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Prof. Dr. Ademir J. Petenate Volume 1 VOLUME 1 Publicado por Escola EDTI Campinas São Paulo 2019 Sumário Introdução 1 Lean Six-Sigma 1 Organização vista como um sistema 17 Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais 23 Modelo de melhoria: PDSA 43 Estruturação do trabalho em equipe 59 Técnicas para estruturar o trabalho em equipe 59 Estatística 89 Probabilidade 93 Distribuições de probabilidade 95 Modelos probabilísticos para v.a. discretas 103 Modelo probabilísticos para v.a contínuas 113 Estudo de uma população 123 Teste de hipóteses 135 Define 151 Introdução 152 Contrato de Melhoria 153 SIPOC 161 Measure 167 Fluxograma 169 Tipos de variáveis 177 Análise do Sistema de Medição (MSA) 181 Análise da variação 213 Gráfico de tendência e causas de variação 217 Análise de indicadores 233 Gráficos de frequência:histograma e dot-plot 239 Estatísticas descritivas 243 Gráfico de barras e tabelas 253 Gráfico de Pareto 257 Estratificação 267 Gráfico de controle 271 Capabilidade 303 Transformação de variáveis 335 INTRODUÇÃO 2 Melhorar é uma necessidade A metodologia Lean Seis Sigma surgiu da união de duas outras metodologias, antes conhecidas como concorrentes: o Lean, que nasceu na Toyota, baseado no TPS (Toyota Production System), e o Seis Sigma, nascido na Motorola. Ambas as metodologias vão (quando isoladas) além do que é ensinado e pedido de um Black Belt. Para atender essa necessidade, foi desenvolvida a metodologia Lean Seis Sigma, que incorpora as ferramentas mais úteis e focadas em melhoria de processos. Com a competitividade cada vez maior entre as empresas, projetos de melhoria ajudam a reduzir custos, problemas de qualidade e também a ajudam a encontrar soluções inovadoras. Necessidades que se fazem presentes nas organizações do cenário atual. O discurso de “sempre fiz assim e deu certo” não garante mais a sobrevivência das empresas e, por esse motivo, é necessário dominar um método eficiente de realizar melhorias. Aqui, as ferramentas do Lean são direcionadas para o mapeamento de processos e desenvolvimento de cultura de melhoria dentro de empresas. As ferramentas do Seis Sigma têm foco em análise de dados e técnicas de estatística para auxílio em tomadas de decisões. 3 Introdução As Eras da Qualidade AC - 1750: Era dos artesãos O artesão controla o sistema de produção. Atende a definição de qualidade do cliente. Alta qualidade obtida com alto custo. Mercadorias únicas. 1750 -1950: era da produção Transição dos métodos de produção artesanais para a produção por máquinas. Nesse momento, acontece um impacto fantástico na redução de custo de produção. A qualidade se torna secundária, e controlada através de inspeções. Criação de uma estrutura gerencial robusta, com departamentos e barreiras os separando para garantir que esses sistemas (produção e inspeção) fossem controlados. 1750 1875 1930 19801950 1990 2000 4 As Eras da Qualidade 1875: Taylorismo 1875: Frederick Taylor desenvolve a primeira abordagem para trabalhar com produtos e processos mais complexos: dividir os trabalho em pequenas unidades de processamento. Essa metodologia é chamada de “Administração Científica”. 1900-1930: Fordismo Henry Ford desenvolve o conceito de linha de montagem e desenvolve alguns métodos para melhorar a qualidade e produtividade, como sistemas à prova de erros e inspeção. Em contrapartida, o método faz aumentar os problemas com qualidade. 1750 1875 1930 19801950 1990 2000 5 Introdução As Eras da Qualidade 1930: Shewhart (cep) Walter Shewhart (que na época trabalhava na Bell Telephones) começa a entender que os problemas de qualidade estão envolvidos com as variações que ocorrem nos processos. Reconhece a existência de variabilidade em todos os indicadores de processo e divide as causas de variação em duas categorias: comuns e especiais. Também desenvolve um método para identificação das causas de variação: o gráfico de controle. Outra importante contribuição é o ciclo de Shewhart, no qual propõe a utilização do método científico para solucionar problemas de qualidade. Nessa época outra figura importante é o Fisher, através do desenvolvimento de experimentos na área da agricultura. Ele começa a desenvolver várias técnicas de análises de dados para otimizar e planejar experimentos. 1950 - dias de hoje: Era do gerenciamento da qualidade: O norte americano Deming, discípulo de Shewhart, foi enviado ao Japão para ajudar o país a planejar o senso de 1950. Deming começa então a interagir com o governo e companhias, e a gestão começa a expandir. Com isso suas ideias começam a ser usadas para reconstruir o Japão, e o país se torna competitivo novamente. Juran e Ishikawa também participam deste processo. Karou Ishikawa introduz o diagrama de causa e efeito. Com isso, em 1970, os japoneses começam a aparecer no ocidente com produtos de boa qualidade e com preços altamente competitivos, principalmente na indústria automotiva. 1750 1875 1930 19801950 1990 2000 6 As Eras da Qualidade 1980-90: ISO, Lean, Seis Sigma É o momento histórico em que ocorrem as maiores transformações no ambiente da melhoria da qualidade: Os Estados Unidos começam a perder mercado para os japoneses e iniciam missões para o Japão para entender como funcionava o processo de fabricação dos veículos no país. Algumas empresas se organizam para atuar junto a universidades, no intuito de mudar o currículo dos engenheiros adicionando termos de qualidade. A Motorola propõe um desafio de aumentar o nível de qualidade de maneira exponencial. Com isso, um conjunto de ideias e conhecimentos adquiridos são agrupados, dando origem ao Seis Sigma. 1990: Modelo de Melhoria, Lean Seis Sigma Neste período, pesquisadores começam a notar que as metodologias Lean e Seis Sigma possuem o mesmo objetivo (realizar melhorias dentro de uma organização). Nasce então o Lean Seis Sigma. O livro Modelo de melhoria é lançado e integra os diversos métodos e ferramentas de melhoria em uma abordagem robusta e eficaz, facilitando a integração e aumentando a eficiência dos programas de melhoria. ISO: Publica o primeiro manual da qualidade. Lean: Em um projeto paralelo, o MIT (com patrocínio de várias empresas automobilísticas) monta um grupo de pesquisa para estudar o sistema de produção americano, japonês e europeu. Deste estudo começam a entender o sucesso da produção, baseado no sistema Toyota de produção. O livro A máquina que mudou o mundo é publicado e introduz o conceito de produção enxuta (Lean Manufacturing). 1750 1875 1930 19801950 1990 7 Introdução O que é Lean Seis Sigma? LSSLean Six-Sigma O que é Lean Seis Sigma? 8 O que é Lean Seis Sigma? Com o objetivo de trazer soluções para problemas existentes nas empresas, o Seis Sigma tem uma meta de redução de defeitos. Em tese, para atingir o nível Seis Sigma, a empresa deveria possuir 3,4 defeitos a cada 1 milhão de oportunidades. Alguns exemplos seriam: Um banco abre um milhão de contas por ano e (após levantamento) constatou-se que 100.000 dessas contas tiveram algum problema com o preenchimento de dados que demandou retrabalho, por parte da empresa ou dos clientes. Com isso, o processo de abertura de contas se enquadra entre os níveis 2 e 3 sigma. Uma linha de produção de notebooks observa após alguns meses que seu rendimento de produção está em 98% (ou seja, 2% dos notebooks produzidos têm algum defeito). O nível sigma atual da produção está entre 3 e 4 sigma. Uma empresa de aviação tem, em todo seu histórico, rendimento de 99,9999% de voos que não apresentaram nenhum tipo de problema. Portanto o processo de voos da empresa está acima do nível 6 sigma. A cada 1 milhão de rodas produzidas, apenas 3,4 apresentam defeitos. A produção trabalha em nível 6 sigma. Esse valor foi definido a partir de um estudo envolvendo algumas empresas referência na área de qualidade, e foi possível constatar que elas possuíamem torno de 3,4 defeitos para cada milhão produzido. O nível sigma também pode ser definido para outros valores, como mostra a tabela da figura. Também é importante relativizar esses valores em função das características de cada indústria – é muito mais difícil ser uma empresa 6 sigma se a empresa atua na área de serviços, quando comparado com uma empresa que atua com produção. Ser uma empresa Seis Sigma demanda que tanto a empresa quanto as pessoas que trabalham nela estejam preparadas e dispostas a mudar. O desenvolvimento da cultura de melhoria contínua visa o longo prazo e não ocorre de uma hora para a outra dentro da empresa. Portanto, ter um método para se fazer melhorias é o melhor caminho para desenvolver essa cultura nas pessoas, para depois buscar a disseminação da cultura em toda a empresa. 9 Introdução Roteiro DMAIC » Mapear o processo atual » Quantificar o desempenho do processo » Avaliar o SM » Desenvolver e testar mudanças » Analisar os riscos » Selecionar mudanças » Implementar mudanças » Documentar » Monitorar » Treinar » Criticar o processo » Identificar e analisar as causas » Contrato » VOC » SIPOC 10 Roteiro DMAIC Sabemos que existem diversos métodos que auxiliam o andamento de projetos. Para ajudar os times de melhoria a organizar um projeto Seis Sigma, foi definido como padrão o roteiro DMAIC. O objetivo do DMAIC é organizar (em 5 etapas) o progresso do projeto de melhoria, deixando claro para todos que participam o que foi feito e o que está sendo feito, guiando o projeto para que tenha início, meio e fim. Com o roteiro, a equipe tem um método de trabalho seguro e eficiente para organizar as atividades. Como quando usamos GPS em uma cidade que não conhecemos muito bem, é importante utilizarmos o roteiro DMAIC para estruturarmos nosso projeto Seis Sigma. Afinal, seguindo um método temos uma maior chance de sucesso. Nesse caso, o objetivo é facilitar e organizar a forma como serão utilizadas as técnicas ao longo do projeto, servindo como um guia para o time. Com o roteiro DMAIC, a equipe tem um método de trabalho seguro e eficiente para organizar as atividades. 