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Medicina FTC - 2019.1 Catarina Viterbo Nathalia Oliveira EQUILÍBRIO ÁCIDO-BASE Confuso 3 modalidades de avaliação dos distúrbios ácido-base Ausência de definição universal de "normal". A depender da literatura vão encontrar variações do que é normal. Irracional Ânion gap, que seria uma lacuna de ânions, na verdade são apenas ânions que não são mensurados. Não existe - eletroneutralidade Acidose hiperclorêmica: não faz muito sentido porque vem de uma base, então não seria uma acidose e sim uma alcalose. Acidose tubular renal tipo 1 (distal) e tipo 2 (proximal); Fórmulas de compensação desenvolvidas > 100 anos. Mesmo em pH muito baixo, o sangue ainda é alcalino. Como nosso corpo é feito predominantemente de água, então eles têm que ter concentrações iguais de hidrogênio e de hidroxila que vai variar apenas a temperatura. Para considerar o ph neutro a 7,4 o corpo teria que ter uma temperatura de 25º. A 36º o ph normal teria que ser de 6,7, ou seja, estamos em um meio alcalino em 7,4. Controverso: não existem estudos que comprovem essa química do distúrbio ácido base. Ausência de estudos/rcts A depender da população que você estude, o ph normal do sangue varia. O padrão deriva de uma população colocada numa curva de Gauss. Importância Distúrbio ácido base (dab) é comum em ambiente hospitalar; Ph extremo pode levar à morte seja por arritmias, esforço respiratório excessivo (se você tenta compensar numa acidose metabólica), alterações de função imunológica e disfunção enzimática Conceitos e princípios Evolução das espécies graças a resistência ao meio ácido. A evolução foi permitida por nossa tolerância à sobreviver num meio ácido. Isso porque se você tem uma acidose metabólica você tem como meio de compensação uma alcalose respiratória, você aumenta então a frequência respiratória - e vice-versa. Uma acidose metabólica é alcançada através de uma hiperventilação. Se você tem um extremo da alcalose você chega a tentar corrigir você antes de morrer por distúrbio ácido básico e suas complicações, você morre por hipóxia, porque você não pode parar de respirar. Acidose: é o processo metabólico que leva à acidemia. Que não necessariamente repercute com um ph ácido. Acidemia: é a referência ao valor sérico encontrado de h+ Alcalose: é o processo químico. Alcalemia: concentração séria encontrada. Regulação da concentração de H+ De forma imediata quem regula a concentração de hidrogênio é bicarbonato, o sistema tampão. Feito por uma base ou ácido fraco. Sistema tampão: vai aumentar ou diminuir o hidrogênio de acordo com a necessidade. Formado por uma base o ou ácido fraco, porque não se transforma em íons dissolvido em água, ficando na sua forma de ácido ou base, ou seja, se você acrescenta h+, ele automaticamente vai ser subtraído. Bicarbonato - ácido carbônico - meio extracelular; Hemácia - hemoglobina e hemoglobinato. Intracelular importantíssimo Fósforo e fosfato - meio intracelular; Proteína e proteinato - meio extracelular; Amônio e amônia Proteína e proteínato junto com o bicarbonato são os mais importantes para regulação no meio extracelular. Fatores que determinantes a concentração de H+ Existe uma ligação dos distúrbios hidroeletrolíticos e os distúrbios ácido base. Os ácidos fracos principalmente albumina e fosfato e sobretudo o dióxido de carbono. Os íons são importantes pois somos eletricamente negativos, ou seja, ao nos tocarmos não tomamos choque. Isso é importante para alguns distúrbios sobretudo quando há ânion gap positivo. Obedecem a três leis distintas: Eletroneutralidade - soma de todos os cátions = soma de todos os ânions; Conservação de massa, ou seja, nada se cria nada se perde tudo se transforma. As substâncias se mantem