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ARTIGO ERLAN GEOGRAFIA CULTURAL

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10
UCAM – UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES
ANTONIO ERLAN MEDEIROS DE SOUSA
ABORGEM SOBRE O ENSINO DA GEOGRAFIA CULTURAL NO ENSINO MÉDIO
CROATÁ – CE
2020
ANTONIO ERLAN MEDEIROS DE SOUSA
ABORGEM SOBRE O ENSINO DA GEOGRAFIA CULTURAL NO ENSINO MÉDIO
Artigo Científico Apresentado à Universidade Candido Mendes - UCAM, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista no Ensino de Geografia.
CROATÁ – CE
2020
ABORGEM SOBRE O ENSINO DA GEOGRAFIA CULTURAL NO ENSINO MÉDIO
Antonio Erlan Medeiros de Sousa
RESUMO 
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma abordagem sobre geografia cultural apresentando a evolução dos conhecimentos geográficos desde o momento em que a geografia começou a ser tratada como ciência até o momento atual. Faz-se necessário enfatizar o ensino da geografia em seus aspectos humanos observando as sociedades atuais impregnadas em um sistema capitalista com uma cultura de exploração extrema dos recursos naturais do planeta. Pouco se observa a participação da escola de forma ativa preparando os alunos nas aulas de geografia para enfrentarem as novas realidades e desafios da sociedade moderna deixando-se em segundo plano o respeito as diferenças culturais e a conservação do maio ambiente. Conclui-se que o ensino de geografia ainda precisa melhorar pois realizar estudos das diferenças culturais tomando como ponto de partida a disciplina de geografia ainda é vista pelos alunos com algo fora dos padrões. 
Palavras-chaves: Geografia Cultural. Abordagem cultural. Ensino de geografia.
Introdução
O ensino de geografia humana não se desenvolve de forma interessante aos alunos por se tratar de conteúdos distantes do campo de compreensão dos alunos e de suas realidades. Destacam-se o ensino de forma superficial, pois os professores percebem que os alunos não se interessam pelos conteúdos e por esse motivo os professores não se sentem motivados em se atualizarem nos processos de ensino da Geografia como ciência e disciplina que compõem o currículo do ensino básico. 
Muitos desses problemas citados instigaram os estudos geográficos para a observação dos processos que então ocorriam no mundo como a revolução técnico–científica a globalização e os mercados globais cada vez mais aquecidas. As grandes marcas de empresas transnacionais e os acordos econômicos feitos entre os países mais poderosos fizerem mudanças que atingiram uma magnitude global. Via-se então os estudos geográfico ganharem um novo significado se redefinindo agora como ciência econômica e sociocultural aplicada ao espaço geográfico observando-se as mudanças repentinas que ocorriam no mundo sobre todos os sistemas sejam eles físicos ou biológicos da superfície terrestre causadas pela intensa força que a ação humana exerce sobre eles.
Diante desses dados busca se compreender os processos humanos e socioculturais das populações mundiais e locais procurando estudar o cultural partindo do ponto de vista local para o global e as influências causadas pelos fatores externos como a expansão do sistema de produção capitalista e dos meios de transportes e comunicação que monopolizam uma cultura padrão e impõem às mais diversas particularidades regionais uma cultura global onde o ponto central de interesse é o consumo e o lucro das grandes potencias fazendo com que muitos costumes populares das localidades, vilas e aldeias que até pouco tempo ainda permaneciam inalterados, hoje já se pode observar essas povos aderindo aos “processos civilizatórios”.
O objetivo geral desta pesquisa é objetivo fazer uma abordagem sobre geografia cultural apresentando a evolução dos conhecimentos geográficos desde o momento em que a geografia começou a ser tratada como ciência até o momento atual.
A metodologia deste trabalho deu-se através de uma revisão na literatura especializada, como livros e trabalhos acadêmicos. 
Dentre os autores pesquisados, tem-se: PCNs (1998); Bonnemaison (2001) que discorre sobre a geografia cultural; Christofoletti (1985); Claval (2012); Corrêa (2011); Costa e Rocha (2010); Laraia (2001); Zanata (2007).