11 Introdução Roteiro DMAIC DefineControl Improve Analyse Measure the Problem Define and Contain of Improvement Measure the Problem Standardize and Control Perform Root Cause Analysis Realize and Reflect Plan and Implement Improvement 1 2 3 4 5 6 7 1.Define 2. Measure 3. Analyse 4. Improve5.Check 6. Control 7. Standardise 8.Close Define Process Map Process Define Process Meas. Se t P ro ce ss Ta rge ts Im pr ov e t he Pr oc es s Manage the Process Analyse the Process Além do DMAIC, existem outros roteiros para se realizar melhorias. Todos com o mesmo objetivo: estruturar os passos de projeto. Para o Seis Sigma, o roteiro DMAIC ficou estabelecido como padrão. Alguns roteiros de projeto famosos geralmente encontrados em empresas são: • Roteiro de projetos PDCA (Plan, Do, Check, Act), não confundir com PDSA! • Roteiro Kaizen de acompanhamento e processos,8 passos da Toyota para resolver problemas. • Roteiro EDTI. 12 Papéis e funções dentro do Lean Seis Sigma Patrocinador (Champion) Conselho de gestão LSS Coaching: MBB ou BB Líder: BB ou GB GB, YB ou WB Considerando o método Seis Sigma é geralmente usado em projetos de melhoria (com começo, meio e fim), há a necessidade de um grupo de colaboradores qualificado para concretizar a iniciativa. Os profissionais envolvidos nesses projetos precisam ter algum nível de conhecimento, conforme o grau de dificuldade das tarefas assumidas. Os níveis de certificação Seis Sigma são divididos em faixas (belts), com cores diferentes, assim como no judô. As certificações existentes são as seguintes: White Belt, Yellow Belt, Green Belt, Black Belt e Master Black Belt. Os conhecimentos exigidos para cada uma delas são: White Belt: entende os conceitos básicos de melhoria e auxilia times na execução desses projetos. Conhece o Lean Seis Sigma, as etapas do roteiro DMAIC e o Modelo de Melhoria. Yellow Belt: pode ser integrante em projetos Seis Sigma e lidera esforços de baixa complexidade. Conhece também algumas ferramentas de mapeamento de processos e procura por possíveis problemas ao longo do projeto. Green Belt: lidera projetos de média complexidade. Geralmente recebe orientação de um Black Belt. É o principal responsável pela coleta de dados do projeto de melhoria, entendendo a necessidade dos dados e a maneira como devem ser coletados. Black Belt: orienta e treina times de melhoria.Pode liderar projetos de alta complexidade. Master Black Belt: treina e orienta BB e GB. Geralmente ajuda no desenvolvimento das estratégias dos projetos e funciona como um consultor (sensei) dos projetos. Ao longo do projeto também é necessária a presença de um patrocinador. Sua função consiste em trazer a visão, missão e metas da companhia. Também ajuda a alinhar, identificar projetos, recursos e a superar as dificuldades organizacionais. 13 Introdução Estruturação para a melhoria Estrutura Estratégia Método Está claro que algumas vezes os programas de melhoria não trazem os resultados esperados. Muito desse fracasso pode ser explicado pela falta de organização das iniciativas. Isso pode ser evitado se levarmos em consideração três pontos: estratégia, estrutura e método. O primeiro aspecto a ser considerado é se as iniciativas de melhoria fazem parte da estratégia do negócio. Em um programa de Lean Seis Sigma, as pessoas devem dedicar tempo e esforço para atingir os resultados, e isso só acontecerá se esse programa for considerado um tema estratégico. Por isso, o apoio da alta liderança é um fator primordial para o sucesso de qualquer iniciativa de melhoria. Outro fator importante a ser considerado é a necessidade de existir uma estrutura adequada para gerenciar os projetos de melhoria. Essa estrutura existe como meio de alinhar objetivos, apoiar as iniciativas e gerenciar os esforços. Além disso, é vital dominar as ferramentas de um método reconhecidamente capaz de entregar os resultados almejados com os projetos de melhoria. 14 Eventos que ocorrem em uma organização Entendimento de variação Sistema Teoria do conhecimento Psicologia Visão estática Visão dinâmica Deming, na década de 1990, sintetizou os fundamentos da ciência da melhoria em quatro pilares que ele chamou de Sistema de Conhecimento Profundo, e no qual denota a capacidade de desenvolver boas mudanças, as quais obtemos com a utilização desse sistema. 15 Introdução Sistema de Conhecimento Profundo Entendimento de variação Visão sistêmica Teoria do conhecimento Psicologia W. E. Deming Visão sistêmica: empresas são sistemas formados por processos e pessoas interdependentes. Desta forma para melhorar os resultados em um nível global são necessárias a compreensão e também a gestão dessas interações. Psicologia: (trabalho em equipe): normalmente, pessoas estão envolvidas na realização das atividades dentro das organizações. Cada indivíduo reage de maneiras diferentes à implantação de mudanças propostas. Dito isso, é necessário aplicar técnicas para trabalhar com as pessoas e aumentar a chance de sucesso de uma implementação. Teoria do conhecimento (PDSA): boas mudanças vêm da aplicação de conhecimento no processo. Para garantir o aprendizado é necessário uma estrutura, o que torna tudo mais eficiente. Entendimento de variação: dados precisam ser sempre coletados. Isso é importante porque auxilia na compreensão do projeto, além de ser uma ação necessária para o monitoramento das variações ocorridas ao longo dele, e também para ajudar no gerenciamento de todos os processos. (Além de indicar quais mudanças devem ser realizadas para atingir uma melhora nos processos.) Os 4 pilares da ciência da melhoria: 16 Conhecimento para a MelhoriaConhecimento específico Melhoria Conhecimento da ciência da melhoria Conhecimento específico: Conhecimento básico das coisas que fazemos na vida, conhecimento profissional e conhecimento técnico relacionado ao processo no qual o projeto de melhoria atuará. Ciência da melhoria: A interação das teorias de sistemas, variação, conhecimento e psicologia – conhecimentos esperados de um Belt em Lean Seis Sigma. Para que um projeto de melhoria tenha sucesso é preciso que sua equipe seja formada por pessoas que possuam pelo menos um dos dois tipos de conhecimento. Pessoas com conhecimento específico contribuem com conhecimento do processo e com ideias mais assertivas sobre quais mudanças podem trazer melhoria. Pessoas com conhecimento de melhoria auxiliam com métodos e na análise de dados, o que ajuda com o foco do projeto e com a comprovação dos resultados obtidos. Para melhorar processos é necessário dominar dois tipos de conhecimento: ORGANIZAÇÃO COMO UM SISTEMA 18 Organização como um organograma Grande parte das empresas tem estrutura organizacional funcional, ou seja, estão organizadas de acordo com as funções exercidas pelos colaboradores. Esta é a forma mais comum e antiga de organizar as empresas. Nesse tipo de modelo, a empresa é setorizada e as equipes respondem diretamente ao gerente funcional. Na representação dessa estrutura, é comum a utilização dos organogramas, que tiveram sua origem nas instituições militares para que fosse possível encontrar, de forma mais rápida, o responsável por determinada operação. Apesar dessa estrutura comum, as empresas trabalham por processos que acabam permeando diversos setores da organização. Por mais que pessoas se enquadrem em departamentos, processos geralmente atuam por toda a empresa e estão interligados, não havendo uma única pessoa ou setor responsável. 19 Organização como Sistema Organização como sistema SUPPLIERS OF MATERIAL, IFORMATION AND EQUIPMENT TESTS OF PROCESS, MACHINES, METHODS, COSTS DESIGN AND REDESIGN CONSUMER RESEARCH CONSUMERS DISTRIBUTION PRODUCTION, ASSEMBLY, INSPECTION RECEIPT AND TEST OF MATERIALS O mapa dos processos atende a quatro propósitos principais: • Fornece um método para ajudar os gerentes a enxergar a organização como um sistema e permitir que apliquem os conceitos do pensamento sistêmico para focar os esforços de gerenciamento no sistema. • Ajuda as pessoas que trabalham no sistema a perceber sua interdependência com outros, estimulando o reconhecimento das interdependências na organização. • Direciona o foco da resolução de problemas e da melhoria da qualidade para os processos da organização, e não apenas para departamentos ou pessoas. • Fornece uma estrutura da organização que pode ser usada para implementar vários programas e medições (por exemplo, contabilidade baseada em atividades). Benefícios: • Mostra como a organização realiza sua missão. • É uma ferramenta educacional para os líderes desenvolverem um entendimento comum do sistema que eles gerenciam e para comunicarem aos empregados, clientes e fornecedores como o sistema funciona. • Fornece um método para focar nos processos em vez das pessoas, quando lidando com problemas. • Enfatiza as relações internas cliente-fornecedor. O mapa de processos é uma ferramenta que ajuda no desenvolvimento de uma visão da organização como um sistema de processos interconectados (descrever “como o trabalho é feito”). Toda empresa tem como objetivo atender uma necessidade para um cliente, e o cliente é a principal fonte de direcionamento para o produto/serviço oferecido pela empresa. Portanto, o foco dos projetos de melhoria é adequar processos para que o produto final atenda às especificações do cliente. 