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FUNDAMENTOS CIRURGIA-CAP 07-Cirurgias pré-protéticas-7

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CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
507
CLÓVIS MARZOLA 
 
 
 
 
 
 
 
 
CAPÍTULO VII 
 
 
 
 
 
 
 
“CIRURGIAS 
 
PRÉ-PROTÉTICAS” 
 
 
 
 
 
 
 
Π 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
508
CAPÍTULO VII 
 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS* 
 
INTRODUÇÃO 
 
 A extração de um dente sempre deve ser realizada prevendo-se 
naquele lugar a instalação de uma futura prótese. Daí, ser planejada e realizada de 
acordo com os princípios básicos da cirurgia (Fig. VII. 1). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 1 - Extração de um dente deverá ser realizada prevendo-se naquele lugar a futura instalação 
de uma prótese. Se não fosse efetuada uma alveoloplastia conservadora, o rebordo não 
ficaria adequado para a colocação da prótese. 
 
 Pode-se conceituar a cirurgia pré-protética, como sendo toda manobra 
realizada na cavidade bucal necessária para manter bem adaptada uma prótese. Essa 
cirurgia proporciona rebordo alveolar livre de protuberâncias ósseas ou de inserções 
musculares altas, invadindo a zona principal de suporte que prejudicaria, 
evidentemente, a perfeita instalação da prótese. A cirurgia pré-protética inicia-se 
sempre com a extração de um dente. 
 A cirurgia pré-protética, nos últimos trinta anos, saiu de um estágio 
praticamente desconhecido, passando por um período de oposições e atingindo um 
lugar de respeitabilidade e elite, com uma grande contribuição à cirurgia bucal e à 
prótese. 
 Esse desenvolvimento é grandemente devido a determinados fatores: 
 1. A procura crescente de pacientes em busca de melhores trabalhos 
protéticos. 
 2. Conhecimento crescente, por protesistas, do efeito adverso de certas 
condições anatômicas, no padrão da possível restauração protética. 
 3. Os implantes, que hoje em dia, quando bem realizados, vêm 
resolver a grande maioria dos problemas dos pacientes desdentados. 
 4. A cirurgia ortognática, que também colabora, em muito, com a 
cirurgia pré-protética, resolvendo muitos problemas graves, até então insolúveis. 
_______________________________ 
* AUTOR: 
 Prof. Dr. Clóvis Marzola 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
509
 5. As membranas implantares, que estimulam a formação de osso, 
possibilitando um rebordo em excelentes condições para colocação de uma prótese. 
 É impraticável discutir aqui os princípios básicos das extrações dentais 
e o preparo alveolar, ou ainda descrever com detalhes as considerações elementares 
desta fase da manobra, devendo-se ressaltar as irregularidades específicas mais 
comumente encontradas, quando e como deverá ser corrigido, de modo a não terem 
influência na perfeita colocação de uma prótese. 
 Estas cirurgias são realizadas tanto nos tecidos moles quanto nos 
duros. Entretanto, exame visual e palpação digital, durante e após a extração dos 
dentes, e mesmo em pacientes desdentados, é importantíssima sob o ponto de vista 
de que naquele local deverá ser instalada uma prótese. Neste exame deve ser 
observado o aspecto do rebordo alveolar, tanto na sua superfície vestibular quanto 
lingual, além de ser notada a presença dos toros palatinos. 
 No que diz respeito aos tecidos moles devem ser examinadas 
atentamente as inserções musculares, os frênulos e as bridas cicatriciais, que possam 
interferir na estabilidade das próteses. 
 A base filosófica dessa nossa apresentação é a conservação: 
conservação da saúde do paciente, seus dentes, osso e tecidos moles de sustentação 
dos dentes. Outro tópico igualmente importante é a restauração da região perdida, ou 
apenas diminuída pela eliminação da alteração. 
 
KURT RIEZLER afirma que: 
“A verdade de algumas imagens atinge muito além da verdade da maioria das 
afirmações” 
 
 Por estas palavras, procura-se ilustrar muitas das técnicas apresentadas 
com fotos de todos os passos da cirurgia, para ajudar o leitor a compreender essas 
idéias. 
 As técnicas apresentadas neste trabalho, não são originalmente de 
nossa autoria. É um acúmulo de idéias de muitos profissionais durante muitos anos, 
que procuramos organizar e ilustrar, além de emitir nossos pareceres. 
 A apresentação deste trabalho visa desse modo, conscientizar os 
profissionais das variações das técnicas cirúrgicas com fins protéticos, tendo sempre 
em vista a conservação dos tecidos e a restauração da zona perdida. 
 Assim, as cirurgias pré-protéticas podem ser divididas em: 
 1. Terapêutica cirúrgica das correções dos rebordos alveolares 
(alveoloplastias) e das hiperplasias das tuberosidades (tuberoplastias), rebordos, 
sulcos e palato. 
 2. Terapêutica cirúrgica dos frênulos. 
 3. Terapêutica cirúrgica dos toros. 
 4. Aprofundamento de sulco (sulcoplastias). 
 
o0o 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
510
CAPÍTULO VII 
 
“CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS” 
 
1. TRATAMENTO CIRÚRGICO DAS CORREÇÕES DOS 
REBORDOS ALVEOLARES (ALVEOLOPLASTIAS) E, 
DAS TUBEROSIDADES (TUBEROPLASTIAS, REBORDOS, 
SULCOS E PALATO) 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Ao tratamento cirúrgico das correções dos rebordos alveolares dá-se o 
nome de alveolectomia, ou ainda de alveoloplastia (MARZOLA, 1997 e 2000). 
 Alveolectomia tem sido definida como a excisão de porção do 
processo alveolar, sendo geralmente realizada para facilitar a remoção de um dente, 
para corrigir irregularidades do processo alveolar após a remoção de um ou mais 
dentes e para preparar o rebordo alveolar para receber uma prótese (BOUCHER, 
1963). Estes conceitos têm sido muito alterados e até mesmo mudados 
recentemente, em virtude do advento cada vez mais aprimorado dos implantes 
dentais osseointegrados, quando há a necessidade de bastante osso para sua perfeita 
colocação. 
 O termo alveolectomia tem sido abandonado há algum tempo, sendo 
usado alveoloplastia por conceituar mais adequadamente esta manobra cirúrgica, ou 
seja, a plástica ou correção do alvéolo ou de regiões alveolares (MARZOLA, 1997 e 
2000). 
 Historicamente a alveolectomia é conhecida há mais de um século, 
pois foi advogada a redução do processo alveolar, de modo a possibilitar a completa 
aproximação dos tecidos moles sobre o rebordo através da sutura (WILLARD, 
1853). 
 Em 1876 BEERS apresentou seu "tratamento heróico", uma forma 
radical de alveolectomia, na qual grandes porções do processo alveolar ou os septos e 
ainda as lâminas interna ou externa dos alvéolos eram removidas com fórceps, para 
ajudar, segundo ele, a natureza a remodelar o arco dental. 
 Em 1920 SHEARER publicou a "alveolectomia externa" como um 
processo semelhante àquele dos dias atuais. O autor empregava essa cirurgia para 
eliminar alterações patológicas e alveolares, bem como para criar base suficiente 
para instalação de próteses. 
 O estudo pré-operatório cuidadoso dos modelos de gesso é 
preconizado para evitar resultados grandemente prejudiciais ao paciente (MOLT, 
1923). 
 Os problemas de excessiva reabsorção óssea após alveolectomias 
foram bem reconhecidos, ao ser publicada nova técnica da "alveolectomia 
intraseptal" como um processo que vinha sendo estudado desde 1916 (DEAN, 
1936). Este autor difere dos outros, pois advoga a preservação da córtex labial, 
através de uma fratura nessa mesma tábua. 
 Modificação nesta técnica foi recomendada, para casos de graves 
protrusões maxilares (OBWEGESER, 1966), sendo que este autor fraturava as 
corticais labial e palatina. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
511
 A alveoloplastia, se simples ou extensa, é talvez o processo cirúrgico 
mais comumente usado com finalidade de preparar os maxilares para receberem uma 
prótese. Por isto, quando o cirurgião está realizando uma intervenção onde serão 
extraídos um ou mais dentes, ele deverá estar sempre com as vistas voltadas para a 
instalação, naquele local, de uma futura prótese. 
 A alveoloplastia facilita a instalação de uma prótese imediatamente, 
com ótimos benefícios para o paciente, principalmente se for o caso da colocaçãode 
dentaduras imediatas. 
 Apesar de ser preconizada a alveoloplastia, não se deseja com isto 
dizer que devam ser eliminadas grandes quantidades de tecido ósseo. A conservação 
do osso é indispensável, tanto quanto possível. 
 Com o advento dos implantes, procura-se conservar o máximo 
possível os rebordos, para neles serem colocadas as estruturas implantares. Além 
disso, com a colocação dos materiais aloplásticos nos alvéolos, deixará de ocorrer 
um processo de reabsorção muito extenso e rápido, possibilitando assim maior 
preservação dos rebordos alveolares, tendo sempre em vista a instalação de uma 
prótese ou de implantes dentais. 
 
INDICAÇÕES E OBJETIVOS 
 
 A alveoloplastia está indicada (MARZOLA, 1997 e 2000): 
 1. Em todos os casos de extrações múltiplas, quando o rebordo 
alveolar se apresenta com muitas irregularidades. 
 2. Nas correções do rebordo residual, na região do túber da maxila. 
 3. Quando, por mutilações dos alvéolos em extrações anteriores, o 
rebordo se apresente com saliências ósseas ou com invaginações, impossibilitando a 
correta adaptação da prótese. 
 4. Quando o rebordo for alto e o paciente ao sorrir mostre grande 
porção do mesmo. 
 5. Quando o lábio superior for curto e, embora o rebordo tenha altura 
normal, o paciente ao sorrir mostre uma porção do mesmo. Contudo, neste caso, 
deve-se estudar a possibilidade de redução, sem que venha dificultar o trabalho do 
protesista na obtenção dos requisitos protéticos indispensáveis à retenção e 
estabilidade da prótese. 
 6. Quando os rebordos forem anormalmente grandes, impedindo que 
se obtenha dimensão vertical suficiente para montagem dos dentes. 
 7. Quando, pela protrusão dos maxilares, a harmonia facial se 
apresenta alterada, e se a falha não for corrigida, a instalação da prótese irá aumentar 
a deformidade, vindo a deixar o lábio distendido. Além disso, o cirurgião deverá 
atender, dentro dos limites das possibilidades, às solicitações feitas pelo protesiólogo. 
 8. Em prognatismos maxilares, quando ocorre proeminência 
exagerada da pré-maxila e não há possibilidade da redução cirúrgica conservadora do 
mesmo. 
 Nestas duas últimas indicações, pode, atualmente, em casos 
determinados, a manobra cirúrgica ser realizada, através da técnica da osteotomia 
segmentar. 
 É a perfeita indicação da cirurgia ortognática, atuando na resolução de 
casos, em que antes se promoviam grandes mutilações dos rebordos alveolares. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
512
 A alveoloplastia tem como objetivos eliminar partes de tecido ósseo 
destinado à reabsorção, com a finalidade tanto de colocar os maxilares em melhores 
condições, como também, para evitar estas pequenas irregularidades em forma de 
saliência ou espículas ósseas, que abandonadas assim, ocasionam perturbações tanto 
para os pacientes, como também para os profissionais na resolução de determinados 
casos. Ainda, elimina proeminências ósseas, que impeçam ou dificultem a estética, 
ou ainda a mecânica da prótese. 
 
