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Organização Sete de Setembro de Cultura e Ensino – LTDA Faculdade Sete de Setembro – FASETE Curso de Bacharelado Biomedicina Tássya Kamilla Rolim Cavalcante Automedicação na Gestação e Intercorrências Obstétricas Paulo Afonso - BA 2017 Tássya Kamilla Rolim Cavalcante Automedicação na Gestação e Intercorrências Obstétricas Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Biomedicina da Faculdade Sete de Setembro (FASETE), como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina. Área de concentração: Farmacologia. Disciplina TG-II: Prof.ª Mônica Maria Vieira Lima Barbosa. Orientadora: Prof.ª Vanessa Simões Sandes. Paulo Afonso - BA 2017 Tássya Kamilla Rolim Cavalcante Automedicação na Gestação e Intercorrências Obstétricas Monografia apresentada ao Curso de Graduação em Biomedicina da Faculdade Sete de Setembro (FASETE), como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel em Biomedicina. Área de concentração: Farmacologia. Aprovada em: 07 / 11 / 2017 Banca examinadora: Prof.ª Vanessa Simões Sandes Orientadora Prof.ª Mônica Maria Vieira Lima Barbosa Avaliadora Prof.ª Shyrley de Moraes Carneiro Correia Avaliadora Paulo Afonso - BA 2017 Dedico este trabalho a Deus, pelo dom da vida e pelas oportunidades. Aos meus pais e irmãos, pelo amor e companheirismo. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por ter guiado meus passos durante toda essa jornada, dando coragem e força para superar as dificuldades e assim enfrentar os desafios que eram necessários para que esse sonho pudesse se tornar realidade. Aos meus pais Edmilson Cavalcante e Josefa Rolim pelo amor, incentivo e apoio incondicional que sem eles nada seria possível. A minha orientadora Professora Vanessa Simões pela competência e seriedade com que me acolheu e transmitiu seus conhecimentos. Pela dedicação, paciência na orientação e pela gentileza ao colocar-se a disposição para ajudar quando necessário. Muito obrigada! Ao Meu amado marido pelo amor, carinho, paciência e incentivo. Por está do meu lado em todos os momentos durante esses anos. E por juntos alcançarmos o nosso maior sonho o bebê que carrego em meu ventre. O nosso milagre! Aos meus queridos irmãos Thiago Rolim e Thays Bruna pelo amor e pelo simples fato de existirem e tronar minha vida tão especial. Por compartilharem comigo cada detalhe do meu crescimento, por serem parte de minha estrutura e principalmente meu motivo de orgulho, amo muito vocês. A minha Tia Neide que sempre esteve do meu lado, me dando força e amparo nas vezes que os obstáculos pareciam me vencer. A minha sobrinha Lívia Mariana e ao meu sobrinho Thiago Vinicius que trazem muita alegria para a minha vida. As minhas amigas que conheci na faculdade Hemilayne Darlla e Camila Souza com quem estive diariamente, com elas eu ri e chorei, quero leva-las por toda a vida. A minha avó, tias e tios que com a graça de Deus estão sempre presentes em minha vida torcendo e apoiando cada etapa vivida. Agradeço muito pelos maravilhosos abraços e bênçãos recebidas. Aos professores e colegas que durante esses anos contribuíram para minha formação e foram essenciais nessa jornada. Em especial aos professores Valdemir Junior, José Guedes, Shyrley de Moraes e Mônica Maria que ficarão marcados em minha vida acadêmica, como mestres que me inspiraram a aprender através do seu jeito de ensinar. Vocês fizeram parte de um período que sentirei saudades e que foi no mínimo MARAVILHO. E enfim, a todos que contribuíram para a realização deste trabalho, seja de forma direta ou indireta, fica registrado aqui, o meu muito obrigada! Há quem diga que todas as noites são de sonhos. Mas há também quem garanta que nem todas, só as de verão. No fundo, isto não tem muita importância. O que interessa mesmo não são as noites em si, são os sonhos. Sonhos que o homem sonha sempre, em todos os lugares, em todas as épocas do ano, dormindo ou acordado. (William Shakespeare). CAVALCANTE, Tássya Kamilla Rolim. Automedicação na Gestação e Intercorrências Obstétricas. 2017. 50f. Monografia (Bacharelado em Biomedicina) – Faculdade Sete de Setembro, FASETE. Paulo Afonso, BA. RESUMO A automedicação é um problema grave que afeta a saúde pública, visto que, as consequências são serias na saúde das pessoas e, principalmente, quando no período gravídico. Os efeitos do uso de algumas classes medicamentosas durante a gestação pode gerar efeitos ainda maiores por tornar-se duplamente arriscado, dado que a exposição de um, afeta dois organismos da mãe e concepto. Podendo resultar em consequências como alergias, toxicidade, alteração na fisiologia do feto, e na morfologia com possíveis lesões irreversíveis, dependendo da dosagem total e do tipo de fármaco utilizado. No entanto é fundamental que a terapêutica prescrita seja cautelosa, visto que os efeitos colaterais são adversos, deste modo à necessidade e a eficácia deve ser bem avaliados. A presente pesquisa tem como objetivo identificar e descrever por meio da literatura científica nacional e internacional, os riscos causados pela automedicação na gravidez e as intercorrências obstétricas mais frequentes no período gestacional. Trata-se de um estudo do tipo revisão narrativa. As fontes de pesquisa utilizadas foram as bases de dados Biblioteca Virtual de Saúde (BVS), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino- americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Para realização das buscas foram utilizados os seguintes descritores: automedicação, período gestacional e intercorrências obstétricas. Conclui-se que a automedicação é uma prática frequente na gestação e que o uso de medicamentos sem orientação, traz risco a saúde do feto e da gestante, desse modo o acompanhamento do profissional da saúde é imprescindível para minimizar possíveis riscos causados pelo uso de medicamentos nessa fase. Palavras-chave: Automedicação. Período gravídico. Concepto. Medicamentos. ABSTRACT The self-medication is a serious problem that affect the public health, since the consequence are severe in people health and mainly when is in pregnancy period. The effects of the uses of some medicines classes since the gestation can generate effects even large for turn it doubly risk, since of exposure of one, affect two of mother organism and the concept. Could to result in consequences like those that allergies, toxicity, and alteration in physiology of the foetus and in morphology with possible irreversible injuries, depending of the total dosage and the kind of drug used. However, is fundamental that the prescribed therapy be cautious, since the side effects are adverse, so the need and effectiveness should be evaluate. The present research aims to identify and describe, through national and international scientific literature, the risks caused by self-medication in pregnancy and the most frequent obstetric complications in the gestational period. This is a narrative review study. The sources of research used were the Virtual Health Library (VHL), Scientific Electronic Library Online (SciELO) and Latin American and Caribbean Literature in Health Sciences (LILACS) databases. The following descriptors used to perform the searches were self-medication, gestational period and obstetric intercurrences. It is concluded that self-medication is a frequent practice in pregnancy and that the use of medications without guidance, posesa risk to the health of the foetus and the pregnant woman, so the health professional's follow-up is essential to minimize possible risks caused by the use of medications at this stage. Key words: Self-medication. Pregnant period. Concept. Medicines. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1 - A utilização de medicamentos na gravidez e a barreira placentária. ........ 18 Figura 2 - Algumas alterações fisiológicas que acontecem na gestação .................. 19 Figura 3 - Conduta na infecção urinária sintomática ................................................. 