Desenvolvimento
Ao se observar o espaço natural com seus fenômenos que imperaram na terra desde o inicio de sua existência a 4.6 bilhões de anos atrás até o surgimento da vida e mais precisamente no momento em que a espécie humana começou a dominar a terra, também começou a fazer mais modificações esculturais em sua superfície com a mesma intensidade como as que até então ocorriam de forma natural. As preocupações com as alterações que o ser humano vem fazendo na superfície da Terra só realmente se tornaram preocupantes após as 1ª Revolução Industrial com a exploração dos recursos naturais e a degradação do meio ambiente de forma mais intensa, o que começou a chamar atenção dos estudiosos das ciências geográficas.
A geografia como disciplina começou a ser pensada e repensada ao longo de mais de dois séculos o que pode ser visto como algo recente mas o fato é que pode se dizer que uma das primeiras habilidades culturais que o ser humano desenvolveu depois do aprimoramento de suas linguagens foi a capacidade de transcrever mapas e a fazer suas localizações no espaço, e a dessa forma produzir cultura.
No momento em que o ser humano começou sua jornada saindo do continente africano e se estabelecendo e em grupos de indivíduos criando os primeiros povoamentos nas diversas áreas do planeta, foi encontrando pela frente realidades ambientais e climáticas típicos de cada local. Nesse processo iniciava-se a criação e a transformação de comportamentos culturais ao mesmo tempo em que o grupo ia se multiplicando chocavam se com culturas de outros povos e criavam-se novos comportamentos em um ciclo dinâmico e constante de transformação durante todo o processo de histórico.
Por tanto os conhecimentos sobre geografia ainda não científicos remontam as primeiras formações aldeãs das raças humanas mas nunca se havia pensando o ser humano como ser transformador do espaço até o século XVII.
Porem tal conhecimento cultural passou por um longo debate já nos XIX a respeitos dos objetos de estudos desta ciência até chegarem a conclusões sobre os conceitos chaves da geografia como: paisagem, lugar, território, espaço e região. Estando interligados por um fator comum a todos sendo a interação social e a ação do homem realizando trabalho e alterando os espaços. Dessa forma as concepções de cultural deixam de serem diversas não tendo um único objeto central, mas inúmeras realidades especificas ou globais inerentes aos espaços terrestres.
Em se tratando de geografia cultural, ela abrange aspectos que examinam a grandeza espacial das culturas tendo em foco o estudo das concentrações populacionais adaptadas aos diferentes espaços geográficos e as relações de troca e interações que o ser humano realiza com o meio ambiente de forma a adaptar seus costumes e hábitos de acordo com sua relação com o meio em que se encontra, mas também com a capacidade de transformar os espaços a sua volta.
Segundo Laraia, o termo Cultura foi empregado inicialmente na historia do processo evolutivo das ciências sociais por Edward Tylor que fez a junção da palavra germânica Kultur com a palavra francesa Civilization:
Ambos os termos foram sintetizados por Edward Tylor (1832-1917) no vocábulo inglês Culture, que "tomado em seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos, crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade (LARAIA, 2001, p. 14)
Nessa definição observa-se um desligamento eliminar certas ligações que eventualmente pudessem existir com relação à cultura de um povo pudesse ter com relação ao determinismo biológico ou geográfico que até então se discutia, uma vez que foi comprovado por antropólogos da época que essa ligação deveria ser desconsidera pois com relação ao determinismo geográfico, diferentes comportamentos culturas podem estar compartilhando o mesmo ambiente climático ou geomorfológico que irão se comportar de formas diferenciadas semserem obrigas a terem os mesmos comportamentos por estarem inseridas no mesmo espaço físico.
Então o que se entende por cultura nos tempos atuais foi primeira mente formalizada por Tylor onde primordialmente empregou a definição de cultura para indicar tudo o que o ser humano é capaz de aprender e de reproduzir ou transmitir uns aos outros como forma de melhor sobreviver ou de se adaptar ao meio em que vivem.
Depois de Friedrich Ratzel na Alemanhã e Paul Vidal de La Blache na França, principais nomes precursores das discussões sobre geografia humana e pioneiros nos estudos científicos de geografia cultural vem o geógrafo norte-americano Carl Sauer destacar em sua obra The Morphology of Landscape cultural, as forças transformadoras que agem sobre os lugares através das sociedades e das culturas fazendo referencia sobre o papel,
A discussão sobre a dimensão cultural da paisagem estendeu-se aos Estados Unidos no início do século XX e adquiriu expressividade a partir de 1925, ano em que Carl Ortwin Sauer (1889-1975) definiu a paisagem geográfica como resultado da ação da cultura, ao longo do tempo, sobre a paisagem natural( ZANATA, 2007, p. 15).
