Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ANTIVIRAIS Introdução Tratamento / Profilaxia de doenças causadas por vírus Menores seres infecciosos. Vida exclusivamente parasitária – usa nossa maquinaria como ribossomos, levando uma dificuldade para tratar Composição: Ácido Nucleico (RNA/DNA) com envoltório proteico (capsídeo) Material Genético - DNA ou RNA Capsídeo – envoltório proteico do vírus Especificidade viral: vírus só consegue infectar a célula que tiver em sua membrana substâncias às quais ele possa se ligar - ataca apenas determinados tipos de células, então precisa de fármacos que altera essa ligação ANTIVIRAIS Vírus: não possuem parede celular e sistemas enzimáticos não susceptíveis a antibióticos (não pode usar inibidor de síntese proteica, nem inibidor de síntese de parede celular – se usar se torna toxico ao paciente) Incorporam-se aos mecanismos metabólicos da célula hospedeira Menos diferenças entre os vírus e seus hospedeiros humanos Proteínas: alvos Ciclo vírus - DNA - Se liga no receptor (glicoproteína) e entra na célula hospedeira (fusão do vírus ao seu receptor) – pode dar um fármaco inibidor de fusão para impedir que o vírus entra na célula - Desnudamento - libera o seu material genético dentro da célula hospedeira – fármacos que impede esse desnudamento - Começa a ocorrer a duplicação do DNA pela DNA polimerase – um alvo importante é a inibição da DNA polimerase - Síntese proteica - não meche, pois, utiliza nosso ribossomo, então pode matar a célula do hospedeiro - Maturação do vírus (proteínas quebradas em pedaços menores pela ação das proteases) – fármacos impede essa maturação - Saída do vírus para infectar outras células - fármacos que atrapalham a entrada Poxvírus (varíola), herpesvírus (varicela, zoster, herpes), adenovírus (conjuntivite, faringite), hepadnavírus (hepatite B) papiloma vírus (verrugas) INFLUENZA: O VÍRUS DA GRIPE 15 - Fármacos que alteram na fase de desnudamento: Rimantadina e Amantadina A proteína M2 é responsável pelo desnudamento da célula - deixa entra o h+, ocorrendo a liberação de todo o conteúdo dentro da célula (desestabilização do capsídeo) – fármaco que inibe a proteína M2 não ocorrendo o desnudamento, consequentemente não tem a duplicação do vírus. - O vírus da influenza carrega o RNA que o transforma em RNA mensageiro pela ação de suas próprias enzimas. Essa RNAm vai para o ribossomo da célula hospedeira e ocorre a síntese proteica, com consequente a formação do vírus – fármaco que age inibindo a síntese de RNAm é a Ribavirina O objetivo dos fármacos é achar uma diferença entre o parasita e o hospedeiro AULA 7 – 26/10/2017 - Quando o vírus sai da célula do hospedeiro ele fica grudado na membrana, mas o próprio vírus tem enzimas que o desliga da membrana, deixando-o livre para infectar novas células – fármacos que agem inibindo essa enzima que desgruda o fármaco da membrana: Zanamivir e Oseltamivir HIV O vírus do HIV carrega o RNA mas tem a transcriptase reversa, que é responsável por transforma o RNA em DNA. E esse DNA produzido se integra ao DNA da célula hospedeira e faz a síntese de RNAm que vai até o nosso ribossomo fazer a síntese das proteínas necessárias para a replicação viral. Esse vírus incorpora seu DNA ao DNA da célula hospedeira, então o paciente tem que ficar tomando remédio por muito tempo. Vírus se liga a glicoproteína CD4 do linfócito T e entra nessa célula. Obs: o vírus se funde a glicoproteína, entra na célula hospedeira, libera seu material genético (RNA) que sofre a ação da transcriptase reversa O mecanismo é o mesmo dos outros vírus, porem o HIV tem a transcriptase reversa. Objetivo geral dos fármacos é inibir a transcriptase reversa (pois o hospedeiro não tem) TERAPIA ANTIVIRAL -Características desejadas: Amplo espectro ação Inibição completa