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TRAB GEOSSINTÉTICOS_ MARCELO

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MARCELO PEREIRA COMPANHONI 
 
 
 
 
 
 
 
GEOSSINTÉTICOS: 
MANTA BIDIM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá 
2019 
 
 
 
 
MARCELO PEREIRA COMPANHONI 
 
 
 
 
 
GEOSSINTÉTICOS: 
MANTA BIDIM 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho da Disciplina de Mecânica dos solos II 
apresentado ao Curso de Engenharia Civil da 
UNIC de Cuiabá. 
 
 
 Professora: Maria Aparecida Domingues 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá 
2019 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 3 
2. GEOSSINTÉTICOS ................................................................................................ 4 
2.2 OS GEOTÊXTEIS ................................................................................................. 6 
2.2 MANTA BIDIN ....................................................................................................... 7 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 10 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Em obras de construção civil, a investigação geotécnica do subsolo é a 
primeira etapa a ser dada antes de o projeto ser realizado, já que todas as obras se 
assentam sobre um terreno e demandam que o comportamento do solo seja 
estimado e por meio de um programa de investigação geotécnica apropriada se 
pode garantir a avaliação de muitos problemas. O objetivo da classificação dos 
solos, no âmbito de engenharia, é poder considerar seu provável comportamento ou 
orientar o programa de investigação preciso para admitir a correta análise de um 
problema. Os solos moles exibem pouca capacidade de carga, baixa permeabilidade 
e elevada compressibilidade. E quando solicitados por aterros, podem apresentar 
recalque e instabilidade. 
Ainda que as obras em solos moles tenham se tornado frequentes, é 
necessário destacar que alguns problemas de âmbito técnico ainda podem ser 
evidenciados. Como a dificuldade de estabilizar os aterros logo que a construção é 
terminada pela falta de capacidade de suporte do solo. Outro entrave é sobre ao 
recalque sofrido pelos aterros ao decorrer dos anos derivado do adensamento dos 
solos de fundação. E para isso, é necessário executar técnicas para o reforço 
desses solos moles, como os geossintéticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. GEOSSINTÉTICOS 
 
Segundo a Associação Brasileira de Geossintéticos - ABG (2014), os 
geossintéticos podem ser estimados como produtos industrializados onde pelo 
menos um de seus elementos é formado a partir de polímero sintético ou natural. 
Seu formato apresenta características similares a um manto tira, ou estrutura 
tridimensional, e são usados em contato com o solo ou com outros materiais em 
aplicabilidade na engenharia civil e geotécnica e ambiental. 
Dias (2014) destaca que os geossintéticos têm sido empregados para solução 
de variados problemas nas áreas de geotecnia, estradas, estruturas, hidráulica, 
entre outros. O autor define-os como materiais parecidos com tecido e feitos de 
polímeros, como poliéster, polietileno, polipropileno, náilon, etc. Já Vertematti (2004) 
conceitua estes produtos de origem sintética, industrializados e idealizados para uso 
em obras de engenharia geotécnica, ambiental, hidráulica e viária. 
Segundo Dias (2014), estes são materiais semelhantes ao tecido e 
produzidos de polímeros (poliéster, polietileno, PVC, náilon, etc). estes são produtos 
de origem sintética, sobretudo concebidos para uso em obras de engenharia 
geotécnica, ambiental, hidráulica e viária. Os geossintéticos como produtos 
poliméricos e industrializados. 
Palmeira (2009) revela que seu uso está associado a fatores de economia e 
praticidade, além de estarem disponíveis em inúmeras configurações que se 
adequam a qualquer condição. Ainda segundo o autor, estes promovem benefícios 
para o reforço, como a distribuição de tensões mais propícia para o solo mole, a 
aceleração do processo de adensamento, se o reforço for drenante, inserção de 
taludes mais íngremes e elevação do coeficiente de segurança. 
O uso de geossintéticos em obras geotécnicas tem sido cada vez maior. Os 
geossintéticos têm sido empregados em substituição aos materiais construtivos 
tradicionais e como reforço dos materiais naturais (KOEMER, 2008). Em uma 
específica aplicação, um geossintético pode atuar de inúmeras funções de forma 
simultânea. Dessa maneira, o autor revela que para um dimensionamento correto de 
uma obra geotécnica se faz indispensável determinar quais são as funções 
exercidas pelo geossintético e hierarquizá-las. 
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Segundo Koemer (2008), um parâmetro a ser destacado nos geossintéticos é 
o princípio de equivalência das funções. Ouse já, ao substituir um material natural 
(solo, areia, brita, etc) é necessário que o mesmo cumpra as mesmas funções em 
termos de durabilidade, permeabilidade, deformabilidade e resistência. Assim, se 
pode determinar as características que o geossintético necessita ter para exercer de 
forma apropriada as funções almejadas. Quadro 1 exibe as aplicações de diversos 
tipos de geossintéticos: 
 
