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06/04/2020
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Comércio Internacional
PROF. DIANA SABA
Contrato internacional
Definição
Formação: memorando de entendimentos e carta de intenções 
Regência: 
Leis internas
Internacionalização
Nova lex mercatória
Cláusulas típicas ou correntes
Cláusulas típicas
Escolha da lei (choice of law)
Hague Principles on Choice of Law in International Commercial Contracts (2015) – privilegia a 
autonomia da vontade. 
Art. 9 – Escopo da lei escolhida
The law chosen by the parties shall govern all aspects of the contract between the parties, 
including but not limited to –
a) interpretation;
b) rights and obligations arising from the contract;
c) performance and the consequences of non-performance, including the assessment of 
damages;
d) the various ways of extinguishing obligations, and prescription and limitation periods;
e) validity and the consequences of invalidity of the contract;
f) burden of proof and legal presumptions;
g) pre-contractual obligations.
Cláusulas típicas
Escolha da lei (choice of law)
Convention of 22 December 1986 on the Law Applicable to Contracts for the International 
Sale of Goods  art. 7
Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de 
Mercadorias (1980)
Artigo 1 - (1) Esta Convenção aplica-se aos contratos de compra e venda de mercadorias 
entre partes que tenham seus estabelecimentos em Estados distintos
Artigo 6 - As partes podem excluir a aplicação desta Convenção, derrogar qualquer de suas 
disposições ou modificar-lhes os efeitos, observando-se o disposto no Artigo 12.
Cláusulas típicas
Escolha da lei (choice of law)
Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de 
Mercadorias (1980)
Artigo 9 - (1) As partes se vincularão pelos usos e costumes em que tiverem consentido e 
pelas práticas que tiverem estabelecido entre si.
(2) Salvo acordo em contrário, presume-se que as partes consideraram tacitamente 
aplicáveis ao contrato, ou à sua formação, todo e qualquer uso ou costume geralmente 
reconhecido e regularmente observado no comércio internacional, em contratos de mesmo 
tipo no mesmo ramo de comércio, de que tinham ou devessem ter conhecimento.
Aceitação no Brasil
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Aceitação no Brasil
Ordem pública e outros limites
Cláusulas típicas
Escolha da jurisdição(choice of court)
Hague Convention of 30 June 2005 on Choice of Court Agreements. 
Parties under the convention recognize a choice of court agreement between parties in the 
field of civil law and thus courts not chosen in the agreement will stay all proceedings, 
unless the chosen court refuses to uphold the jurisdiction. For the convention choice of 
court agreements must be "exclusive", which means in the context of the convention that 
also a group of courts may be chosen, as long as they are in the same country. It is not 
required for a choice of court agreement to explicitly state that the agreement is exclusive; 
designating a specific (set of) courts will automatically render it exclusive.
Judgments by the chosen court must be recognized in all states where the convention is 
applicable.
Cláusulas típicas
Escolha da jurisdição(choice of court)
Protocolo de Buenos Aires sobre Jurisdição Internacional em Matéria Contratual, concluído 
em Buenos Aires, em 5 de agosto de 1994. 
Art. 4. 1. Nos conflitos que decorram dos contratos internacionais em matéria civil ou 
comercial serão competentes os tribunais do Estado-Parte em cuja jurisdição os 
contratantes tenham acordado submeter-se por escrito, sempre que tal ajuste não tenha 
sido obtido de forma abusiva. – forum non conveniens
2. Pode-se acordar, igualmente, a eleição de tribunais arbitrais.
ARTIGO 5 - 1. O acordo de eleição de jurisdição pode realizar-se no momento da 
celebração do contrato, durante sua vigência ou uma vez suscitado o litígio.
2. A validade e os efeitos de eleição de foro serão regidos pelo direito dos Estados-Partes 
que teriam jurisdição de conformidade com o estabelecido no presente Protocolo.
3. Em todo caso, será aplicado o direito mais favorável de validade do acordo.
Cláusulas típicas
Escolha da jurisdição(choice of court)
Protocolo de Buenos Aires sobre Jurisdição Internacional em Matéria Contratual (1994). 
ARTIGO 7 - Na ausência de acordo, têm jurisdição à escolha do autor:
a) o juízo do lugar de cumprimento do contrato;
b) o juízo do domicílio do demandado;
c) o juízo de seu domicílio ou sede social, quando demonstrar que cumpriu sua prestação.
Cláusulas típicas
Escolha da jurisdição(choice of court)
Aceitação no Brasil
Art. 25, CPC. Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o 
julgamento da ação quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em 
contrato internacional, arguida pelo réu na contestação.
§ 1º Não se aplica o disposto no caput às hipóteses de competência internacional exclusiva 
previstas neste Capítulo.
§ 2º Aplica-se à hipótese do caput o art. 63, §§ 1º a 4º .
Cláusulas típicas
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International Commercial Terms (Incoterms)
E terms – ex. Ex Works
F terms – ex. FOB (free on board), FAZ (free alongside ship)
C terms - ex. C&F (cost and freight), CIF (cost, insurance and freight)
D terms – ex. DES (Delivered ex ship), DAF (delivery at frontier) , DDP (delivery duty paid)