constante, a menos que seja adicionada ou subtraída. Equilíbrio de dissociação do sistema tampão, o mais relevante é o ácido carbônico juntamente com a ação da anidrase carbônica. Objetivos Descrever os dab segundo a interpretação tradicional - descritiva e fisiológica. Entendendo a função renal e pulmonar. Revisar - de forma prática cirúrgica - a fisiopatologia de alguns distúrbios Discutir aspectos clínicos e tratamento; Demonstrar passo a passo como abordar uma gasometria. A gasometria não é essencial para saber o que está acontecendo com o paciente. Se você consegue interpretar a condição clínica do paciente, você consegue dizer que distúrbio ácido básico aquele paciente tem. A gasometria vai ser importante para mensurar a intensidade do distúrbio e de formar contínua verificar se sua conduta está havendo melhora ou piora. Se você tem um paciente com DPOC e tem uma pneumonia, ele tende a aumentar a frequência e fazer uma alcalose respiratória. Artigo da New England (2014), faz uma associação com os distúrbios hidroeletrolíticos e os ácidos- base pois um tem a ver com o outro necessariamente. O mais seguido na prática é acidose metabólica com íon gap. É o que causa mais problema em ser interpretado. NORMALIDADE: dependem os valores de referência. Na prática clínica o que é cobrado é baseado no tratado de fisiologia. SANGUE ARTERIAL pH: 7,35 a 7,45. É raro em uma prova considerar entre 7,38 a 7,42. PaCO2: 35 a 40 (38 a 42) Bicarbonato: 22 a 26 Ânion gap: É o que se mais varia. Entre 4 a 12; ou 10 a 12 ou 14; 8 a 12; ou 8,5 a 12 ou 15. Memorizar o 12 pois se tiver alguma alteração de normalidade sempre vai ter relação com esse número. Gasometria venosa é suficiente para diagnosticar o distúrbio. Entendo que em uma gasometria venosa se tem uma maior concentração de dióxido de carbono, então vai considerar normal de 43 a 48, ou seja, vai subtrair em média 5 para dizer que está dentro da normalidade. Como você vai ter uma concentração maior de dióxido de carbono, você vai ter um pH mais reduzido. Vai considerar normal entre 7,36-7,38. Para você dizer a representação arterial 0,05. O bicarbonato você estreita para dizer que está dentro da normalidade. SANGUE VENOSO CENTRAL: pH: 7,36 A 7,38 (AUMENTAR CERCA DE 0,05) PaCO2: 43 A 48 (DIMINUIR CERCA DE 5mmHg) Bicarbonato: 25 a 26; DISTÚRBIO RESPIRATÓRIO Regulagem do pco2 no centro respiratório: Quimiorreceptores no centro respiratório (bulbo) e no bulbo carotídeo. Quando você tem elevação, esses quimiorreceptores são ativados, independente se são centrais ou periféricos. Isso emite uma resposta periférica que faz com haja um aumento da frequência respiratória. Caso ocorra uma estimulação, a frequência respiratória é inibida e a FR diminui. Acidose respiratória - características: Elevação do CO2; Aumento em ambas concentrações de H e HCO3; O pH acaba diminuindo mesmo com o aumento de bicarbonato. Compensação RENAL: Início com 6 - 12h > 3 - 5 dias; A compensação renal não é tão rápida quanto a respiratória. O sangue passa pelo néfron, pela artéria aferente do glomérulo, e através da reabsorção que ocorre no RIM, regula tudo que passa por ele pela reabsorção. Tudo que é hidrossolúvel que passa pelo glomérulo é filtrado. Nos túbulos proximais há uma rede capilar que vai reabsorção 2/3 de tudo o que foi filtrado apenas por conta de diferença de concentrações. Se você produz mais hidrogênio e mais bicarbonato, há a filtração no lúmen e vai reabsorver o que foi necessário. Nesse caso, vai tentar reabsorver mais bicarbonato e diminuir a reabsorção de hidrogênio, aumento da excreção de H, o mesmo acontece com fosfato e amônia). Excretando mais bicarbonato e H+ através da anidrase carbônica vai produzir mais CO2 e O2, eles atravessam facilmente a barreira da membrana celular, ele é convertido novamente pela anidrase em íon hidrogênio e bicarbonato só que como o bicarbonato está em déficit, ele vai ser reabsorvido e o hidrogênio que não é mais necessário vai ser excretado. A mesma coisa acontece com ofosfato, com o amônio e amônia. Na forma aguda, a cada aumento de 10 mmHg de CO2 vai ocorrer o suplemento de um bicarbonato. Na fase crônica a cada aumento de 10 mmHg você vai ter um aumento de 4 bicarbonatos. 