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resumo Nutrição Clínica

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Nutrição Clínica
Massa magra/muscular: metabolicamente ativa. Sarcopenia: perda excessiva dessa massa.
Marasmo: desnutrição calórica; geralmente pacientes cirúrgicos.
Kwashiorkor: desnutrição proteica ou mista; geralmente UTI.
Aula 1 - Dietoterapia:
 Bases do EN: fatores emocionais, sociais, econômicos, culturais, físicos, doenças, má absorção; desenvolvimento, crescimento, manutenção das necessidades corporais, estresse...
 Dieta ou Regime Alimentar: conjunto de normas de alimentação, padrão alimentar.
 Dieta Adequada e Balanceada: atinge todas as necessidades nutricionais de um indivíduo para a manutenção, reparo e crescimento ou desenvolvimento.
 Dieta Geral ou Alimentação Normal: maior gama de alimentos, para indivíduos que não necessitam de modificações em nutrientes e na consistência.
 Dieta especial ou Dietoterapia: elementos adequados ao estado físico, nutricional e patológico do paciente, com modificações nas suas características para atender suas necessidades.
· Tratamento de indivíduos enfermos, com abordagem integral;
· Tratamento principal = suporte nutricional.
· FINALIDADE: prevenção, recuperação, cura.
· IMPORTÂNCIA: manutenção da saúde.
· OBJETIVO: adequar os nutrientes ao tipo de doença, condições físicas e nutricionais do paciente. (EN)
APLICAÇÃO DO CUIDADO NUTRICIONAL: 
· Necessidades individuais, capacidade metabólica, suprir deficiências nutricionais, repouso do TGI, eliminar ou reduzir agressores, condições psicológicas, sócio econômicas e culturais, aumento ou redução de peso, EAN.
· OBJETIVO: atingir a dieta normal.
 EQUIPE MULTID.: nutri, fisioterapeuta, médico, enfermeiro, psicólogo, fonoaudiólogo, farmacêutico, odontólogo, educador físico.
· Atividades privativas do Nutricionista: assistência dietoterápica hospitalar, ambulatorial e em consultórios, prescrevendo, planejando, analisando, supervisionando e avaliando dietas e o EN.
ATUAÇÃO DOS ALIMENTOS NA DIETOTERAPIA: 
· Forma Integrativa: estados carenciais.
· Forma Curativa: anemia.
· Ação Estimulante: constipação.
· Ação Depressora: diarreia.
 DIETAS HOSPITALARES: conforme as necessidades fisiopatológicas – modificações da dieta padrão (físico, químico e organoléptico) – melhorar a fisiologia do paciente.
 Fibras, sódio, líquidos, nutrientes, fracionamento, temperatura, laxativa ou constipativa, alergênicas. 
 Mod. Quím.: CHO (50-60% VET), PTN (10-15%), LIP (25-30%), vitaminas e sais, fibras (35g/dia), água (30-40ml/kg/PA), resíduos. 
Hiperproteica: >1g/kg/PA/dia
Normoproteica: 0,8-1g/kg/PA/dia
Hipoproteica: <0,8g/kg/PA/dia
 PLANO ALIMENTAR: visa a evolução das dietas.
Médico: prescreve a dieta conforme a doença. Nutri: prescrição dietética (alimentos e características).
TIPOS:
1- Líquida: 
· Restrita ou de prova: repouso do TGI, reinício de alimentação VO, dificuldades de mastigação; p/ curto período de tempo; baixo teor calórico e nutricional.
 Líquidos (sucos se coados), gelatina, picolé, caldos; X leite!
· Completa: preparo de exames, pré e pós operatório, repouso do TGI; mais adequada e harmônica, mas ainda “pobre” nutricionalmente; pode ter complementos.
 Todos da restrita + leite e derivados, pudim, geleia, alimentos liquidificados ou que dissolvam na boca.
 
· Pastosa: progressão em pós-operatório, disfagias, risco de aspiração, readaptação oral, inapetência; adequada e harmônica em calorias e nutrientes.
 Alimentos modificados por ação mecânica ou cocção, macios.
· Branda: transição pós-operatório, problemas no TGI, dentição, alterações na deglutição e mastigação; adequada e harmônica.
 Alimentos abrandados por cocção, sem adição de condimentos fortes e alimentos gordurosos.
