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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ Gestão de Produção de Rádio e TV APOSTILA PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E CUSTOS Prof. João Henrique Távora Stross 2011 Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 2 Introdução Para muitas organizações, mais difícil do que integrar seus processos de negócio e gerar informações sobre seu desempenho é utilizar esses dados para elaborar projeções financeiras que possam demonstrar com adequada assertividade sua visão de futuro. Por outro lado, os acionistas efetuam cada vez mais pressão para verem atendidas as suas expectativas de resultado, estando a ausência ou má-elaboração e/ou acompanhamento do orçamento entre as principais razões para o não atendimento dessas expectativas. Os sintomas, de um processo ineficiente de orçamento são usualmente óbvios: distanciamento das ações operacionais dos objetivos estratégicos do negócio, surpresas nas revisões periódicas ou anuais, aumento do envolvimento das áreas operacionais sem trazer melhoria para os resultados, falta de comprometimento das áreas envolvidas, aumento nos níveis de itens a serem analisados, lentidão na coleta e consolidação dos dados sem tempo para análise e simulações e uma exagerada confiança nos softwares utilizados para sua preparação. A chave para se obter um orçamento eficiente é mapear todos os fatores e variáveis que possam influenciá-lo, para que o grupo envolvido na sua elaboração/ acompanhamento possa decidir quais são efetivamente relevantes para sua consideração. O processo orçamentário envolve inúmeros participantes, e abrange grandes e pequenos assuntos. Ele não deve ser realizado com objetivos de curto prazo ou sem a devida dedicação das equipes de trabalho. É necessário documentar a situação atual, ganhando assim uma compreensão das atividades fundamentais para o trabalho. Dessa maneira, deve-se procurar antecipar as possíveis questões sobre concorrência e outros obstáculos, antes de focar os esforços na busca de uma solução tecnológica para sua viabilização. Um processo orçamentário mal estruturado pode ocultar em demasia, variáveis importantes para o negócio, causando perda de receita ou aumento de custos. Uma das grandes dificuldades para o estabelecimento de um processo orçamentário é a definição das responsabilidades que devem ser atribuídas aos seus diversos participantes. Os acionistas querem cada vez mais comprometimento das empresas com seus resultados. Para alcançá-lo, é necessário compreender e representar no modelo orçamentário, todas as variáveis, premissas, fatores, riscos e oportunidades que podem afetá-lo. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 3 Os orçamentos são uma das ferramentas mais utilizadas pelas empresas no planejamento e controle. Os sistemas de orçamento fazem com que os administradores olhem para frente, o que os coloca numa melhor posição para aproveitar oportunidades. Eles também auxiliam na antecipação de e na adoção de medidas para eliminar ou reduzir sua gravidade. A implantação de um sistema orçamentário traz vantagens para a empresa e para seus funcionários. Estas vantagens ultrapassam, em muito, o simples aspecto financeiro. Do ponto de vista de planejamento, o sistema orçamentário motiva o ambiente empresarial, pois permite que cada funcionário, chefe ou subalterno, tome plena consciência de sua própria missão. Do ponto de vista da análise de resultados, o sistema orçamentário incute no espírito de cada funcionário a noção de custos, de economia, da racionalização e do lucro. O estudo da destinação do lucro é uma das tarefas mais nobres em uma empresa, e ela é grandemente facilitada pelas informações do orçamento. Todas essas ações são realizadas através de diretrizes internas, cuja finalidade principal é a de maximizar a rentabilidade de cada um dos negócios da empresa. Conceitos Gerais Das funções clássicas tratadas por Fayol, temos que organizar, formar equipe, dirigir, controlar e planejar. Planejar significa decidir antecipadamente. Segundo Ansoff, as empresas têm três tipos de decisões a tomar: a) Estratégicas; b) Administrativas; c) Operacionais. As organizações decidem o que devem fazer dentro de certo ambiente. Contudo, o que as distingue é o fato de que parte delas o faz antecipadamente, ou seja, antes do fator requerer a decisão. As vantagens de decidir antecipadamente são as seguintes: a) Coordenação de atividades; b) Decisões antecipadas; c) Comprometimento a priori; d) Possível maior transparência; e) Definição de responsabilidades; f) Destaque para eficiência; Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 4 g) Possível maior atendimento mútuo; h) Força a auto-análise; i) Permite avaliação do progresso. Porém cabe ressaltar que existem limitações importantes no desenvolvimento do processo de planejamento de uma organização. São elas: a) Baseia-se em estimativas; b) Deve estar adaptado às circunstâncias; c) A execução não é automática; d) O plano não deve tomar o lugar da administração. Planejamento Empresarial Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 5 Planejamento Estratégico As atividades visam através de métodos próprios, a análise dos ambientes externo e interno de atuação da empresa, a identificação de oportunidades e o estabelecimento de metas e estratégias para aproveitá-las, orientando a elaboração dos Planos Funcionais e Orçamentos que disporão os recursos possíveis. Planejamento Funcional O Planejamento Funcional deve dispor e organizar os recursos necessários para o funcionamento eficaz de cada órgão da empresa, permitindo a ação gerencial na busca do atingimento das metas propostas e fornecendo a base necessária para a elaboração dos Orçamentos Setoriais , que comporão o Orçamento Empresarial. Orçamento Empresarial O Orçamento é a tradução, em termos monetários, do planejamento estratégico e do planejamento funcional da empresa, sendo retratado, de forma integrada com a contabilidade, sob os aspectos econômicos e financeiros, e permitindo o acompanhamento e controle da sua execução. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 6 Compõe-se de duas fases: Orçamentos Setoriais São a valoração das previsões econômico - financeiras de receitas, despesas e investimentos, decorrentes da execução dos respectivos Planos Funcionais. Devem permitir a ação gerencial na busca integrada das metas de resultado da empresa, pela sua efetiva aplicação. Fornece subsídios para o Orçamento Empresarial. São definidos a seguir: Plano e Orçamento de Marketing Deve exprimir as projeções de receitas e despesas de vendas de produtos e serviços da empresa, permitindo o seu gerenciamento. Sua base é o Plano de Vendas. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 7 Apresenta as estimativas de vendas por cliente, tipo de produto, mercado, retratando os quantitativos físicos e as condições de venda: preço, prazo, frete, seguro, incentivos, comissões, despesas de administração e outras. Acompanhamento e Controle O acompanhamento e controle o têm como principal objetivo permitir o monitoramento do desempenho frente ao orçamento, constituindo-se em uma das ferramentas que permitem aferir a qualidade do planejamento e, principalmente, desencadear eventuais correções de rumo nas operações. Consiste na comparação entre os resultados orçados e reais, com a finalidade de apurar variações, analisá-las e, a partir daí, escolher medidas complementares, corretivas ou compensatórias dasvariações controláveis, de forma a assegurar a obtenção de um nível de lucro pelo menos igual ao definido no Orçamento. 1. Objetivo do Planejamento Orçamentário no modelo de Gestão da empresa. O sistema contábil é o principal, e o mais confiável sistema de informação quantitativo em quase todas as organizações. Este sistema deveria fornecer informações para os cinco seguintes objetivos: Objetivo 1: Formulação das estratégias gerais e dos planos de longo prazo. Inclui desenvolvimento de novos produtos e investimentos em ativos tangíveis (equipamentos) e intangíveis (marcas, patentes ou recursos humanos), e freqüentemente envolve a elaboração de relatórios específicos. Objetivo 2: Decisões de alocação de recursos com ênfase no produto e no cliente, tanto quanto no preço. Envolve com freqüência relatórios sobre a rentabilidade dos produtos ou serviços, categorias de marcas, clientes, canais de distribuição, etc... Objetivo 3: Planejamento e controle de custo das operações e atividades. Envolvem relatórios sobre receitas, custos, ativos e exigibilidades das divisões, fábricas e outras áreas de responsabilidade. Objetivo 4: Mensuração da performace e avaliação das pessoas. Envolve a comparação dos resultados obtidos com os planejados. Pode estar baseado em medidas financeiras ou não-financeiras. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 8 Objetivo 5: Adequação com a regulamentação externa e as exigências legais de publicação dos demonstrativos. Regulamentações e estatutos tipicamente prescrevem os métodos contábeis a serem seguidos. Pense nos relatórios financeiros que são fornecidos aos acionistas que estão tomando decisões de comprar, manter, ou vender ações da companhia. Estes relatórios devem ser publicados em consonância com os princípios contábeis geralmente aceitos, enormemente influenciados pelas instituições regulamentadoras, como o FASB (Financial Accounting Standards Board) nos Estados Unidos, ou o ASB (Accounting Standars Board) no Canadá. Fases do Planejamento Orçamentário 1 2 3 4 5 6 PLANEJ. ORÇAMENTÁRIO PREMISSAS CENÁRIOS ORÇAMENTO Gasto Orçado PRODUÇÃO Gasto Real CONTROLE Diferenças 1. Valor da verba, duração do projeto, horário do programa, tema, roteiro, logística, elenco, produção, equipamentos, 2. Gastos orçados: custos variáveis, custos fixos, gastos gerais. 