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Cláusulas típicas
Força maior (force majeure)
“acts of God”
Ações humanas
Exoneração / extinção
Requisitos (Luiz Olavo Baptista): 
imprevisibilidade, 
inevitabilidade e 
exterioridade
Cláusulas típicas
Força maior (force majeure)
Princípios UNIDROIT
ARTIGO 7.1.7 (Força maior)
(1) A parte inadimplente isenta-se de responsabilidade se provar que o inadimplemento foi 
causado por um obstáculo que escapa ao seu controle e que não poderia, razoavelmente, 
tê-lo levado em conta ao tempo da formação do contrato, ou ter-lhe evitado ou superado 
as consequências.
(2) Quando o impedimento é apenas temporário, a isenção produz efeitos pelo prazo que 
for razoável, tendo em vista os efeitos do obstáculo sobre a execução do contrato.
(3) A parte inadimplente deve notificar a outra parte do obstáculo e de seus efeitos sobre 
sua aptidão para adimplir. Se a notificação não for recebida pela outra parte em prazo 
razoável, contado a partir do momento em que a parte inadimplente sabia ou deveria ter 
sabido do obstáculo, essa responderá pelas perdas e danos resultantes da falta do 
recebimento.
(4) As disposições deste artigo não impedem que as partes exerçam o direito de extinguir o 
contrato ou suspender seu adimplemento ou, ainda, reclamar juros sobre o valor devido.
Cláusulas típicas
Força maior (force majeure)
Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de 
Mercadorias (1980)
Artigo 79 - (1) Nenhuma das partes será responsável pelo inadimplemento de qualquer de 
suas obrigações se provar que tal inadimplemento foi devido a motivo alheio à sua 
vontade, que não era razoável esperar fosse levado em consideração no momento da 
conclusão do contrato, ou que fosse evitado ou superado, ou ainda, que fossem evitadas 
ou superadas suas consequências.
(2) Se o inadimplemento de uma das partes for devido à falta de cumprimento de terceiro 
por ela incumbido da execução total ou parcial do contrato, esta parte somente ficará 
exonerada de sua responsabilidade se:
(a) estiver exonerada do disposto no parágrafo anterior; e
(b) o terceiro incumbido da execução também estivesse exonerado, caso lhe fossem 
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aplicadas as disposições daquele parágrafo.
(3) A exclusão prevista neste artigo produzirá efeito enquanto durar o impedimento.
(4) A parte que não tiver cumprido suas obrigações deve comunicar à outra parte o 
impedimento, bem como seus efeitos sobre sua capacidade de cumpri-las. Se a outra parte 
não receber a comunicação dentro de prazo razoável após o momento em que a parte que 
deixou de cumprir suas obrigações tiver ou devesse ter tomado conhecimentodo 
impedimento, esta será responsável pelas perdas e danos decorrentes da falta de 
comunicação.
Cláusulas típicas
Hardship
Definição: cláusula de salvaguarda
Equilíbrio econômico-financeiro
≠ Força maior
Requisitos: 
imprevisibilidade, 
inevitabilidade e 
Exterioridade
Onerosidade excesiva
Cláusulas típicas
Hardship
Princípios UNIDROIT
ARTIGO 6.2.1 (Obrigatoriedade do contrato)
Quando o cumprimento de um contrato torna-se mais oneroso para uma das partes, tal 
parte continua, ainda assim, obrigada a cumprir o contrato, ressalvadas as disposições 
seguintes a respeito de hardship.
ARTIGO 6.2.2 (Definição de hardship)
Há hardship quando sobrevêm fatos que alteram fundamentalmente o equilíbrio do 
contrato, seja porque o custo do adimplemento da obrigação de uma parte tenha 
aumentado, seja porque o valor da contra-prestação haja diminuído, e
(a) os fatos ocorrem ou se tornam conhecidos da parte em desvantagem após a formação 
do contrato;
(b) os fatos não poderiam ter sido razoavelmente levados em conta pela parte em 
desvantagem no momento da formação do contrato;
(c) os fatos estão fora da esfera de controle da parte em desvantagem; e
(d) o risco pela superveniência dos fatos não foi assumido pela parte em desvantagem.
Cláusulas típicas
Hardship
Princípios UNIDROIT
ARTIGO 6.2.3 (Efeitos da hardship)
(1) Em caso de hardship, a parte em desvantagem tem direito de pleitear renegociações. O 
pleito deverá ser feito sem atrasos indevidos e deverá indicar os fundamentos nos quais se 
baseia.
(2) O pleito para renegociação não dá, por si só, direito à parte em desvantagem de 
suspender a execução.
(3) À falta de acordo das partes em tempo razoável, cada uma das partes poderá recorrer 
ao Tribunal.
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ao Tribunal.
(4) Caso o Tribunal considere a existência de hardship, poderá, se for razoável, 
(a) extinguir o contrato, na data e condições a serem fixadas, ou
(b) adaptar o contrato com vistas a restabelecer-lhe o equilíbrio.”.
Cláusulas típicas
Hardship
Câmara Internacional de Comércio (2003):
1. A party to a contract is bound to perform its contractual duties even if events have 
rendered performance more onerous than could reasonably have been anticipated at the 
time of the conclusion of the contract.
2. Notwithstanding paragraph 1 of this Clause, where a party to a contract proves that:
a. the continued performance of its contractual duties has become excessively onerous 
due to an event beyond its reasonable control which it could not reasonably have been 
expected to have taken into account at the time of the conclusion of the contract; and that
b. it could not reasonably have avoided or overcome the event or its consequences, the 
parties are bound, within a reasonable time of the invocation of this Clause, to negotiate 
alternative contractual terms which reasonably allow for the consequences of the event.
3. Where paragraph 2 of this Clause applies, but where alternative contractual terms which 
reasonably allow for the consequences of the event are not agreed by the other party to the 
contract as provided in that paragraph, the party invoking this Clause is entitled to 
termination of the contract.
Cláusulas típicas
Cláusulas de indexação
Requisitos: 
previsibilidade, 
Inevitabilidade.
Exterioridade e
Desequilíbrio 
Compra e venda internacional de mercadorias
campo de aplicação do tratado
Compra e venda internacional de mercadorias
campo de aplicação do tratado
Compra e venda internacional de mercadorias
campo de aplicação do tratado
Compra e venda internacional de mercadorias
Campo de aplicação do tratado
Art. 1º - (1) Esta Convenção aplica-se aos contratos de compra e venda de mercadorias entre 
partes que tenham seus estabelecimentos em Estados distintos:
(a) quando tais Estados forem Estados Contratantes; ou
(b) quando as regras de direito internacional privado levarem à aplicação da lei de um Estado 
Contratante.
Artigo 4 - Esta Convenção regula apenas a formação do contrato de compra e venda e os 
direitos e obrigações do vendedor e comprador dele emergentes. Salvo disposição expressa 
em contrário da presente Convenção, esta não diz respeito, especialmente:
(a) à validade do contrato ou de qualquer das suas cláusulas, bem como à validade de 
qualquer uso ou costume;
(b) aos efeitos que o contrato possa ter sobre a propriedade das mercadorias vendidas.