· Normal: pacientes que não requerem modificações; harmônica, equilibrada, s/ restrições; evitar muito condimento e alimentos gordurosos.
MODIFICAÇÕES NA COMPOSIÇÃO NUTRICIONAL:
· Hipercalórica: doenças hipermetabólicas, queimaduras, gestação, diálise; superior às necessidades normais; alimentos + suplementos.
· Hiperproteica: doenças hipercatabólicas, cicatrização de feridas, obesidade; valor energético normal e PTN aumentada; fonte de PTN + suplementos.
· Hipoproteica: função renal alterada, retenção de compostos de Na; valor calórico normal e PTN diminuída; diminui fontes de PTN animal.
· Hipossódica: HAS, renal, hepático, edema, ascite, cardiopatas; VC normal e Na reduzido; preparações isentas de sal e evitar alimentos ricos em Na.
· Hipolipídica: má absorção, hepático, pancreático, biliar, pós-operatório, cardiopata + dislipidemia; kcal normal e diminui LIP; s/ óleo nas preparações e gordurosos.
· Diabético: controle da glicemia; VC e nutricional normais; isenta de CHO simples e aumenta as fibras.
· Rica em Fibras: constipação intestinal, diverticulite, DM, dislipidemias; VC normal e fibras aumentadas;
· Dieta Constipante: diarreia; VC normal e fibras reduzidas; diminui alimentos ricos em fibras (leite, carne), alimentos devem ser abrandados por cocção, líquidos coados.
· Dieta pobre em purinas: hiperuricêmicos, gotosos; VC normal e purinas reduzidas; não consumir vísceras, bacon, galeto, peru...
· Preparo de exames: 
- Ultrassom abdominal: 8-12h de jejum.
- Balanço de gordura nas fezes: dieta hiperlipídica (90-100g/3 dias antes da coleta); p/ detectar intolerâncias a gordura e/ou má absorção.
- Sangue oculto: hemoglobina nas fezes; restringir carnes e leguminosas por 3 dias.
- Colonoscopia: dieta sem resíduos/de prova (na véspera).
· Nutrientes em algumas situações clínicas:
- CHO: intolerância à lactose, DM.
- Minerais: Na (hipertensão) e K (renal crônico) – limitar consumo de feijão, hortaliças, frutas, leite.
- Resíduos: diverticulite, colite, diarreias (evitar leite, açúcar, condimentos).
- Fibras: solúveis – diabetes, diarreia e dislipidemias (pectina - aveia, leguminosas) e insolúveis – constipação (celulose – folhas verdes, cereais integrais).
- Água: restrição em renais crônicos e cardiopatas; reposição – diarreia, vômitos, transpiração.
- PTN: hiper – queimados; hipo – renal crônico.
- LIP: hipo – dislipidemias, esteatose hepática.
	CIRURGIA
	JEJUM
	1º DIA
	2º DIA
	3º DIA
	4º DIA
	5º DIA
	6º DIA
	APENDICECTOMIA
	24h
	Prova
	Líq. co.
	Pastosa
	Branda
	Normal
	Normal
	HERNIORRAFIA
	12h
	LC
	Branda
	Normal
	Normal
	Normal
	Normal
	COLECISTECTOMIA
	24h
	Prova
	L
	Pastosa
	Branda
	
	
OBS: após 20/30 dias acrescente gordura adicional gradativamente.
AULA 2: SISTEMATIZAÇÃO DO CUIDADO DE NUTRIÇÃO
 Ingestão de Nutrientes: escolhas/vontades (fatores emocionais, econômicos, sociais, culturais, físicos = doenças, má absorção).
 Necessidade de Nutrientes: é preciso consumir (manutenção das necessidades corporais, desenvolvimento e crescimento, condições especiais – doenças, sintomas).
 Ambiente Hospitalar: catabolismo, digestão, absorção intestinal, inapetência e saciedade precoce, náuseas... resulta em alta prevalência de desnutrição diretamente proporcional ao tempo de internação.
 Cuidado Nutricional: método sistemático de resolução de problemas através do pensamento crítico e tomada de decisões = cuidado efetivo e seguro = humanização.
· Indivíduos saudáveis: avaliação do EN, saúde nutri, educação nutricional.
· Indivíduos enfermos: avaliação do EN, dietoterapia, suporte e EAN.
Identificar TN, intervenções, orientações, formulação do plano.
