Buscar

apostila constitucional

Prévia do material em texto

A P O S T I L A - T G P
Índice: 1. Jurisdição. 1.2. Tutela Jurisdicional. 1.3. Princípios da Jurisdição. 1.4. Jurisdição Voluntaria. 1.5. Jurisdição Contenciosa. 2. Ação. 2.1. Acepções. 2.2. Natureza Juridica. 2.3. Condições da Ação. 2.4. Condições Específicas. 2.5. Condições Gerais: 1) interesse de agir, 2) legitimidade, 3) possibilidade jurídica. 2.6. Elementos da Ação: 1) partes, 2) pedido, 3) causa de pedir. 3: Processo. 3.1. Pressupostos Processuais. 3.2. Sujeitos do Processo: litisconsórcio e intervenção de terceiros.
1) JURISDIÇÃO:
ETIMOLOGIA: Primeiramente um detalhe importante: sobre a etimologia da palavra jurisdição. Há autores que sustentam que vem do latim iuris, mas o conteúdo é o mesmo, qual seja, dizer o direito. Os autores apontam essa atividade de dizer o direito como sendo uma das três funções básicas do Estado.
CONCEITO OU CONCEPÇÃO: 
A) CONCEPÇÃO DE CARNELUTTI: Afirma que a função jurisdicional tem como finalidade a busca da justa composição da lide.Esse conceito vale em alguns aspectos. Primeiro aspecto: Vamos ao item nº 6 da exposição de motivos do CPC. Este item cita expressamente Carnelutti, e este item diz que a lide é o objeto do processo. Além dessa importância, o item nº 6 traz o conceito de lide, que foi trazido por Carnelutti. Assim, lide significa, segundo este conceito, o exercício de uma pretensão judicial resistida. Significa que foi exercida uma pretensão, e esta encontrou resistência. Quando você visualiza que a pretensão foi resistida, esta pretensão é aquela deduzida na fase de conhecimento. Carnelutti, na sua última obra , reviu seu conceito tradicional,qual seja, conflito de interesses qualificado por uma pretensão resistida. Isso porque quando Carnelutti lançou este conceito, recebeu severas críticas da doutrina dizendo que este conceito só tinha relação com o processo de conhecimento, não guardando relação com o processo de execução. Assim, cedeu às pressões doutrinárias e além da pretensão resistida, colocou também a pretensão não satisfeita. Assim lide passou a ser o exercício de uma pretensão judicial resistida ou de uma pretensão não satisfeita. Agora quando se usa o conceito de que a pretensão judicial não foi satisfeita, ela diz respeito a fase de execução. 
Se usarmos a concepção de Carnelutti, chegaremos a diversas conclusões: 
1) a lide é essencial a existência de jurisdição. Se ele afirma que a jurisdição é a justa composição da lide, é porque vinculou à existência da lide a existência da própria jurisdição. 
2)Que ele adota a chamada teoria unitária do ordenamento jurídico. O que seria a teoria unitária? O ordenamento jurídico é um bloco, formado pelo direito material e pelo direito processual. Na época não havia diferença entre estes dois ramos e sim uma confusão. Você visualizava os dois ramos quase como idênticos. Dentro dessa acepção o direito material não cria direito subjetivo. Ele gera tão somente expectativa de um direito. Na concepção de CARNELUTTI o direito subjetivo só era criado por meio do processo. O processo tinha como finalidade a criação do direito subjetivo. O raciocínio que devemos ter aqui é: Se eu afirmo que na concepção de Carnelutti quem criava o direito subjetivo era o processo, qual seria a natureza jurídica da decisão? Constitutiva. 
3) A decisão judicial tinha natureza constitutiva.
CUIDADO : Questão de prova oral: O que é arco de Carneluti? Você tem o direito material, que não cria direito subjetivo, e de outro lado o direito processual. Para a criação do direito subjetivo, você precisaria de uma sentença judicial, isso é o chamado arco de Carnelutti. Você sai da esfera do direito material, passa pela processual e com isso criou o direito subjetivo. A necessidade do processo para a criação do direito subjetivo, isso é o arco de Carnelutti.
B) CONCEPÇÃO DE CHIOVENDA: Para ele a jurisdição é a atividade estatal prestada por intermédio de um órgão jurisdicional, com a finalidade de atuar de forma concreta a vontade abstrata da norma. Em outros termos, declarar no caso concreto a norma jurídica aplicável. Vejam, nesta concepção a lide não é elemento essencial, é um elemento acidental. Existindo ou não a lide, haverá exercício da função jurisdicional.Diz Chiovenda que a lide pode ser concomitante ou superveniente, e em alguns casos até anterior ao ajuizamento da demanda, ou seja, o conflito pode já estar configurado no momento do ajuizamento da demanda, pode ser configurado no momento do ajuizamento da demanda, pode também restar configurado após o ajuizamento da demanda. 