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Compra e venda internacional de mercadorias
Campo de aplicação do tratado
Artigo 5 - A presente Convenção não se aplica à responsabilidade do vendedor por morte ou 
lesões corporais causadas pelas mercadorias a qualquer pessoa.
Artigo 6 - As partes podem excluir a aplicação desta Convenção, derrogar qualquer de suas 
disposições ou modificar-lhes os efeitos, observando-se o disposto no Artigo 12.
Artigo 9
(1) As partes se vincularão pelos usos e costumes em que tiverem consentido e pelas práticas 
que tiverem estabelecido entre si.
(2) Salvo acordo em contrário, presume-se que as partes consideraram tacitamente aplicáveis 
ao contrato, ou à sua formação, todo e qualquer uso ou costume geralmente reconhecido e 
regularmente observado no comércio internacional, em contratos de mesmo tipo no mesmo 
ramo de comércio, de que tinham ou devessem ter conhecimento.
Compra e venda internacional de mercadorias
Campo de aplicação do tratado
Artigo 11 - O contrato de compra e venda não requer instrumento escrito nem está sujeito a 
qualquer requisito de forma. Poderá ele ser provado por qualquer meio, inclusive por 
testemunhas.
Oferta e aceitação
Artigo 14 - (1) Para que possa constituir uma proposta, a oferta de contrato feita a pessoa ou 
pessoas determinadas deve ser suficientemente precisa e indicar a intenção do proponente de 
obrigar-se em caso de aceitação. A oferta é considerada suficientemente precisa quando 
designa as mercadorias e, expressa ou implicitamente, fixa a quantidade e o preço, ou prevê 
meio para determiná-los.
(2) A oferta dirigida a pessoas indeterminadas será considerada apenas um convite para 
apresentação de propostas, salvo se o autor da oferta houver indicado claramente o contrário.
Artigo 15 - (1) A proposta se torna eficaz quando chega ao destinatário.
(2) Ainda que seja irrevogável, a proposta pode ser retirada, desde que a retratação chegue ao 
destinatário antes da própria proposta, ou simultaneamente a ela.
Compra e venda internacional de mercadorias
Oferta e aceitação
Artigo 18 - (1) Constituirá aceitação a declaração, ou outra conduta do destinatário, 
manifestando seu consentimento à proposta. O silêncio ou a inércia deste, por si só, não 
importa aceitação.
(2) Tornar-se-á eficaz a aceitação da proposta no momento em que chegar ao proponente a 
manifestação de consentimento do destinatário. A aceitação não produzirá efeito, entretanto, 
se a respectiva manifestação não chegar ao proponente dentro do prazo por ele estipulado 
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se a respectiva manifestação não chegar ao proponente dentro do prazo por ele estipulado 
ou, à falta de tal estipulação, dentro de um prazo razoável, tendo em vista as circunstâncias da 
transação, especialmente a velocidade dos meios de comunicação utilizados pelo proponente. 
A aceitação da proposta verbal deve ser imediata, salvo se de outro modo as circunstâncias 
indicarem.
(3) Se, todavia, em decorrência da proposta, ou de práticas estabelecidas entre as partes, ou 
ainda dos usos e costumes, o destinatário da proposta puder manifestar seu consentimento 
através da prática de ato relacionado, por exemplo, com a remessa das mercadorias ou com o 
pagamento do preço, ainda que sem comunicação ao proponente, a aceitação produzirá 
efeitos no momento em que esse ato for praticado, desde que observados os prazos previstos 
no parágrafo anterior.
Compra e venda internacional de mercadorias
Disposições de direito material – Direitos e deveres
Artigo 30 - O vendedor estará obrigado, nas condiçõesprevistas no contrato e na presente 
Convenção, a entregar as mercadorias, a transmitir a propriedade sobre elas e, sendo o caso, a 
remeter os respectivos documentos..
Artigo 53 - O comprador deverá pagar o preço das mercadorias e recebê-las nas condições 
estabelecidas no contrato e na presente Convenção..
Compra e venda internacional de mercadorias
Transferência dos riscos
Artigo 66 - A perda ou a deterioração das mercadorias ocorrida após a transferência de risco 
ao comprador não o libera da obrigação de pagar o preço, salvo se for decorrente de ato ou 
omissão do vendedor.
Artigo 67 - (1) Se o contrato de compra e venda implicar também o transporte das 
mercadorias e o vendedor não estiver obrigado a entregá-las em lugar determinado, correrão 
por conta do comprador os riscos a partir da entrega das mercadorias ao primeiro 
transportador, para serem trasladadas ao comprador nos termos do contrato. Se o vendedor 
estiver obrigado a entregar as mercadorias ao transportador em lugar determinado, os riscos 
só se transferirão ao comprador quando as mercadorias forem entregues ao transportador 
naquele lugar. O fato de estar o vendedor autorizado a reter os documentos representativos 
das mercadorias não prejudicará a transferência do risco.
(2) Entretanto, o risco não se transferirá ao comprador até que as mercadorias estejam 
claramente identificadas para os efeitos do contrato, mediante a marcação das mercadorias, 
pelos documentos de expedição, por comunicação enviada ao comprador ou por qualquer 
outro modo.
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Comércio internacional
PROF. DIANA SABA
Compra e venda internacional
Convenção das Nações Unidas sobre Contratos de Compra e Venda Internacional de 
Mercadorias – Uncitral (1980)
Brasil: 2014
Âmbito de aplicação:
Artigo 1 - (1) Esta Convenção aplica-se aos contratos de compra e venda de mercadorias 
entre partes que tenham seus estabelecimentos em Estados distintos:
(a) quando tais Estados forem Estados Contratantes; ou
(b) quando as regras de direito internacional privado levarem à aplicação da lei de um 
Estado Contratante.
(2) Não será levado em consideração o fato de as partes terem seus estabelecimentos 
comerciais em Estados distintos, quando tal circunstância não resultar do contrato, das 
tratativas entre as partes ou de informações por elas prestadas antes ou no momento de 
conclusão do contrato.
(3) Para a aplicação da presente Convenção não serão considerados a nacionalidade das 
partes nem o caráter civil ou comercial das partes ou do contrato.
Compra e venda internacional
Âmbito de aplicação
Artigo 6 - As partes podem excluir a aplicação desta Convenção, derrogar qualquer de suas 
disposições ou modificar-lhes os efeitos, observando-se o disposto no Artigo 12.
Artigo 2 - Esta Convenção não se aplicará às vendas:
(a) de mercadorias adquiridas para uso pessoal, familiar ou doméstico, salvo se o vendedor, 
antes ou no momento de conclusão do contrato, não souber, nem devesse saber, que as 
mercadorias são adquiridas para tal uso;
(b) em hasta pública;
(c) em execução judicial;
(d) de valores mobiliários, títulos de crédito e moeda;
(e) de navios, embarcações, aerobarcos e aeronaves;
(f) de eletricidade.
Compra e venda internacional
Âmbito de aplicação
Artigo 4 - Esta Convenção regula apenas a formação do contrato de compra e venda e os 
direitos e obrigações do vendedor e comprador dele emergentes. Salvo disposição 