24 Figura 4 - Diagnostico do Diabetes gestacional ........................................................ 27 Figura 5 - No esfregaço sanguíneo pode se observar hemácias de menor volume (microcíticas) e com menor conteúdo de hemoglobina (hipocromicas) .... 28 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Antibióticos e tempo de tratamento para Infecção Urinária. ..................... 25 Tabela 2 - Comparação de Manifestações Clínicas: Pré-eclâmpsia Leve e Grave ... 32 Tabela 3 - Classes farmacológicas dos medicamentos e suas respectivas indicações de uso na gravidez ................................................................................... 39 Tabela 4 - O uso de medicamentos das seis classes mais utilizadas, medicamentos e modificações morfofisiológicas fetais relacionadas ............................... 40 Tabela 5 - Medicamentos indicados na gestação ..................................................... 41 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AF Anemia Ferropriva CIUR Crescimento intrauterino retardado DMG Diabetes Mellitus gestacional ECA Enzima Conversora de Angiotensina FASETE Faculdade Sete de setembro FDA Food and Drug Administration IMC Índice de massa corpórea ITU Infecção do Trato Urinário ITUs Infecção do Trato Urinário sintomática OMS Organização Mundial da Saúde PE Pré-eclâmpsia SM Síndrome Metabólica SNC Sistema Nervoso Central SÚMARIO 1 INTRODUÇÃO........................................................................................................12 2 METODOLOGIA.....................................................................................................15 3 ESTADO DA ARTE.................................................................................................16 3.1 A gestação..........................................................................................................16 3.2 Alterações fisiológicas do período gestacional..............................................18 3.3 Alterações emocionais do período gestacional..............................................20 4 INTERCORRÊNCIAS OBSTÉTRICAS...................................................................22 4.1 Infecção urinária.................................................................................................22 4.2 Diabetes mellitus gestacional...........................................................................26 4.3 Anemia.................................................................................................................28 4.4 Hipertensão na gestação...................................................................................31 4.4.1 Pré-eclâmpsia....................................................................................................32 5 CONCEITO DE AUTOMEDICAÇÃO......................................................................34 5.1 Terapia medicamentosa....................................................................................34 5.2 Riscos da automedicação.................................................................................37 5.3 Categorias e classes farmacológicas dos medicamentos na gravidez........38 5.4 Medicamentos indicados no período gestacional..........................................40 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................43 REFERENCIAS.......................................................................................................44 12 1 INTRODUÇÃO A automedicação é uma prática ariscada e bastante utilizada no Brasil, por pacientes e quando estes são gestantes os efeitos são ainda maiores por possuir particularidades biológicas, tornando a mulher e seu concepto, expostos aos riscos, entre eles se destacam aqueles decorrentes do uso dos medicamentos (OSORIO- DE-CASTRO; PAUMGARTTEN; SILVER, 2004). Levando em consideração a repercussão das intercorrências para a mulher, feto ou recém-nascido, acredita-se que pela necessidade de conseguir diminuir os sintomas que são provenientes da fase gestacional ou intercorrências clínicas e obstétricas que são frequentemente vivenciadas pelas mulheres durante toda a gestação e que seja imprescindível a utilização de medicamentos, deste modo à automedicação torna-se duplamente arriscada, dado que a exposição de um, afeta dois organismos, mãe e feto (CALEGARI; GOUVEIA; GONÇALVES, 2016). Os efeitos do uso medicamentoso podem resultar em consequências como alergias, toxicidade, com possíveis lesões irreversíveis, dependendo da dosagem total e do tipo de fármaco utilizado. No entanto é fundamental que a terapêutica prescrita seja cautelosa, visto que os efeitos colaterais são adversos, à necessidade e a eficácia deve ser bem avaliada (RODRIGUES, 2006). O uso de medicamentos por gestantes e os efeitos causados no feto é alvo de muita preocupação desde a tragédia da talidomida, quando as crianças nasceram com má formação e alterações congênitas devido à ação deste fármaco na gravidez. O fato repercutiu no mundo inteiro e gerou um alerta para os riscos, foi preciso evidenciar a segurança na utilização dos medicamentos e assim enfatizar a importância da criação de normas severas com o auxílio de conhecimentos clínicos antes de permitir a fabricação e o consumo destes fármacos, principalmente para as gestantes as mudanças eram necessárias. Até então se acreditava que a placenta era uma barreira, que protegia o feto de qualquer tipo de fármaco (CARMO; NITRINI 2004). 13 Porém, nos dias de hoje sabe-se que os fármacos contidos nos medicamentos ultrapassam a placenta e entram na corrente sanguínea do feto, então as gestantes devem lembrar que ao ingerir um medicamento qualquer que seja os dois organismos serão atingidos, e o feto ainda não possui capacidade para metabolizar a substância que a mãe ingeriu, podendo correr riscos indesejados, ou seja, efeitos que não eram esperados, deixando claro que usar alguns medicamentos não é seguro e que o conhecimento não é suficiente, pois o potencial teratogênico ainda é desconhecido (CARMO; NITRINI 2004). Entende-se como agente teratogênico toda substância que é capaz de oferecer dano ou alteração na morfologia ou fisiologia do feto. O risco é maior quando o fármaco é utilizado no primeiro trimestre da gravidez, período que o feto está em formação e nos períodos seguintes pode gerar danos ou intercorrências fetais (NIEBYL,1989). Diante da crescente preocupação devido ao uso dos remédios na gestação e os perigos para a gestante e o feto, existem algumas classificações dos medicamentos e substâncias. Com intuito de auxiliar o prescritor os medicamentos foram classificados de acordo com o risco gerado na gravidez, em cinco categorias: Categoria de risco A não foi encontrado risco, na categoria de risco B as pesquisas realizadas em animais não demostravam risco, porém não há estudos em mulheresgrávidas, categoria de risco C estudos nos animais revelaram efeitos adversos no feto, e também não há pesquisas em gestantes, categoria de risco D evidência de risco fetal, mas o benefício para a gestante pode justificar a utilização, categoria de risco X estudos em animais e humanos demostram alterações fetais documentadas é contra indicado o uso na gravidez (GUERRA et al., 2008). Outro ponto a ser analisado é a mudança das características farmacológicas dos medicamentos no período gestacional, pois pouco se sabe sobre possíveis alterações (RODRIGUES, 2006). O uso de medicamentos na gravidez traz inquietudes para os profissionais da saúde e para a sociedade. O aumento na produção de novos fármacos ainda não possui informações confiáveis para a gestante e o concepto, e deve ser visto com cuidado. É necessário ser extremamente criterioso, considerando medidas de intervenção 14 para o consumo prudente e racional dos medicamentos disponíveis e assim conscientizar sobre uso indiscriminado dos fármacos (WANNMACHER, 2010). Existem alguns fármacos que são vendidos livremente nas farmácias e podem ser usados para minimizar sintomas indesejados, no entanto existem estudos publicados que apontam o possível risco gerado após o uso indiscriminado dos fármacos e principalmente quando utilizado sem o acompanhamento de um profissional da saúde. No tocante, é necessário tomar conhecimento do mecanismo de ação dos fármacos para avaliar se o uso constitui risco. À vista disso, quais os riscos causados pela automedicação no período gestacional e as intercorrências obstétricas que podem causar danos à saúde da gestante e do feto? Sendo assim, este trabalho tem como objetivo geral Identificar os riscos causados pela automedicação na gravidez e as intercorrências obstétricas mais frequentes no período gestacional, tem como objetivos específicos discorrer sobre as alterações fisiológicas e emocionais do período gravídico, identificar as intercorrências obstétricas mais recorrentes na gestação e apontar os efeitos da automedicação na gestação. 