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História-Antiga-Ocidental-Apostila

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História Antiga 
Ocidental
 
 02 
 
 
 
1. A Civilização Grega 4 
Partindo da Pré-História 4 
Primórdios da Civilização Grega 5 
Período Micênico 7 
Período Arcaico 8 
Atenas 9 
Esparta 13 
Período Clássico 15 
Guerras Médicas 15 
Guerra do Peloponeso 18 
Período Helenístico 18 
Cultura Grega 21 
Religião Grega 24 
Arte Grega 25 
 
2. A Civilização Romana 28 
A Origem de Roma 28 
Monarquia 29 
República 30 
Império 33 
Queda do Império Romano 34 
 
3. Referências Bibliográficas 36 
 
 
 03 
 
 
 
 
 
 4 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
1. A Civilização Grega 
 
 
Fonte: Antiguidade Clássica1 
 
Partindo da Pré-História 
 
omumente vemos em materiais 
didáticos, periódicos e 
informativos a divisão entre pré-
história e história. Por pré-história 
entende-se todo o período de 
interação humana anterior ao 
desenvolvimento da escrita, ou seja, 
povos ágrafos. Embora o homem 
primitivo fosse um ser histórico, os 
registros por ele produzidos eram 
ainda em forma de desenhos ou 
pinturas rupestres que 
 
1 Retirado em: https://portaldahistoriaonline.wordpress.com/ 
representavam seus trunfos e 
derrotas, servindo como uma 
espécie de diário que mantinha vivas 
suas memórias. 
 
Pinturas Rupestres 
 
 
 
 
 
 
Fonte: R7 
 
C 
 
 
5 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Porém, conforme BRAICK e 
MOTA essa definição é escassa e 
preconceituosa, pois: 
 
O conceito de pré-história, para 
muitos, expressa certo 
preconceito ao excluir da 
história os povos que não 
conheciam a escrita. Ainda hoje 
existem culturas que 
desconhecem a escrita e, apesar 
disso, são agentes de sua 
própria história. E isso também 
ocorreu no passado. Assim, se 
acreditamos que o sujeito da 
história é o ser humano, então 
ele fez história desde que surgiu 
no planeta. (2016, pág. 17) 
 
Com a mudança de hábitos o 
ser humano deixou de ser nômade e 
se estabeleceu em grupos em locais 
onde começou a dominar o plantio e 
a criação de animais, deixando de 
ser um mero coletor e caçador para 
se tornar um verdadeiro 
transformador do ambiente onde 
estava estabelecido. 
Com o excedente agrícola e 
consequente tempo para a reflexão 
foi possível o desenvolvimento das 
artes e da escrita, possibilitando 
assim mais fidedignidade aos 
registros que seriam passados à 
posteridade. 
A história ocidental, como 
chamada nesta apostila, recebe esse 
nome por ser centrada na Europa e 
nos seus antecedentes e é dividida 
em Idade Antiga, Idade Média, 
Idade Moderna e Idade 
Contemporânea. 
O período conhecido como 
Idade Antiga é o mais extenso da 
tradicional cronologia histórica e é 
impossível falar de história antiga 
sem vir logo à mente a 
grandiosidade do império grego. 
Sua essência é sentida até aos dias 
atuais influenciando toda a cultura 
ocidental. 
 
Primórdios da Civilização 
Grega 
 
Incialmente, quando povos 
indo-europeus ocuparam os 
territórios do sul dos Bálcãs, da 
Península do Peloponeso e das ilhas 
do Mar Egeu, estes se depararam 
com uma região com extensa 
presença de montanhas, com o solo 
não tão produtivo e território 
peninsular. 
Esta realidade obrigou-os a 
extrair o maxímo que podiam dos 
recursos marítimos, com atividades 
como a pesca e as viagens marítimas 
com fins comerciais. A civilização 
cretense (ou minoica) saiu na frente 
neste sentido, dominando o 
comércio marítimo da região e 
influenciando lugares até a Grecia 
Continental. 
 
 
 
 
6 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
 
Os gregos, embora 
mantivessem certa cultura em 
comum, possuíam cidades-estados 
independentes, e se unificavam 
quando julgavam necessário, 
principalmente para guerrar contra 
outros povos para manutenção ou 
expansão do seu território. 
Conforme demonstrado no 
atlas hisórico acima, o que 
entendemos por Grécia Antiga era 
composto por diferentes territórios, 
a saber: Grécia Peninsular, Grécia 
Insular e Grécia Continental. Devido 
aos movimentos de expansão, logo 
foram fundadas pólis (cidade-
estado) ao longo da região do 
Mediterrâneo, dando origem à 
Grécia Oriental (ou Grécia Asiática) 
e ao sul do que hoje é a Itália, 
formando a Magna Grécia. Cada 
região possuía inúmeros dialetos, 
como mostra a imagem abaixo: 
 
 
Fonte: Domínio Público 
 
 
7 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Os gregos se 
autodenominavam helenos, pois 
habitavam uma região conhecida 
com Hélade. Tanto é que à difusão 
de culturas com origem grega 
chamamos helenismo. 
 
Período Micênico 
 
Umas das conquistas mais 
notórias do recorte temportal em 
questão é a conquista de Creta, 
subjugada pelo povo aqueu, que 
fundou a cidade de Micenas. A 
vitória sobre Creta foi facilitada pelo 
fato da região não ser circundada 
por muralhas e propriciou a 
formação de uma cultura 
miscigenada entre ambos os povos, 
conhecida por cultura creto-
miscênica, além de motivar o 
exército grego a conquistar mais 
territórios, sendo o ponto de partida 
para as conquistas posteriores. 
Sobre esse período BRAICK e MOTA 
afirmam: 
 
De acordo com as narrativas 
míticas gregas, sob a 
hegemonia de Micenas os 
aqueus também conquistaram 
a cidade de Tróia, na Ásia 
Menor. Segundo essas 
narrativas, o conflito resultou 
do rapto de Helena, esposa de 
Menelau, rei de Esparta, pelo 
príncipe troiano Páris. (2016, 
pág. 88) 
 
Grandes obras da literatura 
mundial foram responsáveis por 
imortalizar essas lendas, como 
Ilíada e Odisseia de Homero. A 
Íliada recebeu esse nome pois os 
gregos chamavam Tróia de Ílion, e a 
Odisseia tem esse nome por contar a 
história de Odisseu (Ulisses) em seu 
retorno para casa. 
Segundo os relatos, como 
resultado deste rapto as cidades-
estado gregas se reuniram e 
partiram a batalhar pela toamda de 
Tróia, porém, não obtiveram 
sucesso em invadir Tróia, dando um 
enorme cavalo de madeira como 
reconhecimento da supremacia 
troiana (o que faz sentido, pois a 
região possui muitos equinos), 
ocultando, entretanto, alguns de 
seus homens no interior oco deste 
cavalo, que durante a noite, saíram e 
abriram or portões pelo lado de 
dentro, possibilitando a vitória 
grega. 
Sobre esse assunto ROCHA 
afirma: 
 
A Ilíada [...] conta apenas o 
final da guerra. Acredita-se que 
esses fatos tenham acontecido 
trezentos anos antes do tempo 
de Homero. 
Não se sabe até que ponto os 
fatos narrados foram 
inventados pelo poeta, e até que 
ponto ele usou em sua narrativa 
lendas e histórias que se 
contavam sobre a guerra. 
 