CLASSIFICAÇÃO E TÉCNICA CIRÚRGICA 
 
 As alveoloplastias podem ser divididas em (MARZOLA, 1997 e 
2000): 
 1. Conservadoras ou simples. 
 2. Corretoras ou radicais. 
 3. Intra-septais. 
 4. Alveoloplastia e prótese imediata. 
 Os dois primeiros tipos, que são os mais comumente usados, podem 
ser realizados tanto na porção vestibular, mais freqüentemente, quanto na lingual, 
quando houver necessidade. A alveoloplastia intra-septal, é uma opção bastante 
válida, para aqueles casos indicados. A alveoloplastia associada à prótese imediata é 
empregada rotineiramente, nas práticas cirúrgica e protética. 
 
1. ALVEOLOPLASTIA CONSERVADORA OU SIMPLES 
 
 Como o próprio nome indica, conserva a maior quantidade de osso 
possível, pois aqui se faz apenas ligeiro descolamento da mucosa e, com pinça goiva 
ou ainda lima para osso, retira-se somente espículas ósseas salientes. São eliminadas 
apenas irregularidades, pois se deve prever a reabsorção alveolar e a futura instalação 
de uma prótese. Em seguida, a região é limada, curetada e, após irrigação com soluto 
fisiológico, faz-se a sutura. Este tipo de alveoloplastia é muito utilizado na clínica 
rotineira cirúrgica (Figs. VII. 2). 
 
 
 A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 2 – (A e B) Alveoloplastia conservadora realizada na porção posterior da maxila. Hoje, 
nesses casos, faz-se a implantação de materiais aloplásticos, nos alvéolos correspondentes, 
para possibilitar a futura colocação de implantes dentais, ou ainda de próteses totais, 
impedindo assim reabsorções extensas. 
 
 Utiliza-se muito este tipo de alveoloplastia, principalmente quando da 
extração de molares, que se encontram isolados nos rebordos alveolares. Após sua 
extração, estas regiões ficam muito salientes, dificultando a instalação das próteses. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
513
 Pode, também, neste tipo de rebordo, realizar-se a cirurgia da 
osteotomia segmentar, levantando-se a porção posterior do rebordo alveolar, com um 
resultado estético muito melhor, tendo em vista a colocação da prótese ou ainda 
reabilitar completamente o indivíduo através de uma cirurgia estética reparadora 
(Figs. VII. 3) - Casos gentilmente cedidos pelos Profs. Drs. Cláudio Maldonado 
Pastori e Reynaldo Mazzotini). 
 
 
 
A B 
 
 
 
 
 
 
 C D 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 3 – (A, B, C e D) Alguns casos em que estão indicadas as cirurgias ortognáticas a fim de 
facilitar a conclusão de trabalhos protéticos (Cortesia dos Profs. Drs. Reynaldo Mazzotini e 
Cláudio Maldonado Pastori). 
 
2. ALVEOLOPLASTIA CORRETORA OU RADICAL 
 
 Este tipo de alveoloplastia é indicado, como foi citado anteriormente, 
naqueles casos em que proeminências alveolares impeçam ou dificultem a colocação 
de próteses (Figs. VII. 4) ou ainda perturbem a estética. Geralmente, os casos mais 
freqüentes, encontram-se nas porções ósseas anteriores do maxilar, quando pacientes 
ao sorrirem exibem grandes porções ósseas (Figs. VII 4). Este tipo de alveoloplastia 
é muito indicado, também, nos casos de próteses imediatas, quando na grande 
maioria, é necessário fazer-se a correção, ou em rebordos desdentados com muitas 
saliências ósseas. 
 
 
 
A B 
 
 
 
 
 
 
 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
514
 
 C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 4 – (A e B) Este tipo de alveoloplastia é indicado, naqueles casos em que proeminências 
alveolares impeçam ou dificultem a colocação de próteses, (C) ou ainda, perturbem a 
estética. Geralmente, os casos mais freqüentes, encontram-se nas porções ósseas anteriores 
do maxilar, quando pacientes ao sorrirem exibem grandes porções ósseas. 
 
 Também, em casos de graves prognatismos maxilares, está indicada 
esta cirurgia, pelos seus resultados estéticos e, principalmente psicológicos, quando 
não atualmente que se faz a cirurgia ortognática com resultados muito mais estéticos 
e animadores, além de muito mais funcionais (Figs. VII. 5). 
 
 
 A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 5 – (A e B) Também, em casos de graves prognatismos maxilares, está indicada esta 
cirurgia, pelos seus resultados estéticos e, principalmente psicológicos, quando não 
atualmente que se faz a cirurgia ortognática com resultados muito mais estéticos e 
animadores, além de muito mais funcionais. 
 
 Evidentemente, esta manobra estará indicada, quando não houver 
indicação de uma osteotomia segmentar, com resultados clínicos muito melhores e 
até mais animadores, tanto sob o ponto de vista funcional quanto estético. 
 A anestesia deverá seguir os princípios gerais, podendo ser quase 
sempre terminal infiltrativa. 
 A incisão preconizada é de Newman, devendo ser praticada antes da 
extração dos dentes. As papilas são incisadas, sendo o retalho descolado e 
distendido, com o afastador de Farabeuf. Em seguida, realiza-se a extração dos 
dentes, podendo ser realizada anteriormente a esta manobra, alveolectomia parcial 
em todos os dentes parafacilitar a exodontia, impedindo assim que possam ocorrer 
fraturas na tábua óssea vestibular. A alveoloplastia realizada após a exodontia, 
deverá ser praticada com a parte convexa da pinça goiva, eliminando-se inicialmente 
as arestas ósseas agudas e salientes, sendo que a quantidade de osso a ser eliminado é 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
515
variável. Há casos em que há necessidade de removerem-se grandes porções ósseas 
e, em outros, apenas fazer-se um discreto alisamento do rebordo alveolar. 
 Num outro tempo, lima-se a região e faz-se irrigação com soluto 
fisiológico no local, realizando-se em seguida a curetagem. Após esta manobra, os 
retalhos são colocados em posição, sendo corrigidas suas superfícies gengivais e 
confeccionada sutura contínua festonada. 
 
3. ALVEOLOPLASTIA INTRA-SEPTAL 
 
 Este tipo de alveoloplastia está indicado para todo e qualquer rebordo, 
no qual há necessidade da eliminação de grande quantidade de osso. Por esta técnica, 
não são removidas as lâminas ósseas vestibulares ou palatinas, mas apenas uma 
pequena porção do septo interdental, um pequeno V (DEAN, 1936). Posteriormente, 
foi sugerida uma modificação na técnica original, realizando-se a fratura de ambas as 
corticais labial e palatina (Fig. VII. 6) (OBWEGESER, 1966). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 6 - Configuração esquemática da alveoloplastia intra-septal, com a modificação sugerida por 
OBWEGESER, para casos de prognatismos graves da maxila. Retira-se pequena porção 
interna do septo interdental e posteriormente a fratura de ambas as lâminas ósseas 
vestibular e palatina. 
 
 A técnica original consiste em retirar-se uma quantidade suficiente de 
septo interdental ósseo e, em seguida, fraturar-se a lâmina vestibular óssea com 
auxílio de dois descoladores, provocando uma fratura em galho verde na região onde 
se encontra sua maior projeção e, através de uma compressão digital, aproximam-se 
as tábuas ósseas, preservando desta maneira o periósteo e a irrigação local (Fig. VII. 
7). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 7 – Aspecto cirúrgico da alveoloplastia pela técnica de Dean, observando-se a colocação da 
broca, para a eliminação dos septos interdentais (Cortesia do Prof. Dr. César Benedicto F. 
Rodrigues). 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
516
 Uma sutil modificação foi introduzida nessa técnica, sendo utilizada 
uma broca para a realização desta manobra, apenas diminuindo esta projeção pela 
compressão bi-digital, nunca utilizando os descoladores para realizá-la, pois segundo 
o autor, poderia ser praticada esta fratura em local inadequado, introduzindo esta 
modificação na técnica original. Esta lâmina óssea seccionada não é retirada, mas 
comprimida de encontro à lâmina lingual, diminuindo bastante aquela saliência 
(RODRIGUES, 1994) (Fig. VII. 7 - Casos gentilmente cedido pelo Dr. César 
Benedicto F. Rodrigues). 
 Este osso, é a opinião de vários autores, irá funcionar como um 
enxerto autógeno, produzindo ótimo resultado, sem a eliminação de grandes porções 
de osso e periósteo (DEAN, 1938; MACKAY, 1964 e MEYER, 1966). 
 Talvez o único inconveniente desta técnica seja esta lâmina funcionar 
como irritante aos tecidos, sendo expulsa como seqüestro, muito raramente. Isto 
traria sérios problemas, tanto para o paciente, que ficaria sem rebordo, quanto para o 
profissional, que teria que lutar para promover outro rebordo para seu paciente 
(MARZOLA, 2000). 
 