15 2 METODOLOGIA O presente trabalho refere-se ao desenvolvimento de uma revisão bibliográfica narrativa de uma visão analítica e natureza qualitativa, utilizando base de dados secundários, extraídas de livros, manuais, programas do Ministério da Saúde, monografias, teses, revistas, artigos acadêmicos e sites confiáveis e de credibilidade que estivessem disponíveis dentro da temática em estudo, mediante. Partindo desse princípio, a pesquisa bibliográfica caracteriza-se pela junção de variados trabalhos que já foram avaliados e publicados, principalmente os artigos científicos. Segundo Gil (1999), a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado, constituído principalmente por livros e artigos científicos, tendo como principal vantagem o fato de permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenômenos, muito mais ampla que aquela que poderia pesquisar diretamente. Sendo assim a busca pelo material foi realizada através de pesquisas em bases de dados nacionais e internacionais como LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde), SciELO (Scientific Electronic Library Online), PubMed (National Center for Biotec hnology information) e Google Acadêmico. Por tanto foram utilizados os seguintes descritores: automedicação, período gestacional, teratogenicidade, malformações fetais. Esses termos foram utilizados e/ou através do operador and. Como questão norteadora para elaboração desta revisão formulou-se a seguinte questão: Quais os riscos causados pela automedicação no período gestacional e as intercorrências obstétricas que podem causar danos á saúde da gestante e do feto? Esse método de busca deu o auxilio necessário que permitiu responder ao problema formulado na pesquisa. Para realização do embasamento teórico do projeto de pesquisa foram utilizadas revistas, teses, monografias, artigos científicos e acadêmicos em língua portuguesa e inglesa, oriundos das fontes de dados descritas. 16 3 ESTADO DA ARTE Este capítulo corresponde a um levantamento dos conceitos relacionados com a temática da pesquisa em estudo, “Automedicação na gestação”. Para falar sobre as complicações oriundas da automedicação é importante estabelecer a relação da mesma com a gravidez, as alterações físicas, emocionais e as intercorrências que acontecem ao longo desse processo podendo levar ao consumo de medicamentos inadvertidamente. Posteriormente será abordada, a importância da educação para a saúde na prevenção da automedicação. 3.1 A gestação A gestação é um período em que a mulher se encontra em condição especial, é caracterizada por diversas alterações no seu organismo, que são necessárias para a adaptação do corpo a condição gravídica e puerperal (SOARES, 2002). O período gravídico faz parte de um processo pelo qual uma mulher em idade fértil passa por diversas transformações emocionais, fisiológicas e alterações no corpo em um curto espaço de tempo, que são influenciadas pela presença do feto, por isso é essencial iniciar o pré-natal ainda nas semanas inicias da gestação, para que assim o profissional da saúde dê os esclarecimentos corretos que são indispensáveis para minimizar os riscos e as complicações que podem ocorrer nesse período e assim reduz a automedicação (FORTES, 2015). Na perspectiva de Tortora e Grabowski (2006), a gestação é uma sequência de processos que se inicia na fertilização do óvulo, prosseguindo com a implantação, o desenvolvimento embrionário e o desenvolvimento fetal, terminando normalmente com o nascimento, aproximadamente de 38 a 40 semanas após o último período menstrual. Na gestação a mulher sofre com muitas alterações no corpo e organismo, que por sua vez provocam sintomas como náuseas, vômito, tontura e azia que são muito frequentes e podem diminuir ou desaparecer com o passar dos meses e até mesmo com auxilio da alimentação, sem a necessidade de utilizar medicamentos que por sua vez devem ser evitados quando não houver orientação médica (SOARES 17 FILHO, 2006). No entanto o uso de medicações na gestação muitas vezes é por causa de problemas na saúde da mãe, destacando-se a hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, cardiopatias, asma, infecção urinaria, toxoplasmose e outros (LUNARDI-MAIA; TREVISOL; GALATO, 2014). O efeito gerado após o uso do medicamento depende do fármaco, do tempo de exposição e da dosagem, podendo causar teratogenicidade ao feto (OSORIO-DE-CASTRO et al., 2004). No decorrer da gestação acontecem diversas alterações no corpo da mulher para que então seja preparado para sustentar e proteger o feto que ainda está em desenvolvimento (FORTES, 2015). Em condição única o feto depende fisiologicamente da mãe, por isso são necessários cuidados especiais quanto ao uso de medicamentos, os riscos na gravidez são maiores, visto que os fármacos usados pela mãe podendo ocasionar alterações morfológicas em varias etapas do desenvolvimento fetal (MAEDA; SECOLI, 2008). Durante alguns anos acreditava-se que a placenta atuava com uma barreira protetora impedindo que houvesse exposição do fármaco ao feto, porém foi descoberto que os medicamentos utilizados pelas gestantes atravessam a placenta atingindo a corrente sanguínea do feto por tanto, dois organismos são afetados e o feto ainda não possui capacidade de metabolizar essas substâncias e estará sujeito aos efeitos negativos do uso medicamentoso (CARMO; NITRINI, 2004). A placenta é uma linha de vida entre a gestante e o feto, formada pela aposição das membranas fetais justapostas em fusão com a mucosa uterina para proporcionar a troca materno-fetal que está em pleno desenvolvimento, e tem função de assegurar uma excelente nutrição para o feto mecanismo pelo qualos nutrientes atravessam a placenta são classificados como difusão passiva, difusão facilitada e transporte ativo mostrada na figura 1. Os medicamentos uma vez no sangue materno conseguem atravessar a membrana placentária atingindo os vasos sanguíneos e passam pelo cordão umbilical até chegar ao feto, portanto a maneira que afeta o desenvolvimento do feto depende do estagio gestacional, da dosagem ingerida e da potência do medicamento (BURKEY; HOMES, 2013). 18 Figura 1 – A utilização de medicamentos na gravidez e a barreira placentária. Fonte: Modificado de Burkey e Holmes, 2013. 