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1 Nome do acadêmico 
2 Nome do Professor tutor externo 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Ciências Biológicas (FLX0788) – Seminário da prática II – 
07/06/20 
A IMPORTÂNCIA DA POLINIZAÇÃO POR 
INSETOS 
 
Liange Belmonte Barbosa¹ 
Murici Prado Flores² 
 
RESUMO 
 
O objetivo deste trabalho foi verificar, através de uma pesquisa bibliográfica, até que ponto a 
família pode influenciar na aprendizagem de seus filhos. Num primeiro momento procura-se 
descrever sobre o conceito de educação e aprendizagem, a seguir trata-se da importância da 
família no desenvolvimento integral da criança. Tendo em vista que, é na família que os primeiros 
exemplos são seguidos, no decorrer de sua formação, e o papel da escola diante das dificuldades 
encontradas no seio familiar. Por fim, como a troca de experiências feita com os pais pode resultar 
em uma aprendizagem mais significativa para os educandos. A gestão escolar busca facilitar a 
relação família escola na medida que busca estratégias que venham facilitar essa relação baseada 
no diálogo e na participação. 
 
PALAVRAS CHAVE: Família. Escola. Participação. Alunos. Professores. 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 Antigamente costumava-se atribuir á criança toda culpa por seu fracasso escolar. Hoje, 
porém, já se reconhece que as dificuldades em aprendizagem não se dão no vazio, e sim em 
contextos, tanto situacionais, quanto interpessoais. Não podemos falar de dificuldades tendo 
somente a criança como ponto de referência: o “contexto” em que a criança se encontra precisa ser 
considerado. 
 A família representa um dos primeiros ambientes no qual o indivíduo inicia sua vida em 
sociedade. Em parceria com outras instituições e, dentre elas, inclui-se a escola, a família tem 
condições de garantir ao (a) seu(sua) filho(a) melhores condições de desenvolvimento em todas as 
áreas de sua vida. Em meio à família, as crianças, adolescentes e jovens recebem instruções básicas 
de relacionamentos psicossociais, inspiram-se em exemplos e influências socioculturais. Desta 
forma, à família cabe a transmissão de normas, ética, valores, ideais, e crenças que marcam a 
sociedade. 
 No campo da educação brasileira, temos observado a dificuldade encontrada pelos(as) 
gestores(as) de escolas estabelecerem parceria entre o espaço escolar e a família dos(as) alunos(as). 
Frequentemente, podemos observar que a maioria dos(as) educadores(as) reclamam da pouca ou 
nenhuma demonstração de interesse da família em participar do cotidiano escolar do(a) filhos(as). 
Torna-se, assim, um espaço profícuo de estudo, a fim de se verificar o porquê desta falta de 
participação tão importante na escola. 
 Nos dias atuais o tema família e escola são muito explorados devido a sua ligação direta 
com o nível de aprendizagem das crianças, pois sozinhas, nem a família e nem a escola conseguem 
preparar a criança em sua totalidade, já percebemos que a noção de escola vem aos poucos 
mudando. Devido ao excesso de carga horária no trabalho os pais que de forma cômoda 
empurravam para a escola toda a responsabilidade pela educação da criança e via a escola como um 
laboratório, que preparava a criança e o jovem para o mercado de trabalho e também acumulava 
com a função de professor, a função de mãe/pai (família), no sentido de educar, educar no que se 
refere aos aspectos morais dentre outros. 
 
[…] A grande arte da família é manter-se família, seja ela composta por pai, mãe e filhos; 
por mãe e filhos; por padrasto, mãe e filhos; por avó, mãe e filhos/ netos; por avô, mãe e 
filhos ou outras composições. É continuar promovendo o desenvolvimento, a mudança e 
permanecer sendo família […] A família deve constituir num núcleo duradouro, mas que 
aceite mudanças; um núcleo afetivo e funcional em que cada um cuide de si e do outro, 
compreendendo o outro como um ser inteiro e dotado de inteligência e desejos próprios; 
um núcleo que promova pertencimento, mas que, ao mesmo tempo, possibilite 
individuação. (PAROLIN, 2007, p. 38). 
 
A escola estava se sentindo meio que explorada pelos pais, pois estava executando 
deveres próprios da família, criando assim os mais diversos conflitos entre escola e família. 
Para Isabel Parolin (2007, p. 61) a escola é uma instituição potencialmente socializadora. 
Surge então, a ideia da parceria família e escola, havendo a divisão correta das 
responsabilidades no que diz respeito à educação das crianças e dos jovens, a família e a 
escola, falando a mesma linguagem, porém com as especificidades próprias de cada 
instituição e como diz: 
 
Ambas as instituições têm em comum o fato de prepararem os membros jovens para sua 
inserção futura na sociedade e para o desempenho de funções que possibilitem a 
continuidade da vida sócial. (SZYMANSKI,2001,p. 61) 
 
A escola e a família têm a responsabilidade pela formação do individuo enquanto 
pessoa e enquanto cidadão sendo, sem dúvida, as primeiras instituições que a criança se 
depara. Primeiro a família e depois a família e escola. Um fator importante para essa 
parceria acontecer é que se estabeleça entre elas uma relação de respeito, que ambas se 
conheçam e se aceitem sem preconceitos como fala: 
 
Uma condição importante nas relações entre família e escola, é a criação de um clima de 
respeito mútuo […] tendo claramente delimitado os âmbitos de atuação de cada um.[…] A 
escola tem um papel preponderante na contribuição do sujeito, tanto do ponto de vista de 
seu desenvolvimento pessoal e emocional, quanto da constituição da identidade, além de 
sua inscrição futura na sociedade. (SZYMANSKI, 2001, p.75 e p.90). 
 