 
 
8 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Em algumas passagens do 
poema há contradições entre os 
fatos; o estilo da narrativa às 
vezes também parece diferente 
do estilo de toda a obra. Por 
isso, há estudiosos que põem 
em dúvida a autoria de 
Homero. E alguns deles 
chegam a duvidar de que ele 
tenha existido. (2010, pág. 133) 
 
Daí a popularização das 
expressões “presente de grego” e 
“cavalo de tróia” significando um 
presente ou dádiva que traz prejuízo 
para quem a recebeu. 
 
Representação do Cavalo de Tróia 
 
 
Fonte: Filme “Tróia”, 2004. 
 
Não se sabem ao certo as 
causas que levaram a civilização 
micênica ao colapso, mas com sua 
decadência o poder que antes era 
centralizado nos palácios deu lugar a 
uma nova organização social, os 
genos, comunidades agrícolas 
autossuficientes, onde habitavam os 
assim chamados gentios. O período 
também é conhecido como Período 
Homérico devido à grande 
influência advinda das obras 
supracitadas. 
 
Período Arcaico 
 
No Período Arcaico surgiram 
as primeiras manifestações da arte 
grega. 
 
Estatueta do Período Arcaico 
 
 
Fonte: Pinterest 
 
 
 
9 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Houve também nesta época a 
consolidação das cidades-estado 
(pólis) dentre as quais se destacam 
Atenas e Esparta. 
 
Atenas 
 
Localizada no sul da Grécia, e 
sendo sua atual capital, Atenas foi 
um importante centropolítico da 
civilização grega. Inicialmente 
povoada por aqueus e 
posteriormente, por eólios e jônios. 
Quando se tornou uma cidade-
estado inicialmente Atenas foi 
governada por uma espécie de 
monarquia. Quando o último 
basileu (nome dado ao proprietário 
mais poderoso que atuava com um 
rei) foi deposto, iniciou-se um 
regime oligárquico ("oligarkhía" do 
grego ολιγαρχία, literalmente, 
"governo de poucos"). 
Conforme FANTAGUSSI o 
que aconteceu em seguida foi o 
seguinte: 
 
Após a expansão ateniense, 
entre os séculos VIII a.C. e VI 
a.C., uma grave crise social 
mergulhou Atenas em 
violência. Buscou-se, assim, a 
organização jurídica. Nesse 
contexto, destacaram-se as 
figuras de dois grandes 
legisladores: Drácon e Sólon. O 
primeiro transformou em 
registro escrito o conjunto de 
leis baseado na tradição oral 
ateniense, reafirmando o poder 
da elite, os eupátridas. 
Já Sólon, aboliu a escravidão 
por dívidas, enfatizou o direito 
de qualquer pessoa prestar 
queixa, mesmo em nome de 
terceiros, de modo a corrigir 
uma injustiça, e propôs uma 
divisão censitária da sociedade, 
ou seja, de acordo com a renda 
de cada indivíduo. (2017, pág. 
4) 
 
Busto de Sólon 
 
 
Fonte: História Livre 
 
Também foi Sólon o 
responsável por ampliar o acesso ao 
voto, incluindo os mais pobres na 
participação da Eclésia (assembleia 
popular que reunia os atenienses do 
sexo masculino com idade superior 
a 18 anos). 
 
 
10 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Infelizmente, as reformas 
propostas por ambos não surtiram 
bons efeitos, mas aumentaram a 
desigualdade social causando 
revoltas que abriram espaço para 
governos autoritários, as chamadas 
tiranias. 
Conforme BRAICK e MOTA: 
 
As reformas implementadas 
por Sólon não foram suficientes 
para conter as agitações sociais. 
Em 546 a.C., Pisístrato, apoiado 
pelo povo, tornou-se o primeiro 
tirano de Atenas. Em seu 
governo, empreendeu uma 
reforma agrária, distribuindo 
terras e créditos aos 
camponeses pobres, realizou 
obras públicas geradoras de 
empregos, incentivou as artes e 
prestigiou festas esportivas e 
religiosas. Começou nesse 
período a projeção de Atenas 
como grande centro comercial e 
cultural da Grécia. (2016, pág. 
90) 
 
Em 510 a.C., devido à 
instabilidade social e política, 
Clístenes, apoiado pelo povo, retirou 
do poder o último dos tiranos, 
instalando em Atenas as condições 
favoráveis para o desenvolvimento 
da democracia, isto é, o governo 
popular (do grego antigo 
δημοκρατία (dēmokratía ou 
"governo do povo"), que foi criado a 
partir de δῆμος (demos ou "povo") e 
κράτος (kratos ou "poder"). 
Para impedir que os tiranos 
retornassem ao poder, ou até que 
novos tiranos se levantassem, 
Clístenes criou a lei do ostracismo, 
que bania da região por dez anos 
qualquer pessoa que ameaçasse a 
democracia ateniense. 
A democracia ateniense não 
era representativa, como acontece 
em muitos países nos dias atuais, 
mas direta, isto é, os atenienses não 
escolhiam pessoas para representar 
seus direitos por um mandato com 
período de tempo determinado, mas 
todos os cidadãos, diretamente, 
participavam das decisões políticas 
e públicas relativas à cidade-estado. 
Conforme o famoso filósofo 
estagirita Aristóteles: 
 
O princípio fundamental do 
governo democrático é a 
liberdade; a liberdade, diz-se, é 
o objeto de toda democracia. 
Ora, um dos característicos 
essenciais da liberdade é que os 
cidadãos obedeçam e mandem 
alternativamente; porque o 
direito ou a justiça, em um 
Estado popular, consiste em 
observar a igualdade em 
relação ao número, e não a que 
se regula pelo mérito. Segundo 
essa ideia do justo, é preciso 
forçosamente que a soberania 
resida na massa do povo, e que 
aquilo que ele tenha decratado 
seja definitivamente firmado 
como o direito ou o justo por 
excelência, pois que se pretende 
que todos os cidadãos têm 
direitos iguais. (2011, págs. 248 
e 249) 
 
 
 
11 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Todos os cidadãos poderiam 
participar da política, mas nem 
todos poderiam ser cidadãos em 
Atenas. A cidade grega 
desvalorizava o trabalho braçal 
tratando-o com inferioridade se 
comparado à atividade intelectual. 
Entendia-se que, para participar 
bem da política deveria se cultivar a 
ociosidade. Eram considerados 
cidadãos atenienses os homens, 
maiores de dezoito anos, livres e 
filhos de pai e mãe atenienses. 
FANTAGUSSI demonstra a 
exclusão social gerada pelo sistema 
ateniense e ao mesmo tempo a 
igualdade do poder de decisão entre 
os mais abastados e os demais 
cidadãos ao declarar: 
 
Por volta de 430 a.C., a região 
possuía cerca de 310 mil 
habitantes, dos quais 40 mil 
eram cidadãos. A democracia 
ateniense, portanto, excluía 
alguns grupos, como as 
mulheres, os estrangeiros 
(chamados metecos) e os 
escravos. Apesar disso, o 
sistema dava direito a pequenos 
proprietários e camponeses de 
tomarem decisões junto aos 
grandes proprietários 
(eupátridas). É nisso que 
residia a força da democracia 
antiga: nela, os relativamente 
pobres tinham o mesmo poder 
de decisão que os mais ricos. 
(2017, pág. 4) 
 
Na Ágora, uma espécie de 
assembleia situada no centro de 
Atenas, eram resolvidos os casos 
mais importantes da pólis, como os 
tratados, as finanças, a legislação, 
situações de guerra e paz, as obras 
públicas, a religião e as festas. 
 