3.2 Alterações fisiológicas do período gestacional A gestação possui características específicas que trazem diversas modificações e adaptações no organismo materno, as quais são necessárias para o estabelecimento e progressão do ciclo gravídico-puerperal (AZEVEDO, 2010; BARACHO, 2002). O período gestacional é considerado por muitos como a fase de grandes transformações no organismo e adaptações físicas e fisiológicas, necessárias para o perfeito crescimento e desenvolvimento fetal. Durante os nove meses de gestação, alterações morfológicas e fisiológicas ocorrem no organismo materno. A sua integração visa proporcionar as condições necessárias para o desenvolvimento fetal em equilíbrio com o sistema materno. A maioria destas adaptações ocorre devido à resposta de estímulos provenientes do feto ou tecidos fetais. O principal objetivo não 19 é restrito apenas ao desenvolvimento fetal, também tem intuito de preparar a mulher para o momento do parto e lactação. Desta forma será possível entender as manifestações fisiológicas associadas à gravidez normal e compreender as patologias que se expressem nesta fase (FLORINDO; LIMA, 2013). Normalmente a grávida apresenta ganho de peso de 13,5 a 16 kg no decorrer da gestação em consequência do crescimento do feto, placenta, líquido amniótico, crescimento dos seios, aumento da volemia e distribuição de massa adiposa em certas regiões da pelve e mamas. O período gestacional é dividido em 3 trimestres, de aproximadamente 40 semanas e com variadas alterações em cada um deles (SOUZA, 2002). Essas alterações ocorrem em consequência do aumento de 30 a 50 % do volume plasmático, do débito cardíaco e da filtração glomerular do organismo da gestante, esses eventos têm início a partir da 6ª semana da gestação permanecendo até a 30ª semana (Figura 2) (SACHDEVA; PATEL; PATEL, 2009). Figura 2 – Algumas alterações fisiológicas que acontecem na gestação. Fonte: SILVA, 2013. 20 3.3 Alterações emocionais do período gestacional A gravidez é uma fase de mudanças que ocorre a reestruturação de identidade e redefinição de papeis, a mulher passa a ser vista e se ver de modo diferente (SAUNDERS, 2002). As alterações emocionais causam sintomas no decorrer da gestação tais como irritabilidade, depressão, insónia podem levar a prática da automedicação na gravidez como forma de evitar ou aliviar o sintoma (FORTES, 2015). O período gravídico é dividido em três trimestres com alterações emocionais características em todas as etapas da gestação (SANTO; SANTOS; MORETTO, 2005). O primeiro trimestre da gravidez é a fase que envolve muita emoção e sentimentos relacionados à gestação é a “balança quer e não querer”. Contradição como entre estar ou não gravida, pode gerar uma mistura de sentimentos medo, alegria, apreensão, realidade e rejeição, portanto ocorre sempre uma oscilação de sentimentos (SAUNDERS, 2002). O feto ainda não é concretamente sentido e as alterações corporais são bem discretas e muitas vezes não são percebidas. A grávida fica mais sensível, susceptível a mudanças de humor, aumentando a sensibilidade nas áreas olfato, audição e paladar, podendo causar irritabilidade e a mulher fica mais irritada e vulnerável a qualquer estimulo que anteriormente não afetava tanto podendo sorrir e chorar com muita facilidade (MALDONADO, 1996). Caracteristicamente o segundo trimestre da gravidez é considerado mais estável do ponto de vista emocional e é marcante principalmente pelo fato da mãe perceber os primeiros movimentos do feto (MALDONADO, 1996). No terceiro trimestre, o nível de ansiedade aumenta na gestante, com a proximidade do parto e com as mudanças de rotina que irão acontecer após a chegada do bebê. São muitas sensações envolvidas nessa fase, como a vontade de ver o filho e terminar a gravidez, de conferir se realmente está tudo bem com o bebê, “se ele é perfeito”, um inevitável medo da morte durante o parto, e ao mesmo tempo a 21 vontade de prolongar a gravidez e adiar as mudanças. É frequente o receio de não saber reconhecer os sinais do inicio parto e ser surpreendida, ou até mesmo não suportar as dores, por esse motivo, trabalhar a autoconfiança diminui o nervosismo e a ansiedade do nascimento do bebê e dá à mulher o controle da nova situação (FIGES, 2001; MALDONADO, 1996). No fim da gravidez, a mulher vive um período de muita ansiedade por causa da chegado do parto e o nascimento do filho, o fim da gravidez torna-se uma realidade incontornável. Diante destas alterações algumas mulheres podem recorrer a ao uso de medicação sem prescrição médica o que gera graves consequências na vida do feto que ainda está em desenvolvimento e para a mãe (FORTES, 2015). Aproximadamente 55% das gestantes apresentam algum tipo de alteração emocional, podendo apresentar-se como ansiedade, depressão, agitação e medo do momento do parto. Se a ansiedade alcançar uma intensidade elevada, pode causar interferências no sono da gestante, o que ocorre em 23% dos casos. Deste modo ao longo da gravidez podem ocorrer alguns períodos em que a mulher manifesta sinais de ansiedade (MORON; CAMANO; KULAY, 2011). No período da gravidez diversas complicações podem trazer risco materno-fetal. Por isso é de muita importância o acompanhamento do profissional de saúde para que de maneira correta possa orientar, tratar e prevenir as complicações e intercorrências que possam ocorrer ao longo deste período e evitar a prática da automedicação (FORTES, 2015). 22 4 INTERCORRÊNCIAS OBSTÉTRICAS Neste capítulo são abordadas as principais intercorrências obstétricas que acometem as mulheres no período gravídico, que de alguma forma podem afetar o seu bem-estar físico e psicológico, bem como a sua qualidade de vida. Deste modo sabemos que o nascimento é considerado um processo fisiológico e natural, porém as gestantes estão sujeitas a ocorrência de complicações no curso da gestação que são influenciadas por essa fase. Podendo destacar as mais frequentes: Infecção do trato urinário, anemia, diabetes na gestacional, hipertensão na gestação. 4.1 Infecção urinária A gravidez constitui um período na vida da mulher, que na maioria das vezes poderia acontecer sem problemas de saúde, porém envolve em si uma crise adaptativa caracterizada por complexas transformações fisiológicas, emocionais e interpessoais, as quais implicam em um potencial de risco eminente e por isso demanda atenção de caráter multidisciplinar na saúde (PEREIRA; BACHION, 2005). A infecção urinária é o problema clínico mais recorrente na gravidez, é de grande incidência neste período da vida da mulher, acometendo de 10 a 12% das gestantes, no qual a grande maioria das infecções ocorre no primeiro trimestre da gestação, além disso, estão associadas a uma maior incidência de nascimentos de crianças prematuras e/ou de baixo peso, assim como, uma maior mortalidade perinatal e maior morbidade materna (JACOCIUNAS; PICOLI, 2007). A presença de bactérias provoca danos aos tecidos do sistema urinário, são classificadas como assintomáticas e sintomáticas (FIGUEIREDO; GOMES; CAMPOS, 2012). Essa infecção pode apresentar-se de forma sintomática ou assintomática,mas, na gravidez existem fatores que podem facilitar a mudança de infecções assintomáticas para sintomáticas (SILVA, 2012). A infecção assintomática é bem preocupante, por não ser percebida, pode causar um parto prematuro e em internação da gestante, já a sintomática o diagnostico é rápido, por apresentar sintomas. Desse modo geralmente são causadas por 23 bactérias da microbiota intestinal, que pelo fato da urina na gravidez ser rica em nutrientes favorece o crescimento bacteriano. Por tanto é necessário solicitar o exame de urocultura para as gestantes com intuito de tratar precocemente e assim evitar maiores complicações (JACOCIUNAS; PICOLI, 2007). Além da elevada incidência de infecções sintomáticas no período gravídico, o arsenal terapêutico com antimicrobiano e as alternativas profiláticas são restritas, considerando a toxicidade de alguns medicamentos para o produto conceptual (embrião/feto e placenta). Deste modo, o diagnóstico precoce, seguido da terapêutica apropriada e imediata, torna-se indispensável durante o acompanhamento do pré-natal, impedindo o comprometimento do prognóstico materno e gestacional (DUARTE et al., 2008). Na gestação ocorrem algumas modificações anatômicas impostas ao trato urinário que predispõem a transformação de mulheres com infecções assintomáticas em gestantes com ITU sintomáticas, sugerindo que o número de infecções urinárias nesse período da vida seja mais recorrente (BAUMGARTEN et al., 2011). Geralmente quando a infecção urinaria causa o comprometimento do trato urinário superior pode está relacionado ao aumento no índice de parto prematuro e à diminuição no crescimento fetal (PIATO, 2009). Segundo as Sociedades Brasileiras de Infectologia e Urologia (2004), as mulheres são mais vulneráveis á adquirir infecções urinarias por possuírem condições anatômicas como a uretra mais curta e de maior proximidade da vagina com o ânus. Outros fatores que aumentam a incidência de mulheres com ITU incluem o ato sexual, já que o mesmo pode gerar traumas na uretra, a utilização de geleias espermicidas, a gestação e o número de gestações, o diabetes e a higiene deficiente. Na figura 3 mostra a conduta a ser seguida na infecção urinária sintomática orienta o procedimento a ser seguido em laboratório nos casos de ITUs sintomáticas. 