O êxito do processo educacional das crianças e jovens é um somatório do 
engajamento dos pais no cenário escolar, acompanhando as atividades escolares, orientando 
seus filhos, participando da vida da escolar, e por outro lado à escola, que através de seus 
profissionais dá um retorno para os pais, e são sujeitos fundamentais nesse processo, 
conhecendo melhor os alunos, os pais, sua comunidade, envolvendo a família, 
desenvolvendo um trabalho conjunto, favorecendo uma atmosfera que fortaleça o 
desenvolvimento e o ensino aprendizagem das crianças. De acordo com LIBÂNEO (2000. p. 
85) A pedagogia familiar não deve estar desarticulada da pedagogia escolar. Pois ambas vão 
refletir sua essência, pois uma influência a outra. 
 
Tudo o que ocorre numa família tem um significado. Nossas ações refletem nossos modos 
de pensar nossos sentimentos, nossas ambigüidades, nossas possibilidades no momento 
nossas limitações. (SZYMANSKI. 2001. p.48) 
 
 A família e a escola são parceiros fundamentais no desenvolvimento de ações que 
favoreceram o sucesso escolar e social das crianças, formando uma equipe. É fundamental que 
ambas sigam os mesmos princípios e critérios, bem como a mesma direção em relação aos objetivos 
que desejam atingir. A educação perpassa tanto o ambiente escolar quanto o familiar. A interação 
entre ambos é muito importante para o sucesso do processo ensino-aprendizagem. Diante do 
exposto surgem as seguintes indagações: De que forma deve ocorrer a participação da família na 
escola? De que maneira a escola pode estimular a participação dos pais? Quais os principais 
resultados trazidos por essa participação? 
 Para a realização desse trabalho, fundamentado nas perspectivas dos Estudos Culturais, 
busquei aporte teórico em alguns(as) autores(as) que apresentam discussão a respeito do tema “A 
importância da família na escola para a construção do desenvolvimento do aluno(a)”. 
 
2. A FORMAÇÃO DA INSTITUIÇÃO FAMILIAR 
 
 A mais importante instituição da sociedade é a família, devendo ser considerada como a 
estrutura da sociedade e como a preparação das gerações seguintes, constituindo hoje como um 
espaço importante no que se refere às relações sociais, pois faz com que as pessoas vejam o mundo 
com os olhos da verdade, passa também a ser um horizonte para o futuro dosujeito. 
 A palavra “família” deriva do latim famulus, cujo significado é servo ou escravo. Osório 
(1996, p. 24) define família como: 
 
 – A família é uma instituição cujas origens remontam aos ancestrais da espécie humana e 
confundem-se com a própria trajetória da evolução. 
 – A organização familiar não é exclusiva do homem, vamos encontrá-las em outras 
espécies animais quer entre os vertebrados, como também, entre os invertebrados. 
 – Assim como na espécie humana, também entre os animais se encontram distintas formas 
de organização familiar. Há famílias nas quais após o acasalamento a prole fica aos 
cuidados de um só dos genitores, geralmente a fêmea; mas também poderá ser o macho 
quem se encarrega dos cuidados com os descendentes, como em certas espécies de peixe. 
 
 Corrobora-se com Osório ao entender que a família é uma instituição que vem se 
transformando ao longo dos tempos tanto culturalmente, como em aspectos sociais e econômicos. 
Segundo Áries (1978, p. 222) “A família transformou-se profundamente na medida em que 
modificou suas relações internas com a criança”. 
 No século XV, as crianças viviam com outras famílias, como aprendizes e o hábito de 
entregar as crianças às famílias estranhas era comum, sendo a principal obrigação da criança servir 
ao seu mestre. Toda a educação se fazia através da aprendizagem, e dava-se a essa noção um sentido 
muito amplo; não havia lugar para a escola nessa transmissão de conhecimentos, feita através da 
aprendizagem direta, de uma geração para outra. Nessas condições, a criança, desde muito cedo, 
escapava à sua própria família, mesmo que voltasse a ela mais tarde, depois de adulto. (ARIÉS, 
1978). 
 Ariés (1978, p. 273) relata que no período da Idade Média não havia intimidade familiar, até 
o século XVII: “[…] as pessoas viviam misturadas umas com as outras, senhores e criados, crianças 
e adultos, em casas permanentemente abertas às indiscrições dos visitantes […].” 
 Ariés (1978) esclarece também, que as crianças, na idade dos sete anos, eram mergulhadas 
na sociedade e ingressavam na grande comunidade dos homens, sua educação era garantida pela 
aprendizagem junto aos adultos e ministrada por uma outra família; “não havia lugar para a escola 
nessa transmissão através da aprendizagem direta de uma geração a outra” (p. 229), e o ensino era 
voltado para a experiência prática. 
 De acordo com Ariés (1978, p. 225), com o passar do tempo “[…] a família transformou-se 
profundamente na medida em que modificou suas relações internas com as crianças” e começou a 
estabelecer atenções, laços com as crianças, e também a se preocupar com sua educação. 
 No que se refere à educação do indivíduo, a família desempenha um papel importante, pois é 
por meio dela que o aluno recebe motivação e é o seu primeiro grupo de influência social e cultural, 
na qual recebe valores éticos e humanitários. (PRADO, 1981). 
 