1 – 4 Nos túbulos distais é que há a regulação fina, onde absorve mais ou menos dependendo da sua necessidade. Causas Hipoventilação: diminuição do volume corrente. A origem pode ser diferente, obstrução, pulmonar (parenquimatoso), central, etc. Tudo isso leva à hipoventilação. Central: TCE, tumor, AVC. Periférica: Guillain-Barré. Via área principal: corpo estranho, bronco espasmo Pulmonar: parenquimatoso, pneumonia. TRATAMENTO: Identificar e reverter quando possível a causa Ex: Intoxicação por benzodiazepínicos ou organo fosforados, naloxano; Quando não conseguir reverter dar suporte ventilatório. Não invasivo; Invasivo como a Intubação orotraqueal Jamais infundir NaHCO3 para corrigir acidose respiratória. Isso leva a uma alcalose metabólica, acumula Co2 porque você acaba revertendo e acaba perdendo o estímulo respiratório e levando a falência respiratória. Não hiperoxigenar (nunca dar à uma pessoa com DPOC porque é a única coisa que estimula os quimiorreceptores que favorecem a respiração. Se oxigenar, diminui a frequência e acumulará mais CO2. ALCALOSE RESPIRATÓRIA CARACTERÍSTICAS: Diminuição do CO2; Diminuição em amas concentrações de H e HCO3: Compensação - RENAL: início com 6-12h > 3 - 5d o Diminui a reabsorção de HCO3; o Diminuição da excreção de H o Abaixo de 40mmHg: Aguda: a cada diminuição de 10 mmHg seria 2 de bicarbonato Crônica: igual da acidose. A cada 10 mmHg, 4 de bicarbonato CAUSAS: HIPERVENTILAÇÃO - aumento do volume corrente. Distúrbios periféricos não existem. Central (SNC): ansiedade, nervosismo, pânico, dor, febre. Via aérea principal: iatrogênica (ventilador mecânico mal regulado) Pulmonar/hipoxêmica: asma, pneumonia, ICC. TRATAMENTO Identificar e reverter quando possível a causa. Tratar a doença de base e usar ou não ventilação mecânica. Ex: Paciente com dor, uso de analgésico para melhorar. Ansiolítica; Suporte ventilatório: Intubação; Não invasiva; ALCALOSE METABÓLICA CARACTERÍSTICAS: Aumento da [HCO3]/diminuição da [H] Pouco frequente, pouco estudada. PaCO2 = HCO3 + 15 + OU - 2 Compensação PaCO2 = 0,7 x (HCO3 - 24)/40 + OU - 2 PaCO2 = HCO3 + 15 + OU - 2 PaCO2 = 0,7 X HCO3 + 20 + OU - 1,5 PaCO2 = 0,9 X HCO3 + 9 +OU - 2 O Base excess é a quantidade de base exógeno que se utiliza para se normalizar o sangue colhido. Seria como você pega o sangue que existe (uma solução básica) e quando o pH está fora do normal, você vai adicionando essa base até normalizar o pH sanguíneo. Em um sangue normal não precisa adicionar nada, então o excesso de base é 0. Algumas provas não disponibilizam o valor PCo2 e sim do Base Excess e você consegue esse valor através da variação. Se eu tenho uma alcalose metabólica, o BE estará positivo, tem excesso de base. O BE normal é 0, pois você não deve adicionar nada para normaliza. Se ele está com um Base excess de 10, ele variou 10 (∆BE=10). O que eu espero que varie de CO2 é 10 x 0,6, então varia 6. Ou seja, varia de 40 (valor normal de PCo2) para 46. ∆PaCO2 = 0,6 x ∆BE ∆PaCO2 = 0,6 x 10 ∆PaCO2 = 6 CAUSAS Responsivo a cloreto (Cl urinário < 25 mmol/l) ∆PaCO2 = 0,6 x ∆BE BE = Base excess Vômitos e ou SNG: Se eu vomito cloreto, a quantidade absoluta, o nível sérico de cloro, DIMINUI. A pessoa se torna eletricamente positiva. Se você diminui o valor plasmático de cloreto, se eu não aumentar