24 Figura 3 – Conduta na infecção urinária sintomática Fonte: FIGUEIRÓ-FILHO et al., 2009. Os maiores causadores das infecções do trato urinário são os chamados germes gram-negativos entéricos, e pode-se destacar principalmente a Escherichia coli, que é o mais frequente, e em seguida os outros gram-negativos como Acinetobacter, Klebsiella, Enterobacter, Proteus e Pseudomonas. Além desses, um germe 25 grampositivo, o Staphylococcus saprophyticus tem sido apontado como segunda causa mais comum de ITU não complicada (HEILBERG; SCHOR, 2003). Segundo o Manual técnico de gestação de alto risco (2010), as opções de terapêuticas podem ser em regime de dose única, de longa duração de curta duração ver na tabela 1. Deste modo a escolha do melhor método medicamentoso para a grávida dependerá apenas da avaliação clínica do grau de comprometimento da gestante. Tabela 1 – Antibióticos e tempo de tratamento para Infecção Urinária. Tratamento da Infecção Urinária Nitrofurantoína (Macrodantina) - 100 mg por via oral cada 12 horas durante 5-7 dias. Amoxicilina - 500 mg por via oral cada 8 ou 12 horas durante 3-7 dias. Amoxicilina-clavulanato 500 mg por via oral cada 12 horas durante 3-7 dias. Cefalexina 500 mg por via oral cada 6 horas durante 3-7 dias. Fosfomicina 3 g por via oral em dose única. Fonte: PINHEIRO, 2017. Portanto, é notório que, no decorrer da gravidez, fatores mecânicos e hormonais contribuem e provocam mudanças no trato urinário materno, tornando a mulher vulnerável às formas sintomáticas de infecções (DUARTE et al., 2008). 26 4.2 Diabetes mellitus gestacional O Diabetes Mellitus é um problema que atinge aproximadamente 5% das gravidas, quando associado à gravidez é chamado de gestacional ou pré-gestacional (DEBASTIANI, 2007). É uma doença metabólica crônica caracterizada por hiperglicemia, que é determinado pela insuficiência de insulina, relativa ou absoluta, atribuída à alteração pancreática em que há uma menor secreção de insulina ou a menor ação hormonal a nível periférico (CAMPOS; FAGUNDES; SELIGMAN, 2002). O Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como qualquer grau de intolerância à glicose, com início ou primeiro reconhecimento durante a gravidez, independentemente da utilização da insulina ou se a condição persiste após o parto e não se exclui a possibilidade de a intolerância à glicose ter antecedido a gravidez (BOLOGNANI; SOUZA; CALDERON, 2011). Tem como principal complicação fetal em mulheres com DMG a macrossomia, que esta associada à obesidade infantil e ao risco aumentado de síndrome metabólica (SM) na vida adulta (BOLOGNANI; SOUZA; CALDERON, 2011). Os fatores de risco no diabetes gestacional são: idade materna superior a 35 anos; baixa estatura; obesidade ou ganho excessivo de peso na atual gestação, com índice de massa corpórea (IMC) pré - gravídico >27; deposição central excessiva de gordura corporal; histórico familiar de diabetes em parentes de 1º grau; histórico obstétrico pregresso, incluindo a gestacional, hipertensão arterial, doença hipertensiva específica da gestação, abortamentos, fetos natimortos, presença de hipertensão ou pré-eclâmpsia; crescimento, fetal exagerado; hipertensão arterial, doença hipertensiva específica da gestação na gravidez atual; uso de medicamentos com ação hiperglicemiante (MANSUR; LAUN; FARIAS, 2001). A identificação do diabetes é realizada a partir da realização da consulta no decorrer do pré-natal, verificando o valor da glicose em jejum com o objetivo de detectar a presença de diabetes pré-existente ver na figura 4. E partir da 20ª semana de 27 gestação, outra medida da glicose plasmática de jejum é realizada, com ponto de corte de 85mg/dl, visando à detecção do diabetes gestacional (GROSS, 2002). Figura 4 – Diagnostico do Diabetes gestacional. Fonte: Almeida; Dores; Ruas, 2017. O diagnóstico precoce e correto da diabetes mellitus e também das alterações da tolerância à glicose são extremamente relevantes, porque permite que sejam adotados métodos terapêuticos que podem evitar o aparecimento de diabetes nos indivíduos com tolerância diminuída e assim retardar o surgimento das complicações crônicas nos pacientes diagnosticados com diabetes (GROSS et al., 2002). 28 4.3 Anemia A anemia é definida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como a redução da taxa de hemoglobina no sangue, ou seja, ocorre a diminuição da capacidade do sangue de transportar oxigênio, em consequência de uma diminuição de glóbulos vermelhos e/ou teor da hemoglobina (GUERRA et al., 1990), para as grávidas os valores abaixo de 11 g/dL são considerados indicadores de anemia (FAILACE et al., 2009). O Ministério da Saúde Brasil (2010), considera anemia grave quando os níveis da hemoglobina estiverem a abaixo de 7,0 g/dl e anemia moderada se os valores estiverem entre 7,0 g/dl e 10,0 g/dl. Diante disto a anemia é considerada um grande problema para a saúde publica que afeta vários países, com danos a saúde humana, as mulheres gravidas fazem parte do grupo mais acometido pela deficiência de ferro (MACHADO, 2011). Na figura 5 mostra um esfregaço sanguíneo com Anemia Ferropriva, como pode ser observado, a hipocromia é mais evidente na AF. Figura 5 – No esfregaço sanguíneo pode se observar hemácias de menor volume (microcíticas) e com menor conteúdo de hemoglobina (hipocromicas). Fonte: GROTTO, 2010. 29 A anemia pela carência de ferro é consideradaa deficiência nutricional de maior relevância no período gestacional pela sua frequência e também por gerar consequências. Diante disto sabe-se que para ocorrer à produção sanguínea fetal, o feto faz uso de elementos químicos do sangue da mãe e das reservas de ferro maternas, gerando uma diminuição nos índices de ferro do organismo da mesma (CANÇADO, 2007). Devido ao aumento do consumo de nutrientes, a gestação é um período especialmente propício ao desenvolvimento de anemias carenciais, contribuindo para a manifestação de outras doenças, entre elas a anemia ferropriva (SANTOS, 2012). Segundo dados estimados, 56% das gravidas de países em desenvolvimento possui anemia e nos países industrializados esses índices diminuem para 18% (MODOTTI et al., 2015), sendo referido como o problema hematológico mais comum do ciclo gestacional que pode desencadear outras complicações materno-fetais (SANTOS, 2012), pode ser causada por deficiência de vários nutrientes como Ferro, Zinco, Vitamina B12 e proteínas. Porém, a Anemia quando causada pela deficiência de Ferro, é denominada Anemia Ferropriva, que é muito mais comum que as demais anemias (estima-se que 90% das anemias sejam causadas por carência de Ferro). O Ferro é um nutriente essencial para a vida e atua principalmente na síntese (fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do Oxigênio para todas as células do corpo (FAILACE et al., 2009). No período gestacional o fato de acontecer diversas mudanças fisiológicas leva ao aumento do volume plasmático e por sua vez ocorre a diminuição do estoque dos micronutrientes, pois a demanda de energia e nutrientes está elevada, podendo desencadear desnutrição e deficiência de ferro. Por tanto a anemia na gestação está diretamente associada a risco de morbidade e mortalidade materna e fetal (SOUZA; BATISTA FILHO, 2003). Segundo Rocha et al. (2005), a falta de ferro no período gestacional pode trazer efeitos adversos tanto para a saúde da mãe quanto para a do recém-nascido, deste modo às anemias maternas, seja moderada ou