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Processo histórico dos programas

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Processo histórico dos programas
de alimentação e nutrição no Brasil 
· Tiveram seu início na década de 1930:
 alimentação essencial garantida pelo salário mínimo
insuficiente alimentação adequada para os trabalhadores
· Criação do Serviço de Alimentação e Previdência Social (SAPS) em 1940:
baratear o preço dos alimentos
restaurantes trabalhadores
· 1945: Comissão Nacional de Alimentação (CNA):
 estudar e propor normas política nacional de alimentação
· 1952: Plano Nacional de Alimentação:
 atenção a nutrição materno-infantil
 programa da Merenda Escolar (origem ao PNAE – Programa Nacional
de Alimentação Escolar)
 assistência ao trabalhador
* desnutrição: problema de saúde pública
* não trabalhava a causa da desnutrição: fome
· 1972: criação do Instituto Nacional de Alimentação e Nutrição (INAN):
 formular a Política Nacional de Alimentação
 elaborar o Programa Nacional de Alimentação e Nutrição (PRONAN)
• PRONAN I (curta duração)
• PRONAN II (corrigir problemas de alimentação e nutrição; identificar causas desses problemas extinto em 1989) * ações de nutrição  rede pública saúde/educação/assistência social
• PRONAN III (não implantado)
· Década de 80:
Continuidade das ações de assistência alimentar e nutricional
 PSA – PNIAM – PNLCC
· 1990: Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN):
Informações detecção – descrição – análise problemas nutricionais e alimentares
 Distribuição geográfica – grupos sociais de risco prevenção e correção
· 1990 – 1992: uso dos estoques de alimentos do governo:
 Programas Gente da Gente I e II NE atingido pela seca
· 1993 – 1996: combate a fome:
 Mapa da Fome (1993) elaboração inicial da Política de Segurança
Alimentar existência de 32 milhões de indigentes no país grande movimento organizado pela sociedade civil
liderado pelo sociólogo Herbert de Souza (Betinho)
“Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e Pela Vida”
· 1993: criado o Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA):
 elaboração do Plano de Combate a Fome e a Miséria geração de emprego e renda democratização da terra combate a desnutrição materno-infantil descentralização e fortalecimento do PNAE criação de novos programas de alimentação e nutrição reforçar a atuação do INAN
· 1994: I Conferência Nacional de Segurança Alimentar organizada pelo CONSEA
· 1994: CONSEA desativado Programa Comunidade Solidária em 1995
· 1997: INAN extinto
ações por ele desenvolvidas redistribuídas no MS
criada Coordenação Geral de Políticas de Alimentação
e Nutrição (CGPAN)
· 1999: aprovada Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) coordenação da CGPAN
 compromisso do MS combater:
• escassez alimentar
• pobreza
• alimentação inadequada
• excessos alimentares
7 diretrizes que orientam as ações para alcance destes objetivos:
· – Qualidade dos alimentos
· – Práticas alimentares saudáveis
· – Prevenção/combate distúrbios nutricionais
· – Relações inter setoriais  acesso universal aos alimentos
– participação de várias pessoas, instituições governamentais e não
Governamentais
· 2003: reativação do CONSEA Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional:
· 2003: criado Programa Fome Zero (estratégia do Governo Federal):
– Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a Fome
– Ministério de Desenvolvimento Agrário
– Ministério da Saúde
– Ministério da Educação
– Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
– Ministério do Trabalho e Emprego
– Ministério da Integração Nacional
– Ministério da Fazenda
– Ministério do Planejamento
· O Programa Fome Zero trabalha com 4 tipos de enfoques diferentes:
1) ampliação do acesso aos alimentos
2) fortalecimento da agricultura familiar
3) geração de renda
4) articulação, mobilização e controle social assegurar o Direito Humano a Alimentação Adequada a todas as pessoas, especialmente aquelas com dificuldades de acesso aos alimentos.
· 2006: Aprovação da Lei Orgânica para Segurança Alimentar e Nutricional (LOSAN)
· 2011: aprovada nova versão da PNAN:
 articulada com o Plano Nacional de Saúde e Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional  elo entre SUS e Sistema de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN)
– 7 9 diretrizes: + organização da Atenção Nutricional + Participação e Controle Social
• 2019: CONSEA:
• Passa de órgão de assessoramento da Presidência para competência do Ministério da Cidadania
• Medida Provisória no 870, de 1o de janeiro de 2019 extinguiu o Consea?
