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Marcos (MHenry)

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MARCOS 
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 Introdução 
 Capítulo 1 Capítulo 5 Capítulo 9 Capítulo 13 
 Capítulo 2 Capítulo 6 Capítulo 10 Capítulo 14 
 Capítulo 3 Capítulo 7 Capítulo 11 Capítulo 15 
 Capítulo 4 Capítulo 8 Capítulo 12 Capítulo 16
 
Introdução 
Marcos era filho de uma irmã de Barnabé (Cl 4.10; At 12.12) 
chamada Maria, uma mulher piedosa de Jerusalém, em cuja casa 
reuniam-se os apóstolos e os primeiros cristãos. Supõe-se que o 
evangelista se converteu pelo testemunho do apóstolo Pedro, porque 
trata-o como sendo seu filho (1 Pe 5.13). Assim, pois, Marcos estava 
muito unido aos seguidores de nosso Senhor, devendo ele mesmo ser 
participante deste grupo. 
Marcos escreveu em Roma; alguns supõem que Pedro ditava para 
ele, mesmo que o testemunho geral diga que tendo o apóstolo pregado 
em Roma, Marcos, que o acompanhava, e que compreendia claramente 
aquilo que Pedro pregou, teve o desejo de escrevê-lo em detalhes. 
Podemos comentar que a grande humildade de Pedro é muito evidente 
onde quer que se fale dele. Apenas se menciona uma ação ou obra de 
Cristo em que este apóstolo não esteve presente, e as minúcias 
demonstram que os feitos foram relatados por uma testemunha ocular. 
Este Evangelho registra mais os milagres do que os sermões de 
nosso Senhor, e mesmo que em muitos aspectos relate as mesmas coisas 
que o Evangelho segundo Mateus, podemos colher vantagens pela 
repetição dos mesmos sucessos, emoldurados por cada evangelista, 
conforme o ponto de vista que mais afetasse a sua própria mente. 
 
 
 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 2 
Marcos 1 
Versículos 1-8: O trabalho de João Batista; 9-15: O batismo e a 
tentação do Senhor Jesus Cristo; 14-22: Cristo prega e chama 
discípulos; 25-28: Expulsa um espírito imundo; 29-59: Cura muitos 
enfermos; 40-45: Cura um leproso. 
Vv. 1-8. Isaías e Malaquias falaram sobre o princípio do Evangelho 
de Jesus Cristo no ministério de João Batista. Pelo que estes profetas 
dizem, devemos observar que Cristo, pelo Evangelho, vem a nós 
trazendo um tesouro de graça e um cetro de governo. A corrupção do 
mundo é tamanha, que existe uma grande oposição ao seu avanço. 
Quando Deus enviou o seu Filho ao mundo, e quando o envia ao 
coração, encarregou-se e encarrega-se de preparar-lhe o caminho. 
João se considera indigno de servir a Cristo até mesmo por meio do 
ofício mais vil. os santos mais iminentes têm sido sempre os mais 
humildes. Sentem, mais do que os outros, a necessidade que têm do 
sangue expiatório do Senhor Jesus Cristo, e do Espírito que santifica. A 
grande promessa que o Senhor Jesus Cristo faz em seu Evangelho aos 
arrependidos, cujos pecados foram perdoados, é que serão batizados com 
o Espírito Santo; purificados por sua graça e renovados por seu consolo. 
Utilizamos as ordenanças da Palavra e os sacramentos em sua maior 
parte sem proveito nem consolo, porque não temos a luz divina dentro de 
nós. E não a temos porque não a pedimos, porque a sua Palavra, que não 
pode falhar, diz que o nosso Pai celestial dará esta luz, o seu Espírito 
Santo, àqueles que o pedirem. 
Vv. 9-13. O batismo de Cristo foi a sua primeira aparição pública 
depois de ter vivido por muito tempo no anonimato. Quantos valores 
ocultos existem e não são conhecidos neste mundo! Porém, cedo ou 
tarde serão conhecidos, assim como o Senhor Jesus Cristo o foi. Tomou 
sobre si mesmo a semelhança da carne de pecados, e deste modo, por 
nossa causa, santificou-se a si mesmo para que nós também fôssemos 
santificados e batizados com Ele (Jo 17.19). Observemos com quanta 
honra Deus o reconheceu, quando sujeitou-se ao batismo de João. Viu o 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 3 
Espírito Santo que descia sobre Ele em forma de uma pomba. Podemos 
ver que o céu se abre quando vemos o Espírito que vem sobre a nossa 
vida e que trabalha em nós. A boa obra de Deus em nós é uma prova 
certa de sua boa vontade para conosco, e de seus preparativos para nós. 
Marcos comenta a respeito da tentação do Senhor Jesus Cristo, que 
estava no deserto com as feras selvagens. Era um exemplo do cuidado 
que o seu Pai tinha para com Ele, o que o animava ainda mais em relação 
à provisão que receberia. As proteções especiais são primícias de 
provisões oportunas. A serpente tentou o primeiro Adão no jardim, o 
segundo Adão no deserto; sem dúvida, teve diferentes resultados, e 
desde então, continua tentando os filhos de ambos em todos os lugares e 
condições. A companhia e as conversas têm as suas tentações; e estar a 
sós, mesmo em um deserto, também tem as suas. Nenhum lugar nem 
estado é capaz de se eximir, bem como nenhuma ocupação, nenhum 
trabalho lícito, comer ou beber, e até mesmo jejuar e orar; a maioria dos 
assaltos costumam acontecer nestes deveres, mas neles está a vitória 
mais doce. 
O ministério dos anjos bons é algo de grande consolo, em contraste 
com os maus desígnios dos anjos caídos e maus. Porém, nos consola 
muito mais que os nossos corações sejam a morada do Deus Espírito 
Santo. 
Vv. 14-22. Jesus começou a pregar na Galiléia, depois que João foi 
encarcerado. Se alguém é afastado, outros serão levantados para executar 
a mesma obra. observemos as grandes verdades que foram pregadas por 
nosso Senhor Jesus Cristo. Por meio do arrependimento damos glória ao 
nosso Criador, a quem temos ofendido; pela fé damos glória ao nosso 
Redentor, que veio nos salvar dos nossos pecados. Cristo uniu ambos - a 
fé e o arrependimento, e que nenhum homem pense em separá-los. 
Cristo honra aqueles que são diligentes naquilo que se relaciona a 
Ele, e que são amáveis uns para com os outros, mesmo que sejam 
considerados como pessoas de pouca importância neste mundo. A 
laboriosidade e a unidade são boas e agradáveis, e o Senhor Jesus 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 4 
abençoa aqueles que possuem estas qualidades. Aqueles que são 
chamados por Cristo, devem deixar tudo para segui-lo; Ele, por sua 
graça, faz com que estejam dispostos a que seja assim. Não significa que 
tenhamos de sair do mundo, mas que devemos nos desapegar dele; 
devemos abandonar tudo aquilo que seja contrário ao nosso dever para 
com Cristo, e que não possa ser conservado sem que traga dano à nossa 
alma. Jesus pregou e curou no dia de repouso, aplicando-se a ele, e sendo 
abundante na obra para a qual fora designado. Existem muitas coisas 
admiráveis na doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo; e quanto mais a 
ouvimos, mais causas vemos para admirá-la. 
Vv. 23-28. O Diabo é um espírito imundo porque perdeu toda a 
inocência de sua natureza, razão pela qual atua em oposição direta ao 
Espírito Santo de Deus, e por suas sugestões que contaminam o espírito 
dos homens. Em nossas congregações há muitos que, calados, dão 
atenção a mestres puramente formais; porém, se o Senhor enviar 
ministros fiéis e a sã doutrina, e por seu Espírito permanecer a 
convicção, estes estarão prontos a dizer como este homem: "Que temos 
contigo, Jesus Nazareno?". Nenhum transtorno capacita o homem para 
que saiba que Jesus é o Santo de Deus. Não quer ter nada a ver com 
Jesus, porque não esperava ser salvo, e teme ser destruído por Ele. 
Observemos a linguagem utilizada por aqueles que dizem ao Todo-
Poderoso: Aparta-te de nós. Este espírito imundo odeia e teme a Cristo 
porque sabe que Ele é Santo, porque a mente carnal é inimiga de Deus, 
sendo especialmente contra a sua santidade. 
Quando Cristo, por sua graça, liberta as almas das garras de 
Satanás, não é algo que aconteça sem um tumulto na alma. Porque este 
inimigo maligno inquietará aqueles a quem não pode destruir. Isto 
provavelmente fazia com que todos aqueles que o vissem pensassem: 
Que nova doutrina é esta? Agora é realizada uma obra tão grande, 
porém, os homens trataram-na com desprezo e descuido. Se não fosse 
assim, a conversão de um homem notoriamente mau a umavida sóbria, 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 5 
justa e santa, por meio da pregação do Salvador crucificado, faria com 
que muitos perguntassem a si mesmos: Que doutrina é esta? 
Vv. 29-39. Onde quer que o Senhor Jesus Cristo chegue, vem para 
fazer o bem. Ele nos cura para que possamos servi-lo, bem como ao 
nosso próximo que pertence a Ele, e por amor a Ele. Aqueles que não 
podem servir ao Senhor em público por estarem enfermos, ou por causa 
de outros impedimentos verdadeiros, podem esperar a graça e a presença 
do Salvador. Ele aliviará a tristeza e tirará as dores. observe quão 
numerosos eram os pacientes. o fato de outros andarem bem com o 
Senhor Jesus Cristo deveria ser um grande incentivo para que também o 
seguíssemos. 
O Senhor Jesus Cristo foi a um lugar deserto. Mesmo não correndo 
o risco de distrair-se, ou de ser tentado à vanglória, de todo modo se 
retirava. Aqueles que desempenham em público a maior parte de suas 
atividades, e da melhor categoria, devem, contudo, procurar estar a sós 
com Deus. 
Vv. 40-45. Aqui temos uma passagem em que o Senhor Jesus 
Cristo limpa um leproso. Ela nos ensina que devemos buscar ao Salvador 
com grande humildade e com total submissão à sua vontade, dizendo ao 
Senhor: "Se queres". Esta atitude deu ânimo imediato ao Senhor Jesus 
Cristo para que socorresse ao angustiado. observemos também o que é 
que podemos esperar do Senhor Jesus Cristo: que tudo será feito 
conforme a nossa fé. o pobre leproso disse: " Se queres". Cristo dispensa 
rapidamente favores àqueles que com prontidão encomendam-se à sua 
vontade. Ele não fez nada que aparentemente indicasse que buscava o 
louvor popular. Não há razão para que tenhamos dúvidas quanto ao 
dever de divulgarmos os louvores ao Senhor Jesus Cristo. 
 