Conforme Ducan (2003, p.81) citado por Zanata, Sauer concebia a cultura 
[...] como uma entidade supra-orgânica, com suas próprias leis, pairando sobre os indivíduos, considerados como mensageiros da cultura, sem autonomia. A cultura era assim, concebida como algo exterior aos indivíduos de um grupo social; sua internalização se faz por mecanismos de condicionamento, gerador de hábitos, entendidos como cultura.[...] nesta visão não havia conflitos, predominando o consenso e a homogeneidade cultural.
Porem a partir da década de 70 os estudos sobre a temática geografia cultural liderados por Paul Claval, fundamentado na Escola Francesa de Geografia toma novos rumos e começa a sintetizar melhor as concepções de cultura e suas ligações com o espaço geográfico uma vez que é um tema sujeito a muitas condicionantes.
O tema cultura possui um campo bem vasto de concepções uma vez que esta intimamente ligada a dinâmica social dos povos adaptados a diferentes espaços geográficos no mundo, mas Claval (2012, p. 21) descreve basicamente três concepções:
Numa primeira concepção, a cultura aparece como um conjunto de práticas, de savoir-faire ou know hows, de conhecimentos e de valores que cada um recebe e adapta a situações evolutivas (...). Numa segunda concepção a cultura é apresentada como um conjunto de princípios, regras, normas e valores que deveriam determinar as escolhas dos indivíduos e orientar a ação. (....) Numa terceira concepção, a cultura é apresentada como um conjunto de atitudes e de costumes que dão ao grupo social a sua unidade.
A primeira concepção diz respeito aos saberes relacionados às práticas e as técnicas de trabalho que podem ser repassadas por gerações, mas que também poder sofrer mutações de adaptação ao longo do processo histórico uma vez que os lugares e espaços nos quais os seres humanos estão inseridos estão sujeitos a dinâmica a transformação. Desta maneira, na primeira concepção, os saberes culturais não são práticas imutáveis, mas estão ao longo do tempo e do espaço, tendo constantemente relações de troco com o meio e em alguns momentos ou vai cedendo ao meio ou vai adquirindo e acrescentando com ele.
A segunda concepção utilizada de cultura tem como definição um conjunto de regras normativas estabelecidas com o objetivo de reger condutas de certas sociedades para que permaneçam firmes em suas convicções e costumes e desta forma não poça por o grupo em risco se que por ventura fugirem as regras estabelecidas. Esse tipo de manifestação cultural ganha muita das vezes um sentido espiritual e transcendental uma vez que dessa maneira fica mais fácil de atribuir sentido às práticas muitas vezes sem uma explicação lógica convincente. Simplesmente é necessário que se faça e se repita as regras impostas pela sociedade, pois estão ligadas aos povos antigos e aos espíritos dos antepassados e por isso os costumes não devem ser quebrados.
A terceira e ultima concepção utilizada por Claval está relacionada a identidade que as sociedades adquirem a partir do momento em que permanecem na conservando os seus costumes, uma vez que se estabelece um sentido estabilidade onde cada povo adquire uma maneira específica de lidar com espaço e dele conseguir sobreviver percebe-se então uma identidade coletiva de convivência social fundamentada na preservação de suas maneiras de conviver para evitarem contatos com outros povos de comportamentos externos que possam por em risco a forma como convivem na espaço natural ou social.
É necessário que se volte um olhar de atenção e preocupação em relação a forma de como se deva tratar as definições de cultura pois os geógrafos precisam sempre perceber e permanecer atentos a essas diversas realidades culturais para não se focarem apenas em um aspecto abrangente a respeito dos conhecimento das sociedades humanas. (BONNEMAISON, 2001, apud CLAVAL, 2012).
Assim como todas as áreas de conhecimento, as Ciências Humanas também passaram por um processo de estruturação sistemática sofrendo um processo de evolução histórico social. Para Christofoletti (1985), os primeiros autores a inserirem a geografia no campo das disciplinas universitárias no século XIX foram os teóricos da fase clássica desta ciência, Alexander von Humboldt e Karl Ritter seguidos por Friedrich Ratzel cujos trabalhos deram origem a geografia humana alemã. “Nesse período também se fixaram as bases para uma divisão em geografia humana e geografia física esta defendida pela Escola Regional Francesa” (CAMPOS, 2001, p. 10).