Para Chiovenda a atividade jurisdicional é uma atividade de mera subsunção.O que vem ser isso? O órgão jurisdicional se limita a buscar uma norma jurídica que será aplicável ao caso concreto, ou seja, busca uma norma que se amolde ao caso concreto. Exemplo: Norma jurídica que possui um comando genérico e abstrato. O juiz utiliza esta norma jurídica em um caso concreto. Para essa concepção a atividade jurisdicional seria mera subsunção, ou seja, tentando amoldar uma norma abstrata ao caso concreto. Lembrando que o termo norma jurídica tem uma eficácia ampla. Temos norma jurídica regra e norma jurídica princípios. Críticas da doutrina atual a esta concepção: Sustentam que esta concepção de Chiovenda é insatisfatória, porque deixa sem respostas duas situações: normas jurídicas omissas e normas jurídicas inexistentes. Se a norma jurídica for omissa ou sequer existir no ordenamento, o que o juiz irá fazer? Aplica o princípio da vedação ao NON LIQUET, também encontrado na doutrina como princípio da indeclinabilidade. Os órgãos jurisdicionais estatais não poderão deixar de prestar a tutela jurisdicional quando encontrarem uma dessas duas situações. Vamos ao art. 126 CPC: O órgão jurisdicional recorrerá a outras fontes do direito. Remição: art. 337 CPC. Este artigo trata da necessidade da prova do chamado direito consuetudinário (direito baseado nos costumes).
CONCLUSÕES DA TEORIA DE CHIOVENDA: 1) A lide é elemento acidental. 2)O Chiovenda adota a teoria dualista do ordenamento jurídico.O que vem a ser esta teoria, que hoje é majoritária na doutrina: O ordenamento jurídico possui dois blocos, o direito material e o direito processual, ou como querem alguns direito substantivo e direito adjetivo. Entre estes dois blocos existe autonomia, mas esta autonomia não significa isolamento. O que existe entre os dois ramos é uma interdependência. O que vem a ser isso? Por vezes, as normas jurídicas materiais tangenciam a regulamentação da norma processual e vice versa. São as chamadas normas jurídicas heterotópicas. A teoria dualista funciona da seguinte forma: O direito material cria o direito subjetivo, só que não efetiva o direito subjetivo. Para efetivar o direito subjetivo é indispensável a utilização do processo.O direito processual não cria direito subjetivo, ele na verdade, efetiva este direito.Efetiva este direito atuando a vontade da lei.
QUESTÃO: (PROVA ORAL): O que é teoria circular dos planos?Nada mais é do que a interdependência entre direito material e o direito processual. Em outros termos, o direito material para existir não precisa do processo, mas para ser efetivado precisará dele. Da mesma forma, o direito processual existe independentemente da existência do direito material, mas é um instrumento deste. Isto é a teoria circular.
3) A decisão judicial é declaratória porque o juiz atua de forma concreta a vontade abstrata da norma.Em outros temos, declara a lei aplicável ao caso concreto.
C) CONCEPÇÃO DE NICOLAS LUHMANN: A tese dele é adotada no Brasil por Marinoni, Fredie Didier, Cassio Scarpinela Bueno. Sustentam que a atividade jurisdicional não é uma atividade de mera subsunção, na verdade, o juiz deixa de ser um mero aplicador da norma, e passa a ser um criador de normas jurídicas. 
CUIDADO: O judiciário não está legislando, aqui as normas são concretas, individualizadas, aplicáveis ao casão concreto. Para esta concepção, a atividade jurisdicional atual induz ao abandono paulatino do formalismo valorativo. O juiz cria normas jurídicas, nãoé mais mero espectador. Quando se tem o formalismo valorativo o órgão jurisdicional exerce a sua função como um mero intérprete e como mero aplicador das normas jurídicas. Esta é a figura do formalismo valorativo. Esta terceira concepção sustenta que o formalismo será abandonado, passando para o chamado ativismo judicial, em que você tem um órgão jurisdicional mais ativo, sendo intérprete, aplicador e criador de normas jurídicas. Uma das formas de ativismo judicial está ligada ao controle de políticas públicas.
OBS.:Neste ponto abre-se um primeiro link importante: se a norma jurídica é individualizada trabalhamos então com os limites da coisa julgada. E qual a noção se tem hoje acerca dos limites da coisa julgada? Hoje essa concepção de norma jurídica individualizada, até certo ponto, é mitigada com base na teoria dos precedentes, que é uma tendência hoje no nosso ordenamento. Há uma mitigação da norma jurídica individualizada porque uma norma jurídica que se usa num caso concreto pode servir de solução para outro caso concreto. Pela teoria dos precedentes a resolução de um determinado caso concreto pode ser usado para resolver uma outra demanda.
Elementos do precedente: 
A doutrina que trás artigo sobre teoria dos precedentes, divide o precedente em dispositivo e fundamentação. Em regra você só trabalha com vinculação a um precedente quanto ao seu dispositivo. Você aplica então a teoria dos precedentes vinculando os demais órgãos jurisdicionais só quanto ao dispositivo, só que o STF vem estendendo essa vinculação também quanto a fundamentação, o STF vem estendendo essa vinculação ao precedente também quanto a sua fundamentação, tanto no controle difuso quanto ao concentrado. 
A fundamentação é constituída por dois elementos, os denominados obiter dictum e a ratio decidendi. Em apertada síntese os elementos obiter dictum são elementos de passagem, são citações formuladas no julgamento, argumentos acessórios. Já a ratio decidendi são elementos essenciais da decisão, a própria razão de decidir. Tal distinção é importante porque segundo entendimento atual do STF a fundamentação obiter dictum não gera vinculação ao precedente, ou seja, este elemento da fundamentação não vinculará os demais órgãos jurisdicionais. Por outro lado, sustenta-se que a fundamentação ratio decidendi possui eficácia vinculativa. Essa é a idéia da chamada Teoria da transcendência dos motivos determinantes. A vinculação dos demais órgãos jurisdicionais a chamada ratio decidendi fundamenta a teoria transcendência dos motivos determinantes.
Então hoje a tendência da doutrina em relação a concepção da jurisdição é dizer que é uma norma jurídica individualizada, mas cuidado com a teoria dos precedentes porque mitiga um pouco essa individualização da demanda.