3. Cambio, inflação, juros, eleições, crises internas e externas. 4. Previsão do fluxo de caixa (gastos orçados). 5. Gastos reais da produção. 6. Controle dos gastos reais, acompanhando o orçamento. Cadeia de valor Atividades da Cadeia de valor. Olhamos a empresa como um conjunto de atividades que compõem uma cadeia de valor, as quais aparecem na Fig. 1-1. A cadeia de valor é a seqüência de atividades que adicionam utilidades aos produtos ou serviços da organização. Estas atividades são as seguintes: Pesquisa e desenvolvimento (P&D) – a geração e experimentação de idéias relacionadas a novos produtos, serviços, ou processo. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 9 Design de produtos, serviços ou processo – o planejamento detalhado e a engenharia de produtos, serviços ou processos. Produção – a coordenação e alocação de recursos para produzir um produto ou prestar um serviço. Marketing – a maneira pela qual indivíduos ou grupos ou serviços, e (b) compram aqueles produtos ou serviços. Distribuição – o mecanismo através do qual produtos ou serviços são entregues aos clientes. Atendimento ao cliente – as atividades de suporte fornecidas aos clientes. Não considere, na figura abaixo, subentendido que os gerentes deveriam agir seqüencialmente ao longo da cadeia de valor. Existem importantes vantagens a serem obtidas (em termos de custos, qualidade e velocidade com os quais novos produtos são desenvolvidos em ter cada parte da cadeia de valor trabalhando simultaneamente). Os gerentes seniores de uma organização (incluindo aqueles de cada parte individual a da cadeia de valor) têm a responsabilidade de decidir sobre suas estratégias gerais, como os recursos serão obtidos e utilizados, e como as recompensas serão dadas. Esta tarefa é pertinente em toda a cadeia de valor. A contabilidade é principal meio de auxílio aos gestores na administração de cada atividade apresentada na figura abaixo e na coordenação de seus trabalhos dentro da estrutura de organização como um todo. Como a contabilidade de fato auxilia os gestores nessas tarefas. Cadeia de valor das funções de negócio Pesquisa e Desenvolvimen to Design de Produto/ Serviço/ Processo Produção Marketin g Distribuição Atendimento ao Cliente CONTABILIDADE GERENCIAL Conceito sobre gastos. Pensemos agora nos gastos que são apresentados na demonstração de resultado e no balanço patrimonial das empresas dos setores de serviço, comercial e industrial. Uma distinção fundamental dos gastos é a sua classificação em ativados e não ativados. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 10 Gastos ativados são primeiramente registrados como ativo. Parte-se do pressuposto de que estes gastos trarão benefícios futuros para a empresa. Exemplos são os gastos com a aquisição de computadores e veículos. Estes gastos são transferidos para despesa à medida que seus benefícios o correm. Por exemplo, o gasto com a aquisição de veículos é considerado despesa de depreciação à medida que decorre o período esperado de vida útil dos mesmos. Gastos não-ativados são registrados como despesas do período no qual são incorridos. Exemplos são os salários do pessoal de marketing e o aluguel mensal do escritório administrativo. Estas duas categorias de gasto se aplicam às empresas dos três setores da economia. Dificuldade em separar custo de despesa A dificuldade sobre custos começa na terminologia. Como em todas as áreas encontramos uma profusão de nomes para um único conceito e também conceitos diferentes para uma única palavra. Despesas – Custos – Gastos – Dispêndios – Pagamentos – Investimentos - Perdas – Receitas – Recebimentos – Renda. E ainda, Custos Diretos, Custos Indiretos, Custos Fixos, Custos Variáveis, Custos Semivariáveis, Custo Estimado, Custo Padrão. GASTO – É o sacrifício financeiro que a empresa arca para obtenção de um bem ou serviço representado pela entrega ou promessa de entrega de atinos (normalmente dinheiro). É um conceito extremamente amplo e abrange: custos, despesas, investimentos, perdas etc. INVESTIMENTO – Gasto registrado no ATIVO em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis a futuros períodos. Exemplo? Matéria prima é um gasto temporariamente contabilizado como investimento circulante, uma maquia é um gasto que se transforma num investimento permanente; as despesas de instalação pré-operacionais são m gasto considerado como ativo diferido, porque podem trazer benefícios por vários períodos de operação. CUSTO – É o valor de bens e serviços consumidos na produção de outros bens ou serviços. Exemplo: A matéria prima foi um gasto na sua aquisição, que se tornou imediatamente um investimento (estoque) e no momento de sua utilização se transforma em custo da matéria prema do produto. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 11 DESPESA – É o valor dos bens ou serviços não relacionados diretamente com a produção de outros bens ou serviços consumidos em um determinado período. Exemplo: Salário da diretoria, juros pagos. DISPÊNDIOS, PAGAMENTOS OUDESEMBOLSO – É o pagamento resultante das aquisições dos bens e serviços. Pode ocorrer antes, durante ou após o recebimento do bem adquirido. PERDA – É o valor docs bens ou serviços consumidosde forma anormal e involuntária. Exemplo: Perda por incêndio, obsoletismo do estoque. PERDA TÉCNICA - É considerada um custo porque é inerente ao processo de prestação de serviço. Exemplo: Recorte de uma chapa, retalho de fazenda. PERDA DO PROCESSO – É considerada m custo porque já se sabe que ocorrerá no processo produtivo. Exemplo: A cada 1.000 peças produzidas, tem-se uma perda de 2 peças, por estarem com defeito de fabricação. DESPERDÍCIO – É o consumo intencional que por alguma razão não foi direcionado à produção de um bem ou serviço. CUSTO DIRETO – É aquele facilmente identificável no produto ou serviço. Não utiliza critério de rateio. Exemplo: Matéria prima, mão-de-obra direta, embalagem do produto. CUSTO INDIRETO – É aquele não identificado no produto ou serviço. Necessita de critério de rateio para sua alocação. Exemplo: Depreciação, embalagem de transporte, seguro, aluguel. CUSTOFIXO – É aquele que independe da quantidade produzida. Exemplo: Aluguel, depreciação, mão-de-obra indireta mensalista. CUSTO VARIÁVEL – É o que depende da quantidade produzida. Exemplo: Matéria prima, mão-de-obra direta. CUSTO SEMIVARIÁVEL – É o que varia com o nível de atividade, porém não direta e proporcionalmente. Exemplo: Luz, farsa. CUSTO PADRÃO – É o custo “que deveria ser”. Diz respeito ao valor que a empresa fixa como meta para o próximo período para um determinado produto ou Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 12 serviço, levado em conta as deficiências sabidamente existentes em termo de qualidade de materiais, mão-de-obra, equipamentos, fornecimento de energia, etc. É um valor que a empresa considera difícil de ser alcançado, mas não impossível. Exemplo: Um eletrocardiograma deve ser feito em 20 minutos. CUSTO ESTIMADO – É o custo que “deverá ser”, a partir da expectativa de que a média obtida no passado é um número válido para se obter novamente no futuro, considerando apenas algumas modificações esperadas, tais como volume de atividade, mudança de equipamento etc. Exemplo: Uma tomografia de crânio deve gastar 30 minutos no novo equipamento. É importante ressaltar ainda, que m determinado bem em certo momento pode perfeitamente ser classificado dentro de determinado conceito e com o desenvolver do processo produtivo poderá mudar de categoria, ou mesmo estar incluído em mais de uma categoria. Exercício: Descreva como se desenvolve o Planejamento Orçamentário no modelo de Gestão da empresa. Explique as fases do Planejamento Orçamentário. 2. Custos de Mídia A tabela 3 mostra investimentos de mídia nacional pelos mais importantes tipos de consumidores de mídia para 2005. O gráfico identifica a principal mídia à qual os anunciantes nacionais destinam seus dólares. Observe que jornais e televisão absorvem perto de 75% dos investimentos nacionais. A magnitude e a complexidade do planejamento e compra dessas mídias requerem especial atenção voltada às implicações do custo. Dentro desses tipos de mídia ampla, há inúmeras alternativas disponíveis, das quais o planejador de mídia tem que estar inteirado. Além da compreensão dos relacionamentos gerais de custo da mídia entre televisão e revistas, por exemplo, o planejador de mídia profissional tem de estar familiarizado com custos de rede versus locais e as diferentes disponibilidades dentro do meio geral de programação de mídia eletrônica, bem como com as mudanças pela passagem do tempo – uma complexa e difícil tarefa, mas uma tarefa necessária. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 13 Tabela 3 Alternativas de mídia - Custo e distribuição Mídia Reais Investidos (milhões) Porcentagem ( % ) Jornal 3.867 11% TV local 7.788 21% Rede de TV 9.383 26% Rádio local 1.635 4% Revista Genérica 6.803 9% Revista de negócios 2.875 8% TV a Cabo 1.393 4% TV independente 1.589 4% Propaganda externa 640 2% Rede de rádio 482 1% Publicações rurais 215 *1% 36.670 100% * menos que 1% Custos de rede de televisão A Tabela 3 mostra que despesas combinadas de televisão foram responsáveis por 55% do total de dólares para propaganda gastos em 2005. A maioria dos investimentos na televisão foi relativa a bens de consumo e serviços. No entanto, tem havido um crescente uso da mídia por parte dos anunciantes em relação à indústria e negócios. Em vista da magnitude dos investimentos em televisão, o profissional de planejamento de mídia tem de estar plenamente familiarizado com todas as fases da mídia. A maior característica da televisão, no que concerne aos custos de mídia, se relaciona com a “perecibilidade” da programação. De modo geral, há um espaço certo de tempo de televisão disponível para venda. Ao contrário, uma revista ou jornal, que pode aumentar ou diminuir o número de páginas para anúncios disponíveis para venda em qualquer edição, um comercial de um minuto que é vendido nunca pode ser recuperado. Os vendedores de horário de televisão têm de trabalhar com esse conceito de perecibilidade ao vender o veículo. Embora as condições de preços de mercado prevaleçam a qualquer hora, esses preços estão sujeitos a mudar à medida que a demanda de anunciantes por aquele horário aumentar ou diminuir. Quanto mais acentuada uma demanda e quanto mais cedo é feita uma venda em relação à data em que o programa vai ao ar, maior a probabilidade de que o preço seja maior. Menos demanda por anúncios perto da data de ir ao ar cria redução de preço, supondo disponibilidade de programação. Essas condições inter-relacionadas de perecibilidade, Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 14 demandada e inventário criam um mercado dinâmico. O comprador de tempo em televisão tem de estar atentos a essas mudanças, mantendo um contato com o mercado. Sob o título geral da televisão, há, basicamente, quatro subcategorias: rede nacional, local, produções independentes e a cabo. Rede de televisão. As redes vendem tempo comercial para que os anunciantes exibam dentro de programas específicos. Esses programas podem aparecer durante várias partes do dia (por exemplo: séries de rede diurnas, horário nobre da rede ou fim de noite). O horário nobre (20:00 a 23:00 horas), por causa do alto índice de audiência (domicílios com TV ligada) geralmente fornece os mais altos preços. Esse horário tende a atingir uma audiência familiar com altos níveis de alcance da maioria dos segmentos de espectadores. Os custos de mídia para o horário nobre são, geralmente, os mais caros por comercial de 30 segundos no horário nobre, como indicado na tabela 1, pode estar na ordem $ 108.100 (ou mais alto, para certos programas). Custos para programas especiais vão variar, dependendo dos níveis de audiência e da quantidade disponível para venda. Como discutido antes, quanto menor a quantidade, geralmente, mais alto é o custo. Horário diurno de rede (10:00 a 16:30 horas) é, normalmente, o menos caro dos horários de rede. Um custo médio para 30 segundos será algo perto de $ 15.600, com uma audiência residencial média de aproximadamente 4,6. Daí resulta uma distribuição extremamente eficiente em com CPM (custo por mil), a domicílios e donas de casa. A programação do fim da noite (23:30 até encerramento) varia de rede para rede e com o passar do tempo. Esse período de tempo é, geralmente, programado com entrevistas, filmes e diferentes tipos de entretenimento, incluindo drama, bandas de rock e humorismo. Como o número de aparelhos de televisão ligados é menor do que durante o horário nobre, os preços para esse período tendem a ser cerca de $ 17.600 para 30 segundos, com uma média de audiência domicílios de 3,0. Embora os níveis de avaliação para o fim de noite sejam comparáveis ao período diurno, há uma dualidade de audiência (homens e mulheres)inclusive no fim de noite, o que não é, geralmente, o caso do período diurno. Daí, o preço para essa dualidade de audiência tende a ser mais alto que para o período diurno. A maioria das programações em fins de semana é esportiva ou infantil. Programação esportiva, para a maioria, é o domínio do anunciante orientado para o público masculino. Produtos, como cerveja, acessórios masculinos para cuidados pessoais, aconselhamento na área investimentos e automóveis estão fortemente representados na programação esportiva do fim de semana. Em geral, há uma quantidade limitada de programas de rede. Por isso, os preços tendem a ser, relativamente altos numa base de custo por mil para os eventos esportivos de Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 15 grande interesse. No entanto, o valor de se identificar com um evento esportivo importante de grande interesse tem perceptíveis efeitos para as marcas associadas com tal programação. Programas infantis, freqüentemente chamados de “KidTV”, são a diversão principal, das manhãs de sábado. Praticamente todos os programas são desenhos animados, mas há alguns programas de ação, especialmente nas áreas de ação/ aventura e esportes. A audiência predominante é de crianças e a propaganda, por isso, é altamente orientada para elas. Comerciais de produtos matinais, brinquedos/ jogos, fast-food e doces concentram uma porção significativa de seu orçamento para propaganda na TV infantil. Figura 1. 6 7 8 9 10 11 12 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 1 2 AM PM AM L O C A L Rede L O C A L Programas Diurnos de rede A C E S S O L O C A L R E D E Programas Diurnos da rede horário nobre L O C A L Programas da rede fim de noite L O C A L A diversidade de programação fornecida pela rede abrange desde os interesses da família, gerados no horário nobre, até programas de interesse altamente seletivos, para, relativamente poucas residências. Tal diversidade subsidia o planejador com ricas oportunidades para atingir mercados nacionais amplos com programação orientada especificamente para os interesses do mercado-alvo. Os custos para tal programação mudam de acordo com as mudanças de demanda no mercado, de forma que o planejador de mídia tem de estar sempre alerta quanto às implicações da compra dos programas selecionados para inclusão no plano de mídia. Estações locais. Anúncios podem ser comprados nas estações de televisão local, que podem estar afiliadas a uma rede e transmitir a programação da rede, em certos períodos do dia, ou então estações independentes, que não tem qualquer associação com a rede, e, assim, precisam programar o dia inteiro por conta própria. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 16 Figura 2. Estação Hora Local (Leste) Programa A 18h – 18h 30 Assuntos de família 18h 30 – 19h Animais 23h – 23h 30 Notícias locais 23h 30: Encerramento Filme B 17h – 17h 30 Roseanne 17h 30 – 18h Orientação 18h – 18h 30 Polícia 18h 30 – 19h Divertimentos 21h – 22h Notícias locais 22h – 23h A procura de... 23h: Encerramento Filme Os custos de propaganda local variam de mercado para mercado, baseados em demanda de distribuição de audiência para o tempo disponível para comerciais. Em geral, os custos para programar anúncios em mercados, como Nova Iorque, Los Angeles e Chicago, são mais altos que aqueles para mercados menores, por causa do volume de pessoas atingidas por essas estações. O tempo é disponibilizado para venda, seja a estação associada à rede ou independente, quase o dia inteiro. Mesmo dentro da programação por parte do dia nas redes, tais como no horário nobre, há certas faixas de horário colocadas de lado pelas vendas locais. Isso significa que é possível para um anunciante local comprar um comercial de 30 segundos (se disponível) num programa originado pela rede ou entre programas, nos horários de intervalo da estação. Como as estações independentes se programam para o dia todo, há inúmeras oportunidades para o anunciante selecionar partes do dia e programações específicas para atingir a audiência-alvo. Além das adjacências próximas e, às vezes, dentro da programação de rede, o horário do comercial pode ser selecionado no que é chamado horário matinal. No geral, margens do dia e a programação contida nelas podem se parecer com a Figura 2. Os preços para as partes do dia e programas específicos dentro das partes do dia vão, novamente, basear-se na distribuição e disponibilidade de tempo comercial. É difícil generalizar sobre preço e relacionamentos entre partes do dia, estações dentro de um mercado e entre mercados, por causa da diversidade associada com a compra de propaganda local. Contudo, em geral, a televisão local é um veículo de mídia altamente de custo-eficiente para alcançar mercados geográficos específicos. Tal seletividade geográfica capacita o anunciante a concentrar dólares em mercados representando o maior potencial de vendas. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 17 Produção independente. É o desenvolvimento, ou o pacote de programação, vendido diretamente ao anunciante e/ ou liberado pelo produtor numa base de mercado a mercado. Há quatro tipos de negócios realizados pelos produtores: permuta total, parte permuta / parte dinheiro vivo (cash), dinheiro vivo e acordo controlado. Permuta total é quando a estação local recebe o programa e uma porcentagem do tempo de comercial dentro do programa para venda local em troca da colocação de programas no ar. Parte permuta / parte dinheiro vivo é quando a estação local paga uma taxa de licença para transmitir o programa. Esse arranjo permite controle da estação local sobre a maioria dos horários de comerciais com uma porcentagem menor dos minutos do comercial sendo vendida para anunciantes nacionais pelo associado. Num negócio de produção com dinheiro vivo, a estação local paga em dinheiro pela produtora e pode vender todos os horários de comerciais para ambos, anunciantes nacionais e locais, numa base de mercado a mercado. Acordo controlado é a única situação na qual as estações são obragadas a transmitir comerciais nacionais para um associado específico. A estação local pode abandonar ou ficar com o programa independente, mas, se a estação optar por transmitir o programa, ela tem de transmiti-lo num horário predeterminado. A restrição do período de tempo dá ao produtor os meios de garantir a cobertura nacional por partes do dia, para seus anunciantes nacionais. Os custos e eficiência dos melhores programas dos produtores são comparáveis aos custos e eficiência do programa da rede. No entanto, os custos- eficiência gerais dos produtores, geralmente, são 25% melhores do que os custo- eficiência da rede. Custo TV a cabo A Tv a cabo pode ser comprada em base nacional ou local. Embora cada rede de TV a cabo faça a programação de forma diferente, há partes do dia que imitam a rede de TV tradicional: de manhã cedo, ao longo do dia, horário nobre e fim de noite. Hoje, a TV a cabo é considerada, pela maioria dos maiores anunciantes e suas agências, como uma opção de mídia viável. Contudo, até recentemente, TV a agências, como uma opção de mídia viável. Contudo, até recentemente, TV a cabo era considerada um novo veículo, que desempenhava apenas um papel menor, se é que representava algum, na maioria dos planos de mídia. Com a penetração do alcance via cabo, quase 70% em 1995, e com 25-30 redes de TV a cabo medidas, atualmente no ar, a TV a cabo está se tornando um elemento importante em ascensão na maioria dos planos de mídia. Há três principaisbenefícios são incluir a TV a cabo no plano de mídia. Primeiro, cada rede de TV a cabo tem como público-alvo grupos de audiência seletos. Por exemplo, a Arts & Entertainment tem como público-alvo indivíduos de Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 18 alto nível, educados; a rede ESPN atinge principalmente homens; a CARTOON atrai crianças entre 2-17 anos. Esse tipo de seletividade permite que os anunciantes enfoquem com precisão seus objetivos. Segundo, a TV a cabo tende ser mais eficiente por custo do que outras opções de TV. Ao incluir a TV a cabo em seu plano, um anunciante pode adicionar exposições num plano de rede TV nacional. Finalmente, lares com TV a cabo tendem a não assistir tanto à rede de Tv normal quanto os lares sem TV a cabo. Por isso, as programações de rede televisiva nacional dos anunciantes podem substituir seus GRPs planejados para essas casas com TV a cabo. Colocar uma parte da verba de mídia na TV a cabo pode aumentar essa subdistribuição em casas com TV a cabo, de forma relativamente eficiente e barata. Custos de radio A opção de anúncios via rádio é oferecida em rede nacional ou em mercados locais independentes. Rádio em rede. A programação de rádio em rede, disponível para a venda do publicitário inclui notícias, música, esporte e cultura. Os custos são relativamente baixos no caso de comerciais por rede de rádio. Rádio local. Os formatos de programação de rádio local variam muito de mercado para mercado. Nos maiores mercados, há inúmeros formatos de programas de rádio dirigidos para uma ampla variedade de interesses dos ouvintes. A programação vai desde entrevistas, passando por vários tipos de formatos musicais, até noticiários gerais. Assim como na TV local, é extremamente difícil generalizar sobre custos, por causa da diversidade do meio. Em termos gerais, contudo, rádio local comprado de forma seletiva, tendo em vista audiência-alvo, selecionadas pode ser um meio com uma relação custo-benefício excepcional para atingir essas audiências. Muitos grupos de estações desenvolveram e tornam disponíveis programas de alcance e freqüência calculados, que podem ajudar os planejadores de impactos gerais e estimativas de alcance e freqüência em vista da audiência-alvo selecionada. Custos de mídia externa A mídia externa tem uma ampla gama de formas de apresentação que diferem muito em tamanho e localização. A mídia externa é a mais localizada de todas as formas de mídia, na medida em que, como uma unidade de propaganda, pode ser comprada em uma localização muito específica geograficamente. Os mais populares exemplos de mídia externa são os outdoors, painéis em cores e anúncios no trânsito. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 19 Painéis tipo pôster. Um pôster é uma propaganda do tipo exterior, no qual um anúncio pré-impresso é instalado. As dimensões mais amplamente usadas de pôsteres são padrão, júnior e três-folhas. O pôster padrão, ou pôster de 30 folhas, mede, aproximadamente. 12 pés de altura por 25 pés de comprimento, mas a dimensões variam de uma localização para outra. O painel júnior, ou pôster de 3 folhas, é mais ou menos um quarto do tamanho do pôster padrão. O pôster de 3 folhas é usado extensivamente no transito ou em paradas de trem. Mede 60 polegadas por 46 polegadas. Painéis de pôster são, geralmente, vendidos em pacotes de GRPs. Por exemplo, um pacote de 100 GRPs distribuirá, numa exposição de um dia, oportunidades iguais a 100% da população do mercado. O custo para pôsteres varia muito de um mercado para outro e, freqüentemente, de uma localização para outra em determinados mercados O custo para comprar um pacote de 100 GRPs, para um mês, em formato padrão, nos dez mercados principais dos Estados Unidos, é aproximadamente $ 1.730.000. A mesma compra, abragendo os 100 mercados principais, é aproximadamente $ 5.300.000. Cartazes em cores. Um cartaz em cores é uma propaganda do tipo exterior. Cartazes em cores são, geralmente, mais largos que os pôsteres e medem, em média, 14 pés de altura por 48 pes de largura. Os cartazes em cores são vendidos individualmente e em pacotes. O custo para um cartaz pode variar da faixa mais baixa de $ 3.000, em mercados menores, até mais de $ 20.000, em mercados maiores, para uma média mensal. Há, basicamente, dois tipos de cores disponíveis: o permanente e o rotativa. No caso do cartaz permanente, o anunciante compra a localização específica por um ou mais anos, e as unidades variam em tamanho. Um cartaz em cores permanente é geralmente comprado pela localização específica e é cobrado de acordo. Cartazes rotativos são vendidos unitariamente ou em pacotes. Cartaz rotativo passa de lugar para lugar dentro de um mercado, conforme programação estabelecida (ou ciclos de 30-, 60-, ou 90-dias, dependendo do mercado). Tânsito. Anúncios de trânsito estão disponíveis em ônibus, táxis, trens e terminais de transportes (estações de trem, aeroportos etc.), em cidades escolhidas. Há inúmeros tamanhos e formatos que podem ser comprados, com custo de propaganda variável, dependendo do mercado, do meio, do tamanho do anúncio, da duração do contrato de exibição e da extensão da área da compra. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 20 3. Terminologia e classificações dos custos. Custo direto e indireto. Apropriação Direta e Rateio de Custo Custos diretos de um objeto de custo são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo e que podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo). Custos indiretos de um objeto de custo são os custos que estão relacionados a um determinado objeto de custo, mas não podem ser identificados com este de maneira economicamente viável (custo efetivo). Os custos indiretos são alocados ao objeto de custo através de um método de alocação de custo denominado rateio. Apropriação de Custo Apropriação Direta de Custo Rateio de Custo Fatores que afetam as classificações de custo: Diversos fatores afetam a classificação de custo como direto ou indireto: 1. A materialidade do custo em questão. Quanto maior o custo em questão, maior a viabilidade econômica de identificação deste custo com um objeto de custo específico. Pense numa companhia que trabalha com pedidos de vendas catalogados. Provavelmente, seria economicamente viável identificar as despesas de courier com entrega do pedido diretamente a cada cliente. Ao contrário, é provável que o custo do papel da fatura que segue juntamente com o pacote a ser enviado ao cliente seja classificado como um custo indireto, porque não é economicamente viável identificar o custo deste papel para cada cliente. Os benefícios de saber o valor exato do papel utilizado na fatura de cada pedido não justificam o custo monetário e o tempo gasto em identificar este custo para cada pedido. 2. Tecnologia disponível para coleta de informação. Desenvolvimentos nesta área estão proporcionando um aumento percentual dos custos a Custos Diretos Custos Indiretos Objeto de Custo Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 21 serem classificados como diretos. O código de barras, por exemplo, permite que muitas fábricas tratem certos materiais, anteriormente classificados como custos indiretos, como custos diretos dos produtos. O código de barras pode interpretar uma série de custos de produção da maneira rápida e eficiente com que os supermercados registram hoje os custos de muitos itens adquiridos por seus clientes. 3. Design das operações. O design das instalações pode impactar na classificação de custo. Por exemplo, classificar um custo como direto se torna mais fácil quandouma instalação da organização (ou parte desta) é utilizada exclusivamente para um produto ou objeto de custo específico, como por exemplo: um cliente determinado. 