 Triagem Nutricional: admissão, se o paciente apresentar riscos deve-se montar um plano nutricional, monitorar e organizar os resultados para tomada de decisões.
(Informar o %PP/tempo, detectar possíveis desnutrições, idade, peso, estatura, IMC, alterações na ingestão alimentar).
 Avaliação Subjetiva Global (ASG): A – verde: bem nutrido; B – amarelo: moderadamente desnutrido; C – vermelho: gravemente desnutrido.
Níveis de Assistência:
	NÍVEL 
	DESCRIÇÃO 
	AÇÕES PROPOSTAS
	PRIMÁRIO
	Não apresentam riscos (pneumonia, gripe)
	Orientação sobre alimentação saudável
Retorno em 7 dias ou alta
Aferição de peso a cada 15 dias
	SECUNDÁRIO
	Risco nutricional (HAS)
	Anamnese, diagnóstico nutricional
Retorno em 4 dias
Evolução clínicae nutricional
	TERCIÁRIO
	Risco de morte (UTI, prematuro)
	Anamnese, encaminhamento eq. Multidisciplinar
Retorno em 3 dias
Acompanhar a evolução diariamente
Avaliação do EN e metabólico: 
· História nutricional global: peso, apetite, qualidade do sono, $, cirurgias, genética, estresse, emocional, medicamentos, atividade física.
· Qualidade da dieta;
· Exame físico: cabeça, pescoço, pele, unhas, sinais neurológicos, cardiopulmonares, urinários, nos ossos, abdominais...
· Exames bioquímicos;
· Índice nutricional: objetivos atingidos (+) ou não (-) ou equilíbrio (mantém plano), ingestão adequada.
IN = ingestão real de nutrientes-desejada/desejada
· Avaliação antropométrica: peso, estatura, circunferências, dobras, IMC, %GC...
 Atrofia do osso temporal, músculos inter ósseos, adutor, panturrilha, masseter e arco zigomático: ingestão oral inadequada.
Prescrição da dieta: necessidades energéticas kcal/kg/dia (peso atual).
	ATIVIDADE
	HOMEM 
	MULHER
	LEVE
	1,55 X TMB
	1,56 X TMB
	MODERADA
	1,78 X TMB
	1,64 X TMB
	INTENSA
	2,10 X TMB
	1,82 X TMB
- Manter peso: 25-35 kcal/kg/dia - Perder: 20-25 - Ganhar: +de 35
Necessidades energéticas/enfermos: Harris e Benedict
FA: acamados: 1,2; acamados + móvel: 1,25; ambulante: 1,3
FT: 38ºC: 1,1; 39ºC: 1,2; 40ºC: 1,3; 41ºC: 1,4
FI: p. 18
GET = TMB X FA X FI X FT
	CHO
	45-65%
	PTN
	10-35%
	LIP
	20-35%
 
Diagnóstico Nutricional: identifica e descreve um problema atual específico que pode ser resolvido ou melhorado pela nutrição; elo entre avaliação e intervenção.
 MÉTODOS DE AVALIAÇÃO:
- Subjetiva: triagem dos pacientes em maior risco.
- Objetiva: traça o DN, planeja, implementa e acompanha as intervenções.
 INTERVENÇÕES: EAN, aconselhamento, implementação de ações.
 MONITORAMENTO E AFERIÇÃO EM NUTRIÇÃO: história alimentar, antropometria, dados bioquímicos, testes clínicos.
Suporte Nutricional: vias de administração, dependem da aceitação (temperatura, consistência, sintomas, emocional, $, aversões, dentição...) p/ suplementação ou não.
 Oral, enteral (sonda), parenteral (veia) – associações quando a VO não for satisfatória.
 SUPLEMENTOS ARTESANAIS: menor custo, mais variedade, envolvimento nas preparações, preferências, déficit nutricional, sem composição definida, preparo demorado... acréscimo de módulos.
 SUPLEMENTOS INDUSTRIALIZADOS: composição definida, em pó ou líquido (possível em VE), especializados em casos específicos.
Plano do cuidado nutricional: avaliação nutricional identificação dos problemas objetivos diagnóstico plano/intervenção/EAN/prescrição dietoterápica avaliação dos resultados. (registro em prontuário – hospital)
Evidências científicas: 
A: estudos de melhor consistência (metanálise) C: relatos de casos, estudos não comprovados.