… a família também é responsável pela aprendizagem da criança, já que os pais são os 
primeiros ensinantes e as atitudes destes frente as emergências de autoria, se repetidas 
constantemente, irão determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos. (FERNANDES, 
2001, p.42). 
 
 Cabe à família criar um elo com a escola para que possa está mais presente na vida de seu 
filho, garantindo, portanto, envolvimento e comprometimento. 
 
2.1 AS TRANSFORMAÇÕES DA FAMÍLIA HOJE 
 
 A sociedade moderna caracteriza-se por grandes mudanças nos campos da economia, da 
política e da cultura, afetando significativamente todos os aspectos da existência pessoal e social. 
Essas mudanças reproduzem fortemente na vida familiar. A família é a grande referência para os 
que fazem parte dela, pois é dela que o indivíduo recebe educação, assistência, proteção e toda 
estrutura para o seu desenvolvimento. A mesma ajuda o indivíduo construir sua própria 
personalidade para que assim consiga inserir-se na sociedade e atingir seus objetivos. 
 Para Ariés (1978, p. 274): 
 
A família moderna retirou da vida comum não apenas as crianças, mas grande parte do 
tempo e da preocupação dos adultos. A mesma correspondeu a uma necessidade de 
intimidade, e também de identidade: agora os membros da família se unem pelo sentimento, 
o costume e o gênero de vida. 
 
 Atualmente a família está estruturada totalmente diferente do antigo padrão familiar de pai, 
mãe e filhos. O que se observa é que este padrão se transformou e surgiram outras formações como 
casais vindos de outros relacionamentos, homossexuais, avós e netos, dentre outras. Rigonatti (2003, 
p. 42) explica: 
 
O século XX foi cenário de grandes transformações na estrutura da família. Ainda hoje, 
porém, observamos algumas marcas deixadas pelas suas origens. Da família romana, por 
exemplo, temos a autoridade do chefe da família, onde a submissão da esposa e dos filhos 
ao pai confere ao homem o papel de chefe. Da família medieval perpetua-se o caráter 
sacramental do casamento originado no século XVI. Da cultura portuguesa, temos a 
solidariedade, o sentimento de sensível ligação afetiva, abnegação e desprendimento. 
 
 O fato é que o século XX abriu espaço para transformações que repercutiram na instituição 
familiar como o aumento de divórcio e maior inserção da mulher no mercado de trabalho que na 
maioria das vezes chefiam sozinha a casa e seus filhos sem a presença do pai. 
 Desta forma, o conceito de família foi ampliado sendo considerado pelo art. 227, parágrafo 
5º do Código Civil brasileiro de 11 de janeiro de 2003 qualquer união estável entre pessoas que se 
gostem e se respeitem. Para Genofre (1997, p. 40): “[…] o traço dominante da evolução da família é 
sua tendência a se tornar um grupo cada vez menos organizado e hierarquizado e que cada vez mais 
se funda na afeição mútua”. Independente da formação familiar busca ainda os membros uma 
relação monogâmica, baseada no respeito. 
 
3. A FUNÇÃO ESCOLAR E AS FUNÇÕES FAMILIARES NO PROCESSO 
EDUCACIONAL DO INDIVÍDUO 
 
 A educação promove o desenvolvimento do ser humano do nascimento até a vida adulta. Ao 
contrário do que muitos pensam o processo de educação e desenvolvimento do indivíduo não é 
tarefa exclusivamente da família ou somente da escola. Esse processo de humanização do indivíduo 
só obtém um resultado produtivo quando ambas as partes cooperam para o desenvolvimento da 
criança como um todo. 
 Instituições como igrejas, clubes esportivos ou projetos culturais também são responsáveis 
pela educação das crianças e adolescentes, pois desempenham um papel importante na sociedade e 
também na educação. 
 Livros, eventos culturais, os meios de comunicação como rádio, televisão, revistas e a 
internet também são uma forma de transmitir conhecimentos na vida contemporânea, pois trazem 
conhecimento até o indivíduo. Com a era digital, jovens e crianças tem acesso a diversas 
informações na internet, onde podem adquirir conhecimento de forma rápida e eficaz. 
 Dessa forma, não se pode responsabilizar exclusivamente a família ou somente a escola pelo 
processo educacional da criança, sendo que, a pessoa se educa por meio da relação com o meio em 
que convive e pelas experiências que vivenciam em seu cotidiano. 
 Segundo Villela; Archangelo (2013): 
 
Não há então, a priori, um agente, ou uma instituição, ou uma fonte ou ainda um meio ao 
qual se possa atribuir toda a responsabilidade pela promoção da educação. Contudo, apesar 
da enorme variedade dos agentes e meios educativos, a família e a escola se destacam na 
tarefa educativa da criança. Mais do que isso, são legalmente responsáveis por essa tarefa. 
O papel central que exercem na educação da criança enseja as considerações adicionais que 
se seguem. (p.26) 
 