4. ALVEOLOPLASTIA E PRÓTESE IMEDIATA 
 
 Inicialmente, todo paciente selecionado para instalação de prótese 
imediata, deverá sofrer preparo preliminar cirúrgico da boca, sendo que este preparo 
deverá ser realizado após todos os registros de importância para a prótese (RODE, 
1987). 
 Quanto a estas cirurgias preliminares, duas escolas antagônicas 
debatem-se favoráveis ou contrariamente: a primeira, da qual nos situamos 
partidários, tem como importância fundamental, o preparo preliminar da boca, que 
consiste na extração dos dentes da bateria posterior, de pré-molar a molares, com 
alveoloplastia conservadora, de preferência, a fim de possibilitar correta moldagem 
da região posterior (TAMAKI, 1964 e CERVEIRA NETO, 1987). 
 A segunda escola, não faz esse preparo preliminar, praticando as 
extrações de todos os dentes no ato da colocação da prótese. Assim, são realizadas 
extrações dos dentes posteriores e anteriores, num mesmo ato cirúrgico, com 
traumatismo muito grande para o paciente (RODE, 1987). 
 No primeiro caso, são realizadas extrações dos dentes posteriores com 
alveoloplastia, como preparo prévio e, em seguida, com um prazo de 
aproximadamente trinta a sessenta dias para que ocorra a cicatrização dessa região, é 
realizada a moldagem preliminar. A extração dos dentes posteriores é efetuada, para 
que seja possível a moldagem mais ou menos perfeita, do fundo de sulco vestibular 
e, também, porque esteticamente, o paciente não ficará prejudicado. 
 O paciente voltando, após o tempo exigido, as próteses poderão ser 
confeccionadas para sua instalação sendo realizado, ao mesmo tempo, um guia 
cirúrgico, que consiste numa moldeira de resina incolor, que servirá para orientar a 
quantidade de osso a ser eliminada pela transparência dos elementos anatômicos 
comprimidos pelo mesmo. Assim, observa-se que, toda vez que é colocado na boca, 
ele marcará, com uma isquemia, o local que necessita ser aliviado. 
 A prótese poderá, também, ser confeccionada totalmente em resina 
incolor, não havendo necessidade do guia cirúrgico. 
 É o cirurgião, de comum acordo com o protesista, que deverá 
determinar a quantidade de osso a ser eliminado, baseado num acurado estudo clínico 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
517
e, principalmente nos modelos de estudo e radiográfico. O protesiólogo eliminará os 
dentes no gesso, sendo que a quantidade ressecada deverá corresponder à quantidade 
de osso a ser retirada. Daí, o gesso ser apenas alisado. Tendo em mãos o guia 
cirúrgico, passa-se à cirurgia, que consistirá na extração dos dentes anteriores, com 
alveoloplastia conservadora; em seguida, após a sutura, que deverá ser contínua 
festonada para possibilitar melhor cicatrização, as próteses são instaladas, 
aconselhando-se ao paciente não retirá-las dentro das primeiras 24 ou 48 horas. 
 
PROCESSO DE REPARO 
 
 No processo de reparo normal, ocorre rápida reabsorção após a 
extração dos dentes, sendo que esta redução continua por um período variável de dez 
a vinte semanas, tempo observado também, para ocorrer o reparo clínico 
(JOHNSON, 1963). Após 12 meses a mucosa que recobre os maxilares é 
aparentemente normal. 
 Com relação ao processo de reparo, e, colocações de próteses 
imediatas, foram realizados estudos para observar a quantidade de reabsorção 
ocorrida nos maxilares após alveoloplastias, tendo sido constatado, que rápida 
redução ocorre em ambos maxilares, tanto na altura como na largura, após a extração 
e colocação de próteses imediatas (JOHNSON, 1964). 
 Rápida reabsorção poderá continuar, através do período do reparo 
clínico, com tempo variável de 24 semanas. 
 Comparando o grupo que realizou alveoloplastias, com aquele em que 
ocorreu um reparo normal, foi notado que nos primeiros a reabsorção foi 
apreciavelmente menor. O grupo tratado com alveoloplastia, também, mostrou 
menor média de reabsorção após um ano, sendo que a mucosa que cobria o rebordo, 
também, se encontrava em ótimas condições. 
 Com relação ao processo de reparo e alveoloplastia intraseptal, foi 
notado que ocorria redução do processo alveolar, sendo apreciavelmente menor nas 
alveoloplastias conservadoras (JOHNSON, 1964). 
 A reabsorção do processo alveolar em pacientes portadores de 
próteses imediatas, após análise com radiografias cefalométricas, também, foi 
observada (FREITAS et al. 1969), concluindo os autores que a média de redução na 
região da sínfise era de 3.05mm (medida linear vertical) e da área era emmédia de 
33 mm2, sendo que 74,4% do total de reabsorção ocorria nos três primeiros meses 
após as extrações. 
 Manobras bastante delicadas podem, também, serem realizadas em 
mentoplastias, quando se procura o implante de biomateriais para facilitar o processo 
de reparo, notando-se a excelência do resultado pós-operatório nesses casos. 
 Foram utilizados: a Biohapatita + BMP (GENPRO) + Osseobond 
(GENOX ORGÂNICO) + Aglutinógeno (GEN-COL) + Membrana (GEN-
DERM), materiais fabricados no Departamento de Bioquímica da Faculdade de 
Odontologia de Bauru da USP com excelentes resultados. 
 
HIPERPLASIAS DAS TUBEROSIDADES - 
TUBEROPLASTIAS, REBORDOS, SULCOS E PALATO 
 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
518
 Observam-se, freqüentemente, pacientes desdentados com 
tuberosidades grandemente aumentadas em volume, tanto em altura quanto em 
largura. 
 Esta proeminência do túber das maxilas, não permite adaptação 
perfeita da prótese ao nível do fundo de sulco vestibular, não realizando, desta 
maneira, um selamento periférico adequado. 
 Este aumento de volume pode estar dirigido no sentido oclusal, lateral, 
ou ainda envolver totalmente a tuberosidade, daí classificarem-se estas hiperplasias 
em: oclusais, laterais e totais. 
 Pelo exame radiográfico e clínico, pode-se constatar ainda se é do tipo 
ósseo ou fibromucoso. 
 Para a cirurgia das hiperplasias ósseas (tuberoplastias), tanto oclusais 
quanto laterais, é de suma importância um exame radiográfico minucioso antes de ser 
iniciada a intervenção, pois o seio maxilar, geralmente acompanha o contorno da 
hiperplasia. Assim, se não for tomada esta precaução, pode-se estabelecer uma 
comunicação buco-sinusal. Assim é que, além das radiografias periapicais da região, 
uma radiografia oclusal, dará a projeção lateral do seio maxilar. 
 Esta cirurgia está indicada (MARZOLA, 1997 e 2000): 
 1. Sempre que a hiperplasia lateral der à tuberosidade do maxilar uma 
forma retentiva, pois a prótese não se ajustará à zona chapeável, e o selamento 
periférico será deficiente com instabilidade da prótese. Além disso, se o profissional 
tentar colocar assim mesmo a prótese, o trauma nessa região será considerável (Figs. 
VII. 8). 
 
 
A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 8 – (A) Hiperplasia oclusal fibromucosa da tuberosidade , (B) podendo-se ver após a 
eliminação em elipse da fibromucosa, colocando a tuberosidade em perfeitas condições 
para receber a prótese. 
 
 2. Quando a hiperplasia oclusal der à tuberosidade do maxilar uma 
altura que impossibilite uma correta dimensão vertical, ou mesmo a montagem dos 
pré-molares ou molares. 
 Podem-se realizar cinco tipos diferentes de cirurgia para as 
hiperplasias da tuberosidade do maxilar (MARZOLA, 1997 e 2000): 
 1. Tuberoplastia oclusal óssea. 
 2. Tuberoplastia lateral óssea. 
 3. Tuberoplastia oclusal fibromucosa. 
 4. Tuberoplastia lateral fibromucosa. 
 5. Tuberoplastias totais, ósseas ou fibromucosas. 
 Todas estas cirurgias ósseas seguem os mesmos princípios. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
519
 Assim, a incisão deverá ser realizada, contornando toda hiperplasia 
óssea, ou ainda, a realização de um duplo Y na face oclusal da mesma. Após o 
descolamento do retalho, a ostectomia deverá ser realizada com pinça goiva, 
removendo-se quantidade suficiente de tecido ósseo, o suficiente para permitir 
perfeita instalação da prótese. Após a ostectomia, os retalhos foram colocados em 
posição, eliminados os excessos e suturados. 
 Para a tuberoplastia da fibromucosa, a operação consiste na 
eliminação do tecido mole hiperplásico, o suficiente para criar zona chapeável 
correta. Para isto, fazem-se duas incisões acompanhando o rebordo em forma de 
elipse, com ângulos vivos e em profundidade a lâmina do bisturi limitará o tecido em 
forma de cunha, que será eliminado, sendo os retalhos aproximados e suturados 
(Figs. VII. 8). 
 Para a fibromucosa lateral, faz-se a elipse lateralmente, também, 
retirando todo o tecido em profundidade e suturando. 
 Nas hiperplasias de tuberosidades totais da maxila, faz-se um 
tratamento misto, associando os tipos vistos anteriormente. 
 Evidencia-se, também, em pacientes portadores de próteses há muitos 
anos, hiperplasias consideráveis nos rebordos alveolares ou nos sulcos, que impedem 
e impossibilitam a colocação de uma nova prótese (Figs. VII. 9), podendo provocar, 
também, inclusive, o aparecimento de alterações malignas, devendo ser sempre 
eliminadas cirurgicamente, não antes de deixá-la desinflamar completamente. 
 
 
B 
A 
 
 
 
 
 
 
 
C D 
 
 
 
 
 
 
 
 
E 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 9 – (A, B, C, D e E) Hiperplasias consideráveis na região do sulco lingual da mandíbula ou 
vestibular, provocada por prótese total mal adaptada, ou com muitos anos de uso. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
520
 Esta cirurgia está indicada, quando a hiperplasia for considerável, 
prejudicando a instalação de uma prótese, tanto no rebordo alveolar, quanto no palato 
ou no sulco (Figs. VII. 9), provocadas por próteses mal adaptadas, ou por próteses 
com câmaras de sucção ou de vácuo e, que não raras vezes, poderá inclusive, 
provocar neoplasias malignas (Figs. VII. 10) (BARBOSA, 1959). Uma semana ou 
dez dias anteriormente à cirurgia, retira-se a prótese para que ocorra diminuição da 
inflamação, visto tratar-se de uma hiperplasia inflamatória crônica. 
 Para a remoção destas hiperplasias, de rebordo ou de sulco, 
provocadas por próteses mal adaptadas, ou ainda em rebordos muito reabsorvidos, 
faz-se a remoção total da mesma, com o auxílio de pontos de demarcação, ou ainda 
com as pinças de Allis (Fig. VII. 11). 
 
 
 
 
A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 10 – (A) Hiperplasias consideráveis na região do sulco vestibular da maxila (B) ou ainda 
provocada por uma câmara de sucção. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 11 - Para a remoção destas hiperplasias, de rebordo ou de sulco, provocadas por próteses 
mal adaptadas, ou ainda em rebordos muito reabsorvidos, faz-se a remoção total da mesma, 
com o auxílio de pontos de demarcação, ou ainda com as pinças de Allis. 
 
 Para as hiperplasias de palato, provocadas por câmara de sucção ou de 
vácuo, pode-se fazer a eliminação cirúrgica com bisturi com seu descolamento 
completo, ou ainda através de bisturi elétrico e sua completa eliminação (Figs. VII. 
12 e 13). 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
521
 
 
 A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 12 – Algumas próteses superiores realizadas anormalmente (A) com câmaras de vácuo, (B) 
com câmara de sucção, (C) além de uma prótese que ficou na boca da paciente por mais de 
5 anos sem ser retirada para higienização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 13 – Alteração no palato provocada por uma câmara de sucção que depois de uma semana 
sem o uso da prótese regrediu completamente. 
 