20 Processo Um processo é um conjunto de causas e condições que se unem repetida- mente em uma série de passos para transformar entradas em resultados. Fornecedores Entradas Transformações Resultados Clientes S I P O C A qualidade do trabalho realizado em uma organização é resultado não somente do funcionamento dos processos individuais, mas também de quão bem esses processos se conectam como um sistema. 21 Organização como Sistema Processo Ajustar plano operacional Negociar e fechar novos negócios Desenvolver novos negócios Desenvolver e integrar teorias, métodos e ferramentas da ciência de melhoria Desenvolver material didático Desenvolver novos produtos Desenvolver planejamento das atividades nos clientes Preparar as atividades nos clientes Conduzir orientação para líderes de grupos de melhoria Fornecer educação e treinamento Comunicar-se com clientes Agendamento de atividades Faturar clientes Gerenciar controle financeiro Manter sede e equipamentos Fazer distribuição do resultado Planejar logística de atividades Para construir um mapa de processo, devemos seguir algumas diretrizes: • Utilize verbos para descrever os processos. • Ao construir o mapa dos processos, não perca muito tempo para distinguir se um processo é de sustentação, direcionamento ou de suporte. • O mapa deve descrever o que existe atualmente ou representar uma visão do sistema futuro. • Uma estrutura 80% correta é um bom começo. O mapa dos processos deve ser melhorado conforme sua utilização (deve ser um documento vivo). MODELO DE MELHORIA: 3 Questões fundamentais 24 Mudança e melhoria MUDANÇA MELHORIA REQUER NEM SEMPRE RESULTA EM: Conceito fundamental: O primeiro passo para realizar melhorias é reconhecer que nem toda mudança resulta em melhoria. Apesar disso, para melhorar, é necessário alterar o processo ou o sistema. Com isso em mente, levantamos a seguir três considerações: • Para propor qualquer mudança, precisamos ter um objetivo para o projeto claramente definido (precisamos saber o que queremos melhorar e por quê). • Como nem toda mudança pode gerar uma melhoria, precisamos de indicadores para comprovarmos quando nossa ação foi efetiva, é preciso estabelecer critérios (metas) para saber quando uma mudança é uma melhoria para o propósito especificado. • Como toda melhoria requer mudança, precisamos buscar por mudanças durante a execução da iniciativa de melhoria, desenvolvê-las, testá-las e implementá-las. 25 Modelo de melhoria O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais O que estamos tentando realizar? Que mudanças podemos fazer que resultarão em melhoria? Como saberemos se uma mudança é uma melhoria? Q1 Q2 Q3 Sabemos que cada consideração leva à formulação de uma questão que deve ser respondida pelo projeto de melhoria. Q1. O que estamos tentando realizar? (OBJETIVO) Todo esforço de melhoria deve ter um propósito bem definido. As pessoas se motivam e se comprometem com uma iniciativa de melhoria se elas têm um foco claro. Além disso, as pessoas devem entender a importância do trabalho desenvolvido. A resposta à primeira questão estabelece objetivos para uma iniciativa de melhoria. Os objetivos devem ser declarados de forma breve e concisa, para orientar a iniciativa e para manter o foco. Q2. Como saberemos se uma mudança é uma melhoria? (INDICADORES) Nem toda mudança resulta em melhoria. É preciso estabelecer critérios para saber quando atingimos o objetivo. Para saber se uma mudança é uma melhoria quase sempre necessitamos de dados, sejam eles observados ou formalmente coletados em pesquisa. O impacto das mudanças será medido baseado no indicador escolhido para o projeto. Q3. Que mudanças podemos fazer que resultarão em melhoria? (MUDANÇAS) Toda melhoria requer mudança. Se estamos interessados em obter melhoria precisamos alterar o processo/sistema. Esta questão chama a atenção para a necessidade de se desenvolver, testar e implementar mudanças para obter melhoria. Devemos sempre usar as três questões fundamentais. Em um projeto formal de melhoria, é apropriado responder às duas primeiras questões no início do projeto. A terceiraquestão é respondida durante a realização do projeto, com novas propostas de mudanças para serem testadas. 26 Exemplos de utilização – iniciativas de melhoria Exemplo 1: Melhoria em um processo de compras Uma empresa tem um departamento responsável por realizar compras (material permanente, material de consumo etc.). O departamento está recebendo uma grande quantidade de reclamações dos usuários, a maior parte delas relacionada com atrasos nas compras realizadas por ela. A diretoria da empresa decidiu realizar uma iniciativa para melhorar o desempenho do processo de compras. Q1. O que estamos tentando realizar ? Reduzir o tempo para realizar compras. Q2. Como saberemos se uma mudança é uma melhoria? Quando o tempo para realizar compras for significativamente reduzido. Q3. Que mudanças podemos fazer que resultarão em melhoria? Hoje, o tratamento das filas de pedidos segue a sequência por ordem de entrada. Poderíamos classificar os pedidos de compra na origem conforme a complexidade e faixa de investimento, e simplificar o processo para compras de baixa complexidade e de baixo preço, otimizando a fila de entrada (exemplo). 27 Atividade O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais Responda as duas primeiras questões do modelo para o contexto descrito abaixo: Em um banco há uma divisão chamada “Divisão Comercial para Empresas”. Essa divisão está enfrentando dificuldades para aumentar a lucratividade e o número de clientes. Dentro da divisão há uma área responsável pela implementação de produtos para os clientes (empresas). Os clientes estão reclamando da quantidade de interações com o banco e com o tempo para completar a implementação dos produtos. Muitos clientes cancelam o processo de implementação devido a essa insatisfação, procurando satisfazer essa necessidade na concorrência. A diretoria dessa divisão resolveu realizar uma iniciativa para melhorar o desempenho do processo de implementação de produtos em empresas clientes. Q1. O que estamos tentando realizar? Q2. Como saberemos que uma mudança é uma melhoria? 28 Como estruturar as questões: Q1 Q1. O que estamos tentando realizar? Verbo no infinitivo + O que + Onde + Quanto + Quando Aumentar/ Reduzir Indicador do projeto Local/ Área do projeto Meta Período do projeto Ao lidar com a primeira questão (o que queremos reali- zar?), devemos ter em mente qual o objetivo da iniciativa de melhoria. Uma boa maneira de descrever o objetivo é utilizar o modelo: Verbo no infinitivo + O que + Onde + Quanto + Quando Exemplo: Reduzir o custo de entregas atrasadas no setor de eletrônicos em 70% (de $1.5M para $45K) até janeiro de 2008. (Verbo no infinitivo + O que + Onde + Quanto + Quando) 29 O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais Resultados esperados e indicadores Cuidado: Ao estabelecer objetivos é comum as pessoas confundirem: Objetivo do projeto com atividade do projeto Objetivo do projeto com ideia de mudança (solução) O momento de definição do objetivo deve receber atenção e cuidado especial, pois pode haver con- fusões e mal direcionamento dos trabalhos dos envolvidos. Não confundir objetivo do projeto com ideia de mudança Exemplos: eliminar passos do processo, reduzir classificações de itens, implementar checklist, implementar dispositivo à prova de erro, reduzir número de etapas do processo, implementar novo sistema de gestão (Ex: TOTVS, SAP), etc. são todas ideias para mudanças que podem ser realizadas durante o projeto (e podem trazer melhorias em nosso indicador), mas não são o objetivo primário do projeto. Os principais cuidados são os seguintes: Não confundir objetivo do projeto com atividade do projeto. Exemplos: coletar dados, criar uma base de dados, mapear processos, fazer um diagrama de causa e efeito, etc., são atividades a serem realiza- das ao longo do projeto, mas não são o objetivo. 30 Como estruturar as três questões: Q2 Q2. Como saberemos se uma mudança é uma melhoria? Sistemas simples Sistemas complexos Sistemas simples No caso de sistemas simples, podemos discernir se uma mudança é uma melhoria apenas observando informalmente o que acontecia antes e o que aconteceu depois da mudança. Nem todo projeto de melhoria precisa ser complexo ou uma mudança grandiosa para ser um sucesso. Sistemas complexos Em processos e sistemas mais complexos, necessitamos mostrar se uma mudança é melhoria com evidências, em geral utilizando dados coletados formalmente nos processos. Ao lidar com a segunda questão (Como saberemos que uma mudança é uma melhoria?), devemos ter em mente a construção de um critério claro e objetivo para o projeto, que será nosso indicador de projeto. Esses indicadores formarão um sistema de feedback indicando como as mudanças influenciam nosso processo e servirão para comprovar os resultados obtidos com as mudanças. 31 O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais Como estruturar as três questões: Q2 Baseado no exemplo do livro Modelo de melhoria (2011), no qual uma mudança foi projetada para reduzir o tempo de ciclo de uma operação. No planejamento do teste, estabeleceu-se que a mudança seria realizada entre a sétima e a oitava semana a partir do início do projeto. Uma medida do tempo de ciclo foi realizada na quarta semana, o resultado obtido foi 8 minutos. Na décima primeira semana, foi realizada uma nova medida, e o resultado obtido foi 3 minutos. A redução do tempo de ciclo de 8 para 3 minutos foi considerada muito significante para o processo de interesse. Os dados obtidos estão no gráfico da figura. Qual é o grau de convicção de que a mudança é uma melhoria? 32 Como estruturar as três questões: Q2 Com os dados do exemplo anterior, poderíamos gerar seis cenários, conforme mostrado anteriormente. Em todos eles, o tempo de ciclo na semana 4 é de 8 minutos e de 3 minutos na semana 11. Será que a convicção de melhoria é a mesma para o seis cenários? 