Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
0 RELATÓRIO DE ESTÁGIO NA MODALIDADE ARTIGO CIENTÍFICO UNINASSAU – SER EDUCACIONAL Ano 2020 Autor Ana Thainna Cândido Freire Teodoso annathainnafreire@gmail.com Autor Jaine Maria Basílio jaine.basilio@hotmail.com Autor Maria da Glória Lourenço de Sales gloriasalesrn@gmail.com Orientador Gustavo dos Santos Fernandes gugastrong@hotmail.com A AFETIVIDADE NO ÂMBITO ESCOLAR SCHOOL AFFECTIVITY RESUMO Este artigo apresenta os resultados de pesquisa bibliográfica, a partir do temática a afetividade no âmbito escolar destacando a Educação Infantil. Com o objetivo de compreender a relação de afetividade entre professor e aluno e sua influência no desenvolvimento cognitivo e moral nas crianças, evidenciando os sentimentos dos alunos ao se confrontarem com atividades referentes às suas emoções. No tocante ao referencial teórico metodológico, embasou-se em diversos autores, como: Wallon (1975) e (2007), Saltini (1997), entre outros nos quais confirmam com a discussão em torno da afetividade para a construção do processo de ensino e aprendizagem. Percebe-se que a escola é um lugar de interações sociais intensas e, são nestes espaços que os alunos desenvolvem suas possibilidades. Compreende-se que quando há dialogo, troca de saberes, professores e alunos constroem conhecimento juntos, de modo que as emoções contribuem como mola propulsora para a formação da inteligência dos educandos, bem como nos aspectos, afetivo e moral. Palavras-chave: Afetividade. Inteligência. Ensino Aprendizagem. ABSTRACT This article presents the results of bibliographic research, from the theme of affectivity in the school context, highlighting Early Childhood Education. In order to understand the relationship of affection between teacher and student and its influence on cognitive and moral development in children, showing the students' feelings when confronted with activities related to their emotions. Regarding the theoretical and methodological framework, it was based on several authors, such as: Wallon (1975) and (2007), Saltini (1997), among others who confirm with the discussion about the affectivity for the construction of the teaching process and learning. It is noticed that the school is a place of intense social interactions and, it is in these spaces that students develop their possibilities. It is understood that when there is dialogue, exchange of knowledge, teachers and students build knowledge together, so that emotions contribute as a driving force for the formation of students' intelligence, as well as in the affective and moral aspects. Keywords: Affectivity. Intelligence. Teaching Learning. Relatório apresentado a UNINASSAU-NATAL-RN, para obtenção de nota na disciplina de Estágio Supervisionado em Educação Infantil no curso de Pedagogia. mailto:annathainnafreire@gmail.com mailto:jaine.basilio@hotmail.com mailto:gloriasalesrn@gmail.com mailto:gugastrong@hotmail.com 1 1 INTRODUÇÃO Este artigo apresenta como tema a afetividade no âmbito escolar, que faz uma reflexão sobre a problemática: como as emoções influenciam na aprendizagem? Tem como objetivo compreender a relação de afetividade entre professor e aluno e, sua influência no desenvolvimento cognitivo e moral nas crianças, evidenciando os sentimentos dos alunos ao se confrontarem com atividades referentes às suas emoções. No estudo acerca da afetividade no processo de ensino e aprendizagem, visando assim refletir sobre a necessidade de trazer para o ambiente escolar uma convivência agradável, tendo como objetivo maior compreender a relação de afetividade entre professor e aluno e sua influência no desenvolvimento cognitivo, afetivo e moral nas crianças da Educação Infantil, foi possível constatar de alguns professores encontram obstáculos a respeito desse tema. Sendo este trabalho motivado pelo desejo de melhores possibilidades na ação docente, pautada na afetividade, oferecendo um norte para o trabalho dos profissionais da educação. Promovendo uma reflexão sobre a influência da afetividade no desempenho dos alunos, com o intuito de perceber como se dá a afetividade na relação professor-aluno. Sabendo-se que as atitudes são tocantes ao processo de ensino aprendizagem no cotidiano escolar, visto as experiências vividas em sala de aula, contribuem