grave, estão associadas a uma elevação no índice de abortos espontâneos, partos prematuros, baixo peso ao nascer e até mesmo a morte perinatal, portanto as complicações que podem ocorrer 30 no feto são a restrição do crescimento intrauterino, prematuridade, morte fetal e anemia no primeiro ano de vida, devido às baixas reservas de ferro no recém- nascido. Para o Ministério da Saúde (2013), a necessidade de consumir ferro durante o período gestacional é bem alto, por isso recomenda-se a realização de medidas complementares ao estímulo à alimentação saudável, com o objetivo de oferecer ferro adicional de modo preventivo. Deste modo, a prevenção da anemia por deficiência de ferro deve ser planejada com a priorização da suplementação de ferro medicamentosa em doses profiláticas; com a educação alimentar e nutricional adequada e saudável; com a fortificação dos alimentos; com o controle de infecções e parasitoses; e com o acesso à água e esgoto sanitariamente adequado. A anemia pode acarretar diversas consequências para as gestantes pode-se destacar o risco de partos prematuros, abortos e mortalidade materna. Geralmente as que mulheres são anêmicas serão gestantes anêmicas e, portanto, mais suscetíveis às consequências citadas anteriormente (LOPES et al., 2015). Geralmente, o diagnóstico da anemia é realizado por meio do hemograma, do esfregaço sanguíneo periférico, da contagem dos reticulócitos e pela dosagem da quantidade do ferro sérico (MODOTTI et al., 2015). O tratamento através de medicamentos mais convencional para anemia por carência de ferro está relacionado à administração por via oral de sulfato ferroso. Esse tratamento precisa, de no mínimo duas semanas para correção de anemia leve e de um a três meses para anemia mais graves (CANÇADO et al., 2010). 31 4.4 Hipertensão na gestação Segundo Baracho 2002, a hipertensão arterial é uma doença cardiovascular comum durante a gravidez e até mesmo durante os anos férteis da mulher. As complicações decorrentes da doença hipertensiva são ao lado da infecção e da hemorragia, a principal causa de morte materna na maioria dos serviços especializados. Define-se como hipertensão gestacional quando os níveis pressóricos estão superiores a 140x90 mmHg ou também pelo aumento de 30 mmHg e 15mmHg nas pressões sistólicas e diastólicas, respectivamente. A hipertensão é uma das mais sérias complicações que colocam a vida da mãe e do feto em risco, atinge diversas camadas sócias, sendo necessário um controle da mesma para evitar consequências irreversíveis (FORTES, 2015). De acordo com Wannmacher (2004), as alterações na pressão arterial das gestantes acontecem de 5 a 10% das gravidezes e causam graves danos à mãe e ao feto, a paciente deve ser monitorada continuamente, geralmente a pressão se eleva depois da vigésima semana gestacional e normalmente só desaparece após o nascimento do bebê. O risco materno pode causar alterações vasculares e metabólicas, associado a risco cardiovascular. No risco fetal um grande fator é a diminuição do crescimento intrauterino, que pode desenvolver a aterosclerose precoce (FREIRE; TEDOLDI, 2009). Os distúrbios hipertensivos são as complicações com maior relevância durante o período gravídico-puerperal. Como relação ao termo "hipertensão na gravidez" é usada para descrever pacientes com uma simples elevação nos níveis pressóricos, até mesmo a hipertensão grave com disfunção de diversos órgãos (BEZERRA et al., 2005). Segundo Freire e Tedoldi (2009), diferente dos países bem desenvolvidos, a hipertensão arterial na gestação continua como a primeira causa de morte materna direta no Brasil (37%), sendo que em maior proporção nas regiões Norte e Nordeste em comparação ao Sudeste, Sul e Centro Oeste. 32 4.4.1 Pré-eclâmpsia A pré-eclâmpsia é considerada uma das principais causas de morte materna em todo o mundo (SOUZA et al., 2006), síndrome que afeta todo o organismo da mulher principalmente rins, fígado, cérebro e a placenta, a etiologia da doença é desconhecida (WANNMACHER, 2004). O termo “pré-eclâmpsia” é comumente empregado para descrever a doença singular da gravidez que se manifesta por hipertensão com disfunção de múltiplos órgãos. O termo significa que a eclâmpsia é a manifestação final da doença e, historicamente, as convulsões têm sido a expressão mais dramática de doença. Entretanto, achamos que a pré-eclâmpsia ameaçadora pode ocorrer sem convulsões (BURROW; FERRIS 1996). Segundo o Ministério da saúde Brasil (2010), a pré-eclâmpsia pode se dividir em duas categorias: leve ou grave depende apenas do grau de comprometimento, a pré-eclâmpsia leve se define como “hipertensão que ocorre após 20 semanas de gestação acompanhada de proteinúria, com desaparecimento até 12 semanas pós- parto”, a gestante pode se queixar de alguns sintomas como: cefaleia, distúrbios visuais, dor abdominal, trombocitopenia e aumento de enzimas hepáticas. E a grave se a gestante tiver um ou mais sintomas como Oligúria; Elevação de enzimas hepáticas; Trombocitopenia (plaquetas <100.000 / mm³); Crescimento intrauterino retardado (CIUR) entre outros, e quando a PA for igual ou maior a 160 mmHg X 110 mmHg. Tabela 2 – Comparação de Manifestações Clínicas: Pré-eclâmpsia Leve e Grave. Quadro Clínico Leve Grave Pressão arterial, mmHg 140/90 Proteína na urina 2+ 3+ a 4+ Débito urinário, ml/h >30 <20 Edema pulmonar Negativo Pode ocorrer Síndrome de HELLP Negativo Pode ocorrer Fonte: Ricci, 2008. 33 Segundo Braunwald et.al. (2002), de 5 a 7% aproximadamente do total de mulheres grávidas apresentam pré-eclâmpsia, com um início recente de hipertensão (pressão arterial > 140/90 mmHg), protenúria (>300 mg por 24 horas) e edema patológico.Apesar de se desconheçer os fatores placentários específicos que causam a pré- elâmpsia, o resultado final é vasospasmo e lesão endotelial de múltiplos órgãos. A pré-eclâmpsia pode está relacionado a anormalidades da auto-regulação circulatória cerebral, o que consequentemente aumenta o risco de acidente vascular cerebral em níveis de pressão arterial quase normal. Deste modo para Ricci 2008, a evolução da doença, se não for tratada ou caso não se interrompa a gravidez, é o desenvolvimento das formas mais graves da doença, como a eclâmpsia e a síndrome HELLP (hemólise, enzimas hepáticas elevadas, baixa contagem de plaquetas). A síndrome HELLP é definida como um transtorno específico da gravidez, de prognóstico reservado, caracterizado por hemólise, elevação de enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas. A síndrome HELLP está ligada à pré-eclâmpsia (PE) grave ou eclâmpsia, porém, em alguns casos também pode ser encontrada em gestantes com níveis pressóricos mais baixos, não caracterizados com PE grave. O estudo dos quadros da síndrome de HELLP é importante, pois estão associados à elevada mortalidade e morbidade tanto materna quanto perinatal. Estima-se mortalidade materna em até 24% dos casos, e perinatal oscilando de 30 a 40% dos casos (COELHO et al., 2009). O risco de reincidência da síndrome HELLP é pequeno. Porém, as mulheres que a desenvolvem na gestação estão sob um risco maior de desenvolver pré-eclâmpsia na gravidez seguinte. Não existem evidências de tratamentos que evitem a recorrência desta síndrome, pois os estudos ainda são insuficientes (COELHO et al., 2009). 34 5 Conceito de automedicação Automedicação é uma prática na qual a pessoa faz uso de medicamentos sem a prescrição médica, confiando que o uso mesmo que sem a devida orientação traga benefícios à saúde (BESERRA et al., 2014). No Brasil cerca 80 milhões de pessoas se automedica, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias Farmacêuticas, a falta de obrigatoriedade de apresentação da receita médica, justifica esse alto índice no país (ARRAIS et al., 1997) sendo assim vários fatores favorecem ao uso indiscriminado de medicamentos como os anúncios de venda livre feitos pelas mídias incentivando o consumo desses medicamentos, condições de vida, a falta de acesso a um meio de saúde e o desejo de alivio na dor (LOYOLA FILHO et al., 2002). A população em geral está sujeita a problemas de saúde, que impõem o uso de medicamentos, na gestação essa exposição a uma determinada droga envolve dois organismos simultaneamente e a resposta observada na mãe difere da resposta fetal que pode resultar em toxicidade fetal, podendo ocorrer lesões irreversíveis (GOMES et al., 1999). Se tratando de uma situação única, na gestação o uso indiscriminado pode causar muitas consequências para a gestante e o feto (BESERRA et al., 2014). 