4. Acordos contratuais. Por exemplo, um contrato estabelecendo que um dado componente (um chip Pentium Intel) só pode ser usado num produto específico (um PC IBM) torna mais fácil classificar o componente como custo direto do produto. Custo fixo e variável. Vamos considerar dois tipos de comportamento de custos básicos encontrados na maioria desses sistemas: custos variáveis e custos fixos. Custos Variáveis. Se a General Motors compra o volante de seus carros Saturn a R$ 60 cada, então o custo total dos volantes seria R$ 60 vezes o número de carros montados. Este é um exemplo de custo variável, um custo que se altera em montante à medida que ocorrem mudanças no direcionador de custo (número de carros). O custo variável por carro não se altera com o número de carros montados. Custos Fixos. General Motors pode incorrer em R$ 20milhões num determinado ano com aluguel e seguro da fábrica do Saturn. Ambos são exemplos de custos fixos, custos que não se alteram em montante dentro de uma faixa determinada de um direcionador de custo num dado período de tempo. Os custos fixos se tornam progressivamente menores em termos unitários à medida que o direcionador de custo aumenta. Exemplo: A GM monta 10.000 veículos Saturn nesta fábrica no ano, o custo fixo de aluguel e seguro por veículo é de R$ 2.000 (R$ 20 milhões / 10.000). Por outro lado, se 50.000 veículos são montados, o custo fixo por veículo é de R$ 400. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 22 O intervalo que Interessa Custos Variáveis Custos Fixos Unidades produzidas Milhas percorridas Comissão de Vendas em Dólares Classificações simultâneas de custo direto / indireto e variável / fixo. Padrão de Comportamento Apropriação de Custos ao Objeto de Custo Custo Direto Custo Indireto Custo Variável Objeto de custo: Automóvel montado Exemplo: Pneus usados na montagem de automóvel. Objeto de custo: Automóvel montado Exemplo: Custo de energia, cuja medição é feita somente para a fábrica. Custo Fixo Objeto de custo: Departamento marketing Exemplo: Custo do aluguel anual dos carros usados pelos representantes da força de vendas. Objeto de custo: Departamento marketing Exemplo: Parcela mensal do custo do centro de computação alocada a marketing pela utilização do mesmo. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 23 Custo unitário O USO CAUTELOSO DOS CUSTOS UNITÁRIOS Apesar de os custos unitários serem muitas vezes úteis, eles devem ser interpretados, com extremo cuidado, caso se refira a custos fixos. Quando estimar custos totais, pense em custos variáveis em termos unitários e em custos fixos em montante. Analisando os custos sob o aspecto do Risco, verificamos que C. Fixo alto indica Risco alto, assim como, C. Fixo baixo indica um Risco baixo para o projeto. Analisando os custos sob o aspecto do Retorno, verificamos que C.variável alto indica um baixo retorno, assim como, C.variável baixo indica um alto retorno para o projeto. Exercício: Estamos contratando um grupo musical para uma festa. O grupo tem três opções de cobrança para o evento. Plano 1: CF = R$ 500 + CV = R$ 2 por pessoa presente. Plano 2: CV = R$ 5 por pessoa. Plano 3: CF = R$ 1.000 a) Calcule o Custo unitário para os três planos, c/ freqüência de 100, 500 e 1.000 pessoas. b) Analise o risco e o retorno para os três planos, sob o ponto de vista do empresário que contrata o conjunto. 4 . Planejamento Estratégico de mídia Estratégia de mídia é definida como uma série de ações que os planejadores realizam para alcançar os objetivos de mídia. Além disso, as estratégias de mídia devem obter uma vantagem sobre os concorrentes. Se os objetivos de mídia são alcançados, é porque estratégias ótimas foram empregadas. Assim, primeiro é necessário determinar os objetivos e depois seguir com estratégias de mídia corretas. Será que as estratégias de mídia que têm vantagens sobre os concorrentes sempre vão ser bem-sucedidas? Não necessariamente. Outros fatores também exercem um papel na obtenção do sucesso: preços mais baixos, boa distribuição, ou melhor’ qualidade. No entanto, as estratégias de mídia que têm alcances maiores, freqüentemente mais altas, gastam mais dinheiro e têm Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 24 mensagens melhores e mais criativas, são exemplos do ganho de vantagens sobre os concorrentes. Essa idéia supõe que a maior parte dos outros fatores no plano de mídia são iguais entre o anunciante e seus concorrentes. É difícil ver como um plano, com menor alcance, menos freqüência etc. faz tanta diferença em uma batalha competitiva. 4.1 O que os planejadores de mídia devem saber antes de começar a planejar Embora os planejadores possam querer começar a elaborar uma estratégia de mídia a partir do momento em que são designados para um produto ou marca, eles devem, primeiro, ter uma compreensão plena dos problemas de marketing. Soluções de marketing para esse problemas afetam diretamente a escolha da estratégia de mídia. A maioria dos profissionais de marketing tem um ou mais problemas de marketing que requerem uma solução relativamente rápida. Esses problemas podem ser nacionais, regionais ou locais e podem ter relação com muitos aspectos diferentes do negócio, como propaganda, vendas, fabricação e promoção de vendas. No entanto, problemas de marketing ou propaganda, geralmente, incluem a mensagem da propaganda (ou criação), volume de vendas, participação de mercado e lucros. O profissional de marketing é responsável por determinar as soluções para esses problemas. As soluções são, normalmente, elementos do marketing mix (produto, preço, ponto de venda e promoção, que inclui propaganda, promoção de vendas, relações públicas e marketing direto). Quando uma solução pede por propaganda, então a mídia, automaticamente, se torna um importante ingrediente na solução. Uma análise cuidadosa e completa do problema, freqüentemente, ajuda a fazer com que a solução proposta seja óbvia. Por outro lado, uma definição solta ou descuidada oferece um direcionamento mínimo e limitado. O planejador de mídia deveria saber, exatamente, qual é o problema de marketing, incluindo o histórico da marca que é relevante para o problema atual e as soluções que foram propostas. Parte do trabalho de se traçar estratégias é mostrar como a mídia se encaixa no plano total de marketing e seu papel na solução. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 25 As ações recomendadas O profissional de marketing que usa publicidade recomenda linhas de ação (estratégias) para solucionar os problemas. Na tabela abaixo, são mostradas soluções alternativas para um problema de marketing de queda nas vendas. Cada solução requer uma estratégia de mídia diferente. Se, por exemplo, uma solução do problema de queda nas vendas é reduzir os preços, então o planejador de mídia poderia recomendar um amplo alcance de público-alvo e alta freqüência como duas estratégias. O alcance fornecerá uma ampla divulgação das mensagens anunciadas – a estratégia de marketing não pode funcionar bem se poucos consumidores sabem que o preço caiu. Assim, mais consumidores estarão prontos para aproveitar a oferta. Além disso, a alta freqüência é necessária para ajudar a mensagem a sobressair na massa dos comerciais que aparecem na televisão e no rádio. Tabela. Queda nas vendas: possíveis soluções de marketing Reduzirpreços Obter uma melhor ou mais ampla e/ou maior distribuição de produtos Reduzir preço e usar a propaganda para divulgar Usar a propaganda para anunciar Usar mensagens de propaganda inovadoras para atrair a atenção e fazer oferta Usar incentivos de promoção de vendas Usar comunicações de marketing integrado Melhorar a qualidade do produto Usar embalagem mais atraente Escolher novos segmentos de público-alvo (com demografias e/ou estilos de vida diferentes) As complexidades de uma estratégia As decisões estratégias geralmente não são tão simples e têm efeitos que ocorrem em diferentes níveis. Nenhuma das duas estratégias mencionadas antes seria sempre praticável. O planejador precisaria de uma estratégia diferente se as outras requeressem mais dinheiro do que o cliente desejasse gastar. Contudo, uma estratégia tem de ser criada para se encaixar no orçamento. Um jeito de fazer isso é limitar o grande alcance e a alta freqüência apenas para os três ou quatro meses em que a resposta das vendas para o produto tem sido tradicionalmente alta. Anúncios de cerveja, por exemplo, poderiam requerer uma estratégia que limitasse a propaganda apenas para os meses de verão ou que usasse uma estratégia de flighing1. 