Marcos 2 
Versículos 1-12: O Senhor Jesus Cristo cura um paralítico; 13-17: 
A chamada de Levi, e a hospitalidade que ele oferece a Jesus; 18-22: 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 6 
Porque os discípulos de Cristo não jejuaram; 23-28: O Senhor Jesus 
Cristo justifica os seus discípulos por colherem milho no dia de repouso. 
Vv. 1-12. A desgraça deste homem fez com que tivessem de 
transportá-lo desta maneira, e mostra o estado de sofrimento da vida 
humana; foi uma demonstração de bondade dos que assim o 
transportavam, e ensina a compaixão que deveria existir no homem para 
com os seus semelhantes que têm dificuldades. A fé firme e verdadeira, é 
capaz de trabalhar de diversas maneiras, porém, será aceita e aprovada 
por Jesus Cristo. O pecado é a causa de todas as nossas dores e 
enfermidades. A maneira de eliminar o efeito é eliminar a causa. o 
perdão do pecado golpeia a raiz de todas as enfermidades. o Senhor 
Jesus Cristo provou que tem poder para perdoar pecados, quando 
mostrou o seu poder para curar o homem que era paralítico. 
A cura das enfermidades era também uma figura do perdão dos 
pecados, porque o pecado é a enfermidade da alma. Quando o pecado é 
perdoado, esta enfermidade é curada. Quando vemos a obra que o 
Senhor Jesus Cristo faz ao curar o corpo e a alma das pessoas, devemos 
reconhecer que jamais vimos algo igual. 
A maioria dos homens se considera íntegra; eles não sentem 
necessidade de um médico; portanto, desprezam ou rejeitam a Cristo e o 
seu Evangelho. o pecador humilde e convicto, que já não tem mais 
qualquer esperança de auxílio, exceto do Salvador, mostrará a sua fé 
recorrendo a Ele sem demora. 
Vv. 13-17. Mateus não era um homem bom; pelo contrário, porque 
sendo judeu, jamais deveria ter sido um publicano, isto é, um cobrador 
de impostos para os romanos. Contudo, o Senhor Jesus Cristo chamou 
este publicano para que o seguisse. Com Deus, através de Cristo, há 
misericórdia para perdoar os maiores pecados, e graça para transformar 
os maiores pecadores tornando-os santos. Um publicano fiel, que tratasse 
as pessoas e os fatos com eqüidade, era algo raro. Pelo fato de os judeus 
terem um ódio particular contra o ofício que demonstrasse a sua sujeição 
aos romanos, deram um mal nome aos cobradores de impostos. Porém, o 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 7 
nosso bendito Senhor não vacilou em conversar com os tais, quando se 
manifestou. Não é novidade que aquilo que esteja bem feito e bem 
planejado seja caluniado, e transformado em algo reprovável para os 
homens supostamente mais sábios e melhores. 
O Senhor Jesus Cristo não se retrataria, mesmo que os fariseus se 
sentissem ofendidos. Se o mundo tivesse sido justo, não teria havido 
ocasião para que Cristo viesse para pregar o arrependimento ou comprar 
o perdão. Não devemos andar na companhia dos ímpios por amor às suas 
conversas vãs; porém, temos de mostrar amor para com a alma de cada 
um deles, lembrando-nos de que o nosso bom Médico tinha em si o 
poder de curar, e diferente de nós, não corria nenhum risco de 
contaminar-se com a enfermidade. Ao procurarmos fazer o bem ao nosso 
próximo, tenhamos o cuidado para não causarmos danos a nós mesmos. 
Vv. 18-22. Os praticantes da religião são bons para encontrar falhas 
em tudo aquilo que não esteja completamente de acordo com os seus 
pontos de vista. o Senhor Jesus Cristo também foi caluniado; nós 
devemos estar dispostos a enfrentar as calúnias, e termos todo o cuidado 
para não as merecermos. Devemos atender cada parte de nosso dever em 
sua ordem e em cada momento apropriado. 
Vv. 23-28. O dia do repouso era uma instituição sagrada e divina; 
um privilégio e um benefício, não era uma tarefa e nem uma escravidão. 
Deus jamais o concebeu para que fosse uma carga para o seu povo; 
portanto, não deveriam fazer com que fosse assim. o dia de repouso 
havia sido instituído para o bem da humanidade, porquanto vive em 
sociedade, tendo muitas necessidades e problemas, e preparando-se para 
um estado eterno de felicidade ou infelicidade. o homem não foi feito 
para o dia de repouso, como se guardando-o, pudesse estar prestando um 
serviço a Deus, nem lhe foi ordenado que guardasse as suas formalidades 
exteriores para seu verdadeiro prejuízo. Toda obediência a este respeito 
deve ser interpretada pela regra da misericórdia. 
 
 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 8 
Marcos 3 
Versículos 1-5: A cura do homem que tinha uma das mãos mirrada; 
6-12: A multidão vai a Cristo; 13-21: A chamada dos apóstolos; 22-30: 
A blasfêmia dos escribas; 31-35: Os familiares do Senhor Jesus Cristo. 
Vv. 1-5. O caso deste homem era triste; a sua mão ressecada o 
incapacitava de trabalhar e ganhar a vida. Aqueles que têm este tipo de 
problema são as pessoas mais apropriadas para serem objeto de nossa 
caridade. Aqueles que não podem valer-se por si mesmos devem ser 
socorridos. Porém, os infiéis obcecados, mesmo quando não podem dizer 
nada contra a verdade, ainda assim não se rendem. ouvimos o mal que 
foi dito, e vimos o mal que foi feito, mas Cristo olha para a raiz de 
amargura que está em cada coração, a cegueira e a dureza, e se 
entristece. Tremam os pecadores que possuem o coração endurecido, ao 
pensarem na ira com que o Senhor olhará para eles dentro de pouco 
tempo, quando chegar o dia de sua ira. 
O grande dia para que sejam curados é hoje; o dia de repouso e o 
lugar onde serão curados é a casa de oração, e o poder de curar é de 
Cristo. A ordem do Evangelho é tal como está registrada aqui: ainda que 
as nossas mãos estejam secas, mesmo assim, se não as estendermos, será 
nossa falta se não formos curados. Quando formos curados, o Senhor 
Jesus Cristo, o seu poder e sua graça, devem ter toda a glória por isto. 
Vv. 6-12. Todas as nossas enfermidades e calamidades provem da 
ira de Deus contra os nossos pecados. A eliminação destes, ou a sua 
transformação em bênçãos para nós, foi adquirida pelo sangue de nosso 
Senhor Jesus Cristo. Porém, devemos temer principalmente as pragas e 
as enfermidades de nossa alma e de nosso coração; Ele é capaz de sará-
las também por meio de sua Palavra. Que mais e mais pessoas se 
apressem a ir a Cristo, para que sejam curados destas pragas, e livresdos 
inimigos de sua alma. 
Vv. 13-21. Cristo chama todos aqueles a quem Ele quiser, porque a 
graça lhe pertence. Havia pedido aos apóstolos que se apartassem da 
multidão e que fossem a Ele. Então deu-lhes poder para que curassem 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 9 
enfermidades e expulsassem demônios. Que o Senhor envie muitos mais 
dentre aqueles que têm estado com Ele, e que têm aprendido com Ele a 
pregar o seu Evangelho, a serem instrumentos de sua bendita obra. 
Aqueles que possuem um coração que cresceu na obra de Deus, 
podem facilmente suportar aquilo que lhes é inconveniente, e preferirão 
perder uma refeição do que uma oportunidade de fazer o bem. Aqueles 
que andam com zelo na obra de Deus devem esperar atitudes prejudiciais 
por parte dos inimigos, e dos afetos equivocados dos amigos; devem ter 
cuidado com ambos. 
Vv. 22-30. Era claro que a doutrina do Senhor Jesus Cristo tinha a 
tendência direta de aniquilar o poder do Diabo; e também era claro que a 
sua expulsão dos corpos das pessoas confirmava esta doutrina. Como 
conseqüência, Satanás não podia suportar este desígnio. o Senhor Jesus 
Cristo fez uma advertência espantosa contra pronunciar palavras tão 
perigosas quanto estas. É verdade que o Evangelho promete o perdão 
para os maiores pecados, e para os maiores pecadores, porque Cristo 
comprou o perdão. Porém, pelo pecado de blasfêmia contra o bendito 
Espírito Santo, estes se opuseram aos dons do Espírito Santo, concedidos 
à Igreja após a ascensão do Senhor Jesus Cristo. Tal é a inimizade do 
coração, que aqueles que não são convertidos prefeririam que os crentes 
estivessem fazendo uma obra demoníaca, quando os pecadores são 
levados ao arrependimento e à nova vida. 
Vv. 31-35. É um grande consolo para todos os verdadeiros cristãos, 
saber que se forem santos, serão mais queridos para Cristo do que uma 
mãe, irmã ou irmão, como seriam os familiares naturais. Bendito seja 
Deus, este grande privilégio da graça já é nosso agora; porque ainda que 
não possamos desfrutar a presença física de Cristo, a sua presença 
espiritual não nos é negada. 
 