 Tendo como ponto de partida que a escola é uma instituição fundamental para a evolução da 
sociedade e tem como característica a formação e desenvolvimento do indivíduo no espaço escolar, 
cabe a ela possibilitarque a criança se aproprie dos conhecimentos culturais e saberes socialmente 
produzidos ao decorrer da história. 
 A escola é um direito de todos, pois segundo o art.53 do Estatuto da Criança e do 
Adolescente-Lei nº8.069 de 13 de julho de 1.990 (BRASIL, 1990) garante que “A criança e o 
adolescente têm direito à educação, visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para 
o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho[…], sendo assim, todos temos direito a 
receber uma educação formal. 
 Segundo a Constituição Federal em seu Artigo 205, encontramos: 
 
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada 
com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo 
para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. (BRASIL, 1988) 
 
 Sendo assim, para a escola fica designada a função de transmitir a educação formal para 
crianças, jovens e adultos no caso da EJA (Educação de Jovens e Adultos) e é obrigação do estado 
fornecer o ensino gratuito a todos. 
 Segundo a Constituição de 1988 no seu artigo 227: 
 
É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com 
absoluta prioridade, o direito à vida, a saúde, à alimentação, a educação, ao lazer, a 
profissionalização, a cultura, a dignidade, ao respeito, a liberdade e a convivência familiar e 
comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, discriminação, 
exploração e opressão. (BRASIL, 1988, p.148) 
 
 Aos pais fica designado a realização da matrícula do seu filho/filha na escola e garantir que 
essa criança ou adolescente mantenha uma frequência escolar na instituição de ensino, caso isso não 
ocorra, órgãos de defesa dos direitos da criança e do adolescente como o Conselho Tutelar baseado 
no ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), entram em contato com a família para verificar se 
está ocorrendo algum problema familiar ou de saúde que justifique a falta do aluno na escola. 
 Segundo Villela; Archangelo (2013): 
 
A obrigatoriedade de matrícula das crianças na escola, por parte dos pais, indica que o 
Estado assume, no lugar da família, a responsabilidade pela educação formal dessas e, ao 
fazê-lo, responsabiliza-se também pela integridade física e psíquica das mesmas no período 
em que elas estiverem na escola. (p.27) 
 
 Quando se trata da escola a primeira função que lhe é imposta por todos é de desenvolver as 
funções cognitivas do indivíduo, transmitindo-lhe assim diversos conteúdos diariamente. 
 Porém, a escola não tem somente a função de ensinar e de desenvolver o pensamento 
cognitivo das crianças e dos adolescentes, essa é uma concepção extremamente tradicional que 
usava a escola apenas como uma instituição que transmitia conteúdos aos alunos e os obrigava a 
decorar conceitos e fórmulas mesmo que não fizessem sentido algum para eles, uma vez que sem 
compreender o real uso desses conceitos fica difícil associar o conteúdo as práticas sociais. 
 Segundo Villela; Archangelo, ainda hoje esse pensamento prevalece: 
 
[…] Encontramos alguns professores que defendem ser esta a única função da escola, 
ficando a responsabilidade por todos os outros aspectos do desenvolvimento infantil a cargo, 
e sob responsabilidade exclusiva da família. (2013, p.28) 
 
 Essa tese ainda se sustenta, pois, muitos olham o professor como um profissional do meio da 
educação, cuja tarefa é exclusivamente ensinar conteúdos e transmitir o conhecimento. Outra tese 
que pode ser sustentada ainda nos dias atuais é a afirmação de que muitos pais por serem 
analfabetos e não terem acesso ao conhecimento formal desconhecem a real função na 
aprendizagem dos filhos, para eles é a escola que deve se responsabilizar pelo desenvolvimento 
cognitivo e intelectual de seus filhos se esquecendo que o indivíduo aprende muito no meio em que 
ele vive e com as pessoas que convive diariamente, segundo Villela; Archangelo 2013[…] “O papel 
da família tende a ser, como dito acima, no máximo complementar.(p.29). 
 Ao contrário do que muitos pensam, além de promover a aprendizagem também cabe a 
escola o desenvolvimento moral dos alunos, promover a saúde da criança, seu desenvolvimento 
afetivo, psicológico e físico, mesmo que essa também seja a função designada as famílias. 
 Pois segundo Villela e Archangelo (2013): 
 
[…] Se a escola é responsável pelo aluno durante várias horas por dia, ao longo de anos, 
não seria razoável imaginar que pudesse se abster de promover seu desenvolvimento moral, 
emocional e psicológico durante todo esse período. Não se pode imaginar que aspectos 
fundantes do sujeito possam ficar “em suspensão” enquanto a atividade intelectual se 
desenrola. (p.31) 
 