Quadro 1 - Aplicações de diversos tipos de geossintéticos 
 
 Fonte: Koemer (2008) 
 
Pela sua gama de aplicações, Garcez (2009) destaca que o mesmo 
geossintético pode proporcionar diversas funções ou ser simultaneamente 
empregado com outros produtos geossintéticos, o que caracteriza um grupo 
denominado de geocompostos. 
Palmeira (2009) destaca que as vantagens da presença desse reforço são a 
distribuição de tensões mais favorável para o solo mole, agilidade no processo de 
adensamento, caso o reforço seja drenante, efetivação de taludes mais íngremes e 
elevação do fator de segurança. O autor ainda menciona que estes, podem atuar de 
modo simultâneo junto a colunas de brita, estacas, aterros leves e outras técnicas. 
A NBR 10.318 (ABNT, 2013) afirma que as funções mais relevantes dos 
geossintéticos são: (a) Impermeabilização: que é o bloqueio ou desvio de fluidos; (b) 
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Drenagem: é a coleta e condução de fluido pelo corpo de um geossintético; (c) 
Controle de erosão superficial: consiste na prevenção de erosão superficial de 
partículas de solo, em virtude do escoamento superficial de um fluido. 
Podem operar de forma simultânea com colunas de brita, estacas, aterros 
leves e outras técnicas. Segundo Bueno (2004), com uma classificação com 
variados tipos de geossintéticos, os mais relevantes empregados em solos e que 
agem como reforço são os geotêxteis, geogrelhas e geocélulas. Webster (2003) 
acrescenta que os geossintéticos têm sido usados para solução de problemas no 
âmbito da engenharia civil nos setores de geotecnia, estradas, estruturas, hidráulica 
e saneamento. 
Conforme explica a ABNT 12553 (ABNT, 2013), os polímeros usados na 
produção dos geossintéticos influenciam na sua performance como reforço. E as 
suas características dos geossintéticos os transformam em aliados dos geotécnicos 
na solução ou prevenção de problemas ambientais. Os geossintéticos mais 
empregados em aterros de solos moles são as geogrelhas, geomalhas e os 
geotêxteis. 
 
2.2 OS GEOTÊXTEIS 
 
Ehrlich e Becker (2009) destacam que estes são materiais têxteis 
bidimensionais permeáveis que, em virtude da distribuição das fibras, podem ser 
tecidos, com filamentos alocados em dois sentidos ortogonais. Ou não tecidos, com 
fibras espalhadas de forma aleatória, os quais são conexos por procedimentos 
mecânicos, térmicos ou químicos. A Figura 1 mostra um exemplo de aplicação 
Geotêxteis em uma aplicação urbana: 
 
Figura 1 – Exemplo de Geotêxteis 
 
 Fonte: Koemer (2008) 
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O geotêxtil consiste em um produto de engenharia que precisa ser 
especificado pelo projetista para cumprircom situação determinada da obra. O 
modelo do material é definido conforme sua resistência e no qual o mercado oferece 
resistências que variam entre 7N/m e 48kN/m (EHRLICH; BECKER, 2009). Para 
estabelecer a resistência, são utilizados métodos de cálculo específicos para cada 
tipo de adoção e o dimensionamento precisa ser realizado por projetista. Sendo que 
o material exibe alta resistência à tração, pouca deformação na ruptura e baixa 
suscetibilidade à fluência. Para solos moles são recomendados tecidos de PET 
(Poliéster) ou PVA (Álcool de Polivinila). 
 