Marcos 4 
Versículos 1-20: A parábola do semeador; 21-34: Outras 
parábolas; 35-41: O Senhor Jesus Cristo acalma uma tempestade. 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 10 
Vv. 1-20. Esta parábola continha instruções tão importantes que 
todos aqueles que fossem capazes de ouvi-la estariam obrigados a 
atendê-la. Há muitas coisas que devemos saber; e se não entendermos as 
verdades claras do Evangelho, como aprenderemos as mais difíceis? 
Será fácil valorizarmos os privilégios que desfrutamos como discípulos 
de Cristo, se meditarmos seriamente no estado deplorável de todos 
aqueles que não possuem tais privilégios. No grande campo que é a 
Igreja, a Palavra de Deus é dispensada a todos. Dos muitos que ouvem a 
Palavra do Evangelho, alguns poucos recebem-na de tal maneira que no 
futuro darão frutos. 
Muitos daqueles que se sentem profundamente tocados pela Palavra 
momentaneamente, não recebem um benefício duradouro. A Palavra não 
deixa impressões permanentes na mente dos homens porque os seus 
corações não estão devidamente dispostos para recebê-la. o Diabo está 
muito ocupado com os ouvintes negligentes, assim como as aves do céu 
o estão com a semente que está sobre o solo. Muitos seguem uma 
profissão de fé falsa e estéril, e estão se dirigindo para o inferno. As 
impressões que não são profundas, não serão duradouras. 
Muitos não se importam com a obra no coração, sem a qual a 
religião não é nada. A abundância do mundo impede que outros sejam 
beneficiados pela Palavra de Deus. Aqueles que têm pouco do mundo, 
ainda podem ser destruídos por satisfazerem as concupiscências de seus 
próprios corpos. Deus espera e requer frutos daqueles que desfrutam do 
Evangelho, um temperamento mental e os devocionais cristãos exercidos 
diariamente, além dos deveres cristãos devidamente desempenhados. 
Contemplemos ao Senhor para que, por sua graça regeneradora, os 
nossos corações possam chegar a ser uma boa terra, e que a boa semente 
da Palavra de Deus produza em nossa vida estas boas palavras e obras 
que vêm por meio de Jesus Cristo para louvor e glória de Deus Pai. 
Vv. 21-34. Estas declarações estavam concebidas, para atrair a 
atenção dos discípulos para a Palavra do Senhor Jesus Cristo. Por este 
tipo de instrução, foram capacitados a instruir a outros. Como as velas 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 11 
que se acendem, não para que estejam cobertas, mas para que sejam 
postas em um candelabro para que dêem luz ao ambiente em que 
estiverem. 
Esta parábola da boa semente, mostra a maneira pela qual o reino 
de Deus progride neste mundo. Que nada além da Palavra de Cristo, 
ocupe o lugar que esta deve ocupar na alma, e isto será demonstrado por 
meio da boa conversação. Ela cresce gradualmente; em primeiro lugar o 
broto; em seguida a folha; depois disto, o trigo maduro na espiga. Após 
ter brotado, continuará crescendo. A obra da graça na alma é, 
primeiramente, somente como o dia das coisas pequenas; contudo, já tem 
produtos poderosos, enquanto cresce. Porém, imaginemos o que haverá 
quando estiver aperfeiçoada no céu! 
Vv. 35-41. O Senhor Jesus Cristo estava adormecido durante a 
tormenta, para provar a fé de seus discípulos e insistir com eles para que 
orassem. A fé deles mostrou-se fraca, mas as suas orações poderosas. 
Quando o nosso malvado coração é como o mar tempestuoso que não 
tem repouso, quando as nossas paixões são ingovernáveis, pensemos que 
ouvimos a lei de Cristo dizendo: Cala-te, aquieta-te. Quando 
exteriormente existem pleitos e interiormente temores, o espírito está 
inquieto. Porém, se Ele disser: Fique em paz, tenha calma; haverá 
imediatamente uma grande calmaria. 
"Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?". Mesmo que 
existam causas para temer, não há, contudo, causas para sentir um terror 
como este. Aqueles que pensam que Jesus não se importou muito com o 
perigo do seu povo perecer, podem suspeitar que não têm fé. Quão 
imperfeitos são até mesmo aqueles que são considerados os melhores 
santos! A fé e o medo se alternarão enquanto estivermos neste mundo, 
porém, em breve, o medo será vencido e a fé se distanciará tanto dele, 
que o perderá de vista. 
 
 
 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 12 
Marcos 5 
Versículos 1-20: A libertação do endemoninhado; 21-34: A cura de 
uma mulher. 35-43: A filha de Jairo é ressuscitada. 
Vv. 1-20. Alguns pecadores abertamente mal intencionados, são 
como este endemoninhado. Os mandamentos da lei mosaica são como 
cadeias e grilhões, para refrear os pecadores em seus maus caminhos. 
Porém eles despedaçam estes freios, e esta é uma das provas do poder do 
Diabo que opera neles. 
Uma legião de soldados era composta por seis mil homens ou mais. 
Quantas multidões de espíritos caídos devem existir, sendo todos eles 
inimigos tanto de Deus quanto do homem, e nesta passagem é relatado 
que havia uma legião em um único pobre homem infeliz! Há muitos que 
se levantam contra nós. Não somos adversários capazes de enfrentar os 
nossos inimigos espirituais com a nossa própria força, porém no Senhor, 
e com o poder de sua força, seremos capazes de resistir a eles, mesmo 
havendo legiões. 
Quando o transgressor mais vil é liberto da escravidão do Diabo 
pelo poder do Senhor Jesus Cristo, senta-se contente aos pés de seu 
Libertador e ouve a sua Palavra, que liberta os infelizes escravos de 
Satanás, e conta-os entre os seus santos e os seus servos. 
Quando o povo soube que os seus porcos haviam-se perdido, o 
Senhor Jesus Cristo já não lhes foi tão agradável. A paciência e a 
misericórdia podem ser vistas até mesmo nas medidas corretivas, pelas 
quais os homens perdem os seus pertences, porém salvam a sua vida, e 
são advertidos a que busquem a salvação de sua alma. 
O homem proclamou com júbilo as grandes coisas que Jesus havia 
feito por ele. Todos os homens se maravilharam, porém poucos o 
seguiram. Muitos que não possuemoutra reação senão maravilhar-se por 
causa das obras do Senhor Jesus Cristo, não se apegam a Ele como 
deveriam. 
Vv. 21-34. O Evangelho desprezado se encaminhará para onde for 
melhor recebido. Um dos dirigentes de uma sinagoga buscou 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 13 
fervorosamente ao Senhor Jesus Cristo, porque a sua filha, de doze anos, 
estava morrendo. 
Estando a caminho, o Senhor Jesus curou uma outra pessoa. 
Devemos fazer o bem não somente quando estivermos em casa, mas 
também quando estivermos andando pelo caminho (Dt 6.7). É comum 
que muitos não recorram ao Senhor Jesus Cristo, até que tenham tentado 
em vão todos os demais socorros, e concluído, como certamente costuma 
acontecer, que eram médicos sem valor. Alguns dirigem-se 
apressadamente às diversões e às companhias alegres; outros mergulham 
de cabeça nos negócios e até mesmo na completa embriaguez. 
Outros dedicam-se a estabelecer a sua própria justiça ou 
atormentam-se com vãs superstições. Muitos perecem em tais caminhos, 
porém, ninguém jamais encontrará repouso para a alma, utilizando tais 
métodos; enquanto que aqueles a quem o Senhor Jesus Cristo cura da 
enfermidade do pecado, dão-se conta de uma completa mudança para 
melhor em si mesmos. 
Como os atos secretos de pecado, assim os atos secretos de fé são 
conhecidos pelo Senhor Jesus Cristo. A mulher disse toda a verdade. A 
vontade do Senhor Jesus Cristo é que o seu povo seja consolado, e Ele 
tem o poder necessário para enviar consolo aos espíritos perturbados. 
Quanto mais claramente dependamos dEle, e esperemos grandes coisas 
dEle, mais encontraremos em nós mesmos que Ele tem chegado a ser a 
nossa salvação. Aqueles que por fé são curados de suas enfermidades 
espirituais, têm razões para estar em paz. 
Vv. 35-43. Podemos supor que Jairo teve dúvidas se deveria ou não 
pedir ao Senhor Jesus Cristo que fosse à sua casa, quando disseram-lhe 
que a sua filha estava morta. Porém, não temos a mesma oportunidade 
em relação à graça de Deus, e o consolo do Espírito Santo, pelas orações 
de nossos ministros e amigos cristãos, quando a morte está em casa, 
como quando ali está a enfermidade? A fé é o único remédio contra a 
tristeza e o temor em momentos como estes. Creia na ressurreição, e 
então não temas. 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 14 
O Senhor Jesus Cristo ressuscitou a menina morta com uma palavra 
de poder. Assim é o chamado do Evangelho para aqueles que por 
natureza estão mortos em delitos e pecados. É por meio da Palavra de 
Cristo que se dá a vida espiritual. Todos aqueles que vieram e ouviram, 
maravilharam-se diante do milagre e daquEle que o realizou. Mesmo que 
agora não possamos esperar que os nossos filhos ou familiares mortos 
sejam ressuscitados e voltem ao nosso convívio, podemos esperar 
consolo quando estivermos em provas. 
 
Marcos 6 
Versículos 1-6: O Senhor Jesus Cristo é desprezado em seu próprio 
país; 7-13: O comissionamento dos apóstolos; 14-29: João Batista é 
condenado a morte; 30-44: O regresso dos apóstolos O milagre da 
alimentação dos cinco mil; 45-56: Cristo caminha sobre o mar- Cura 
aqueles que o tocam. 
Vv. 1-6. Os compatriotas de nosso Senhor procuraram prejudicar o 
povo em relação a Ele. Não é este o carpinteiro? O nosso Senhor Jesus 
Cristo havia trabalhado com o seu pai neste ofício. Deste modo honrou o 
trabalho manual, e estimula cada pessoa a comer do trabalho de suas 
próprias mãos. Convém que os seguidores de Cristo se contentem com a 
satisfação de fazer o bem, mesmo que lhes seja negado o elogio por isto. 
Quanto estes nazarenos perderam por causa de seu obstinado preconceito 
contra o Senhor Jesus Cristo! Que a graça divina nos livre desta 
incredulidade, que faz corri que Cristo seja para a alma mais como odor 
de morte do que de vida. Vamos, como nosso Mestre, e ensinemos o 
caminho da salvação aos habitantes das aldeias e aos camponeses. 
Vv. 7-13. Mesmo estando os apóstolos conscientes de sua grande 
fragilidade, e sem esperarem vantagens mundanas por obedecerem ao 
seu Mestre, e dependendo de sua força, saíram para cumprir a sua 
missão. Não divertiram o povo com assuntos curiosos; diziam-lhes que 
deveriam arrepender-se de seus pecados e voltarem-se a Deus. Os servos 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 15 
de Cristo esperam cooperar para que muitos se convertam das trevas a 
Deus, e para curarem as almas pelo poder do Espírito Santo. 
Vv. 14-29. Herodes temia João enquanto este estava vivo, e ainda 
temeu quando João morreu. Herodes colocou em prática muitas coisas 
que aprendeu por meio das pregações de João, porém, não basta fazer 
"muitas" coisas; devemos respeitar todos os mandamentos. Herodes 
respeitou João até que este tocou no assunto de sua Herodias. Do mesmo 
modo, muitos amam a boa pregação, desde que ela se mantenha longe do 
pecado que eles amam. Entretanto, é melhor que os pecadores agora 
persigam os ministros por causa de sua fidelidade, do que os maldigam 
eternamente por sua infidelidade. Os caminhos de Deus são 
inescrutáveis, e devemos estar certos de que Ele jamais considerará 
como perda o recompensar os seus servos por aquilo que suportam ou 
perdem por amor a Ele. A morte não podia chegar como uma surpresa 
tão grande a este santo homem; o triunfo do ímpio durou pouco. 
Vv. 30-44. Os ministros não devem fazer e nem ensinar nenhuma 
outra coisa, senão aquilo que estiverem dispostos a contar ao seu Senhor. 
Cristo observa o medo de alguns de seus discípulos, e o trabalho de 
outros dentre eles; dá repouso àqueles que estão fatigados, e refúgio aos 
atemorizados. o povo buscou o alimento espiritual na Palavra de Cristo 
e, então, Ele tomou as providências necessárias para que não tivessem 
falta de comida para o sustento de seu corpo. 
Se o Senhor Jesus Cristo e os seus discípulos suportaram coisas vis, 
é certo que nós também o podemos. Este milagre demonstra que Cristo 
veio ao mundo não somente para restaurar, mas para preservar e nutrir a 
vida espiritual. Nele há o suficiente para todos aqueles que o buscarem. 
Ninguém é despedido vazio por Cristo, senão aqueles que vão a Ele 
cheios de si mesmos. 
Ainda que Cristo tivesse o pão suficiente ao dar a ordem, ensina-
nos a não desperdiçarmos nada que tenhamos recebido pela generosidade 
de Deus, lembrando-nos de quantos sofrem necessidades. Pode ser que 
venhamos a precisar dos pedaços que agora jogamos fora. 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 16 
Vv. 45-56. A Igreja é freqüentemente como um barco no mar, 
rodeada por tormentas e aparentemente sem consolo; podemos ter o 
Senhor Jesus Cristo a nosso favor, mas o vento e a maré contra nós. É 
um consolo para os discípulos de Cristo, em meio a uma tormenta, que o 
seu Mestre esteja no monte intercedendo por eles. Não há dificuldades 
que consigam impedir a manifestação do Senhor Jesus a favor de seu 
povo, quando chega o tempo designado para tal. Ele aquietou os temores 
que sentiam, dando-se a conhecer a eles. Os nossos temores se desfazem 
imediatamente quando os nossos erros são corrigidos, especialmente os 
erros em relação a Cristo. Se os discípulos têm consigo o seu Mestre, 
tudo está bem. Por falta de um entendimento adequado das obras 
anteriores de Cristo, é que vemos as suas obras atuais como se jamais 
tivessem existido outras. Se os ministros do Senhor se lembrassem que 
têm à sua disposição o poder para curar enfermidades físicas, que 
grandes multidões se amontoariam em torno deles! É triste pensar que 
muitos se preocupam muito mais por seus corpos do que por suas almas. 
 