 Para que a escola seja significativa é necessário que todas as ações a serem tomadas sejam 
planejadas pensando no benefício dos alunos, essas ações são fundamentais para que os alunos 
percebam que a escola é um espaço que visa promover o conhecimento e seu desenvolvimento. 
 Para estabelecer uma boa conexão com os alunos e ganhar a confiança deles o professor 
precisa compreender seus alunos, conhecer seu cotidiano, a comunidade ao redor da escola ao qual 
o aluno pertence, a cultura que o aluno traz consigo de seu meio familiar e por isso, é de grande 
importância a parceria da escola com os pais. 
 É importante que a escola seja um espaço acolhedor onde o aluno sinta prazer em estar 
presente. A infraestrutura e a forma de organização escolar devem ser bem planejadas, 
proporcionando aos alunos um espaço acolhedor onde ele possa desenvolver suas funções sociais, 
cognitivas ou motoras. 
 De acordo com Sampaio (2012): 
 
Acredita-se que o processo de ensino aprendizagem possui relação direta com a 
infraestrutura do ambiente escolar, uma vez que é o espaço de vivência do aluno, sendo, 
portanto essencial existir uma harmonia entre infraestrutura e pedagógico. (p.18) 
 
 O aluno precisa se sentir feliz nesse ambiente que deve acolhê-lo com suas vivências e 
experiências diárias, para que ele aprenda de forma significativa e entender a escola como um 
espaço aberto para expressar suas opiniões e socializar com os colegas. 
 A família tende a ter uma grande importância no processo educativo do indivíduo por conta 
dos laços afetivos e pelo convívio diário. A família tem o dever de proporcionar a criança atenção e 
carinho no ambiente familiar, tornando assim um ambiente agradável e seguro onde a criança pode 
desenvolver e se relacionar sem medo. 
 A família fica encarregada de orientar o indivíduo desde o seu nascimento até a vida adulta, 
por isso a importância de ser um ambiente seguro onde a criança sente-se à vontade para 
desenvolver sua autonomia e se reconhecer socialmente. 
 A educação recebida em casa pelos familiares é a base para formar a personalidade da 
criança e ajudá-la a se relacionar socialmente, pois desde que o indivíduo nasce a família fica 
encarregado de desempenhar o papel de transmissora de toda a herança cultural e social para a 
criança inserindo-a na sociedade. 
 De acordo com Shapiro; Blacher; Lopez, (1998 apud SAMPAIO, 2012): 
 
A família tem uma forte influência no processo de aperfeiçoamento da criança dentro da 
sociedade, pois é com ela que ocorre os primeiros contatos da criança. Os genitores têm 
uma sobrecarga adicional em vários aspectos de sua dinâmica individual e familiar, 
especialmente no que tange aos aspectos psicológicos, sociais, financeiros, e às atividades 
de cuidado da criança. (p. 20) 
 
 As funções da família podem ser divididas em biológicas, psicológicas e sociais, essas 
funções não podem ser estudadas separadamente pois estão profundamente relacionadas entre si. 
 A função biológica não pode ser interpretada somente como função reprodutiva, mas sim, 
designar essa função de maneira que garanta a sobrevivência por meio de cuidados voltados aos 
recém-nascidos,ou seja, promover condições ambientais adequadas e o devido alimento aos 
indivíduos 
 Segundo Osório (1996): 
 
[…] portanto, não é aí que reside a função biológica da família e sim no assegurar a 
sobrevivência dos novos seres através dos cuidados requeridos pela já assinalada condição 
neotênica da espécie humana. Quiçá num futuro não muito remoto até esta situação larvária 
dos seres humanos nos seus primeiros meses de vida extrauterina possa ser alterada pelos 
incríveis avanços da ciência, mas provavelmente ainda por um considerável período de 
tempo assegurar a sobrevivência dos recém-nascidos será uma insubstituível função 
biológica da família(e aqui estamos considerando lato sensu, isto é, no sentido de quem 
provê nutrição e condições ambientais adequadas aos neonatos, ainda que não sejam seus 
pais biológicos). (p. 20) 
 
 Já as funções psicossociais estão ligadas ao desenvolvimento afetivo que é papel da família 
desenvolver no indivíduo. Sem o afeto ministrado pelos pais o ser humano permanece fechado para 
o mundo, prejudicando assim, sua interação social e seu lado emocional que não será bem 
desenvolvido. 
 
Poder-se ia assim dizer que uma primeira e fundamental função psíquica da família é 
prover o alimento afetivo indispensável à sobrevivência emocional dos recém-nascidos. 
Esse alimento, contudo, é igualmente indispensável para a manutenção da homeostasia 
psíquica dos demais componentes da família e não apenas dos bebês, razão pela qual 
deverão seus membros dele prover-se reciprocamente através de mecanismos de interação 
afetiva dos quais nos ocuparemos logo adiante. (OSÓRIO, 1996, p. 20) 
 
 Outra função familiar é ajudar os indivíduos em suas ansiedades existenciais durante o 
processo de evolução, a família deve ser o “suporte” para essas crises existenciais enfrentadas pelo 
indivíduo enquanto passa por seu processo de evolução, principalmente na adolescência quando 
encontra-se um grande conflito interno. 
 A família deve proporcionar um ambiente adequado para a aprendizagem empírica, 
ajudando no processo cognitivo e facilitando a aprendizagem por parte do ser humano. Outra 
função importante nesse âmbito é a transmissão cultural e social que é feita pela família ao 
indivíduo, preparando-o para o exercício da cidadania. Sendo assim, tanto a escola como a família 
são responsáveis pelo desenvolvimento integral do indivíduo. 
 