 Pode-se utilizar ainda, a técnica do retalho parcial (MOURA; 
GREGORY, 1974), que basicamente consiste numa eliminação em fatia, do 
processo hiperplásico inflamatório. 
 A exérese da área hiperplásica pela eletrocirurgia é admitida como a 
mais eficaz, porque produz pequeno sangramento, sendo a granulação rápida 
(SHIRA, 1958), contudo o resultado pós-operatório é mais complicado como se 
pode observar em algumas figuras. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
522
 Após tratamento de 27 pacientes pela eletrocirurgia e, sessenta pela 
excisão com bisturi e curetagem, pode-se afirmar que ambos os métodos dão bons 
resultados. O tempo médio de cicatrização foi de 30 a 33 dias para o primeiro grupo 
e, de 21 a 23 dias, para o segundo grupo (SCHMITZ, 1964). 
 Um lado de cada lesão foi eliminado por cada método, sendo que a 
cicatrização das áreas cauterizadas requereu o dobro de tempo para sua epitelização, 
sendo isso justamente o que ocorreu, também, nos casos que foram pornós tratados. 
 Modificação na técnica cirúrgica destas hiperplasias de palato é 
apresentada, suturando um filme plástico transparente, protegendo assim a zona 
cruenta, sob a qual foram realizados os curativos, obtendo bons resultados em dois 
casos tratados (VERRI; GRANDINI, 1971). 
 Outra técnica que pode ser usada com bastante eficácia é com a broca 
de acabamento de prótese, desgastando-se toda a hiperplasia, quando discreta (Fig. 
VII. 14). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 14 – Outra técnica que pode ser usada com bastante eficácia é com a broca de acabamento 
de prótese, desgastando-se toda a hiperplasia, quando discreta. 
 
 Podem, ainda, ocorrer casos de hiperplasias tanto ósseas quanto 
fibrosas, em toda extensão do rebordo alveolar (MARZOLA, 1971 e KILLEY, 
1974), causando transtornos, tanto estéticos quanto psíquicos para os pacientes, 
necessitando ser eliminadas como no caso de uma hiperplasia óssea múltipla. 
 Quando, após a eliminação de uma hiperplasia, a sutura promover 
uma perda muito grande do rebordo, pode-se utilizar também a técnica de colocação 
de "Surgicel" (MARZOLA; EMERENCIANO, 1980), com resultados excelentes 
já após 15 dias de pós-operatório, podendo-se observar este fato em aprofundamento 
de sulco. 
 
o0o 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
523
CAPÍTULO VII 
 
“CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS” 
 
2. TRATAMENTO CIRÚRGICO DOS FRÊNULOS 
 
INTRODUÇÃO 
 
 As cirurgias dos frênulos são manobras realizadas com finalidade 
protética, possibilitando melhor adaptação de uma prótese. Poderá, também, ser 
praticada com finalidade ortodôntica, ou ainda, como um recurso para a 
fonoaudiologia. 
 Os frênulos podem ser classificados, de acordo com sua localização 
em labiais superior e inferiores e linguais. 
 Nos adultos, ou seja, naqueles pacientes que necessitam colocação de 
aparelhos protéticos, o frênulo labial superior insere-se na porção mediana a cinco ou 
oito milímetros acima do rebordo gengival, entre a margem livre gengival e a prega 
da gengiva vestibular. O frênulo labial inferior insere-se, por sua vez, cinco a oito 
milímetros do rebordo gengival (Figs. VII. 15) (SICHER; TANDLER, 1950 e 
MARZOLA, 1988, 1997 e 2000). 
 
 A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 15 – (A e B) Inserções de frênulos labial e lingual. 
 
 Clinicamente, o frênulo labial hipertrofiado, é observado como cordão 
fibroso que se estende até a crista alveolar, muitas vezes cruzando para o lado 
palatino ou lingual, unindo-se à papila palatina, formando uma crista na linha 
mediana do palato (Fig. VII. 16), ou ainda, com grande número de variações e 
anomalias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 16 – Frênulo labial hipertrofiado, sendo notado como um cordão fibroso que se estende até a 
crista alveolar, muitas vezes cruzando para o lado palatino ou lingual. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
524
 O frênulo lingual anormal (anquiloglosia) insere-se desde o rebordo 
alveolar até a extremidade da língua, prejudicando, em parte, a fonação (Figs. VII. 
17) (MAGALHÃES; PINTO; GREGORI, 1975; SCHURR; BRASHER, 1976 e 
MARZOLA, 1988, 1997 e 2000). 
 
 
 B A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 17 – (A e B) O frênulo lingual anormal (anquiloglosia), insere-se desde o rebordo alveolar 
até a extremidade da língua, prejudicando, em parte, a fonação. 
 
 O exame clínico deve ser complementado com exame radiográfico da 
região, a fim de constatar-se a existência ou não de alterações ósseas ou resíduos de 
raiz, que devam ser eliminados (WALTER, 1980 e MARZOLA, 1988, 1997 e 
2000). 
 A cirurgia das bridas cicatriciais, também, pode ser incluída neste 
capítulo, pois são formações encontradas nos arcos dentais, provocadas por 
alterações no processo de reparo da mucosa, por problemas do próprio rebordo, ou 
ainda provocadas por cirurgias mal conduzidas. Devem ser eliminadas, para 
possibilitar a correta instalação de uma prótese (Fig. VII. 18) (MARZOLA, 1988, 
1997 e 2000). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 18 – Brida cicatricial na mandíbula. 
 
INDICAÇÕES E OBJETIVOS 
 
 As indicações para esta manobra cirúrgica, referem-se estritamente, 
quando da impossibilidade da colocação normal de aparelhos protéticos, devido à 
inserção anormalmente grande destas estruturas anatômicas. Em determinados 
casos, estas formações possivelmente tenham sido provocadas, por reabsorções 
acentuadas dos rebordos alveolares. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
525
 O objetivo principal da exérese dos frênulos e bridas refere-se 
exclusivamente à possibilidade da colocação de próteses, sem qualquer traumatismo 
para o paciente, isto, evidentemente, nestas cirurgias com finalidade protética. 
 A remoção dos frênulos labiais e linguais, também, pode ser por 
indicações ortodônticas e foniátricas, na grande maioria dos casos, devendo o 
cirurgião manter-se sempre atento às indicações precisas tanto dos ortodontistas 
quanto dos foniatras. 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
 
 Há três procedimentos para realizar-se a cirurgia dos frênulos 
(MARZOLA, 1997 e 2000): 
 
 1. Pela frenulectomia: remoção total do frênulo: 
 1.1 Técnica do duplo pinçamento e 
 1.2 Técnica do pinçamento único. 
 
 2. Pela frenulotomia: secciona-se o frênulo, sem eliminá-lo: 
 2.1 Técnica da simples secção e 
 2.2 Técnica da incisão em Z (Zetaplastia). 
 
 3. Pela reinserção do frênulo: mudar-se suas inserções. 
 
 Dentro desta classificação, estão incluídas, todas as técnicas para 
exérese ou secção dos frênulos ou das bridas cicatriciais. Além destas técnicas, 
existem outras já até padronizadas (FEDERSPIEL, 1933; L'HIRONDEL; 
ARANOWICZ, 1935 e WASSMUND, 1935), que praticam a ressecção do frênulo e 
ostectomia, além de outras (MATHEWSON; STEGEL; MCCANNA, 1966; 
CLARK, 1968; BARLETTA; ALBANO, 1977; KREJSA; KACLOVA; 
JANOTA, 1971; LASCALA; MOUSSALII, 1973 e GOODMAN, 1975). 
 Todos os processos realizados para a cirurgia dos frênulos também são 
praticados para a cirurgia das bridas cicatriciais. 
 Para estas cirurgias, além do material e instrumental usado 
rotineiramente, há necessidade de duas pinças hemostáticas tipo mosquito retas e um 
bisturi com lâmina número 15. 
 A anestesia empregada é sempre a terminal infiltrativa, na base da 
alteração, tomando-se o cuidado de injetar a solução anestésica lentamente, para 
evitar o edema que provocaria certa deformação no frênulo. Para o frênulo lingual, 
pode-se fazer inclusive, anestesia por compressão inicialmente, com os dedos 
polegar e indicador. 
 
 1. Frenulectomia: 
 
 1.1 Técnica do duplo pinçamento: 
 Traciona-se o lábio superior ou inferior e, com auxílio de duas pinças 
hemostáticas retas tipo mosquito, o frênulo é pinçado ao longo de suas inserções 
(Figs. VII. 19). A primeira pinça prenderá toda a extensão do frênulo em contato 
com a mucosa que recobre o processo alveolar, e a segunda, tomará toda a porção do 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
526
frênulo em contato com o lábio. Dessa forma, as duas pinças ficarão com as pontas 
ativas próximas uma da outra, formando um ângulo reto. 
 
 
 A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 19 – (A e B) Frenulectomia pela técnica do duplo pinçamento, notando-se a colocação das 
duas pinças hemostáticas tipo mosquito formando um ângulo reto. Após a retirada da 
mucosa e, depois da sutura final, tanto para o labial quanto para o lingual. 
 
 Utilizando-se um bisturi com lâmina número 15, o frênulo é 
seccionado, no espaço compreendido entre a primeira pinça e a mucosa do processo 
alveolar e entre a segunda pinça e a mucosa labial. 
 Dessa maneira, as duas pinças hemostáticas saem com o tecido entre 
elas. Em seguida, sutura-se com três ou quatro pontos a região. 
 Praticando-se esta técnica, nota-se que oferece o inconveniente da 
presença de duas pinças hemostáticas, que dificultam em parte, a visibilidade do 
campo operatório, podendo, em conseqüência disso, a eliminação do frênulo ser 
incompleta,ou ainda, ser retirado tecido em demasia. Além disso, na região próxima 
à crista alveolar, geralmente não há coaptação das bordas da ferida. 
 Esta técnica pode, também, ser aplicada para frênulos linguais. 
 Pode, também, ser realizada, com bons resultados, para as bridas 
cicatriciais, tomando-se o cuidado de fazer uma boa desinserção da camada muscular 
profunda (Fig. VII. 20). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 20 - Técnica da bridectomia pelo duplo pinçamento, notando-se a colocação das pinças 
hemostáticas retas tipo mosquito. A eliminação da brida e a divulsão da mucosa adjacente. 
Depois da exérese da brida e a sutura final. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
527
 1.2 Técnica do pinçamento único: 
 Traciona-se o lábio superior ou inferior do paciente e pinça-se o 
frênulo com pinça hemostática reta tipo mosquito, de modo que coincida com a 
bissetriz do triângulo formado pelo frênulo (Figs. VII. 21). 
 