com a construção do conhecimento. O trabalho se organiza da seguinte forma, a Introdução vem para situar o leitor em torno do tema, problemática e os objetivos do trabalho. Já a primeiro tópico do desenvolvimento vem para abordar a afetividade no âmbito escolar nos dias atuais, buscando- se compreender a relação entre afeto e o desenvolvimento cognitivo da criança, e os desafios que são encontrados durante o processo. Em seguida, destaca-se o segundo tópico trazendo o afeto como fio condutor na prática educativa, dissertando sobre a afetividade nas relações interpessoais entre professor e aluno, relatando a relação afeto e cognição delineando uma aprendizagem significativa. O ultimo tópico traz o item onde se verificou a necessidade de um maior envolvimento de alguns professores com a temática desenvolvida, sabendo-se que a afetividade enquanto relação positiva garante a segurança e o apoio emocional para as descobertas das quais as crianças se lançam, em busca do conhecimento do mundo ao seu redor e de si. Por fim, as Considerações Finais e as referências. 2 2 AFETIVIDADE NO ÂMBITO ESCOLAR: alguns paradigmas na educação Nós humanos somos seres históricos, cujos pensamentos e ações mudam constantemente ao longo do tempo. Neste percurso histórico, as mudanças da atual conjuntura educacional exigiram posturas, estratégias e ações complexas e variadas dos docentes, pois, com os novos tempos, são necessárias novas atitudes, frente às novas realidades do mundo contemporâneo (ARRUDA, 2006). A Base Nacional Comum Curricular - BNCC (BRASIL, 2018, p.10) traz uma nova visão e aborda o cuidado como emocional "Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas". Ainda na Base Nacional Comum Curricular – BNCC (BRASIL, 2018) diz que na educação infantil em meio as brincadeiras as crianças, vão expressar sentimentos e reconhecer-se, podendo resolver problemas e ainda lidar com as emoções. Analisando o papel da afetividade na aprendizagem segundo Silva (2013) ela ressalta a relevância do relacionamento afetivo tanto do educando como do educador, é um processo motivador ao se falar de aprendizagem. O pensamento que nasce pela motivação, visa nossos desejos, necessidades e emoções que independe das situações à medida que se aprende os comportamentos vão mudando em relação a visão, ao foco tomando novos rumos (CAETANO,2013). O carinho a atenção e o afeto movem as crianças e também os adultos, mas além do beijo e do abraço, e levando isso para o meio escolar, a ligação e participação do educando, vai além, a preocupação com o seu desempenho como bem estar do aluno, vai gerar laços de afetividade que serão motivadores no processo de ensino aprendizagem (SILVA, 2013). Nesse intento, Saud (2007) nos remete a refletir sobre a necessidade da afetividade durante o processo ensino aprendizagem, e ainda ter um modo novo de ouvir os que os alunos querem dizer, é necessário que os docentes reflitam sobre suas práticas para que aconteçam novas transformações no âmbito escolar, mudando assim a realidade atual em que se encontra a educação contemporânea, onde o educador esteja preparado para o novo, tendo uma postura aberta, construindo relações afetivas com os alunos, a partir da troca de conhecimentos. Saltini(1999) ressalta que o ambiente escolar deve estar preparado para lhe dar com os sentimentos, mais do que só conteúdos, o afetivo entre professores e alunos, na contemporaneidade vem provocando discussão no meio educacional e se tornando desafios da 3 sociedade moderna. Em relação ao envolvimento professor aluno Frozza (2007, p.22) nos diz que A construção e vivência do conhecimento científico, próprios da escola, não acontece num passe de mágica. Essa experiência exige envolvimento intenso de alunos e professores, uma relação que seja ao mesmo tempo afetiva e intelectual. Os estudantes precisam compartilhar significados para que haja interações e inter- relações que possibilitem a ocorrência do processo da aprendizagem com benefícios para ambos. Embora o objetivo da escola seja repassar o conhecimento, não se pode esquecer que as relações afetivas tem tido uma visão diferente, entende que para que o conhecimento seja adquirido deve haver a relação com outros indivíduos, que estão no âmbito escolar, onde encontram os desafios dos quais a escola como uma