1 uma técnica de programação comerciais de difusão Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 26 Se a situação é mais complexa (para ex-consumidores, que regularmente comprava certa marca), e agora mudaram de marca, a solução necessitaria de uma explicação de como esses consumidores responderiam, supostamente, à comunicação da propaganda. No entanto, o profissional de marketing deve procurar motivar o consumidor a voltar à marca original. Situações de marketing que requerem o uso de diferentes tipos de mídias para relações públicas, promoção de vendas e propaganda tem um único problema: todos os objetivos de comunicação têm de ser atendidos sem que os consumidores percebam as diferenças dos meios utilizados. Essa situação ocorre quando o planejamento de mídia para comunicação integrada tem muitos objetivos de comunicação. Primeiro, o estrategista de mídia deve lembrar o pessoal de criação que muitos objetivos devem ser atendidos ou alcançados por técnicas diferentes de comunicação. A meta deve ser ajudar a publicidade a falar uma só linguagem, usando vários tipos de mídia. Como o produto será vendido Um planejador de mídia deve saber como o produto será vendido e quiais elementos do marketing mix serão usados. O termo “como” se refere à percepção do departamento de criação sobre a propaganda proposta: ela se comunicará com os consumidores? Geralmente, isto é parte da estratégia criativa. Especificamente, utilizam-se princípios aplicados ao comportamento do consumidor e a pesquisa para explicar como os consumidores, possivelmente, reagirão à propaganda. Como a propaganda vende o produto para um consumidor Gus Priemer, antigo gerente de marketing e mídia da S.C. Johnson and Sons, encorajava os planejadores de mídia para, primeiro, entender como vender um produto para um consumidor, antes de fazer um planejamento de mídia em larga escala. Priemer também observou que os planejadores devem ser capazes de descrever como se espera que a comunicação da propaganda trabalhe para influenciar o comportamento do consumidor na preferência de uma marca. A incapacidade de se fazer isso, frequentemente, é a causa do insucesso das estratégias, porque ninguém sabe ao certo como os consumidores responderão aos apelos de marketing. Se um planejador não consegue entender como uma pessoa compra, como poderia saber o que acontecerá quando o anunciante estiver lidando com milhões de consumidores? Quando o preço de um produto cai, há elementos que podem influir no consumidor: preço, método de comunicação e escolha da mídia. Simplesmente contar aos consumidores que o preço de um produto caiu, frequentemente, tem pouco ou nenhum efeito. Às vezes, isso acontece porque o preço é fechado, tal como quando a propaganda apenas apresenta a porcentagem dos descontos dados. Esse tipo de informação faz o consumidor esforçar-se por descobrir o valor Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 27 em dólares do desconto e pode despertar a dúvida de que a oferta não é vantajosa. As vezes, a redução de preço é tão insignificante que isso não tem impacto motivacional para o consumidor. O segundo fator na determinação do sucesso da comunicação é a forma como a oferta é anunciada. Se o anúncio é apático, ou não aparece entre os anúncios mais interessantes, ou se falta nele um apelo à audiência, então, a comunicação não vai funcionar. Até a personalidade de um apresentador pode fazer diferença na penetração da comunicação. O terceiro elemento de uma comunicação bem-sucedida é a escolha da mídia. A televisão, provavelmente, tem a melhor possibilidade de passar uma mensagem ao consumidor, porque oferece técnicas de apresentação emocionais e factuais para ajudar a vender. A mídia funciona melhor quando combinada com uma força motivacional – como redução de preço – e uma mensagem atraente colocada em um meio forte. Às vezes, as soluções são tão óbvias que nenhum argumento escrito é necessário. Se, por exemplo, a técnica de vendas é para preços mais baixos, a motivação do consumidor será essa: porque os preços estão mais baixos (talvez mais baixos que os de todos os concorrentes), o consumidor comprará o produto para economizar dinheiro e adquirir um produto bom ou superior, ao mesmo tempo. Por isso, a motivação não necessita realmente que alguém explique por escrito todas as partes da estratégia sobre vendas. Como neutralizar a estratégia da concorrência As estratégias de mídia surgem num ambiente de marketing dinâmico, ativo, no qual os concorrentes procuram vender mais do que os outros e ganhar uma participação maior. Ao planejar a estratégia de mídia, essas estratégias dos concorrentes não podem ser ignoradas, especialmente quando alguma delas ataca diretamente a sua marca. Como planejador de mídia pode neutralizar a estratégia da concorrência? Antigamente, isto era realizado da seguinte maneira: Gastando mais dinheiro do que a concorrência ao anunciar em mercados geograficamente delimitados, onde as marcas tinham maior probabilidade de se sair bem. Usando mais e melhores mensagens publicitárias, combinadas com mais e melhor promoção. Fazendo melhor uso de algum mix de comunicação de marketing. Modificando ou criando um produto que atenda às necessidades do consumidor. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 28 A idéia do “mais e melhor”, no entanto, provava ser ineficaz em muitas situações. De fato, parecia ter pouco ou nenhum efeito quando a economia era pouca ou quando uma determinada marca era percebida como igual ou até pior do que a qualidade do produto dos concorrentes. Hoje, o uso da inovação verdadeiramente dinâmica nas mensagens criativas é uma técnica que funciona somente em parte. Na área do planejamento de mídia, contudo, podem-se desenvolver certas estratégias que realmente funcionam. Eis alguns exemplos: 1. Atingir mais membros de um mercado-alvo do que os concorrentes. 2. Alcançar um mercado-alvo com perfil demográfico diferente. 3. Usar freqüência média mais alta. 4. Alcançar público-alvo em novos e diferentes formatos de mídia (por exemplo, usar TV a cabo, se o concorrente usa televisão aberta). 5. Combinar o lançamento de uma ação promocional especial com a propaganda em um meio de comunicação. 6. Usar a mídia de maneira criativa. O custo das estratégias Uma importante estratégia é determinar quanto dinheiro será necessário para alcançar um ou todos os objetivos de mídia. O planejador, provavelmente, fará uma estimativade custos de todas as estratégias e verá qual a verba disponível para a mídia. Se o anunciante já deu ao planejador um número que representa o máximo que o cliente vai gastar, então, a solução tem de ser desenvolvida com estratégias que não excedem aquela quantia. Às vezes, um planejador precisa desenvolver duas grandes estratégias. Uma estratégia custará mais ou menos aquilo que o cliente queria. Uma outra estratégia, chamada estratégia de gastos com investimento, custará mais, porque o planejador acredita que mais dinheiro trará um retorno maior em vendas do que a verba menor. Públicos-alvos da mídia A quem os anúncios serão direcionados: aos usuários, às pessoas que influenciam os usuários, ou a ambos? Quanto mais específico um planejador for ao identificar por segmentação demográfica ou outras, mais fácil será encontrar o tipo que melhor atingirá público-alvo. A maioria do público-alvo de mídia é definida demograficamente. Ocasionalmente, utiliza-se algum outro descritor, como o psicográfico. A meta, contudo, é ser o mais específico possível. Uma descrição vaga significa exposições desperdiçadas sobre indivíduos que nunca compram um Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 29 dado produto ou marca em nenhuma circunstância. Uma vez que os públicos-alvo da mídia foram especificados, então, todas as decisões subseqüentes podem ser checadas para se os públicos-alvo corretos estão sendo atingidos ou não pela mídia selecionada. Os objetivos de mídia, normalmente, incluem um item que indica onde os clientes potenciais estão localizados geograficamente. Às vezes, essa informação aparece na parte da estratégia, e não na dos objetivos do plano. A Estratégia de criação A estratégia de criação e a produção de peças criativas são o coração de uma campanha publicitária, tanto no planejamento de uma campanha nacional quanto no planejamento de uma campanha local para um varejista. A razão deveria ser óbvia: texto e arte são os elementos de comunicação que conduzem a propaganda. Eles vendem! A mídia pode ou não vender, dependendo da situação de marketing, mas, se a mensagem não for bem planejada e redigida, é altamente improvável que o produto seja vendido. A mensagem (palavras, figuras, som, cor, espaço, em branco) é composta por forças motivadoras. É o que entra na cabeça do consumidor e, em muitos modos, afeta as vendas. Por causa da importância da criação, os planejadores não devem prosseguir até conhecer o que foi criado e saber que mídia o pessoal do departamento de criação acha que melhor se encaixaria na mensagem. Na verdade, o pessoal de criação deveria discutir suas estratégias, antecipadamente, com o pessoal de mídia. Se eles não fizerem isso, então cabe aos planejadores de mídia procurar o pessoal da criação e compreender quais os tipos de mídia preferidos. A estratégia de criação afeta a escolha das categorias de mídia e da mídia individual. Também afeta a criatividade do planejamento de mídia. É inconcebível que um planejador ignore o plano de criação. Os limites da Verba Mesmo quando a relação entre os objetivos de marketing e os objetivos de mídia está clara, muitos obstáculos geralmente temperam as decisões do planejador. O montante da verba, se conhecido antes, é um desses obstáculos. Muitas vezes, a verba de marketing é estabelecida antes que qualquer planejamento de mídia seja traçado. Em uma situação assim, os objetivos de mídia terão de ser estabelecidos com a verba em mente. Se nenhuma verba estiver disponível, então os objetivos de mídia podem servir como guia para o estabelecimento da verba, pelo menos em relação ao custo do tempo ou do espaço ocupados para a veiculação. Quando os Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 30 planejadores têm uma idéia geral de suas metas, eles conseguem estimar quanto custará atingílas. Às vezes, um orçamento não pode ser estabelecido no estágio dos objetivos de mídia, mas tem de esperar até que a estratégia tenha sido idealizada. Em tais casos, os objetivos de mídia terão de ser reescritos mais tarde para acomodar a verba. Uma série de