expressa em contrário da presente Convenção, esta não diz respeito, especialmente:
(a) à validade do contrato ou de qualquer das suas cláusulas, bem como à validade de 
qualquer uso ou costume;
(b) aos efeitos que o contrato possa ter sobre a propriedade das mercadorias vendidas.
Artigo 5 - A presente Convenção não se aplica à responsabilidade do vendedor por morte 
ou lesões corporais causadas pelas mercadorias a qualquer pessoa.
Compra e venda internacional
Usos e costumes
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Artigo 9
(1) As partes se vincularão pelos usos e costumes em que tiverem consentido e pelas 
práticas que tiverem estabelecido entre si.
(2) Salvo acordo em contrário, presume-se que as partes consideraram tacitamente 
aplicáveis ao contrato, ou à sua formação, todo e qualquer uso ou costume geralmente 
reconhecido e regularmente observado no comércio internacional, em contratos de mesmo 
tipo no mesmo ramo de comércio, de que tinham ou devessem ter conhecimento.
Compra e venda internacional
Regras de direito material
Artigo 11 - O contrato de compra e venda não requer instrumento escrito nem está sujeito 
a qualquer requisito de forma. Poderá ele ser provado por qualquer meio, inclusive por 
testemunhas.
Artigo 23 - Considerar-se-á concluído o contrato no momento em que a aceitação da 
proposta se tornar eficaz, de acordo com as disposições desta Convenção.
Compra e venda internacional
Oferta e aceitação
Artigo 14 - (1) Para que possa constituir uma proposta, a oferta de contrato feita a pessoa 
ou pessoas determinadas deve ser suficientemente precisa e indicar a intenção do 
proponente de obrigar-se em caso de aceitação. A oferta é considerada suficientemente 
precisa quando designa as mercadorias e, expressa ou implicitamente, fixa a quantidade e o 
preço, ou prevê meio para determiná-los.
(2) A oferta dirigida a pessoas indeterminadas será considerada apenas um convite para 
apresentação de propostas, salvo se o autor da oferta houver indicado claramente o 
contrário.
Artigo 15 - (1) A proposta se torna eficaz quando chega ao destinatário.
(2) Ainda que seja irrevogável, a proposta pode ser retirada, desde que a retratação chegue 
ao destinatário antes da própria proposta, ou simultaneamente a ela.
Compra e venda internacional
Obrigações das partes
Artigo 30 - O vendedor estará obrigado, nas condições previstas no contrato e na presente 
Convenção, a entregar as mercadorias, a transmitir a propriedade sobre elas e, sendo o 
caso, a remeter os respectivos documentos.
Artigo 53 - O comprador deverá pagar o preço das mercadorias e recebê-las nas condições 
estabelecidas no contrato e na presente Convenção.
Compra e venda internacional
Transferências dos riscos
Artigo 66 - A perda ou a deterioração das mercadorias ocorrida após a transferência de 
risco ao comprador não o libera da obrigação de pagar o preço, salvo se for decorrente de 
ato ou omissão do vendedor.
Artigo 67 - (1) Se o contrato de compra e venda implicar também o transporte das 
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Artigo 67 - (1) Se o contrato de compra e venda implicar também o transporte das 
mercadorias e o vendedor não estiver obrigado a entregá-las em lugar determinado, 
correrão por conta do comprador os riscos a partir da entrega das mercadorias ao primeiro 
transportador, para serem trasladadas ao comprador nos termos do contrato. Se o 
vendedor estiver obrigado a entregar as mercadorias ao transportador em lugar 
determinado, os riscos só se transferirão ao comprador quando as mercadorias forem 
entregues ao transportador naquele lugar. O fato de estar o vendedor autorizado a reter os 
documentos representativos das mercadorias não prejudicará a transferência do risco.
(2) Entretanto, o risco não se transferirá ao comprador até que as mercadorias estejam 
claramente identificadas para os efeitos do contrato, mediante a marcação das mercadorias, 
pelos documentos de expedição, por comunicação enviada ao comprador ou por qualquer 
outro modo.
Compra e venda internacional
Transferência dos riscos
Artigo 68 - Se as mercadorias forem vendidas em trânsito, o risco se transferirá ao 
comprador a partir do momento em que o contrato for concluído. Não obstante, se assim 
resultar das circunstâncias, o risco será assumido pelo comprador a partir do momento em 
que as mercadorias tiverem passado para a posse do transportador que houver emitido os 
documentos referentes ao contrato de transporte. Todavia, o risco da perda ou deterioração 
correrá por conta do vendedor se, no momento da conclusão docontrato de compra e 
venda, o vendedor sabia ou devesse saber que as mercadorias sofreram perda ou 
deterioração, sem ter informado ao comprador.
Artigo 72 - (1) Se antes da data do adimplemento tornar-se evidente que uma das partes 
incorrerá em violação essencial do contrato, poderá a outra parte declarar a rescisão deste.
Compra e venda internacional
Transferência dos riscos
Artigo 79 - (1) Nenhuma das partes será responsável pelo inadimplemento de qualquer de 
suas obrigações se provar que tal inadimplemento foi devido a motivo alheio à sua 
vontade, que não era razoável esperar fosse levado em consideração no momento da 
conclusão do contrato, ou que fosse evitado ou superado, ou ainda, que fossem evitadas 
ou superadas suas consequências.
(2) Se o inadimplemento de uma das partes for devido à falta de cumprimento de terceiro 
por ela incumbido da execução total ou parcial do contrato, esta parte somente ficará 
exonerada de sua responsabilidade se:
(a) estiver exonerada do disposto no parágrafo anterior; e
(b) o terceiro incumbido da execução também estivesse exonerado, caso lhe fossem 
aplicadas as disposições daquele parágrafo.
(3) A exclusão prevista neste artigo produzirá efeito enquanto durar o impedimento.
(4) A parte que não tiver cumprido suas obrigações deve comunicar à outra parte o 
impedimento, bem como seus efeitos sobre sua capacidade de cumpri-las. Se a outra parte 
não receber a comunicação dentro de prazo razoável após o momento em que a parte que 
deixou de cumprir suas obrigações tiver ou devesse ter tomado conhecimento do 
impedimento, esta será responsável pelas perdas e danos decorrentes da falta de 
comunicação.
(5) As disposições deste artigo não impedem as partes de exercer qualquer outro direito 
além da indenização por perdas e danos nos termos desta Convenção.
Arbitragem
Nova lex mercatoria : Lei Modelo da UNCITRAL sobre Arbitragem Comercial Internacional 
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Nova lex mercatoria : Lei Modelo da UNCITRAL sobre Arbitragem Comercial Internacional 
(1985)
Internacionalização: Convenção sobre o Reconhecimento e a Execução de Sentenças Arbitrais 
Estrangeiras (1956)
Definição: “[...] a arbitragem, de forma ampla, é uma técnica de solução de controvérsias 
através de uma ou mais pessoas que recebem seus poderes de uma convenção privada 
decidindo com base nela sem intervenção estatal, sendo a decisão destinada a assumir a 
mesma eficácia da sentença judicial”. (Carlos Alberto Carmona)