Os estudos geográficos de Friedrich Ratzel foram extremamente incentivados na passagem do século XIX para o século XX pelas nações que tinham como principal objetivo estabelecer colônias na África e Ásia uma vez que se utilizava até então os conhecimentos geográficos como mera forma para reconhecer os novos territórios a serem conquistados. Também teve apoio nos estudos do naturalista Charles Darwin a respeito das teorias de seleção natural e da sobrevivência de animais mais fortes explicando assim o domínio de certas raças humanas consideradas evoluídas que eram os povos europeus, sobre as demais nações do mundo consideradas fracas.
A geografia cultural, inserida na vertente humanística, tem origem nos estudos sobre paisagem de Otto Schlüter e August Meitzen no final do século XIX e inicio do XX, e de Carl Sauer a partir da década de 1920, sendo retomados posteriormente com o movimento de renovação da geografia na década de 1970. Atualmente tem em Paul Claval seu principal expoente (COSTA E ROCHA, 2010, p.14)
Em se tratando de geografia cultural não se pode também desconsiderar a necessidade de se abordar os assuntos relacionados a geografia humana uma vez que foi esta que deu subsídios fundamentais para os seus primeiros estudos.
A abordagem cultural impõe a necessidade de repensar a Geografia Humana. Deste repensar nasce uma primeira ideia, aquela de que a Geografia Humana não pode ser totalmente desvinculada da cultura onde se desenvolveu, dado também válido para as demais Ciências Sociais (...) (CLAVAL, 2012, p. 02).
Já no século XIX e no inicio do século XX o entendimento das dimensões culturais da sociedade já estava presente nos primeiros estudos geográficos. Segundo Corrêa e Rosendahl (2011, p.10): “A paisagem cultural centralizava o interesse pela cultura a partir do fato de ela ser entendida como o resultado da ação humana alterando a paisagem natural.” Nesse sentido as preocupações pelas questões sociais geográficas já se manifestam pelo fato de se questionar a modificação das paisagens de forma mais rápida resultados das forças antrópicas sobre o meio natural.
A geografia cultural foi abordada primordialmente na década de 1920 pelo geógrafo cultural norte-americano Carl Sauer que inicialmente fugiu da ideia de que a geografia só estava ligada aos estudos cartográficos dos lugares uma vez que sua própria definição já a indicacomo ciência que descreve a Terra.
Segundo Claval (2012, p. 4) “o objetivo da abordagem cultural na Geografia é entender a experiência dos homens no meio ambiente e social, compreender a significação que estes impõe no meio ambiente e o sentido dado às suas vidas.” Dessa maneira analisar epistemologicamente o processo de transformação do conhecimento espacial geográfico é também compreender a aquisição dos traços culturais ao longo da vivência do ser humano no domínio desse espaço.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais no que se refere às questões culturais e ao ensino da cultura, o papel da Geografia é o de contribuir para esta formação, proporcionando ao aluno:
Reconhecer as contradições e os conflitos econômicos, sociais e culturais, o que permite comparar e avaliar qualidade de vida, hábitos, formas de utilização e/ou exploração de recursos e pessoas, em busca do respeito às diferenças e de uma organização social mais equânime (BRASIL, 1998, p. 32).
Dessa maneira o conjunto dos conhecimentos que dizem respeito à geografia, não se focalizam apenas no estudo dos aspectos naturais como um conteúdo de memorização para se descrever o espaço geográfico, mas buscam um entendimento das relações sociais que ocorrem em vários contextos tanto a nível local, regional, quanto nacional e global. E dessa forma encontrar o sentido mais humano de se relacionar e de produzir cultura no espaço, assim como encontrar a melhor forma de estar respeitando as diferenças de comportamentos de outras regiões e ou países.
Nunca o espaço do homem foi tão importante para o desenvolvimento da história. Por isso, a Geografia é a ciência do presente, ou seja, é inspirada na realidade contemporânea. O objetivo principal destes conhecimentos é contribuir para o entendimento do mundo atual, da apropriação dos lugares realizada pelos homens, pois é através da organização do espaço que eles dão sentido aos arranjos econômicos e aos valores sociais e culturais construídos historicamente (BRASIL, 1998, p.30)
Ainda tendo como base os parâmetros curriculares nacionais pode-se destacar dentre as competências e habilidades a serem desenvolvidas no aluno do ensino médio com relação a sua capacidade de investigação e compreensão:
Analisar e comparar, interdisciplinarmente, as relações entre preservação e degradação da vida no planeta, tendo em vista o conhecimento da sua dinâmica e a mundialização dos fenômenos culturais, econômicos, tecnológicos e políticos que incidem sobre a natureza, nas diferentes escalas – local, regional, nacional e global (BRASIL, 1998, p. 45).