o nível de bicarbonato quem tocar em mim vai levar choque, naturalmente, para manter a neutralidade, o rim precisa reabsorver bicarbonato, para que a gente continue neutro, fazendo esse balanço. Uso prévio de diuréticos de alça: Na, 2Cl, K; Uso prévio de diuréticos tiazídicos: co-NaCl Fibrose cística; Interpretação dos íons ácido base através dos íons sódio O sódio é o íon cátion mais predominante é 140. O nosso corpo temos, aproximadamente, 150 m de cargas positivas e cargas negativas. Se eu 144 metros sódio, eu tenho que ter a mesma quantidade de ânion, por isso que na fórmula é 2x. Então, não precisa contar lactato porque lactato em altos níveis seria anormal, existe um valor normal que é abaixo de 2, a gente produz continuadamente, não precisa dosar lactato carbonato, cloro, pega o que é mais representativo que é o sódio e multiplica por 2 x que é igual a quantidade de ânions que tem. Essa seria a fórmula de osmolaridade (conteúdo para outra aula) Alcalose metabólica por perda de cloreto Causas que elevam diretamente a concentração de bicarbonato e dessa forma vai ter que excretar uma maior quantidade de cloreto Não responsivo a cloreto (Cl urinário > 40mmol/l) Aldosterona: Aumento de Na/Cl/HCO3; Diminuição de K e H; o Síndrome de Cushing; o Corticoideterapia; o Contração vascular (renina/aldo): uso atual de diuréticos; o Hipocalemia grave Responsivas ao cloreto Alcalose metabólica por diurético de alça: age justamente na parte espessa da alça de Henle, inibindo a bomba que é Sódio, 2 cloretos e potássio e assim excreta cloro. Vômitos Sonda nasonal Únicas indicações que se dá preferência em hidratar o paciente com soro fisiológico e não por Ringer Lactato. Esse último é mais fisiológico que o soro. ACIDOSE METABÓLICA Diminuição da [HCO3]/aumento da [H] Compensação FÓRMULA DE WINTER PaCO2 = 1,5 X HCO3 +8+ OU - 2 Se não tiver a concentração plasmática pode fazer pelo Base excess. Nesse caso a variação de base excess vai ser igual a variação de PCo2. Exemplo: O based excess variou para -10, consequentemente a PCo2 também vai ser -10. Então se a variação de PCo2 era 40, se estiver com uma desordem vai para 30. Causas Os ânions Gap geralmente mantem a sua concentração constante. Se não tiver alteração de ânion Gap, entra em todas as situações já citadas anteriormente, um distúrbio primário ou no máximo um distúrbio misto. Quando você acrescenta a esse meio uma quantidade de ânions que não estavam ali, pode ocorrer até um distúrbio triplo. Sem ânion gap – hiperclorêmica Ânion Gap Constante Hiperhidrato um paciente dando a cada um litro de soro fisiológico 30 mex a mais de cloreto eu vou aumentar isso, se isso aumenta e o ânion Gap é constante, invariavelmente eu terei que de forma igual diminuir a concentração de bicarbonato. A fórmula do ânion Gap vai dizer que ele está normal ou não. Essa fórmula leva em consideração os ânions mais relevantes: Tudo que estiver acima de 12 está normal. Se eu mantive meu cloro normal e se eu aumentei o lactato a minha variação de ânion Gap ele tem que ser exatamente igual a minha redução do bicarbonato. Usando como valor de referência 24, que é o valor entre 22 e 26. Fórmula ∆∆ ( Valor de Referência 1-2) ∆AG ∆HCO3 A variação de ânion Gap mais o bicarbonato encontrado ela tem que ser igual ao valor normal de bicarbonato, que é entre 22-26. ∆AG (12) +HCO3 VR 22-26 Ânion gap (AG): Na - (HCO3 + Cl) Valor normal = 12 - Perda de HCO3 TGI: diarreia, fístula biliar, pancreática: Renal: acidose tubular renal tipo 2 (proximal) - Diminuição da excreção ácida renal: Acidose tubular renal tipo 1 (distal, bomba H); Acidose tubular renal tipo 4 (geração NH3); Com ânion gap: ADIÇÃO DE ÁCIDO NÃO MENSURÁVEL MUDPILES, significa pilha de lama, pois quando tem ânion Gap positivo