 
 
A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
C 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 21 – (A, B e C) Frenulectomia labial superior pela técnica do pinçamento único, em 
paciente dentado portador de grande diastema. A colocação da pinça hemostática, tipo 
mosquito reta. As incisões realizadas, seguida da exérese do frênulo, com a eliminação do 
cordão fibroso até a papila palatina. A sutura realizada e a colocação do cimento cirúrgico 
para proteção das primeiras fases do processo cicatricial. 
 
 Em seguida, afasta-se o frênulo para um dos lados, incisando-se junto 
ao rebordo alveolar, em forma de cunha, fazendo-se o mesmo no lado oposto. 
Mantendo-se o pinçamento inicial e, já com a porção do rebordo incisada, faz-se o 
mesmo na região correspondente à mucosa labial. Assim, é feita a exérese do 
frênulo, sem deixar vestígios de sua inserção. Num outro tempo, as bordas da ferida 
são coaptadas após divulsão e, suturadas com três ou quatro pontos interrompidos. 
 Por esta técnica, tem-se visibilidade total do campo, vendo-se 
perfeitamente a quantidade de tecido que está sendo eliminado, bem como a ferida 
fica completamente suturada. Esta técnica é, também, preconizada para frênulos 
labiais superiores, inferiores e linguais. 
 
 2. Frenulotomia: 
 
 2.1 Técnica da simples secção: 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
528
 Geralmente, utilizada para frênulos linguais anormais (anquiloglosia), 
poderá, no entanto, ser indicada para alguns casos de frênulos labiais, principalmente 
naqueles em que o cordão fibroso é bastante delgado. 
 Para esta técnica cirúrgica, traciona-se o lábio do paciente, ou 
tratando-se de frênulo lingual, o cliente deverá fazer a tentativa de colocar a ponta da 
língua no palato. Utilizando-se tesoura reta com ponto fina, faz-se secção rápida, 
exatamente na bissetriz do ângulo formado pela superfície da mucosa labial e, a do 
rebordo alveolar, ou pela superfície lingual e a do rebordo alveolar. Se houver 
necessidade, são efetuados dois pontos de sutura. Pode-se, logo após a anestesia, 
fazer dois pontos de reparo com sutura e, a partir desta porção mediana, fazer a 
secção (Figs. VII. 22). 
 
 
B 
 
A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 22 – (A e B) Frenulectomia lingual pela técnica da simples secção, notando-se o caso 
clinicamente. A anestesia superficial, seguida da anestesia terminal infiltrativa na base do 
frênulo, lentamente, para não deformá-lo. Os dois pontos de reparo, dados na porção 
mediana do frênulo e que servirão de referência, durante toda a manobra cirúrgica. A 
manobra da secção e, da divulsão, podendo-se observar o frênulo totalmente distendido, 
pelo tracionamento da sutura. 
 
 2.2 Técnica da incisão em Z - (Zetaplastia): 
 Nesta técnica, muito utilizada em cirurgia plástica, para evitar-se as 
incisões lineares, que provocam problemas de cicatrização, faz-se o tracionamento 
do lábio do paciente, para que o frênulo fique bem distendido, fazendo-se a 
demarcação do Z e, em seguida, incisão no seu longo eixo e, duas outras nas 
extremidades da primeira e, em sentidos opostos, ou seja, perpendicular ou 
obliquamente à primeira incisão. A mucosa é descolada junto às incisões, rebatendo-
se os retalhos e, distendendo-se o frênulo. Sutura-se com dois pontos nesses vértices 
(Fig. VII. 23). 
 Esta técnica tem a vantagem de não retirar o frênulo, distendendo-o 
apenas e, de não permanecer tecido cicatricial fibroso nesta região, o que acontece, 
geralmente, com as outras técnicas. É muito utilizada, para a exérese de frênulos 
labiais superiores, inferiores e, também para as bridas cicatriciais (Fig. VII. 23). 
 
 3. Reinserção do frênulo (RIES CENTENO, 1934): 
 Nesta técnica, após o tracionamento do lábio, são efetuadas duas 
incisões paralelas, traçadas lateralmente ao frênulo, de tal modo que cheguem em 
profundidade ao periósteo. Outra incisão perpendicular às duas primeiras, realizada 
na base do frênulo, completa o retalho (Fig. VII. 24). 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
529
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 23 – Técnica esquemática da Zetaplastia notando-se a facilidade com que o frênulo é 
distendido, podendo-se observar também um frênulo anormal que prejudicaria a colocação 
da prótese, tendo-se optado pela frenulotomia, realizando-se a técnica da incisão em Z ou 
zetaplastia. A demarcação do Z e a incisão no meio do frênulo, com um ponto tracionando 
o frênulo para cima. As incisões oblíquas laterais, efetuadas nas extremidades da incisão 
principal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 24 - Reinserção do frênulo labial superior pela técnica de CENTENO, vendo-se o frênulo 
anormal. As incisões realizadas, com o descolamento do retalho e as suturas efetuadas nas 
partes laterais. 
 
 Com destaca-periósteo, afasta-se o retalho em toda extensão do 
frênulo, descolando-o numa posição mais distante e superior da crista alveolar, 
aproximadamente meio centímetro acima de sua posição primitiva. Faz-se 
hemostasia pela compressão com gaze, suturando-se o retalho com dois pontos de 
cada lado das incisões, a fim de mantê-los em sua nova posição. 
 O osso da parte inferior ficará exposto, havendo após alguns dias a 
formação de tecido de granulação e completa reparação, ficando o frênulo numa 
posição mais superior à anterior, possibilitando assim correta colocação da prótese. 
 
o0o 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
530
CAPÍTULO VII 
 
“CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS” 
 
3. TRATAMENTO CIRÚRGICO DOS TOROS 
 
INTRODUÇÃO 
 
 Os toros palatinos podem ser considerados, sob o ponto de vista 
clínico, como uma exostose ou protuberância dura, sólida, que varia, tanto em 
superfície como em elevação, situada na interseção da sutura intermaxilar com a 
palato-maxilar (Fig. VII. 25). 
 Os toros mandibulares, também, podem ser considerados como uma 
exostose ou proeminência óssea que se encontra na porção lingual da mandíbula, 
geralmente, acima da linha miloioidea na região dos pré-molares (Figs. VII. 26). 
 Os toros palatinos foram descritos no início do século XIX (JOSEPH 
FOX, 1918), entretanto, o maior mérito é atribuído a GEORGE CARABELLI 
(1842), que fez uma análise bastante profunda, sobre esta estrutura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. VII. 25 - Um tipo de toro palatino simples. 
 
 
 
 
B A 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
531
 
 
C 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 26 – (A, B e C) Toros mandibulares salientes e simples em pacientes dentados, notando-se 
as duas protuberâncias na altura dos pré-molares e as várias exostoses em outra. Nesses 
pacientes, sua remoção seria necessária, caso houvesse prejuízo de sua fonação, caso 
contrário não. Nota-se o magnífico toro mandibular de grandes proporções, que inclusive 
dificultava a fonação da paciente, impossibilitando-a de adaptar sua língua 
convenientemente na boca. 
 