Marcos 7 
Versículos 1-13: As tradições dos anciãos; 14-23: Aquilo que 
contamina o homem; 24-30: A cura da mulher cananéia; 31-3 7. O 
Senhor Jesus Cristo restaura a audição e a fala de um homem. 
Vv. 1-13. Um grande objetivo da vinda de Cristo era colocar de 
lado a lei cerimonial; para dar lugar a isto, reprova as cerimônias que os 
homens acrescentam à lei de Deus. As mãos limpas e o coração puro que 
Cristo concede aos seus discípulos, e requerdeles, são muito diferentes 
das formalidades exteriores e supersticiosas dos fariseus de todas as 
épocas. 
Jesus os reprova por terem rejeitado o mandamento de Deus. Fica 
claro que é dever dos filhos, se os seus pais forem pobres, aliviá-los o 
tanto quanto possível. E se os filhos que amaldiçoam os seus pais 
merecem morrer, muito mais aqueles que os deixam passar fome. Porém, 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 17 
se um homem se conformasse com as tradições dos fariseus, eles 
encontrariam uma maneira de liberá-lo do cumprimento deste dever. 
Vv. 14-23. Os nossos maus pensamentos e afetos, palavras e 
atitudes, nos contaminam, e é somente isto que nos contamina. Assim 
como um manancial podre surge de águas podres, assim é o coração 
corrupto que produz argumentos corruptos, apetites e paixões corruptas, 
e todas as más obras e ações que deles surgem. o entendimento espiritual 
da lei de Deus, e a consciência do mal causado pelo pecado, farão com 
que o homem busque a graça do Espírito Santo, para suprimir os maus 
pensamentos e afetos que trabalham em seu interior. 
Vv. 24-30. O Senhor Jesus Cristo jamais rejeitou qualquer um 
daqueles que caíram aos seus pés, coisa que uma pobre alma temerosa 
pode fazer de modo confiante. Como esta era uma boa mulher, era 
também uma boa mãe. Isto fez com que ela fosse a Cristo. O fato de 
mencionar que os filhos deveriam ser saciados primeiramente, mostra 
que havia misericórdia para os gentios, e que esta não estava distante. 
Ela falou, não como se considerasse a misericórdia de modo precipitado, 
mas sim magnificando a abundância das curas milagrosas feitas em favor 
dos judeus, que em contraste com apenas uma única cura, era senão uma 
migalha. Assim, pois, enquanto os orgulhosos fariseus são abandonados 
pelo Salvador, Ele manifesta a sua compaixão pelos pobres pecadores 
humildes, que olham para Ele no aguardo do pão que concede aos filhos. 
o Senhor Jesus Cristo ainda continua buscando e salvando aquele que 
havia se perdido. 
Vv. 31-37. Nesta passagem temos a cura de um homem surdo e 
gago. Aqueles que trouxeram este pobre homem ao Senhor Jesus Cristo, 
suplicaram-lhe que examinasse o caso e que colocasse o seu poder em 
ação. o nosso Senhor utilizou mais atos externos do que de costume no 
caso desta cura. Estes eram sinais exclusivos do poder de Cristo para 
curar o homem, para exortar a sua fé, e a fé daqueles que o trouxeram. 
Ainda que encontremos uma grande diversidade nos casos e modos de 
aliviar aqueles que recorreram a Cristo, todos, contudo, tiveram o alívio 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 18 
que buscaram. Assim, continuam sendo a grande preocupação de nossas 
almas. 
 
Marcos 8 
Versículos 1-10: O milagre da alimentação dos quatro mil; 11-21: 
A advertência de Cristo contra os fariseus e herodianos; 22-26. A cura 
de um cego; 27-33: O testemunho de Pedro a respeito do Senhor Jesus 
Cristo; 34-38: O Senhor Jesus Cristo deve ser seguido. 
Vv. 1-10. O Senhor Jesus exortou os mais vis, que foram a Ele em 
busca de vida e graça. Cristo conhece e considera o nosso estado de 
ânimo. A generosidade de Cristo está sempre preparada; para mostrar 
isto, repete este milagre. os seus favores se renovam, como ocorre com 
as nossas carências e necessidades. Aquele que tem a Cristo, e vive por 
fé, não deve temer a escassez, e deve viver pela fé com ação de graças. 
Vv. 11-21. A incredulidade obstinada terá algo a dizer, mesmo que 
seja muito irracional. O Senhor Jesus Cristo recusou-se a dar resposta à 
demanda daqueles homens. Se não sentirem a convicção do pecado, 
jamais se convencerão. Ah! Que razão temos para nos lamentar por 
aqueles que nos rodeiam, e destroem a si mesmos e aos demais por meio 
de sua incredulidade perversa e obcecada, e por sua inimizade contra o 
Evangelho! Quando nos esquecemos das obras de Deus e não confiamos 
nEle, devemos nos repreender severamente, assim como Cristo 
repreende aqui os seus discípulos. Como é que por tantas vezes nos 
equivocamos como significado daquilo que Ele nos diz, desprezamos as 
suas advertências, e não confiamos em seus cuidados para conosco? 
Vv. 22-26. Aqui está o caso de um cego que foi levado a Cristo por 
seus amigos. Aqui fica demonstrada a fé daqueles que o trouxeram. Se 
aqueles que estão espiritualmente cegos não orarem por si mesmos, em 
todo o caso os seus amigos e parentes devem orar por eles, para que o 
Senhor Jesus Cristo os toque. A cura foi realizada de forma gradual, o 
que não era comum nos milagres de nosso Senhor. Cristo demonstra o 
seu método comum para curar, por sua graça, àqueles que por natureza 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 19 
estão espiritualmente cegos. Em primeiro lugar, o conhecimento que 
estas pessoas possuem é confuso. Porém, quando encontram-se com 
Cristo e buscam conhecê-lo, o seu conhecimento se torna como a luz da 
aurora, que vai aumentando até que seja dia perfeito e, então, eles vêm 
claramente todas as coisas. Não prestar a devida atenção aos favores do 
Senhor Jesus Cristo é renunciar a eles; e aqueles que o fazem, 
conhecerão o valor dos seus benefícios por meio da necessidade. 
Vv. 27-33. Estas coisas estão escritas para que creiamos que Jesus é 
o Cristo, o Filho de Deus. Os milagres de nosso Senhor nos asseguram 
que Ele não foi vencido, mas que foi vencedor. Agora, os discípulos 
estão convencidos de que Jesus é o Cristo; estão em condições de 
suportar o conhecimento dos sofrimentos que o Senhor Jesus enfrentará, 
os quais o Senhor começa aqui a lhes revelar. 
Ele vê os erros naquilo que dizemos ou fazemos, dos quais nem 
sequer nós mesmos temos consciência, e sabe de que espírito somos, 
mesmo que não o soubéssemos. A sabedoria humana se toma algo néscio 
quando tema pretensão de limitar as intenções de Deus. Pedro não 
compreendia corretamente a natureza do reino de Cristo. 
Vv. 34-38. É freqüentemente informada a grande aglomeração de 
pessoas em volta do Senhor Jesus Cristo, para que ajudasse a multidão 
em diversos casos. Todos têm a obrigação de saber disto, se esperam que 
cure as suas almas. Eles não devem ser indulgentes para com o conforto 
de sua carne. Como a felicidade do céu com Cristo é suficiente para 
compensar a perda da própria vida por amor a Ele, assim, ganhar o 
mundo inteiro por meio do pecado não compensa o sofrimento da alma 
que é destruída pelo pecado. Chegará o dia em que a causa do Senhor 
Jesus Cristo aparecerá gloriosa, mesmo que alguns agora a considerem 
algo pequeno e desprezível. Pensemos nesta época e vejamos hoje tudo o 
que pertence a esta terra, do modo que o veremos naquele grande dia. 
 
