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Dietoterapia III

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Dietoterapia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Me. Amanda José Pereira do Nascimento
Revisão Textual:
Prof.ª Me. Sandra Regina Fonseca Moreira
Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
• Introdução;
• Doenças da Cavidade Oral;
• Doenças do Esôfago;
• Doenças do Estômago;
• Doenças dos Intestinos;
• Doenças das Glândulas Anexas.
• Identifi car as alterações fi siopatológicas, tratamento e conduta dietoterápica nas princi-
pais patologias abordadas, para prescrição e elaboração de dietas adequadas.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Terapia Nutricional nas Doenças
do Aparelho Digestório
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
Introdução
Nesta unidade, veremos algumas das principais doenças que acometem o Siste-
ma Digestório Humano. 
Para que o seu estudo seja proveitoso, é necessário rever os conhecimentos que 
se referem à fisiologia e à fisiopatologia do Sistema Digestório. 
Figura 1 – Sistema Digestório Humano
Fonte: Getty Images
Doenças da Cavidade Oral
Cáries 
A cárie dental é a desmineralização do esmalte dental provocada pela ação de 
ácidos que são produtos da fermentação de bactérias. 
As cáries podem ocorrer em qualquer superfície do dente e são vários os fatores 
que levam ao seu desenvolvimento: suscetibilidade do hospedeiro portador ou da 
superfície do dente, micro-organismos como o Streptococcus ou Lactobacillus na 
placa dental ou na cavidade oral, dieta com carboidratos fermentáveis e tempo de 
duração na boca para a bactéria metabolizar os carboidratos fermentáveis, produzir 
ácidos e causar uma redução no pH salivar para menos de 5,5. (RADLER, 2012; 
CARDOSO et al., 2017)
Uma vez que o pH está ácido, a bactéria oral pode iniciar o processo de des-
mineralização.
8
9
Figura 2 – Cárie dental em adultos
Fonte: Getty Images
A cárie de mamadeira ocorre na dentição decídua (conhecida popularmente 
como dente de leite), especificamente nos dentes maxilares anteriores de bebês 
e crianças que usam mamadeiras com alimentos açucarados enquanto dormem. 
(REZENDE et al., 2014) 
As cáries na primeira infância ocorrem após o uso prolongado de mamadeira, 
especialmente à noite, de sucos, leite, fórmulas ou outras bebidas adocicadas, higie-
ne oral precária e falta de escovação diária dos dentes. (RADLER, 2012)
Figura 3 – Cárie dental em crianças.
Fonte: Getty Images
Dietoterapia
São recomendações nutricionais para a prevenção da cárie (GUMBREVICIUS, 
2018; RADLER, 2012; SILVA, 2007):
• Diminuir a sacarose e os amidos cozidos e pegajosos, bem como a frequência 
de lanches e a duração do tempo de exposição;
• O consumo de gomas de mascar e pastilhas com xilitol é recomendado como 
medida anticariogênica;
9
UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
• As frutas, quando ingeridas com as refeições, diminuem seu potencial cariogênico;
• Em relação à cárie de mamadeira, deve-se realizar a exclusão da oferta da 
mamadeira durante a noite, modificando a frequência e o conteúdo das mama-
deiras oferecidas durante o dia. As crianças e os bebês não devem dormir com 
a mamadeira na boca. A higiene dos dentes e da gengiva deve ser realizada 
com gaze após cada mamada;
• As refeições intermediárias devem incluir alimentos cariostáticos e, quando 
ofertados alimentos cariogênicos, deve ser efetuada a escovação ou o enxague 
bucal após o consumo.
Alimentos cariogênicos são aqueles que contêm carboidratos fermentáveis que, 
quando em contato com micro-organismos na boca, podem causar uma redução no 
pH salivar para 5,5 ou menos e ativar o processo de desenvolvimento das cáries. 
Evitar alimentos ricos em carboidratos, principalmente refinados (açúcar e doces). 
Os caramelos são muito agressivos em função da sua aderência na superfície dental.
Alimentos cariostáticos não contribuem para formação da cárie, não são meta-
bolizados por micro-organismos na placa e não causam redução no pH salivar para 
5,5. As proteínas como peixes, ovos, frango e carne vermelha são consideradas 
alimentos cariostáticos. Já os lipídios formam uma película oleosa como cobertura 
da superfície dental impedindo a formação da cárie.
Alimentos anticariogênicos são aqueles que impedem que a placa reconheça 
um alimento acidogênico logo que é ingerido. O leite e o queijo possuem em sua 
constituição fatores com propriedades anticariogênicas como o cálcio, o fósforo e 
a caseína. Eles estimulam a produção de saliva, que inibe a formação da placa bac-
teriana e impede a queda do pH da saliva, vez que têm um potencial tamponante.
A fluoretação da água ou o uso de pastas de dente suplementadas com flúor 
estão associados a uma queda significativa das taxas de incidência das cáries den-
tárias. (HEIMBURGER, 2016)
As informações educacionais quanto aos efeitos positivos de hábitos de higiene 
oral, alimentação saudável e equilibrada devem sempre ser divulgadas em todas as 
fases da vida.