organização complexa, enfrenta na atualidade, onde deve se preocupar em ser capaz de formar mentes que possam atuar e, se posicionar frente às questões da sociedade (SILVA, 2013). As expressões emocionais vão influenciar na cultura e no processo de aprendizagem, demonstrando como a interação social esta diretamente relacionada na construção do conhecimento e auxilia na interpretação das emoções (DAMÁSIO, 2000). Dessa forma, O professor (educador) obviamente precisa conhecer a criança. Mas deve conhecê-la não apenas na sua estrutura biofisiológica e psicossocial, mas também na sua interioridade afetiva, na sua necessidade de criatura que chora, ri, dorme, sofre, e busca constantemente compreender o mundo que a cerca, bem como o que ela faz ali na escola (SALTINI,1999, p.70). Diante disso, o individuo necessita esta bem emocionalmente para consegui pensar. Visto que o aluno deve se conhecer e saber lidar com suas emoções, podendo obter o controle de suas ações diante de conflitos vividos no âmbito escolar. (SALTINI, 1999). 3. AFETO E COGNIÇÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL De acordo com a Constituição Federal de 1988, em seu artigo 205, reconhece a educação como direito fundamental compartilhado entre, Estado, Família e sociedade ao determinar que: A educação, direito de todos e dever do Estado e da Família. Será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1998, p.10). 4 Sendo necessário que estes alunos sejam preparados a articular a vida escolar com a vida cotidiana, articulando assim o conhecimento escolar com os acontecimentos do dia a dia da criança. De acordo com a Base Nacional Comum Curricular (2017), traz em seu esboço mudanças no currículo nacional, aonde as crianças irão se expressar e participar mediante a construção de competências e habilidades. Diante disso, a LDB 93.94/96, no seu inciso IV do artigo 9, afirma que cabe a união Estabelecer, em colaboração com os estados, o distrito federal e os municípios, competência e diretrizes para a educação infantil, o ensino fundamental e o ensino médio, que nortearão os currículos e seus conteúdos mínimos, de modo a assegurar formação básica comum (BRASIL, 1996, p.10). A criança ao ingressar na Educação Infantil se depara com o primeiro o agente social fora do meio familiar dando inicio da aprendizagem, e para que esse ambiente agradável a criança deve ser bem acolhida, sentir amor e proteção, relações com os demais devem ser positiva, de modo a oportunizar o desenvolvimento físico e psicológico e todos os profissionais que estão diretamente ligado a essa criança devem ter esse perfil acolhedor e protetivo (SILVA, 2013). De acordo com o Rodrigues (2017), todos nascem com suas capacidades, que são afetadas pelo meio, e esse meio fará com que cada potencialidade do individuo se desenvolva. Sendo sua posição teórica, contraria a compreensão do ser humano de forma fragmentada, visto que “em cada idade, a criança constitui um conjunto indissociável e original. Na sucessão de suas idades, ela é um único e mesmo ser em curso de metamorfoses” (WALLON (2007) apud TRAD, 2014, p.27). Para tanto, as crianças passam por etapas de desenvolvimento, sendo estas também do ponto de vista afetivo, que segundo Wallon (1979), até chegarem a fase adulta, onde em cada uma delas, percebe-se a relação do afeto e da cognição, não se distinguindo uma da outra, sendo estas: Estágio impulsivo- emocional (0 a 1 ano), é quando a criança nasce, e ainda não se reconhece no mundo, não sabe controlar suas emoções, se expressam por meio do choro e dos gestos . Estágio sensório-motor e projetivo (1 ano a 3 anos), é quando a criança está desenvolvendo sua fala, desenvolve sua inteligência pratica, e aprende ao sentir certas sensações. Estágio personalismo (3 a 6 anos) é quando a criança trabalha sua personalidade, discorda de adultos, conhece regras e testa seus limites. Estágio categorial (6 a 11 anos) é quando a criança entende seus pensamentos e coloca a razão a cima da emoção, suas emoções são desenvolvidas e estão em processo de maturação, aprendendo a lidar com elas. Estágio 5 puberdade e adolescência (11 anos em diante) é quando a criança se transforma biologicamente, procuram sua identidade, passam a questionar, diante conflitos e frustações. De acordo com Silva (2013) O amor, o