Ruínas de uma Antiga Ágora 
 
 
Fonte: Viajonários 
 
Como a sociedade foi 
organizada para os homens, além de 
não votar, mulheres não possuíam 
direito a sair de casa 
desacompanhadas, exercer funções 
e cargos políticos ou receber 
heranças. Seu principal papel era o 
casamento, a reprodução e as 
atividades do lar. Caso se casasse 
com um ateniense que possuía 
escravos as tarefas domésticas 
poderiam ser designadas a estes. 
Além da Ágora, atenas possuía 
outra instituição política, integrada 
por sorteio que pagava salários aos 
integrantes, a Bulé (ou Boulé). Para 
 
 
12 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
participar deste conselho que tinha 
por atribuições supervisionar e 
analisar os projetos de lei era 
necessário possuir mais de trinta 
anos. 
 
Ruínas de uma Antiga Bulé 
 
 
Fonte: Thought Co 
 
O estadista Péricles se 
dastacou neste perído, sendo 
inclusive, o responsável por 
estabelecer a isonomia (igualdade 
de todos perante a lei) isegoria 
(igualdade de direito a palavra na 
assembleia) e isocracia (igualdade 
de participação no poder). Em sua 
administração iniciou-se o Período 
Clássico em Atenas e a força da pólis 
neste período foi tão grande que o 
século V a.C. ficou conhecido como o 
século de Péricles. 
Apesar de não durar muito 
tempo e ter suas restrições a 
democracia ateniense ainda hoje 
serve de modelo e conserva o 
respeito por ter sido instaurada em 
um período antigo, sendo 
revolucionária e participativa. 
 A sociedade ateniense era 
dividida em cidadãos, metecos e 
escravos. Os cidadãos eram 
proprietários da maioria das terras e 
os únicos possuidores de controle 
político. 
Os metecos eram homens 
livres que não tinham nascido em 
atenas, ou que os pais haviam 
nascido em outra localidade. Muitos 
trabalhavam com artesanato, arte e 
comércio e conseguiam se tornar 
ricos, mas não podiam se casar com 
cidadãos, além de pagarem um 
imposto somente para viver na 
cidade. 
 
Representação da 
Sociedade Ateniense 
 
 
Fonte: História 7 
 
 A base da sociedade eram os 
escravos, que faziam as mais 
variadas funções dentro do 
território ateniense. Um indivíduo 
livre poderia se tornar escravo se 
fosse prisioneiro de guerra, ou se 
não conseguisse quitar suas dívidas. 
 
 
13 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Já os nascidos de escravos também 
estavam condenados à escravidão. 
Conforme apresenta o 
historiador e arqueólogo FUNARI: 
 
Os escravos de Atenas eram em 
sua maioria prisioneiros de 
guerra (gregos ou “bárbaros”, 
como eram chamadospejorativamente os não gregos) 
e seus descendentes, 
considerados não como seres 
humanos dignos, mas como 
“instrumentos vivos”. Dos 
escravos, cerca de 30 mil 
trabalhavam nas minas de 
prata, das quais se extraía metal 
para armamentos, ferramentas 
e moedas, 25 mil eram escravos 
rurais e 73 mil eram escravos 
urbanos empregados nas mais 
variadas tarefas e ofícios, 
permitindo que seus donos se 
ocupassem dos assuntos 
públicos. (2002, pág. 38) 
 
Conforme evidenciado, sem o 
trabalho escravo não teríamos 
conhecido a Antiga Grécia como ela 
foi, pois seu desenvolvimento está 
intimamente ligado ao seu trabalho. 
 
Esparta 
 
Fundada na Lacônia, na 
Península do Peloponeso pelos 
dórios no século IX a.C., Esparta, 
diferente das demais regiões da 
Grécia, apresentava terras férteis. 
Por ser uma região cobiçada devido 
à sua fertilidade, os dórios optaram 
por manter uma ação militar 
contínua, encontrando na guerra o 
sentido de sua existência e sua 
vocação. 
A política espartana era 
controlada por uma oligarquia 
guerreira que dominava o Estado e a 
propriedade da Terra e maior 
preocupação dos espartanos era 
formar elementos permanentes do 
seu exército. 
O local de calorosos debates 
era conhecido como “Apela” e reunia 
os cidadãos e soldados maiores de 
trinta anos. Ali eram votadas as leis 
e se elegiam vinte e oito homens 
maiores de sessenta anos (gerontes) 
que seriam os responsáveis pela 
elaboração das leis a serem votadas. 
 
 
Fonte: Seguindo 
os Passos da História 
 
Cinco membros, os chamados 
éforos (vigilantes), eram eleitos 
 
 
14 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
anualmente para comandar as 
reuniões da Gerúsia e da Ápela, além 
de fiscalizar a vida pública e 
econômica dos cidadãos. 
Esparta era governada por 
dois reis simultaneamente, o que é 
chamado de diarquia. Os reis eram 
os comandantes supremos do 
exército espartano e 
desempenhavam funções religiosas, 
atuando como sumo-sacerdotes e 
juízes supremos. 
A sociedade era composta por 
três grupos distintos, os espartanos, 
periecos e hilotas. Os espartanos, ou 
esparciatas, eram a minoria e a elite 
da cidade. Mantinham uma rígida 
disciplina militar, detinham o poder 
político e eram donos da maior parte 
da cidade, por serem descendentes 
dos dórios. 
Os periecos eram os antigos 
habitantes da Lacônia, eram 
homens livres que não possuíam 
direitos políticos, e dedicavam-se ao 
comércio e à produção de 
artesanatos, sendo alguns deles 
produtores e proprietários de terras. 
Os periecos pagavam um imposto 
obrigatório por permanecerem em 
Esparta e não podiam se casar com 
esparciatas. Caso fosse incorporados 
no exército espartanos 
desempenhariam funções inferiores 
às dos espartanos e seus cargos 
também seriam menores. 
O terceiro grupo era o dos 
hilotas. Eram servos do Estado que 
não possuíam terras, tendo que 
trabalhar para os espartanos. Não 
possuíam direitos políticos nem 
proteções legais e constantemente 
sofriam maus-tratos. Além do fato 
de terem que pagar impostos aos 
patrões. 
Assim como em Atenas, a 
maior parte da sociedade era 
composta pelo grupo mais 
explorado, os hilotas. Preocupados 
com sua proteção e a manutenção da 
terra, a educação espartana, desde 
muito cedo (inciando aos sete anos 
de idade) visava o treinamento 
militar e a excelência do corpo. 
 