– não traz um dispositivo determinando a extinção do colegiado
– ainda estão em vigor a Lei do SISAN, que menciona o Consea em alguns artigos, e o Decreto no 6.272, de 23 de novembro de 2007, que dispõe sobre o funcionamento do colegiado.
Fome, insegurança alimentar e
desnutrição no Brasil e no mundo
Segurança alimentar: acesso aos alimentos (qualidade/quantidades); Sem comprometer outras necessidades essenciais;Com práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural; Que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis. 
O que compromete a SAN é a insegurança alimentar.
 INSEGURANÇA ALIMENTAR:Comprometimento do acesso regular e permanente dos alimentos de qualidade, em quantidades suficientes, a fim de garantir a sobrevivência do indivíduo sem interferir em outras necessidades essenciais.
1. Leve: incerteza quanto ao acesso aos alimentos no futuro;
2. Moderada: Baixa quantidade dos alimentos para os adultos;
3. Grave: Baixa quantidade dos alimentos para as crianças e demais membros da família, seguido da presença de fome.
· experiência do mal estar físico do estômago vazio;
· falta de acesso físico a alimentossuficientes para suprir as necessidades dos indivíduos;
· ansiedade e desgaste psicológico;
· preocupação e medo de sofrer fome no futuro próximo;
· comprometimento da qualidade nutricional adequada da alimentação.
 FOME: Mal-estar físico do estômago vazio causado pela ausência de alimento e decorrente da ingestão inadequada de energia.
• experiência do mal estar físico do estômago vazio;
• falta de acesso físico a alimentos suficientes para suprir as necessidades
dos indivíduos.
FOME AGUDA:fome que ocorre por curto período.
FOME CRÔNICA: fome permanente,ocorre quando a alimentação diária não
fornece energia suficiente ao indivíduo para a manutenção do seu organismo e
para o desempenho de suas atividades cotidianas. + significativa do ponto de vista nutricional.
 DESNUTRIÇÃO: Doença causada por deficiências nutricionais descritas conforme parâmetro e índice utilizados na classificação nutricional.
· Manifestação grave de carência alimentar;
· Distúrbios que interferem na ingestão, metabolismo ou absorção de nutrientes;
· Condições fisiológicas causadas por deficiências ou desequilíbrio de energia, proteína e/ou outros nutriente;
· Doença que pode ser evidenciadas em exames clínicos e laboratoriais.
DESNUTRIÇÃO PRIMÁRIA:
• inadequação no consumo dietético;
• sem outro fator interferindo.
DESNUTRIÇÃO SECUNDÁRIA:
• existem fatores que interferem na utilização normal dos nutrientes;
• está presente mesmo na vigência de um consumo alimentar adequado.
DESNUTRIÇÃO: condição causada por deficiências nutricionais.
SUBNUTRIÇÃO: consumo inadequado prolongado de energia para suprir as necessidades.
A fome, desnutrição e insegurança alimentar são termos distintos ao conceito de segurança alimentar, mas a ela associados. De que forma esses termos se relacionam?
Segurança Alimentar e Nutricional
Direitos Humanos
• são direitos que os seres humanos possuem, única e exclusivamente, por terem nascido e serem da espécie humana.
• atributos: universais, indivisíveis, independentes e inter-relacionados
• requisitos mínimos para se ter uma vida digna: - acesso a água e alimentos - moradia - saúde - trabalho- respeito - educação - igualdade - segurança – liberdade. 
Revolução Francesa: “Liberdade, igualdade e fraternidade”, fim de privilégios dos sistemas absolutista e feudalista → poder para camponeses e trabalhadores pobres. Noção de liberdade do homem e de direitos sociais ratificada em 1789 pela Declaração dos Direitos do Homeme do Cidadão.
II Guerra Mundial: No pós-guerra alguns países reconheceram a importância de criarem organismos e mecanismos legais internacionais de proteção à dignidade humana
1945: criação da Organização das Nações Unidas (ONU)
 1948: aprovada Declaração Universal dos Direitos Humanos “art. 1°. Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade.”
O conceito de DH está em permanente evolução, devido mudanças: costumes e valores; regras de convivência e as necessidades dos povos; visão de vida justa e digna.