acolhimento e a atenção é uma necessidade da criança de característica natural, e nesse processo o professor é a ponte que liga o aluno a aprendizagem, motivando o aluno, e fazendo com que ele interprete o meio ao qual esta inserido, todo bom profissional vai estar preocupado em entender os anseio dessas crianças, independentemente da idade. Nessa perspectiva, Piaget (apud Arantes, 2009, p.48) afirma que papel da afetividade “é funcional na inteligência, ela e a fonte de energia de que a cognição se utiliza para seu funcionamento”. A criança ele chega ao mundo novo onde deve associar ao estímulo novo sobre isso Faria (1998) salienta: [...] A vida afetiva e intelectual são produtos de uma adaptação contínua do organismo, levada a efeito pela equilibração entre a assimilação e a acomodação. Todo e qualquer ato, cognitivo e afetivo, implica uma incorporação de experiências e sentimentos novos aos antigos (assimilação) através de uma transformação das experiências e sentimentos antigos (acomodação). (FARIA, 1998, p. 57). Wallon (1968) defende que a inteligência se desenvolve após a afetividade, para ele a inteligência, surge de dentro da afetividade, e estabelece com ela certas relações de conflitos, talvez seja por isso, que nos interessamos mais a aprender as coisas que gostamos e evitamos aquelas que não se conectam com nossos afetos sendo assim A inteligência logo depois da afetividade nasce de dentro da afetividade e gerando uma situação conflituosa. Para sustentar a inteligência é preciso estimular os afetos. A confiança fortalece a relação entre professor aluno pode acontecer por meio da afetividade, onde o professor se torna medidor de aprendizagem par o aluno, e estabelece um desenvolvimento cognitivo da criança, mas também há motivação em relação ao trabalho docente que passa a ter comportamentos que trazem emoções e sentimentos, auxiliando numa educação o eficaz (CAETANO, 2013). Ainda de acordo com Caetano (2013) O processo educativo efetivo se dá da estreita relação afetiva entre professor e aluno, porem para que a aprendizagem aconteça afetividade serve de base para o intelectual, principalmente em relação ao professor que tende visualizar e atender as necessidades dos alunos, o professor vai desenvolver os aspectos cognitivos eafetivos, pois a afetividade sempre estará presente, desde o planejamento da aula, até o fim de todo processo educativo, utilizando dessas ferramentas para melhorar a relação entre eles, no 6 convivo escolar, que o professor vai estimular e estabilizar o emocional proporcionando uma aprendizagem bem sucedida. Sendo assim, Saltini (1999), enfatiza que a se falar de intelectual e de aprendizagem, devemos destacar todas as relações afetivas Isso porque para se alimentar a inteligência, faz- se necessário mobilizar os afetos. Vale enfatizar que emoção tem como significado, por em movimento, sendo este de dentro para fora, um modo de comunicar estados e necessidades internas que só ocorre quando esta é estimulada através de acontecimentos que as rodeiam e incentivar a aprendizagem, pois as emoções são fonte essencial na aprendizagem, pois, quando gerenciadas de modo sadio, propiciam aprendizagens prazerosas. A sala de aula não deve ser espaço para estar apenas fisicamente à criança, mas também suas emoções e sentimentos, visto que através da emoção, a criança faz a comunicação entre os indivíduos, possibilitando seu desenvolvimento pleno, os tornando sujeitos independentes, ativos e pensantes (WALLON, 1968). E alencando a família como um dos pontos principais na vida escolar dos educandos e em suas emoções, compreende-que a família deve ser aliada no trabalho de desenvolvimento inclusive intelectual da criança, a família é fundamental na formação do indivíduo, mesmo que cada vez mais a escola ocupa grande parte da vida de seus alunos é importante que a escola busque uma parceria com a família, repensando suas práticas pedagógicas para melhor atender a singularidade de seus alunos por meio das emoções. (SALTINI, 1999). Com isso, Wallon (1995) ressalta que o afeto é essencial para todo o funcionamento do nosso corpo, nos dando coragem e motivação, contribuindo assim para nosso desenvolvimento. De acordo com Caetano (2013, p. 21) Estabelecer um vínculo afetivo com o educando é tão necessário quanto aceitar o fato de que além de ser criança, um ser em construção, ele é dotado de sentimentos, necessidades físicas e emocionais. Para adentrar nesse universo infantil, conhecer o estudante é fundamental, bem como respeitá-lo na sua condição humana. Também é necessário levá-la a perceber que o aprendizado é algo prazeroso, e o seu desenvolvimento e socialização é a razão de ser do professor. 