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AMPUTAÇÕES Profª Tásia Peixoto Considerações Gerais e Etiologia das amputações AMPUTAÇÕES Derivada do Latim Ambi = ao redor de / em volta de Putatio = podar / retirar Retirada geralmente cirúrgica, total ou parcial de um membro. HISTÓRICO Evidências arqueológicas sugerem que, mesmo entre povos pré-históricos, havia um pequeno número de amputações (congênitas e traumáticas). A primeira amputação foi descrita por Hipócrates, na Grécia Antiga. Era um caso de desarticulação do joelho. Em torno do ano 100 d.C. (ligadura dos vasos na cirurgia de amputação). Na Idade Média, voltou-se a praticar a cauterização, um método bárbaro de estancar sangramentos e hemorragias com óleo fervendo ou ferro quente. HISTÓRICO A amputação provavelmente tenha sido um dos primeiros tipos de cirurgia na história da Medicina. Nas guerras haviam amputações sem anestesia. O tempo de cirurgia era fundamental. HISTÓRICO 1815 – Lisfranc Amputação do mediopé 1843 – Syme Desarticulação do tornozelo 1854 – Pirogoff Amputação de Pirogoff 1959 – PTB encaixe do tipo PTB 1980 – Pé SAFE – 1° pé dinâmico 1989 – Fillauer próteses abaixo do joelho CONSIDERAÇÕES GERAIS A amputação geralmente é temida por todos, pois traz a imagem de mutilação (alteração da imagem corporal), incapacidade, impossibilidade de trabalhar e de exercer suas atividades de vida diária. CONSIDERAÇÕES GERAIS A amputação não é como o fim de alguma coisa ou simplesmente a perda de uma membro que consequentemente irá gerar incapacidades. INCENTIVAR E DAR DEVIDA IMPORTÂNCIA AO QUE AINDA TEMOS CONSIDERAÇÕES GERAIS INDICAÇÕES INDICAÇÕES ELETIVA Indicada para pacientes de sequelas ou processos mórbidos, visando melhorar as condições de vida do paciente URGÊNCIA Indicada em casos graves, traumas, neoplasias em estágio avançado ou sepses, os quais trazem riscos de vida para o paciente. INDICAÇÕES NECROSE - Causada por Doença Vascular Periférica - Causada por Queimaduras - Causada por Congelamento CONGÊNITAS - Malformações TRAUMAS TUMORES (Osteosarcoma) INFECCIOSAS (Osteomielite) NEUROPÁTICAS CAUSAS MAIS COMUNS ENTRE AS FAIXAS ETÁRIAS Criança - Malformações Meia-idade - Traumática - Infecções Crônicas Idosos - Vasculares ETIOLOGIA Amputações Congênitas - A causa é desconhecida - Fatores genêticos e ambientais (exposições a agentes químicos, drogas, alterações cromossômicas, doenças ou síndrome, com alterações durante a terceira e a oitava semana de vida intra-uterina). - Uso da TALIDOMIDA nos anos 50 e 60 contra enjoo matinal. OBS: As crianças geralmente acostumam-se com facilidade a utilizar o membro malformado. ETIOLOGIA Amputações Infecciosas - Cada vez menos frequente devido aos avanços laboratoriais e medicamentos - Ex: Meningite Meningocócita (lesões cutâneas importante que podem causar necroses das extremidades) - Processos traumáticos e vasculares também podem levar à infecções. ETIOLOGIA Amputações Tumorais - Também têm diminído devido ao avanço no diagnóstico precoce, radioterapia, quimioterapia Amputações Traumáticas - Mais frequente no sexo masculino, adultos jovens - Geralmente é necessário uma segunda cirurgia para adaptação do coto à prótese. ETIOLOGIA Amputações Neuropáticas - Praticamente não se realiza mais deivdo ao avanço da medicina e ciências da reabilitação. - Ex: Diabetes Melilitus, Hanseníase, Polio, Espinha Bífida, Polineuropatia ETIOLOGIA Amputações Vasculares - Ainda é a principal causa de amputação de membros inferiores (DVP) principalmente quando associada ao tabagismo e diabetes. - Ex.: Arteriosclerose, insuficiência arterial, doenças arteriais,... ETIOLOGIA Amputações Vasculares (Cont.) - Pctes acima de 50 anos - Fatores de risco: tabagismo sedentarismo hipertensão arterial hipermicemia diabetes excesso de peso hiperlipidemia antecedentes familiares QUAL A IMAGEM DE UMA CIRURGIA DE AMPUTAÇÃO? MÉTODO Primeiro passo ligar artérias e veias para prevenir/minimizar a hemorragia Os músculos são retirados Só então os osso é cerrado A pele e os músculos da região amputada são rearranjados COMPLICAÇÕES Membro Fantasma Coto não adequado à protetização (cicatrizes cutâneas invaginadas ou aderentes, pele friável sob zonas de pressão, excesso ou deficiência de tecidos moles ou comprimento de coto inadequado) Encurtamentos e Aderências COTO Para Carvalho (2001) e May (1993), o membro residual de amputação é denominado coto. O coto de amputação, agora considerado como um novo membro, é o responsável pelo controle da prótese durante a posição ortostática e a deambulação. COTO Para que isso seja possível, ele deve apresentar algumas características, tais como: 1) Nível adequado: nem sempre o melhor coto é o mais longo. Para alguns níveis de amputação podemos obter resultados menos satisfatórios com a protetização e reabilitação; 2) Coto estável: a presença de deformidades nas articulações proximais ao coto pode dificultar a deambulação e a protetização; 3) Presença de um bom almofadamento; COTO 4) Bom estado da pele: coto com boa sensibilidade, sem úlceras e enxertos cutâneos facilita a reabilitação cutâneos facilita a reabilitação; 5) Ausência de neuromas terminais: para certos níveis a presença de neuromas impede o contacto e/ou descarga distal; 6) Boa circulação arterial e venosa, evitando isquemia e estase venosa; COTO 7) Boa cicatrização: as suturas devem ser efectuadas em locais apropriados conforme o nível de amputação. As cicatrizes não devem ser irregulares, hipertróficas ou apresentar aderências, retrações, deiscências e supurações; 8) Ausência de edema significativo (Carvalho, 2001). COTO As características do coto são fundamentais para o sucesso do encaixe protético Complicações: - Cicatrizes cutâneas invaginadas - Aderências - Pele Friável sob zonas de pressão - Excesso ou deficiência de tecidos moles - Comprimento inadequado do coto COTO Os novos materiais de interface e proteção do coto de amputação, atualmente disponíveis, ao permitirem uma melhor distribuição das pressões sobre zonas fragilizadas, como sejam as zonas de pele enxertadas e/ou de retalho livre com diminuição da consistência e sensibilidade, facilitam uma deambulação eficaz e pouco gasto energético. AMPUTAÇÕES Níveis de amputações e avaliação funcional de amputados NÍVEL DE AMPUTAÇÃO - MMSS Objetivos: Restaurar ou melhorar a função perdida do membro superior. Restaurar ou melhorar a simetria e o equilíbrio da massa corporal. (mecanismos de otimização energética da marcha) Proporcionar proteção ao resto do coto, suas áreas hipersensiveis ou superficies cutâneas frágeis. Informação sensitiva obtida através da pele do coto. Capacidade de encaixe e suspensão da prótese ao corpo (pressão e transporte). Capacidade de movimento, controle e interação. Permitir a ação da musculatura do coto e informação sensitiva, propiocepção, etc.... (textura, dureza, peso e características dos objetos). Esta função é mais evidente em casos de amputações bilaterais. Luvas cosméticas AVALIAÇÃO CLÍNICA • Estabilidade Proximal • Alinhamento • Posição da pinça • Pegar e Soltar • Propriocepção • Sensação • Desejos do Paciente Desarticulação