 
Fonte: Pinterest 
 
 
 
15 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
As crianças e adolescentes, 
educadas pelo Estado, sofriam 
privações como o frio, a fome e a 
sede, além de muitos castigos 
físicos, para estarem preparados 
para a guerra. As que mais se 
destacavam durante o período de 
treinamento se desenvolviam até se 
tornarem hoplitas, isto é, membros 
da farça espartana. 
As mulheres possuíam certa 
liberdade em Esparta, podendo 
andar sozinhas nas ruas, 
comparecer às reuniões públicas e 
compartilhar com o marido a 
administração do lar, embora não 
fossem possuidoras de direitos 
políticos. Também recebiam rigosos 
treinamentos físicos. 
 
Período Clássico 
 
Esse período foi marcado por 
guerras e conflitos. O povo grego, 
embora possuísse costumes 
semelhantes, adorasse os mesmos 
deuses e falasse a mesma língua, era 
composta por cidades-Estado que 
eram independentes umas das 
outras, o que gerava por vezes 
conflitos internos. Além das 
disputas que ocorriam dentro da 
Grécia, por vezes, os gregos tinham 
que lidar com ameaçar externas, 
ataques de outros povos que 
queriam conquistar seus territórios. 
 
Guerras Médicas 
 
Junto com o mundo grego 
outros povos se desenvolviam e 
entre os séculos VI e V a.C. um dos 
que mais se destacavam na 
conquista de outros povos e nas 
guerras eram os persas. Neste 
mesmo período, liderados por Dario 
e posteriormente por Xerxes, eles 
conquistaram as colônias gregas da 
Ásia Menor e já ameaçavam a Grécia 
Continental. As guerras entre os dois 
povos são conhecidas como Guerras 
Greco-Pérsicas ou Guerras Médicas, 
pois os gregos chamavam os persas 
de medos. 
Os persas eram conhecidos 
por sua tolerância, por tentarem 
evitar a guerra oferecendo a chance 
de rendição aos adversários, por 
aceitarem que os povos vencidos 
mantivessem sua cultura e 
organização social, desde que 
pagassem seus impostos, mas 
também por seu mui numeroso 
exército e poderio militar, que, caso 
a diplomacia falhasse, logo entraria 
em ação. 
Para resistir a tamanho 
poderio militar as cidades-estado 
gregas deixaram suas desavenças de 
lado formando a Liga de Delos, uma 
associação militar visando a 
resistência aos persas e demais 
inimigos. 
 
 
16 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Foi com esse exército 
unificado que os gregos, liderados 
por Milcíades, venceram a 
importante batalha de Maratona, 
cidade distante cerca de quarenta e 
dois quilômetros de Atenas, e conta 
a lenda, após a vitória, um soldado 
por nome Filípedes correu até 
Atenas para comunicar da vitória, 
onde chegando morreu de exaustão. 
Ainda hoje maratona é o nome que 
se dá a uma corrida que tem o trajeto 
de quarenta e dois quilômetros, 
sendo a única modalidade esportiva 
que teve sua origem em uma lenda. 
 
 
Fonte: Blog do Enem 
 
Com a resistência grega e a 
rebelião das colônias da Ásia 
Ocidental apoiadas por Atenas, o rei 
persa Dario decidiu castigar os 
atenienses e planejou um ataque, 
que foi mal sucessido, pois, embora 
em número menor, os gregos 
obtiveram êxito em chegar a Atenas 
antes que a frota de Dario a atacasse. 
O rei Dario começou a planejar 
então uma nova arremetida que 
nunca chegou a realizar, pois faleceu 
antes, deixando a incumbência a 
Xerxes, seu filho que ascendeu ao 
trono. Sob o seu comando um 
numeroso exército realizou uma 
nova ofensiva, desta vez derrotando 
os espartanos na Batalha das 
Termópilas e, posteriormente, 
incendiando Atenas. 
O mito da bravura de Leônidas 
e seus 300 homens que morreram 
pelejando bravamente contra os 
Persas foi contado por Heródoto e 
perpetuado através de inúmeros 
livros, peças de teatro e filmes. 
Segue-se um treço da obra História, 
onde o fato é narrado: 
 
Os espartanos enviaram na 
frente Leônidas, com seus 
trezentos homens, a fim de 
encorajar com essa conduta o 
resto dos aliados e com receio 
de que eles abraçassem a causa 
dos persas, vendo a lentidão 
dos primeiros em socorrer a 
Grécia. [...] os outros aliados 
[...] como não esperavam 
combater tão cedo nas 
Termópilas, tinham-se limitado 
a enviar um pequeno número 
de tropas de vanguarda. [...] 
 
Xerxes [...], depois de haver 
esperado algum tempo, pôs-se 
em marcha [...]. Descendo a 
montanha, os bárbaros e o 
soberano aproximara-se do 
 
 
17 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
ponto visado. Leônidas e os 
gregos, marchando como para 
uma morte certa, avançaram 
muito mais do que haviam feito 
antes, até o ponto mais largo do 
desfiladeiro, já sem a proteção 
da muralha.Nos encontros 
anteriores não haviam deixado 
os pontos mais estreitos, 
combatendo sempre ali; mas 
neste dia a luta travou-se num 
trecho mais amplo, ali 
perecendo grande número de 
bárbaros. Os oficiais destes 
últimos, colocando-se atrás das 
fileiras com o chicote na mão, 
impeliam-nos para a frente à 
força de chicotadas. Muitos 
caíram no mar, onde 
encontraram a morte, enquanto 
lançavam-se contra o inimigo 
com inteiro desprezo pela vida, 
mas vendendo-a a alto preço. A 
maioria deles já tinha as suas 
lanças partidas, servindo-se 
apenas das espadas contra os 
persas. [...] 
 
Leônidas foi morto nesse 
encontro, depois de haver 
praticado os mais prodigiosos 
feitos. Com ele pereceram 
outros espartanos de grande 
valor [...]. Os persas perderam 
também muitos homens de 
primeira categoria [...]. (1950 
pág. 597 e 604, vol. 2) 
 
Uma importante batalha 
vencida pelos gregos foi a que 
ocorreu em Salamina, onde o 
número inferior dos gregos não os 
impediu de desbaratar os persas, 
fazendo com que o exterso número 
de soldados persas fosse obrigado a 
fugir e que Xerxes tivesse que retirar 
suas tropas dos territórios gregos. 
Ao vencer essa decisiva 
batalha os gregos encontraram o 
ânimo necessário para dar 
continuidade à guerra e decidiram 
perseguir os persas em todas as 
cidades gregas da costa asiática e da 
região do mar Egeu, porém, os 
espartanos, que eram a grande força 
militar da liga de Delos, se opuseram 
à ideia e deixaram a liga, temendo 
uma nova invasão da região do 
Peloponeso. 
A vitória grega através de uma 
liga liderada por Atenas fez com que 
os atenienses se utilizassem dos 
recursos disponíveis para 
reconstrução e embelezamento da 
cidade, levando seus costumes 
através de uma espécie de 
imperialismo, submetendo as 
demais cidades ao seu domínio. Foi 
neste período inclusive, que foi 
erigido o Parthenon (Παρθενών), 
grande templo dedicado à deusa 
Atena. 
 
Parthenon 
 
 
Fonte: Ancient History 
 
 
18 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Guerra do Peloponeso 
 
Insatisfeitos com o domínio 
ateniense, algumas cidades gregas 
como Corinto, Mégara e Tebas 
uniram-se a Esparta fundando a liga 
de Peloponeso, importante 
organização militar que guerreou 
contra os abusos cometidos por 
Atenas. 
 