Importante!
O xilitol, que é utilizado como substituto do açúcar, é considerado anticariogênico porque 
as bactérias não conseguem metabolizar os carboidratos que contêm cinco carbonos, 
da mesma forma que metabolizam os carboidratos de seis carbonos, como a glicose, a 
sacarose e a frutose. (RADLER, 2012)
Você Sabia?
10
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Afta/Candidíase oral/Herpes/Periodontite
Afta
A aftas se caracterizam por apresentar lesões abertas, esbranquiçadas, com bor-
das vermelhas, dolorosas, que aparecem na superfície da mucosa bucal, na língua, 
no lábio interno, na bochecha, no céu da boca e, raramente, na região da garganta. 
A etiologia é indefinida, mas alguns fatores são citados, como por exemplo, trauma, 
ansiedade/estresse, determinados alimentos e alterações hormonais. (MINISTÉRIO 
DA SAÚDE, 2015; PILZ; CARRARD, [s. d.])
Figura 4 – Lesão por afta em lábio inferior
Fonte: Getty Images
Candidíase oral
A candidíase oral, também conhecida como “sapinho”, é uma infeção fúngica 
causada por espécies Candida spp. (em especial, a Candida albicans), que está 
presente na microbiota oral de indivíduos saudáveis. Uma variedade de fatores sistê-
micos e locais pode causar um crescimento excessivo de espécies de Candida spp. 
na mucosa oral, originandoa candidíase oral. Dentre eles, estão os nutricionais, 
como dieta rica em carboidratos, deficiente em ferro, folato e/ou vitamina B12. 
(PLAS, 2016)
Figura 5 – Infecção fúngica por Candida albicans (Candidíase Oral)
Fonte: Wikimedia Commons
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UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
Herpes
O herpes é uma infecção causada pelo Herpes simplex virus. As localizações 
mais frequentes são os lábios e a região genital, contudo, o herpes pode aparecer 
em qualquer lugar da pele. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011) 
As infecções orais causadas pelo herpes simples e a candidíase oral podem re-
sultar em lesões orais dolorosas que comprometem o desejo e a capacidade de se 
alimentar. (TOUGER-DECKER; RADLER e DEPAOLA, 2016)
A L-lisina tem como funções a reparação de tecidos, pois estimula o crescimento 
enquanto participa da síntese de hormônios, produção de anticorpos, reduzindo o ciclo 
da lesão média 49%, resultando no aumento da ingestão de lisina e isso contribui para 
o controle do herpes labial recorrente. (PEDRAZINI; ARAÚJO; MONTALLI, 2018)
Figura 6 – Manifestação de Herpes em lábio inferior
Fonte: Getty Images
Periodontite 
As doenças periodontais consistem em processos inflamatórios de origem infec-
ciosa que acometem os tecidos gengivais, chamadas gengivites, e/ou os tecidos de 
suporte dos dentes, chamadas periodontites. (BARDAUIL, [s.d.])
A periodontite também pode ser definida como doença inflamatória crônica 
multifatorial associada com biofilme disbiótico e caracterizada pela destruição pro-
gressiva do aparato de inserção dental. (STEFFENS; MARCANTONIO, 2018)
A falta de vitamina C, de folato e de zinco aumenta a permeabilidade da barreira 
gengival no sulco gengival, contribuindo para a suscetibilidade a doenças periodon-
tais. A deterioração grave da gengiva é observada em indivíduos com escorbuto ou 
deficiência em vitamina C. (RADLER, 2012)
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Figura 7 – Apresenta processo infl amatório dos tecidos
de suporte do dente chamados periodontites
Fonte: Getty Images
Dietoterapia 
Abaixo serão descritas as orientações nutricionais para Afta, Candidíase oral, Herpes 
e Periodontite. (TOUGER-DECKER; RADLER; DEPAOLA, 2016; RADLER, 2012; 
GAMES, MARQUES, 2012; ESCOTT-STUMP, 2011; PEDRAZINI et al., 2007)
Afta
• Suplementar a dieta com vitamina C, proteínas e calorias para acelerar o pro-
cesso de cicatrização;
• O uso de canudo pode ajudar;
• Cortar ou moer as carnes e vegetais;
• Evitar alimentos secos como pães, biscoitos, torradas, hortaliças e frutas cruas.
Candidíase oral
• Controlar o consumo de carboidratos;
• Ingerir alimentos ricos em ferro, vitamina B12 e folato, como: carne bovina, 
ovos, peixe, fígado, leite, laticínios, vegetais folhosos verdes etc.
Herpes
• Consumir alimentos ricos em lisina para prevenção de indivíduos portadores 
do vírus, como peixe, leite, carne, queijo, soja, ovo e levedura de cerveja;
• Evitar alimentos que contenham o aminoácido arginina, como nozes, gelatina, 
chocolate, passas e pipoca, pois desencadeiam o reaparecimento do herpes labial.