é uma “lama”. M: metanol U: Uremia (IRA, IRC) D: diabetes (cetoácidos) P: paraldeído (éter) I: intoxicação, insoniazida, ibuprofeno L: lactato E: etanol S: salicilato O normal é uma concentração x de sódio que é em torno de 140, 105-110 de cloreto, 24 de HCO3 e uma quantidade de ânion Gap que deve ser constante, porque são ânions não mensuradose que não se alteram a não ser em situações específicas. Se eu tiver um aumento de lactato que é um ânion geralmente não mensurado porque sua concentração plasmática normal é em torno de inferior a 2 ou 1,8, ou seja, muito pequeno. 2,8 para 140 de sódio é quase irrisório. Só que se eu aumento isso e se eu mantiver a concentração normal de cloreto invariavelmente eu vou ter que diminuir o bicarbonato, se eu não diminuir o bicarbonato eu fico eletricamente negativo e isso é inviável. Isso é acidose metabólica com ÂNION Gap positivo ACIDOSE LÁTICA Um dos distúrbios mas importantes com ânion Gap positivo. Tipo a: Causado pela má perfusão, ou seja, respiração anaeróbia, formação de ácido lático, gerando acidose metabólica. Exemplo: Hipoxêmica: choque, isquemia mesentérica, por falta de perfusão; Tipo b: O lactato é produzido no fígado. Situações em que o paciente está com sonda nasogástrica, vomitando, você dá preferência ao soro fisiológico para poder repor e pacientes hepatopatas com disfunção hepática descompensada, não se deve dar Ringer Lactato . Se ele tiver uma metabolização ineficiente, com uma doença de base você vai causar de forma iatrogênica uma acidose metabólica e um ânion Gap positivo., nível de perfusão e cavidade do choquem níveis elevados de lactato associado a mau prognóstico. Exemplo: deficiência da metabolização hepática: deficiência de tiamina, drogas (metformina, propofol, isoniazida, salicilato) - Em pacientes renais crônicos não deve ser dar RINGER LACTATO; O nível de lactato durante a admissão do paciente na UTI se relaciona com a mortalidade dos pacientes. Quanto maior o lactato, maior a chance do paciente falecer. Níveis ACIMA DE 8 - 100% DE MORTALIDADE. Ainda quando os níveis estão normais tem relação também com a mortalidade. Quanto maior o lactato maior a chance desse paciente vim a falecer. A velocidade do clearance do lactato, ou seja, se você lava rapidamente melhora a perfusão daquele paciente rapidamente está relacionado a uma curva de sobrevida favorável quando comparado a pessoa sem clearance adequado. Essa lavagem também é tempo dependente, paciente que tem clearence em menos de 24h chega a ter uma sobrevida de 100%, enquanto um paciente que não é lavado o lactato em até 48h tem uma sobrevida menor do que 15%. Revisão Distúrbios respiratórios que são distúrbio único ou no máximo compensação inadequada. Alcalose metabólica funciona da mesma forma O que confunde é a acidose metabólica justamente quando há o aumento de ânion Gap. O normal é 140 de sódio, 105 de cloro, 24 de bicarbonato então o esperado é que a gente tenha um ânion Gap de 10. Se você juntar lactato, todos os ânions isso vai dar mais ou menos 10. Uma acidose lática importante e o ânion gap sai de 10 para 36, eu tive um incremento de 26, então eu tenho que ter um decréscimo igual de bicarbonato ou semelhante. Ele sai de 24 para 20, mais ou menos isso. Uma acidose lática importante. O ânion Gap que era de 10-12 foi para 20, aumentou em 8. Então, tem que ter um decréscimo igual de bicarbonato. Eu deveria ter saído de 24 para 16, se eu tenho 30 de bicarbonato, então também temos uma alcalose metabólica. Tem as duas coisas porque o nível de bicarbonato está muito mais elevado que o esperado. Isso acontece porque o cloro diminuiu. Pode ser um paciente que esteja séptico, com apendicite, vomitando. O ânion Gap sai de 12 para 18, aumentou 6, então o bicarbonato