 
Fonte: Aventuras na História 
 
A guerra se iniciou em 431 a.C. 
e durou longos vinte e sete anos, 
culminado com a vitória espartana 
na batalha de Egos Potamos. Após 
uma série de conflitos internos 
ambas as ligas gregas se 
encontravam exaustas, sem 
estabilidade política e vulneráveis a 
um ataque, e foi justamente o que 
aconteceu, logo as forças de Tebas, 
comandadas por Epaminondas e 
seus aliados derrotaram atenienses 
e espartanos, iniciando um domínio 
na região que perdurou por nove 
anos. 
Em 362 a.C os espartanos se 
aliam aos antigos inimigos 
atenienses e vencem os tebanos na 
batalha de Mantineia, tornando 
assim todo o território grego frágil 
devido às guerras fraticidas, 
possibilitando a invasão por um 
povo desprezado pela Grécia, os 
macedônios, dando início ao 
Período Helenístico. 
 
Período Helenístico 
 
O responsável pela invasão do 
território grego foi o rei Filipe II, que 
conseguiu a façanha graças à vitória 
na Batalha de Queroneia, ocorrida 
em 338 a. C. 
 
Busto de Filipe II, Rei da Macedônia 
 
 
Fonte: National Geographic 
 
 
 
19 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Império Macedônico no século IV a.C.
 
Fonte: Incrível História 
 
O período recebe esse nome, 
pois, embora as cidades gregas 
tivessem sido dominadas pelos 
macedônicos a cultura helenística 
(da Hélade, ou seja, grega) 
permaneceu preservada e 
valorizada. 
O sucessor de Filipe II, seu 
filho Alexandre Magno (Ἀλέξανδρος 
ὁ Μέγας), que viria a ser conhecido 
como “Alexandre, o Grande” foi o 
responsável por consolidar a 
dominação da Grécia e conquistar os 
territórios Persas, tornando-se 
senhor do maior Império formado 
até então. 
Busto de Alexandre, o Grande 
 
 
Fonte: Superinteressante 
 
 
20 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Alexandre tinha por professor 
o filósofo grego Aristóteles, e, em 
apenas três anos, de 334 a 331 a.C., 
ele colocou os domínios de Dario III 
baixo seu controle. Bateu os persas 
em Granicus, em Issus, e em 
Gaugamelas, fazendo ainda, a 
caminho do Egito, capitular a cidade 
de Tiro, no Líbano, após tê-la 
submetido a um sitio formidável. 
Ao entrar em Persépolis, a 
capital do imperador derrotado, em 
330 a.C., ordenou que incendiassem 
o palácio real. Vingou a queima do 
Partenon de Atenas, feita pelos 
soldados de Xerxes um século e 
meio antes. Sem dúvidas, a 
campanha do macedônio foi 
espantosa. 
Conforme BRAICK e MOTA, o 
expansionismo alexandrino só foi 
possível, pois: 
 
[...] Alexandre, intitulou-se 
libertador dos territórios 
conquistados, procurando 
evitar rebeliões capazes de 
desgastar seu processo de 
expansão. Respeitou as 
instituições políticas e 
religiosas dos povos vencidos e 
promoveu casamentos entre 
seus oficiais e mulheres das 
populações locais. Ele próprio 
desposou uma princesa persa. 
 
A fusão dos valores gregos com 
as tradições das várias regiões 
asiáticas conquistadas deu 
origem a uma nova 
manifestação cultural, o 
helenismo. 
Seus principais centros eram as 
cidades de Pérgamo, na Ásia, e 
Alexandria, no Egito, fundada 
pelo próprio Alexandre. Na 
cidade de Alexandria havia 
centenas de teatros, um museu 
e uma vasta biblioteca, a maior 
da Antiguidade. (2016, pág. 
96.) 
 
Entretando, após a morte de 
Alexandre, com seus trinta e dois 
anos, o Império Macedônico se 
desintegrou, dando origem a quatro 
monarquias, sendo: Grécia, Egito, 
Ásia Menor (região da atual Turqia) 
e Ásia Central (atual Irã). 
 
 
Fonte: Wordpress 
 
Seus generais assumiram 
partes de seu território e Cassandro, 
que ficou com parte da Grécia, 
ordenou, sete anos após a morte do 
imperador macedônico, a execução 
daquela que tinha sido sua esposa 
Roxana, sua mãe Olímpia e de um de 
seus filhos, Alexandre IV. 
 
 
 
21 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Cultura Grega 
 
A influência grega ainda 
permeia as sociedades modernas, 
seja em centros de cultura, museus, 
exposições, ou até mesmo nas ideias 
que foram transmitidas e 
configuram o imaginário comum. 
Conforme BRAICK e MOTA: 
 
Algumas expressões do nosso 
vocabulário como “complexo de 
Édipo”, “presente de grego”, 
“calcanhar de Aquiles”, “caixa 
de Pandora” e muitas outras 
mostram que a cultura grega 
antiga atravessou os séculos e 
ainda sobrevive no mundo 
ocidental. (2016, pág. 97) 
 
Nas Ciências Humanas 
destacam-se muitos nomes gregos, 
como Tales da cidade de Mileto, que 
é o filósofo mais antigo conhecido. 
 
 
Fonte: Toda Matéria 
 
Tales afirmava que a arqué 
(ἀρχή), ou seja, o elemento 
primordial e presente em toda a 
matéria, era a água, e outros nomes 
seguiram a base de seu raciocício, 
simplesmente substituindo a arqué 
por outra que acharam ser mais 
lógica e conveniente. Esse grupo 
veio a ser conhecido como filósofos 
da natureza (Φysis), pois suas 
aquietações filosóficas debruçavam-
se sobre o mundo natural. 
Um século depois os sofistas se 
popularizam na Grécia, cobrando 
para ensinar retórica e informando 
não haver verdade absoluta, sendo o 
nome mais destacado do grupo o 
sábio Protágoras, autor da frase que 
ainda perdura: “O homem é a 
medida de todas as coisas, das coisas 
que são, enquanto são, das coisas 
que não são, enquanto não são. ” 
 
 
Fonte: Filosofia na Escola 
 
Um filósofo que não pode 
deixar de ser mencionado é 
Sócrates, que discordava 
veementemente dos sofistas. Filho 
de uma parteira, Sócrates dizia que 
ajudava os homens a dar à luz a 
novas ideias, como sua mãe dava à 
luz a crianças. O método socrático 
consistia em fazer perguntas para 
que o seu interlocutor duvidasse do 
 
 
22 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTALseu conhecimento de verdade, 
podendo assim, aprender, visto que 
não sabia. 
 
Famosa Pintura “A Morte de 
Sócrates”, por Jacques-Louis David, 
representa o triste fim de Sócrates, 
obrigado a beber cicuta (um tipo de 
veneno) por ter sido acusado de 
corromper os jovens e de ateísmo 
 
 
Fonte: Brasil Escola 
 
O filósofo não deixou registros 
escritos, e grande parte do que se 
sabe sobre ele foi-nos transmitido 
pelos escritos de Platão, seu 
discípulo e amigo. 
Platão, sem dúvidas, é outro 
filófoso grego que influenciou 
inúmeros pensadores ocidentais, 
dentre os quais, podemos destacar 
Santo Agostinho de Hipona na Idade 
Média. Segundo o pensador os 
homens estão presos em uma falsa 
realidade e é papel dos filósofos 
trazê-los ao despertar. Foi o 
responsável pela criação da 
Academia de Atenas, grande centro 
de conhecimento onde o diálogo era 
estimulado. Seu verdadeiro nome 
era Arístocles, mas tornou-se 
conhecido como Platão por possuir 
ombros largos (Πλάτων, em grego, 
significa ombros largos). 
 