da replicação viral Capacidade de atingir o alvo sem interferir com o sistema imune do hospedeiro Toxicidade mínima Atividade frente a mutantes resistentes PLANEJAMENTO RACIONAL DE AGENTES ANTIVIRAIS Inibição da fixação, penetração e liberação do material genético viral (entrada) Inibição da síntese de ácidos nucléicos Inibição da tradução do RNAm viral Inibição da transcriptase reversa (TR) - HIV Inibição das proteases virais – faz a maturação dos vírus – quebra as proteínas em fragmentos menores, formando os vírus Inibição da saída do vírus Fármacos que atuam inibindo a fixação, penetração e estágios iniciais da replicação viral INIBIÇÃO DA FIXAÇÃO (fusão) E ENTRADA DOS VÍRUS - Enfuvirtida (T-20): utilizado para o HIV – o vírus para entrar precisa fundir a membrana dele com a membrana no hospedeiro, ligação do vírus com o CD4. Fármaco T-20 se liga no peptídeo de fusão, ficando inibindo e assim não faz mais a ligação Impede a interação entre o vírus e a célula hospedeira Impede a fusão - Adamantanas: impede a liberação do material genético (desnudamento) Influenza A e hepatite C crônica Amantadina e rimantadina fármacos para infecção por influenza Bloqueia desnudamento do vírus por inibir a proteína viral M2, consequentemente não tem a liberação de H+ e assim não tem a liberação do material genético - Efeito adverso: Amantadina: tontura e dificuldade concentração Rimantadina: menos efeitos adversos (mais utilizadas) Fármacos que atuam interferindo com a replicação de DNA/RNA viral Análogos nucleosídeos – são incorporados na cadeia de DNA/RNA que está sendo formado e assim interrompe o processo - Sua estrutura é semelhante ao nucleosideos que deveriam ser incorporados, confundindo a enzima e se ligando ao falso, interrompendo o processo de nucleosídeos Nucleosídeos recebem 3 fosfatos e formam os nucleotídeos. Esses nucleotídeos são incorporados a cadeia de DNA/RNA que está se formando. Inibidores não-nucleosídeos da DNA polimerase transcriptase reversa 1)Análogos Nucleosídios e Nucleotídios Anti-Herpesvírus Herpes genital: HSV Herpes zoster: vírus varicela zoster (VZV) —Pacientes imunocomprometidos - herpesvírus - esofagite por HSV, pneumonia ou retinite por CMV Fármacos não agem na latência do vírus – para agir o fármaco deve estar querendo se multiplicar, pois agem na síntese de DNA/RNA Mecanismo de ação: é um falso nucleotídeo que se liga a timidina quinase e ganha fosfato para ser incorporado na cadeira de DNA/RNA pela enzima de DNA/RNA polimerase. Ao se ligar a essa enzima, ele a inibe e não tem duplicação -HSV Vírus que contém DNA de fita dupla Codifica proteínas envolvidas na replicação do DNA – possível tratar com menor toxicidade ao hospedeiro DNA polimerase Timidina cinase – próprio vírus produz – o vírus pega os nucleosideos e sua enzima timidina cinase acrescenta os fosfatos, transformando-os em nucleotídeos (isso ocorre normalmente) que serão incorporados na cadeia em formação Esses fármacos contêm somente 1 fosfato, então precisam receber mais 2 fosfatos para ser incorporados a cadeia em formação. Assim, células que não são infectadas pelo vírus, não tem a enzima TQ no vírus para colocar mais 2 fosfatos no análogo nucleosídeo para que este seja incorporado na cadeira de DNA/RNA em formação. Ou seja, não inibe a DNA/RNA polimerase. Nós também temos TQ, mas não dá fosfato aos nucleosídeos, como a TQ dos vírus - ACICLOVIR Agente antiherpético Análogo sintético da 2’-desoxiguanosina – análogo ao nucleosídeo Sobre ação da timidina quinase do vírus recebendo grupos fosfato tornando-se um nucleotídeo que será incorporado na cadeira de DNA pelo DNA polimerase impedindo a duplicação Início da terapia antiviral seletiva Não age no CMV Ativo contra DNA-vírus Tratamento de: Herpes Vírus e Varicela-Zoster Pode ser dado ao