33 O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais Como saber se uma mudança é uma melhoria? Quando analisamos um indicador, normalmente é necessário coletar uma quantidade de pontos (antes e depois) para decidirmos quando uma mudança foi uma melhoria. Em projetos de melhoria, um fator importante é o aprendizado de quanto atingimos nosso objetivo. Se descobrirmos como melhorar algum processo, podemos replicar o conhecimento para outras atividades da empresa. • No cenário 1, a mudança é uma melhoria. • No cenário 2, a mudança não é uma melhoria. • No cenário 3, o indicador já vinha caindo. Não foi a nossa mudança que causou melhoria. Algo já estava acontecendo. • No cenário 4, a mudança causou um impacto positivo e significativo, mas não duradouro, e a melhoria não foi obtida • No cenário 5, a melhoria aconteceu antes da nossa mudança. • No cenário 6, agimos sobre uma causa especial, desperdiçando recursos. Nesses casos, a ação deve ser pontual. 34 Definição operacional de melhoria Existem características que definem se uma mudança é uma melhoria ou não. Uma mudança é uma melhoria quando: • É proposital e feita de forma intencional. • Tem impacto positivo no indicador do projeto. • O impacto obtido é significativo. • O resultado é duradouro. Em esforços de melhoria precisamos, ao final do projeto, apresentar um gráfico que mostre o indica- dor ao longo do tempo para comparar os resultados gerados pelo projeto. Da discussão anterior, podemos criar uma definição operacional de melhoria. “Melhoria” é o impac- to positivo, relevante e duradouro produzido por mudanças realizadas de forma intencional em indi- cadores de projeto. Em esforços de melhoria precisamos, ao final do projeto, apresentar um gráfico que apresente o indicador ao longo do tempo para comparar os resultados gerados pelo projeto. 35 O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais Como saber se uma mudança é uma melhoria? Foram feitas mudanças? As mudanças resultaram em melhoria? Antes Depois Com as duas figuras,quão convicto você esta de que a mudança foi uma melhoria? 36 Como saber se uma mudança é uma melhoria? As mudanças resultaram em melhoria? Antes Uma semana depois Duas semanas depois Nesse caso, a organização da sala não se mantém, portanto não podemos considerar uma melhoria, pois a mudança não teve resultado duradouro. 37 O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais Como saber se uma mudança é uma melhoria? Antes Uma semana depois Duas semanas depois Três semanas depois Quatro semanas depois Cinco semanas depois As mudanças resultaram em melhoria? Nesse caso, temos maior convicção de que seja uma melhoria. Nunca temos certeza de que as coisas não irão voltar para o estado anterior, mas, quanto mais dados, maior a convicção de que manteremos o mesmo patamar do indicador. Assim, para mostrarmos que atingimos nosso objetivo, devemos coletar dados sobre o indicador do projeto e seguir algumas diretrizes durante esse processo. Os dados devem geralmente cobrir um período anterior ao início das mudanças e um período durante e após as mudanças. Conforme mudanças forem sendo feitas no processo, o comportamento dos indicadores deve fornecer informação para julgar se as mudanças são melhorias. 38 Como saber se uma mudança é uma melhoria? Melhoria não se trata apenas de medição! “Você não pode engordar uma vaca pesando-a.” - Provérbio palestino Sem medição, você terá dificuldade em saber se a mudança realmente resulta em melhoria. Porém não é só medindo que obtemos uma melhoria. Precisamos fazer mudanças! 39 O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais Tipos de indicadores Medidas de resultado: As mudanças estão levando à melhoria? Medidas de processo: Estamos fazendo as coisas certas para atingir nosso objetivo? Medidas de equilíbrio: Contra-indicadores Indicadores de resultado: Indicam se estamos atingindo nosso objetivo. Indicadores de resultado são, em essência, indicadores de processo; a diferença aqui é que o indicador de resultado foi o selecionado para estudar e medir os resultados do projeto. Indicadores de processo: Indicam se as mudanças propostas estão sendo executadas. São todos os outros indicadores possíveis de serem medidos do processo selecionado e que podem auxiliar nas análises do projeto. Indicadores de equilíbrio: Indicam se estamos “piorando” outra parte do sistema para atingir nosso objetivo. São indicadores que não podem ser impactados (negativamente) pelas mudanças realizadas ao longo do projeto. Geralmente definem as restrições do projeto. Ex: Pode ser bastante fácil aumentar o nível de serviço de um distribuidor apenas aumentado o volume em estoque; contudo, aumentar o volume de estoque também gera um grande aumento de gastos com o estoque. Como exemplo, destes indicadores temos um projeto de melhoria em um hospital em que queremos reduzir o número de infecções hospitalares. Uma das mudanças propostas é que diariamente uma enfermeira passe nos quartos realizando um checklist de assepsia dos pacientes. Neste caso, o indicador de resultado é o número de infecções hospitalares, e uma medida de processo é o percentual de quartos em que o checklist foi realizado. O que estamos querendo descobrir é que muitas vezes não estamos impactando nosso indicador, a nossa medida de resultado, por que as pessoas não estão realizando as mudanças. Então a medida de processo serve para aprendermos se a nossa mudança não está funcionando ou não está sendo testada. Uma medida de equilíbrio neste caso pode ser, por exemplo, o aumento de horas extras ou tempo de trabalho do enfermeiro que faz esta atividade. Ou seja, não podemos com a redução do número de infecções aumentar os gastos com recursos. 40 Como estruturar as três questões: Q3 Q3. Que mudanças podemos fazer que resultarão em melhoria? Cinco meios de gerar ideias de mudanças Análise crítica sobre processo/ produto atual Benchmark Uso de novas tecnologias Pensamento criativo Uso de conceitos de mudança Ao lidar com a terceira questão (Quais mudanças podemos fazer que resultarão em melhoria?), devemos ter em mente que são necessárias mudanças no processo se desejamos melhorá-lo. Um bom processo é aquele em que as pessoas têm facilidade de fazer as coisas certas e dificuldade de cometer erros. Isso também vale para produtos. As ideias para obtermos boas mudanças nos produtos e processos podem vir de cinco meios: 41 • Análise crítica sobre processo/produto atual - desafia as barreiras do processo/produto, análise do desempenho atual. Mapeamento do processo. Coleta de dados. Entendimento de relação entre variáveis. Balanceamento. Retirada de atividades que não agregam valor. • Benchmark – análise de práticas e desempenho de empresas que atuam no mesmo ramo para comparação e para trazer ideias de mudanças. • Uso de novas tecnologias. Testar em pequena escala. Utilizar para resolver causas comuns e não especiais. • Pensamento criativo. Sair do estágio de pensamento atual e gerar ideias através de técnicas. • Uso de conceitos de mudança. Utilizar uma ideia que fez algum processo funcionar bem e usar o conceito da ideia em nossos processos. Como estruturar as três questões: Q3 O Modelo de Melhoria: 3 Questões Fundamentais MODELO DE MELHORIA: PDSA 44 Modelo de melhoria: PDSA MudançaConhecimento Melhoria Lembre-se da relação entre mudança e melhoria: fazer uma melhoria é a busca de boas mudanças. Boas mudanças resultam da aplicação de conhecimento sobre o processo, e o conhecimento é fruto de aprendizado. O aprendizado das pessoas sobre os processos é realizado de forma mais eficiente e eficaz pelo uso do método científico. O ciclo PDSA é o componente do modelo de melhoria que guia o aprendizado. 45 Modelo de Melhoria: PDSA Método científico Observar um evento Criar uma teoria Testar Analisar os resultados Concluir Publicar Experimentação Hipóteses e Predições Problema Experiência Fases do método científico Em projetos de melhoria, é importante aprendermos de maneira rápida, e uma boa maneira de fazer isso acontecer é utilizar o método científico. Mas como funciona o método científico? 1. Tudo começa (e termina!) com questões. 2. O cientista sempre tem uma hipótese a respeito de qualserá a resposta (predição). 3. Então o cientista faz um estudo 4. Analisa os resultados e.... 5. Publica. 46 Método científico Fases do método científico Observar um evento Criar uma teoria Testar Analisar os resultados Aplicar Concluir Experimentação Hipóteses e Predições Problema Experiência 2. Também somos capazes de fazer “predições” – baseados no que sabemos hoje, o que acontecerá? 3. Fazemos então uma coleta de dados, um teste ou implementação. 4. Analisamos os resultados e.... 5. AGIMOS sobre o processo! Podemos resumir esse processo como: A. Observar dados. B. Criar uma teoria. C. Testar a teoria. Nas organizações, podemos usar o mesmo método: 1. Tudo TAMBÉM começa (e termina!) com questões. - Quais são as causas deste problema? - Será que a minha ideia vai funcionar? - Conseguiremos atingir os resultados esperados? 