4. A IMPORTÂNCIA DA PARCERIA ENTRE A ESCOLA E A FAMÍLIA 
 
 Durante cerca de dois séculos, família e escola viveram uma verdadeira lua de mel. O que a 
escola pensava era o que os pais pensavam. O que a escola determinava ou afirmava, fosse em 
termos de tarefas, atribuições e até mesmo de sansões, era endossado e confirmado pela família. 
Dessa forma, crianças e jovens sentiam, nas figuras de autoridade que as cercavam e orientavam 
coesão e homogeneidade. Com isso, o poder educacional dessas duas instituições se alicerçava e 
alimentava-se mutuamente. Especialmente com isso, as novas gerações adquiriram seus valores e 
seus saberes (intelectuais e morais) sem maiores problemas. 
 De repente, o que se observa? Que já não existe essa harmonia, esse clima de confiança. Os 
pais parecem estar todo o tempo, com um pé atrás, supervisionando o que a escola faz, 
desconfiando de professores, diretores e equipes pedagógicas. É como se de repente tivesse perdido 
o encantamento, essa relação de confiança tão benéfica para nossos filhos. 
 Para Oliveira (2009): 
 
É preciso, sobretudo, considerar as experiências vividas por cada família, sendo que um 
modelo específico não deve se sobrepor a outro. Não podemos buscar o enquadramento da 
família a determinado modelo familiar ou mesmo a condenação dos integrantes de uma 
configuração familiar diferenciada. (p. 78) 
 
 Por sua vez, a escola se sente também atemorizada, insegura, com sua auto estima abalada. 
O mais comum é esses pais adotarem duas atitudes. A primeira, de desconfiança: parte deles parece 
ter perdido totalmente a fé no trabalho docente. Vivem indo à escola questionando, reclamando, 
ameaçando por qualquer motivo, acreditando sempre que a escola errou ou não agiu adequadamente 
com seus filhos: ora é o professor tal que passou muito trabalho, deixando as crianças assoberbadas; 
ora é fulano que não passa tarefas suficientes, sobrando às crianças tempo excessivo para a rua, para 
o playground, para a TV, internet e etc, assim segue a sucessão de reclamações. 
 O segundo grupo de pais é aquele que, depois de matricular os filhos, aprece considerar sua 
missão terminada e daí em diante entrega à escola toda e qualquer problemática relacionada à 
educação. De uma maneira geral, esses são pais ausentes, que não comparecem a reuniões quando 
convidados ou que, quando chamados para entrevistas ou reflexões conjuntas, nunca podem ir. 
 Ambas as atitudes em nada contribuem para o crescimento intelectual e afetivo de nossas 
crianças. No entanto, são formas de agir que ocorrem com bastante frequência, criando uma 
amargura crescente por parte dos docentes ao perceberem que não são mais vistos com o mesmo 
grau de confiabilidade e como os parceiros ideais de outrora. Por sua vez, os pais também se sentem 
a cada dia mais inseguros quanto ao que esperar e como agir em relação a escola dos filhos, 
agregando mais um fator dentre os inúmeros que incrementam a tensão diária dos pais modernos. 
 Partindo do pressuposto de que a família e a escola têm o mesmo objetivo que seria o 
desenvolvimento do indivíduo por completo, trabalhando assim, tanto o lado afetivo, moral, 
intelectual, promovendo a autonomia da criança e formando cidadãos conscientes pode-se observar 
a importância que tem a ligação entre os dois lados, ambiente familiar e ambiente escolar. 
 
A escola e a família compartilham funções sociais, políticas e educacionais, na medida em 
que contribuem e influenciam a formação do cidadão (Rego,2003). Ambas são responsáveis 
pela transmissão e construção do conhecimento culturalmente organizado, modificando as 
formas de funcionamento psicológico, de acordo com as expectativas de cada ambiente. 
(DESSEN; POLONIA, 2007, p. 22) 
 
 O espaço escolar deve contar com a interação da comunidade ao qual a escola está inserida, 
para que tenha uma gestão democrática e participativa onde os pais ou responsáveis pelo aluno 
sejam ouvidos e possam se aproximar cada vez mais do ambiente escolar, melhorando dessa 
maneira, o desenvolvimento da criança na escola. 
 Para que haja de fato uma Gestão Democrática dentro do espaço escolar a escola deve contar 
não somente com a participação da família como também, com a participação dos alunos, 
funcionários que ali trabalham, professores, coordenadores, entre outros. 
 Na elaboração do PPP (Projeto Político Pedagógico), é de grande importância que não 
somente os pais mas os alunos e funcionários da escola estejam envolvidos nesse processo, uma vez 
que deve ser algo realizado de maneira democrática com a participação de todos levando em conta a 
comunidade ao redor da escola e também um meio de quebrar barreiras existentes entre a escola e a 
família. 
 Segundo afirmação de Carneiro (2003 apud DESSEN; POLONIA, 2007): 
 
Carneiro (2003) afirma que a mudança deste paradigma depende de uma transformação na 
cultura vigente da escola e que o projeto político-pedagógico poderia ser um dos meios para 
promover esta inserção. Ainda, as formas de avaliação adotadas, bem como as estratégias 
para superar as dificuldades presentes no processo ensino aprendizagem, de maneira a 
incluir a família, exigem que as escolas insiram essa discussão no projeto político-
pedagógico, como forma de assegurar sua compreensão e efetivas a participação dos pais 
que é ainda um ponto crítico na esfera educacional. (p.28) 
 