prioridades de marketing/ mídia deve ser estabelecida para que o planejador alcance as metas mais urgentes, enquanto metas secundárias ficam para depois. O montante da verba recomendado por um planejador de mídia pode ser reduzido pelo cliente, após este ter examinado os objetivos e a estratégia de marketing / mídia. Eficiência de custo. Níveis máximos de custo por mil podem ou não ser uma parte dos objetivos de mídia. Geralmente persegue-se a meta do custo por mil para a diferenciação entre as mídias. Antigamente, um planejamento de mídia frequentemente se baseava em números de uma grande audiência, representando audiências de mídia genericamente identificadas, tais como circulação. Níveis máximos de custo por mil eram normalmente, determinados nos objetivos de mídia. Por exemplo, um objetivo de mídia podia ser determinado para alertar os compradores para não comprar nenhum meio que tivesse um custo por mil acima de $ 5 para o total das audiências. Mas, atualmente, e mais provavelmente no futuro, níveis máximos de custo por mil são insignificantes, porque fórmulas de custo-eficiência são, agora usadas na maioria das vezes para ajudar a diferenciar as capacidades de vários tipos de mídia em atingir clientes em potencial com menor custo unitário. Mas, mesmo baixo COM entre as alternativas pode ser alto. Alcance e freqüência. Quando os planejadores selecionam os tipos de mídia, eles estão, na verdade, escolhendo aqueles que vão distribuir a um dado número de audiência- alvo. Distribuição, contudo, nada mais é que exposição. Como todos os dados de pesquisa representam medições feitas no passado, os dados representam apenas estimativas de exposições. O futuro será algo diferente. Mas o número de exposições estimadas, fechado para um plano de mídia, pode ser padronizado de tal forma que maximize o alcance ou a freqüência, ou atinja alcance e freqüência eficazes. Os objetivos de mídia devem ser estabelecidos para se obter a meta perseguida, seja ela qual for. Brown, Lessler e weilbacher chamaram esse padrão de “cesta de mensagens” – Eles queriam dizer que, sem um planejamento ponderado, todas as exposições potenciais planejadas produzirão uma confusa cesta de números, alguns dos quais até mesmo representam metas contraditórias. Por isso, os objetivos de mídia devem ser definidos para que sejam atraídos o controle e a ordem, a partir do caos inicial. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 31 Mais explicitamente, os objetivos de mídia devem determinar se o alcance ou a freqüência devem ser a meta e explicar por que cada um é ou não necessário. Além disso, os níveis de alcance e freqüência devem se tornar parte da estratégia. Aqui, também, uma explicação é necessária para justificar, de forma lógica, por que um determinado nível é desejado. Continuidade. Deveria ficar claro que os objetivos de mídia afetam os tipos de estratégias desenvolvidos posteriormente. Uma meta importante, que afetará o timing de um anúncio durante semanas e meses de um ano, é a continuidade. A continuidade, como descrita anteriormente, é a consistência da colocação da publicidade. Assim como alcance e freqüência, a continuidade resulta em muitos padrões contraditórios de colocação, se não for controlada. Um padrão de colocação, por exemplo, consiste em aparições da propaganda todos os dias do ano; outro é limitado à colocação de anúncios uma vez por semana. Qual é melhor? A resposta depende de muitos fatores. Quais são as estratégias e as metas de marketing da marca? Elas requerem um padrão determinado? A estratégia de criação pede um padrão diferente? (Por exemplo, se a estratégia de criação inclui umamensagem muito complexa em comerciais de televisão, será que as audiências vão ser capazes de compreender o significado se os comerciais forem ao ar uma vez por semana, ou será necessário um padrão de freqüência de exibição?). Por isso, as metas de mídia terão de ser baseadas, por algum tempo, na continuidade. Escolhendo estratégias de mídia Os planejadores têm de lembrar que a estratégia de mídia não é uma ciência, como física ou a medicina. Seus resultados não podem sempre ser previstos com grande precisão. Uma boa razão para isso é que o mercado está sempre mudando, já que os concorrentes usam muitas táticas diferentes para obter vantagem uns sobre os outros. Além disso, o problema original de marketing não deve ser resolvido até que a implementação das estratégias tenha se efetuado. Os resultados de algumas estratégias de mídia podem ser alcançados muito bem, como atingir 70% de um mercado-alvo, colocando anúncios em um certo grupo de veículos”. Contudo, seria errado supor que todas as pessoas alcançadas veriam um anuncio no meio selecionado, ou que responderiam apropriadamente. Assim, parte da prática do planejamento da estratégia é saber exatamente o que cada estratégia significa e implica. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 32 Em sua maioria, os planejadores aprendem, pela experiência pessoal, o que cada estratégia individual pode fazer. Quando os planejadores trabalham com uma dada categoria de produtos ou marca por muitos anos, aprende o que uma estratégia pode realizar sob certas condições de mercado. Com o passar do tempo, eles modificam suas descobertas para desenvolver um conjunto de conhecimentos que os habilita a fazer previsões melhores sobre os resultados. Recentemente, o mercado da propaganda realizou uma grande pesquisa sobre estratégia que confirmou aquilo em que os mais experientes planejadores já acreditavam. Outros patrocinadores incluíram as três redes de televisão e 16 dos maiores fabricantes, muitos dos quais são do setor alimentício. Em alguns casos, os resultados confirmaram o que os planejadores realmente já haviam aprendido por experiência. Importa perceber que os dados de algumas estratégias não podem ser medidos. Por exemplo, é quase impossível, para a maioria dos planejadores de marketing e de mídia, provar quantas vendas foram, realmente, feitas como resultado de uma contribuição de estratégia de mídia, por que a estratégia não pode ser analisada separadamente. O que parece que está funcionando pode, ao contrário, ser o produto de outras variáveis que são difíceis de mediar. Além disso, as respostas da mídia são, principalmente, afetadas pelos esforços criativos da propaganda. A eficácia da mídia é, provavelmente, a mais difícil de ser medida, entre todas as variáveis da propaganda. Anúncios têm resposta, mas, principalmente, como um resultado de esforços criativos. Nós podemos descobrir quantas revistas foram assinadas, quantas foram vendidos em bancas, quantos leitores havia e, até mesmo, se as audiências viram um dado anúncio em certas revistas. Mas quantas vendas a revista concretizou? Não se sabe e é provável que nunca cheguemos a conhecer exatamente esse tipo de informação. Exceção a isso é a resposta direta ao anúncio. Com o uso das ligações gratuitas e o telefone “900”, ou cartões- resposta, comerciais, é possível atribuir diretamente as vendas a um veículo de mídia distinto. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 33 ESTUDO DE CASO: Um programa de TV apresenta as seguintes premissas: Horário 22:00 horas, Duração do Programa: 3 meses. Verba disponível = R$ 10.000.000, distribuída: 50%, 25% e 25%. Custos Variáveis = R$ 3.000.000, R$ 2.500.000, R$ 2.500.000. Custo Fixo = R$ 500.000 por mês. Gastos Gerais = R$ 120.000, R$ 100.000, R$ 100.000. a) Previsão de Gastos do programa. Gastos 1 2 3 Total CV CF Gastos Gerais Total b) Previsão de Fluxo de caixa para o programa. Discriminação 1 2 3 Total Verba Gastos Saldo do mês Saldo acumulado c) Os gastos reais durante o programa: 1o mês R$ 3.454.000, 2o mês R$ 2.250.000, 3o mês R$ 4.385.000. Real x Orçado 1 2 3 Total Orçado Real Diferença Conclusão: 4.3 Estabelecendo e alocando a verba Uma das tarefas mais difíceis em relação aos planejadores de agência e publicidade é a de determinar a quantia ideal de dinheiro para gastar com publicidade. Esse é um problema de difícil solução, apesar do tempo e do raciocínio empregados para discutir a respeito. A principal dificuldade ao se determinar o valor da verba é que ninguém sabe, exatamente, como uma determinada quantia gasta em publicidade afetará as vendas ou outras metas de marketing. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 34 O especialista em mídia Herbert D. Maneloveg resumiu o problema, como segue: “Nosso maior problema, eu acredito, é que nós realmente sabemos o quanto de publicidade é suficiente. E nós não fazemos o suficiente para encontrar a resposta. Não até pouco tempo. Quando alguém pergunta sobre o volume de publicidade necessária para tornar um consumidor potencial consciente de uma marca, nós ainda hesitamos. Quando chamados para justificar um aumento ou uma redução na verba de publicidade, nós ficamos perdidos por causa de uma incapacidade de articular o que aconteceria com o aumento ou redução: se as vendas sobem, nós damos o crédito à publicidade; se as vendas caem, nós culpamos preço, distribuição e concorrência”.