 
 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 20 
Marcos 9 
Versículos 1-13: A transfiguração; 14-29: A expulsão de um 
espírito maligno; 30-40: Uma repreensão aos apóstolos; 41-50: Deve-se 
preferir a dor ao pecado. 
Vv. 1-13. Aqui está uma profecia da proximidade imediata do reino 
de Cristo. Uma amostra deste reino foi dada na transfiguração do Senhor 
Jesus. Bom é nos afastarmos do mundo e estarmos a sós com Cristo. Que 
bom é estar com Cristo glorificado no céu, juntamente com todos os 
santos! Porém, quando as coisas não estão bem, temos a tendência de 
nos preocupar com o nosso próximo, e na plenitude de nossos deleites 
nos esquecemos das muitas necessidades de nossos irmãos. 
Deus reconhece Jesus, e aceita-o como o seu amado Filho, e está 
disposto a nos aceitar nEle. Portanto, devemos reconhecê-lo e aceitá-lo 
como nosso amado Salvador, e nos render para que Ele passe a 
comandar a nossa vida. 
O Senhor Jesus Cristo jamais deixa a alma quando o gozo e os 
consolos a deixam. Jesus explica aos discípulos a profecia a respeito de 
Elias. Esta era geralmente interpretada de tal maneira, que causava um 
mal-entendido a respeito de João Batista. 
Vv. 14-29. O pai do jovem que estava sofrendo mostrou a falta de 
poder dos discípulos; porém, o Senhor Jesus Cristo faz com que a sua 
desilusão seja atribuída à falta de fé. Muitas promessas nos são feitas, se 
crermos.Se tu não podes crer, é possível que o teu coração endurecido 
seja abrandado, as tuas enfermidades espirituais sejam curadas e, fraco 
como és, possas resistir até o fim. 
Aqueles que se queixam de incredulidade, devem olhar para Cristo, 
pedindo graça para que sejam ajudados, e a sua graça será suficiente para 
tal. Aqueles a quem o Senhor Jesus Cristo cura, são curados de modo 
eficaz. Satanás não quer ser expulso daqueles que têm sido os seus 
escravos por muito tempo, e quando não pode enganar ou destruir o 
pecador, causa-lhe todo o terror possível. os discípulos não devem 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 21 
pensar que sempre farão a sua obra com a mesma facilidade; alguns 
serviços exigem algo mais do que as dores comuns. 
Vv. 30-40. O tempo do sofrimento de Cristo se aproximava. Se 
tivesse sido entregue nas mãos dos demônios, e estes tivessem feito 
aquilo que lhe foi feito, não teria sido algo estranho. Contudo, é 
surpreendente que sejam os homens aqueles que trataram de modo tão 
vergonhoso o Filho de Deus, que veio redimi-los e salvá-los. observemos 
que quando o Senhor Jesus Cristo falava de sua morte, sempre falava de 
sua ressurreição, a qual tirava dEle a reprovação da morte, e que deveria 
tirar de seus discípulos toda a tristeza. Muitos continuam sendo 
ignorantes por terem a vergonha de perguntar. Que situação! Mesmo que 
o Salvador ensine de modo tão claro as coisas que estão relacionadas ao 
seu amor e à sua graça, os homens estão tão cegos e surdos que não 
compreendem as suas palavras. 
Seremos chamados a prestar contas daquilo que falamos e de nossas 
disputas, especialmente os maiores dentre nós. os mais humildes e 
abnegados parecem-se mais com o Senhor Jesus Cristo, e Ele os 
reconhecerá de um modo mais terno. Jesus ensinou-lhes isto por meio de 
um sinal: "Qualquer que receber uma destas crianças em meu nome a 
mim me recebe". 
Muitos têm sido como os discípulos, dispostos a calar aqueles 
homens que têm conseguido pregar o arrependimento em nome do 
Senhor Jesus Cristo aos pecadores, somente porque não seguem 
juntamente com eles. o Senhor culpa os apóstolos, lembrando-lhes que 
aqueles que operam milagres em seu Nome não podem causar danos à 
sua causa. Se pecadores são levados ao arrependimento, a crerem no 
Salvador, e a levarem uma vida sóbria, justa e santa, então vemos que o 
Senhor é quem está trabalhando por intermédio de tal pregador. 
Vv. 41-50. É dito repetidamente sobre o ímpio, que o seu bicho não 
morre, como também que o fogo nunca se apaga. Sem dúvida o remorso 
na consciência, e a aguda reflexão em si mesmo, são o bicho que nunca 
morre. É por certo fora de comparação, que melhor é sofrer toda a dor, 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 22 
dificuldade e negação de nós mesmos aqui neste mundo, e sermos felizes 
para todo o sempre no porvir, do que desfrutar aqui de todo o tipo de 
prazeres mundanos e temporais, e futuramente estarmos em desgraça 
para todo o sempre. Devemos ser temperados com sal, como os 
sacrifícios; os nossos afetos corruptos devem ser submetidos e 
mortificados pelo Espírito Santo. Aqueles que têm o sal da graça devem 
demonstrar que têm um princípio vivo de graça em seus corações, o qual 
elimina as disposições corruptas da alma, que ofendem a Deus ou às 
nossas próprias consciências. 
 
Marcos 10 
Versículos 1-12: A pergunta dos fariseus sobre o divórcio; 13-16. 
O amor de Cristo pelos pequeninos; 17-22: A conversa de Cristo com o 
jovem rico; 23-31: Os embaraços causados pelas riquezas; 32-45: O 
Senhor Jesus Cristo anuncia os Seus sofrimentos; 46-52: A cura de 
Bartimeu. 
Vv. 1-12. Onde quer que Jesus estivesse, multidões o seguiam e Ele 
as ensinava. Pregar era um costume constante do Senhor Jesus. Aqui Ele 
destaca que a razão pela qual a lei de Moisés permitiu o divórcio, era de 
tal natureza que eles não deveriam utilizar esta permissão; era somente 
por causa da dureza dos corações. O próprio Deus uniu um marido a uma 
mulher; preparou-os para que fossem tanto consolo quanto auxílio 
mútuo. Aquilo que Deus uniu não deve ser precipitadamente separado. 
Aquele que tem a intenção de abandonar a sua esposa deve pensar o que 
seria dele se Deus o tratasse deste modo. 
Vv. 13-16. Alguns pais ou pagens trouxeram crianças pequenas a 
Cristo para que Ele as tocasse, como símbolo de sua bênção sobre elas. 
Não parece que precisavam de alguma cura para os seus corpos, nem que 
fossem capazes de ser ensinadas. Porém, aqueles que estavam 
encarregados de seu cuidado, criam que a bênção do Senhor Jesus Cristo 
faria bem à alma de cada uma delas; portanto, levaram-nas a Ele. Jesus 
mandou que deixassem que viessem a Ele, e que nada fosse dito ou feito 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 23 
para impedi-las. As crianças devem ser dirigidas ao Salvador, assim que 
forem capazes de compreender as suas Palavras. Além do mais, devemos 
receber o reino de Deus como crianças pequenas. Devemos ser 
carinhosos com Cristo e com a sua graça, assim como as crianças são 
para com os seus pais, pagens ou professores. 
Vv. 17-22. Este jovem rico demonstrou grande honestidade. 
Perguntou o que deveria fazer agora, para que pudesse ser feliz para 
sempre. A maioria pede bens que possam ser desfrutados neste mundo; 
qualquer bem (Sl 4.6). Porém, este jovem pede que lhe seja declarado 
qual é o bem que deve ser feito neste mundo, para que se possa desfrutar 
o bem maior no porvir. O Senhor Jesus Cristo estimula esta pergunta, 
dando assistência à fé do jovem e dirigindo-o à prática. 
Contudo, aqui há uma triste separação entre Jesus e este jovem. Ele 
pergunta ao Senhor o que deve fazer além daquilo que já vinha fazendo, 
para que pudesse alcançar a vida eterna. E o Senhor lhe responde que se 
ele tem, como sem dúvida aparentava ter, esta firme fé na vida eterna, e 
se a considera de elevado valor, se estaria disposto a suportar uma cruz 
no presente com a expectativa de uma futura coroa? O jovem lamentou 
não poder ser um seguidor de Cristo em condições mais difíceis. 
Lamentou também que não pudesse obter a vida eterna e reter ao mesmo 
tempo as suas posses mundanas. Retirou-se triste. Leia o texto em 
Mateus 6.24, que diz: "Não podeis servir a Deus e a Mamom". 
Vv. 23-31. O Senhor Jesus aproveita esta oportunidade para falar 
aos seus discípulos sobre a dificuldade de salvação daqueles que têm 
abundância de recursos neste mundo. 
Aqueles que ansiosamente buscam a riqueza deste mundo, jamais 
valorizarão de modo justo a Cristo e a sua graça. Além do mais, fala da 
grandeza da salvação daqueles que têm poucas posses neste mundo, e 
mesmo assim deixam-nas por amor a Ele. A maior prova da firmeza de 
um homem bom é produzida quando o amor a Jesus lhe pede que 
renuncie ao amor que tem pelos seus amigos e pelos seus familiares. 
Mesmo sendo vencedores por Cristo, ainda devem esperar sofrer por Ele 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 24 
até que cheguem ao céu. Aprendamos a nos contentar mesmo em uma 
situação difícil, e a estarmos alertas contra o amor às riquezas quando 
estivermos em uma boa situação. oremos para ser capazes de deixar 
tudo, se assim for necessário, para servirmos a Cristo e utilizarmos em 
seu serviço tudo o que nos for permitido reter conosco. 
Vv. 32-45. Cristo segue adiante em seu empreendimento para a 
salvação da humanidade, o que foi, é e será para a surpresa de todos os 
seus discípulos. A honra mundana tem um determinado brilho, pelo qual 
os olhos dos próprios discípulos do Senhor Jesus Cristo podem ter se 
deslumbrado por muitas vezes. 
Vigiemos para que tenhamos a sabedoria e a graça necessárias, para 
que saibamos sofrer com Ele. E que possamos confiar que o Senhor 
proverá a glória que Ele mesmo nos quiser conceder. 
O Senhor Jesus Cristo mostra-lhes que os homens geralmente 
abusam do poder no mundo. Se Jesus nos concedesse todos os nossos 
desejos, logo se tornaria evidente que desejamos fama ou poder, e que 
não desejamos beber de seu cálice nem passarmos pelo seu batismo;podemos dizer que seria freqüentemente uma ruína se Ele respondesse, 
deste modo, as nossas orações. Porém, o Senhor nos ama, e concederá ao 
seu povo somente o que for bom para cada um. 
Vv. 46-52. Bartimeu, que tinha ouvido falar de Jesus e dos seus 
milagres, e sabendo que passaria por ali, esperava recuperar a visão. 
Quando nos dirigirmos a Cristo para pedir ajuda e saúde, devemos 
contemplá-lo como o Messias prometido. Os chamados de graça que 
Cristo nos faz, para que possamos ir a Ele, animam a nossa esperança de 
que, se formos a Ele, teremos aquilo que nEle buscamos. Aqueles que se 
aproximam de Jesus devem lançar fora a roupagem de sua auto-
suficiência, devem livrar-se de todo o peso e do pecado que, como 
roupas grandes, os assediam mais facilmente (Hb 12.1). 
Bartimeu pede que os seus olhos sejam abertos. Algo muito 
desejável é que sejamos capazes de ganhar o nosso pão; e onde quer que 
Deus tenha dado aos homens os seus limites de capacidade e sentidos, é 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 25 
vergonhoso que, por serem néscios ou preguiçosos, tornem-se 
efetivamente cegos ou coxos. os olhos de Bartimeu foram abertos. A sua 
fé o salvou: a fé em Cristo como o Filho de Deus, e em sua compaixão e 
poder. Não as palavras que alguém repete constantemente, mas a sua fé; 
e o que o Senhor Jesus Cristo coloca para trabalhar é a nossa fé. 
Que os pecadores sejam chamados a imitar o cego Bartimeu. Jesus 
passa por onde se prega o Evangelho, ou pelos lugares onde circulam as 
Palavras escritas da verdade, e esta é a oportunidade. Não é o suficiente 
procurarmos ao Senhor Jesus Cristo para que recebamos a saúde 
espiritual, mas, quando estivermos curados, devemos continuar 
seguindo-o, para que possamos honrá-lo e recebermos as suas instruções. 
Aqueles que possuem visão espiritual vêem em Cristo esta beleza 
atraente, que fará com que busquem-no e sigam-no apressadamente. 
 
