são marcantemente doces e, como dissemos, se 
assemelham muito a tradicional doçaria portuguesa e essas em específico são consumidas no 
mundo. Isso ocorre até por eventualidades históricas de contato entre a península ibérica e os 
países árabes - ainda raramente por conta de relações amistosas. Podemos dizer que as 
principais sobremesas árabes, são: 
● Baklava: Uma das sobremesas mais conhecidas da culinária Árabe é elaborada 
com a massa filo (folhada) e é recheada com pasta de nozes e coberta com 
xarope de mel. Em algumas variações pode levar outras oleaginosas como 
pistache, avelãs, semente de sésamo, papoula ou até mesmo outros grãos; 
● Kanafeh: Se trata de uma sobremesa elaborada com vermicelli (tipo de 
macarrão bem fino), leva ainda outros ingredientes como açúcar, queijo, 
amendoeira, pistache, águas de rosas e o kaymak (nata do leite fervida); 
● Doce de semolina: Essa sobremesa pode ter diversos nomes diferentes, isso 
em cada país que ela é elaborada como, por exemplo, é chamada de babousa 
no Egito e de revani na Turquia. Se trata de um bolo elaborado a base de 
farinha de semolina, açúcar, manteiga, amêndoas sem pele além da água de 
flor de laranjeira ou de rosas; 
● Burma: Se trata de um doce muito conhecido na cultura Árabe e é elaborado 
com o macarrão árabe bem fino e recheado com pistache e especiarias. 
Utiliza-se da água da flor de laranjeira em seu preparo. 
● Halawi: Essa sobremesa conhecida em todo o oriente médio é elaborada com 
base de pasta de gergelim (tahine), açúcar e mel. 
● Arroz doce Sírio: Essa sobremesa é muito semelhante ao nosso arroz doce e é 
elaborada a base deste cereal, leite, açúcar e leva ainda a água de flor de 
laranjeira; 
● Lokum: Essa sobremesa é também conhecida no Brasil como manjar turco ou 
bala de goma, se trata de um doce elaborado com amido de milho e açúcar e 
leva também água de rosas e limão. 
● Malabie com calda de damasco: Esse doce possui duas etapas de preparo, 
sendo a primeira a elaboração do manjar com leite, amido, açúcar, água da flor 
de laranjeira e almíscar. Depois é preparada a calda, elaborada com pedaços de 
damasco, água e açúcar. 
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● Muhallabieh: Uma sobremesa muito conhecida e consumida no Oriente Médio 
se trata de um pudim muito cremoso elaborado com leite, águas de rosas e 
coberto com pistaches. 
● Pasteizinhos na tâmara: Esse doce é muito conhecido no Oriente Médio e é 
elaborado com massa de farinha de trigo com manteiga e recheado com 
tâmaras cozidas em água de rosas; 
● Maamoul: Essa típica sobremesa árabe se assemelha muito a um biscoitinho 
recheado, onde sua massa é preparada com farinha de semolina e o recheio 
leva nozes e essência da flor de laranjeira em seu preparo. 
 