de punho Boa suspensão Boa alavanca MÃO TRANSCARPAL (para cotos longos) AMPUTAÇÃO DE ANTEBRAÇO (transradial) DESARTICULAÇÃO DO COTOVELO • boa alavanca. • presença dos epicôndilos • facilita a suspensão. • uso de articulações externas. • estética comprometida AVALIAÇÃO CLÍNICA • Estabilidade Proximal • Alinhamento / Posicionamento • Pegar e Soltar • Propriocepção • Sensação• Desejos do Paciente AMPUT. ACIMA DO NÍVEL DO COTOVELO (TRANSUMERAL) AVALIAÇÃO CLÍNICA • Estabilidade Proximal • Alinhamento / Posicionamento • Pegar e Soltar • Propriocepção • Sensação • Desejos do Paciente DESARTICULAÇÃO DE OMBRO • nível de difícil protetização ausência de alavanca • raramente adaptada c/ prótese mecânica • recurso único de movimentos de escápula NÍVEL DE AMPUTAÇÃO DE MMII NÍVEL DE AMPUTAÇÃO - MMII Amputações do pé: - Desarticulação de Syme - Desarticulação de Chopart - Desarticulação de Lisfranc - Amputação Transmetatarsiana - Desarticulação Metatarsofalangeanas - Desarticulação Interfalangeanas NÍVEL DE AMPUTAÇÃO - MMII AVALIAÇÃO DA FISIOTERAPIA O exame cuidadoso de cada pessoa é uma parte integrante do atendimento fisioterapêutico. Os dados mais importantes a serem obtidos : - Informações relativas ao estado do membro residual (suas condições) - Suas funções cardiopulmonares e fisiológica geral pós-cirúrgicas - Sua habilidade de mover-se (Mobilidade) - Suas sensações sobre amputação e planos de alta. AVALIAÇÃO DA FISIOTERAPIA OBS: O fisio deve participar ainda no planejamento da alta, para assegurar a continuidade do atendimento pós-cirúrgico. Os dados são obtidos ao longo dos atendimentos, outros só podem ser obtidos até que alguma cicatrização aconteça e ainda há dados que precisam aguardar a cicatrização completa. AVALIAÇÃO INICIAL DA FISIO Dados devem conter: - Pequena revisão do prontuário - Dados da avalição: - FORÇA MUSCULAR - AMLITUDE DE MOVIMENTO - EDEMAS - ESTADO CICATRICIAL - MEDIDA DO COTO (quando possível) - SENSIBILIDADE - Estado Funcional - Mobilidade no leito - Transferências - Locomoção - Resultados Esperados (pré-alta hosp. e pós-alta hosp.) AMPLITUDE DE MOVIMENTO Específico caso a caso, porem em geral é: - ADM do membro não envolvido deve ser precoce e seguir as estimativas padrão. - ADM da articulação logo acima do membro residual deve ser feita após ter ocorrido alguma cicatrização inicial e/ou se o curativo permitir (medidas goniométricas específicas) - ADM da articulação mais proximal do membro residual deve ser feita precocemente FORÇA MUSCULAR O Teste Muscular Manual (TMM) deve ser feito precocemente em todos os outros membros não envolvidos. Já no membro envolvido normalmente precisa-se esperar até que tenha ocorrido a maior parte da cicatrização. Também os TMM devem priorizar grupos musculares específicos para cada amputação OUTROS DADOS Presença de Edemas Condição da pele e cicatriz Forma do coto (tecido redundante cônico, bulbar, cilíndrico) Sensibilidade (membro afetado e não afetado) Propiocepção articular ESTADO FUNCIONAL MOBILIDADE NO LEITO - Rolamentos - De deitado para sentado e retorno - Abdominais (MMSS) ESTADO FUNCIONAL TRANSFERÊNCIAS - Sentado para em pé - Em pé para sentado na cadeira ESTADO FUNCIONAL LOCOMOÇÃO (MMII) - Deambulação - Independente ou com auxílio FUNCIONALIDADE (MMSS) DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL PARA USO DE PRÓTESE Uma Meta primordial do período pós-cirurgico é determinar a adequação da pessoa para a protetização. NEM TODAS AS PESSOAS COM AMPUTAÇÕES SÃO CANDIDATAS PARA O USO DE UMA PRÓTESE. Não há uma regra geral!