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UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
Periodontite
• Garantir a ingestão adequada de cálcio, proteína, zinco, fósforo, vitamina C, 
fluoreto e vitamina A. Necessário suplementar com polivitamínico e mineral;
• Incluir alimentos ricos em antioxidantes.
Orientações Gerais
• Adaptar a consistência e a temperatura da dieta conforme a tolerância do paciente;
• Evitar bebidas gaseificas, alimentos ácidos ou azedos, alimentos salgados e 
condimentos, pois podem causar dor;
• Fracionamento de 6 a 8 refeições pequenas e frequentes seguidas de enxágue 
com água morna ou escovação auxiliam na redução do risco de cáries dentárias;
• Suplementos orais com alto teor de caloria e proteína em forma líquida ou de 
pudim podem ser necessários para suprir as necessidades nutricionais e otimi-
zar a cura. 
Doenças do Esôfago 
O Esôfago é um tubo que conduz o bolo alimentar até o estômago. Algumas 
patologias podem acometer o esôfago, tais como acalasia, refluxo gastrointestinal e 
esofagite. Algumas dessas doenças serão objetos de estudo desta unidade. (GAMES; 
MARQUES, 2012; CARUSO, 2014; SANTOS, 2015)
Acalásia
Também chamada de dissinergia esofágica, é um distúrbio de motilidade do 
esôfago inferior. Há uma diminuição na inervação, levando à falência do Esfíncter 
Esofágico Inferior (EEI) para relaxar e abrir durante a deglutição, resultando em 
disfagia ou dificuldade de deglutição.
Sintomatologia
• O alimento fica impossibilitado de entrar no estômago e distende a porção 
inferior do esôfago, causando, principalmente, disfagia e dor;
• Regurgitamento;
• Pirose;
• Perda de peso.
Disfagia: é a dificuldade na deglutição;
Pirose: refere-se à azia (queimação);
Regurgitamento: é o ato de expulsar o conteúdo gástrico por vômito ou refluxo. 
Ex
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or
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Dietoterapia 
• Adaptar a consistência da dieta conforme o grau de disfagia (sendo necessário 
dieta líquida, leve ou pastosa);
• Adaptar a temperatura à morna ou ambiente na presença de esofagite;
• Dieta hipercalórica e hiperproteica, sem irritantes gástricos e sem ácidos;
• Nutrição enteral quando houver disfagia a líquidos;
• Evitar sucos e frutas ácidas, condimentos, especiarias picantes etc.;
• Não deitar após as refeições e, em casos de pacientes acamados, mantê-los em 
decúbito elevado;
• Fracionar as refeições em pequenos volumes.
Refluxo Gastroesofágico e Esofagite 
Refluxo Gastroesofágico (RGE)
Diminuição na pressão do EEI, que não se contrai adequadamente após a pas-
sagem dos alimentos para o estômago, permitindo o retorno do conteúdo gástrico. 
Pode ser secundário à ascite, à obesidade ou à gestação, por aumentar a pressão 
intra-abdominal.
Esofagite
Inflamação da mucosa esofágica, decorrente do refluxo do conteúdo ácido gástrico.
Sintomatologia 
• Perda de peso;
• Dispepsia;
• Pirose;
• Regurgitamento;
• Odinofagia; 
• Tosse crônica;
• Rouquidão.
Dispepsia: refere-se à dificuldade na digestão;
Odinofagia: refere-se à dor após a deglutição. E
xp
lo
r
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UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
Dietoterapia 
• Hipolipídica (< 20% do Valor Energético Total), acelerando o esvaziamen-
to gástrico;
• Na presença de obesidade, planejar um plano alimentar para perda de peso;
• Evitar alimentos gordurosos, vez que a colecistocinina (CCK) é responsável 
pela diminuição da pressão do EEI;
• Geralmente, a consistência deve ser leve, pastosa ou branda. Na fase aguda, 
deve-se manter a consistência líquida ou semilíquida, podendo evoluir até a 
geral (quando da melhora da disfagia);
• A temperatura deve ser morna ou ambiente;
• Evitar ingerir líquidos nas refeições principais;
• Excluir: café, mate, chá preto, bebidas alcoólicas, chocolate, hortelã, alimentos 
picantes (diminuem a pressão do EEI, facilitando seu relaxamento);
• Excluir: sucos e frutas ácidas, tomate, consomê (alto teor de purinas estimula 
a secreção ácida);
• As mães de lactentes com RGE devem ser estimuladas a amamentar e orien-
tadas a realizar técnicas e posturas adequadas no momento da amamentação 
para evitar a deglutição excessiva de ar e permitir eructação pós-prandial;
• Fracionada de 6 a 10 refeições, proporcionando redução do volume da dieta.
Recomendações gerais: 
• Não comer antes de dormir;
• Comer em posição ereta;
• Não deitar após a refeição;
• Não usar roupas e acessórios apertados;
• Manter a cabeceira da cama elevada.