Arbitragem
Limitação
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios 
relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
Escolha de árbitros
Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.
§ 1º As partes nomearão um ou mais árbitros, sempre em número ímpar, podendo nomear, 
também, os respectivos suplentes.
Arbitragem
Escolha do procedimento
Art. 21. A arbitragem obedecerá ao procedimento estabelecido pelas partes na convenção 
de arbitragem, que poderá reportar-se às regras de um órgão arbitral institucional ou 
entidade especializada, facultando-se, ainda, às partes delegar ao próprio árbitro, ou ao 
tribunal arbitral, regular o procedimento.
§ 1º Não havendo estipulação acerca do procedimento, caberá ao árbitro ou ao tribunal 
arbitral discipliná-lo.
Escolha das regras aplicáveis
Art. 2º, Lei 9307/96. A arbitragem poderá ser de direito ou de eqüidade, a critério das 
partes.
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que serão aplicadas na 
arbitragem, desde que não haja violação aos bons costumes e à ordem pública.
§ 2º Poderão, também, as partes convencionar que a arbitragem se realize com base nos 
princípios gerais de direito, nos usos e costumes e nas regras internacionais de comércio.
§ 3o A arbitragem que envolva a administração pública será sempre de direito e respeitará 
o princípio da publicidade.
Arbitragem
Vantagens:
Celeridade
Especialidade
Sigilo 
Mais economia
Âmbito de aplicação: 
SÚMULA 485, STJ: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que contenham cláusula 
arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição.
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arbitral, ainda que celebrados antes da sua edição.
Arbitragem
Natureza jurídica
Equivalente jurisdicional
Jurisdição
PROCESSO CIVIL. ARBITRAGEM. NATUREZA JURISDICIONAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA 
FRENTE A JUÍZO ESTATAL. POSSIBILIDADE. MEDIDA CAUTELAR DE ARROLAMENTO. 
COMPETÊNCIA. JUÍZO ARBITRAL.
1. A atividade desenvolvida no âmbito da arbitragem tem natureza jurisdicional, sendo 
possível a existência de conflito de competência entre juízo estatal e câmara arbitral.
(...)
(CC 111.230/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 
08/05/2013, DJe 03/04/2014)
Arbitragem
Princípios diretores
Art. 21, § 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do 
contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre 
convencimento.
Consentimento dos envolvidos
Art. 1º As pessoas capazes de contratar poderão valer-se da arbitragem para dirimir litígios 
relativos a direitos patrimoniais disponíveis.
§ 1o A administração pública direta e indireta poderá utilizar-se da arbitragem para dirimir 
conflitos relativos a direitos patrimoniais disponíveis. 
Arbitragem
Convenção de arbitragem
Cláusula compromissória: cheia ou vazia
Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral 
mediante convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o 
compromisso arbitral.
Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato 
comprometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, 
relativamente a tal contrato.
§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no 
próprio contrato ou em documento apartado que a ele se refira.
§ 2º Nos contratos de adesão, a cláusula compromissória só terá eficácia se o aderente 
tomar a iniciativa de instituir a arbitragem ou concordar, expressamente, com a sua 
instituição, desde que por escrito em documento anexo ou em negrito, com a assinatura 
ou visto especialmente para essa cláusula.
Arbitragem
Convenção de arbitragem
Compromisso arbitral
Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um 
litígio à arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial.
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Arbitragem
Obrigatoriedade
Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.
Preliminar de contestação
Art. 337, CPC. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:
X - convenção de arbitragem;
Sanção pela recusa
Art. 7º Existindo cláusula compromissória e havendo resistência quanto à instituição da 
arbitragem, poderá a parte interessada requerer a citação da outra parte para comparecer 
em juízo a fim de lavrar-se o compromisso, designando o juiz audiência especial para tal 
fim.
Arbitragem
Procedimento arbitral
Instauração: 
Art. 19. Considera-se instituída a arbitragem quando aceita a nomeação pelo árbitro, se 
for único, ou por todos, se forem vários.