era para sair de 24 e ir para 18. Porém o ânion Gap está em 10, então perdeu mais do que deveria. Isso aconteceu porque aumentou a quantidade cloro, então tem uma acidose metabólica sem ânion gap. Tem quantidades constantes de cátions 140 o sódio, quantidades normais de cloro que é em torno de 105 e 24 de bicarbonato, que dá de 10 a 12 de ânion Gap. Se eu tenho uma acidose com ânion gap positivo, pode ser por intoxicação de salicilato, metanol ou até cetoacidose diabética. Um ânion Gap que varia de 12 para 32, aumentou 24. Então, deveria esperar que meu bicarbonato saísse de 26 para 2 (ou +/-2). Ali está em 4. Está dentro do esperado, só tendo então uma acidose metabólica com ânion Gap positivo. Nesse caso é uma acidose lática. Puramente simples, porque o acréscimo de ânions não mensurado representa exatamente igual ao decréscimo de bicarbonato. Lembrar que somos eletricamente neutros. Isso não muda. A conta tem que dar zero. A soma dos ânions com a dos cátions, tem que dar zero. Se saio de 12 para 20, aumentou em 8. Então o meu bicarbonato vai sair de 24 para 16. Só que no lugar de 16, eu tenho 30 tem muito a mais do que o esperado, então tenho uma alcalose metabólica. Caso de um paciente que chega com sepse abdominal vomitando, sonda nasogástrica produtiva, ele está perdendo Cloro vai causar uma alcalose metabólica. Se você tem além disso, o quadro infeccioso descompensado e desregulado levando a hipoperfusão, você tem as duas coisas ao mesmo tempo. Interpretação na gasometria Espero que meu incremento de ânion Gap seja exatamente igual ao meu decréscimo de bicarbonato, se está fora daquilo que eu esperava tem alguma coisa acontecendo, ou eu tenho associado uma alcalose metabólica ou eu tenho associada uma acidose hiperclorêmica. Descobrimos isso através da fórmula Delta Delta. A variação de ânion Gap tem que ser igual a variação de bicarbonato, se eu tenho a mais de bicarbonato uma alcalose metabólica. Se eu tenho a menos de bicarbonato que é na segunda situação, variou de 12 para 18, variou 6, eu esperava que meu bicarbonato saísse de 24 para 18, só que ele tá em 10, ele está em 10 porque aumentou o cloro. Se você hiperhidrata esse paciente isso é típico, o paciente que chega lá séptico abre dois litros de soro fisiológico, você está dando a cada litro 40 Metz de cloro e nós temos o valor normal de 105 no plasma. O rim vai excretar bicarbonato senão o corpo fica eletricamente negativo. Se a minha variação de ânion gap foge da minha variação esperada de bicarbonato é porque você tem outro distúrbio associado. Esse valor é encontrado pela fórmula de delta/delta. CASO 01 Paciente de 47 anos, feminina, admitida em UTI há 1 semana após acidente com moto, evoluindo com febre e hipotensão. Rx: pneumonia lobar esquerda Iniciado antibiótico, porém paciente mantém hipotensa a despeito da ressuscitação volêmica: Espera-se uma acidose metabólica. Pode-se também esperar que a partir da hipotensa, pode estar com um nível de consciência rebaixada. Se ela tiver acordada, ela vai estar hipoventilando, pode estar fazendo uma alcalose respiratória tentando compensar a acidose. Se ela já estiver rebaixada, eu vou esperar que além da acidose metabólica tenha uma acidose respiratória. PH 7,25: está ácido. Distúrbio primário se a diminuição do Ph é pela diminuição do bicarbonato ou pelo aumento do PCo2. A PCo2 está praticamente normal e o bicarbonato muito baixo. O distúrbio primário é uma acidose metabólica. PaCO2 35: Pelo valor obtido pela fórmula de Winter esperava-se até 31, então está hipoventilando. A paciente está em Acidose RESPIRATÓRIA. Sendo assim, o mecanismo compensatório não está resolvendo. Paciente hipotensa, uso de antibiótico, fez ressuscitação e não responde. Ela está chocada. PaO2 