 Alguns dos primeiros investigadores associavam o toro palatino à 
lues, sendo relatadacomo uma formação que ocorria normalmente, em muitos 
indivíduos (DIDAY, 1850). Contudo, este autor ainda concluía que o toro era uma 
forma de exostose. 
 Esta condição ainda é descrita como uma falha de conformação 
(DUPLAY; FOLLIN, 1875), enquanto que o termo "torus palatinus" é introduzido 
pela primeira vez na literatura (KUPFFER; BESSEL HAGEN, 1897). 
 Esta alteração de pode ser citada como uma exostose palatina mediana 
(GAYRAUD, 1884), num artigo no qual cita um autor de nome TOIRAC. Este 
autor chama atenção ao fato de que, esta condição, tinha um crescimento espontâneo 
e progressivo na região da linha mediana do palato, sem qualquer sinal de 
malignidade. Ainda, esse mesmo autor concorda com TOIRAC e DUPLAY, que a 
protuberância na linha média do palato, é mais proveniente da conformação, de que 
uma manifestação de qualquer diátese mórbida. 
 O assunto permaneceu obscuro, até a publicação excelente 
monografia, que abordava essa condição de maneira bastante sucinta. 
 A primeira referência sobre o torus nos arquivos da literatura médica 
inglesa apresenta um estudo minucioso sobre o toro palatino diante da Royal Society 
of Medicine (GODLEE, 1909). 
 Esta variação anatômica foi, também, observada e mencionada por 
vários autores (LISSAUER, 1878; MERKEL, 1890; TARANETZKY, 1890; 
MORAL; KUEMMEL, 1922; HERBST; SPFFELDSTAEDT, 1928 e MILLER; 
ROTH, 1940). 
 A literatura concernente às causas dessas formações é bastante 
controvertida (MARZOLA, 2000), incluindo: 
 1. estímulos funcionais (HOOTON, 1918; MATTHEWS, 1933; 
DRENNAN, 1937; HRDLICKA, 1940; WEINNAN; SICHER, 1947 e 
JOHNSON, 1959); 
 2. hereditariedade (CARABELLI, 1842; KORNER, 1910; 
WEIDENREICH, 1936; DRENNAN, 1937; KRAHE, 1949; LASKER, 1950; 
WOO, 1950; MOORREES, 1957; SUZUKI; SAKAI, 1960 e GOULD, 1964); 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
532
 3. processo de crescimento contínuo (MILLER; ROTH, 1940; 
THOMA, 1950; ELLERTSON, 1969 e TOPAZIAN; MULLEN; CONN, 1977); 
 4. causas patológicas, tais como a sífilis (CHASSAIGNAC; 
HUGUIER, 1950) e o raquitismo (LACHMANN, 1927) e, 
 5. desconhecida (REZAI; JACSON; SALAMAT, 1985). 
 Os toros palatinos ocorrem freqüentemente, em adultos de ambos os 
gêneros (MILLER; ROTH, 1940; KOLAS et al., 1953; VIDIC, 1966; KING; 
MOORE, 1971; MAYHALL; MAYHALL, 1971; BERNABA, 1977; BALAEZ; 
DIAZ; PEREZ, 1983; CHEW, 1984; REICHART; NEUHAUS; SOOKASEM, 
1988 e RENON et al., 1994), sendo mais comuns no gênero feminino que no 
masculino, sendo contrário a esta opinião (HRDLICKA, 1940). 
 No que tange à idade, afirma-se que são freqüentemente observados 
(STONES, 1954), iniciando seu crescimento na puberdade e aumentando 
rapidamente com a idade (MILLER; ROTH, 1940; KOLAS et al., 1953 e KING; 
MOORE, 1971). 
 Com respeito à freqüência desta alteração, a média é de 20 a 25% 
numa determinada população, de acordo com a maioria dos autores (BERNABA, 
1977 e BALAEZ; DIAZ; PEREZ, 1983). 
 A incidência dos toros palatinos e mandibulares foi estudada em cem 
pacientes edentados totais, que receberam os aparelhos protéticos na Clínica de 
Prótese Dental da Faculdade de Odontologia de Bauru da Universidade de São Paulo 
(TAMAKI; MARZOLA; TAMAKI, 1971). Examinando clinicamente os modelos 
de estudo, concluíram os autores que, para finalidade de planejamento de prótese 
total, há necessidade de verificar-se no modelo de estudo, o detalhe do toro, visto que 
o exame clínico acusa apenas os casos mais flagrantes. Verificou-se também que a 
incidência do toro palatino é superior a 20% e, que é mais comumente encontrado 
que o mandibular (12%). Por outro lado, todos os aparelhos protéticos totais foram 
confeccionados, sem intervenção cirúrgica, uma vez que não se constatou nenhum 
toro do tipo saliente. 
 Numerosos estudos foram realizados em diferentes populações, na sua 
grande maioria em crânios, a fim de ser constatada a presença de toro palatino 
(RENON et al., 1994). 
 Assim, foram pesquisados em populações diversas, tais como: 
 1. esquimós (FURST; HANSEN, 1915; HOOTON, 1918; 
HRDLICKA, 1930; SCHREINER, 1931 e HRDLICKA, 1940); 
 2. aleutas (HRDLICKA, 1940 e MOORREES, 1951 e 1957); 
 3. índios americanos (RUSSELL; HUXLEY, 1899; HOOTON, 1918 
e 1930 e HRDLICKA, 1940); 
 4. chineses (MIYASITA, 1935 e MARUYAMA, 1937); 
 5. japoneses (AKABORI, 1939); 
 6. africanos (PERIER, 1933; DRENNAN, 1937 e HRDLICKA, 
1940); 
 7. americanos (KOLAS et al., 1953; AUSTIN; RADFORD; 
BANKS, 1965 e SCHAUMANN; PEAGLER; GORLIN, 1970); 
 8. escandinavos (FURST; HANSEN, 1915 e MELLQUIST; 
SANDBERG, 1939); 
 9. italianos (HOOTON, 1918); 
 10. noruegueses (SCHREINER, 1931); 
 11. franceses e suíços (PERIER, 1933); 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
533
 12. alemães (GRIM, 1938 e REICHART; NEUHAUS; 
SOOKASEM, 1988); 
 13. chilenos (WITKOP; BARROS, 1952); 
 14. americanos (MAYHALL; MAYHHALL, 1971); 
 15. índios brasileiros (BERNABA, 1977); 
 16. cubanos (BALAEZ; DIAZ; PEREZ, 1983); 
 17. tailandeses (REICHART; NEUHAUS; SOOKASEM, 1988) e, 
 18. brasileiros ((TAMAKI; MARZOLA; TAMAKI, 1971; RENON 
et al., 1994). 
 Clinicamente, o toro palatino varia desde uma discreta saliência a uma 
grande proeminência, podendo ocupar até dois terços do palato duro, ser simétrico ou 
não. Sua consistência, bem como a dos toros mandibulares é, em determinadas 
ocasiões, de um osso esponjoso e às vezes de osso compacto, podendo também 
crescer de maneira muitas vezes avantajada (ELLERTSON, 1969). 
 A mucosa que os reveste é, geralmente, bastante delgada, quer pela 
pressão interna exercida pelo tecido ósseo, ou pela externa, provocada pela língua ou 
pelo impacto dos alimentos (MILLER; ROTH, 1940; CHEW; TAN, 1984 e 
ECKLES; MILLER, 1988). 
 Radiograficamente, os toros mandibulares aparecem como uma 
saliência óssea radiopaca, situada por lingual entre os caninos e os molares. Os toros 
palatinos na radiografia oclusal não são visíveis, porém, quando da tomada de uma 
radiografia periapical da região de molares superiores, uma sombra radiopaca dessa 
alteração quase sempre se projeta sobre aquela do seio maxilar, podendo parecer 
como exostose do antro. 
 Com referência aos toros palatinos e a confecção das próteses totais, 
observou-se que eles atuam como um fulcro, sobre o qual a prótese oscila tanto de 
um lado quanto de outro, como também de frente para trás (NAGLE; SEARS, 
1965). 
 Para o êxito imediato da prótese, não é necessário o alívio da região 
dos toros, porém observa que, com o tempo e o uso, a dentadura se assentará e a 
tendência é de exercer maior pressão sobre a parte central do palato. Por este motivo 
principalmente, quando existe o toro, aquela maior pressão tem duas conseqüências, 
como o aparelho tende a fazer báscula, tendo a linha média como ponto de apoio, 
perdendo assim, a estabilidade e, por outro lado, a prótese poderá romper-se na linha 
média, devido à flexão e reflexão durante a mastigação (SAIZAR, 1958). 
 É por isso que, na opinião de muitos autores, a região dos toros deverá 
ser aliviada (TAMAKI, 1971 e CERVEIRA NETO, 1987). 
 Para outros, entretanto, é desnecessário este procedimento (BEESON, 
1942), porém, em casos extremos, se os toros tenderem a crescer prejudicando a 
retenção da prótese, indica-se a eliminação cirúrgica (SCHLOSSER; GEHL, 1957). 
 Quanto aos toros mandibulares, também está recoberto por uma capa 
de tecido bastante delgada, sendo por esta razão muito sensível, deve-se eliminar 
cirurgicamente (SWENSON, 1948 e MARZOLA, 1988 e 1997), ou quando não é 
muito exagerado, apenas aliviado (TAMAKI, 1971). 
 
INDICAÇÕES E OBJETIVOS 
 
 As indicações cirúrgicas são as seguintes (MARZOLA, 1997 e 2000): 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
534
 1. Para todos os tipos de toros, que possam interferir com a 
estabilidade de uma prótese total. 
 2. Para eliminar possíveis dificuldades, no que diz respeito à dicção. 
 3. Para prevenir irritações da mucosa, com possíveisdegenerações 
para malignidade. 
 Baseado nestas indicações pode-se optar pela técnica cirúrgica que, 
quando bem realizada, não apresenta quaisquer complicações no pós-operatório 
(ARMBRECHT; SCHWETZ, 1964; GORE; MINN, 1968 e MARZOLA, 1988, 
1997 e 2000). 
 O objetivo desta cirurgia é, sem dúvida alguma, a possibilidade da 
instalação correta dos aparelhos protéticos, pois numerosas tentativas têm sido 
realizadas, a fim de colocar-se uma prótese sobre um determinado tipo de toros. 
Todas elas resultaram em falhas, pois em alguns casos, a alteração aumentou de 
volume, deslocando completamente a prótese e em outros provocava movimentos 
acentuados de báscula. 
 Sendo a mucosa que reveste a alteração bastante delgada, qualquer 
trauma ou irritação, poderá provocar a degeneração da mesma, ou ainda alterações 
no osso palatino, como uma osteomielite (PASQUAL; PASQUAL, 1968). Como o 
toro é uma alteração que não apresenta capacidade de recidiva, sua remoção somente 
viria beneficiar, tanto o paciente quanto o profissional, tendo em vista uma colocação 
de uma prótese. 
 
CLASSIFICAÇÃO E TÉCNICA CIRÚRGICA 
 
 Os toros palatinos podem ser classificados em achatados, pontiagudos, 
nodulares e lobulados (THOMA, 1969). Os toros mandibulares em unilaterais 
simples ou múltiplos e bilaterais, simples ou múltiplos. 
 Os toros palatinos podem ainda ser classificados em pequenos, 
moderados e marcantes (MILLER; ROTH, 1940). 
 Tanto para os toros palatinos quanto para os mandibulares, a seguinte 
classificação pode ainda ser adotada, como os salientes, médios e discretos 
(TAMAKI; MARZOLA; TAMAKI, 1971). Os toros salientes são aqueles que 
devido ao seu volume apreciável, interfere nos movimentos da língua, na fonação e 
na fisiologia da mastigação, necessitando por isso mesmo, ser eliminado 
cirurgicamente. Considera-se um toro médio, aquele que apresenta certo volume 
que, contudo, não chega a interferir nos movimentos normais da língua, na fonação 
ou na mastigação. Os toros palatinos médios necessitam ser aliviados e os 
mandibulares ser contornados, isto é, não englobado dentro da área chapeável, a fim 
de se garantir a estabilidade das próteses. Os toros discretos são aqueles que 
apresentam pequenas saliências e, que não oferece nenhum problema na moldagem 
(TAMAKI; MARZOLA; TAMAKI, 1971 e MARZOLA, 2000). 
 Sessenta por cento (60%) dos toros palatinos encontrados foram 
considerados discretos; 40% do tipo médio, não se constatando nenhum toro saliente. 
90% dos toros mandibulares eram discretos; 10% do tipo médio, não sendo 
encontrado nenhum caso do tipo saliente (TAMAKI; MARZOLA; TAMAKI, 1971 
e MARZOLA, 2000). 
 Para a exérese desta alteração, podem ser seguidos os seguintes 
tempos operatórios (THOMA, 1969; DAVIS, 1979 e MARZOLA, 1988, 1997 e 
2000): 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
535
 1. Anestesia: 
 Por bloqueio regional dos nervos palatinos maiores e nasopalatino, ou 
mesmo a anestesia terminal infiltrativa da região, para a maxila. Para a mandíbula, 
utiliza-se a anestesia por bloqueio regional dos nervos alveolar inferior, lingual e 
bucal, complementada com anestesia terminal infiltrativa subperiostal (MARZOLA, 
1999). 
 
 2. Incisão: 
 Podem ser empregados os seguintes tipos de incisões para os toros 
palatinos, como a de DORRANCE (1929), que aconselha um duplo Y, traçado na 
porção mediana da alteração, sendo aquela que apresenta melhores resultados devido 
ao amplo campo visualizado (Figs. VII. 27). CHRISTENSEN-BRADLEY traçam 
uma incisão reta na linha média do torus, sendo contra-indicada. WINTER 
aconselha incisão semilunar unilateral. AVELLANAL prefere a incisão semilunar 
completa. Estes dois últimos tipos, também podem ser utilizados, contudo, dá-se 
preferência à incisão de DORRANCE (1929). 
 Para os toros mandibulares a incisão deverá ser realizada pouco acima 
da saliência, em linha reta, acompanhando a curvatura do processo alveolar, numa 
extensão ligeiramente maior do que a do osso a ser eliminado. Além disso, poderá 
ser ligeiramente curva com uma concavidade inferior. Em pacientes dentados, 
somente incisão de papilas, pela face lingual, de pré-molar a pré-molar, dependendo 
da extensão do processo (Figs. VII. 28). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 27 – (A) Técnica cirúrgica esquemática pela técnica da incisão em duplo Y. (B) 
Configuração esquemática da eliminação de um toro mandibular. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
536
 
 
A B 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figs. VII. 28 – (A e B) Apresentação de extenso toro mandibular, prejudicando inclusive a fonação da 
paciente e a estabilização de sua língua na boca, vendo-se detalhes da incisão, 
descolamento do retalho, da ostectomia com vários seccionamentos do toro, vendo-se o 
caso após a eliminação bilateral e após a limagem e sutura final. 
 