Ainda dentro da teoria dos precedentes, temos os precedentes que são persuasivos e os precedentes que são vinculantes. Os chamados precedentes persuasivos são aqueles que firmam orientações, ou seja, os demais órgãos jurisdicionais têm a faculdade de seguir tais precedentes. Vamos ao art. 285-A do CPC. Esse art. 285-A trata da sentença liminar de improcedência, que alguns autores chamam de improcedência prima facie ou despacho liminar negativo com mérito. Vejam o art. 285-A usa o termo "casos idênticos". A primeira briga que surgiu na doutrina foi: o que eu posso entender como casos idênticos? De plano a doutrina afastou casos idênticos e ações idênticas, lembrando da teoria que prevalece na doutrina, da tríplice identidade da demanda. A maioria, e vocês podem colocar no ex., Cássio Scarpinella, ele sustentou que casos idênticos seriam aqueles que reproduziam uma relação jurídica material já deduzida em juízo. 
Olha só o evento que o PCPC tinha um artigo, quando ele comentou o art. 285-A, ele levantou a seguinte situação: uma sentença de improcedência com base num procedente do STJ, o juiz então profere uma sentença de improcedência sustentando casos idênticos do STJ. Se a parte oferece recurso de apelação o que deve fazer o juiz, considerando que essa sentença está de acordo com o precedente do STJ? Vejam o art. 518, §1º que versa sobre o tema súmula impeditiva ou obstativa de recursos. 
O juiz não recebera a apelação se a sentença estiver em conformidade com precedente do STF ou do STJ. O juiz estará jungido a não receber o recurso, ai o PCPC sustentou que a conjugação do art. 285-A com o art. 518, §1º gera violação ao acesso a justiça, porque a parte não vai conseguir reverter essa decisão. É só você acompanhar, se o juiz não recebe o recurso de apelação, cabe algum recurso dessa decisão? Cabe agravo de instrumento. Qual vai ser o problema? Conjugar o art. 527, inc I com o art. 557, e vocês vão ver porque o PCPC fala que aí viola o acesso a justiça. 
O art. 527 inc I fala que o relator, em sede de decisão monocrática pode negar seguimento ao recurso se ele estiver em confronto com jurisprudência dominante, então conjugando essas duas normas o relator desse recurso, em decisão monocrática, pode simplesmente negar seguimento ao recurso porque em manifesto confronto com precedente de tribunal superior. E aí vocês falam que dessa decisão cabe o agravo inominado do art. 557, §1º-A, vai adiantar alguma coisa, vai para o colegiado do relator, faticamente não vai adiantar nada. 
Qual é a atenção que a gente tem que ter com essa norma aqui? Acompanhar o andamento da ADIn 3695, porque o Conselho Federal da Ordem ajuizou essa ADIn contra essa ordem, pediu liminar e o STF vetou. Acompanhem perto da prova, os fundamentos principais foram: violação ao contraditório e ampla defesa e violação ao amplo acesso a justiça (Ainda está aguardando julgamento – em 01/07/09).
Olha só porque o Conselho Federal da Ordem passou a sustentar isso, essa sentença de improcedência pode ser proferida sem a citação do réu, aí veio a OAB e diz que fere o contraditório e ampla defesa, esse argumento é horroroso, porque quem saiu vitorioso foi o réu, não está se violando o contraditório e ampla defesa dele, quem saiu vencido aqui foi o autor, não faz sentido sustentar violação ao contraditório e ampla defesa ai, senão você vai ter que sustentar o seguinte, que o art. 295, inc IV c/c art. 269, inc IV também são inconstitucionais, porque aqui também tenho indeferimento liminar de mérito, sem citar o réu, então esses dois artigos aqui são inconstitucionais em conjunto, porque despacho liminar negativo, ele é proferido antes da citação do réu, e aqui tem mérito, coisa julgada material, quando reconhece prescrição e decadência, então esses dois artigos também seriam inconstitucionais, esse argumento da OAB é furado. 
Precedentes Vinculante
Bom, o principal destaque que a gente vai fazer no precedente vinculante a gente vai ser o chamado bindind effect, quem fez a última prova preliminar da magistratura federal do TRF2 foi cobrado isso aqui, o examinador perguntava sobre bindind effect. E bindind effect nada mais é do que o efeito vinculante do precedente. Mas aqui não é um efeito vinculante de fato, é efeito vinculante de direito, aqui não há uma vinculação de fato, ou seja, aquela vinculação que o juiz pode escolher seguir ou não, aqui é vinculação de direito, o órgão jurisdicional deve seguir o precedente. Quais os exemplos que a gente encontra hoje no ordenamento? Súmula vinculante, repercussão geral das questões constitucionais e a norma que trata dos recursos repetitivos em âmbito do STJ: art. 103-A da CF, art. 543-A, §4º, art. 543-B e art. 543-C todos do CPC. Todas as normas vocês vão encontrar o chamado bindind effect, o efeito vinculante do direito, a gente vai estudar repercussão geral lá na penúltima aula, uma questão que caiu na magistratura aqui do RJ, vamos ao art. 103-A.
O art. 103-A trás os requisitos para a edição de súmula vinculante, trás o quorum, decisões reiteradas, quero destacar o §3º. Porque o §3º nos informa uma medida judicial cabível quando o precedente não for observado, que é o instituto da reclamação. Qual é o cuidado que a gente deve ter, este instituto da reclamação do§3º, ele é cabível tanto de um ato administrativo quanto um ato judicial, só você lembra que a administração pública também está jungida a observância das sumulas vinculantes, só o legislativo é que não fica vinculado.