47 Modelo de Melhoria: PDSA Modelo de melhoria: PDSA O que estamos tentando realizar? Que mudanças podemos fazer que resultarão em melhoria? Como saberemos se uma mudança é uma melhoria? ACT PLAN STUDY DO Executar ações em função dos resultados Outro ciclo? Objetivo Questões e predições Plano para coletar dados (O que, Onde, Quando) Executar o plano Observar e anotar eventos não planejados Iniciar a análise dos dados Completar a análise dos dados Comparar resultados com as predições Resumir o aprendizado Adaptado do livro The Improvement Guide Para ajudar as pessoas a organizar essas etapas nos estudos de melhoria dentro das organizações, é importante utilizar ciclos PDSAs. Em cada fase do ciclo, temos tarefas que nos levam na direção do aprendizado. Essas tarefas estãodescritas no ciclo PDSA acima. No PLAN é o momento de definirmos o objetivo deste ciclo de estudo, quais questões queremos responder e para cada questão colocar uma predição. Essa predição é muito importante para aprender com as suposições que haviam antes do estudo. Neste momento também é a hora de definir como será o plano de coleta de dados, caso faça parte do plano. No DO é a hora de entrar em ação! Executar um plano, a coleta de dados e observar eventos que não eram planejados. No STUDY é a hora de analisar os dados e tirar conclusões do ciclo de acordo com as questões estruturadas no PLAN. No ACT é o momento de executar as ações aprendidas e planejar a partir destes resultados quais seriam os próximos ciclos de estudo. As formas mais comuns de se usar um ciclo PDSA como parte de um esforço de melhoria são: • Coletar dados para construir conhecimento para ajudar a responder qualquer uma das três questões fundamentais. (Atenção: neste caso garanta que a etapa A do ciclo seja feita. É preciso que alguma ação concreta ocorra após o ganho de conhecimento.) • Testar uma mudança. • Implementar uma mudança. 48 Rascunho de Deming do ciclo de Shewhart - 1985 O ciclo PDSA é baseado no ciclo Shewhart e no ciclo de Deming. A figura mostra um rascunho do ciclo de Shewhart elaborado por Deming em 1985. 49 Modelo de Melhoria: PDSA Usando PDSA em sequência Ferramentas básicas para melhoria ACT PLAN STUDY DO ACT PLAN STUDY DO ACT PLAN STUDY DO ACT PLAN STUDY DO A pr en di za do Suposições Teorias Intuições Tempo Mudanças que resultam em melhoria Em uma iniciativa de melhoria, ciclos PDSA são utilizados para entender a situação atual de um processo, além de desenvolver, testar e implementar mudanças (um ciclo “puxa” o outro). Esse conceito é chamado de rampa de PDSAs. Conforme os PDSAs são realizados, o conhecimento aumenta em direção às mudanças que resultam em melhoria. A figura a seguir ilustra esse conceito. Ferramentas básicas para melhoria: • Formulário de coleta de dados. • Definição operacional. • Histograma. • Gráfico de Pareto. • Gráfico de tendência. • Gráfico de controle. • Mapeamento de processos. • Diagrama de causa e efeito. • Planejamento de experimentos. 50 PDSA: Exemplo Plan Objetivo: Conhecer como se comporta a demanda para o setor de compras Predições A maior parte das compras está entre R$ 2.000 e R$ 3.000 O tipo de compra mais frequente é o “Menor preço”. Poucas compras são do tipo “Reservado”. Questões Como é a distribuição dos valores das compras? Quais tipos de compras são mais frequentes? Plano de coleta de dados » De uma amostra de 200 compras realizadas nos últimos seis meses, anotar o valor e o tipo de compras. » O Alberto é responsável por coletar os dados. Instruí-lo sobre como amostrar, anotar os valores e digitar em uma planilha. » A Madalena deve preparar um gráfico de frequência dos valores das compras e um gráfico de barras com as porcentagens por tipo de compra. Do Coletar os dados Observar e anotar anomalias durante o processo de coleta dos dados. Considere um projeto de melhoria com o objetivo de reduzir o tempo para realizar compras. Com relação aos valores, produtos com valor abaixo de R$ 2.000,00 não precisavam de 3 orçamentos, o que sugeria um processo mais rápido para eles. O PDSA da figura mostra um estudo da equipe de melhoria para entender a distribuição dos pedidos de compras. Existiam dois tipos principais de compras: • Reservado: o solicitante já havia reservado o produto e bastava executar a compra, o que sugeria uma compra rápida. • Menor preço: a compra seria realizada por meio de 3 orçamentos, em que o de menor preço ganharia. 51 Modelo de Melhoria: PDSA PDSA: Exemplo 52 PDSA: Exemplo Objetivo: reduzir o tempo de ciclo Foi possível perceber que a maioria dos pedidos tinha preço baixo e era do tipo reservado, o que sugeria que eles deveriam ser executados com rapidez, e isso não vinha acontecendo. No ciclo PDSA seguinte, os compradores foram entrevistados. Eles disseram que, mesmo para compras do tipo reservado, cotavam com outros fornecedores, o que atrasava a compra. Essa descoberta fez com que a gerente suspendesse as cotações para compras do tipo reservado, reduzindo significativamente o tempo para realização das compras. 53 Modelo de Melhoria: PDSA PDSA: Exemplo Act 1. Entrevistar os compradores para entender as causas de demora em aquisições abaixo de R$2K. 2. Iniciar um novo ciclo PDSA para avaliar se existe diferenças no tempo médio de aquisição entre “Reservado” e “Menor preço”. Study Mais de 80% dos valores estão abaixo de R$2K, sugerindo que um processo mais simples pode ser desenvolvido para essas compras. 50% das compras é do tipo “Reservado” , contradizendo a predição inicial. 54 Formulário para documentação de PDSA em projeto APRENDIZADOSPDSA RESPONSÁVEL (QUEM) E QUANDO TEREI OS DADOS DADOS QUE PRECISO COLETAR PARA RESPONDER À(S) PERGUNTA(S) PERGUNTA(S) A SER(EM) RESPONDIDA(S) Pode ser útil em um projeto de melhoria documentar os PDSAs que foram realizados de maneira resumida, para rápida construção da “memória” das atividades. A figura mostra um exemplo de planilha para documentação de PDSAs. 55 Modelo de Melhoria: PDSA PDSA vs. PDCA 1 Entender Desenvolver Testar Implementar Measure Define Plan Analyze Improve Control Do Check Act 2 3 4 FASE EDTI DMAIC PDCA Devido à grande popularização do ciclo PDCA, existem dúvidas em relação ao ciclo PDSA. O PDSA é um roteiro de aprendizado. Vários PDSAs são realizados durante um projeto. Utilizado para organizar as atividades (coleta de dados, teste e implementação de mudanças). O PDCA é um roteiro de projeto, alternativo ao DMAIC e útil em projetos de baixa complexidade (solução de problemas). Geralmente o ciclo PDCA é utilizado em um tipo de projeto chamado solução de problemas (problemas focados, impacto de curto prazo), enquanto o DMAIC é utilizado em projetos de melhoria (mudanças sistêmicas, médio/ longo prazo). As etapas do PDCA são as seguintes: Plan: defina um problema e levante possíveis hipóteses para as causas e as soluções. Do: implemente a solução. Check: avalie os resultados Act: volte à etapa de planejamento se os resultados forem insatisfatórios ou padronize a solução se os resultados forem satisfatórios. Muitas pessoas atribuem o desenvolvimento do PDCA ao Deming, mas ele fazia questão de diferenciá-lo do PDSA. Em uma carta a Ronal Moen, Deming disse “não se esqueça de chamá-lo PDSA, não o corrompido PDCA” (Moen & Norman, 2010). 56 Modelo de melhoria O que estamos tentando realizar? Que mudanças podemos fazer que resultarão em melhoria? Como saberemos se uma mudança é uma melhoria? ACT PLAN STUDY DO O modelo de melhoria é um método eficiente e eficaz de realizar melhorias nas organizações. Ele é composto pelas três questões fundamentais e pelo ciclo PDSA. Flexibilidade do modelo de melhoria: • É adaptável para diferentes níveis de formalidade. • É útil tanto para melhoria de produtos e serviços quanto para melhoria de processo. • É aplicável em qualquer tipo de organização. • É aplicável em quaisquer processos ou sistemas de uma organização. 57 Modelo de Melhoria: PDSA As três categorias de melhoria Reduzir ou eliminar problemas, sem aumentar custos. Reduzir significativamente os custos, ao mesmo tempo que a qualidade é mantida ou melhorada. Aumentar as expectativas dos clientes. Um dos objetivos centrais de programas de melhoria é aumentar o valor dos produtos e serviços oferecidos pela organização. Valor = qualidade / custo total. Qualidade é a medida de como um produto ou serviço corresponde a uma necessidade, já custo total é a soma do custo de etiqueta mais o custo de uso. Para desenvolver uma abordagem efetiva de melhoria e aumentar o valor dos produtos ou dos serviços, oslíderes devem equilibrar os esforços de melhoria em três categorias: As três categorias de melhoria: • Reduzir ou eliminar problemas que surgem devido ao não atendimento das expectativas dos clientes. • Reduzir significativamente os custos, ao mesmo tempo em que a qualidade é mantida ou melhorada. • Aumentar as expectativas dos clientes, fornecendo produtos e serviços que os clientes percebem que têm alto valor. O modelo de melhoria que vimos anteriormente e as ferramentas que aprenderemos ao longo do curso podem ser aplicados em cada uma dessas categorias. 59 Estruturação do trabalho em equipe ESTRUTURAÇÃO DE TRABALHO EM EQUIPE 60 Estruturação do trabalho em equipe Trabalho em equipe Um pequeno grupo de pessoas com habilidades complementares que aprenderam a trabalhar em conjunto para alcançar um objetivo comum, mantendo-se mutuamente responsáveis pelo mesmo. 61 Estruturação do trabalho em equipe Início do trabalho Formação da equipe Compreender as equipes e trabalho em equipe » Identificar os componentes da equipe » Atribuir papéis e responsabilidades » Ciclo de desenvolvimento de equipes » Estruturação do trabalho em equipe 62 Estruturação do trabalho em equipe Iniciando um novo esforço de melhoria Coisas para ter em mente quando se inicia um novo esforço de melhoria Quando iniciamos um novo esforço de melhoria, devemos ter em mente alguns passos. São eles: » Comunicar às pessoas da organização por que o projeto foi selecionado e as estratégias organizacionais que estão alinhadas com os objetivos do projeto. » Orientar as pessoas sobre o apoio disponível dentro e fora da organização. » Fazer os acertos necessários para assegurar que seja disponibilizado tempo para que as pessoas atuem no projeto. » Fornecer treinamento e outros recursos necessários para os esforços de melhoria. Comunicação Apoio disponível Disponibilidade de recursos Treinamento 63 Estruturação do trabalho em equipe Quatro condições para que a equipe tenha sucesso Baseado no trabalho de Lewin, Weisbord (1987): As quatro condições para que a equipe tenha sucesso são: Interdependência A equipe deve estar trabalhando em um projeto que seja importante para seus membros. A equipe tomará consciência das habilidades, conhecimentos e informações complementares dos integrantes e as reforçará. Liderança A liderança responsável tem o desejo de melhorar e está no modo de aprendizagem. Com esse desejo, também aparecem os riscos: a equipe pode falhar. Decisão conjunta Todos os membros da equipe querem participar. Igual influência Todas as pessoas associadas à equipe têm a oportunidade de influenciar a agenda. 