5.1 Terapia medicamentosa Medicamento é toda e qualquer substância que na sua formulação possua efeito preventivo e curativo de sinais e/ou sintomas de doenças nas pessoas e nos animais, pode apresentar variadas formas farmacêuticas com comprimido, cápsula, xarope, cremes, pomadas entre outros. Antes de serem vendidos os medicamentos são testados para verificar a eficácia e qualidade e depois podem ser inseridos no mercado (ARRUDA et al., 2011). O medicamento é um bem fundamental para a saúde e é a ferramenta terapêutica mais importante nas mãos de profissionais da saúde, ajudando na qualidade de vida das pessoas (ARRAIS et al., 2005). Para utilização dos medicamentos na gravidez é preciso ter muita atenção por causa dos riscos envolvendo o desenvolvimento do feto, devendo então o uso ser evitado. 35 Por mais que as orientações sejam com cautela, depois dos efeitos catastróficos do uso da talidomida, tem-se notado o excesso de prescrições e o aumento da automedicação (BESERRA et al., 2014). Na gestação os medicamentos só podem ser usados se houver benéfico para a mãe ou para feto, com isso é necessário se assegurar sobre os efeitos que essa exposição pode gerar (FONSECA; FONSECA; BERGSTEN-MENDES, 2002). Os medicamentos possuem um efeito mais intenso quando utilizado no primeiro trimestre da gestação, período que acontecem as modificações morfológicas e que o uso pode interferir no processo de formação, causando malformações no feto, um exemplo são os remédios que alteram a circulação sanguínea que ao atravessar a barreira placentária pode causar danos na distribuição dos nutrientes, oxigênio e pode afetar o sistema nervoso central (SNC) que ainda se desenvolve, e conseguir interferir no amadurecimento normal do SNC e assim gerar anormalidades na mente da criança (MONTEIRO, 2008). Na gestação é necessário que antes de fazer uso de qualquer substância, a gestante procurar orientação médica, para discutir sobre a natureza do mesmo, e as consequências que esse uso pode gerar ao feto e sobre tudo se a exposição é realmente necessária, os possíveis benefícios com o uso precisam ser verificados e possivelmente comparados com o risco de usa-lo ou não (MONTEIRO, 2008). Desde a tragédia que aconteceu na década de 1960, a preocupação com o uso dos medicamentos na gestação, é devido à teratogenicidade e os efeitos no desenvolvimento do feto (CAMPESATO, 2005), marcando assim o início de muita atenção na prática medicamentosa para as gestantes, a talidomida era utilizada no alivio dos enjoos da gravidez, e também foi usado por muitas pessoas de vários países, se tornou o fármaco mais popular da década, os pesquisadores descobriram que ela causou diretamente as malformações congênitas nos bebê daquela época, ausência de braços e pernas por causa da ingestão da talidomida, no início da gestação, os efeitos catastróficos marcaram a vida da sociedade para os riscos causados pelo medicamento (SILVEIRA; PARDINHO; GOMES, 2001). A talidomida foi comercializada e distribuída como uma mistura racémica de ambos enantiómeros e conhecida como "Distaval" no Reino Unido. Os médicos tinham o medicamento e 36 entregavam as mulheres ainda no início da gravidez (VARGESSON, 2009). Em todo o mundo a talidomida deixou milhares de vitimas, crianças que foram marcadas pelo seu efeito teratogênico (SILVEIRA; PARDINHO; GOMES, 2001). A talidomida ou “α-N-ftalimidoglutarimida” é uma substância química (3– ftalimidoglutarimida) derivada do ácido glutâmico que estruturalmente contém um único centro quiral e dois anéis amida, que é composto por uma forma de mistura equivalente a dos isômeros S(-) e R(-), o enantiômero S é referente aos efeitos teratogênicos da talidomida, e o enantiômero R e responsável pelas propriedades sedativas do fármaco ver na figura 6. A talidomida começou a ser comercializada no Brasil na década de 1958, por diferentes laboratórios, e em 1960 foram relatados os primeiros casos de malformações fetais no País (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2014). Figura 6 – Fórmula estrutural de enantiômeros de Talidomida e a embalagem (3- ftalimidoglutamimida). Fonte: VARGESSON, 2009. 37 5.2 Riscos da automedicação Nos primeiros três meses da gestação os riscos são maiores e estão relacionadas a malformações no feto, algumas medicações quando ingeridas podem prejudicar de varias formas o feto: Pode modificar e causar o desenvolvimento anormal ou até mesmo à morte do feto pode gerar disfunção na placenta por causa da constrição dos vasos sanguíneos e assim reduzir a troca de oxigênio e de nutrientes da mãe com o feto, os teratógenos podem causar abortamento espontâneo, retardo no crescimento intrauterino e posteriormente um retardo mental e anormalidades congênitas (GENTILE, 2014). Além disso, eles podem fazer com que os músculos do útero se contraiam com força; ferindo indiretamente o feto, reduzindo o suprimento de sangue ou desencadeando mão-de-obrae parto pré-termo (SACHDEVA; PATEL; PATEL, 2009). Os medicamentos anti-hipertensivos como Captopril, Metildopa, Nifedipino e Atenolol, apresentaram categorias risco C e D. Quando utilizados no período gestacional durante o segundo e terceiro trimestres, são os inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA) podendo causar danos ao desenvolvimento e até mesmo a morte fetal (RIBEIRO et al., 2013). São poucos os medicamentos que conseguem ser testados para esse grupo específico (grávidas), devido a grande quantidade de limitações éticas e metodológicas, o que dificulta os resultados conclusivos que garantam a eficácia e segurança nessa população (OSÓRIO-DE-CASTRO et al., 2004). A utilização de medicamentos contraindicados na gravidez expõe a gestante e o feto a riscos que podem levar a malformações em qualquer momento da gestação. Sabe-se que as malformações ocorrem em 2 a 4% dos nascimentos, mas estima-se que 15% das malformações resultem em aborto. Por tanto, o risco gerado para o feto supera qualquer tipo de benefício para a gestante. (LUNARDI-MAIA; TREVISOL; GALATO, 2014). 38 5.3 Categorias e classes farmacológicas dos medicamentos na gravidez Por causa do potencial de risco existente no uso dos medicamentos na gravidez, a Food and Drug Administration (FDA), criou cinco categorias de medicações que devem ser utilizadas pelas gestantes na qual deve está presente nas bulas dos fármacos (DEL FIOL; AVALLONE, 2005). Tendo em vista a crescente preocupação a cerca do uso dos fármacos na gravidez e os riscos para a mãe e o feto, existem algumas classificações dos medicamentos e substâncias, de acordo com o risco gerado na gravidez, dispostas em cinco categorias (BESERRA et al., 2014). CATEGORIA DE RISCO A- Refere-se a estudos clínicos controlados em mulheres e não foi encontrado risco para o feto no uso desses medicamentos (FORTES, 2015). CATEGORIA DE RISCO B- Medicamentos no qual foram realizadas pesquisas em animais que não apresentavam risco para o feto, porém não existem estudos em mulheres gravidas (FORTES, 2015). CATEGORIA DE RISCO C- Medicamentos que foram efetuados estudos em animais que demostraram efeitos adversos no feto, e também não há pesquisas relacionadas com gestantes (BESERRA et al., 2014). O beneficio no uso dos medicamentos dessa categoria devem justificar o risco para o feto (DEL FIOL; AVALLONE, 2005). CATEGORIA DE RISCO D- Existe evidencias de risco fetal, porem os benefícios para a gestante podem justificar o risco, (DEL FIOL; AVALLONE, 2005) como, por exemplo, situação de risco iminente ou para o tratamento de doenças quando o uso de outros medicamentos foi ineficaz (ROZAS, 2004). CATEGORIA DE RISCO X- Estudos com medicamentos realizados em humanos e nos animais tem mostrado que o uso causa anormalidades fetais, o risco supera qualquer tipo de beneficio, as substâncias dessa categoria são contra indicados para as gestantes (MONTEIRO, 2008). 