Qual é a natureza jurídica desse instituto da reclamação? Há autores que sustentam que esse instituto é um sucedâneo recursal. O que é um sucedâneo recursal? É um remédio jurídico processual, que apesar de não ser previsto em lei como recurso, surte os mesmo efeitos práticos e jurídicos de um recurso. E este §3º do art. 103-A parece confirmar essa tese, o §3º fala em cassação ou anulação de ato, fala expressamente que o ato contrário a súmula será cassado ou haverá anulação de ato, vejam dois efeitos que se encontram em recursos, reforma de uma decisão e anulação de uma decisão. Só que de outro lado vocês vão encontrar autores que sustentam que essa reclamação tem natureza jurídica de ação, seria uma ação autônoma de impugnação, olha como eles fazem, eles puxam com analogia com a reclamação constitucional, que a gente encontra no art. 102, inc I, "l", e art. 105, inc I, "f" todos da CF. Então repito, eles traçam um paralelo entre a reclamação para atacar decisão contrária a súmula e reclamação constitucional.
Lembrando, a reclamação constitucional tem duas finalidades, evitar usurpação de competência e assegurar a autoridade das decisões judiciais. Qual o cuidado? Estes institutos não se confundem, a reclamação constitucional não se confunde com a reclamação do art. 103-A, §3º, porque esta é exclusiva para súmula vinculante, então cuidado não confundam. Tem uma semelhança mas num outro aspecto. Vou dar um ex., você promove uma ação qualquer, recebe uma sentença de improcedência, usa o recurso de apelação, o Tribunal de Justiça profere um acórdão que lhe é desfavorável, ai você vai ao STJ e vai ao STF, ou um ou outro, qualquer um dos dois, profere uma decisão que lhe é favorável, então reforma a decisão aqui, só que o órgão jurisdicional não cumpre, você vai fazer uma reclamação, você não está trabalhando com efeito vinculante, trabalhando com critério de hierarquia. 
Outra situação seria Alex promove a ação entre os dois, tanto em uma relação processual quanto em outra, tem uma súmula vinculante aplicável, agora olha só, essa súmula vinculante não foi editada para regulamentar essas duas situações, mas foi veiculada para regulamentar uma situação, nessa sua demanda o juiz segue a súmula vinculante, aplica a súmula vinculante da forma adequada, mas o Alex não tem a mesma sorte, o juiz não observa a súmula vinculante, qual das duas reclamações a gente vai usar? Essa, ... essa reclamação aqui obriga a assegurar a autoridade da decisão, mas sim a autoridade da súmula, então o aspecto que as diferencia. É só você lembrar que essa reclamação constitucional vai tanto para o STJ quanto para o STF, não confundam com a reclamação do CODJERJ, reclamação está no art. 219 e 220 do CODJERJ. Quando usa a reclamação do CODJERJ? Quando vou atacar despacho, quando vou atacar omissão do juiz, ou quando ocorre uma inversão do procedimento, dependendo do regimento interno pode se chamar correição parcial. São três nomes aplicados em situações diversas. 
Olha só o que pode cair para a gente. Destaquem: Reclamação contra ato administrativo que não observa súmula vinculante, vou trazer uma divergência na doutrina. Façam remição ao art. 7º, §1º da lei 11.417/06, lei que regulamenta no plano infraconstitucional o instituto da súmula vinculante. Olha só o detalhe, este art. 7º, §1º também admite o instituto reclamação, mas condiciona a utilização desse instituto ao prévio exaurimento das instancias administrativas. E qual o cuidado, essa norma é constitucional? Se a gente pegar o livro do André Ramos Tavares, ele tem um livro só de súmula vinculante, e ele entende que é constitucional. E o principal argumento que ele usa é de política judiciária, ele faz seguinte silogismo, a EC 45 dentre as suas diversas finalidades, uma a gente pode destacar, redução das atribuições do STF, em que sentido? Dentre as finalidades dessa EC 45, foi alçar de uma vez por todas o STF, a categoria de tribunal plenamente constitucional, só versar sobre matérias relevantes de Direito Constitucional, quer evitar a multiplicidade de demandas no STF. Ai diz o André Ramos, se você admitir a reclamação diretamente ao STF para atacar um ato administrativo, você está indo em desencontro a intenção da EC 45. entenderam o silogismo. Mas há um outro setor doutrinário que trás também bons argumentos para sustentar a inconstitucionalidade dessa norma: 1º. O legislador infraconstitucional exorbitou o seu poder de regulamentação, em que sentido, instituiu uma restrição que não estava prevista na norma constitucional, além disso diz que a norma é inconstitucional porque viola o acesso a justiça. Porque ele sustenta que viola o acesso a justiça? Porque a norma constitucional originaria que trás restrição ao acesso a justiça, você só encontra uma, art. 217, §1º , justiça desportiva. 
OBS: STF, inf. 522. Vocês devem lembrar da ADC nº 4, já foi pergunta da oral na magistratura, ele perguntou: qual é a peculiaridade do julgamento da ADC nº 4? E nesse inf. 522 julgamento o STF deixou bem claro qual foi a peculiaridade, abram na lei 9.494/97, art. 1º. 