Figura 3: Baklava - Fonte: Pixabay 
4. As tradições da culinária Árabe 
Muito mais do que uma culinária que possui um sabor marcante e predominantemente 
aromático, a cozinha árabe possui um apelo visual e que desperta o paladar, dando fama a sua 
gastronomia a nível mundial, conforme mencionamos no texto introdutório desta unidade. O 
uso de ervas tais como a hortelã, salsa, coentro, alecrim e o de condimentos como o açafrão, 
noz moscada, canela e a harissa (pasta de pimenta malagueta), dão originalidade e remetem 
aos mais tradicionais pratos da culinária árabe. 
Outra tradição da cozinha árabe é o uso de grãos em suas principais refeições e nas 
preparações de pratos tipicamente arábicos, tendo esse tipo de alimento uma enorme 
importância em sua gastronomia, entre ele o famoso grão de bico, utilizado para preparar o 
consagrado homus. O peixe é um tipo de alimento que não é muito consumido nesta 
culinária, uma vez que sua incidência é baixa nesses países com clima extremamente quente, 
onde acabam por se deteriorar. São mais encontrados em países com prevalência de extensa 
região litorânea, onde podemos sim dar destaque a este tipo de alimento. 
Nos países considerados como islâmicos, são proibidos o consumo da carne de porco, 
por questões de princípios religiosos, onde nessa vertente da cozinha árabe não se existe a 
presença desse tipo de alimento. Outro ingrediente totalmente proibido é o álcool, por conta 
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da rígida definição no Alcorão, sendo que nesse caso não existe a presença de pratos sendo 
elaborados com nenhum tipo de bebida que contenha o álcool. 
Uma das tradições mais marcantes da culinária árabe é que praticamente todos os 
pratos servidos nessa cozinha são extremamente elaborados, já que sempre as criações dos 
mesmos foram pensadas no ato de comer e trazer assim conceitos como aconchego e até 
mesmo a presença marcante dessas receitas em e eventos diversos e atos sociais, culturais e 
religiosos. Neste aspecto, não podemos esquecer da variedade de pratos apresentados à mesa, 
bem como o fato de serem servidas em quantidade e porções bem generosas. Isso porque, 
para um legítimo árabe, o ato de servir pouco alimento é praticamente uma ofensa muito 
grande. Mesmo que os alimentos dispostos à mesa venham a sobrar, após os convidados e 
presentes terem se saciado à vontade, eles são guardados e consumidos no dia seguinte, onde 
se acredita que o tempero assim vai parecer mais marcante nos alimentos. 
Outro ponto importante é o valor nutricional dos pratos ofertados e o quão saudável os 
mesmos podem ser, devido a presença marcante de uma vasta quantidade de verduras e 
legumes em suas receitas mais tradicionais. Porém, há de se considerar que as porções 
servidas são bem fartas. A grande variedade de sabores e texturas presentes nos mais 
tradicionais pratos da cozinha árabe, se adaptam perfeitamente a diversos tipos de paladares e 
esse é um dos motivos da sua gastronomia ser reconhecida mundialmente. 
4.1. Pontos marcantes da gastronomia Árabe 
Mencionamos anteriormente quais são os principais ingredientes da cozinha árabe, 
mas é válido ressaltar que o clima desértico da região do Oriente Médio não se torna um 
limitador na busca por alimentos e ingredientes, dada uma grande inventividade para 
contornar as particularidades geográficas. Podemos destacar a criaçãode animais para o 
consumo, como o tradicional cordeiro (ovino), as mais reconhecidas técnicas de irrigação 
agrícola, o cultivo de verduras e legumes, os métodos de conservação de alimentos, o uso de 
especiarias que além de conferir aroma e sabor, auxiliam no prolongamento do tempo de 
validade destes alimentos. 
Podemos assim destacar aos tipos de alimentos mais marcantes na gastronomia 
arábica: 
● Carnes: A principal carne consumida pelos árabes, já mencionamos anteriormente se 
trata da carne de cordeiro, mas há presenças de outros tipos. São encontradas criações 
como as de cabritos e as aves - entre elas a galinha e o peru, onde todas, sem exceção, 
são muito temperadas e consumidas normalmente assadas ou grelhadas. 
● Grãos: Nessa cozinha, o grão é praticamente um protagonista já que serve de base 
para elaboração de diversos pratos típicos, entre os principais e mais consumidos 
estão o grão de bico, lentilha, trigo, ervilha e o arroz. 
● Verduras e legumes: Esses alimentos são utilizados em muitas preparações como 
recheios e são mantidos em conservas e entre os mais consumidos estão as 
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abobrinhas, repolho, folha de uva, acelga, tomate, pimentão e berinjela. As conservas 
vegetais são servidas como acompanhamento e nas entradas. 
● Frutas: De cultivo sendo realizado através da irrigação das terras do deserto, são 
essenciais nessa cozinha e as principais mais consumidas são as romãs, ameixas, 
damascos, figos, amêndoas, pistaches, avelãs, pinhões, tâmaras, azeitonas, damasco, 
goiabas, mangas, laranjas, entre outros. Muitas frutas são cristalizadas e secas, onde 
posteriormente são utilizadas na elaboração de sobremesas. 
● Especiarias: As famosas e conhecidas especiarias utilizadas na cozinha árabe que 
conferem sabor e aroma aos principais pratos elaborados nessa cozinha, são os: 
gengibre, anis, cravo da índia, cominho, sumagre, noz moscada, macis, sementes de 
gergelim, alho, cebola. Entre as ervas estão a tradicional hortelã, manjericão, coentro, 
funcho, manjerona, salsa, alecrim, açafrão e cardamomo. Entre os aromatizantes dos 
alimentos os mais conhecidos são as águas de rosa e de flor de laranjeira, almíscar e 
âmbar. É comum o consumo de mix de especiarias em diversos países. 
● Peixe: Apesar de ser uma das carnes menos consumidas, ela é presente em países 
banhados pelo litoral e devido ao calor intenso na região eles acabam não sendo uma 
boa opção pelo fato da deterioração acelerada desse produto, sendo assim preparados 
em salmoura e marinados, onde se utiliza de muito tempero como as especiarias e até 
molhos para acompanhar. 
● Laticínios: O leite é muito utilizado na cozinha árabe, sendo consumido através de 
queijos, iogurte e a famosa e tradicional coalhada, onde também é possível encontrar 
o creme de leite e manteiga, ingredientes essenciais e presentes em muitos pratos 
desta cozinha. Os queijos podem ter variações na utilização dos leites de vaca ou de 
ovelha, ou até mesmo na combinação de ambos os tipos a serem utilizados nas 
receitas. 
● Bebidas: As principais bebidas consumidas na cozinha árabe são servidas quentes e 
certamente a mais conhecida em todo o mundo é o café arábico, tendo assim uma 
tradição histórica e cultural na sua preparação, além dos tradicionais chás. 
● Molhos: Os principais tipos de molhos utilizados como acompanhamento dos pratos 
tipicamente árabe, são os sumos de limão, o azeite e a pasta tahine. O labaneh, um 
tipo de iogurte fino temperado com hortelã, alho e cebola é servido com vários tipos 
de pratos. 
 