Marcos 11 
Versículos 1-11: A entrada triunfal do Senhor Jesus Cristo em 
Jerusalém; 12-18: A maldição da figueira estéril – A purificação do 
templo; 19-26. Orar com fé; 27-33: Os sacerdotes e os anciãos são 
interrogados sobre João Batista. 
Vv. 1-11. A chegada de Cristo a Jerusalém mostra, de forma 
notável, que Ele não temia o poder e nem a maldade dos seus inimigos. 
Isto alentada os seus discípulos, que estavam amedrontados. Além do 
mais, Ele não se mostrava inquieto por causa dos sofrimentos que se 
aproximavam. 
Contudo, tudo marcava a sua humilhação; e, assuntos como este nos 
ensinam a não nos preocuparmos por alcançar as coisas que estão em 
níveis superiores à nossa capacidade, mas a nos adequarmos àquelas que 
forem coerentes com a nossa capacidade. Que males são trazidos aos 
cristãos por ambicionarem aquilo que é demasiadamente alto para eles, 
aquilo que está acima de sua capacidade, quando Cristo esteve tão longe 
de reivindicá-las! Deram as boas vindas à sua pessoa: "Bendito o que 
vem em nome do Senhor!". Aquele que havia de vir, prometido, e 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 26 
mencionado por tantas vezes, aguardado por tanto tempo, que vem em 
nome do Senhor. Que Ele tenha sempre os nossos melhores afetos. Ele é 
o Salvador bendito e nos traz bênçãos, e bendito seja aquEle que o 
enviou. os louvores sejam dados ao nosso Deus, que está nos mais altos 
céus, e que é Deus sobre todos, o Deus bendito para sempre. 
Vv. 12-18. O Senhor Jesus Cristo olhou para a figueira procurando 
algum fruto, porque o tempo de colher figos, embora próximo, ainda não 
havia chegado; porém, não encontrou sequer figos verdes. Fez da 
figueira um exemplo, não para as árvores, mas para os homens de todas 
as gerações. Esta era uma figura da condenação para a igreja judaica, à 
qual veio em busca de frutos, e não achou nenhum. 
O Senhor Jesus Cristo foi ao templo, e começou a reparar os abusos 
que eram cometidos em seus átrios, como um sinal de que quando o 
Redentor viesse a Sião, eliminaria a impiedade de Jacó. os escribas e os 
principais sacerdotes não procuravam um meio de estabelecerem a paz 
com Ele, mas de destruí-lo. Esta era uma intenção desesperada, pela qual 
somente poderiam temer, porque significava lutar contra Deus. 
Vv. 19-26. Os discípulos não podiam imaginar porque a figueira 
murchou tão rapidamente; porém, todos aqueles que rejeitam a Cristo 
murcham. Isto representa o estado da igreja judaica. Não devemos nos 
acomodar em uma religião que não nos torne férteis em boas obras. 
A partir disto, Cristo ensinou-lhes a orar com fé. Esta passagem 
pode ser aplicada à poderosa fé com que todos os verdadeiros cristãos 
são dotados, e que faz maravilhas em relação às coisas espirituais. Nos 
justifica, e deste modo elimina montanhas de culpas, que jamais tornarão 
a se levantar em juízo contra nós. Purifica o coração, e assim elimina 
montanhas de corrupção, tornando-as planas diante da graça de Deus. 
Um grande cuidado diante do trono da graça é orarmos pelo perdão de 
nossos pecados, e preocupar-nos com isto deveria ser o nosso afã diário. 
Vv. 27-33. O nosso Salvador demonstra o quanto a sua doutrina e o 
batismo de João estavam ligados; tinham o mesmo desígnio e tendência, 
que consistiam em trazer o Evangelho do reino. 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 27 
Estes anciãos não eram dignos de que alguém lhes ensinasse, 
porque era claro que não contendiam pela verdade, mas pela vitória. 
Jesus também não teve que dizer-lhes com que autoridade fazia as suas 
obras, porque as obras que realizou mostravam claramente que Ele tinha 
autoridade de Deus. E assim era porque nenhum homem seria capaz de 
fazer os milagres que Jesus fazia, a menos que Deus estivesse com ele. 
 
Marcos 12 
Versículos 1-12: A parábola da vinha e dos seus arrendatários; 13-
17: A pergunta acerca do tributo; 18-27: Quanto à ressurreição; 28-34: 
O grande mandamento da lei; 35-40: Cristo, chamado de Filho de Davi, 
contudo é Senhor de Davi; 41-44: O elogio à viúva pobre. 
Vv. 1-12. O Senhor Jesus Cristo mostrou em parábolas que deixaria 
de lado a igreja judaica. Entristece pensar no maltrato que os fiéis 
ministros de Deus encontraram em todas as épocas, por parte daqueles 
que desfrutaram os privilégios da Igreja, mas que não deram o fruto que 
lhes era requerido. 
Deus enviou, finalmente, o seu Filho, o seu Amado; e se poderia 
esperar que eles também respeitassem e amassem ao Amado de seu 
Senhor; não obstante, ao invés de honrá-lo porque era o Filho, e 
conforme a parábola, o "herdeiro", odiaram-no. Porém, a exaltação do 
Senhor Jesus Cristo foi obra de Deus Pai; e é sua obra exaltá-lo em 
nossos corações, e estabelecer ali o seu trono; e se isto for feito, não 
pode ser algo menos do que maravilhoso aos nossos olhos. 
As Escrituras e os pregadores fiéis, e a vinda próxima de Cristo em 
carne, nos chamam a render o devido louvor a Deus em nossa vida. os 
pecadores devem ter cuidado com o espírito orgulhoso e carnal; se 
injuriam ou desprezam os pregadores de Cristo, fariam o mesmo ao seu 
Senhor se tivessem vivido quando Ele esteve na terra. 
Vv. 13-17. Podemos imaginar que os inimigos de Cristo desejariam 
conhecer o seu dever, quando na realidade, apenas esperavam tomar 
qualquer partido para acusá-lo. É provável que nada seja mais enganoso 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 28 
para os seguidores de Cristo do que serem levados a envolver-se nos 
debates da política secular. Jesus evitou esta armadilha referindo-se à 
sujeição que eles já haviam efetuado como nação. Muitos elogiarão as 
palavras de um sermão, porém, não obedecerão suas doutrinas. 
Vv. 18-27. O reto conhecimento das Escrituras, como fonte de onde 
flui agora toda a religião revelada, e o fundamento sobre o qual se 
constrói, é a melhor defesa contra o erro. O Senhor Jesus Cristo rejeitou 
a objeção dos saduceus, que eram infiéis e caluniadores da religião 
daquela época, afirmando, sob a luz verdadeira, a doutrina das coisas que 
futuramente sobreviriam. 
A relação entre marido e mulher, ainda que estipulada noparaíso 
terrestre, não será conhecida no paraíso celestial. É errado formar as 
nossas idéias sobre o mundo dos espíritos com base nos fatos que 
acontecem neste mundo dos sentidos. É absurdo pensar que o Deus vivo 
é a porção e a felicidade de um homem, se ele não estiver vivo para 
sempre. Deus é Deus de vivos. Portanto, com toda a certeza a alma de 
Abraão existe e vive, mesmo estando temporariamente separada do 
corpo. Aqueles que negam a ressurreição erram muito, e isto precisa ser 
dito. Procuremos passar por este mundo moribundo coma esperança 
jubilosa da felicidade eterna, e da gloriosa ressurreição. 
Vv. 28-34. Cristo guiará de modo justo aqueles que sinceramente 
desejam que lhes ensine o seu dever, e lhes ensinará o seu caminho. 
Disse ao escriba que o maior mandamento, que sem dúvida inclui a 
todos, é amarmos a Deus de todo o nosso coração. Aqueles que têm este 
princípio como o governante da alma, terão a disposição para cumprir 
todos os outros deveres. 
Amar a Deus com todo o nosso coração, nos compromete com tudo 
aquilo que lhe agrada. os sacrifícios somente representavam a expiação 
das transgressões da lei moral executada pelos homens; não tinham 
nenhum poder, exceto ao expressar o arrependimento e a fé no 
prometido Salvador, enquanto levaram à obediência moral. Como nós 
não havíamos ainda amado deste modo nem a Deus e nem aos nossos 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 29 
semelhantes, mas vivíamos de um modo que demonstrava exatamente o 
inverso, éramos pecadores condenados; precisávamos de arrependimento 
e de misericórdia. o Senhor Jesus Cristo aprovou o que o escriba disse, e 
o animou. Ficou como conselho para o futuro, porque este conhecimento 
da lei conduz à convicção de pecado, ao arrependimento, a descobrirmos 
a necessidade que temos de receber misericórdia, e a entendermos o 
caminho da justificação por meio de Cristo. 
Vv. 35-40. Quando consideramos aquilo que as Escrituras nos 
dizem quanto à pessoa e a obra que Cristo realizou, seremos dirigidos a 
confessá-lo como nosso Senhor e Deus, a obedecê-lo como nosso 
Redentor exaltado. Se as pessoas comuns ouvem com alegria estes 
ensinamentos, enquanto os supostamente distintos e educados se opõem, 
aqueles serão felizes e estes devem ser motivo de compaixão. E como o 
pecado disfarçado com aparência de piedade é iniqüidade dobrada, assim 
a sua condenação será duplamente pesada. 
Vv. 41-44. Não nos esqueçamos de que o Senhor Jesus ainda 
observa a arca das ofertas. Ele sabe quanto e por que motivos os homens 
dão ofertas para a sua causa. Ele contempla o coração, e quais são as 
nossas opiniões ao darmos ofertas e esmolas, e se o fazemos como para o 
Senhor ou somente para sermos vistos pelos homens. É tão raro 
encontrarmos alguém que não critique esta viúva, que não podemos 
esperar encontrar a muitos que façam como ela. Contudo, o nosso 
Salvador a elogia; portanto, estamos seguros de que ela agiu bem e de 
modo sábio. os frágeis esforços do pobre para honrar o seu Salvador, 
serão elogiados no dia em que as ações esplêndidas dos incrédulos forem 
expostas ao desprezo 
 