Importante!
Hérnia de Hiato: Protusão de uma porção do estômago para dentro do tórax através do 
hiato esofágico do diafragma. Por alterar a anatomia esôfago gástrica, apresenta forte 
associação com a esofagite. Uma dieta hiperproteica é indicada, pois aumenta a pressão 
do EEI, mantendo-o contraído e evitando o refluxo.
Importante!
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Doenças do Estômago 
O estômago poderá apresentar lesões nas camadas superficiais e profundas 
das mucosas, o que resultará em doenças, como a gastrite e úlcera. A seguir, 
destacaremosa gastrite aguda e crônica e também a úlcera péptica. (KRENITSKY; 
DECHE, 2012; GAMES; MARQUES, 2012; CARUSO, 2014; SANTOS, 2015; 
GUMBREVICIUS, 2018)
Gastrite Aguda e Crônica
A gastrite aguda consiste na inflamação repentina e violenta que ocorre na 
mucosa gástrica, tem curta duração e, normalmente, some sem deixar sequelas. 
Pode ser desencadeada por sensibilidade à certos alimentos, medicamentos (ácido 
acetilsalicílico, anti-inflamatórios, alguns antibióticos, entre outros), etilismo e taba-
gismo, comer rapidamente, estresse etc. 
A gastrite crônica é a atrofia crônica e progressiva da mucosa gástrica, com ou 
sem infecção pela bactéria Helicobacter pylori. Esse micro-organismo é responsá-
vel pela maioria dos casos de inflamação crônica da mucosa gástrica e úlcera pépti-
ca, câncer de estômago e gastrite atrófica, resultando em acloridria e perda de fator 
intrínseco. Na ingestão desse micro-organismo, a gastrite se desenvolve mesmo em 
pessoas sadias e sua erradicação se dá pelo uso de antibióticos. 
Gastrite Atrófica: resulta na inflamação crônica com deterioração da membrana mucosa e 
nas glândulas do estômago.Ex
pl
or
Sintomatologia
Os sintomas da gastrite aguda são: odinofagia, náuseas, vômitos, pirose, dispep-
sia, hemorragia digestiva alta, perda de apetite, saciedade precoce e consequente 
perda de peso.
Dietoterapia
• Hipogordurosa, sem irritantes gástricos (pimenta malagueta em pó, cebolas, 
alho e pimenta-do-reino, café, chá mate, chá preto, chocolate) e ácidos;
• Jejum no caso de hemorragia e observação da evolução clínica;
• Iniciar com dieta de consistência macia (dieta líquida – hemorrágica) branda 
ou geral;
17
UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
• É indicado aumentar o consumo de fibras alimentares (vegetais, em geral), que 
agem como efeito tampão, pois diminuem a concentração de ácidos biliares 
no estômago; 
• Condimentados, flatulentos, café e álcool devem ser evitados por um período, 
pois aumentam a secreção de suco gástrico;
• Acompanhar a tolerância e a aceitação da dieta;
• Fracionar em 4 a 5 refeições;
• Comer devagar, calmamente, mastigando bem os alimentos;
• Acompanhar a tolerância e aceitação da dieta.
Importante!
Que não seria necessário evitar as frutas ácidas, pois não existe nenhuma fruta mais 
ácida que o estômago (aproximadamente pH 2). Contudo, a tolerância dos pacientes 
deve ser levada em consideração, visto que alguns relatam dispepsia após consumir 
alimentos cítricos.
Você Sabia?
Úlcera péptica
Erosões através da camada muscular da mucosa para a submucosa ou camada 
muscular. A causa mais comum é a infecção por Helicobacter pylori. O estresse 
pode levar a comportamentos que aumentam o risco de úlcera péptica.
Sintomatologia 
Os sintomas da úlcera péptica são: hemorragia, melena, pirose, epigastralgia, 
perfurações da mucosa e da musculatura. As úlceras pépticas também podem 
se assintomáticas.
Melena: na eliminação de fezes, devido à presença de sangue decorrente de hemorragia 
digestiva;
Epigastralgia: dor na região do estômago.
Ex
pl
or
Dietoterapia
• Jejum no caso de hemorragia e observação da evolução clínica.
• Iniciar com dieta de consistência macia (dieta líquida – hemorrágica) branda 
ou geral;
• Hipogordurosa, sem irritantes gástricos (pimenta malagueta em pó, cebolas, 
alho e pimenta-do-reino, café, chá mate, chá preto, chocolate) e ácidos;
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• Excluir os estimulantes e irritantes gástricos, tais como pimenta malagueta em 
pó, cebolas, alho e pimenta-do-reino, café, chá mate, chá preto, chocolate;
• Aumentar a ingestão de ácidos graxos do tipo n-3 e n-6, pois podem apresen-
tar efeito protetor;
• Acompanhar a tolerância e a aceitação da dieta.