Você quer ler? Para conhecer um pouco mais sobre a culinária árabe e aprender a adaptar as 
receitas ao padrão dos ingredientes encontrado no Brasil, leia o livro da autora Maria Cristina 
Cozinha Internacional - Unidade Nº 4 - Cozinha Árabe 
 
Andersen “Cozinha Árabe”. ANDERSEN, Maria Cristina. Cozinha Árabe. Melhoramentos. 
Ed 1. 2005. 
 
 
Síntese 
A culinária árabe propaga influências gastronômicas mundialmente, compartilhando 
tradições presentes em diversos dos países do Oriente Médio. Além disso, em sua própria 
região, contam com uma troca constante de saberes culinários, alcançando, com isso, uma 
riquíssima tradição culinária em seus mais diversos pratos típicos, além da diversidade e 
potência da cozinha de alguns países tradicionais dessa grandiosa cultura. É marcante a 
presença de especiarias e condimentos em suas cozinha, que constituem a tradicional e 
conhecida cozinha aromática arábica, até mesmo reconhecida por sua doçaria e em todos os 
produtos e pratos típicos árabe. 
Essa culinária é muito presente no Brasil, uma vez que o país abriga um grande 
número de colônias árabes e, com isso, fazem-se presentes uma gama diversa de 
estabelecimentos que oferecem comidas típicas, especialmente no estado de São Paulo. É 
importante reconhecer a gastronomia árabe, pela sua diversidade de pratos e pelo que ela 
representa na cozinha internacional. 
Podemos assim destacar alguns pontos relevantes dos estudos através da cozinha 
Árabe, sendo os principais: 
● São definidos como árabes pessoas que possuem a mesma língua, religião e 
ideologia política; 
● Conhecida em todo mundo como uma cozinha aromática, mas também 
apreciada pela sua forma de apresentação dos pratos com combinações de 
cores. 
● Por questões de preceitos religiosos alguns ingredientes e tipos de alimentos 
são totalmente banidos na cozinha árabe, entre eles a carne de porco e o 
álcool. 
● A presença marcante de restaurantes árabes no município de São Paulo, 
especificamente na região da Rua 25 de março. 
 
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Bibliografia 
ABDALLA, A. R. BASTOS, S. R. Alimentação e memória árabe na área central da 
cidade de São Paulo. Contextos da Alimentação – Revista de Comportamento, Cultura e 
Sociedade Vol. 3 no 2 – Maio de 2015, São Paulo: Centro Universitário Senac. 
COZINHA ÁRABE. A aromática e colorida comida das arábias. Dísponível em: 
http://correiogourmand.com.br/info_01_cultura_gastronomica_03_cozinhas_do_mundo_arab
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INSTITUTO AMERICANO DE CULINÁRIA. Chef profissional. São Paulo: SENAC, 
2005. 
TRUZZI, Oswaldo. Presença Árabe na América do Sul. História Unisinos. 11 (3): 359-
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Referências Imagéticas: 
Foto 1: PIXABAY. Ilustração de um preparo de babaganoush. Disponível em: 
<https://pixabay.com/pt/photos/luta-e-trabalho-babaganoush-4001738/>. Acesso em 08 jul 
2019. 
Foto 2: PIXABAY. Ilustração de um preparo do beirute. Disponível em: 
<https://pixabay.com/pt/photos/beirute-alimenta%C3%A7%C3%A3o-lanche-1968007/>. 
Acesso em 08 jul 2019. 
Foto 3: PIXABAY. Ilustração de um preparo da baklava. Disponível em : 
<https://pixabay.com/pt/photos/pistache-baklava-cozinha-oriental-4183179/>. Acesso em 08 
jul 2019. 
 
http://correiogourmand.com.br/info_01_cultura_gastronomica_03_cozinhas_do_mundo_arabe_01_cozinha.htm
http://correiogourmand.com.br/info_01_cultura_gastronomica_03_cozinhas_do_mundo_arabe_01_cozinha.htm
https://pixabay.com/pt/photos/luta-e-trabalho-babaganoush-4001738/
https://pixabay.com/pt/photos/beirute-alimenta%C3%A7%C3%A3o-lanche-1968007/
https://pixabay.com/pt/photos/pistache-baklava-cozinha-oriental-4183179/