paciente na forma de aciclovir ou monofosfato de aciclovir (já tem um grupo fosfato) – ambos formas precism sofrer acao da timidina quinase Após o desnudamento ocorre a duplicação do DNA, pela ação da DNA polimerase. Porém,com o uso deste fármaco, o nucleotídeo pareado pela DNA polimerase é o trifosfato de aciclovir (errado) e com isso a duplicação do DNA fica bloqueada e a DNA polimerase fica inibida/congelada (não consegue agir diante do nucleotídeo incorreto). Resistência -Mutações no gene: Timidina cinase (TK) – diminui a produção ou produz outra que não consiga colocar grupos fosfato no nucleosídeo. Solução: dar fármacos que já contenham fosfato, contorna a resistência mas aumenta a toxicidade do fármaco DNA polimerase Ao adquirir resistência, esse vírus do herpes acaba tendo a sua própria virulência diminuída Valaciclovir Pró-fármaco do aciclovir Biodisponibilidade oral é cerca de cinco vezes maior (pode dar uma dose maior) Penciclovir: – fármaco é o que age de fato; liberado pelo fanciclovir - ativado mais eficientemente pela TK (timidina quinase) do HSV e do VZV que o aciclovir – mais eficiente para tratar herpes; Fanciclovir: pro-fármaco tratamento de infecções por HSV e herpes zoster Trifosfato do penciclovir: menos seletivo das DNA polimerases virais – já tem os fosfatos. Perde a especificidade para células infectadas, consegue penetrar em células não infectadas também e ter ação. Visado para casos de resistência por mutação de TQ. Então pode ser dado de 3 formas: Penciclvir, trifosfato de penciclovir e fanciclovir Pomada de penciclovir: tratamento do herpes simples causado pelo HSV. Ganciclovir Age mais no CMV (citomegalovírus): doenças potencialmente fatais CMV produz uma proteína quinase diferente do HSV e VZV (UL97), essa enzima que fosforila, ou seja, ativa a ganciclovir – o mecanismo é igual, mas é especifico para citomegalovirus Pneumonia, ou retinite (ameaça a visão) em indivíduos imunocomprometidos. CMV menos sensível ao aciclovir do que o HSV e o VZV Não codifica um homólogo da TK do HSV Proteinocinase viral, denominada UL97: fosforila ganciclovir Efeitos adversos: supressão da medula óssea, particularmente neutropenia. Problema clinico em uma minoria de paciente Cidofovir Nucleotídeo – é um análogo nucleotídeo, ou seja, tem 3 grupos de fosfato (menos seletivo, mais toxico porem mais é resistente ao vírus resistente ao ganciclovir – tratamento para CMV) Análogo acíclico da citosina Conhecido como hidroxifosfonilmetoxipropilcitosina (HPMPC) Ativo contra mutantes virais deficientes em cinase usado em casos de resistência ao ganciclovir por mutação da quinase. Tratamento da retinite por CMV em pacientes com HIV/AIDS. Nefrotoxicidade 2)Análogos Nucleosídios e Nucleotídios Anti-HIV •HIV – anti hiv O alvo é a transcriptase reversa Não produz a sua quinase, usa a do nosso organismo para dar fosfatos dos nucleosídeos. Alvo dos fármacos é a transcriptase reversa São mais tóxicos a célula hospedeira - AZT - Zidovudina Análogo da timidina: azidotimidina – é uma falsa timidina (nucleosídeo) que ganha grupos de fosfatos, vira nucleotídeo, e é incorporado na síntese da cadeia de DNA, impedindo a ação da transcriptase reversa Esse AZT com 3 grupos de fosfatos pode ser incorporados por todas as células do nosso organismo, mas não age em todas as células porque é mais especifica para TR do que para a nossa DNA polimerase Ativo contra RNA-vírus (retrovírus) Causa neutropenia e anemia ZIDOVUDINA: Substrato para a timidina cinase celular Vírus HIV tem mutação muito rápida, a resistência ao AZT ocorre, mas demora mais A Lamivudina (3TC) também é um análogo nucleosídeo, é menos toxico que o AZT porem a resistência a esse fármaco é mais rápida Atenovir: usado em casos de resistência ao AZT. Tem fumarato que é clivado dentro da