B: menor consistência (metanálise) D: desprovido de opiniões, nenhuma evidência
Obesidade: doença crônica caracterizada pelo acúmulo de gordura corporal.
FORMAS: hipertrofia e hiperplasia.
ETIOLOGIA: influências ambientais e sociais (suscetibilidade individual/biológica, padrões de dieta e atividade física); balanço energético negativo.
 Pai ou mãe obesos: 40% Os dois obesos: 80% (IMC pais biológicos)
PRIMÁRIA: exógena, multifatorial.
ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS: S de Cushing, hiperinsulinismo, hipogonadismo e tiroidismo.
A. GENÉTICAS: síndromes de Turner, Cohen, Down, Laurence...
A. NEUROLÓGICAS: lesões cerebrais, distrofias musculares, cirurgias, traumatismos...
TRANSTORNOS PSICOLÓGICOS: bulimia, anorexia.
LATROGENIA: causas erradas que fogem do controle do indivíduo (corticoide por mais tempo que o necessário).
PREVALÊNCIA NA INFÂNCIA: interrupção precoce do aleitamento materno, introdução inapropriada de alimentos complementares, diluição incorreta de formas lácteas,distúrbios alimentares, inadequada relação familiar, BPN.
CORMOBIDADES ASSOCIADAS: dislipidemias, HAS, DM, SM.
É uma inflamação crônica porque pode desencadear outros fatores: alteração imunológica e metabólica, hipercogulabilidade.
Hábitos alimentares que interferem: não ler rótulos, líquido durante as refeições, beliscar entre as refeições, sobremesa regularmente, comer assistindo TV, comida como fuga, influência da mídia, dietas da moda...
DOENÇAS INTER-RELACIONADAS: insuficiência cardíaca, doenças articulares, hepática, câncer, incontinência urinária, apneia do sono (aumento da circunferência do pescoço)...
Apresentam os piores prognósticos (+ facilidade de adquirir infecções por exemplo).
PARADOXO DA OBESIDADE: achar que o obeso tem maior sobrevida em alguns casos clínicos (por ter maior reserva).
ADIPOGÊNESE: diferenciação entre adipócitos e células tronco.
TIPOS: ginóide (pera) – mulheres (problemas ortopédicos e vasculares); androide (maçã) – homens (problemas CV e metabólicos).
Quanto maior a qtd de gordura, menor a tolerância à glicose!
DIAGNÓSTICO/AVALIAÇÃO: 
· Composição corporal: IMC, %GC, dobras... (normal até 20% homens e30% em mulheres).
· Ingestão energética: recordatório, questionários, composição.
· Gasto energético: nível de atividade física, capacidade de movimentar-se.
IMC > 30KG/M²; mórbida > 40kg/m²
CC (circunf. cintura): Homens >40 (102cm), mulheres >35 (88cm).
RCQ (relação cintura quadril): 0,9 H e 0,85 M.
RCE (cintura estatura): cintura < metade da estatura.
Excesso de peso (EP) = PA – PI
% EP = PA X 100 / PI 
NECESSIDADES NUTRICIONAIS: 
H: EER = 1086 – (10,4 x idade) + (NAF x (13,7 x peso) + (416 x estatura))
M: EER = 448 – (7,95 x idade) + (NAF x (11,4 x peso) + (619 x estatura))
TRATAMENTO: avaliar comportamentos e atitudes (compulsão, ambiente, autoestima, padrão estético), abordagens simultâneas (equipe multidisciplinar) = mudar estilo de vida.
G 1: dieta e medicamento. G 2: dieta, medicamento e possibilidade de cirurgia. G 3: cirurgia.
FARMACOTERAPIA: IMC > 30 ou > 25 + comorbidades.
· Sibutramina: bloqueia receptação = reduz ingestão.
· Orlistate: inibe lipase, reduz absorção de LIP.
· Liraglutida: estimula a saciedade.
DIETOTERAPIA: reduzir a hiperalimentação e complicações relacionadas = hipocalórica.
Também hiperproteica em casos de obesidade grave.
Restrição moderada: - 500 a 1000kcal/dia. Se muito restritivas: deficiências nutricionais, adesão, perda de peso...
Restrição moderada s/ efeito: - 800 a 1000kcal/dia, 10 a 19kcal/kg. Dieta Low Carb (LCD) é “indicada” quando o peso não diminui após um período seguindo um plano.