Doenças dos Intestinos 
Neste tópico, abordaremos as doenças que acometem tanto o intestino delgado 
como o grosso, tais como: Doenças Inflamatórias Intestinais, Doença de Crohn, 
Doença Diverticular, Obstipação intestinal e Diarreia. (COPPINI, 2009; DECHE; 
KRENITSKY, 2012; CARUSO, 2014; MARANHÃO; VIEIRA; CAMPOS, 2015; 
CHEUCZUK et al., 2016)
Doenças Inflamatórias Intestinais (DIIs)
As DIIs são doenças crônicas, que acometem o trato digestório, sendo as duas 
formas mais comuns de apresentação a Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI) e 
a Doença de Crohn (DC). 
Ambas são de causas desconhecidas e se manifestam clinicamente com quadros 
que podem se estender por anos e décadas, com diarreia de evolução prolongada 
e que ocorre de forma recorrente.
Retocolite Ulcerativa Inespecífica (RCUI)
Na RCUI, a inflamação é delimitada à mucosa e à submucosa da parede do Trato 
Gastrointestinal (TGI), restrita ao cólon e ao reto, ocorrendo de forma contínua.
O sintoma mais comum da RCUI é a diarreia sanguinolenta. A dor abdominal e 
a perda de peso (podendo levar à desnutrição) também são frequentes.
Doença de Crohn (DC)
A DC é uma doença inflamatória também de caráter granulomatoso, podendo 
afetar qualquer parte do trato alimentar, desde a boca até o ânus, mas envolve o 
íleo terminal e o cólon.
Os sintomas da DC são: diarreia, dor abdominal, estenose e perda de peso (po-
dendo levar à desnutrição), quadros de urgência e incontinência fecal.
Dietoterapia nas DIIs 
• 1,3 a 1,5 g (até 2g para desnutridos) Kg de peso ideal/dia de proteína;
• Hipolipídica (< 20% das calorias).
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UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
Fase aguda
• Via de administração da dieta: enteral e parenteral;
• Isenta de lactose (diminuição da lactase e intolerância). A lactase é uma enzima 
de frágil inserção na mucosa intestinal e seus níveis podem estar diminuídos na 
diarreia, havendo intolerância;
• Evitar soluções hiperosmolares (mono e dissacarídeos);
• Rica em fibras solúveis (por ação das bactérias que formam AGCC, fonte de 
energia para as células intestinais) e pobre em insolúveis (diarreia);
• Podem ser prescritos suplementos de vitaminas: ácido fólico, vitamina B6 e 
B12, zinco, potássio, selênio e minerais (por causa da má digestão, má absor-
ção, diarreia, interações fármaco-nutriente ou ingestão inadequada).
Fase de remissão
• Via de administração: oral;
• Antifermentativa;
• Evoluir progressivamente o teor de fibras insolúveis.
Nutrientes específicos:
• Arginina e glutamina: melhora da resposta imunológica;
• Ácido graxo ômega 3 (RCII): diminui a resposta inflamatória (3 a 5g/dia);
• O uso de probióticos pode ser uma estratégia que contribui para o aumento 
do tempo de remissão da doença, visto que atua na homeostase da microbiota 
intestinal, prevenindo o crescimento excessivo de bactérias. Não há consenso 
em relação às recomendações. Não é indicado na fase ativa da doença.
Doença Diverticular 
A diverticulose é uma situação de herniações semelhantes a sacos (divertículos) 
da parede colônica devido à obstipação intestinal.
A diverticulite é uma doença inflamatória benigna e considerada endêmica, além 
de apresentar boa resposta ao tratamento clínico e bom prognóstico para a maioria 
dos casos. 
O sedentarismo também pode contribuir para o desenvolvimento dessa doença.
Sintomatologia 
A diverticulite não apresenta sintomas, permanecendo, assim, ao longo de toda 
a vida. Algumas pessoas podem apresentar um pequeno sangramento nas fezes, 
cólica intermitente, obstipação, distensão abdominal, desconforto no abdômen in-
ferior de forma contínua e a sensação de esvaziamento incompleto do reto. 
Algumas vezes, a obstipação é alternante, ocorrendo também a diarreia. 
20
21
Dietoterapia 
• Consistência: dieta leve e até líquida pode ser necessária para a evolução do 
quadro por 72 horas;
• Dieta rica em fibras, devendo aumentar gradualmente a ingestão de fibras, 
pois pode causar inchaço ou gases. Ainda não existe uma quantidade ideal de 
fibras, mas se estima que um consumo de 10 a 20g por dia ou uma média de 
25g/dia para mulheres adultas e de 38g/dia para homens seria importante 
para prevenir e tratar a doença; 
• Consumir: verduras, legumes, frutas, cereais integrais e outrosalimentos ricos 
em fibras. Ingerir água também é fundamental para o melhor aproveitamento 
das fibras;
• A suplementação com psyllium e metilcelulose apresenta bons resultados;
• Oferta hídrica: 2 a 3 litros diariamente;
• Mastigar bem os alimentos.