Kompetenz-kompetenz: 
Art. 20. A parte que pretender argüir questões relativas à competência, suspeição ou 
impedimento do árbitro ou dos árbitros, bem como nulidade, invalidade ou ineficácia da 
convenção de arbitragem, deverá fazê-lo na primeira oportunidade que tiver de se 
manifestar, após a instituição da arbitragem.
Art. 8º, Parágrafo único. Caberá ao árbitro decidir de ofício, ou por provocação das partes, 
as questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do 
contrato que contenha a cláusula compromissória.
Arbitragem
Procedimento arbitral
Kompetenz-kompetenz: 
ARBITRAGEM – Primazia juízo arbitral para decidir sobre cláusula
A previsão contratual de convenção de arbitragemenseja o reconhecimento da 
competência do Juízo arbitral para decidir com primazia sobre o Poder Judiciário as 
questões acerca da existência, validade e eficácia da convenção de arbitragem e do 
contrato que contenha a cláusula compromissória.
STJ. REsp 1.550.260-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, Rel. Acd. Min. Ricardo Villas 
Bôas Cueva, 3ª Turma, por maioria, julgado em 12/12/2017.
Arbitragem
ARBITRAGEM - Competência para declarar nulidade de cláusula de compromisso arbitral 
O Poder Judiciário pode decretar a nulidade de cláusula arbitral (compromissória) sem que essa 
questão tenha sido apreciada anteriormente pelo próprio árbitro? 
Regra: Não. Segundo o art. 8º, parágrafo único da Lei de Arbitragem (Lei nº 9.307/96), antes de 
judicializar a questão, a parte que deseja arguir a nulidade da cláusula arbitral deve formular 
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judicializar a questão, a parte que deseja arguir a nulidade da cláusula arbitral deve formular 
esse pedido ao próprio árbitro. Exceção: compromissos arbitrais patológicos. O Poder Judiciário 
pode, nos casos em que prima facie é identificado um compromisso arbitral "patológico", isto é, 
claramente ilegal, declarar a nulidade dessa cláusula, independentemente do estado em que se 
encontre o procedimento arbitral. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1.602.076-SP, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15/9/2016 (Info 591).
Arbitragem
Procedimento arbitral
Interrupção da prescrição: 
Art. 19, § 2o A instituição da arbitragem interrompe a prescrição, retroagindo à data do 
requerimento de sua instauração, ainda que extinta a arbitragem por ausência de 
jurisdição.