64 Estruturação do trabalho em equipe Etapas no desenvolvimento de equipes Tuckman,1955 Desenv. da equipe Perform Norm Form Storm 1 23 4 Todas as equipes passam por quatro estágios de desenvolvimento até se tornarem efetivas. O líder de uma equipe precisa entender os diferentes estágios e adaptar seu comportamento para maximizar a efetividade da equipe. Os estágios são: 1. Forming Preocupação: Inclusão. » Por que estou aqui? » Quero participar? » Seremos bem-sucedidos? Relacionamento: Reservado, informações básicas, baixa confiança. Atividades: Introduções, orientações, agendas ocultas. » Ambiguidade e confusão podem dominar a equipe, isso acontece quando a equipe não consegue se manter focada em seu propósito e seus integrantes se mantêm cautelosos e vigilantes e compartilham apenas informações básicas. 2. Storming Preocupação: Controle. » Que papel devo desempenhar? » Por que ele é o responsável? Relacionamento: Conflito, emocional argumentativo. Atividades: Confrontos, conflitos de controle, tentativa de estabelecer regras. » A maior característica do time é o conflito. » As ideias são atacadas e defendidas por seus integrantes. » As discussões são argumentativas. » A estrutura do grupo resiste. » Podem haver rupturas. 3. Norming Preocupação: Abertura. » O que você pensa? » Como posso ajudá-lo? » Como posso descobrir mais? Relacionamento: Confiança, ideias e sentimentos, apoio, compreensão. Atividades: Adotar regras, comunicar, coletar dados, enfrentar problemas, dar feedback. » A equipe começa a resolver os conflitos de maneira construtiva. » As decisões começam a girar em torno das questoes e não das pessoas. » Questões de autoridade e estrutura são resolvidas. » Existe a troca de sentimentos e ideias. » As pessoas começam a encarar os DADOS. 4. Performing Preocupação: Sucesso. » Estamos aprendendo? » Como podemos ser o mais efetivo possível? » Quais as ações a serem tomadas? Relacionamento: Aberto, comunicativo, apoio, consenso. Atividades: Aprendizado, tomada de decisões, apoio dos demais, empreender ações. » Comunicação aberta é a norma. » Membros da equipe se tornam mais flexíveis em seus papéis. » Comportamento da equipe é próximo e de colaboração. » Os integrantes desenvolvem ligação com a equipe (pertencimento) e as decisões são baseadas em consenso. » A utilização de dados, informações e métodos de aprendizagem apropriados tornam-se naturais. 65 Estruturação do trabalho em equipe Fases do desenvolvimento Form Storm Norm Perform » Sabemos que cada estágio é importante para o desenvolvimento da equipe. Liderança e habilidades de facilitação do trabalho em equipe ajudam a equipe a atravessar cada estágio. » A duração e a intensidade desses quatro estágios variam de equipe para equipe. Às vezes o último estágio, “desempenho”, é atingido em uma ou duas reuniões; outras vezes, ele somente é atingido após vários meses. Utilize as descrições aqui apresentadas para comparar o histórico de sua equipe com o padrão normal de maturação dos grupos. » A compreensão desses estágios de crescimento previne reações exageradas em relação a problemas normais e o surgimento de expectativas irreais que somente aumentam a frustração. » Os métodos para a construção e manutenção de uma equipe ajudam- na através desses quatro estágios. Com paciência e esforço, o conjunto de pessoas independentes cresce para se tornar uma equipe. 66 Estruturação do trabalho em equipe Estruturação do trabalho em equipe -Modelo GRPI Objetivos (Goals) Relações interpessoais (Interpersonal relationships) Processos (Processes) Papéis (Roles) Esclareça a esfera de atuação do projeto, ordens e autorizações, missão e objetivos, e assegure-se de que todos os membros da equipe os compreendam e apoiem. Questione se essa é a equipe adequada para o projeto ou se são necessárias pessoas adicionais para a equipe. Esclareça os papéis e as responsabilidades de todos os envolvidos na iniciativa, incluindo os patrocinadores (veja o RACI a seguir), e certifique- se de que todos os membros os entendam e tenham as competências necessárias. Certifique-se, também, de que há recursos suficientes e de que, se necessário, as pessoas terão treinamento. Estabeleça normas para o grupo sobre como a equipe trabalhará em conjunto e defina os métodos de resolução de problemas. Garanta que os processos sejam claros, compreendidos, aceitáveis, fáceis de seguir e que eles serão seguidos. Defina comportamentos de apoio da equipe (inclusive aqueles definidos pelos valores corporativos) e planeje atividades iniciais para desenvolver um alto nível de confiança e de aceitação de diferenças. 67 Estruturação do trabalho em equipe Papéis de pessoas na equipe de melhoria Patrocinador » Entendemos por patrocinador aquele que ajuda a legitimar o trabalho da equipe; fornece tempo para trabalhar no projeto e recursos, quando necessário, e exerce o papel de revisor objetivo do progresso da equipe. Líder » Já por líder, entendemos que é aquele que conduz as iniciativas de melhoria e dedica metade de seu tempo para o projeto. Ele sempre é um gestor de projetos, especialista em processos, sabe sobre melhoria.Proprietário do processo » O proprietário do processo é aquele que atua diretamente no processo; sabe como as coisas realmente funcionam no processo; tem ideias de mudança; testa as mudanças. Especialistas » O especialistas domina o conhecimento específico; ajuda a desenvolver protocolos e mudanças baseadas em evidências; lidera mudança na cultura. Facilitador » E o facilitador é o que possui o conhecimento de ciência da melhoria, incluindo a medição. Presta consulta para a equipe. Seu papel no projeto se reduz à medida que a equipe progride com o projeto. 68 Estruturação do trabalho em equipe RACI Nº Tarefa Responsável Acountable Consultado Informado A pessoa que reali- za a ação. A pessoa que é, em última instância, responsável. A pessoa que é con- sultada antes da ação ser realizada. A pessoa que é informada depois que a decisão final é tomada. Planilha RACI 69 Estruturação do trabalho em equipe Métodos para a tomada de decisão » A decisão é tomada por uma pessoa, sem discussão com outros. É o método mais rápido para a tomada de decisão, mas tem como desvantagem o apoio limitado da equipe e não ocorre nenhum aprendizado. Esse método deve ser utilizado quando o prazo for criticamente curto, para decisões de rotina ou quando uma pessoa detém todo conhecimento necessário para isso. Vimos que as decisões podem ser tomadas por diversos métodos: Além disso podemos utilizar combinações dos métodos. Podemos estabelecer que teremos uma hora para chegar ao consenso e discutir os argumentos. Esgotado esse tempo, sem nenhuma resolução, a decisão será tomada por votação. Aqui mais uma vez vale ressaltar a necessidade de uma alta maturidade profissional da equipe para não criar os “grupos” vencidos dentro de uma votação, todos devem ter a mentalidade da decisão comum. » A decisão pode ser tomada por uma pessoa, porém após a discussão com outros. É um método rápido e permite o compartilhamento de algum conhecimento, porém o aprendizado ainda é pouco, e o apoio também pode ser limitado. Deve-se utilizar esse método em prazos curtos e decisões de rotina. » Votação ou decisão pela maioria. Esse método permite a participação de todos e não toma muito tempo para sua realização. Devemos ficar atentos, pois geralmente a decisão contraria parte da equipe. Quando há muitas pessoas envolvidas, devemos pensar na utilização desse método. » Consenso. Esse método permite o máximo de aprendizado para a equipe. No consenso há argumentação e todos expõem seus pontos de vista, tendo por objetivo o apoio integral dos membros da equipe. Esse tipo de decisão toma muito tempo e requer maturidade profissional. Devemos utilizá-lo quando a decisão afeta muitas pessoas, quando o aprendizado for um aspecto importante da atividade e quando trabalhamos em melhorias a longo prazo. 70 Estruturação do trabalho em equipe Pulsação: manter o projeto Assuntos diversos » 5 min. » stand-up » status diário de PDSA » próximos passos. Observamos que para manter o projeto é necessário termos reuniões diárias curtas para o status do projeto, dificuldades e próximos passos. Devemos ter o cuidado de não estender demais as reuniões, apenas o realmente necessário. Reuniões de equipe Reuniões com a equipe uma ou duas vezes por semana para tratar dos assuntos com mais detalhes. Revisão com patrocinador Reunião com o patrocinador de uma a três vezes por mês para avaliar o projeto. 