VLCD (very): <800kcal ou – de 10kcal/kg/dia casos de descompensação diabética ou que necessitem de rápida perda de peso (aplicado por curtos períodos – 1 mês).
Não são recomendados dietas com <400kcal/dia ou jejum total <200kcal/dia.
< 1200 kcal X suplementação.
Fibras: 20 a 30g/dia; controlar Na; colesterol até 300mg/dL; 0 álcool.
PTN: 1,2 a 2g/kg PI/dia (IMC < 30); >2 (IMC entre 30 e 40); >2,5 (IMC > 40).
Líquidos: 1500mL/1000kcal.
PI: IMC = 25KG/M² PI Ajustado = PI + [(PA-PI) X 0,25)]
PP = 0,5 A 1kg/semana; PP mantida (anti infl. e trombótico), PP rápida (pró inflamatório e trombótico).
- CC - GC = melhor sensibilidade à insulina e – glicose plasmática.
SUCESSO TERAPÊUTICO: - 30% gordura visceral, - 0,5 a 1kg/semana, manter PP de 2 a 5 anos (controle metabólico = reduz TMB).
Aula 3 – TN na Cirurgia Bariátrica e Metabólica:
· Indicadas em casos de IMC>30 após 2 anos de TN, obesidade recidiva; independente de tentativas prévias IMC>40 ou >30 a 35 + comorbidades.
· <16 anos: exceções; consentimento familiar;
· 16 a 18 anos: sempre que houver indicação e consenso;
· 18 a 65 anos: sem restrições;
· > 65 anos: avaliação da equipe multidisciplinar.
CONDIÇÕES ADVERSAS: risco anestésico, hipertensão, varizes esofagogástricas, limitação intelectual quando não há apoio familiar, transtorno psiquiátrico.
Pode levar a desnutrição grave por não absorver corretamente todos os nutrientes.
IMC não é um indicador ideal por avaliar a composição corporal como um todo e não somente a gordura.
TÉCNICAS: restrição X má absorção.
· Restritivas: diminui a quantidade de alimentos que o estômago é capaz de comportar.
· Disabsortivas: reduza capacidade de absorção do intestino.
· Mistas: restrição de volume estomacal e desvio intestinal com parcial absorção de alimentos.
1- Banda Gástrica Ajustável: fácil e rápida, baixa mortalidade, reversível, segura > 55 anos, não interfere na produção hormonal, piores resultados de PP e comorbidades.
2- Duodenal Switch (derivação biliopancreática): >PP, reduz comorbidades, capacidade de 200 a 500mL, desnutrição (PTN, Ca, Fe, Zn, P), diarreia, flatulência.
3- Gastrectomia Sleeve: PP, resolve comorbidades, gera complicações, diminui a produção de grelina.
4- By pass gástrico em Y de Roux: 60%PEP, melhora DM e PP, capacidade de 10 a 20mL, Síndrome de Dumping, desnutrição (= sleeve + B12), diarreia, flatulência.
BENEFÍCIOS: melhora efeitos metabólicos, inflamatórios e antropométricos; perda de GC e visceral, melhora a sensibilidade à insulina, reduz AGL, aumenta adiponectina...
- Quase 90% foi bem sucedida, 86% melhora apneia do sono e hipertensão, 70% melhora dislipidemias.
OBJETIVOS NUTRICIONAIS: reforçar que a perda de peso é possível com expectativas reais, identificar erros e transtornos alimentares, preparar o paciente para a alimentação no pós.
- Principais recomendações: corrigir déficit nutricional no pré e pós op, promover PP.
Principais deficiências no pós op: ferro (35%), ácido fólico, ferritina, vitamina B12.
IMPORTÂNCIA DA PERDA DE PESO NO PRÉ OP: menor perda de sangue, tempo cirúrgico e hospitalar, menos complicações, maior PP a longo prazo.
- Preparo multidisciplinar, orientação e acompanhamento nutricional.
CONDUTA DIETOTERÁPICA: seguimento mensal, mudanças qualiquantitativas, adaptações socioeconômicas e culturais, característica da dieta, incentivar hidratação e mastigação.
PP PO IMEDIATO: 1 mês após (20%). TARDIO: tempo indeterminado >1 mês (30 a 70%).