 Com uma espátula número 7 ou destaca-periósteo de Mead, descola-se 
o retalho em toda a extensão, tomando-se muito cuidado para não dilacerar o mesmo 
nessa manobra, devido ao fato da mucosa encontrar-se bastante delgada. O retalho 
deverá ser mantido afastado por fios de sutura, ou com afastadores adequados, com 
bastante delicadeza, para não traumatizá-lo. 
 
 3. Ostectomia: 
 Essa manobra é demorada e lenta, pois se deve eliminar esta exostose 
com bastante cuidado para não se perfurar o soalho das fossas nasais. 
 Inicialmente, fazem-se perfurações com broca de fissura ou esférica, 
em toda sua extensão, a fim de diminuir a resistência do osso, ficando assim, mais 
fácil sua remoção com cinzel à pressão manual, ou com martelo cirúrgico. 
 Para os toros mandibulares, pode-se também fazer perfurações com 
broca, com a finalidade de diminuir a resistência óssea que nesta região é 
considerável, retirando-se em seguida, com cinzel e martelo, ou ainda à pressão 
manual. Pode-se notar a magnífica seqüência de um toro mandibular de grandes 
proporções (Figs. VII. 28). 
 Após a eliminação do osso com cinzel, utiliza-se no local, a broca 
cirúrgica esférica multifacetada, com a finalidade de alisar-se perfeitamente a 
superfície óssea. Ao mesmo tempo, faz-se irrigação com soro fisiológico, para 
evitar-se o superaquecimento no local e, também, para eliminar esquírolas ósseas que 
porventura possam ainda existir. Estes fragmentos, também poderão ser removidos 
com o auxílio de curetas. 
 Pode-se colocar uma prótese no local para fazer a contenção dos 
retalhos. 
 
 4. Sutura: 
 Após a correta limpeza do local, os retalhos são colocados em posição, 
retirados os excessos e, suturados com fio de seda 3-0 ou Dexon 3-0. 
 Quando realizada de maneira correta a técnica cirúrgica, geralmente, o 
pós-operatório decorre sem eventualidades. Deve-se aconselhar o paciente para 
praticar boa higienização bucal, além de instruí-lo com relação à fisioterapia e 
antibióticoterapia. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
537
CAPÍTULO VII 
 
“CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS” 
 
4. APROFUNDAMENTO DE SULCO - SULCOPLASTIAS 
 
INTRODUÇÃO 
 
 O sucesso das próteses completas é compatível com a qualidade dos 
tecidos adjacentes. Alguns pacientes apresentam, extensas perdas ou ausências do 
processo alveolar, mais pronunciadas no arco mandibular que nos maxilares, sendo 
também mais evidenciadas em pacientes idosos. 
 Na grande maioria destes pacientes, a perda óssea pode ser atribuída: 
 1. uso prolongado de aparelhos protéticos removíveis. 
 2. retenção de dentes naturais na presença de extensas alterações 
periodontais. 
 3. condições sistêmicas, as quais podem resultar em osteoporoses. 
 4. acidentes ou cirurgias. 
 5. pacientes sem uso de prótese por muito tempo. 
 Com a perda do rebordo alveolar, alguns músculos que se fixam em 
determinadas regiões dos maxilares e da mandíbula, tornam-se intimamente 
relacionados com as próteses. 
 Assim, na acentuada reabsorção do processo alveolar ou sua perda, 
vários métodos cirúrgicospodem ser freqüentemente empregados, a fim de 
possibilitar melhor retenção desses aparelhos protéticos nos rebordos alveolares. 
Desta maneira, tornam estes mesmos rebordos, compatíveis com a colocação de 
próteses. 
 Na grande maioria das oportunidades, o cirurgião e o protesista 
trabalham em conjunto, associando seus conhecimentos em benefício do paciente, 
que realmente irá necessitar, e muito, dos mesmos. O protesista, deverá encaminhar 
ao cirurgião, todo paciente que apresenta excessiva perda ou ausência do rebordo, 
impedindo, pois a correta estabilidade das próteses totais. 
 Além disso, a inserção muito baixa do frênulo superior, ou muito alta 
do inferior, também, poderão reduzir, ainda mais, aquele rebordo alveolar já bastante 
escasso. 
 No exame que os dois especialistas deverão realizar, os pacientes 
deverão ser analisados de acordo com: 
 1. atitude mental. 
 2. estado físico. 
 3. história dental. 
 4. achados locais. 
 Sucesso ou falha do tratamento está na dependência da cooperação do 
paciente em aceitar sua responsabilidade no tratamento. 
 
 1. Atitude mental do paciente: 
 Deverá ser avaliada, para ser determinado o grau de aceitação e, 
colaboração do mesmo. Muitos pacientes, com suporte ósseo desfavorável para 
colocação de próteses, são muito idosos. O paciente deverá compreender a extensão 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
538
do processo, particularmente, a necessidade de longa observação pós-operatória. 
Preferentemente, o profissional deverá obter declaração por escrito do paciente, de 
que aceita todos os riscos desta intervenção. 
 Pacientes que reclamam sobre o estado do processo alveolar, 
atribuindo a culpa aos profissionais que já o atenderam, não estão suficientemente 
preparados para esta intervenção. O mesmo ocorre, com aqueles que não se 
interessam pelo diálogo, mostrando-se indiferentes. 
 
 2. Estado físico do paciente: 
 Deverá ser cuidadosamente avaliado, para determinar qualquer 
limitação e se estabelecer o risco da cirurgia. Procedimento cirúrgico poderá ser 
comprometido, devido às limitações físicas do paciente. Perfeito conhecimento das 
condições do mesmo reduz os problemas pós-operatórios e, mesmo, os trans-
operatórios. 
 Algumas condições sistêmicas contra-indicam o uso de próteses e 
outras tornam o prognóstico desfavorável, e ainda outras devem ser controladas antes 
da confecção das próteses. 
 
 3. História dental: 
 Poderá trazer qualquer conhecimento, sobre a etiologia das perdas dos 
rebordos alveolares. Quando relatada pelo próprio paciente, é um bom método, para 
verificarem-se suas condições psicológicas. O prognóstico é desfavorável, para 
pacientes histéricos, bem como àqueles desdentados já há muitos anos. 
 