Marcos 13 
Versículos 1-4: O anúncio da destruição do templo; 5-13: O 
discurso profético de Cristo; 14-23: A profecia de Cristo; 24-27: 
Declarações proféticas; 28-37: Exortação a velar. 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 30 
Vv. 1-4. Observemos quão pouco o Senhor Jesus Cristo valoriza a 
pompa exterior, onde não existe a verdadeira pureza de coração. 
Contempla com compaixão a ruína das almas preciosas, e chora por elas, 
porém, não o encontramos contemplando com tristeza a ruína de uma 
casa formosa. Então, lembremo-nos do quão necessário é que tenhamos 
uma morada mais duradoura no céu, e que estejamos preparados para ela 
por meio da obra do Espírito Santo, e que esta morada seja buscada por 
meio da fervorosa utilização de todos os meios da graça. 
Vv. 5-13. O nosso Senhor Jesus, ao responder a pergunta dos 
discípulos, não o faz tanto para satisfazer a curiosidade destes, mas para 
dirigir-lhes a consciência. Quando muitos são enganados, devemos por 
esta razão ser despertados para que examinemos a nós mesmos. os 
discípulos de Cristo, senão fosse pelas próprias faltas deles, poderiam 
desfrutar da santa segurança e da paz mental, mesmo quando tudo ao seu 
redor estivesse desordenado. Eles devem ter o cuidado de não serem 
afastados de Cristo, e nem de seu dever para com Ele, pelos sofrimentos 
com que se encontrarão por amor a Ele. Serão odiados por todos os 
homens: problema mais do que suficiente! Porém, a obra a que foram 
chamados deve seguir avante e prosperar. Ainda que eles sejam 
esmagados e derribados, o Evangelho não o pode ser. A salvação 
prometida é maior do que a libertação de todo o mal, é uma bênção 
eterna. 
Vv. 14-23. Os judeus apressaram o ritmo de sua ruína ao rebelarem-
se contra os romanos, e ao perseguirem os cristãos. Aqui temos uma 
profecia sobre a destruição que lhes sobreveio cerca de quarenta anos 
mais tarde; uma destruição e um estrago como jamais sofreram em toda 
a sua história. As promessas de poder para perseverar, e as advertências 
contra um afastamento, concordam entre si. Porém, quanto mais 
considerarmos estas coisas, veremos motivos mais abundantes para fugir 
sem demora a nos refugiarmos em Cristo, e a renunciarmos a todo objeto 
terrestre pela salvação de nossas almas. 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 31 
Vv. 24-27. Os discípulos haviam confundido a destruição de 
Jerusalém com o final do mundo. O Senhor Jesus Cristo corrigiu este 
erro, e demonstrou que o dia de sua vinda e o dia do juízo seriam 
posteriores àquela tribulação. Aqui anuncia a dissolução final do quadro 
e da trama do mundo presente. Além disto, é prevista a aparição visível 
do Senhor Jesus vindo nas nuvens, e a reunião de todos os eleitos com 
Ele. 
Vv. 28-37. Temos a aplicação do sermão profético. Quanto à 
destruição de Jerusalém, é preciso esperar, pois virá dentro de 
pouquíssimo tempo. Quanto ao final do mundo, não pergunteis quando 
virá, porque o dia e a hora não são do conhecimento de nenhum homem. 
Cristo, como Deus, não poderia ignorar nada, porque a sabedoria divina, 
que habitava em nosso Senhor, era comunicada à sua alma humana 
conforme o beneplácito divino. o nosso dever em relação aos dois casos 
é estar alertas e orarmos. o nosso Senhor Jesus, quando ascendeu ao alto, 
deixou algo para que todos os seus servos façam. Devemos estar sempre 
vigilantes esperando o seu regresso. Isto se aplica tanto à vinda de Cristo 
a nós em nossa morte, como também ao juízo geral. 
Não sabemos se o nosso Senhor virá nos dias de nossa juventude, 
na idade madura ou em nossa velhice, porém, assim que nascemos 
começamos a morrer e, portanto, devemos esperar pela morte. o nosso 
grande esforço deve ser no sentido de que, quando vier o Senhor, não 
nos encontre confiados, agradando a nossa concupiscência em conforto e 
preguiça, despreocupados em relação à nossa obra e dever. O Senhor diz 
a todos que velem, para que sejam encontrados em paz, sem manchas e 
irrepreensíveis. 
 
Marcos 14 
Versículos 1-11: Cristo é ungido em Betânia; 12-21: A páscoa – Jesus 
declara que Judas o trairá; 22-31: A instituição da Ceia do Senhor; 32-42: 
A agonia de Cristo no jardim; 43-52: Jesus é traído e preso; 53-65: Cristo 
diante do sumo sacerdote; 66-72: Pedro nega Jesus. 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 32 
Vv. 1-11. Se Cristo derramou a sua própria alma morrendo por nós, 
pensaremos que exista algo demasiadamente precioso para Ele? Damos a 
Ele o ungüento precioso de nossos melhores afetos? Amemo-lo com 
todo o nosso coração, mesmo sendo comum que o zelo e o afeto sejam 
mal-entendidos e acusados; e lembremo-nos de que a caridade para com 
os pobres não será escusa de nenhum ato particular de piedade para com 
o Senhor Jesus. o Senhor elogiou a piedosa atenção desta mulher, para 
que isto fosse conhecido pelos crentes de todas as épocas. 
Aqueles que honram a Cristo serão honrados por Ele.A cobiça era 
a principal luxúria de Judas, e esta o traiu para que pecasse traindo o seu 
Mestre; o Diabo adaptou a sua tentação a isto e, deste modo, o venceu. 
observemos quantas armadilhas enganosas muitos têm em seus esforços 
pecaminosos; porém, aquilo que parece progredir em seus planos, ao 
final resultará ser maldição. 
Vv. 12-21. Nada poderia ter resultado menos da provisão humana, 
do que os sucessos aqui relatados. o nosso Senhor sabe todas as coisas a 
nosso respeito antes que elas aconteçam. Se o recebermos, habitará em 
nossos corações. 
O Filho do homem vai, como está escrito a seu respeito, como 
cordeiro ao matadouro; mas ai daquele homem por quem Ele é entregue! 
Se Deus permite aos homens que pequem, e glorifica-se por meio destes, 
não significa que os obrigue a pecar; e isto também não é desculpa para a 
culpa destes, nem diminuirá o castigo que sofrerão. 
Vv. 22-31. A Ceia do Senhor é alimento para a alma; portanto, é 
suficiente que seja celebrada com bem menos do que a quantidade de 
alimento que empregamos para o sustento de nosso corpo, contanto que 
sirva como sinal. Foi instituída pelo exemplo e prática de nosso Mestre, 
para que esteja em vigor até a sua Segunda vinda. Foi instituída com 
bênção e ação de graças, para que seja um memorial da morte de Cristo. 
O seu precioso sangue é freqüentemente mencionado como sendo o 
preço de nossa redenção. Quão consolador é isto para os pobres 
pecadores arrependidos, que o sangue de Cristo seja derramado por 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 33 
muitos! Se o foi por muitos, por que não por mim? Foi o sinal da entrega 
dos benefícios adquiridos para nós, por meio de sua morte. Devemos 
aplicar a doutrina de Cristo crucificado à nossa própria vida; que seja 
comida e bebida para a nossa alma, fortalecendo e refrigerando a nossa 
vida espiritual. Seria primícias e um sabor antecipado da felicidade que 
haverá no céu, e, por isto, retira de nós o gosto pelos prazeres e deleites 
dos sentidos. Todo aquele que já saboreou as delícias espirituais deseja 
claramente as eternas. 
Mesmo tendo o Sumo Pastor passado por cruéis sofrimentos sem 
dar sequer um passo em falso, os seus seguidores têm sido, contudo, 
muitas vezes dispersos pela pequena medida de sofrimentos designados 
para eles. Quão inclinados somos a pensar bem de nós mesmos, e a 
confiarmos em nossos corações! Foi ruim Pedro responder deste modo 
ao seu Senhor, sem temor e nem tremor. Senhor, dá-me a tua graça, para 
evitar que eu te negue. 
Vv. 32-42. Os sofrimentos de Cristo começaram pelos mais 
dolorosos, os de sua alma. Começou a entristecer-se e a angustiar-se, 
palavras não empregadas em Mateus, porém repletas de sentido. os 
terrores de Deus o combateram, e Ele lhe permitiu contemplá-lo. 
Jamais houve, até agora, uma dor como aquela que Jesus sofreu. Ele 
foi feito maldição por nós; as maldições da lei foram lançadas sobre Ele 
por nossa causa. Ele então saboreou a morte em toda a sua amargura. 
Este era o medo a que o apóstolo se referia, o medo natural em relação à 
dor, e o medo da morte, diante da qual a natureza humana se sobressalta. 
Poderemos alguma vez ter pensamentos favoráveis ou sequer rápidos 
sobre o pecado, quando vemos os penosos sofrimentos que o pecado 
trouxe ao Senhor Jesus, mesmo que lhe tenham sido reconhecidos? Será 
leve para a nossa alma aquilo que foi tão pesado para a alma dEle? 
Cristo esteve em tal agonia por causa de nossos pecados, e nós jamais 
sequer sentiremos angústia por tê-los cometido? Como deveríamos olhar 
para aquEle a quem traspassamos, e como deveríamos sentir dor! É 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 34 
nosso dever entristecermo-nos excessivamente por causa do pecado, 
porque o Senhor se entristeceu, e jamais riu deste assunto. 
O Senhor Jesus Cristo, como homem, rogou que se fosse possível, 
os seus sofrimentos passassem dEle. Como mediador, submeteu-se à 
vontade de Deus dizendo: "Aba, Pai, todas as coisas te são possíveis; 
afasta de mim este cálice; não seja, porém, o que eu quero, mas o que tu 
queres". 
Observemos como a pecaminosa fragilidade retorna aos discípulos 
de Cristo e os vence. Que fardos tão pesados os nossos corpos são para 
as nossas almas! Porém, quando virmos os problemas às portas, devemos 
nos preparar para enfrentá-los. Ó, até mesmo alguns crentes costumam 
contemplar de modo errado os sofrimentos do Redentor, e ao invés de 
estarem prontos para morrer com Cristo, não estão preparados para velar 
com Ele sequer por uma hora. . 
Vv. 43-52. Cristo não se manifestou como um príncipe temporal, 
mas pregando o arrependimento, a conversão e uma vida santificada, e 
dirigiu os pensamentos, afetos e propósitos dos homens a outro mundo; 
por esta razão, os dirigentes judaicos procuraram destruí-lo. 
Pedro feriu um homem do grupo. É mais fácil lutar por Cristo do 
que morrer por Ele, mas existe uma grande diferença entre discípulos 
falhos e discípulos hipócritas. Estes últimos chamam o Senhor Jesus de 
Mestre, apressados e sem pensar, expressando-lhe um grande afeto, 
porém, entregam-no aos seus inimigos. Deste modo aceleram a sua 
própria destruição. 
Vv. 53-65. Nesta passagem temos a condenação de Cristo perante o 
grande conselho dos judeus. Pedro o seguiu, mas a proximidade ao fogo 
onde estava o sumo sacerdote judeu não era o lugar apropriado para 
Pedro, nem os servos dele eram a companhia adequada para o discípulo. 
Esta era uma porta para a tentação. 
Esforçaram-se muito para conseguir falsas testemunhas contra 
Jesus, mesmo que o testemunho deles não fosse equivalente a uma 
acusação de delito capital, por mais que eles forçassem a lei. Foi-lhe 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 35 
perguntado: "És tu o Cristo, Filho do Deus Bendito?", isto é, o Filho de 
Deus, o Messias. Jesus então faz referência à sua Segunda vinda para 
provar que é o Filho de Deus. 
Temos nestes ultrajes muitas provas da inimizade do homem contra 
Deus, e do amor gratuito e inexprimível de Deus para com o homem. 
Vv. 66-72. A negação de Cristo por parte de Pedro teve início 
quando este se manteve afastado dEle. Aqueles que se envergonham da 
santificação estão bem avançados no caminho de negar a Cristo. Aqueles 
que pensam ser perigoso andar em companhia dos discípulos de Cristo, 
porque daí podem ser levados a sofrer por Ele, verão ser muito mais 
perigoso estar na companhia dos seus inimigos, porque aí serão levados 
a pecar contra Ele. 
Quando Cristo era admirado e o seguiam, Pedro o confessou 
rapidamente, mas não reconheceu o seu relacionamento com Ele agora 
que estava abandonado e desprezado. Ressalvemos, porém, que o 
arrependimento de Pedro foi muito rápido. 
Aquele que pensa que está firme deve vigiar para não cair; e aquele 
que caiu deve pensar nestas coisas, em suas próprias ofensas e voltar-se 
ao Senhor com pranto e com súplicas. Busque o perdão para que seja 
levantado pelo Espírito Santo. 
 