SUCESSO: reganho de peso <50% do peso perdido. INSUCESSO: >50%
DEFICIÊNCIAS – SINAIS E SINTOMAS
	ZINCO
	Rash cutâneo 
Queda de cabelo
	NIACINA
	Dermatite, diarreia, depressão, delírio, desorientação
	VIT. A
	Lesões na pele 
Cegueira noturna
	VIT. B6 (PIRIDOXINA)
	Dificuldade à deambulação, irritabilidade
	VIT. C
	Baixa cicatrização
Hemorragia
	VIT. B12 (COBALAMINA)
	Degeneração neurológica, palidez cutânea
	VIT. K 
	Hemorragia
	ÁCIDO FÓLICO
	Palidez cutânea
	VIT. B1 (TIAMINA)
	Fadiga, perda apetite, constipação, edema
	BIOTINA
	Dermatite, queda de cabelo
	VIT. B2 (RIBOFLAVINA)
	Lesões na pele, língua e lábios
	ÁCIDO PANTOTÊNICO
	Queimação nos pés
MODIFICAÇÕES ALIMENTARES:
· Primeiras 12h pós: dieta oral 0.
· 1ª semana pós: líquida de prova (50ml/3min = 1-1,5L/DIA = 350kcal); suplementação
· 2ª semana pós: líquida mínima em resíduos (200mL/3h+água = 2L = 450kcal);
· 3ª e 4ª semanas pós: líquida completa (200mL/3h+água = 2L = 700kcal); supl. PTN
· 1 mês pós: branda (refeições/3h + água = 2L/dia = 1000kcal); suplementação PTN
· 2 meses pós: normal (1200kcal); suplementação de micronutrientes (comprimidos)
SUPLEMENTAÇÕES: PTN (20g/dia), polivitamínico ou mineral (1cp/dia), ômega 3 (1 cp = 1000mg), cálcio (2 cp = 600g), vit. D (5000UI), ferro (60mg), vit. B12 (intramuscular).
ATENÇÃO PÓS OP: ingestão inadequada X reganho de peso, síndrome de Dumping, alcoolismo, transtornos alimentares, déficit nutricional.
SÍNDROME DE DUMPING: rápida passagem dos alimentos do estômago p/ intestino – hipoglicemia, sudorese, taquicardia, náuseas, plenitude gástrica, cólicas, tonturas.
- Orientações: pequenas refeições (menos sólidas) em maior frequência, menos açúcar simples, limitar a qtd de água durante as refeições, mais fibras solúveis, pouco LIP, s/ lactose, muita PTN, suplementos p/ evitar hipoglicemia.
- Dietas ricas em LIP: mudanças na microbiota, redução da diversidade microbiana.
Aula 5: TN nas doenças cardiovasculares
HAS: >140 e/ou 90mmHg ; distúrbios metabólicos, funcionais ou estruturais agravados por fatores de risco (dislipidemias, obesidade, intolerância à glicose (DM), idade, genética, sedentarismo, peso, álcool, sal, mulheres >65, homens >55, HDL<40, LDL>100, TG>150 ou associação independente (ICC, AVE, DRC, IAM...)
> 140 é considerada hipertensão se associado a anti hipertensivo!
- Sintomas: dores de cabeça e nuca, tontura, cansaço, enjoos, falta de ar, sangramentos nasais.
- Exames de rotina: análise urina, glicemia de jejum, eletrocardiograma e K, HDL, TG, ácido úrico e creatinina plasmáticos.
- Atividade física pode reduzir a PA de 2,1 a 4mmHg em pré-hipertensos (aeróbio) e 3,6 a 8,3mmHg em hipertensos (aeróbio/diariamente).
DIETOTERAPIA: normalizar o EN, regular limites pressóricos, eliminar FR p/ complicações HA.
· Consumo de frutas, hortaliças, laticínios com pouco LIP, cerais integrais, frango, peixe, oleaginosas, reduzir carne vermelha, doces e bebidas c/ açúcar, muito K Ca Mg e fibras reduz até 8,9mmHg da PA - previne/trata a HAS.
· Redução de Na e dieta DASH reduzem a PA quando associadas a outras mudanças alimentares, sendo os benefícios a longo prazo dependentes de dietas duradouras.