Escolha do procedimento: limitada
Art. 21. § 2º Serão, sempre, respeitados no procedimento arbitral os princípios do 
contraditório, da igualdade das partes, da imparcialidade do árbitro e de seu livre 
convencimento.
§ 3º As partes poderão postular por intermédio de advogado, respeitada, sempre, a 
faculdade de designar quem as represente ou assista no procedimento arbitral.
§ 4º Competirá ao árbitro ou ao tribunal arbitral, no início do procedimento, tentar a 
conciliação das partes, aplicando-se, no que couber, o art. 28 desta Lei.
Arbitragem
Procedimento arbitral
Provas: 
Art. 22. Poderá o árbitro ou o tribunal arbitral tomar o depoimento das partes, ouvir 
testemunhas e determinar a realização de perícias ou outras provas que julgar 
necessárias, mediante requerimento das partes ou de ofício.
Art. 22-C. O árbitro ou o tribunal arbitral poderá expedir carta arbitral para que o órgão 
jurisdicional nacional pratique ou determine o cumprimento, na área de sua 
competência territorial, de ato solicitado pelo árbitro. 
Parágrafo único. No cumprimento da carta arbitral será observado o segredo de justiça, 
desde que comprovada a confidencialidade estipulada na arbitragem.

Arbitragem
Sentença arbitral
Eficácia
Art. 31. A sentença arbitral produz, entre as partes e seus sucessores, os mesmos efeitos da 
sentença proferida pelos órgãos do Poder Judiciário e, sendo condenatória, constitui título 
executivo.
Prazo
Art. 23. A sentença arbitral será proferida no prazo estipulado pelas partes. Nada tendo 
sido convencionado, o prazo para a apresentação da sentença é de seis meses, contado da 
instituição da arbitragem ou da substituição do árbitro.
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Arbitragem
Sentença arbitral
Forma
Art. 24. A decisão do árbitro ou dos árbitros será expressa em documento escrito.
§ 1º Quando forem vários os árbitros, a decisão será tomada por maioria. Se não houver 
acordo majoritário, prevalecerá o voto do presidente do tribunal arbitral.
Arbitragem
Sentença arbitral
Características: motivação
Art. 26. São requisitos obrigatórios da sentença arbitral:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes e um resumo do litígio;
II - os fundamentos da decisão, onde serão analisadas as questões de fato e de direito, 
mencionando-se, expressamente, se os árbitros julgaram por eqüidade;
III - o dispositivo, em que os árbitros resolverão as questões que lhes forem submetidas e 
estabelecerão o prazo para o cumprimento da decisão, se for o caso; e
IV - a data e o lugar em que foi proferida.
Arbitragem
Sentença arbitral
Características: obrigatoriedade
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os 
artigos previstos neste Título:
(...) VII - a sentença arbitral;
NÃO depende de homologação judicial
Sentença arbitral estrangeira!
Arbitragem
Recurso Repetitivo
DIREITO PROCESSUAL CIVIL. MULTA DO ART. 475-J DO CPC EM CUMPRIMENTO DE SENTENÇA 
ARBITRAL. TEMA 893. 
No âmbito do cumprimento de sentença arbitral condenatória de prestação pecuniária, a multa 
de 10% (dez por cento) do artigo 475-J do CPC deverá incidir se o executado não proceder ao 
pagamento espontâneo no prazo de 15 (quinze) dias contados da juntada do mandado de 
citação devidamente cumprido aos autos (em caso de título executivo contendo quantia líquida) 
ou da intimação do devedor, na pessoa de seu advogado, mediante publicação na imprensa 
oficial (em havendo prévia liquidação da obrigação certificada pelo juízo arbitral). 
REsp 1.262.933-RJ, Corte Especial, DJe 20/8/2013). REsp 1.102.460-RJ, Rel. Min. Marco Buzzi, 
Corte Especial, julgado em 17/6/2015, DJe 23/9/2015 (Informativo 569).
Arbitragem
Sentença arbitral
Características: obrigatoriedade
Art. 34. A sentença arbitral estrangeira será reconhecida ou executada no Brasil de 
conformidade com os tratados internacionais com eficácia no ordenamento interno e, na 
sua ausência, estritamente de acordo com os termos desta Lei.
Parágrafo único. Considera-se sentença arbitral estrangeira a que tenha sido proferida 
fora do território nacional.
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Art. 35. Para ser reconhecida ou executada no Brasil, a sentença arbitral estrangeira está 
sujeita, unicamente, à homologação do Superior Tribunal de Justiça. 
Arbitragem
Sentença arbitral
Características: obrigatoriedade
Art. 38. Somente poderá ser negada a homologação para o reconhecimento ou 
execução de sentença arbitral estrangeira, quando o réu demonstrar que:
I - as partes na convenção de arbitragem eram incapazes;
II - a convenção de arbitragem não era válida segundo a lei à qual as partes a 
submeteram, ou, na falta de indicação, em virtude da lei do país onde a sentença arbitral 
foi proferida;
III - não foi notificado da designação do árbitro ou do procedimento de arbitragem, ou 
tenha sido violado o princípio do contraditório, impossibilitando a ampla defesa;
IV - a sentença arbitral foi proferida fora dos limites da convenção de arbitragem, e não 
foi possível separar a parte excedente daquela submetida à arbitragem;
V - a instituição da arbitragem não está de acordo com o compromisso arbitral ou 
cláusula compromissória;
VI - a sentença arbitral não se tenha, ainda, tornado obrigatória para as partes, tenha 
sido anulada, ou, ainda, tenha sido suspensa por órgão judicial do país onde a sentença 
arbitral for prolatada.
Arbitragem
Sentença arbitral
Características: obrigatoriedade
Art. 39. A homologação para o reconhecimento ou a execução da sentença arbitral 
estrangeira também será denegada se o Superior Tribunal de Justiça constatar que: 
I - segundo a lei brasileira, o objeto do litígio não é suscetível de ser resolvido por 
arbitragem;
II - a decisão ofende a ordem pública nacional.
Parágrafo único. Não será considerada ofensa à ordem pública nacional a efetivação da 
citação da parte residente ou domiciliada no Brasil, nos moldes da convenção de 
arbitragem ou da lei processual do país onde se realizou a arbitragem, admitindo-se, 
inclusive, a citação postal com prova inequívoca de recebimento, desde que assegure à 
parte brasileira tempo hábil para o exercício do direito de defesa.
Arbitragem
Sentença arbitral
Características: obrigatoriedade
HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ARBITRAL ESTRANGEIRA – Ofensa à ordem públicaA prerrogativa de imparcialidade do julgador aplica-se à arbitragem e sua inobservância 
resulta em ofensa direta à ordem pública nacional – o que legitima o exame da matéria 
pelo Superior Tribunal de Justiça, independentemente de decisão proferida pela Justiça 
estrangeira acerca do tema.
STJ. SEC 9.412-EX, Rel. Min. Felix Fischer, Rel. p/ acórdão Min. João Otávio de Noronha, 
Corte Especial, por maioria, julgado em 19/4/2017.
Arbitragem
Sentença arbitral
Características: não executoriedade
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Características: irrecorribilidade
Art. 30. No prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento da notificação ou da ciência 
pessoal da sentença arbitral, salvo se outro prazo for acordado entre as partes, a parte 
interessada, mediante comunicação à outra parte, poderá solicitar ao árbitro ou ao 
tribunal arbitral que: 
I - corrija qualquer erro material da sentença arbitral;
II - esclareça alguma obscuridade, dúvida ou contradição da sentença arbitral, ou se 
pronuncie sobre ponto omitido a respeito do qual devia manifestar-se a decisão.
Arbitragem
Intervenção do Judiciário
Medidas cautelares pré-arbitrais
Art. 22-A. Antes de instituída a arbitragem, as partes poderão recorrer ao Poder 
Judiciário para a concessão de medida cautelar ou de urgência. Parágrafo 
único. Cessa a eficácia da medida cautelar ou de urgência se a parte interessada não 
requerer a instituição da arbitragem no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de 
efetivação da respectiva decisão. 
Art. 22-B. Instituída a arbitragem, caberá aos árbitros manter, modificar ou revogar a 
medida cautelar ou de urgência concedida pelo Poder Judiciário. Parágrafo 
único. Estando já instituída a arbitragem, a medida cautelar ou de urgência será 
requerida diretamente aos árbitros. .
Arbitragem
Intervenção do Judiciário
Extinção do compromisso arbitral
Art. 12. Extingue-se o compromisso arbitral:
I - escusando-se qualquer dos árbitros, antes de aceitar a nomeação, desde que as 
partes tenham declarado, expressamente, não aceitar substituto;
II - falecendo ou ficando impossibilitado de dar seu voto algum dos árbitros, desde que 
as partes declarem, expressamente, não aceitar substituto; e
III - tendo expirado o prazo a que se refere o art. 11, inciso III, desde que a parte 
interessada tenha notificado o árbitro, ou o presidente do tribunal arbitral, concedendo-
lhe o prazo de dez dias para a prolação e apresentação da sentença arbitral.
Arbitragem
Intervenção do Judiciário
Nulidade da sentença arbitral
Art. 32. É nula a sentença arbitral se:
I - for nula a convenção de arbitragem; 
II - emanou de quem não podia ser árbitro;
III - não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei;
IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem;
VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou corrupção passiva;
VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no art. 12, inciso III, desta Lei; e
VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o art. 21, § 2º, desta Lei.
Arbitragem
Nulidade da sentença arbitral
Art. 33. A parte interessada poderá pleitear ao órgão do Poder Judiciário competente a 
declaração de nulidade da sentença arbitral, nos casos previstos nesta Lei. 
§ 1o A demanda para a declaração de nulidade da sentença arbitral, parcial ou final, seguirá 
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as regras do procedimento comum, previstas na Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973 
(Código de Processo Civil), e deverá ser proposta no prazo de até 90 (noventa) dias após o 
recebimento da notificação da respectiva sentença, parcial ou final, ou da decisão do 
pedido de esclarecimentos. 
§ 2o A sentença que julgar procedente o pedido declarará a nulidade da sentença arbitral, 
nos casos do art. 32, e determinará, se for o caso, que o árbitro ou o tribunal profira nova 
sentença arbitral. 
§ 3o A decretação da nulidade da sentença arbitral também poderá ser requerida na 
impugnação ao cumprimento da sentença, nos termos dos arts. 525 e seguintes do Código 
de Processo Civil, se houver execução judicial. 
§ 4o A parte interessada poderá ingressar em juízo para requerer a prolação de sentença 
arbitral complementar, se o árbitro não decidir todos os pedidos submetidos à arbitragem.
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OMC
PROF. DIANA SABA
Histórico
 1944: Bretton Woods
 1947: General Agreement on Tarifs and Trade
 Rodada do Uruguai
 Acordo de Marrakesh (1994)
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Acordo constitutivo da OMC
 Anexo 1
 Anexo 1A: Acordos Multilaterais sobre Comércio de Bens
 Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio 1994 — Gatt 1994
 Entendimento sobre a Interpretação do Artigo II:1(b)
 Entendimento sobre a Interpretação do Artigo XVII
 Entendimento sobre disposições relativas a Balanço de Pagamentos
 Entendimento sobre Derrogações ( waivers )
 Entendimento sobre a Interpretação do Artigo XXVIII
 Acordo sobre a Implementação do Artigo VI do Gatt (acordo antidumping )
 Acordo sobre a Implementação do Artigo VII do Gatt (valoração aduaneira)
 Acordo sobre Inspeção Pré-Embarque Acordo sobre Regras de Origem
 Acordo sobre Procedimentos para o Licenciamento de Importações
 Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias
 Acordo sobre Salvaguardas
 Anexo 1B: Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços — Gats
 Anexo 1C: Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Relacionados ao Comércio — Trips
 Anexo 2: Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias
 Anexo 3: Mecanismo de Exame de Políticas Comerciais
 Anexo 4: Acordos Comerciais Plurilaterais
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04/05/2020
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Principais modificações
 Inclusão de produtos agrícolas e têxteis
 Regras sobre propriedade intelectual e investimentos 
 Regra do single undertaking
 Revogação da cláusula do avô (grandfather clause)
 Novo sistema de solução de controvérsias
 Consenso negativo X consenso positivo
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Estrutura da OMC
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Fonte: TIMM; RIBEIRO; ESTRELLA. Direito do comércio internacional. Rio de Janeiro: FGV, 2009.
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04/05/2020
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Perspectiva atual
 Rodada de Doha (2001-2008)
 Pacote de Bali (2013)
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Sistema de Solução de 
Controvérsias
 Acesso ao sistema
 Sistema diplomático
 Beneficiários indiretos ou finais
 Brasil
 Sistema Eletrônico de Monitoramento de Barreiras às Exportações - SEM
Barreiras (Decreto n° 9.195/1997)
Art. 5º Os órgãos e as entidades da administração pública federal participantes do
SEM Barreiras deverão, no âmbito de suas competências:
I - analisar as informações prestadas pelos usuários com vistas à identificação de
barreira externa;
II - definir e executar ações para superar barreira externa identificada ou para mitigar
seus efeitos, quando possível; e
III - monitorar a situação de barreira externa identificada.
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Sistema de Solução de 
Controvérsias
 Acesso ao sistema
 Brasil
 Subsecretaria de Defesa Comercial e Interesse Público (SDCOM) (Decreto nº
9.745/2019)
 Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério da Economia (ME)
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Sistema de Solução de 
Controvérsias
 Estrutura
Órgão de Solução de Controvérsias
 Painéis
Órgão de apelação
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Sistema de Solução de Controvérsias
Acesso ao sistema
Sistema diplomático
Beneficiários indiretos ou finais
Brasil
Sistema Eletrônico de Monitoramento de Barreiras às Exportações - SEM Barreiras 
(Decreto n° 9.195/1997)
Art. 5º Os órgãos e as entidades da administração pública federal participantes do SEM 
Barreiras deverão, no âmbito de suas competências: 
I - analisar as informações prestadas pelos usuários com vistas à identificação de 
barreira externa; 
II - definir e executar ações para superar barreira externa identificada ou para mitigar 
seus efeitos, quando possível; e 
III - monitorar a situação de barreira externa identificada.
Sistema de Solução de Controvérsias
Acesso ao sistema
Brasil
Subsecretaria deDefesa Comercial e Interesse Público (SDCOM) (Decreto nº 9.745/2019)
Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) do Ministério da Economia (ME)