Essa norma, a lei 9.494, é originaria de uma medida provisória e essa MP trazia restrições a concessão de tutela antecipada contra a fazenda. Quando foi convertida na lei 9.494, o seu art. 1º permaneceu com a restrição, dizendo que se aplica à tutela antecipada as normas da lei 8.437/92. Esta lei 8.437/92 também trás uma restrição que favorece a fazenda, só que restrição a concessão de cautelares. O que aconteceu, em face da lei 9.494/97 foi ajuizada pelo AGU a época, ADC nº 4, porque a época a ADIn não tinha efeito vinculante, só a ADC, qual foi a decisão do STF? Essa norma é constitucional, o supremo julgou procedente esta pretensão, conforme decisão abaixo. O STF disse que a norma infraconstitucional pode sim restringir o poder cautelar do juiz, poder cautelar em sentido amplo, é só para tutela cautelar. Ai qual foi a peculiaridade do julgamento? O legislador pode restringir, mas nada impede que diante do caso concreto, o órgão jurisdicional conceda a tutela. Então veja a peculiaridade, o STF tirou com uma mão, e deu com a outra, olha você pode restringir, mas o juiz pode conceder, e isso está muito claro no inf. 522. Leiam o texto. 
“Informativo 522 - Tutela Antecipada contra a Fazenda Pública - 2
Em conclusão, o Tribunal, por maioria, julgou procedente pedido formulado em ação declaratória de constitucionalidade, proposta pelo Presidente da República e pelas Mesas do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, para declarar a constitucionalidade do art. 1º da Lei 9.494/97 (“Aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil o disposto nos arts. 5º e seu parágrafo único e 7º da Lei 4.348, de 26 de junho de 1964, no art. 1º e seu § 4º da Lei 5.021, de 9 de junho de 1966, e nos arts. 1º, 3º e 4º da Lei 8.437, de 30 de junho de 1992.”) — v. Informativo 167. Entendeu-se, tendo em vista a jurisprudência do STF no sentido da admissibilidade de leis restritivas ao poder geral de cautela do juiz, desde que fundadas no critério da razoabilidade, que a referida norma não viola o princípio do livre acesso ao Judiciário (CF, art. 5º, XXXV). O Min. Menezes Direito, acompanhando o relator, acrescentou aos seus fundamentos que a tutela antecipada é criação legal, que poderia ter vindo ao mundo jurídico com mais exigências do que veio, ou até mesmo poderia ser revogada pelo legislador ordinário. Asseverou que seria uma contradição afirmar que o instituto criado pela lei oriunda do poder legislativo competente não pudesse ser revogada, substituída ou modificada, haja vista que isto estaria na raiz das sociedades democráticas, não sendo admissível trocar as competências distribuídas pela CF. Considerou que o Supremo tem o dever maior de interpretar a Constituição, cabendo-lhe dizerse uma lei votada pelo Parlamento está ou não em conformidade com o texto magno, sendo imperativo que, para isso, encontre a viabilidade constitucional de assim proceder. Concluiu que, no caso, o fato de o Congresso Nacional votar lei, impondo condições para o deferimento da tutela antecipada, instituto processual nascido do processo legislativo, não cria qualquer limitação ao direito do magistrado enquanto manifestação do poder do Estado, presente que as limitações guardam consonância com o sistema positivo. Frisou que os limites para concessão de antecipação da tutela criados pela lei sob exame não discrepam da disciplina positiva que impõe o duplo grau obrigatório de jurisdição nas sentenças contra a União, os Estados e os Municípios, bem assim as respectivas autarquias e fundações de direito público, alcançando até mesmo os embargos do devedor julgados procedentes, no todo ou em parte, contra a Fazenda Pública, não se podendo dizer que tal regra seja inconstitucional. Os Ministros Ricardo Lewandowski, Joaquim Barbosa, Ellen Gracie e Gilmar Mendes incorporaram aos seus votos os adendos do Min. Menezes Direito. Vencido o Min. Marco Aurélio, que, reputando ausente o requisito de urgência na medida provisória da qual originou a Lei 9.494/97, julgava o pedido improcedente, e declarava a inconstitucionalidade formal do dispositivo mencionado, por julgar que o vício na medida provisória contaminaria a lei de conversão. ADC 4/DF, rel. orig. Min. Sydney Sanches, rel. p/ o acórdão Min. Celso de Mello, 1º.10.2008. (ADC-4)”
Na verdade o legislador, de acordo com o Min. Carlos Menezes Direito, pode até mesmo extinguir o instituto da tutela antecipada, porque na opinião dele o instituto da tutela antecipada não tem arcabouço constitucional. Esse argumento é horroroso, é só você olhar o art. 5º, inc XXXV, que você facilmente encontra o arcabouço constitucional para a tutela de urgência, "lesão ou ameaça a direito", então essa ameaça está clara, tanto que o Marinoni sempre falou, tutela inibitória não precisa de previsão infraconstitucional, a tutela inibitória está no art. 5º, inc XXXV. 
Porque eu destaquei esse tema que é fazendário, vamos a questão do 30º concurso, especifica. A 1ª questão, porque o Greco pediu o tema fazendário na última especifica: Disserte sobre os limites da tutela especifica das obrigações de fazer e não-fazer, em face do Estado. 