 Sendo assim, a escola deve investir em associações como Conselho Escolar ou a APM 
(Associação de Pais e Mestres) que devem contar com a participaçãode pelo menos um 
representante dos pais dos alunos e dos alunos, essa é uma forma de trazer a família para dentro da 
escola fazendo com que os pais fiquem por dentro dos objetivos da escola, de problemas que 
tiverem ocorrendo, buscando juntamente com eles solucioná-los, estabelecendo, desse modo, um 
elo entre pais, alunos e a escola. 
 É necessário pensar na integração da família no ambiente escolar, pois sem o auxílio da 
família a escola com toda certeza não irá conseguir desenvolver o aluno por completo. A 
participação dos pais no ambiente escolar facilita a vida do professor, uma vez que a participação 
dos pais na escola influência no comportamento do aluno e o apoio da família pode facilitar a 
resolução de problemas que possam surgir na escola como, indisciplina ou falta de motivação. 
 
[…] Nesse sentido, os pais interagindo com a escola e com os professores auxiliam seus 
filhos na elaboração de suas aprendizagens, não fazendo o papel dos professores sendo 
meros repetidores do trabalho escolar, mas sim colaborando para que a educação escolar 
possa ter continuidade no espaço familiar. Já a escola necessita ser uma instituição 
responsável pelo ensino dos conhecimentos, atentando-se para o fato de que a constituição 
da subjetividade da criança se faz tanto na interação com a família quanto na interação com 
a escola. (PANZA, 2011, p. 31) 
 
 É de grande importância para a vida escolar da criança que os responsáveis por ela estejam 
sempre atentos ao seu desempenho escolar verificando se o aluno está evoluindo, realizando as 
atividades em sala e executando bem seu dever de casa. É importante também que os professores 
entrem em contato com a família se perceber que o aluno esteja desmotivado em relação aos 
estudos ou se verificar que ele tenha algum problema de aprendizagem, pois assim, os pais podem 
procurar a instituição escolar e ambos podem agir juntamente para sanar esse possível problema. 
 
Nesse sentido, é interessante que a escola na parceria com a família mostre a importância 
da aprendizagem dos conhecimentos do mundo pela criança para que, mesmo os pais que 
por várias situações de vida não tiveram a oportunidade de estudar, tenham a visão da 
importância que os estudos podem fazer por seus filhos, até para interromper muitas vezes 
um círculo vicioso, o qual afasta a criança da escola e perpetua o analfabetismo no nosso 
país. (PANZA, 2011, p.34) 
 
Vemos que é possível ter uma relação mais estreita entre escola e família, mas que 
ambas precisam cumprir seus papéis. Sabemos que apesar dos interesses serem das duas 
partes, a escola é a principal responsável em promover iniciativas que levem as famílias a 
participarem da vida escolar do filho, é necessário que a escola como instituição educativa 
promova a abertura da escola para a família, promovendo atividades culturais, envolvendo 
nos projetos educacionais e através dos encontros periódicos levarem a família ter 
conhecimento sobre os seus direitos e deveres como integrante da comunidade escolar. 
Uma das maiores barreiras entre o relacionamento da família com a escola parte 
muitas vezes dos próprios educadores que acreditam que a escola não pode influenciar de 
forma positiva uma mudança de comportamento familiar. Muitos acreditam que pelo fato da 
família possuir um baixo nível econômico, sendo caracterizada como “carente”, os pais não 
deem muito valor aos estudos de seus filhos sendo incapazes de motivá-los a ter um bom 
desempenho escolar já que, são desfavorecidos “culturalmente” ou possuem uma baixa 
escolaridade. 
Essas crenças além de serem equivocadas são frutos de uma perspectiva que enxerga 
a escola e a família como duas instituições distantes e impossíveis de trabalhar em parceria, 
sendo que, para que a criança obtenha um bom desenvolvimento escolar é necessário a 
participação familiar. Desse modo, a escola não somente pode influenciar nas famílias de 
modo positivo como também é seu dever interagir e modificar a comunidade ao seu redor. 
A falta de comunicação entre os educadores e os pais talvez seja um dos maiores 
empecilhos para que haja um entrosamento maior entre a família e a escola. Muitas vezes o 
docente deixa de estabelecer um vínculo com os pais não comunicando a eles sobre o 
rendimento de seus filhos ou sobre algum trabalho/projeto que estão desenvolvendo na 
escola e na sala de aula. 
Essa barreira de comunicação entre a escola e os familiares deve ser quebrada, na 
maioria das vezes a escola responsabiliza exclusivamente os pais ou responsáveis pelos 
alunos como tendo a obrigação de manter o contato com a escola, sendo que, é papel da 
escola buscar meios de aproximação dos familiares e fazer com que eles interajam e se 
interessem pelo ambiente escolar, pois muitos pais por diversos fatores como, analfabetismo 
ou falta de recursos financeiros acreditam que não podem contribuir para o avanço escolar 
de seus filhos ou tem uma visão um pouco distorcida de que o papel do professor é superior 
ao seu. 
 