 
Fonte: R7 
 
Aristóteles é o discípulo mais 
promissor de Platão, sendo 
considerado o pai da lógica. 
 
 
Fonte: InfoEscola 
 
 
23 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Suas obras serviram de base 
para filósofos do período medieval 
fazerem sua defesa racional da 
existência de Deus, sendo Tomás de 
Aquino o apologeta católico e 
Avicena e Averróis os responsáveis 
pela defesa do islamismo. 
 
Santo Tomás de Aquino 
 
 
Fonte: Medium 
 
Os gregos também nos 
deixaram grandes historiadores 
como Heródoto que relatou sobre as 
guerras médicas e Tucídides que 
escreveu sobre a Guerra do 
Peloponeso. 
 
Fonte: Mastro Virtuale 
 
Mas os gregos não nos 
deixaram um legado somente no 
campo das ciências humanas. 
Durante o período helenístico o 
matemático Eratóstenes calculou a 
medida da circunferência da Terra. 
 
 
Fonte: Superinteressante 
 
 
24 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Euclides de Alexandria 
desenvolveu a geometria que leva 
seu nome (euclidiana) descrevendo 
corpos em duas e três dimensões. 
 
 
Fonte: Alto Astral 
 
Pitágoras descobriu o teorema 
que leva seu nome que calcula a 
relação matemática entre os 
comprimentos dos lados de 
qualquer triângulo retângulo. 
 
 
Fonte: Freemason 
Arquimedes descobriu a 
roldana, leis de flutuação de corpos, 
o Parafuso de Arquimedes e o 
princípio da alavanca. Sendo sua a 
célebre frase: “Dê-me uma alavanca 
e um ponto de apoio e levantarei o 
mundo. ” 
 
 
Fonte: National Geographic 
 
Religião Grega 
 
Os gregos eram politeístas, 
com características antro-
pomórficas, ou seja, embora dotados 
de poderes sobrenaturais tinham 
paixões humanas como a raiva o 
ódio e a vingança. A religião grega 
era essencialmente cívica, isto é, 
 
 
25 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
ligada à cidade, sendo que cada uma 
das pólis possuía seu deus protetor. 
Os deuses gregos vez ou outra 
se relacionavam com as humanas, 
dando origem a heróis e semideuses 
como Hércules, Aquiles, Minos, 
Orpheu, Prometeus, etc. Em geral, 
os heróis tinham poderes divinos, 
mas eram mortais como os 
humanos. 
São exemplos de deuses que 
pertenciam o panteão grego: 
Afrodite, Apolo, Ares, Ártemis, 
Atena, Deméter, Dionísio, Hefesto, 
Hera, Hermes, Poseidon, Zeus. 
 
Estátua em homenagem 
a Poseidon 
 
 
Fonte: InfoEscola 
Arte Grega 
 
Os gregos também nos 
legaram grandes obras nas artes. O 
próprio teatro é uma criação grega, 
baseado em festas que eram ligadas 
a Dionísio, deus do vinho. Tais 
festividades envolviam sacrifícios, 
danças, músicas e poesias. Delas 
originaram-se os dois gêneros 
clássicos do teatro grego: a tragédia 
e a comédia. 
Conforme BRAICK e MOTA 
destacam-se entre os poetas 
trágicos: 
 
Ésquilo (c. 525-456 a.C.): exaltou a 
glória de Atenas em Os persas, Os 
sete contra Tebas e a trilogia 
Oréstia. O teatro de Ésquilo 
apresentou importantes inovações, 
como o uso de um segundo ator, 
além do protagonista e do coro, 
permitindo enredos mais complexos 
e conferindo maior veemência 
dramática à tragédia. 
 
Sófocles (c. 496-406 a.C.): autor de 
obras como Antígona, Édipo rei e 
Electra, mostrou a influência dos 
desígnios divinos na vida dos 
homens. A obra Édipo rei o 
consagrou como o maior poeta 
trágico da sua época. Sófocles 
inovou a técnica teatral ao inserir 
um terceiro ator no palco, 
 
 
26 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
ampliando o número de 
personagens. 
 
Eurípedes (c. 480-406 a.C.): autor 
de Medeia, Hipólito, Andrômaca e 
As troianas, manifestou grande 
interesse pelas paixões e misérias 
humanas e, em especial, pelas 
personagens femininas. Eurípides 
foi o primeiro autor trágico a dar 
destaque às mulheres, por 
considerá-las mais sujeitas a 
emoções, como a ternura, o ódio e a 
paixão. 
 
A comédia tratava da vida de 
personagens menos elevados a 
estava voltada para os costumes e os 
assuntos do cotidiano. Um dos 
autores mais expressivos foi 
Aristófanes (445-386 a.C.), que 
escreveu A paz, As vespas e As 
nuvens, entre outras obras. 
Aristófanes destacou-se por suas 
sátiras sociais e políticas. Em seus 
enredos não poupava figuras 
ilustres, instituições nem deuses. 
 
No campo da escultura, o 
grande destaque foi Fídias (490-430 
a.C.), que, no tempo de Péricles, 
embelezou Atenas com estátuas e 
monumentos. 
Há relatos indicando que a 
pintura em painéis de madeira e 
paredes eramuito frequente e 
apreciada pelos gregos. 
 
Fonte: Pinterest 
 
Mas os vestígios de material 
artístico mais comuns são os vasos e 
as taças de cerâmica. Neles, os 
gregos registraram cenas do 
cotidiano, celebrações, guerras e 
cenas míticas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 28 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
2. A Civilização Romana 
 
Fonte: Melhores Destinos 
 
A Origem de Roma 
 
oma possui basicamente duas 
origens: uma mitológica e uma 
histórica. 
De acordo com a famosa 
lenda, dois irmãos gêmeos, Rômulo 
e Remo, foram abandonados num 
cesto no rio Tibre e salvos da morte 
por uma loba, que os amamentou 
até que um pastor os recolheu e 
criou. Quando cresceram, fundaram 
a cidade de Roma em 753 a.C., e 
Rômulo foi seu primeiro rei. Esta 
versão foi contada por Tito, Lívio e 
Virgílio. 
Historicamente a Península 
Itálica foi sucessivamente ocupada 
por diversos povos, dentre os quais 
destacamos os gregos, os latinos, os 
samnitas, os sabinos e os etruscos, 
que em grande parte urbanizaram a 
cidade de Roma. BRAICK E MOTA 
informam sobre os etruscos: 
 
No período em que 
governaram, foram construídos 
canais de drenagem para secar 
os pântanos nas planícies 
romanas, e a área do Fórum foi 
transformada no centro da 
cidade – local estabelecido para 
o mercado e a organização das 
assembleias políticas (2016, 
pág. 104) 
R 
 