Uma dieta rica em fibras e pobre em gorduras e carne vermelha diminui os riscos
de diverticulite.Ex
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Obstipação Intestinal 
Também conhecida como Constipação Intestinal, a obstipação é uma alteração 
do trânsito intestinal, mais especificamente do intestino grosso. As causas são di-
versas, como falta de exercícios, ingestão inadequada de fibras, desconsideração da 
vontade de defecar, hipotireoidismo, síndrome intestinal por narcóticos, gravidez etc. 
Em adultos, o peso normal das fezes é de aproximadamente 100g a 200g por 
dia. A frequência normal pode variar de uma a três evacuações ao dia, a cada 3 dias. 
O tempo de trânsito normal pelo TGI varia de aproximadamente 18 a 48 horas.
Sintomatologia
Os sintomas mais comuns são fezes endurecidas, diminuição do número de 
evacuações e esforço à defecação.
Dietoterapia 
• Dieta Laxativa;
• A recomendação dietética de fibras pode variar de 14g/dia por 1000kcal ou 25g 
por dia em mulheres adultas e 38g para homens, crianças, 19g a 25g por dia;
• Oferta hídrica: no mínimo 8 copos/dia de líquidos (água, sucos e outros); 
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UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
• Incluir: farelo de trigo, aveia, cereais e grãos integrais, ameixa preta e FOS (fru-
to – oligossacarídios), pois apresentam efeito prebiótico (alho, cebola, banana, 
tomate, alcachofra, chicória, aspargos etc.)
Diarreia 
Diarreia pode ser definida como o aumento da frequência de evacuações (> 3 ve-
zes/ dia), eliminado fezes semipastosas ou líquidas (geralmente superiores a 300ml), 
acompanhada de perda excessiva de líquidos e eletrólitos, como o sódio e o potássio.
Sintomatologia
Os principais sintomas da diarreia são: dor abdominal e falta de controle na eva-
cuação.
Dietoterapia
• Dieta obstipante e sem resíduos;
• Dieta antifermentativa;
• Oferta hídrica: no mínimo 8 copos dia de líquidos (água, sucos e outros). Água 
de coco é interessante para repor o potássio, bebidas isotônicas também;
• Oferta de fibra solúvel e evitar fibras insolúveis;
• Fase remissão: utilizar probióticos.
Doenças das Glândulas Anexas 
As glândulas anexas são extremamente importantes para o processo de digestão 
dos alimentos. Estudaremos algumas patologias que se manifestam nas glândulas 
anexas do sistema digestório. (SBNPE, 2011; HASSE; MATARESE, 2012; JESUS 
et al., 2014; BITTENCOURT; ZOLLINGER; LOPES, 2017; STRAUSS; SILVA, [s.d.])
Hepatite
A hepatite pode ser definida como uma inflamação que acomete o parênquima 
hepático, podendo ocorrer de forma aguda ou crônica (mais que 6 meses) e evoluir 
para cirrose hepática e câncer de fígado. 
As causas são diversas, como vírus, toxinas, parasitas protozoários e helmintos, 
ou drogas, mas a sua maior causa de hepatite é a alcoólica. Em relação aos vírus, 
os Vírus A e E são de transmissão oro-fecal (água e alimentos) e os Vírus B, C e D 
são transmitidos por sangue (transfusão, agulhas contaminadas) e contato sexual 
(sêmen e saliva).
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Sintomatologia 
Os principais sintomas da hepatite são: anorexia, mal-estar, náuseas, vômitos, 
diarreia, fraqueza, perda de peso, icterícia, hepatomegalia, colúria e acolia fecal.
Colúria: é o escurecimento da urina;
Acolia: se refere às fezes esbranquiçadas.E
xp
lo
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Dietoterapia
Hepatite aguda ou crônica
• Necessidades Energéticas: 30 a 40Kcal/Kg/dia;
• Proteína: 1,0 a 1,5g/Kg/dia;
• Carboidrato: 67 a 80 % do VET;
• Lipídios: 20 a 33% do VET.
Cirrose compensada 
• Necessidades Energéticas: 30 a 40Kcal/Kg/dia;
• Proteína: 1,0 a 1,5 g/Kg/dia;
• Carboidrato: 67 a 80 % do VET;
• Lipídios: 20 a 33% do VET.
Cirrose descompensada, complicada e com desnutrição
• Necessidades energéticas: 25 a 40Kcal/Kg/dia;
• Proteína: 1,5 a 1,8 g/Kg/dia;
• Carboidrato: 67 a 80 % do VET;
• Lipídios: 20 a 33% do VET.
• Incluir alimentos como castanhas, nozes, brócolis, cebola, alho, cereais inte-
grais, peixes e frutos do mar ricos em zinco, selênio e ácidos ômega-3. Esses 
alimentos podem reduzir a incidência de hepatite.