Conceito básico DHAA: “(...) um direito humano inerente a todas as pessoas de ter acesso regular, permanente e irrestrito, quer diretamente ou por meio de aquisições financeiras, a alimentos seguros e saudáveis, em quantidade e qualidade adequadas e suficiente, correspondentes às tradições culturais do seu povo e que garantam uma vida livre do medo, digna e plena nas dimensões física e mental, individual e coletiva. Portanto, se realiza quando todo homem, mulher e criança, sozinho ou em comunidade com outros, tem acesso físico e econômico, ininterruptamente, a uma alimentação adequada ou aos meios necessários para sua obtenção.”
• DHAA → 2 dimensões: estar livre da fome e ter uma alimentação adequada.
1990:Forte movimento em direção à reafirmação do DHAA, conforme previsto na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948) e no Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – PIDESC (1966)
 A Conferência Internacional de Direitos Humanos (Viena, 1993), juntamente com a Cúpula Mundial da Alimentação (Roma, 1996) papel fundamental do DHAA → garantia da SAN.
SAN começa a ser entendida como uma possível estratégia para garantir o DHAA a todos.
BRASIL: 
· “Josué de Castro (1933 - 1973)”, ver que a fome:
* violação de um direito humano
* fruto de uma sociedade injusta
* determinantes da fome: esfera biológica → esfera política, econômica e social
* problemas alimentares e nutricionais
laboratórios das universidades → locais em que se formulam políticas públicas
→ 1970 – 1980:
- programas assistencialistas e compensatórios → desfecho da fome e da pobreza
- distribuição de alimentos básicos, industrializados ou “formulados” para população biológica e socialmente vulnerável
→ 1990:
- ampla mobilização social → liderada por Herbert de Souza, o Betinho - Campanha Nacional “contra a fome e a miséria e pela vida”- sociedade/governo/setores privados → enfrentamento da fome/pobreza.
Considerando que a Carta das Nações Unidas impõe aos Estados a obrigação de promover o respeito universal e efetivo dos direitos e das liberdades do homem:
→ DECRETO no 591 (Brasil, 1992) Atos Internacionais. Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Promulgação.
→ 2003:
- recriação do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (CONSEA)
- retoma debate SAN → direito humano
- articulações intersetores → alcance pleno e sustentável da realização do DHAA.
→ 2006:
- Lei 11.346, 15 set 2006 → LOSAN
- cria o SISAN → assegurar DHAA
→ 2010:
• DHAA assegurado entre os direitos sociais da Constituição Federal
- Congresso Nacional aprova EC n°64
- revisão da ação do Estado em relação às políticas de SAN (direito de ser “titular” e não “beneficiário”)
- Constituição Federal, Capítulo II – Dos Direitos Sociais, rege:
“Art. 6° – São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Artigo com redação dada pela Emenda Constitucional no26, de 2000; Artigo com nova redação dada pela Emenda Constitucional no64, de 2010).”
- alimento como direto humano reaquece o debate relacionado:
* privação alimentar
* consequência da má qualidade do alimento (obesidade/diabetes/hipertensão/dislipidemia/câncer)
Conferência Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional:
❖ Participação popular
❖ Analisando a linha do tempo das Conferências Nacionais de SAN já realizadas e seus respectivos temas, fica evidente como a participação social foi decisiva no processo de formulação e aprovação da LOSAN.
Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional CONSEA - Decreto no6.272/2007
❖Competências:
- Convocar e organizar a Conferência Nacional de SAN
- Definir os parâmetros de composição, organização e funcionamento da Conferência
- Articular, acompanhar e monitorar (em colaboração com integrantes do SISAN)
· implementação e convergência das ações inerentes à Política e ao Plano Nacional de SAN
· critérios e procedimentos de adesão ao SISAN
- Manter diálogo permanente com CAISAN → proposição das diretrizes e prioridades da Política e do Plano Nacional de SAN (requisitos orçamentários para sua consecução)
Câmara Interministerial de Segurança Alimentar e Nutricional CAISAN - Decreto no6.273/2007
❖ Cria, no âmbito SISAN, a CAISAN → instância que permite a articulação entre todos os setores responsáveis pela realização do DHAA e da garantia da SAN, na esfera federal
❖ Está sob responsabilidade do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (atualmente Ministério da Cidadania) → coordena a agenda da SAN no âmbito do governo federal
❖ Competências
- Elaborar, coordenar, avaliar e monitorar:
1. Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PNSAN) 
2. Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (PLANSAN)
- Fazer a interlocução permanente entre o CONSEA e os órgãos de execução
- Acompanhar as propostas do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias e do orçamento anual.

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