2.2 MANTA BIDIN 
 
Segundo Dias (2014), a Manta Geotêxtil, fabricada em 100% Poliéster e com 
padrão de qualidade ISO 9001, possui propriedades físicas, hidráulicas e mecânicas 
que garantem durabilidade e qualidade à sua obra. Utilizado para drenagem, 
filtração, separação, proteção e reforço, a Manta Geotêxtil apresenta elevada 
resistência à tração e porosidade, a sua suscetibilidade a fluência é baixa 
suscetibilidade e é imputrescível. 
Ainda para Dias (2014), o geotêxtil tecido é composto pelo entrelaçamento 
perpendicular de filamentos contínuos (ou fibras), de forma a constituir um plano. A 
resistência do material a ser aplicado, a abertura da malha e seu revestimento são 
adotados de acordo com a função a ser desempenhada. Na maioria dos casos é 
fabricado com 100% de polipropileno. 
Conforme cita Bueno (2004), esse material é comumente utilizado em: 
controle de erosão em margens de rios e encostas vegetadas; drenagem 
subterrânea; revestimento de reservatórios. Suas principais características são: 
resistência à tração elevada; baixa deformação; boa permeabilidade; resistente a 
ataques químicos. 
Bueno (2004) acrescenta que o geotêxtil não tecido é composto por 
filamentos contínuos interligados por agulhagem. São fabricados pelo processo de 
extrusão. Devido ao seu processo de fabricação, este material possui ótima 
resistência à tração, ao rasgo e à punção. Na maioria dos casos é fabricado com 
100% de poliéster. 
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Dias (2014) destaca que esse material, é comumente utilizado em: 
estabilização de subleito; recapeamento de rodovias com pavimento asfáltico; 
reforço de muros e taludes; reforço em aterros de solo mole; ampla utilização em 
drenagem e filtragem; como proteção de geomembrana. Suas principais 
características são: baixo consumo de materiais granulares; maior resistência à 
ruptura; facilidade e rapidez na execução; baixo custo de implantação; excelente 
resistência à tração, rasgo e punção. 
A manta geotêxtil pode ser aplicada de diversas formas a fim de atender à 
diferentes necessidades. As principais funções deste material são: Filtragem: Tem a 
função de filtrar quando é utilizada com intuito de reter o solo, ou qualquer outra 
partícula sólida, em um determinado fluxo de líquido pela manta. Exerce esta função 
quando utilizado no lugar de filtros granulares na construção de gabiões ou 
trincheiras drenantes; Drenagem: Também tem a capacidade de drenar, quando 
utilizada para recolher e transportar a água pluvial ou subterrânea. Pode ser utilizada 
como interceptor de fluxo horizonta, dreno de líquidos e gases e entre geo 
membranas de aterros sanitários. 
Separação: Funciona como uma barreira flexível para materiais de 
características diferentes. É utilizado em rodovias e aeroportos na separação de sub 
leito e base granular. Em ferrovias é utilizado para separar o sub leito do lastro. A 
vantagem é que esta separação garante a preservação das características de cada 
camada de material; Reforço: Pode ser utilizada como reforço do solo, a fim de 
aumentar a capacidade de suporte do solo. A manta geotêxtil confere ao meio ao 
qual é inserida características que faltavam, como a resistência à tração. É adotada 
sobre solos moles em estradas, pavimentos, aterros e paredes reforçadas (BIDIM, 
2011). 
Proteção: É também utilizada como proteção e outros elementos 
geossintéticos. Pode ser adotada como proteção das membranas geossintéticas de 
PEAD; Recuperação de pavimento: Outra funcionalidade é sua utilização na 
recuperação de pavimentos. A manta é utilizada entre o antigo e o novo pavimento. 
Confere maior vida útil ao novo pavimento, pois retarda o processo de abertura de 
fissuras; Absorção acústica: Uma funcionalidade que foge do convencional, pois não 
está relacionada com a parte geotécnica. Pode ser utilizada para a absorção 
acústica em coberturas com telhas metálicas, a manta geotêxtil é fixada no fundo 
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das telhas metálicas com cola específica (EHRLICH; BECKER, 2009). Como se 
pode ver, a manta geotêxtil é um material com diversas funcionalidades. Por ser 
simples e prático de aplicar pode ser utilizado em grandes obras ou em pequenas 
construções. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
 
ABG. Associação brasileira de geossintéticos. Solos Moles. 2015. Disponível em: 
<http://igsbrasil.org.br/os-geossinteticos>. Acesso em: 88 out. 2019. 
 
ABNT. NBR 10318: Geossintéticos – Ensaio de tração de emendas pelo método da 
faixa larga. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. 
 
______. NBR 12553: Geossintéticos – Terminologia. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. 
 
BIDIM. Reforço de aterro sobre solo mole com geossintéticos: Comportamento 
ao longo do tempo. Departamento Técnico Bidim, São José dos Campos, 2011. 
 
BUENO, B. Propriedades. Especificações. Ensaios, in: Anais do 4º Simpósio 
Brasileiro de Geossintéticos, p. 163-176, Porto Alegre, 2004. 
 
DIAS, B. Fundamentos de engenharia geotécnica, 7 Ed. São Paulo: Cegage 
Learning, 2014. 
 
EHRLICH, M; BECKER, L. Muros e taludes de solo reforçado: projeto e 
execução. 1ª ed. Rio de Janeiro: Oficina de Textos, 2009. 
 
GARCEZ, G. Aplicação de geossintéticos como reforço de bases em obras 
viárias. Dissertação (Mestrado em Ciências) – Curso de Pós-Graduação em 
Engenharia de Infraestrutura Aeronáutica, Instituto Tecnológico de Aeronáutica, São 
José dos Campos, 2009. 
 
KOERNER, R. Projetando com geossintéticos. 4 ed. Upper Saddle River: 
Prentice-Hall, 2008. 
 
PALMEIRA, E. Aterros Reforçados com Geossintéticos Sobre Solos Moles. In: 
Geossintéticos’ 99, v.2, Rio de Janeiro, RJ, Brasil, 2009. 
 
VERTEMATTI, J. Aplicações em reforço de solos. Manual brasileiro de 
geossintéticos. São Paulo: Edgard Blucher, 2004.

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