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PORTIFÓLIO EM GRUPO 2

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
ABRAIN COSTA COELHO
ANTONIO CLEYTON GRAÇA DE ALENCAR
BENTO CARNEIRO
JEOVÁ TELES TAVARES
ROSILENE BENICIO DE LIMA
TATIANE CRISTINA MELO DA COSTA GONÇALVES
VIVIAN BORGES BRITO
PORTFOLIO INTERDISCIPLINAR EM GRUPO
Desafios e possibilidades da igualdade de gênero no espaço escolar.
CASTANHAL - PARÁ
2019
ABRAIN COSTA COELHO
ANTONIO CLEYTON GRAÇA DE ALENCAR
BENTO CARNEIRO
JEOVÁ TELES TAVARES
ROSILENE BENICIO DE LIMA
TATIANE CRISTINA MELO DA COSTA GONÇALVES
VIVIAN BORGES BRITO
Trabalho apresentado ao Curso de Licenciatura em educação física - Universidade Norte do Paraná para a disciplina: Atividades Interdisciplinares. 
CASTANHAL - PARÁ
2019
SUMÁRIO
	1. INTRODUÇÃO............................................................................................................
	4
	2. DESENVOLVIMENTO.......................................................................................
	5
	3. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................
	7
	4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................................
	8
1. INTRODUÇÃO
Pensar a escola numa perspectiva da promoção da educação para a diversidade humana implica em superar os inúmeros desafios que ainda persistem neste campo, mas também, reconhecer a escola como um espaço de convívio com a diferença e um dos lugares mais importantes para a discussão e formação de atitudes. 
Conforme Ortiz (2007), tratar da diversidade na escola requer posicionar-se contra processos de discriminação e preconceitos e também perceber que nos diferentes contextos históricos, políticos, sociais e culturais algumas diferenças foram naturalizadas e inferiorizadas gerando tensões e conflitos. O mesmo autor ainda contribui dizendo que as sociedades são marcadas pela diversidade e esta existe em situações históricas determinadas, e encontra-se situada num contexto determinado. Toda diferença é produzida socialmente e é portadora de sentido histórico (ORTIZ, 2007). 
Com essa concepção, compreendemos que a diversidade está inserida na cultura e esta é uma construção histórica criada pelos seres humanos em decorrência de sua adaptação ao meio social nas diferentes épocas e modelos de sociedade, e se constitui em meio a relações de poder politicamente construídas.
A construção social da diversidade é muito mais complexa do que simplesmente uma classificação do que é diferente, pois ela abrange uma série de questões políticas, sociológicas, linguísticas que vai desde as particularidades das comunidades à universalização de direitos.
Neste contexto, o gênero enquanto construção social do feminino e do masculino e elemento das relações sociais surgem como uma dessas vozes silenciadas na sociedade e está presente particularmente na escola.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), a escola é responsável por uma educação que envolva os alunos no meio social, político e histórico do país buscando a cidadania como forma de transformação da sociedade.
2. DESENVOLVIMENTO
O entendimento da desigualdade de gênero é fundamental entendermos que sua gênese e manutenção na sociedade estão relacionadas ao conceito de patriarcado. As relações assimétricas entre os gêneros vêm mostrando que as sociedades patriarcais engendram e sustentam relações e modos de produção, nos quais os homens como categoria social levam vantagens sobre as mulheres, nas mesmas condições. 
Nunes (2002) ressalta que há ainda o machismo encalacrado nas instituições familiares, nos valores, nas concepções de poder, na divisão dos comportamentos, nas cores e na distribuição dos brinquedos às crianças. É o patriarcalismo extratificado em todos os segmentos de nossa cultura.
A Educação Física talvez seja ainda uma das disciplinas mais marcadas pelos estereótipos e desigualdades de gênero. Isto porque, historicamente, esteve baseada na separação entre os sexos para a realização dos diferentes jogos, esportes e brincadeiras que a compõe. Enquanto algumas atividades eram destinadas apenas aos homens, como o futebol e o basquete, outras ficavam circunscritas à participação feminina, a exemplo das danças.
Essa segregação apoiava-se na noção cultural de que a prática esportiva associava-se ao universo masculino. “Vencer desafios, superar limites, enfrentar oponentes, dor e esforço eram tidas como experiências restritas aos homens, relegando às mulheres a leveza, fluidez, graça e sensibilidade”, explica Marcos Neira, professor da Faculdade de Educação da USP e coordenador do Grupo de Pesquisas em Educação Física Escolar.
Concebido como um instrumento de disciplinarização dos corpos, o esporte moderno valeu-se da ideia da suposta “fragilidade” das meninas para impedir a circulação da mulher/menina no espaço público, restringindo seu campo de ação ao ambiente doméstico.
Segundo a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) não há recomendação de separação. Já os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) recomendam aulas mistas, tidas como uma oportunidade para que os alunos convivam, compreendam e respeitem suas diferenças. 