39 Tabela 3 – Classes farmacológicas dos medicamentos e suas respectivas indicações de uso na gravidez. Classe farmacológica Medicamentos Indicação e Classificação de acordo com a FDA Antibióticos Azitromicina, Eritromicina; Categoria de risco B, sendo utilizados somente com orientação médica; Anti-inflamatórios Ácido Acetilsalicílico, Nimesulida; Categoria de risco C, apresentando um grau elevado em teratogênicas no feto; Anti-hipertensivos Captopril, Metildopa Apresentaram categoria C e D, com grau de toxicidade elevado e outros não podendo descartar a possibilidade de danos para o feto; Antianêmicos Ácido Fólico; Categoria A, o recomendado seu uso durante a gravidez. Anticoagulantes Warfarina; Categoria X, ocasionando malformações de crianças. Corticoides Prednisona Categoria B, podendo atravessar a barreira placentária e também passar para o leite materno; Diuréticos Hidroclorotiazida, Furosemida, Espironolactona; Categorias B, C e D respectivamente, com riscos e danos que podem superar os benefícios, como a inibição do parto ou da lactação; Antigases Simeticona; Categoria C, contudo não se têm informações suficientes na literatura que comprovem algum efeito teratogênico; Antifúngicos Cetoconazol; Atravessa a placenta e pode provocar problemas fetais durante o primeiro trimestre da gravidez. Recomenda-se não prescrevê-lo durante a gravidez e a lactação. Fonte: Modificado de FDA: Food And Drug Administration 2010. A prescrição do medicamento deve ser feita através do medico e com bastante cautela na gravidez, os efeitos devem ser estudados antes de prescrever o medicamento conhecer bem os efeitos secundários, os riscos e benefícios para a gravidez, informar o porquê da prescrição, o modo correto de usar, conscientizar sobre as consequências do uso indiscriminado de modo a proporcionar ao bebé um desenvolvimento e nascimento saudável (FORTES, 2015). A tabela 6 demonstra quais são as seis classes terapêuticas mais utilizadas pelas gestantes segundo a literatura brasileira (RODRIGUES, 2006). 40 Tabela 4 – O uso de medicamentos das seis classes mais utilizadas, medicamentos e modificações morfofisiológicas fetais relacionadas. Classe Terapêutica Medicamento Alterações Morfofisiológicas Analgésicos Dipirona Paracetamol Ácido acetilsalicílico HIC em prematuros, diminuição da capacidade de ligação da albumina, pequena hemorragia no RN. Antiespasmódicos Butilescolopolamina Metodopramina Taquicardia, diminuição e desaceleraçãocardiaca e letargia Antiinfecciosos e anti- sépticos ginecológicos Nistatina Metronidazol Miconazol Hidrocele e luxação congênita ( quando utilizado no inicio da gestação). Antianêmicos Sulfato Ferroso Ácido Fólico Defeitos do tubo neural (DTN) Antiácidos Sais de Cálcio Sais de Magnésio Sais de alumínio ---- Antimicrobianos Ampicilina Cefalexina Penicilina G benzatina Ciclopia (quando usado em doses elevadas). Fonte: RODRIGUES, 2006. 5.4 Medicamentos indicados no período gestacional As mulheres deveriam procurar aconselhamento médico antes de engravidar, principalmente por ser algo essencial para evitar que os riscos relacionados a agentes terapêuticos estejam presentes nessa fase que é única e de suma importância na vida da mulher, o acido fólico é um dos suplementos mais prescritos durante o planejamento da gestação, o uso desta substância ajuda a prevenir doenças do tubo neural no bebê. Por tanto o uso de qualquer medicação de ser discutido de forma transparente entre a gestante e o médico, deixando claro os riscos e os benefícios da utilização, devendo ser prescritos somente quando necessário e em pequena dosagem. Na tabela 6, este normatiza a utilização de 41 quatro medicações descritas tendo como justificativa o uso de tal medicação para promover o melhor estado físico materno-fetal (WANNMACHER, 2010). Tabela 5 – Medicamentos indicados na gestação. Medicamento Classe Terapêutica Indicações Dose Fatores de risco Ácido Fólico Vitamina. Anemia 5 mg comprimido ao dia até 14ª semana. A Sulfato Ferroso Vitamina. Anemia De acordo com Hb 300 mg 30 min antes da refeição, com suco cítrico. A Vitamina A Vitamina. Formação Óssea - A Vitamina B12 Vitamina. Anemia - A Fonte: RODRIGUES, 2006. Na gravidez a nutrição com o auxilio do ácido fólico ver na figura 7 (ácido pteroilglutâmico) vitamina do complexo B9, muitas vezes é necessária durante o primeiro trimestre da gestação minimizando “tanto o risco de ocorrência como o risco de recorrência para os defeitos do tubo neural em cerca de 50 a 70%”, (SANTOS; PEREIRA, 2007) além de também prevenir doenças cardiovasculares, (ALABURDA; SHUNDO, 2007) o ácido fólico tem um papel essencial no processo de multiplicação celular, sendo considerado indispensável o uso na gestação, érequisito fundamental para o crescimento normal, na fase reprodutiva (gestação e lactação) e na formação dos anticorpos. Por tanto a sua deficiência pode causar alterações na síntese de DNA e alterações cromossômicas (SANTOS; PEREIRA, 2007). 42 Figura 7 – Fórmula estrutural do ácido fólico. Fonte: ALABURDA; SHUNDO, 2007. 43 CONSIDERAÇÕES FINAIS A automedicação no período gestacional é um ato que acontece com frequência na sociedade e vale ressaltar que os profissionais da área da saúde são indispensáveis para fornecerem às informações necessárias as grávidas para que não coloquem em risco a saúde e o bem-estar do bebê. É notável que as alterações fisiológicas e emocionais que ocorrem durante toda a gravidez sejam elas leves ou marcantes, estão entre as mais evidentes que o corpo humano pode sofrer, gerando medos, dúvidas, angústias ou simplesmente curiosidade em relação às transformações ocorridas no organismo e no corpo materno. No período da gravidez diversas complicações que podem trazer risco materno-fetal. Por isso é de muita importância o acompanhamento do profissional de saúde para que de forma correta possa orientar, tratar e prevenir as complicações e intercorrências que possam ocorrer ao longo deste período e evitar a prática da automedicação na gestação. Os efeitos da automedicação na gestação são ainda mais graves, pois podem afetar não somente a mãe, como também a saúde e formação do feto que ainda não possui capacidade suficiente para metabolizar esses medicamentos sem causar danos ao organismo podendo causar malformações físicas, congênitas e até mesmo causar aborto. Por tanto caso a gestante possua qualquer tipo de problema de saúde, o recomendado é consultar o mais rápido possível um profissional de saúde e só usar medicamentos prescritos pelo mesmo, garantindo a saúde tanto da mãe quanto do filho. Por fim, pode-se concluir que essas informações são essenciais para a diminuição e prevenção da automedicação no período gravídico, visto que, quanto mais informações referentes aos perigos e efeitos causados pelo uso de medicamentos, mais conscientizadas sobre os riscos e consequências da automedicação na gravidez e, desde modo, pode-se minimizar os danos desse alto e assim garantir uma gravidez com mais seguranças para mãe e feto. 44 REFERÊNCIAS ALABURDA, J; SHUNDO, L. Ácido fólico e fortificação de alimentos. Revista Inst Adolfo Lutz. São Paulo, V. 66, n.2, p. 95-102, 2007. ALMEIDA, M. C.; DORES, J. RUAS, L. (Coord.). Consenso “Diabetes Gestacional”: Atualização 2017. Revista Portuguesa de Diabetes. V. 12, n.1, p. 24-38, 2017. ARRAIS, P. S. D. et al. Perfil da automedicação no Brasil. Revista de saúde Pública, São Paulo, v. 31, n. 1, p. 71-7, 1997. ARRAIS, P. S. D. et al. Prevalência e fatores determinantes do consumo de medicamentos no Município de Fortaleza, Ceará, Brasil. Cad. 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