Quando o tecido do fígado é destruído e reposto por fibras inativas de tecido conjuntivo, 
perdendo suas funções, tem-se a Cirrose Hepática. Ex
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UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
Esteatose Hepática
Esteatose hepática é o acúmulo de gordura dentro dos hepatócitos. A morfologia 
e o tamanho das vesículas caracterizam o acúmulo de gordura como um processo 
agudo ou crônico. A esteatose hepática é reversível com abstinência do álcool. Se 
o abuso de álcool continuar, a cirrose pode se desenvolver.
• Esteatose Hepática Não Alcoólica (EHNA): Pode ocorrer associada a di-
versas condições clínicas, como diabetes, obesidade, rápida perda de peso 
e hiperlipidemia;
• Esteatose Hepática Alcoólica (EHA): Pode ocorrer em pessoas que fazem 
consumo constante de bebidas alcoólicas e não são obrigatoriamente alcoólatras.
Dietoterapia na EHNA e EHA
• Controle da obesidade, diabetes (tipo 2) e hiperlipidemia;
• Recomenda-se a terapia nutricional durante 6 meses;
• Dieta Hipocalórica (em torno 25kcal/kg/dia);
• Dieta hipolipídica: 23% lipídeos;
• Ingestão de 3 a 5 porções de frutas e verduras por dia;
• Consumir carnes magras (alcatra, músculo, acém etc.), aves ou peixes assados, 
cozidos ou grelhados;
• Ingestão de pelo menos um tipo de grão em pelo menos uma refeição (milho, 
soja, ervilha etc.);
• Suplementar com lecitina e fatores lipotrópicos (colina, inositol e L- metionina), 
caso a dietoterapia não seja suficiente para controlar a esteatose;
• A suplementação de ácido graxo ômega-3 de 1g/dia reduz a inflamação e a 
infiltração gordurosa no fígado;
• Excluir alimentos industrializados, gordurosos, calóricos, doces etc.;
• Jejum prolongado desvia o metabolismo para armazenar gordura e propicia o 
acúmulo de gordura no fígado;
• O consumo alcoólico permanente de 4 ou mais unidades/dia (40g por dia) não 
é aconselhado;
• Evitar ingestão de mais de 4 ovos por semana.
Encefalopatia Hepática (EH) 
Encefalopatia Hepática é caracterizada por anormalidades neurológicas e neu-
ropsíquicas complexas, advindas de insuficiência hepática grave, aguda ou crônica. 
Existem três teorias principais relativas ao mecanismo pelo qual ocorre a ence-
falopatia hepática:
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• Amônia: na lesão hepática, ocorre acúmulo de amônia no plasma, pois o 
fígado não consegue transformar amônia em ureia. A amônia é considerada 
uma neurotoxina, causando edema cerebral;
• GABA (Ácido γ-aminobutírico): há um aumento na produção do GABA, 
que é um inibidor neurossimpático endógeno, depressor da atividade cerebral 
(benzodiazepínicos naturais);
• Falsos neurotransmissores: devido ao desequilíbrio plasmático entre os Ami-
noácidos de Cadeia Ramificada – AACR (podem ser metabolizados também 
pelos músculos) e os Aminoácidos de Cadeia Aromática – AACA (metaboliza-
dos exclusivamente no fígado), nos quais se verifica a diminuição de AACR e 
o aumento de AACA. Esse desequilíbrio produz falsos neurotransmissores que 
competem com os verdadeiros, dificultando a transmissão neural.
Sintomatologia
• Estágio I e Sintomas: confusão leve, irritabilidade, agitação, distúrbios do 
sono, diminuição da atenção; 
• Estágio II e Sintomas: letargia, desorientação, comportamento inadequa-
do, sonolência;
• Estágio III e Sintomas: sonolento, mas despertável, discurso incompreensível, 
confuso, comportamento agressivo quando acordado;
• Estágio IV e Sintomas: coma.
Dietoterapia
Grau I e II
• Necessidades Energéticas: 25 a 40Kcal/Kg/dia;
• Proteína: 0,5 a 1,5g/Kg/dia;
• Carboidrato: 75 % do VET;
• Lipídios: 25% do VET.
Grau III e IV
• Necessidades Energéticas: 25 a 40Kcal/Kg/dia;
• Proteína: 0,5 g/Kg/dia (Hipoproteica) a 1,2 /Kg/dia;
• Carboidrato: 75 % do VET;
• Lipídios: 25% do VET.A suplementação do zinco e vitamina A pode favorecer indiretamente o ganho de peso, gra-
ças à melhora da função gustativa.Ex
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UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
• Sódio: a restrição é indicada quando houver retenção hídrica de sódio e so-
brecarga de fluidos. Pacientes hospitalizados poderão requerer restrição seve-
ra de NA (250 a 500 mg), o que corresponde a 0,63 a 1,3g de sal acrescido 
às preparações;
• Nutrição enteral e parenteral: considerar a condição clínica, os riscos e be-
nefícios para cada paciente.