Assim, a existência de turmas masculinas ou femininas para as aulas de Educação Física ou mesmo a divisão de atividades específicas para os meninos e específicas para as meninas, é um fóssil pedagógico que precisa ser varrido de todas as escolas se quisermos construir uma sociedade mais justa e democrática. Essas situações trazem efeitos educacionais perversos, pois vão ensinando a meninos e meninas concepções distorcidas sobre eles próprios e os lugares que podem ocupar no cenário social.
Para aulas mais inclusivas, o professor também deve ter em mente que é necessário selecionar experiências pedagógicas adequadas e diversificadas para o tratamento das práticas corporais. Além disso, insistir em situações didáticas que apenas exponham a dificuldade das crianças ou jovens só reforça as diferenças em sala de aula. É importante tematizar brincadeiras, danças, esportes, ginásticas e lutas realizadas por distintos grupos sociais – de gênero, religião, etnia ou classe.
É fundamental que os discursos que estigmatizam as pessoas sejam problematizados e as condutas segregacionistas, combatidas. Se os meninos não estão passando a bola para as meninas, a atividade precisa ser interrompida e as razões dessa postura têm que ser transformadas em objeto de análise e crítica. Da mesma forma, se os meninos se recusam a participar das danças ou da ginástica rítmica, esse comportamento deve ser debatido e questionado. O pior que pode acontecer é a escola ausentar-se dessa responsabilidade.
A desconstrução dos discursos pejorativos ou das posturas preconceituosas só acontecerá se outros conhecimentos forem agregados às experiências pedagógicas para além das vivências corporais.
Meninos e meninas precisam saber que a ocorrência social das práticas corporais nem sempre foi da maneira como hoje conhecemos, nem tampouco acontece da mesma forma em todos os lugares.
Há países em que o futebol é uma prática bastante comum entre as mulheres. O balé já foi uma dança exclusivamente masculina e, em alguns povos, existem lutas praticadas igualmente por mulheres e homens.
Nesta perspectiva, não só os esportes, mas algumas brincadeiras e praticamente todas as lutas foram concebidas como territórios de expressão e imposição de uma certa masculinidade, sem muito espaço para a participação das mulheres.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pôde-se concluir que não há promoção de igualdade de gênero nas aulas de Educação Física na escola pesquisada devido ao caráter de supervalorização do conteúdo esporte, levando a perpetuação do sexismo. Portanto a diferenciação do papel social preestabelecido para meninos e meninas, que culminaram com a não participação das meninas nas práticas esportivas e por reafirmar a superioridade dos meninos, embora haja meninos que sofrem preconceitos por apresentarem particularidades femininas, entretanto deve-se levar em consideraçãoa construção histórico-social, pois gênero considera o indivíduo, bem como sua cultura, assim sendo o sexismo que é tido como um ato discriminatório devido às diferenças biológicas, na verdade, são concepções construídas culturalmente. Não sendo possível identificar as principais metodologias adotadas pelo docente que promovam a equidade entre os gêneros, devido o conteúdo aplicado ser de concepção biologicista, esportivista e/ou de recreação sem objetivo. 
Nesse sentido sugere-se que sejam elaboradas políticas públicas e ações pedagógicas para uma Educação Coeducativa e, principalmente uma Educação Física Coeducativa, pois apenas uma aula mista, ou seja, misturar meninos e meninas não é o suficiente para a equidade de gênero. 
Faz-se necessário, que mesmo da utilização do conteúdo esporte, seja feita pelo educador uma avaliação dos pontos positivos e negativos tanto para meninos tanto para meninas, sem que haja distinção e/ou ações adaptativas nas atividades, que supervalorizam as habilidades físicas dos meninos e menosprezem as habilidades físicas das meninas, retornando ao padrão heteronormativo e, proporcionando variadas experiências e possibilitando o equilíbrio a ambos os sexos.
É necessário desenvolver com professores e funcionários e pretende tratar da diversidade na escola, especificamente a diversidade de gênero propondo a reflexão e o aprofundamento teórico de professores e funcionários a fim de que possam compreender que nos diferentes contextos históricos, políticos, sociais e culturais algumas diferenças foram naturalizadas e inferiorizadas gerando tensões e conflitos.
A partir do momento que se compreende como essas relações foram construídas tem-se o embasamento necessário para posicionar-se contra processos de discriminação e preconceitos. Também é objetivo deste que os/as profissionais da educação se envolvam e se comprometam com a educação da diversidade possibilitando aos alunos e alunas um ambiente escolar que convive respeitando as diferenças.
4. REFERENCIAS
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: introdução aos parâmetros curriculares nacionais / Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998.
ORTIZ, R. Pierre Bourdieu: Sociologia. São Paulo: Ática, 2007.
NUNES, C. A. Desvendando a Sexualidade. Campinas, SP: Papirus, 2002.

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