· Dieta do Mediterrâneo: rica em frutas, hortaliças, cereais integrais, azeite de oliva, peixes, oleaginosas, ingestão moderada de vinhos =reduz PA, colesterol e glicemia.
· Vegetariana: frutas, hortaliças, grãos, leguminosas; algumas c/ laticínios, ovos, peixe = maior redução de PA.
· Redução de sódio: limite diário 1,2 a 2g (ideal/normal); 1g sal = 400mg de sódio.
Restrição: normal 3000-5000mg, leve 2000-3000, moderada 1 2000, moderada 2 1500, severa 1500.
· K e Mg: quanto maior a qtd = menos Na; promove natriurese, diminui a volemia, vasodilatador... banana, abacate, beterraba, cenoura, feijão, folhas verde escuro, cabola. 2-4g/dia.
· AG Insaturados: >2g/dia de ômega 3 reduz PA, agregação plaquetária, viscosidade, melhora perfil lipídico; sardinha, salmão, atum, camarão, óleo de canola, girassol.
· Fibras: beta-glucano reduzem PA; solúveis (farelo de aveia, pectina – frutas, gomas – aveia), insolúveis (celulose – trigo, hemicelulose – grãos, lignina (hortaliças).
· Oleaginosas: diminui PA, controla FRCV;
· Ca e Vitamina D: estado carencial = aumenta HA, p/ diminuir = 3 a 4 porções/dia de laticínios; c/ baixo teor de LIP
· Alho: alicina (cru) e s-alil-cisteína (processado)- componentes bioativos = reduzem PA.
· Café: pode favorecer PA; Chá: pequenas doses podem reduzir PA.
· Chocolate amargo (70%): reduz PA; Álcool e tabagismo: aumenta PA HAS.
ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS: incentivar especiarias, adoçantes, temperos naturais, evitar industrializados (conservas, enlatados, pós, caldos em cubos), ler rótulos, temperar com limão, 8 a 10 copos (de 200mL) de líquido/dia, sempre que possível aferir a pressão, manter o peso.
- Sucesso no tratamento: plano alimentar saudável s/ dietas radicais (levam ao abandono do tratamento), analisando o plano alimentar total.
TN na Insuficiência Cardíaca (IC):
- Doença de progressão lenta (anos), em que os ventrículos não bombeiam qtd adequada de sangue p/ manter as necessidades do organismo. (hipertrofia do músculo que reveste o ventrículo ou dilatação do v).
- Desnutrição: perda de Massa Magra = pior função cardíaca.
CAUSAS: cardiopatia isquêmica, miocardiopatia dilatada, cardiopatia hipertensiva, doença de Chagas (cardiomiopatia), cardiopatia congênita.
SINTOMAS: fraqueza, fadiga, cefaleia, edema, anasarca, hepatomegalia, dispneia, estase jugular, palpitações, sudorese, palidez, PP, tosse.
Classe 1: assintomática, dispneia em atividades cotidianas, limitação p/ esforços.
Classe 2: sintomas em atividades cotidianas.
Classe 3: sintomas em pequenos esforços. 
Classe 4: sintomas em repouso.
CAQUEXIA: fisionomia pálida, pulso rápido, corpo magro exceto abdômen – depleção intensa da MM e tecido adiposo – perda 6% do peso/ 6 meses.
- Fatores que contribuem: redução energética, consumo elevado de O2 pelo miocárdio, elevação da TMB, febre, hormônios, anabolismo e catabolismo = (aumentar GET 20-30%), perda de nutrientes, diuréticos, renal de PTN.
- Avaliação Nutricional: determinar as alterações corpóreas, presença de edema, nutrientes, medicamentos, exames bioquímicos, sinais e sintomas = anamnese. (DCTé melhor)
- Epidemiologia reversa: aumenta IMC, CT e PA, associados a maior sobrevida na IC.
- Terapia Nutricional: manter o peso seco adequado, tratar condições de risco pré existentes, aliviar os sintomas, melhorar a qualidade de vida.
 28-35kcal/kg/dia caquexia: 35-45kcal/kg/dia FI = 60-80%
 CHO: 50-60% FIBRAS: 20-30g PTN: 1,5-2g/kg/dia LIP: 25-30% ômega 3 e Na
Água: restrição hídrica depende da gravidade da doença
Dieta: líquido-pastosa p/ branda, maior fracionamento menor volume – enteral.