Sistema de Solução de Controvérsias
Estrutura e Procedimento
1ª etapa: Consultas
Prazo
Bons ofícios, conciliação e mediação
Sistema de Solução de Controvérsias
Estrutura e Procedimento
2ª etapa: painel/grupo especial


Sistema de Solução de Controvérsias
Estrutura e Procedimento
3ª etapa: apelação
Órgão de apelação
Colegiado permanente
Composição 
Decisão
Problema!


Sistema de Solução de Controvérsias
Estrutura e Procedimento
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11/05/2020
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4ª etapa: implementação
OSC
Prazo razoável


Sistema de Solução de Controvérsias
Estrutura e Procedimento
5ª etapa: Suspensão de concessões comerciais
OSC
Compensações voluntárias
Temporária e equivalente
Impugnação: arbitragem


Sistema de Solução de Controvérsias
Estrutura e Procedimento
1ª etapa: 


Sistema de Solução de Controvérsias
Estrutura e Procedimento
1ª etapa: 


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Sistema multilateral de comércio
PROF. DIANA SABA
Princípios gerais
Consolidação tarifária
Art. II do GATT
Brasil
Grécia - LP
Princípios gerais
Cláusula da Nação Mais Favorecida
Art. I, GATT
1. Qualquer vantagem, favor, imunidade ou privilégio concedido por uma Parte 
Contratante em relação a um produto originário de ou destinado a qualquer outro país, 
será imediata e incondicionalmente estendido ao produtor similar, originário do território 
de cada uma das outras Partes Contratantes ou ao mesmo destinado. Este dispositivo se 
refere aos direitos aduaneiros e encargos de toda a natureza que gravem a importação ou 
a exportação, ou a elas se relacionem, aos que recaiam sobre as transferências 
internacionais de fundos para pagamento de importações e exportações, digam respeito 
ao método de arrecadação desses direitos e encargos ou ao conjunto de regulamentos ou 
formalidades estabelecidos em conexão com a importação e exportação bem como aos 
assuntos incluídos nos §§ 2 e 4 do art. III. 
Espanha – café; CE – bananas 
Princípios gerais
(Vedação ao) Tratamento nacional
Art. III, GATT
1. As Partes Contratantes reconhecem que os impostos e outros tributos internos, assim 
como leis, regulamentos e exigências relacionadas com a venda, oferta para venda, 
compra, transporte, distribuição ou utilização de produtos no mercado interno e as 
regulamentações sobre medidas quantitativas internas que exijam a mistura, a 
transformação ou utilização de produtos, em quantidade e proporções especificadas, não 
devem ser aplicados a produtos importados ou nacionais, de modo a proteger a produção 
nacional.
Princípios gerais
(Vedação ao) Tratamento nacional
Critérios
Similaridade / concorrência / substituição
Favorecimento tributário

Ex. Japão – bebidas alcóolicas; máquinas agrícolas italianas

Exceções gerais
Art. XX, GATT
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18/05/2020
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(b) necessárias à proteção da saúde e da vida das pessoas e dos animais e à preservação 
dos vegetais;
Ex. Tailândia - cigarros
(d) necessárias a assegurar a aplicação das leis e regulamentos que não sejam 
incompatíveis com as disposições do presente acordo, tais como, por exemplo, as leis e 
regulamentos que dizem respeito à aplicação de medidas alfandegárias, à manutenção em 
vigor dos monopólios administrados na conformidade do § 4º do art. II e do art. XVII à 
proteção das patentes, marcas de fábrica e direitos de autoria e de reprodução, e a medidas 
próprias a impedir as práticas de natureza a induzir em erro;
Ex. EUA – Seção 337
Exceções gerais
Art. XX, GATT
(g) relativas à conservação dos recursos naturais esgotáveis, se tais medidas forem 
aplicadas conjuntamente com restrições à produção ou ao consumo nacionais;
Ex. EUA – camarão e tartaruga 
Ex. EUA – gasolina 
Acordos anexos
Acordo sobre barreiras técnicas ao comércio
CE – sardinhas

Acordo sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias
CE - hormônios
Medidas de defesa comercial
Medidas antidumping
Decreto nº 8.058/2013
Medidas compensatórias
Decreto nº 1.751/1995
Medidas de salvaguarda
Decreto nº 1.488/1995
Blocos econômicos
Noções gerais
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