 29 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Antigos Povos da Península Itálica 
 
Fonte: Nova Escola 
 
Loba Capitolina e os gêmeos 
Rômulo e Remo 
 
 
Fonte: Domínio Público 
 
Monarquia 
 
Roma foi governada desde sua 
fundação por uma monarquia. Neste 
período, a cidade era basicamente 
divida entre patrícios e plebeus. 
Os patrícios eram os ricos 
proprietários de terras e gado, 
formando a elite econômica e 
controlando o poder político, já que 
dominavam o Senado. 
Os plebeus eram homens 
livres que não possuíam direitos 
políticos, compunham a camada 
social de pequenos agricultores, 
comerciantes e artesãos. Embora 
compusessem a maior parte da 
população, o fato de não possuirem 
direitos à participação política vez 
ou outra os levava a gerar graves 
tensões sociais. 
Alguns plebeus eram 
chamados de clientes, pois viviam 
sob o domínio dos patrícios, 
buscando proteção e apoio dos mais 
ricos. 
Embora existissem escravos 
na Roma Antiga, estes eram uma 
pequena parte da população. Eram a 
forçade trabalho e se encontravam 
em todos os setores de trabalho, seja 
manual ou não. Era comum neste 
período existir escravos professores, 
médicos e artistas. 
BRAICK E MOTA informam 
que: 
 
Durante a monarquia, o Senado 
era o conselho reunia os chefes 
das famílias patrícias de Roma, 
e sua principal tarefa consistia 
em eleger o rei; contudo, o rei 
tinha poderes limitados, tanto 
que cabia aos comícios aceitar 
ou não o rei eleito. (2016, pág. 
104) 
 
O último rei etrusco, 
Tarquínio, foi retirado do poder 
pelos patrícios, que estabeleceram o 
regime republicano. 
 
 30 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
República 
 
No período republicano, que 
durou de 509 a 527 a.C. o poder 
esteve centralizado no Senado. O 
período foi marcado pela oligarquia, 
onde uma poderosa elite decidia os 
rumos da República. 
Os cargos mais importantes na 
república romana eram o consulado 
e o pretorado. Os cônsules eram 
nomeados aos pares, comandavam o 
Exército, dirigiam o Estado e 
convocavam o Senado. Já os 
pretores eram encarregados pela 
justiça. 
Existiam também censores, 
questores e edis. Os censores 
realizavam o censo da população e 
vigiavam os costumes. Os questores 
arrecadavam dinheiro público 
através da cobrança de impostos. Os 
edis realizavam obras públicas, 
organizavam festas cívicas e 
religiosas e eram responsáveis pelo 
policiamento da cidade. 
Existiam três tipos de 
assembleias em que o povo poderia 
exercer seus direitos políticos: a 
centúria, o sistema das tribos e o 
concílio da plebe. Mas mesmo com 
direito a voto o sistema era desigual, 
conforme demonstra FUNARI: 
 
Embora o poder estivesse, em 
termos formais, dividido entre 
Senado e povo, a influência dos 
senadores predominava, pois, 
as assembleias populares mais 
importantes eram aquelas que 
reuniam os homens em armas e 
nas quais os poderosos tinham 
muito mais votos do que os 
simples camponeses. (2002, 
pág. 103) 
 
Nas centúrias os cidadãos 
eram divididos de acordo com sua 
posição social e riquezas. Eram 
nestas reuniões que se elegiam os 
censores, pretores e cônsules. No 
sistema de tribos a população era 
dividida em tribos rurais e urbanas e 
elegiam seus questores e edis. No 
concílio da plebe eram eleitos os 
tribunos da plebe e os edis da plebe. 
A desigualdade política 
retratada por Funari resultou em 
uma revolta por parte dos plebeus, 
que, em 494 a.C. ameaçaram não 
participar mais do exército caso suas 
reivindicações não fossem 
atendidas. 
Quarenta e quatro anos mais 
tarde foram publicadas as leis 
escritas em placas de bronzes e que 
ficaram expostas a toda a população, 
conhecidas como Leis das Doze 
Tábuas. Essas tábuas constituem a 
oriegem do direito romano e 
versavam sobre organização e 
procedimento judicial, normas para 
os inadimplentes, poder pátrio, 
sucessão e tutela, propriedade, 
servidões, delitos, direito público e 
direito sagrado, além de alguns 
assuntos complementares. 
 
 31 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
O período de expansão 
romana começou no século V a.C. e 
FANTAGUSSI assim o descreve: 
 
Entre os séculos V a.C. e III 
a.C., ocorreu a expansão 
geográfica e comercial de 
Roma. A conquista se iniciou 
pelos povos da própria 
península e estendeu-se até a 
Península Ibérica, passando 
por parte do que hoje é a França 
e a Grécia. Os romanos 
dominaram também o norte da 
África e parte da Ásia Menor. 
Essa expansão só foi possível 
graças ao domínio do Mar 
Mediterrâneo, conseguido após 
a vitória sobre Cártago nas 
Guerras Púnicas em 146 a.C. 
Assim, como Cártago, no norte 
da África, controlava o 
comércio do Mar Mediterrâneo, 
sua derrota, após três guerras, 
permitiu aos romanos o 
controle dessa região 
estratégica. (2017, pág. 14) 
 
Essa expansão beneficiou 
Roma, pois os povos dominados 
eram obrigados a pagar uma alta 
quantia de impostos e os homens 
sobreviventes da guerra deveria se 
tornar escravos prestando os mais 
diversos serviços aos romanos. 
Roma se tornou a capital de 
um vasto império e sua população de 
escravos passou de 600 mil para 3 
milhões em pouco mais de cem anos. 
Além dos impostos, nas guerras era 
comum que os vitoriosos levassem 
espólios, isto é, conjunto de coisas 
que são tomadas ao inimigo numa 
guerra. 
 
Territórios conquistados por Roma 
 
 
Fonte: Domínio Público 
 
E foi justamente esse vasto 
território que contribuiu para a crise 
de Roma. As terras conquistadas 
não eram bem distribuídas e 
ficavam sob o domínio dos patrícios, 
prejudicando os pequenos 
produtores rurais. 
Tanto plebeus quanto escravos 
organizaram revoltas que foram 
contidas por Roma, mas não sem 
lutas e demasiados esforços. Os 
irmãos Caio e Tibério Graco 
apresentaram propostas de 
reformas, como a reforma agrária e 
a Lei Frumentária, que baixou o 
preço do trigo para cidadãos pobres. 
Devido aos contantes choques 
ideários entre os irmãos e os grandes 
proprietários, eles e seus seguidores 
foram assassinados. 
 
 
 32 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Devido a revolta gerada pelos 
assassinatos comandantes plebeus 
do grupo dos cavaleiros iniciaram 
uma intensa disputa política com os 
generais, que se fortaleceram 
através de vitórias nas campanhas 
militares. Isso resultou na tomada 
do poder por generais como Mário e 
Sila, que governaram de forma 
autoritária. 
Com essa instabilidade e com 
a guerra civil formou-se o 
Triunviratos, ou seja, o governo 
formado por três pessoas. O 
primeiro triunvirato era composto 
por Júlio César, Crasso e Pompeu. 
Júlio César se destacava como um 
grande conquistador, e após a morte 
de Crasso quis fortalecer seu poder, 
invadindo Roma com o apoio do 
Exército. Em 44 a.C., o ditador foi 
assassinado por uma conspiração 
liderada por Brutus (seu filho 
adotivo) e Cássio, que se diziam 
dispostos a salvar a República. 
 