3.1 As emoções no processo de ensinar e aprender As situações afetivas vivenciadas na infância estão interligadas na consciência humana, influenciando de maneira negativa ou positiva a relação afetiva entre professor-aluno durante o processo de ensino aprendizagem. Nesse sentido, compreende-se que: 7 No resgate de um passado pleno, o mundo hoje torna-se significativo. Então faz-se necessário adverti-los de que o investimento afetivo nas inúmeras relações, tais como: adulto/criança, professor/aluno, mestre/discípulo, mãe/bebê, construirão não somente o físico deste ser, mas acima de tudo o homem-ser, capaz de inventar, criar, renovar e descobrir (SALTINI, 1997, p. 48). Vygotsky (2001) menciona que somos seres sociais, os quais aprendemos, e o nosso mundo é influenciado pelo ambiente, que gera um bom relacionamento interpessoal entre professor e aluno em sua sala de aula. O professor tem laços afetivos durante o processo de aprender, demostrando boas lembranças de sua infância escolar, podendo se tornar um bom indicador no seu processo de aprendizagem. Vale ressaltar que para Vygotsky (1998) o desenvolvimento do individuo é um processo construído pelas interações das quais se estabelece no contexto histórico e cultural no qual está inserido. Sendo assim, o meio influencia o desenvolvimento dos alunos. A afetividade ganha reconhecimento no processo ensino aprendizagem, quando se estar inteiramente integrado ao lúdico no desenvolvimento humano, a vontade de querer fazer aprender por meio da alegria e do prazer (PAULA, 2010). Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Brasil (1998), o movimento ajuda a criança a externar suas emoções, sentimentos e pensamentos com o auxílio de gestos, de forma que pode ser tido como uma linguagem, que além de comunicar, mobiliza as pessoas pelas trocas afetivas. É perceptível que as demonstrações de afeto na prática pedagógica influenciam no aspecto emocional da criança, não somente na autoestima, distanciando-se da concepção de ensino tradicional, onde o aluno é depósito de conteúdos e da imobilidade de seu corpo. Diante desse contexto, observa-se que são as emoções que unem a criança ao meio social, visto que a convivência social, isto é, o convívio como outro influencia nas ações emotivas, Por isso, a relevância do meio social para a construção dos laços afetivos e, consequentemente, a formação da inteligência (VYGOTSKY, 2004). Sendo assim, entende-se que a linguagem oral, é o mecanismo mais usado pelas professoras para construir relações afetivas, diante do exposto, uma vez que a função primordial da linguagem e a comunicação tem como função realizar o intercâmbio social Sendo assim, os professores necessitam ter conhecimentos e habilidades para perceber e intervir nos conflitos, em diversas situações, tendo que lhe dar com as emoções dos alunos de forma significativa (VYGOTSKY, 2004). 8 Para Lima (2005) na Educação Infantil o professor deve conhecer bem a criança para que possa exercer sua função como de educador, incluindo valorizar e reconhecer os anseios e desejos manifestados nas diversas situações. Observamos é necessário ouvir o aluno, conhecê-lo profundamente, e para que isso aconteça o professor deve refletir constantemente seu papel na construção do conhecimento do aluno diante de toda e qualquer realidade (SILVA, 2013). 