Marcos 15 
Versículos 1-14: Cristo diante de Pilatos; 15-21: Cristo é levado a 
ser crucificado; 22-32:A crucificação; 33-41: A morte de Cristo; 42-47: 
O seu corpo é sepultado. 
Vv. 1-14. Eles amarraram a Cristo. É bom que freqüentemente nos 
lembremos das amarras do Senhor Jesus, como se estivéssemos 
amarrados junto com aquEle que foi amarrado por nós. Ao entregar o 
Rei, com efeito, eles entregaram o reino de Deus; portanto, este lhes foi 
retirado com o próprio consentimento deles, e dado a uma outra nação. 
Cristo deu uma resposta direta a Pilatos, mas não quis dar resposta 
às testemunhas que foram apresentadas contra Ele, porque era sabido que 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 36 
as coisas que alegavam eram falsas, estando o próprio Pilatos 
convencido disto. Pilatos pensou que poderia apelar ao povo contra os 
sacerdotes, e livrariam Jesus das mãos destes, mas o povo foi mais e 
mais pressionado pelos sacerdotes, e gritavam: Crucifica-o! Crucifica-o! 
Julguemos as pessoas e as coisas por seus méritos, e pela norma da 
Palavra de Deus, e não pelo conhecimentocomum. O pensamento de 
alguém jamais foi tratado de modo tão vergonhoso, como foi o da única 
Pessoa que é perfeitamente excelente, santa e sábia, dentre todas aquelas 
que já existiram sobre a face da terra; este fato leva a mente séria a 
formar uma firme opinião sobre a maldade do homem e a inimizade 
contra Deus. Aborreçamos mais as más disposições que marcaram a 
conduta destes perseguidores. 
Vv. 15-21. O Senhor Jesus Cristo encontrou e enfrentou a morte em 
seu aspecto mais terrível. Foi a morte que era dada aos malfeitores mais 
vis. Assim, a cruz e a vergonha se unem. Deus fora desonrado pelo 
pecado do homem. Cristo fez a reparação submetendo-se à maior 
desgraça com que a natureza humana poderia ser afligida. Era uma morte 
maldita; assim era determinado pela lei judaica (Dt 21.25). Os soldados 
romanos zombaram de nosso Senhor como Rei; assim como os servos 
haviam escarnecido dEle como Profeta e Salvador no pátio da casa do 
sumo sacerdote. Será um manto púrpura ou escarlate uma questão de 
orgulho para um cristão, se foi uma questão de reprovação e vergonha 
para Cristo? Ele levou a coroa de espinhos que nós merecíamos, para que 
pudéssemos levar a coroa de glória que Ele merece. 
Pelo pecado, todos fomos condenados à vergonha e ao desprezo 
eternos. Ele foi contado com aqueles que cometiam a iniqüidade, mesmo 
não tendo cometido pecado. os sofrimentos do manso e santo Redentor 
são sempre uma fonte de instrução para o crente, da qual não pode se 
fatigar em seus melhores momentos. Jesus sofreu assim, e eu, vil 
pecador, me irritarei ou estarei descontente? Darei lugar à ira ou 
censurarei e ameaçarei por causa dos problemas e injúrias? 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 37 
Vv. 22-32. O lugar onde nosso Senhor Jesus foi crucificado era 
chamado de lugar da caveira; era o lugar onde as execuções eram 
freqüentemente realizadas. Foi morto ali porque em todos os aspectos foi 
contado entre os transgressores. Cada vez que olharmos para Cristo 
crucificado, devemos nos lembrar da frase que foi colocada sobre a sua 
cabeça: Ele é o Rei, e devemos nos render para sermos os seus súditos, 
sem dúvida, como se fôssemos israelitas. 
Crucificaram com Ele dois ladrões, estando Ele no meio. Com isto 
pretenderam desonrá-lo muito, mas já havia sido profetizado que seria 
contado com os transgressores, porque foi feito pecado por nós. 
Mesmo aqueles que passavam por ali o insultavam. Diziam que 
descesse da cruz, e então acreditariam; porém, não creram até que lhes 
foi dado o sinal mais convincente; levantou-se da sepultura. Com que 
fervor o homem que crê firmemente na verdade buscará a salvação, 
como é dada a conhecer pelos sofrimentos de Cristo! Com quanta 
gratidão receberá a esperança que nasce do perdão e a vida eterna, que 
foram adquiridas pelo sofrimento e pela morte do Filho de Deus! E com 
que piedosa tristeza se condoerá pelos pecadores que crucificaram o 
Senhor da glória. 
Vv. 33-41. Houve uma densa escuridão sobre a terra, do meio-dia 
até às três horas da tarde. Os judeus estavam fazendo o máximo que 
podiam para apagar o Sol da Justiça. As trevas significavam a nuvem sob 
a qual estava a alma humana de Cristo, enquanto Ele a estava 
apresentando como oferta pelo pecado. Ele não se queixou de que os 
seus discípulos o tivessem abandonado, mas de que o seu Pai o tivesse 
desamparado, especialmente neste aspecto, porque foi feito pecado por 
nós. Quando Paulo ia ser oferecido como sacrifício a serviço dos santos, 
regozijava-se e alegrava-se (Fp 2.17). Porém, é muito diferente ser 
oferecido como sacrifício pelo pecado dos pecadores. 
No mesmo instante em que o Senhor Jesus morreu, o véu do templo 
foi rasgado de alto a baixo. Este fato foi motivo de terror para os judeus 
incrédulos, e foi o sinal da destruição tanto da nação quanto da igreja 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 38 
deles. Expressa consolo para todos os cristãos crentes, porque significava 
abrir um caminho novo e vivo ao Lugar Santíssimo, por meio do sangue 
de Jesus. 
A confiança com que Cristo havia tratado francamente a Deus como 
seu Pai, encomendado a sua alma às suas mãos, parece ter tido um forte 
impacto sobre o centurião. os pontos de vista corretos sobre Cristo 
crucificado reconciliam o crente com o pensamento da morte; anela 
contemplar, amar e louvar como se deve, a este Salvador, que foi ferido 
e traspassado para salvar-nos da ira vindoura. 
Vv. 42-47. Nesta passagem é descrito o sepultamento do Senhor 
Jesus Cristo. Que possamos, pela graça, ser estabelecidos conforme a sua 
semelhança! 
José de Arimatéia foi um homem que esperava o reino de Deus. 
Aqueles que aguardam uma quota de seus privilégios, devem confessar a 
causa de Cristo, mesmo quando ela pareça estar esmagada. Deus 
levantou este homem para o seu serviço. Por uma providência especial, 
Pilatos foi muito estrito em sua investigação, para que não houvesse a 
pretensão de se dizer que Jesus estivesse vivo. 
Pilatos deu a José a permissão para descer o corpo de Jesus da cruz, 
e fazer com Ele o que lhe parecesse melhor. Algumas das mulheres 
viram o lugar onde o corpo de Jesus foi colocado, para que logo após o 
dia de repouso pudessem ungir o corpo morto, porque não tiveram o 
tempo necessário para fazê-lo antes. Prestaram bastante atenção na 
localização do sepulcro de Cristo, porque Ele se levantaria novamente. 
Ele jamais abandonará aqueles que nEle confiam, e que o invocam. A 
morte, privada de seu aguilhão rapidamente colocará fim aos sofrimentos 
dos crentes, assim como fez ao Salvador, que morreu e ressuscitou. 
 
Marcos 16 
Versículos 1-8: A ressurreição do Senhor Jesus Cristo é revelada 
às mulheres; 9-13: O Senhor aparece a Maria Madalena e a outros 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 39 
discípulos; 14-18: A sua incumbência para os discípulos; 19,20: A 
ascensão de Cristo. 
Vv. 1-8. Nicodemos trouxe uma grande quantidade de especiarias, 
mas estas bondosas mulheres não creram que fossem suficientes. o 
respeito que outros mostram para com Cristo não nos deve impedir de 
demonstrar o nosso. Aqueles que são levados pelo santo zelo a buscar a 
Cristo com diligência, encontrarão que os tropeços do caminho 
desaparecem com rapidez. 
Quando nos expomos a problemas e gastos por amor a Cristo, 
somos aceitos mesmo que os nossos esforços não tenham êxito. A visão 
do anjo poderia ter-lhes dado ânimo, com justiça, porém elas se 
assustaram. Assim, pois, muitas vezes, aquilo que deveria ser o nosso 
consolo, produz terror devido aos nossos próprios erros. 
Ele foi crucificado, mas está glorificado. "Já ressuscitou, não está 
aqui". Não está morto, e vive novamente; mais adiante Ele será visto. 
Deste modo, será enviado o consolo oportuno àqueles que choram por 
causa do Senhor Jesus. Pedro é nomeado em particular. "Dizei a seus 
discípulos e a Pedro ..."; ele o receberá muito bem, porque está triste por 
causa do pecado. Ver a Cristo é algo muito bem recebido por um 
verdadeiro arrependido, e o verdadeiro penitente é muito bem recebido 
quando quer ver a Cristo. os homens correram a toda pressa para o lugar 
onde estavam os discípulos; porém, os temores inquietantes costumam 
nos impedir de fazer o serviço que poderíamos fazer a Cristo e às almas 
dos homens, se a fé e o gozo da fé fossem firmes. 
Vv. 9-13. Não poderiam ter sido levadas melhores notícias do que 
estas aos discípulos que choravam; contaram-lhes sobre a ressurreição do 
Senhor Jesus. Deveríamos consolar os discípulos doentes, dizendo-lhes 
aquilo que temos visto em Cristo. Foi uma atitude muito sábia de Deus 
ter dado as provas da ressurreição de modo gradual. Estas foram 
recebidas com cautela, para que a segurança com que os apóstolos 
posteriormente pregaram esta doutrina, fosse mais satisfatória. Contudo, 
quão lentos somos para admitir os consolos que a Palavra de Deus tem! 
Marcos (Comentário Bíblico de Matthew) 40 
Então, enquanto Cristo consola o seu povo, vê que, muitas vezes, é 
necessário repreendê-los e corrigi-los