71 Estruturação do trabalho em equipe Chapéu verde: Alternativas Quais são as outras maneiras de fazer isso? O que mais poderíamos fazer aqui? Quais são as possibilidades? Não precisa ser lógico. Pensamento criativo. Aproveite para mover-se para outras ideias. Chapéu azul: Coordenação Qual é a nossa proposta de agenda? Quais os próximos passos? Qual chapéu usaremos agora? Como podemos sintetizar a discussão? Qual é a nossa decisão? O azul é o chapéu do controle. Procura foco, processo, síntese e conclusões. Chapéu preto: Aspectos negativos Quais seriam os problemas possíveis? Quais seriam as dificuldades? Quais são os pontos a ter cuidado? Quais são os riscos? Julgamento crítico negativo. Razões lógicas têm de ser expostas. Chapéu amarelo: Aspectos positivos Quais são os benefícios? Quais são os pontos positivos? Há algum ponto nessa ideia que é atrativo? Podemos fazer um esforço para funcionar? Pensa- mento positivo e construtivo. Permite visões e sonhos. Temos muitas técnicas desenvolvidas para argumentação e análise, mas temos poucas para lidar com o nosso pensamento no dia a dia, em conversas e em reuniões. Em discussões familiares, nas discussões de negócios, nos tribunais, assembleias e no governo, usamos o sistema de pensamento dos gregos, com base na argumentação e pensamento crítico. Há espaço para o argumento, e o argumento é uma ferramenta útil de pensar. Mas o argumento é inadequado como a principal ferramenta de pensamento. Precisamos de outra forma de pensar que é o “pensamento paralelo”, em que cada pensador apresenta os seus pensamentos em paralelo com os pensamentos dos outros, não os atacando. » Os seis chapéus é um método que permite pensar em paralelo. A e B usam um chapéu de cada conjunto sempre ao mesmo tempo, explorando todos os lados de uma questão. O confronto do contraditório é substituído por uma exploração cooperativa do assunto. » Procedimento: existem seis diferentes chapéus imaginários que você pode pôr e tirar conforme o momento. Cada chapéu tem uma cor diferente e representa um modo diferente de pensar. Todos usam chapéus de mesma cor (modo de pensamento) no mesmo momento. Quando trocamos de chapéu, mudamos o modo de pensar. Seis chapéus Chapéu branco: Dados Quais as informações disponíveis? Quais informações gostaríamos de ter? Quais informações de que precisamos? Como obteremos as informações faltantes? Fatos e dados, nunca opiniões com o chapéu branco. Chapéu vermelho: Sentimento Quais são meus sentimentos agora? O que minha intuição diz? Tem permissão para se expor sem justificar; precisa ser rápido, senão a razão atrapalha; pode ser usado antes e/ou despois de uma decisão. 72 Estruturação do trabalho em equipe Cultura e melhoria A cultura é direcionada por “pressuposições… que dizem aos membros da equipe como perceber, pensar e sentir sobre as coisas”. Edgar H. Schein, Organizational Culture and Leadership, 2010. Valores Pressupostos Existem três níveis de cultura. São eles: Artefatos. » Estruturas e processos visíveis/ perceptíveis. » Comportamento observado (difíceis de decifrar). Valores e crenças abraçadas. » Ideais, metas, valores, aspirações. » Ideologias. » Racionalizações (podem ou não ser congruentes com comportamentos e outros artefatos). Pressuposições subjacentes básicas. » Crenças e valores não conscientes dados como certos (determinam comportamentos, percepções, pensamentos e sentimentos). Artefatos 73 Estruturação do trabalho em equipe Cultura e melhoria Quantas culturas existem em sua organização? » Muitas microculturas que não estão integradas. » Uma “cultura” dentro de microculturas integradas. Subculturas genéricas Subcultura “Operador”: » “Nós operamos a empresa.” » Interação humana: comunicação, confiança, trabalho em equipe Subcultura “Engenheiro”: » O trabalho que importa é resolver problemas. » Produtos e resultados. Subcultura “Executivo”: » Foco no financeiro. » Controle. 74 Estruturação do trabalho em equipe Componentes organizacionais que influenciam em como a cultura é criada Que tipo de cultura de melhoria da qualidade você quer criar? Questões de recursos humanos Medição e informação Incentivos Projeto organizacional Cultura (Normas e comportamentos) Questões de recursos humanos » Recrutamento » Treinamento » Desenvolvimento » Atitudes » Valores Medição e informação » Dados para avaliação » Dados para ação» Métodos e ferramentas comuns Incentivos » Desempenho » Avaliações » Recompensas » Celebrações » Compensações Projeto organizacional » Comunicação » Educação » Informação » Estruturas de apoio » Liderança Fonte: R. Lloyd. Quality Health Care: A Guide to Developing and Using Indicators. Jones and Bartlett Publishers, 2004. 75 Estruturação do trabalho em equipe Q A E=× Qualidade da solução Aceitação da solução Eficácia da solução× = Para podermos chegar a uma solução eficaz, não é suficiente focar apenas em resolver os problemas Não podemos nunca esquecer das pessoas envolvidas no processo, pois só conseguiremos um ótimo resultado se as mudanças propostas forem aceitas. Mesmo que cheguemos a uma solução que seja excelente, mas que crie tarefas complexas e de difícil execução, talvez tenhamos uma adesão que ocorra parcialmente, não trazendo realmente benefícios ao processo. Nesse caso, devemos pensar não somente no problema, mas também nas pessoas envolvidas. 76 Estruturação do trabalho em equipe “Discussão” e “Dialogo” Diálogo Discussão Senge (1990) contrastou as ideias de discussão e diálogo: “No aprendizado da equipe, a discussão é a contrapartida necessária ao diálogo. Numa discussão, diferentes pontos de vista são defendidos e isso pode fornecer uma análise útil da situação como um todo. No diálogo, diferentes pontos de vista são apresentados como meio de descobrir uma nova visão. Numa discussão são tomadas decisões. Num diálogo, problemas complexos são explorados. Quando uma equipe precisa chegar a um acordo e tomar decisões, será necessária uma discussão.” 77 Estruturação do trabalho em equipe Características do diálogo Oposição minimizada Participação aumentada Constante desenvolvimento Nenhum membro é excluído Novo propósito pode surgir Transformação das relações Em um diálogo, notamos várias características, entre elas: » A oposição é minimizada. » A participação neste “pool de sentido comum” é aumentada. » O constante desenvolvimento e as mudanças guiam as palavras. » Não há propósito preestabelecido e um novo propósito pode surgir. » Nenhum membro é excluído e nenhum conteúdo específico é excluído. » Surge a consciência da natureza das relações. » Ocorre a transformação das relações. » Há o início de um diálogo que não tem fim. 78 Estruturação do trabalho em equipe Regras para o feedback Quem fala » Comece com aspectos positivos. » Ouça seus próprios sentimentos. » Fale aberta e honestamente. » Dirija-se à pessoa diretamente. » Seja conciso. » Não especule. Quem ouve » Ouça sem retrucar. » Não justifique. » Questões de compreensão são permitidas. » Use o feedback para seu desenvolvimento pessoal. 79 Estruturação do trabalho em equipe Três das principais ameaças para a construção de um diálogo Conversas difíceis The Ladder of Inference (A escada da inferência) Pensamento de grupo 80 Estruturação do trabalho em equipe Conversas difíceis “A conversa difícil é aquela que você não quer ter!” Cada conversa difícil são realmente três conversas separadas: » A conversa “O que aconteceu?” (os fatos objetivos). » A conversa “Sentimentos” (meus sentimentos, bem como os dos outros). » A conversa “Identidade” (uma conversa com nós mesmos sobre o que esta situação significa para nós). 81 Estruturação do trabalho em equipe A escada da inferência » Eu realizo ações com base em minhas crenças. » Eu adoto crenças sobre o mundo. » Eu tiro conclusões. » Eu faço suposições com base nos significados que eu acrescentei. » Eu adiciono significados (culturais e pessoais) » Eu seleciono “DADOS” a partir do que observo. » DADOS observados e experiências. O loop reflexivo (nossas crenças afetam o processo que usamos para selecionar dados em uma etapa seguinte) A escada da inferência foi inicialmente desenvolvida pelo Dr. Chris Argyris, e subsequentemente apresentada por Peter Senge’s no livro A quinta disciplina – Caderno de campo. “Vivemos em um mundo de crenças autogeradas que permanecem em geral não testadas. Adotamos essas crenças porque elas são baseadas em conclusões que são inferidas a partir do que observamos, além de nossa experiência passada.Nossa capacidade de atingir os resultados que verdadeiramente desejamos é corroída pela certeza de que: » Nossas crenças são as verdadeiras! » A verdade é óbvia! » Nossas crenças são baseadas em dados reais! » Os dados que selecionamos são os dados reais!” 82 Estruturação do trabalho em equipe A escada da inferência Fugindo da escada da inferência » Questione suas suposições » Procure por dados que contrariam suas suposições e conclusões 83 Estruturação do trabalho em equipe Exemplos da escada da inferência O diretor não gostaria de ter mulheres na equipe Angela é descompromissada e sem interesse Fiquei sabendo que Angela já faltou a outras reuniões Elas são marcadas com antecedência suficiente e ela não pode alegar que não sabia Às duas últimas reuniões marcadas, Angela não compareceu Ele implica com Sara porque ela é mulher Sara, sua performance não chega perto do desejável, fala o diretor O diretor iniciou o processo de fritura de Sara O diretor pensa que o trabalho de Sara é inaceitável 84 Estruturação do trabalho em equipe Pensamento de Grupo Pensamento de grupo “Um modo de pensar no qual as pessoas se empenham quando estão profundamente envolvidas num círculo coeso, quando os esforços dos membros em prol da unanimidade sobrepujam suas motivações para avaliar realisticamente cursos de ação alternativos.” Dr. Irving Janis 85 Estruturação do trabalho em equipe Os oito sintomas do “pensamento de grupo” » Ilusão de unanimidade Sintoma 1 » Ilusão de invulnerabilidade Sintoma 2 » A crença na moralidade inerente do grupo Sintoma 3 » Racionalização Sintoma 4 » Visão distorcida dos inimigos Sintoma 5 » Autocensura Sintoma 6 » Pressão direta sobre os membros Sintoma 7 » Proteção da mente (contra informações negativas) Sintoma 8 86 Estruturação do trabalho em equipe Quatro maneiras de evitar o pensamento de grupo » Criar um clima aberto para discussão e debate (estilo aberto de liderança, pensamento divergente e não julgamento de atitudes). » Atribuir a membros da equipe o papel de avaliador crítico (cada membro do grupo deve ser um avaliador crítico; desafiar as “vacas sagradas”). » Evitar o isolamento do grupo (traga perspectivas externas). » Evitar ser demasiado diretivo (líderes precisam ser menos diretivos e recorrer ao grupo para tomar decisões). 