Pergunto a vocês: você poderia colocar essa restrição na prova? Caberia essa restrição? O que a gente deve abordar? Vamos trabalhar as restrições a fazenda, vamos dividir aqui em obrigação pecuniária e obrigação não-pecuniária. Quais as restrições que a gente encontra quanto a obrigação pecuniária contra a fazenda? Precatório, execução provisória e tutelas de urgência. Nas obrigações não-pecuniárias existe restrição do precatório? Você vai aplicar a restrição do precatório? Não, porque o precatório é só para obrigação pecuniária. E a execução provisória, existe vedação de execução provisória quando a obrigação é não é pecuniária? Não existe vedação, tem precedente do STJ e do STF. Então não incide a restrição ao precatório e não incide a execução provisória, mas incide as restrições quanto às tutelas de urgência? Vamos de novo ao art. 1º da lei 9.494/97. Vamos a lei 8.437/92, veja o art. 2º. O que a gente vai entender aqui? Essa restrição do art. 2º da lei 8.437/92, ela não é aplicável quando a liminar tiver conteúdo de tutela antecipada, só será aplicável quando a liminar tiver conteúdo cautelar. O art. 2º só fala de MS e ACP.
Qual a principal restrição que a gente tem contra a fazenda pública quanto a obrigação não-pecuniária, aquela velha questão de implementação de políticas públicas. Qual é a maior discussão que você tem e permeia a atuação do MP, é a questão do controle judicial de políticas públicas, porque você impõe ao Estado um fazer ou um não-fazer, a gente vai de encontro a tutela coletiva. O tema de controle judicial de políticas publicas é atual. Lembrando que no site do MP, tinha uma noticia, dizendo que o MP mantém a liminar no STF, no caso que saiu no globo, o Estado do RJ tentou cassar a liminar no STF, no Município de Queimados, o MP entrou com ACP obrigando o Município de Queimados a contratar professores, isso é o que? implementação de políticas públicas, o STF manteve a liminar na vara de fazenda pública aqui no RJ. Vocês têm acesso as provas orais do 30º concurso, porque olha só, eu acompanhei do 25º ao 30º, e eu vi a seguinte tendência, perguntas que são feitas na oral são perguntadas no provão seguinte. Isso é uma tendência mesmo, as duas questões de processo civil no último provão estavam na oral. 
O detalhe da lei é que o art. 1º fala em duas normas art. 273 e art. 461, e não fala do art. 461-A. O art. 461-A fala da obrigação de entrega de coisa, então qual é o detalhe do art. 461-A, na minha opinião, e na opinião do Leonardo José Carneiro Cunha, não existe restrição quanto ao art. 461-A, por isso é que todo mundo consegue liminar em entrega de medicamento, só que se você propuser uma demanda de obrigação de entrega de coisa, tome cuidado com o pedido, porque essa entrega do fornecimento do medicamento pode se esgotar num só, é melhor pleitear obrigação de fazer ou entrega reiterada, tem que ter cuidado com isso. 
Qual é o cuidado, a gente viu a comparação entre obrigação pecuniária e não-pecuniária, só que olha o detalhe, e aí é bom porque o Greco fala sobre isso, voltem na questão. Tutela especifica, vamos ao art. 461. O art. 461 trata da obrigação de fazer e não-fazer, claramente aí, o art. 461 permite que o órgão jurisdicional efetive a sua própria decisão. E para efetivar a sua própria decisão, o órgão jurisdicional pode usar os chamados meios executórios, que se dividem em indiretos e diretos. Os meios executórios indiretos também são chamados de meios coercitivos, e os diretos são sub-rogatórios. Primeiro destaque, princípio da atipicidade desses meios. O rol previsto no §5º é um rol meramente exemplificativo, ou seja, o órgão jurisdicional pode usar outros meios executórios que não estes aí previstos. Façam 4 remições, art. 620, que trata do princípio da menor onerosidade do executado, art. 798, que trata do poder cautelar genérico do juiz, art. 805 e 807, que trás a previsão da cláusula rebus sic standibus, incidindo nas medidas cautelares deferidas. Vejam o órgão jurisdicional de oficio pode modificar, revogar ou substituir as cautelares. Então vejam que o legislador deu uma ampla atuação ao juiz para a efetivação da tutela específica. Esta atipicidade dos meios executórios viola o princípio da congruência? Para o Leonardo Greco não viola, ele sustenta que o art. 461 não importa em violação ao princípio da congruência, desde de que, a utilização de outros meios não requeridos pelo autor, venha a acarretar a alteração da sua vontade desse autor. O que ele quer dizer com essa frase? O juiz pode utilizar todos os meios executórios a sua disposição para efetivar a tutela, para obter o resultado buscado, desde que essa utilização não altere a própria vontade do autor, ou seja, entregando objeto diverso do que o autor pretendeu. O cuidado que se tem é exatamente esse, a divisão clássica, pedido mediato e pedido imediato, para o Greco e para todo mundo, o pedido mediato é o bem jurídico pretendido, é o bem da vida pretendido, já o pedido imediato é a providencia jurisdicional. Então o Greco diz que o juiz pode usar qualquer providência jurisdicional que assegure este bem jurídico. 
CARACTERÍSTICAS ESSENCIAIS DA JURISDIÇÃO:
A) Inércia: Não colocar em prova princípio da inércia ou dispositivo. Dentre as funções básicas do Estado a única que é considerada como uma atividade provocada é a jurisdicional. As demais funções básicas poderão ser exercidas de ofício, ou seja, sem provocação. Vamos ao art. 2º CPC: Fala claramente que a atividade jurisdicional é uma atividade provocada pela parte. Esta é a regra. Vamos encontrar exceções a esta regra, em que há atividade jurisdicional de ofício. Vejamos as exceções: a) art. 989CPC: Só se aplica ao inventário na esfera judicial, na esfera administrativa não é iniciado de ofício; b) art. 1142 CPC: trata de herança jacente e mais uma atuação de oficio do juiz; c) art. 1129 CPC, que trata da exibição do testamento; d) art.1160 CPC, que fala dos bens do ausente; e) art. 1171 CPC, que fala das coisas vagas; f) art.1190 CPC, que fala da tutela e curatela.