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Este artigo traz uma reflexão acerca dos aspectos afetivos durante a construção do conhecimento no processo de ensino aprendizagem, assim como também em torno do desenvolvimento integral dos alunos. Isso porque a emoção potencializa o processo de aprender a aprender. Partindo dos resultados, evidencia-se que todo ser humano necessita de afeto, as situações afetivas vivenciadas no período da infância, se inicia no leito familiar, e se tornam ainda mais importante nos primeiros anos da vida escolar, estas situações se internalizam na consciência humana, podendo ser indicadores de qualidade do processo de desenvolvimento, influenciando de maneira positiva ou negativa e no ambiente escolar isso se evidencia na relação estabelecida entre professor e aluno, é por meio de um bom relacionamento afetivo que o vinculo de confiança vai auxiliar o professor na construção do conhecimento. Vale destacar ainda que a criança não se relaciona apenas com o professor, o bom convívio interpessoal dentro da instituição, servirá de mola motivadora para o bem estar da criança, e a afetividade deve fazer parte desse convívio, para que resultados positivos sejam alcançados na aprendizagem dessas crianças. Nesse contexto, a escola revela-se como lugar de interações sociais intensas e é neste espaço que os alunos desenvolvem suas potencialidades, por isso as respostas, as perguntas, as dúvidas, são responsabilidade da ação docente e são essências para motivarem as crianças a se sentirem acolhidas em suas necessidades, compreendemos que essas crianças procuram por diversas vezes o professor para suprir suas necessidades afetivas, diante disso o professor deverá ser capaz de acolhe-lo e influenciá-lo para que essas necessidades não interfiram n seu aprendizado. Nessa perspectiva, na realização deste trabalho demonstra a dimensão humana e a necessidade de uma educação pautada no amor e no respeito ao educando, na qual exigem do educador, competência, sensibilidade e humanidade em sua prática, sendo necessárioque a 9 afetividade seja fator determinante na sala de aula, de modo que os alunos sejam compreendidos, aceitos e respeitados, mediante uma prática que valorize os momentos diálogos, a fim de superar os desafios. Conclui-se com a pesquisa que há uma boa compreensão na necessidade de mudanças em relação a afetividade por parte de alguns docentes, sendo este a minoria, pois, nem todos estão dispostos a envolver-se, não percebendo que sua relação afetiva com os alunos esta diretamente ligado a aprendizagem dessas crianças. Diante de tudo isso, percebe-se a difícil tarefa do educador, que deve buscar o novo, se preocupando mais com a educação afetiva das crianças, pois, o afeto estimula a aprendizagem, se tornando assim desafiador para os profissionais que compõe a educação. Sabemos que os relacionamentos nem sempre são de paz e tranquilidade, os sentimentos como tristeza, raiva, medo, ansiedade, fazem parte das interações sociais, e sempre estarão presentes em sala de aula, e profissional de educação se preocupa em trabalhar a ansiedade e insegurança, pois estes vão influenciar de forma negativa no processo de aprendizagem (TASSONI, 2019). Para tanto, é fundamental que o professor conheça as ligações afetivas, que dá sustentação ao relacionamento da criança com o mundo à sua volta, de modo a entender também que as respostas dadas por elas dependem do tipo de acolhida afetiva que ela recebe dos adultos, uma vez que os motivos que as crianças têm para aprender são os mesmos que tem para viver, visto que não se dissociam a aprendizagem da formação física, motora, afetiva e psicológica. Cabe ao educador compreender sua função de ligar a afetividade e a inteligência, pois estes são indissociáveis ao processo de aprender e ensinar, mediante ao direcionamento de caminhos para que o aluno seja um sujeito autônomo e independente, haja vista que este é um sujeito integral. A afetividade permite que as crianças demonstrem seus sentimentos e emoções, o que irá favorecer aos professores conhecê-los melhor, facilitando seu ensino aprendizagem, onde o aluno mediado pelo professor irá se perceber, desenvolvendo sua personalidade e, em especial, compreendendo o meio em que vive. REFERÊNCIAS ARRUDA, Maria Lúcia de. História da Educação e da Pedagogia: geral e do Brasil. 3.ed. São Paulo: Moderna, 2006. 10 BRASIL, Ministério da Educação e do desporto. Referencial Curricular Nacional para a e Educação infantil. Brasília: MEC/ SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf. Acesso em: 16 maio 2020. BRASIL, Ministério da Educação e do desporto. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, MEC, 2018. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 28 mai. 2020. BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil.(1988). Brasília DF: Senado Federal, 1988. Disponível em: https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf. Acesso em: 20 maio 2020. BRASIL, Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução aos Parâmetros Curriculares/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília MEC/SEF, 1997. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf. Acesso em: 20 maio 2020. CAETANO, Leandra de Aguiar. A importância da afetividade docente para o desenvolvimento cognitivo de educandos das séries iniciais do ensino fundamental. 2013. Disponível em: http://repositorio.roca.utfpr.edu.br/jspui/bitstream/1/4323/1/MD_EDUMTE_2014_2_49.pdf. Acesso em: 20 maio 2020. FARIA, A. R. Desenvolvimento da criança e do adolescente segundo Piaget. 4. ed. São Paulo: Ática, 1998. LIMA, E. A. de. Infância e teoria histórico-cultural: (des)encontros da teoria e prática. 2005. 261f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2005. PAULA, Sandra Regina de. Afetividade Na Aprendizagem. 2010. Revista Eletrônica Saberes da Educação – Volume 1 – nº 1. Disponível em: http://docs.uninove.br/arte/fac/publicacoes/pdfs/sandra.pdf. Acesso em: 18 maio 2020. PIAGET, apud Arantes Afetividade e cognição. Rompendo a dicotomia na educação, 2009 . RODRIGUES FLORENCIO, Bruna Katielli. AFETIVIDADE E APRENDIZAGEM: CONTRIBUIÇÕES DE HENRI WALLON. Revista do Seminário de Educação de Cruz Alta - RS, [S.l.], v. 5, n. 1, p. 405-406, oct. 2017. ISSN 2595-1386. Disponível em: http://www.exatasnaweb.com.br/revista/index.php/anais/article/view/234. Acesso em: 13 may 2020. SALTINI, Cláudio J.P. Afetividade e inteligência. Rio de Janeiro: DPA, 1997. SAUD, Cláudia Maria Labinas Racon. A palavra, as crianças: Os sentimentos de alunos e alunos da 1° série do Ensino Fundamental. 2007. . Disponível em: https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16116. Acesso em: 18 maio 2020. http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume2.pdf https://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/518231/CF88_Livro_EC91_2016.pdf http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/livro01.pdf http://www.exatasnaweb.com.br/revista/index.php/anais/article/view/234 https://tede2.pucsp.br/handle/handle/16116 11 TASSONI., Elvira Cristina Martins. Afetividade e aprendizagem: a relação professor- aluno. 2019. 23 f. TCC (Graduação) - Curso de Pedagogia, Universidade Estadual de Campinas., São Paulo, 2019. Disponível em: http://23reuniao.anped.org.br/textos/2019t.PDF. Acesso em: 18 maio 2020. TRAD, Mansur Marcos. A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE PARA PROMOVER UMA MELHOR APRENDIZAGEM DA CRIANÇA SEGUNDO A TEORIA DE WALLON. Revista Psicfae, Curitiba, v. 3, n. 3, p. 25-31, maio 2014. Disponível em: https://revistapsicofae.fae.edu/psico/article/download/4/4. Acesso em: 10 maio 2020. VYGOTSKY, L.S. a teoria de método em psicologia. São Paulo, Martins Fontes, 1996. VYGOTSKY, L.S. Psicologia pedagógica. São Paulo, Martins Fontes, 2001. Disponível em: https://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/download/2155/toassa.. Acesso em: 10 maio 2020. VYGOTSKY, L.S A formação social da mente. 6ª edição, São Paulo Martins Fontes, 1998. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3317710/mod_resource/content/2/A%20formacao% 20social%20da%20mente.pdf. Acesso em: 18 maio 2020. VYGOTSKY, L.S. Pensamentos e linguagem, 2ª edição São Paulo: Martins Fontes, 2004. Disponível em: https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2477794/mod_resource/content/1/A%20construcao %20do%20pensamento%20e%20da%20linguagem.pdf. Acesso em: 12 maio 2020. WALLON, H. A evolução da psicologia da criança. Lisboa, edições 70, 1995. WALLON, H.. A evolução psicológica da criança. Portugal: edições 70,1968. https://revista.fct.unesp.br/index.php/Nuances/article/download/2155/toassa https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3317710/mod_resource/content/2/A%20formacao%20social%20da%20mente.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3317710/mod_resource/content/2/A%20formacao%20social%20da%20mente.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2477794/mod_resource/content/1/A%20construcao%20do%20pensamento%20e%20da%20linguagem.pdf https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/2477794/mod_resource/content/1/A%20construcao%20do%20pensamento%20e%20da%20linguagem.pdf
Compartilhar