 
Fonte: História Antiga 
Entretanto os conspiradores 
não conseguiram reestabelecar as 
instituições republicanas, mas sim a 
instituição de outro triunvirato, 
desta vez formado por três 
partidários de César, a saber: Marco 
Antônio, Lépido e Otávio. Lépido era 
chefe da ordem dos cavaleiros, 
Otávio sobrinho e filho adotivo de 
Júlio César e Marco Antônio era 
cônsul. 
Marco Antônio se aliou a 
Cleópatra e rompeu com Otávio, 
gerando um conflito entre eles. 
 
Marco Antônio e Cleópatra 
 
 
Fonte: PERCEX 
 
Conflito este que foi vencido 
por Otávio, que se proclamou 
Augusto, conquistou o Egito e o 
tornou uma província romana. 
Augusto, com o apoio do Senado, 
tornou-se o primeiro Imperador 
Romano. 
 
 
 33 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Império 
 
O nome Augusto significa 
“venerado”, e essa era a concepção 
de Otávio sobre si mesmo, visto que 
se considerava um escolhido pelos 
deuses para governar. 
O imperador tornou-se 
conhecido por abandonar a política 
expansionista e aperfeiçoar a 
administração das províncias, 
principalmente pela implantação de 
medidas que visavam a pacificação 
do império, trazendo à tona a Pax 
Romana (Paz Romana). 
Embora Otávio tivesse 
adquirido um poder político 
superior ao do Senado, os senadores 
foram beneficiados pelo fato de ele 
escolher entre eles nomes para 
distribuir cargos de importante 
posição no seu império. 
Com o descontentamento da 
parcela mais pobre da população, 
Augusto criou a Política do Pão e 
Circo (Panem et circenses), que 
visava sustentar os plebeus mais 
pobres através da distribuição de 
trigo e fornecer espetáculos públicos 
para distraí-los em relação à política 
e administração do Império e evitar 
revoltas. O Coliseu realizou vários 
espetáculos nesse período, 
chegando a comportar de cinquenta 
a oitenta mil pessoas. O edifício era 
usado para combates de gladiadores 
e espetáculos públicos, tais como 
simulações de batalhas marítimas 
(em um curto período de tempo 
como o hipogeu era inundado 
atravésde mecanismos de apoio), 
caças de animais selvagens, 
execuções, encenações de batalhas 
famosas e dramas baseados na 
mitologia clássica. 
 
 
Fonte: Superinteressante 
 
Após a morte de Otávio a 
estabilidade romana foi mantida, 
sendo ele sucedido por quatro 
dinastias de imperadores, não sendo 
nenhuma delas sendo longa, a saber: 
os Júlios-Cláudios, os Flávios, os 
Antoninos e os Severos. Embora 
imperadores que são conhecidos por 
seu comportamento depravado 
como Nero e Calígula tenham sido 
tiranos e péssimos administradores 
isto não desintegrou o forte Império. 
A expansão romana volta a ser 
uma realidade a partir de 96 d.C. e 
só se encerra no século III, quando 
se inicia a crise do Império Romano. 
 
 
 34 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
Queda do Império Romano 
 
O processo de declínio 
imperial deu-se, em grande parte, 
pela dificuldade em administrar tão 
vasto império, com um território tão 
grande que dificultava a 
comunicação e o controle das 
fronteiras, principalmente no gasto 
estatal para a manutenção de um 
contingente grande o suficiente para 
vigiá-las, que gerou uma despesa 
que viria a provocar a desvalorização 
da moeda e o aumento nos preços 
em todo o Império. 
Com a crise um número 
expressivo de camponeses aceitou 
trabalhar em grandes propriedades 
agrícolas em troca de um pedaço de 
terra, proteção e parte dos frutos do 
trabalho, regime que ficou 
conhecido como colonato. 
Conforme BRAICK E MOTA: 
 
Em 284, para tentar facilitar a 
administração, o imperador 
Diocleciano introduziu um 
sistema de governo conhecido 
como tetrarquia. De acordo 
com o novo sistema, dois 
coimperadores, os Augustos, 
governariam as metades 
Oriental e Ocidental do Império 
Romano. Cada um contava com 
um auxiliar direto, que recebia 
o título de César e mais tarde se 
tornaria coimperador. Na 
prática, era a divisão do 
Império em duas porções 
diferenciadas: a Ocidental, cada 
vez mais pobre, e a Oriental, 
ainda próspera. (2016, pág. 111) 
Foi Constantino que unificou 
novamente o Império, e, observando 
a disseminação do cristianismo nas 
camadas mais populosas de Roma 
tornou-se cristão e publicou o Edito 
de Milão, concedendo liberdade de 
culto aos demais cristãos. 
Durante o governo de muitos 
imperadores o cristianismo foi visto 
com maus olhos e até mesmo 
perseguido, como nos casos de Nero 
e Diocleciano, porém, com o 
aumento expressivo do número de 
cristãos esse quadro se inverteu e em 
380 o imperador Teodósio o tornou 
a religião oficial do Estado romano. 
O mesmo imperador, em 395 
dividiu o império em ocidental, 
sediado em Milão e oriental, com 
sede em Constantinopla (Atual 
Istambul, Turquia). 
O império do Ocidente, cada 
vez mais frágil teve seu fim em 476, 
invadido pelos germânicos que 
depuseram Rômulo, seu úlitmo 
imperador. 
Já o Império do Oriente se 
manteve ainda por 
aproximadamente um miênio, 
sendo tomado em 1453 pelos turco-
otomanos. 
 
 
 
 
 
 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
HISTÓRIA ANTIGA OCIDENTAL 
36 
3. Referências Bibliográficas 
 
ARISTÓTELES. A política. Rio de Janeiro: 
Nova Fronteira, 2011. 
 
BRAICK, Patrícia Ramos; MOTA, Myriam 
Becho. História: das cavernas ao terceiro 
milênio. 4ª edição. São Paulo: Moderna, 
2016. 
 
FANTAGUSSI, Alexandre. História: 
Grécia e Roma. Belo Horizonte: Editora 
Bernoulli, 2017. 
 
FUNARI, Pedro Paulo Abreu. Grécia e 
Roma: vida pública e vida privada. 
Cultura, pensamento e mitologia, amor e 
sexualidade. São Paulo: Contexto, 2002. 
 
GUARINELLO, Norberto Luiz. História 
Antiga. São Paulo: Contexto, 2013. 
 
GUTHRIE, William; GRAY, John. A 
General History of the World, from the 
Creation to the Present Time: Including 
All the Empires, Kingdoms, and States, 
Their Revolution, Forms of Government, 
Laws, Religions, Customs and Manners 
together with Their Chronology, 
Antquities, Public Buildings, and 
Curiosities of Nature and Art, Volume 2, 
1764. 
 
HERÓDOTO. História. Rio de Janeiro: W. 
M. Jackson, 1950. 
 
ROCHA, Ruth. Ruth Rocha conta a Ilíada. 
São Paulo: Salamandra, 2010. 
 
 
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