 CUIDADO: Quando se fala que uma das características da jurisdição é a inércia temos que ter a seguinte idéia: essa inércia tem que ser interpretada como uma inércia inicial, ou seja, em regra, o órgão jurisdicional não poderá de ofício iniciar nova relação jurídica processual, não pode iniciar um novo processo, mas se o processo já foi iniciado, poderá utilizar o chamado impulso oficial. Na art. 2º CPC fazer remição ao art. 262 CPC. Este artigo versa sobre formação do processo e claramente diz que o processo civil começa por iniciativa da parte, depende de provocação, que é exteriorizada por meio de uma petição inicial (art. 282 CPC).
A parte final fala de impulso oficial, ou seja, atuação de ofício. De que forma o impulso oficial é exteriorizado? Por meio de atos do juiz (art. 162 CPC). Quando trabalhamos o tema impulso oficial temos que ter cuidado com o princípio da correlação, congruência, adstrição ou dispositivo (nomenclaturas sinônimas). O que significa este princípio? Significa que existe uma limitação da atividade jurisdicional, ou seja, existe uma limitação ao chamado impulso oficial. Esta limitação é feita pela lide, ou melhor, por seus elementos.
Vamos ao art. 128 CPC: Este artigo está inserido na seção que versa sobre o juiz e traz uma limitação ao juiz. Destacar “iniciativa da parte”. Isso significa que quando a lei preceituar provocação da parte não será lícito ao juiz atuar de ofício.
Vamos ao art. 460 CPC: Vejam este artigo deixa clara a adstrição do órgão jurisdicional ao pedido formulado pela parte. Caso o juiz profira uma sentença sem observar este princípio, você poderá encontrar três vícios nesta sentença: citra petita ou infra petita, ultra petita, extra petita. Dentro deste panorama do princípio da inércia, vamos agora trabalhar questões que podem cair em prova.
MAGISTRATURA ESTADUAL RJ: 1) Compatibilizar as normas do art. 2º CPC com art. 461 parágrafo 4°CPC. Vimos que o art. 2º exterioriza o princípio da inércia e o art. 461 parágrafo 4º CPC, permite que o juiz atue independente da vontade do autor. Traz uma atividade jurisdicional que é exercida sem considerar a vontade do autor. Este 461 parágrafo 4º excepciona o princípio da inércia? Não excepciona, pelo contrário com este é compatível. É compatível, porque inércia é inicial, ou seja, iniciar nova relação processual. Vejam, quando o órgão jurisdicional aplica o art. 461 parágrafo 4º, ele não dá ensejo a nova relação jurídica processual, nós temos aqui segundo a doutrina uma exceção ao princípio da congruência (o professor sugere que seja colocado em prova, que houve uma mitigação).
2) Vamos ao art.475, N, III do CPC ( parte final do inciso III).Esta parte final é compatível com o princípio da congruência? O órgão jurisdicional homologa um acordo que traz uma matéria que não foi discutida em juízo, isso viola o princípio da congruência?Não viola, porque o princípio da congruência possui como destinatário o órgão jurisdicional, ao passo que a norma do art. 475, N, III, possui como destinatário as partes.
PONTO RELEVANTE: Como se dá o início da fase de cumprimento de sentença?Vamos ao art. 475, J CPC: O que se discute aqui é: Qual seria o termo a quo para o início do prazo de 15 dias para o cumprimento da obrigação?
Temos dois entendimentos, sendo que um deles dividido em três posições:
1ª POSIÇÃO: Para iniciar este prazo existe necessidade de intimação do devedor. Nesta posição temos três vertentes. 1ª: sustenta que a intimação é sempre pessoal. Fundamento: o ato de cumprir uma obrigação é um ato de natureza material, que não precisa de capacidade postulatória, ou seja, a parte não precisa estar acompanhada de um advogado. Esta posição foi estampada aqui no TJ/RJ, na uniformização de jurisprudência nº 7/2007. 2ª: a intimação será feita na pessoa do advogado. Fundamento: Celeridade e efetividade de tutela jurisdicional. É muito mais célere e efetivo intimar na pessoa do advogado, do que ter que procurá-lo pessoalmente. 3ª: a intimação será na forma do art. 475, J, parágrafo 1º CPC (representante legal, pessoal ou na pessoa do advogado). Existe ainda outra discussão: Esta intimação pode ser determinada de ofício ou precisa de requerimento do credor?1ª POSIÇÃO (MINORITÁRIA): Necessidade de requerimento do credor. Fundamento: parte final do art. 475, J, caput, CPC. O requerimento a que se refere o artigo não é para intimação do devedor e sim para expedição de mandato de penhora e avaliação. 2ª POSIÇÃO (MAJORITÁRIA E ADOTADA NO TJ/RJ): A intimação pode ser determinada de ofício. Argumentos: 1) Vamos ao art. 235 CPC: As intimações poderão ser determinadas de ofício, de acordo com este artigo. 2)Princípio do Impulso Oficial:Se o juiz determina a intimação de ofício, ele não viola o princípio da inércia, ele usou o princípio do impulso oficial. Ele não violou o princípio da inércia, porque não existe nova relação jurídica processual, estamos diante do mesmo processo, só que em outra fase.
2ª POSIÇÃO: Desnecessidade de intimação do devedor. Essa posição foi adotada pelo STJ, no último trimestre de 2008. Para o STJ este termo a quo, flui a partir do trânsito em julgado.