80 - HCO3 15 - ACIDOSE METABÓLICA Calcular a compensação pela Fórmula de Winter PCo2=1,5 HCO3+ 8 +/- 2 PCo2= 22,5+ 8 +/-2 PCo2= 30,5 (+/-2) PCo2= 28,5~ 32,5 SATO2 100% Na 145; Cl 110; Lactato 6. Precisa saber se é com ânion Gap positivo e negativo. Diferença entre os cátions e ânions relevantes. O normal é 12. Na – (Cl+ HCO3) 145- (110+15) 145 - 125 = 20 O normal é 12, acima de 12, acidose com ânion gap POSITIVO Variou 8. O bicarbonato teria que sair de 24 para 16 (+ ou - 2). Está com bicarbonato de 15. ACIDOSE METABÓLICA COM ÂNION GAP + ACIDOSE RESPIRATÓRIA CASO 02 INDIVÍDUO DE 80 ANOS, FEMININO, TRAZIDOAO PS POR AMBULÂNCIA APÓS EXACERBAÇÃO DE DPOC: TC: ENFISEMA PULMONAR; Lembrar de (1-4/2-4, regra que ele gravou) PH 7,36: está normal, próximo do limite ácido. PCO2 55: está alinhado com o pH, tenho uma acidose respiratória. Preciso saber se essa acidose está compensada ou não. PA02 60 - HCO3 32 Espero desse paciente, uma compensação crônica, bicarbonato alto em 4. A cada variação de 10, eu tenho que variar 4. Se eu sair de 40 para 55, eu tenho que variar 6 de HCO3. Eu sai de 26 para 32, então está compensada. SAT02 76% NA 116; CL 107 ACIDOSE RESPIRATÓRIA COMPENSADA Caso 03 Paciente de 19 anos, submetida a colecistectomia VLP secundário a colecistite aguda efisematosa sem intercorrência. No 1PO, paciente desperta, em ventilação espontânea, taquipneia. Estável sob uso de 0,074mcg/kg/min de noradrenalina, FC 97-111bpm, tempo de enchimento capilar 2-3s; Espero dessa paciente uma alcalose respiratória, porque está hiperventilando e uma acidose metabólica. pH 7,36: Ph está normal mas tendendo a acidose. PaCO2 23 - ALCALOSE RESPIRATÓRIA; Muito baixo, pois o normal é 40. O valor esperado é entre 25,5 e 29,5, porém está em 23, portanto abaixo do esperado. Então ela tem uma alcalose respiratória. PCo2= 1,5 HCO3 + 8 +/-2 PCo2= 1,5 x 13+ 8 +/-2 PCo2= 19,5 + 8 +/-2 PCo2= 27,5 (+/-2) PCo2= 25,5~29,5 HCO3 13 mmol/L - ACIDOSE METABÓLICA, pois está tendendo a uma acidose. Mas quando se tem uma acidose metabólica é preciso saber se tem ânion Gap positivo. Na 138mEq /L; Cl 108 mEq/L Na – (Cl – HCO3) 138 – (108+13) 138 - 121= 17 – Ânion GAP positivo. Variou de 5 (17-12=5). Então, esperava-se que o HCO3, saísse de 24 e fosse para 19, e ele está em 13. Está acontecendo porque tem outro distúrbio, o aumento do cloro. Isso é típico de um paciente que faz hipotensão e dão soro fisiológico. Aumentando a concentração de cloro. ACIDOSE METABÓLICA COM AG E HIPERCLORÊMICA + ALCALOSE RESPIRATÓRIA Distúrbio triplo, o ph pode estar normal, ela não tem ACIDEMIA, mas tem os processos! A acidose é diferente de acidemia. Outra explicação do caso A primeira coisa que tem que ver é se tem ou não ACIDEMIA - Primeiro ver o pH do paciente; Está tentando à acidose; Ver onde está o problema primário - Avaliar o CO2 e o HCO3 - No caso da paciente o bicarbonato está DIMINUÍDO - ACIDOSE METABÓLICA; Terceiro, ver a compensação - Através da fórmula de WINTER = PCO2 Esperado = 1,5 x HCO3 + 8 +/- 2 - esperado que estivesse entre 26 a 30 de PCO2 - Tem menos do que eu esperava - Tem uma ALCALOSE RESPIRATÓRIA!; Quarto - Em caso de ACIDOSE METABÓLICA - tem que calcular o ânion gap, para ver se está positivo ou negativo - Nesse caso, está 17! O normal é 12 então está acima! Se variou 5, espera-se que o Bicarbonato também varia 5; Ao invés de sair de 26 para 21, ele variou muito mais. Se ele variou mais do que o esperado, O CLORO AUMENTOU! É a única explicação para isso! (ACIDOSE METABÓLICA APENAS) O quanto passo - fazer a fórmula delta/delta (ACIDOSE METABÓLICA APENAS) - Se essa relação não corresponde - Você tem um distúrbio triplo NO CASO DOS OUTROS DISTÚRBIOS SÓ SE VAI ATÉ O PASSO 03!
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