 4. Achados locais: 
 Os exames pela palpação e visual determinam a resistência dos tecidos 
moles e, as posições e extensões das fixações dos músculos, bem como o contorno e 
a posição das apófises geni, linha miloioídea e, ainda a oblíqua externa. Tecidos 
moles que revestem os maxilares ou a mandíbula podem estar hipertrofiados ou 
grandemente deslocados, daí a necessidade do exame acurado. 
 Os vários métodos até hoje utilizados, para reconstrução dos rebordos 
alveolares, podem ser divididos em dois grupos: aqueles que realizam reconstrução 
do processo alveolar e aqueles que praticam aprofundamento de sulco. 
 A literatura concernente às técnicas cirúrgicas mostra que as mesmas 
tiveram seu início através de uma técnica que praticava incisão horizontalmente ao 
rebordo alveolar, abrangendo inclusive o periósteo (KAZANJIAN, 1924). Esta 
mucosa permanecia livre, sendo suturada ao periósteo, enquanto que a outra mucosa 
livre era suturada através da pele, lábio e bochecha. As suturas eram removidas após 
cinco dias. O autor empregava o mesmo método para o lado lingual. 
 O inconveniente desta técnica era sua difícil execução sendo a parte 
mais delicada a dissecção do músculo do periósteo, sem provocar no mesmo 
qualquer trauma ou dilaceração. Existem regiões nas quais é quase impossível 
realizar-se esta manobra, tais como na tuberosidade e na face lingual da mandíbula. 
 A própria prótese do paciente foi também empregada para manter os 
músculos em sua nova posição, após sua desinserção (BLUM, 1925). 
Usava ainda este autor, outra técnica que consistia em realizar-se incisão sem atingir 
o periósteo, suturando o retalho na parte mais profunda da superfície cruenta. 
 CLÓVIS MARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
539
 Esta técnica era semelhante à primeira citada anteriormente 
(KAZANJIAN, 1924), variando apenas o tipo e o local da incisão, entretanto, a 
dificuldade para dissecar o periósteo continuava. 
 Numa outra técnica cirúrgica era realizada uma incisão sobre a crista 
alveolar e, após ser dissecada a mucosa, tanto na porção vestibular quanto na lingual, 
suturavam-se estes retalhos numa posição mais inferior, colocando-se por sobre eles 
uma prótese de contenção. Esta técnica era bem mais simples de ser realizada, 
atingindo muito bem sua finalidade (SMEDLEY, 1941). 
 Uma incisão horizontal na mandíbula, aproximadamente a 1,5 
centímetros da crista do rebordo alveolar, era praticada na mucosa do lábio, sendo 
que na região correspondente aos pré-molares faziam-se duas incisões verticais, até 
ser atingida a crista do rebordo alveolar. A mucosa era descolada, o retalho colocado 
contra o osso e suturado com fios absorvíveis no tecido abaixo do novo sulco. Um 
tubo de borracha de um centímetro era colocado no novo sulco e mantido em posição 
através suturas interrompidas pelo mento até a pele, sendo amarradas em outro tubo 
de borracha colocado na parte externa. Após 11 dias estes tubos eram removidos. 
Esta cirurgia não era realizada para o lado lingual da mandíbula, requisito este 
importante, para dar estabilidade à prótese inferior, impedindo que fosse deslocada 
pela língua em posição funcional (GODWIN, 1947). 
 A partir de 1950, surgiram vários trabalhos (COOLEY, 1952; 
LEWIS, 1952; TRAUNER, 1952; BRADLEY, 1953; CLARK, 1953; COLLET, 
1954; CALDWELL, 1955; SHEA; WOLFORD, 1955; BEAR, 1958; 
PEKARSKY, 1959 e DALPONT, 1960), todos eles fazendo determinadas 
inovações em suas técnicas, que na grande maioria não passavam de pequenas 
modificações introduzidas nas técnicas anteriormente citadas (principalmente 
naquela de KAZANJIAN, 1924). 
 Aparecem a seguir, já na década de 1960, técnicas que utilizavam 
próteses pré-fabricadas para contenção do retalho (BUISSON, 1960); técnicas que 
utilizavam tubos de borracha (BAURMARSH et al., 1962 e EDLAN, 1962); 
técnicas que usavam o guia cirúrgico para contenção dos retalhos (WAITE, 1962); 
técnicas que mantinham o guia cirúrgico em posição através parafusos metálicos de 
vitallium de seis milímetros (KOSLIN, 1963); e, aquelas que preconizava a 
instalação de guia cirúrgico mantido em posição por meio de fios metálicos 
(YRASTORZA, 1963). 
 Destaque todo especial deve ser dado, também, às técnicas que 
empregavam os implantes aloplásticos para o aumento do rebordo alveolar, já a partir 
de 1963 (BROWN et al., 1963; SMALL et al., 1964; GATEWOOD, 1968; 
CRANIN, 1970; BJORLIN et al., 1971; TOPAZIAN et al., 1971; PIERCE et al., 
1987 e MATTSSON et al., 1990). 
 São encontradas ainda as técnicas de outros autores que, como muitos 
daqueles já anteriormente citados, praticavam a imobilização do retalho utilizando-se 
de tubos de borracha ou de guia cirúrgico, ou ainda apenas de sutura 
(BOLENDGER; SWENSON, 1963; DE HANSEN, 1963; KRAMER; KELNER, 
1963; LEWIS, 1963; ORLEAN; MALLON, 1963; BERGENHOLTZ et al., 1965; 
HOWE, 1965; HEARTWELL; PETERS, 1966; MACINTOSH; OBWEGESER, 
1967; SAINT PASTEUR, 1970 e CARVALHO, 1980), além de modificarem 
determinadas técnicas, apenas quanto ao tipo de incisão, tanto para o lado vestibular 
quanto para o lingual, a fim de promover, segundo eles, melhor aumento do rebordo 
e, conseqüentemente, melhor pós-operatório. 
 CLÓVISMARZOLA 
CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
540
 Deve-se, isto sim, simplificar mais as técnicas, do que tornar o assunto 
ainda mais complexo, que é aquilo que exatamente conseguiram fazer, até aquele 
momento. 
 Outras técnicas foram desenvolvidas e aprimoradas, com a realização 
de enxertos livres de pele sobre a região exposta (SANDERS; COX, 1945; 
REHRMANN; PELESN, 1965; PROWLER, 1967; LANEY et al., 1968; 
PELTIER; MARCELLO, 1968; ANDERSON et al., 1969; ARAMANY et al., 
1970; BLACK; MORRE, 1970; MARKOWITZ et al., 1971; STEINHAUSER, 
1971; MOLLER; JOLST, 1972; YRASTORZA, 1976; SAMIT; POPOWICH, 
1982 e HILLERUP, 1987), apesar desta mesma manobra cirúrgica, já haver sido 
inicialmente praticada (WEISER, 1918), sendo que recentemente, tem-se utilizado o 
enxerto de pele pós-auricular, para a reconstrução da região vestibular (EPPLEY; 
MCBRIDE; SADOVE, 1992). 
 Enxertos de mucosa, retirada de tecidos próximos à região, também, 
têm sido utilizados com relativo sucesso (PROPPER, 1964; GOLDBERG, 1967; 
STEINHAUSER, 1969; HALL; O'STEEN, 1970; HALL, 1971; MALONEY et 
al., 1972; TIDEMAN, 1972; SANDERS; STARSHAK, 1975 e CARVALHO, 
1989). 
 Após esta análise da literatura, pode-se concluir que o 
aprofundamento de sulco deve ser considerado como cirurgia de rotina nos 
consultórios odontológicos, haja vista o grande número de pacientes que se 
apresentam sem, ou com escasso rebordo alveolar. Contudo, as indicações devem 
ser perfeitamente observadas, considerando-se aqueles fatores já anteriormente 
citados, além da técnica cirúrgica preconizada, a qual deve ser o menos traumática 
possível, em virtude de que futuramente sobre aquela região, deverá ser colocada 
uma prótese. Além disso, deve-se considerar que são manobras que serão executadas 
em pacientes já em idade avançada. 
 Realmente, se forem observadas perfeitamente as técnicas recém-
citadas, todas elas não passam de simples cirurgias de diérese e síntese, procurando o 
afastamento dos tecidos adjacentes, a fim de promover a confecção de um rebordo 
mais amplo, com indiscutíveis vantagens para a colocação de uma prótese. 
 Expansores e enxertos ósseos também têm sido muito utilizados, mais 
recentemente, para aumento de rebordos, com resultados bastante aceitáveis 
(LEAKE, 1974; TOPAZIAN, 1975; BOYNE et al., 1985; HABETS, 1987 e 
QUAYLE et al., 1990). 
 Crescente número de outros autores, ainda se preocupa com o 
problema, estudando, tanto os rebordos alveolares quanto as técnicas cirúrgicas, 
procurando renová-las, além da utilização de outros materiais, enxertos e métodos 
alternativos de fixação, implantes osseointegrados, de tal modo que o beneficiado 
sempre deverá ser nosso paciente (HOFER; MEHNERT, 1964; TRAUNER, 1965; 
HAMACHER; FREDRICKSON, 1968; MEHNERT, 1970; MOORE, 1970; 
GUERNSEY, 1971; LYE, 1971; MILLER, 1971; STARSHAK, 1971; 
TIDEMAN, 1971; VERNE, 1971; SCHUMACHER; IVÁNKIEVICZ, 1972; 
LIKEMAN; WATT, 1974 e 1974; MARZOLA; LIMA, 1975; WILKIE, 1975; 
GROSS; TOPAZIAN, 1978; ATWOOD, 1979; ROSENQUIST, 1979; 
MARZOLA; EMERENCIANO, 1980; GONGLOFF et al., 1986; WATSON, 
1987; CAWOOD; HOWELL, 1988; GHGUREVIC et al., 1988; HILLERUP; 
SOLOW, 1990; HOPPER; POKER, 1990; TAHER, 1990; FUSELIER; 
PEARSALL, 1991; HABERS et al. 1991 e LEW et al., 1991). 
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CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
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 O aumento de rebordos utilizando a hidroxiapatita tem mostrado uma 
grande evolução, contudo, deixam ainda muito a desejar, devendo muitas outras 
pesquisas ainda, serem realizadas neste campo (BLOCK et al., 1987; FRAME, 
1987; HOLMES; HAGLER, 1987; HOLMES; ROSER, 1987; MEHLISCH et 
al., 1987; TEN BRUGGENKATE et al., 1987; VANASSCHE et al., 1988; 
BROOK; LAMB, 1989 e 1991; COLLINS, 1989; MUNHOZ DOS SANTOS; 
RALDI, 1989; MALONEY et al., 1990; PIECUCH et al., 1990; WEINER et al., 
1990; BELTRÃO; REYES, 1991; COSTANTINO et al., 1991; DEEB et al., 
1991; EIK et al., 1991; ENGELKE et al., 1991; HARLE; KREUSCH, 1991; 
HOTZ, 1991; KURIHARA et al., 1991; SCHLIEPHAKE et al., 1991; 
GONGLOFF, 1992 e MARZOLA, 1997 e 2000). 
 Não se pode nunca esquecer de que os implantes ósseos integrados 
atualmente vieram para ficar, tendo em vista a qualidade dos mesmos, bem como a 
técnica com que são implantados. Isso tudo aliado à competência dos profissionais 
especialistas nesta área, que cada vez mais se conscientizam da necessidade de 
estudar, pesquisar, além da realização de cursos para se atualizarem constantemente. 
 Entretanto, não é porque existem os implantes que praticamente 
resolveram os problemas dos desdentados, que são abandonadas completamente as 
técnicas pré-protéticas há muito idealizadas e colocadas em prática, para serem 
resolvidos os problemas da população mais carente. Não se pode jamais deixar de 
lado que nem todos no Brasil têm condições financeiras para a colocação de 
implantes os mais diversos, nem os mais acessíveis, para serem resolvidos todos seus 
problemas funcionais e estéticos. 
 
TÉCNICA CIRÚRGICA 
 
 Pode ser dividida, com finalidade apenas didática e, para melhor 
compreensão em duas fases (MARZOLA, 2000): 
 1. Fase pré-cirúrgica e 
 2. Fase cirúrgica. 
 
 1. FASE PRÉ-CIRÚRGICA. 
 Para todos pacientes, evidentemente, deverá ser realizado exame 
clínico e de observação geral, a fim de se verificar as condições gerais do mesmo, 
tais como a atitude mental e as condições psicológicas, bem como o estado da 
mucosa do rebordo residual, além das inserções musculares. 
 Após exame clínico e radiográfico, seleciona-se moldeira de estoque 
indicada para o caso, assim como se plastifica quantidade suficiente de godiva para a 
moldagem. Esta deverá ser executada de tal modo que tenha suficiente sobre-
extensão da área do rebordo principal, para as inserções musculares. Tem-se, com 
esta moldagem, ampla visão da área do rebordo aproveitável e, também, dos tecidos 
que serão tratados pela cirurgia. Quando o molde não se apresenta perfeito, são 
realizadas as correções com godiva de baixa fusão. Obtido o molde, vaza-se no 
mesmo, gesso pedra, para obter-se um modelo que passará denominar-se "modelo de 
análise" ou de estudo, no qual será realizado o planejamento da futura cirurgia. 
 O planejamento cirúrgico deverá seguir os seguintes princípios: 
 1. delimitação da área total e real do rebordo residual. 
 2. demarcação de todas as inserções muscular e suas reais zonas. 
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CAPÍTULO VII 
CIRURGIAS PRÉ-PROTÉTICAS 
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 3. determinação, no modelo de análise, do limite e 
aprofundamento dos sulcos. 
 Os dois primeiros itens são possíveis, pois estando junto com o 
paciente, examina-se o caso com acurado cuidado, zona por zona, e com o auxílio de 
um lápis dermatográfico, assinala-se no modelo aquilo observado na boca. Graças a 
este cuidado, é possível saber-se até que ponto, podem-se aprofundar os sulcos. 
 Após o estabelecimento do limite de aprofundamento, fazem-se 
sulcos, empregando instrumento de ponta ativa, sulcos esses necessários apenas para 
registrar no modelo de análise, o planejamento feito. 
 Com o modelo de estudo preparado, escolhe-se a moldeira de alginato 
e procede-se à duplicação do mesmo. Assim, o profissional estará em condições de 
proceder à preparação do modelo, para construir guia cirúrgico de contenção, de 
resina acrílica. 
 Evidentemente, anteriormente a esta etapa, deve-se proceder ao 
aumento da área chapeável, desgastando-se no gesso as zonas de inserções dos 
tecidos móveis, até os limites admitidos. Estando pronto o modelo de trabalho, faz-
se adaptação de duas lâminas de cera rosa número 7 sobre a área de trabalho. 
Terminada a ceroplastia, deve-se incluir em mufla e condensar-se resina acrílica 
incolor, procedendo-se em seguida à polimerização da mesma, que poderá ser numa 
temperatura de 75 graus centígrados durante nove horas. 
 
 2. FASE CIRÚRGICA. 
 Uma vez o paciente em posição adequada, executam-se inicialmente 
as provas laboratoriais de tempo de sangramento, coagulação, dosagem de 
hemoglobina e tomada

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