Dieta rica AACR
Alimentos contraindicados e permitidos:
• Contraindicados: queijo, gema de ovo, carne de vaca, carne de porco, frango 
e derivados;
• Alimentos permitidos: azeite, óleo, proteína texturizada de soja, extrato de 
soja, tofu, leite e laticínios de cabra, peixe congelado, miúdos de carneiro, ce-
bola, pimentão, tomate, limão e chuchu, ameixa, uva passa e abacate, farinha 
de trigo, fubá, abobrinha, cenoura.
São recomendados aos pacientes com cirrose hepática e encefalopatia: 
• Necessidades Energéticas: 30 kcal/kg de peso/dia;
• Hiperproteicas: 1,2 g de proteína/kg/dia modificadas, com aumento da inges-
tão de proteínas lácteas (leite, iogurtes, queijos e requeijão cremoso) e proteínas 
vegetais, como soja, feijões e grão-de-bico, havendo também redução significa-
tiva da amônia plasmática;
• A suplementação de prebióticos, probióticos e simbióticos está indicada 
na prevenção e no tratamento da EH, propiciando a redução dos níveis plas-
máticos e fecais de amônia, diminuindo, também, a inflamação e o estresse 
oxidativo em hepatócitos (aumentando a remoção hepática de toxinas, incluin-
do a amônia) e minimizando a captação de outras toxinas.
Colelitíase e Coledocolitíase 
Colelitíase é a formação de cálculos biliares na ausência de infecção na vesícula 
biliar, já a coledocolitíase é o deslocamento dos cálculos biliares da vesícula biliar 
para os ductos biliares, produzindo obstrução, dor e cólica. 
Colecistite é a inflamação causada por esses cálculos que obstruíram os ductos 
biliares, causando a volta da bile. A colecistite pode ser aguda ou crônica.
A colestase é uma condição na qual pouca ou nenhuma bile é secretada, ou na qual o fluxo 
da bile no sistema digestório está obstruído. Isso pode ocorrer em pacientes com jejum oral 
ou enteral por um longo período de tempo, tal como naqueles que necessitam de NP. A pre-
venção dessa patologia indica a estimulação por pelo menos introdução de alimentações en-
terais em pequenos volumes, para estimular o funcionamento intestinal e biliar e secreções. 
Ex
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Dietoterapia
Colelitíase
• Não há um tratamento específico para prevenir a colelitíase em pessoas sus-
cetíveis;
• Os fatores relacionados à nutrição incluem a obesidade e o jejum rigoroso, 
dietas sanfona e dietas de pouquíssimas calorias aumentam a probabilidade 
dessa patologia, e devem ser corrigidas;
• Substituição de carboidratos simples por carboidratos complexos. 
Colecistite Aguda
• A alimentação oral é descontinuada;
• A nutrição parenteral pode ser indicada (desnutrido ou baixa ingestão oral por 
períodos prolongados);
• Quando a dieta for introduzida: restrição de gordura (30-45g de lipídios/dia).
Colecistite Crônica
• Dieta com baixo teor de gordura: 25 a 30%;
• Dieta antifermentativa: os pacientes referem flatulência e inchaço;
• Administrar vitaminas lipossolúveis.
Pancreatite
É uma inflamação do pâncreas, caracterizada por edema, exsudato celular e 
necrose de gordura. Pode ocorrer na forma aguda e crônica.
Dietoterapia
Pancreatite aguda
• Suspender as alimentações oral e enteral;
• Se a nutrição oral não puder ser iniciada em 5 a 7 dias, iniciar suporte nutri-
cional;
• Em casos menos graves, pode-se iniciar TNE;
• Paciente grave, a NP deve ser iniciada;
• Uma vez iniciada a dieta oral, fornecer:
» Alimentos facilmente digeríveis;
» Dieta de baixo teor de gordura;
» Fracionamento das refeições: 6/pequenas;
» Ingestão proteica adequada;
» Calorias aumentadas.
27
UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
Pancreatite crônica
• Fornecer a dieta oral, como na fase aguda;
• Terapia Nutricional enteral pode ser usada quando a dieta oral é inadequada;
• Suplementar enzimas pancreáticas;
• Dieta pobre em gorduras (40 a 60 g/dia), ou substituir alguma gordura dietética 
com óleo de TCM para melhorar a absorção de gordura e o ganho de peso;
• Suplementar vitaminas lipossolúveis e vitamina B12.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Federação Brasileira de Gastroenterologia
http://bit.ly/2T4sXxT
 Leitura
Terapia Nutricional nas Doenças Inflamatórias Intestinais
http://bit.ly/2N4soQU
Constipação Intestinal e Consumo Alimentar em Grupo de Idosos: um Estudo Bibliográfico
http://bit.ly/2T7iotY
Cartilha sobre Hepatites Virais e Amamentação
http://bit.ly/2GvVXaA
Você sabe diferenciar as Hepatites A, B, C, D e E? 
http://bit.ly/2t2FAz1
Pancreatite leva à morte em até 20% dos Casos
http://bit.ly/2R2G5AW
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UNIDADE Terapia Nutricional nas Doenças do Aparelho Digestório
Referências
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