E referente a contextualização sócio-cultual:
Identificar, analisar e avaliar o impacto das transformações naturais, sociais, econômicas, culturais e políticas no seu “lugar-mundo”, comparando, analisando e sintetizando a densidade das relações e transformações que tornam concreta e vivida a realidade (BRASIL, 1998, p. 45)
Portando a partir da compreensão dos alunos sobre os principais conceitos relacionados a geografia como lugar, paisagem, espaço, território, região poderá estabelecer análises que contemplem a incorporação de dimensões de análise do tempo, cultura, sociedade, poder e relações econômicas e sociais (BRASIL,1998).
Conclusão
Abordar o ensino de geografia cultural é não só reviver os primeiros estudos científicos desde o século XVIII quando a geografia como conhecimento empírico começou o seu processo epistemológico se transformando em conhecimento científico e a ser levada para as escolas como disciplina, mas também acompanhar as transformações pelas quais a humanidade vem passando até o momento atual fazendo uma reflexão sobre o que se projeta para o futuro das sociedades.
Diante das explicações e questionamentos sobre o assunto percebe-se que os jovens acostumam se a ver o mundo apenas do ponto de vista individual perdendo a uma noção do significado do pensar o mundo coletivamente e de forma solidária e igualitária, assim sendo os valores culturais transmitidos pelos meios de comunicação estão se transformando tornando mais distante o ensino administrado nas escolas as realidades vivenciadas na pratica pois a escola precisa acompanhar a evolução e modificação dos comportamentos e hábitos sociais.
Também pode-se diagnosticar a partir dos resultados alcançados e pelo método de amostragem como se encontra a realidade das comunidades locais podendo se perceber que também como os grandes centros urbanos já se encontram impregnadas de comportamentos culturais externos advindos de outras regiões e impostos pelos mercados e comércios, e intensificados pelos meios de comunicação. Os jovens se encontram mergulhados no consumismo aplicado pelas grandes nações e empresas e não percebem a manipulação que estão sofrendo e nem abrem os olhos para analisarem a curto e longo prazo as consequências que tamanhas mutações e desordens estão causando a sociedade e ao meio ambiente.
Se houvesse mais tempo ou recursos disponíveis poderia se fazer uma pesquisa mais elaborada que apresentasse soluções mais concretas para as dificuldades encontradas no processo de ensino da geografia cultural. Dessa forma é dever por excelência da disciplina de geografia e dos professores que a administram, encontrarem formas de levarem os alunos a conhecerem detalhadamente as origens culturais através dos mais variados recursos tecnológicos e a refletirem sobre as transformações que lhes são sujeitas e que vem ocorrendo atualmente de forma tão intensa.
 Recomendaria a outros pesquisadores que se interessassem em continuar com o estudo do tema que pudessem pesquisar sobre o ensino e compreensão da geografia cultural pelos alunos e professores em meio a uma sociedade cada vez mais desaculturada, reflexo das intensas transformações que o mundo atual vem sofrendo nas ultimas décadas.
REFERÊNCIAS 
BONNEMAISON, A Geografia Cultural, Paris, CTHS, 2001.
BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CHRISTOFOLETTI, Antonio. Perspectivas da Geografia. São Paulo: Difel, 1985.
CLAVAL, Paul. “A volta do Cultural” na Geografia. Disponível em:<mercator.ufe.ur/índex.phd/mercator/article/uuwfile/192/158>. Acesso em: 09 abr. 2020.
CORRÊA, Roberto Lobato et al. Introdução a Geografia Cultural. 5ª Ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2011.
COSTA, Fábio Rodrigues da; ROCHA, Márcio Mendes.2010. Geografia: conceitos e paradigmas-apontamentos preliminares. Disponível em:
<http://www.nemo.uem.br/artigos/geografia_conceitos_e_paradigmas_fabio_costa_marcio_rocha.pdf>. Acesso em 30 abr. 2020.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: um conceito antropológico. 14 ed. Rio de Janeiro, RJ: Jorge Zahar, 2001.
ZANATA, Beatriz Aparecida. 2007. A abordagem cultural na Geografia. Disponível em:<http://www.nee.ueg.br/seer/index.php/temporisacao/article/view/28>. Acesso em: 16 Abr. 2020. 
� Aluno do curso de Especialização no Ensino de Geografia da Universidade Cândido Mendes

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