1. 2. 3. 4. Em contraste com as forças destrutivas do pensamento de grupo, os pesquisadores descobriram uma série de estratégias positivas e técnicas que podem ser empregadas em grupos para reduzir as chances de cair em pensamento de massa e para ajudar a garantir uma pesquisa racional e equilibrada de todas as alternativas disponíveis. Como seria de se esperar, as estratégias relacionam-se principalmente com o comportamento do líder ou gestor, que pode fazer perguntas ou dar início à discussão em grupo de forma que possam alterar significativamente o curso futuro da tomada de decisão. 87 Estruturação do trabalho em equipe 1. Quem tem a responsabilidade primária em uma discussão em grupo? O líder ou os membros da equipe? 2. Que tipo de decisões se prestam a uma decisão de consenso? Que tipo de decisões se prestam a uma decisão de comando por um gerente, supervisor ou qualquer outro líder? 3. Você já fez parte de uma decisão de grupo que deu errado? Você era a favor da decisão final ou foi um dos críticos? 4. Quem define o clima ou o tom em reuniões de grupo na maioria das organizações? E na sua? O clima de uma reunião pode afetar a forma como as decisões são tomadas? Você pode oferecer um exemplo de como isso ocorreu? 5. Quando umindivíduo fala contra um consenso do grupo em sua organização, qual é o resultado provável? O indivíduo será recompensado ou censurado? Exercício: questões para estabelecer um diálogo sobre pensamento de grupo Questões para estabelecer um diálogo sobre pensamento de grupo 88 Estruturação do trabalho em equipe Obje tivo e valo res As lentes do conhecimento profundo:uma ferramenta para o diálogo O sistema de conhecimento profundo proporciona uma lente. Ele fornece uma nova teoria para compreender e otimizar nossas organizações. Ele fornece uma oportunidade para o diálogo! Visão sistêmica Teoria do conhecimento O lado humano da mudança Entendimento de variação MC ESTATÍSTICA 90 Estatística Introdução Temos muito claro que a estatística e seus conceitos são indispensáveis para compreender o mundo em que vivemos diariamente. É a ciência que nos ajuda a organizar, tratar e descrever os dados, com o auxílio de tabelas, gráficos e medidas resumo de forma simples. Esses dados a que chegamos são úteis para entender diversos fenômenos e nos auxiliam na tomada de decisões inteligentes. Hoje com o imenso volume de dados disponíveis, utilizando a estatística, é possível transformar qualquer dado observado em informação para se obter conhecimento de um processo. O que torna essa disciplina extremamente útil e única é que sua aplicação ocorre em situações ou processos em que a incerteza e variabilidade estão presentes: » Será que meu produto terá uma boa aceitação? » Será que meu processo tem chance de produzir itens defeituosos? » Será que este cliente irá pagar o produto comprado? » Será que este inseticida é mais eficiente que o anterior? » Será que, realizando esta mudança, terei uma melhoria em meu processo? 91 Estatística Terminologias Encontramos aqui alguns dos termos estatísticos mais utilizados e sua descrição. São eles: » População: todos os itens ou unidades que estão sendo estudadas. » Amostra: subconjuntos de itens ou medidas selecionadas de uma população. » Parâmetro: característica de uma população. É uma quantidade que descreve uma característica de determinada população, como média (µ), desvio padrão (σ), coeficiente de correlação (ρ). Usualmente este valor não é conhecido e deve ser estimado. » Estatística: uma característica da amostra utilizada como estimador para o parâmetro populacional. Quando uma amostra representativa é retirada de uma população, podemos calcular uma estatística resumo como a média amostral (̄x), o desvio padrão amostral (s), ou o coeficiente de correlação (r). PROBABILIDADE 94 Estatística Decisões que tomamos diariamente Sabemos que a estatística é uma ciência que trabalha com a incerteza. Quando falamos de incerteza, logo pensamos em probabilidade. A origem da palavra “probabilidade” vem do latim probare, que significa provar ou testar. Em nossa vida tomamos decisões diariamente. » Será que vai chover? » Em qual investimento devo realizar uma aplicação? » Quanto tempo demora para chegar em casa? Toda vez que avaliamos o risco, estamos avaliando a probabilidade de um evento ocorrer. Ou seja, a probabilidade é uma medida de incerteza, que indica a chance da ocorrência de um evento. Essa medida é um número que varia entre 0 e 1 (0 é a probabilidade de um evento impossível, e 1 é a probabilidade de um evento certo). » Na maioria das vezes, utilizamos a nossa intuição para tomar decisões na base de incertezas! Mas, quando usamos somente nossa intuição, podemos cometer muitos erros. » Por isso, tomar decisões baseadas somente na intuição, não é o melhor caminho. A forma mais antiga de medir incertezas por meio de probabilidade é através do que chamamos de probabilidade clássica. Essa medida foi desenvolvida basicamente pelos jogos de azar. O conceito clássico de probabilidade aplica-se somente quando todos os possíveis resultados são igualmente prováveis. DISTRIBUIÇÕES DE PROBABILIDADE 96 Estatística Introdução » Em geral, uma amostra é retirada do lote e índices de qualidade, como a porcentagem de defeituosos, são calculados na amostra. » Para calcular esse índice, precisamos entender como nosso indicador está distribuído de acordo com todos os valores possíveis que ele pode obter. O entendimento dessa distribuição pode ser feito através de uma distribuição de probabilidade. » Utilizando-se o índice calculado, deve-se decidir se o lote é aprovado ou reprovado. Esse processo, de tirar conclusões sobre a população (lote) a partir de uma amostra, é baseado em conceitos de probabilidade. Suponhamos que uma empresa recebe um lote de matéria-prima de um fornecedor e deve decidir se esse lote satisfaz níveis de qualidade estabelecidos, como exemplo o comprimento da matéria-prima. 97 Estatística Distribuição de Probabilidade 7.26.45.64.84.03.22.4 20 15 10 5 0 Comprimento 7.26.45.64.84.03.22.4 20 15 10 5 0 Comprimento 7.26.45.64.84.03.22.4 20 15 10 5 0 Comprimento 7.26.45.64.84.03.22.4 20 15 10 5 0 Comprimento 7.26.45.64.84.03.22.4 20 15 10 5 0 Comprimento 7.26.45.64.84.03.22.4 20 15 10 5 0 Comprimento população original amostra de tamanho n A ideia de distribuição de probabilidade funciona da seguinte maneira: » Temos uma população original e, a partir desta população, coletamos uma amostra. Medimos algumas características de interesse (indicadores) e entendemos como esse indicador está distribuído. A distribuição pode ser visualizada utilizando um histograma de frequências, quando temos um indicador contínuo. » Podemos utilizar uma função para modelar as chances de ocorrência em cada intervalo de valores. Uma vez estabelecido o modelo, se a situação real se encaixa no modelo, o problema que nos resta é só determinar as probabilidades específicas para aquele caso e tirar conclusões sobre a população. » Chamamos esse modelo que relaciona o valor da variável com a probabilidade de ocorrência em cada possível valor de distribuição de probabilidade. 98 Estatística Variáveis aleatórias Vemos, em muitas situações, que os resultados possíveis de um experimento são números. Por exemplo, o diâmetro de uma peça sendo fabricado, o valor do rendimento da poupança em um determinado dia, o volume negociado diariamente na bolsa de valores de São Paulo, o tempo de vida de um equipamento etc. Quando o resultado não é numérico, podemos fazer uma associação dos resultados possíveis com um número. Podemos atribuir o número 1 ao sexo masculino e o número 2 ao sexo feminino. Portanto, é sempre possível associar um número ao resultado de um experimento. Dessa forma, simbolizamos os possíveis resultados de um experimento aleatório por uma letra (em geral X, Y, Z), e chamamos essa letra de variável aleatória. As distribuições de probabilidade dependem do tipo de variável, ou seja, elas podem ser: » Distribuições discretas: Utilizadas quando o parâmetro que está sendo medido pode obter somente valores inteiros 0, 1, 2... Exemplos: número de defeitos ou não conformidades, número de vendas, número de infecções hospitalares. » Distribuições contínuas: Utilizadas quando o parâmetro que está sendo medido pode ser expresso em uma escala contínua. Exemplos: diâmetro de uma peça, tensão da força, tempo de atendimento, voltagem etc. 99 Estatística Distribuição de probabilidade discreta Exemplo: em um censo é coletado o número de filhos do casal Nº de Filhos % 0 10% 1 30% 2 35% 3 20% 4 05% Para uma família escolhida ao acaso, qual é a probabilidade que ela tenha 2 filhos? » Pelos resultados censitários citados anteriormente, esse valor é 35%. » Se chamarmos de X o número de filhos de um casal escolhido ao acaso, vemos que X pode assumir os valores {0,1,2,3,4} com probabilidades {0.10, 0.30, 0.35, 0.20, 0.05} respectivamente. Então, X é uma variável aleatória discreta. Suponhamos que em uma cidade foi feito um censo, e se anotou para cada família
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