5. POSSÍVEIS ESTRATÉGIAS PARA O DESENVOLVIMENTO DA PARCERIA 
ENTRE OS PAIS E A ESCOLA 
 
 Normalmente a falta de participação da família no ambiente escolar ocorre pelo fato de que 
as atividades escolares são planejadas de forma que não leve em consideração as 
necessidades e interesses da comunidade que rodeia a unidade escolar, tornando-se assim 
desinteressante para os pais. Por isso, é necessário que a escola esteja sempre aberta para 
planejar as ações ouvindo os familiares dos alunos, conhecendo as necessidades reais do dia 
a dia das crianças 
 A comunicação com os pais deve acontecer de forma simples e os professores devem 
certificar, se os pais estão compreendendo os recados escolares que são transmitidos para 
eles e também se o dever de casa está sendo explicado de forma eficaz e nítida, pois ao se 
comunicar com os familiares, o professor deve levar em consideração as diferentes formas 
culturais e níveis de escolaridade dos pais ou responsáveis. 
 Uma estratégia de aproximação que a instituição escolar poderia utilizar para se estabelecer 
uma relação mais amigável com a família seria a promoção de eventos escolares 
convocando toda a comunidade como a Festa da Família ou Festa Junina. Porém, não são 
todas as escolas que realizam a Festa Junina pois envolve algumas questões religiosas, mas 
podem também partir de apresentação de uma peça de teatro ou mesmo um evento musical, 
enfim, outros tipos de atividades que sejam abertas à comunidade fazendo com que os pais 
despertem o interesse pela vida escolar de seus filhos 
 
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Este trabalho é resultado de pesquisa essencialmente bibliográfica sobre a importância da 
família no processo de desenvolvimento da aprendizagem da criança; inúmeros autores 
abordam essa questão como uma atividade crítica e permanente com a possibilidade de rever 
e elaborar uma prática educativa na construção do conhecimento e na formação do educando. 
 Junto à família, a criança vivencia experiências e inicia seu processo de aprendizagem e 
desenvolvimento, principalmente quanto à ética e à moral. A escola proporcionará uma 
ampliação desse conhecimento prévio, mesclando com a aquisição dos conteúdos das 
disciplinas dispostos, contribuindo para sua formação global, ao longo da sua permanência 
como aluno(a). No espaço escolar, a criança é atendida em suas necessidades socioculturais, 
assim como as psicológicas e cognitivas dentro dos parâmetros pedagógicos. A função 
educativa da escola abrange, ainda, a inserção dessa criança como cidadão(ã) construtor da 
sua história e participante de uma sociedade cada vez mais exigente e carente de bons(as) 
cidadãos(ãs). A função da escola é distinta do papel da família em relação ao 
desenvolvimento da criança, mas ambas representam parcelas significantes quando se trata 
de como esta criança se transformará ou em quem ela se transformará em consequênciada 
união ou não união desses dois componentes educativos. 
 Na educação, a escola sempre teve um papel fundamental, e hoje além de ensinar para a 
cidadania e para o trabalho, tem também a responsabilidade de passar os valores 
fundamentais para a vida do individuo, sendo que esse papel deveria ser uma iniciativa da 
família que muitas vezes não estão integrados na aprendizagem e formação de seus filhos, o 
apoio da família aos trabalhos desenvolvidos com os alunos seria um aliado importante para 
o bom êxito na construção do saber. 
 Muitos acreditam que é somente dever da escola a transmissão de conteúdos e o 
desenvolvimento da parte cognitiva da criança ficando assim para a família o papel de 
desenvolver o lado afetivo, transmissão de valores morais e cuidados diários, sendo que, 
tanto a escola como a família têm a função de humanização, possibilitando dessa maneira 
que criança se desenvolva de maneira completa. 
 Por isso a necessidade de haver uma parceria entre ambas as partes, tanto da família quanto 
da escola, ambas devem propiciar para a criança um ambiente onde ela possa experimentar 
diversas situações e desenvolver sua autonomia diariamente, se apropriando de todo 
conhecimento humano produzido historicamente e interagindo em seu meio social 
provocando possíveis transformações. 
 É necessário que a instituição escolar quebre essa barreira de comunicação que existe entre 
ela e os pais, buscando trazer sempre a família do aluno para dentro do ambiente escolar 
para que de fato a escola possa ter uma forma de gestão participativa, na qual os pais em 
parceria com os professores possam se envolver e buscar soluções para possíveis problemas 
que possam surgir dentro da escola como, a indisciplina, falta de motivação dos alunos, 
evasão escolar, entre outros casos e para que isso ocorra a escola deve estar sempre 
interagindo com a comunidade ao seu redor. 
 No momento atual, se faz necessário que as escolas abandonem aquela forma de gestão 
centralizadora que muitas vezes persististe em muitas escolas. Assim, é necessário que se 
passe a investir de fato em uma gestão mais democrática, contando com a participação dos 
funcionários da escola, pais e dos alunos, garantindo uma democratização no ambiente 
escolar e gerando um espaço onde a comunidade possa aprender e também ensinar, já que a 
escola deve sempre considerar a bagagem cultural que os alunos trazem consigo dos seus 
lares, bem como os fatores socioeconômicos do bairro ao seu redor. 
 
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