- Congestão sistêmica: compressão gástrica, congestão hepática (saciedade), edema de alças intestinais (enteropatia). (náuseas, anorexia, dispneia, fadiga)
TN no Infarto Agudo do Miocárdio (IAM): 
- Placas de aterosclerose, trombos, coágulo – infarto, derrame, gangrena, aneurisma – placas fibrosas que levam ao acúmulo de gordura e possível rompimento.
- Fatores de risco: stress, >50 anos, genética, tabagismo, obesidade (IMC >40), HAS, DM...
- Sintomas: tontura, suor frio, falta de ar, dor abdominal, palidez, cansaço, palpitações cardíacas, náuseas, dificuldades p/ dormir...
DIETOTERAPIA: diminuir a sobrecarga cardíaca; restrição calórica PP 7-10%/6-12 meses.
25-27kg/m²: reduz 500-1000kcal/dia >27: diminui 1000-1500kcal/dia
- Controlar a dislipidemia: LIP até 35%. CHO 50% Fibras: 20-30g/dia 
água: 30mL/kg/dia; não passar 1,7L p/ idosos = restrição hídrica
Após 6m – evolução gradual da dieta, diminui o fracionamento e a consistência depende da condição de mastigação.
Aula 6: TN nas Dislipidemias
É a redução da fração de HDL que pode levar a aterosclerose.
- Causas: PRIMÁRIA genética; SECUNDÁRIA estilo de vida, medicamentos, morbidades.
Indivíduos c/ alto risco cardiovascular: LDL reduzido p/ <50 - 70mg/dL e HDL >80 - 100mg/dL.
Índices de Castelli: 1 = CT/HDL = >4,4 2 = LDL/HDL = >2,9
Outros marcadores: PTN C-reativa Ultrassensível >2
DIETOTERAPIA: manter ou diminuir o peso, diminuir LDL e TG, aumentar HDL.
Recomendação Nutricional: GT 20-35%, AGS <7%, AGPI <10%, AGMI <20%, CHO 50-60%, PTN 15%, Colesterol <200mg/dia, fibras 20-30g/dia, calorias (ajustável ao PI), ômega 3 1 porção 2x na semana (se TG>200-400mg/dL).
- Linhaça, azeite de oliva.
- Fibras Solúveis: diminui o esvaziamento gástrico, absorção de CHO, LIP séricos e pico glicêmico (frutas cítricas, leguminosas...)
- Fibras Insolúveis: induz saciedade, diminui peso e CA (frutas com casca, grãos integrais).
- Fitosterois: esteroides alcoólicos e ésteres de plantas e vegetais – reduzem a absorção de colesterol; 2g/dia.
- Soja: 25g/dia, 1 ou 2 porções/dia.
- Ovo: 50 a 250mg de colesterol = 300mg/dia.
- Antioxidantes: inibe FLAVONOIDES - oxidação de LDL e diminui agregação plaquetária; Vitaminas – E, b caroteno, C.
TERAPIA NUTRICIONAL NA SÍNDROME METABÓLICA:
SM: obesidade + TG/HDL/Colesterol + PA + Glicemia de jejum (DM)
Condições clínicas e fisiopatológicas: síndrome de ovários policísticos, doença hepática gordurosa não alcoólica, microalbuminúria, pró trombóticos, pró inflamatórios, disfunção endotelial , hiperuricemia.
Fatores de risco p/ mortalidade: HAS, hipercolesterolemia, baixo consumo de fibras, sobrepeso, inatividade física, tabagismo.
Tratamentos: mudanças no estilo de vida, diminui CC, sensibilidade à insulina, glicose plasmática, níveis pressóricos, TG e gordura visceral, aumenta HDL.
DIETOTERAPIA: limitar ingestão de AGS e CHO, dietas hiperglicídicas (aumenta TG e diminui HDL), dieta mediterrânea, diminui IG (fibras solúveis), limitar Na (6g/dia).
ENERGIA: p/ PP sustentável (5-10% PC inicial); hipocalórica – diminui 500-1000kcal/dia.
CHO: açúcar de mesa consumo eventual, dieta DASH (aumenta sensibilidade à insulina), 50-60%.
LIP: 25-35%, <10% AGS, AGPI, AGMI; <15% HDL, TGI, insulina, glicose; ômega 3 <20%.
PTN: 0,8-1g/kgPA ou 15% VET.

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