(Hebert D. Maneloveg, “How Much Adveretisung is Enough?” Advertising, 1996, p.130). Em outras palavras, não há nenhuma relação simples de causa e efeito entre o dinheiro gasto e os resultados das vendas, que se supõe que ocorram por causa dos investimentos. Alguns fabricantes foram capazes de descobrir, pela experiência, quanto dinheiro eles devem investir para obter uma participação ou volume de vendas desejados, num dado período de tempo. Contudo, mesmo esses fabricantes não admitem que a relação permaneça constante em todos os períodos de tempo. Em alguns momentos, eles e a maioria dos outros anunciantes estarão no mesmo dilema sobre quanto investir em publicidade. O fato é que cada marca, geralmente, tem inúmeros concorrentes, cujas atividades em constante mudança fazem com que seja difícil prever corretamente o que eles farão. A situação dinâmica no local do mercado faz com que a tarefa de estabelecer as verbas – incluindo ter de fazer uma estimativa das prováveis atividades da concorrência e reservar uma parte do dinheiro para as contingências – seja uma tarefa difícil para a maioria dos anunciantes. Finalmente, anunciar não é o único fator que contribui para a venda do produto. Outros elementos do marketing mix, tais como preço, promoção de vendas, vendas pessoais e embalagem, também desempenham um papel. Mas, quem pode separar a contribuição exata da propaganda dos efeitos dos outros elementos do marketing mix? Poucos. Apesar desses problemas, verbas para publicidade têm de ser estabelecidas e a tarefa é desempenhada com base no conhecimento que está disponível no momento. Este capítulo apresenta alguns dos principais métodos e problemas no estabelecimento de verbas, junto com suas vantagens e desvantagens. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 35 Estabelecendo a Verba Uma das mais importantes e desconcertantes questões que os anunciantes enfrentam é quanto gastar com publicidade. Se muito pouco é gasto, mesmo a campanha mais fracassa. Por outro lado, se se gasta demais com publicidade, o dinheiro será desperdiçado, não importando o nível de eficácia da campanha. Quanto gastar com publicidade é umadecisão estratégica. A verba tem de ser vista como uma função dos objetivos de marketing e de vendas da marca ou da companhia. Verbas pequenas e metas ambiciosas são irreconciliáveis. Verbas grandes para metas modestas são indesculpáveis. È preciso, definir claramente o papel da publicidade e sua tarefa tem de ser decidida antes do estabelecimento da verba. Até que os planejadores tenham posicionado a função da publicidade, eles não poderão adotar a disciplina necessária e as técnicas disponíveis para determinar quanto dinheiro será necessário. Eis aqui alguns fatores a serem considerados na determinação de uma estratégia de publicidade / investimentos: 1. Em qual mercado a marca concorrerá? No Brasil, a Mercedes-Benz decidiu competir com os carros de $ 10.000 ou mais, assim como com os importados de luxo. Isso exigiu por uma verba de publicidade muitas vezes maior. Se a Mercedes tivesse decidido concorrer corri os carros top de linha, como Buicks, Chryslers etc., mesmo assim a verba teria sido insuficiente. Eis aqui alguns pontos para lembrar: a. Expandir um mercado, geralmente, requer gastos mais altos com publicidade do que para ganhar uma participação da concorrência. A razão? Normalmente, é muito mais difícil induzir os consumidores a mudar de marca ou experimentar outra. b. Quanto mais amplo for o mercado em que a marca compete, tanto maior a verba para publicidade deve ser. A razão? A marca tem de falar para mais pessoas e o mundo de concorrentes é mais diversificado. c. Uma definição precisa das metas de marketing pode economizar o dinheiro do anunciante. Por exemplo, anunciar apenas para crianças requer menos investimentos do que atingir as crianças e os pais; atingir apenas mulheres pode ser feito de maneira mais eficiente do que atingir a todos os adultos. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 36 2. Qual é a posição atual da marca no mercado? Quando um anunciante decide em qual mercado competir, deve saber a força relativa do produto comparado com os concorrentes. Isso ajudará a definir a tarefa do planejador. Enquanto todas as marcas buscam crescimento, a dificuldade de atingir metas específicas está relacionada, de forma muito importante, à posição de unia marca num mercado claramente definido. 3. Como o anunciante avalia a concorrência? Ao avaliar as necessidades de urna marca em confronto com a da concorrência, o planejador deve ter em mente que o líder do mercado pode, geralmente, fazer negócios, gastando relativamente menos do que a marca que está em segundo, terceiro ou quarto lugar. Uma marca com uma posição ruim, tem de gastar proporcionalmente mais para competir no negócio. Para melhorar a posição competitiva, um planejador deve estar preparado para investir proporcionalmente mais do que as marcas que deseja alcançar. 4. Onde a marca será anunciada? Invariavelmente, todas as marcas têm pontos de força e fraqueza por todo o país. Decisões sobre investimentos têm de considerar essas variações. A mesma taxa de investimentos em cada cidade ou região não produzirá os mesmos resultados. Determinar políticas de investimentos locais requer muito "dever de casa" sobre marketing. Não é suficiente simplesmente conhecer a participação de mercado. O planejador tem de procurar determinar por que aquela participação de mercado existe. Muito freqüentemente, áreas de pouca participação são um resultado das deficiências na distribuição, políticas de preço ou fraquezas na força de vendas. Conhecer as razões ajudará o planejador a decidir a contribuição que pode ou não ser dada pela publicidade. Isso, ajudará o planejador a determinar as políticas de investimentos. Portanto, é importante determinar a importância e a capacidade de anunciar para produzir mudança nas vendas. 4.4 Métodos tradicionais para estabelecer verbas Inúmeros métodos são amplamente usados para determinar a verba. Aqueles mais usados freqüentemente tendem a ser simples de entender e rápidos e fáceis de calcular. Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 37 Porcentagem de vendas. No método de porcentagem de vendas, uma verba para publicidade é determinada multiplicando-se o retorno de vendas projetado para o ano por uma dada porcentagem. O montante de dinheiro disponível para fins de publicidade, desse modo, está baseado diretamente nas vendas da marca. Com o aumento das vendas, também aumenta a verba para publicidade. Mas com a redução nas vendas, a verba também é reduzida. A alma desse método é o multiplicador, a porcentagem pela qual a base de vendas é multiplicada. Para se determinar qual porcentagem usar, há de se considerar o custo das mercadorias e a política de preços de cada empresa. Se uma marca custa 15 centavos para ser fabricada e distribuída e é vendida por $1.25, uma considerável margem estará disponível para publicidade, promoção e lucro. O primeiro passo para estabelecer uma verba com base em porcentagem de vendas é determinar os custos com fabricação e distribuição. A diferença entre esse custo e o preço de venda ajuda a determinar a margem disponível para publicidade, promoção e lucro. (Há, naturalmente, outros custos a serem considerados, como despesas gerais.) Margens menores significam uma porcentagem menor disponível para publicidade. A chave para este método de estabelecer verbas é encontrar o melhor multiplicador. Este multiplicador é, freqüentemente, determinado arbitrariamente. Outras vezes, os padrões empresariais são usados como base. O método de porcentagem para determinar verbas deve parecer totalmente inflexível. Isso não é verdade. Freqüentemente, a porcentagem de vendas é apenas o ponto de partida. Após a porcentagem ser multiplicada pelas vendas brutas, o total pode ser ajustado para compensar situações de marketing especiais. Quando há necessidades especiais de marketing, dólares extras são adicionados. Algumas companhias, em vez de adicionar ao total, elevam o multiplicador quando lançam um novo produto ou quando enfrentam uma concorrência muito forte. Em alguns casos, no entanto, o multiplicador de porcentagem permanece constante ano após ano, não importa o quanto as vendas variam. Quando isso acontece, o multiplicador tende a tomar-se um valor histórico que é raramente questionado. O multiplicador é também afetado pela definição de preço do produto. Vendas de produtos de baixo preço tais como remédios ou itens de supermercado, dependem muito de publicidade, enquanto itens de alto preço, tais corno ferra mentas, carros e móveis, dependem menos. Uma regra geral para determinar se o multiplicador deve ser grande ou pequeno é que, quanto mais publicidade é usada como um substituto para venda pessoal, mais alto o multiplicador deve ser (ou mais alta a margem para publicidade). Prof. João Henrique Távora Stross Disciplina: Planejamento, Orçamento e custos. 38 Entre as vantagens desse método estão a de que ele é fácil de gerenciar e fácil de entender. Ele é autocorretivo conforme muda o volume de vendas e pode manter uma margem de lucro consistente. É também adequado para as necessi- dades tanto do departamento financeiro quanto do de marketing. No entanto, há várias críticas ao método de porcentagem de vendas. Ele pa- rece ilógico, porque a publicidade está mais baseada nas vendas do que o con- trário. Quando as vendas caem, será gasto menos dinheiro para publicidade, quando, talvez, mais dinheiro devesse ser investido. Também, a não ser que a relação entre publicidade e vendas seja analisada por área, as áreas de melhores vendas tenderão a receber vantagens e as áreas de vendas fracas vão ter pouca ajuda. Essa técnica também supõe que há uma relação linear direta entre publi- cidade e vendas, o que nem sempre é verdadeiro. Uma outra crítica a esse método é que ele não encoraja
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