célula, liberando o fármaco (será incorporado na síntese da cadeia), não é a terapia de escolha Inibidores nucleosídeo da transcriptase reversa (INTR) Inibidores Não-Nucleosídios da DNA Polimerase Foscarnet: ácido fosfonofórmico Inibe as DNA e RNA polimerases Utilizado em infecções graves por HSV e CMV (vírus com RNA e DNA) Semelhante ao pirofosfato: necessário para polimerização DNA Nefrotoxicidade: principal efeito adverso É semelhante ao grupo fosfato (pirofosfato) e com isso acaba sendo incorporado ao nucleosídeo natural. Dessa forma, não é formado o nucleotídeo para que seja incorporado a cadeia de DNA/RNA que está se formando, assim, a DNA/RNA polimerase não consegue agir, inibindo-a. É análogo ao grupo fosfato Inibidores da Transcriptase Reversa Não Nucleosídeos - Efavirenz, nevirapina, delavirdina Infecções por HIV resistente a AZT – não é a principal terapia Uso em combinação Liga na transcriptase reversa: liga-se no centro alostérico Desenvolvimento rápido de resistência Se liga a enzima transcriptase reversa impedindo a sua ação, não há transformação de RNA em DNA e, consequentemente, o DNA viral não é incorporado ao DNA da célula hospedeira Inibição da maturação viral O vírus não consegue ficar maduro para sair da célula - PROTEASE DE HIV Enzima aspartílica: são essenciais para o crescimento (maturação) do vírus Responsável pelas modificações pós tradução que geram as proteínas estruturais – inibidor de enzimas, se liga a ela e não deixa funcionar Esse fármaco ligam-se as enzimas de maturação viral, inibindo-as. São muito específicos para o HIV e tem baixa meia vida. Vão embora rapidamente do organismo e em níveis subterapeuticos o vírus consegue se duplicar novamente. Desvantagem do fármaco: como ele não consegue permanecer acima do nível terapêutico todo tempo durante o tratamento, quando o nível cai, o vírus começa a sofrer mutação, e assim, ocorre a resistência. Não pode dar doses altas, pois são tóxicos. Exemplos de Inibidores da protease do HIV: Amprenavir, Saquinavir, Lopinavir, Indinavir, Ritonavir, Tipranavir O Ritonavir é importante nessa terapêutica, além de ser um inibidor de protease, consegue inibir o metabolismo de outros fármacos (e dele mesmo também), assim, quando associado, consegue fazer com que a concentração do fármaco no sangue permaneça constante, acima da faixa terapêutica todo tempo, até que seja dada nova dose. O ritonavir reduz o metabolismo somente de fármacos inibidores de proteases Inibição da liberação viral Inibidores das neuraminidases do vírus da influenza: agem na liberação – impedindo que o vírus se desgruda da membrana, assim não consegue infectar outras células Neuraminidases são enzimas que desgrudam o vírus da membrana da célula hospedeira Zanamivir: baixa biodisponibilidade oral - inalação. Oseltamivir: via oral Eficiência do oseltamivir na prevenção da mortalidade humana pela influenza aviária H5N1 Fármacos que modulam o sistema imune Modulam o nosso sistema imune para agir contra os vírus (vacinas) -Imunização ativa e imunização passiva: inibem a infecção viral Anticorpos dirigidos: proteínas do envelope viral Virucidas: vacina anti-rábica Palivizumab: anticorpo monoclonal humanizado, Prevenção da infecção por RSV em crianças de alto risco Imiquimode: interage com os receptores semelhantes a Toll Reforçar a imunidade inata, incluindo a secreção de interferonas Interferon: Fator antiviral natural São glicoproteínas produzidas por técnicas de recombinação genética Liga em receptores de superfície em células infectadas: inibe transcrição e tradução de RNAm viral – inibe a multiplicação viral e deixa os vírus mais susceptíveis ao ataque das nossas células de defesa Eficazes em infecções por vírus da Hepatite B, hepatite C, papilovírus, herpes e cancer (sarcoma de Kaposi).
Compartilhar