INÉRCIA NO PROCESSO CAUTELAR: Abram no art. 796 CPC. Este artigo deixa claro que você pode ter uma cautelar preparatória e uma cautelar incidental. O requerimento de uma cautelar preparatória é anterior ao processo principal, já o de uma cautelar incidental, vem no bojo do processo principal. Remição: art. 798 CPC:Este artigo trata do poder geral de cautela do juiz.Diante deste poder geral de cautela, podemos encontrar a concessão de medida cautelar de ofício,típica ou atípica.Além da concessão de medida cautelar, o juiz pode determinar a modificação, revogação ou substituição da medida cautelar concedida, tudo isso de ofício.Esta atuação de ofício pelo juiz de alguma forma mitiga o princípio da inércia? A doutrina afirma que não há mitigação ao princípio da inércia, porque o órgão jurisdicional não iniciou relação jurídica processual, ele tão somente concedeu uma medida de urgência, com o objetivo precípuo de assegurar o resultado prático de outro processo, ora qualificado como principal. Esta observação só vale para a incidental, porque se o órgão jurisdicional concede uma preparatória ele está iniciando um novo processo.
B) IMUTABILIDADE: Dentre as funções básicas do Estado, quais sejam, executiva, legislativa e judiciária, só uma tem em sua essência o regime jurídico da imutabilidade, qual seja, a função jurisdicional típica. Esta é a regra. O executivo exerce função típica, que é a função administrativa. Nesta função os seus atos não estão revestidos de imutabilidade. Tanto isso é verdade, que podemos ter revogação ou anulação do ato administrativo (súmula 473 STF). O executivo também exerce funções atípicas, e dentre elas temos a legislativa (edição de MP, por exemplo), e também não existe imutabilidade porque pode haver controle de constitucionalidade, incidindo sobre esta MP (ADC Nº 11). O executivo pode exercer função atípica jurisdicional, e também não incide a imutabilidade. A razão é simples: Vamos abrir um tópico para explicar isso.
SISTEMAS DE JURISDIÇÃO: 
Na doutrina encontramos dois sistemas de jurisdição: 1) sistema de jurisdição dúplice: Existem dois órgãos estatais investidos em jurisdição, um órgão do executivo e um órgão do judiciário. Nas duas situações há proferimento de decisões que em algum momento poderão se tornar definitivas, imutáveis. Diante desse sistema, você consegue visualizar a chamada coisa julgada administrativa, ou como querem alguns, o chamado contencioso administrativo. Este sistema não foi adotado no Brasil, só é encontrado na Bélgica e na França.2) Sistema de jurisdição única ou una:Neste sistema existe tão somente um órgão estatal investido em jurisdição,ou seja, que exerça função jurisdicional típica. Neste sistema, se outro órgão estatal exercer função jurisdicional o fará de forma atípica sem ensejar imutabilidade de seu ato. Por esta razão não há imutabilidade, pois não há coisa julgada administrativa. Tanto isso é verdade, que o órgão jurisdicional poderá rever as decisões administrativas. Não colocar em prova que o judiciário vai revogar decisão administrativa, o judiciário quando muito anula ato administrativo. Vamos a súmula 473 do STF: destacar “ressalvados em todos os casos a apreciação judicial” e fazer remição ao art.5º XXXV CR/88, art. 217 parágrafo 1º da CR/88, art. 7º parágrafo 1º da lei 11417/06.Existe necessidade de exaurimento das vias administrativas, ou seja, para buscar a jurisdição estatal, precisa esgotar as vias administrativas? A princípio não precisa, porque em regra, vige o princípio do amplo acesso a justiça.
Mas este panorama sofre exceções: 1) vamos ao art. 217 parágrafo 1º da CR/88: Trata da justiça desportiva. Para você discutir matérias referentes a disciplina esportiva ou competição esportiva tem que haver prévio exaurimento das instâncias desportivas.Esta exceção é constitucional? Sim, norma do poder constituinte originário não é inconstitucional; 2) art. 103-A parágrafo 3ª da CR/88 c/c com art.7º parágrafo 1º da lei 11417/06:Trata de decisão administrativa ou que aplicou indevidamente ou deixou de aplicar súmula vinculante. O art. 103-A, parágrafo 3º da CR/88 preceitua o cabimento da reclamação diretamente no STF, para reverter esta decisão administrativa.Acontece que a lei 11417/06 trouxe a exigência de prévio exaurimento das instâncias administrativas para possibilitar a utilização da reclamação. Esta exigência é ou não constitucional? 1ª POSIÇÃO: André Ramos Tavares: Esta exigência é constitucional e não viola o princípio do acesso a justiça. Fundamentos: 1) Política Judiciária: A emenda constitucional 45 teve dois grandes objetivos, qual sejam celeridade na prestação jurisdicional e diminuição das atribuições do STF, para que este fosse erigido de fato a categoria de tribunal constitucional. Se o legislador dificulta a ida ao STF, está em conformidade com a emenda constitucional 45. 2) A norma do art. 7º parágrafo 1º da lei 11417/06 é constitucional, pois possibilita a utilização de outros meios judiciais para impugnar a decisão que contraria a súmula, ou seja, o instituto da reclamação não é o único meio judicial com este objetivo.Neste argumento ele se atém a parte final do art. 7º parágrafo 1º da lei 11417/06. 2ª POSIÇÃO: Daniel Mitidiero:Este autor sustenta a inconstitucionalidade desta norma. Argumentos: 1) Violação do princípio do acesso a justiça. Exceção ao princípio do acesso a justiça só pode surgir no exercício do poder constituinte originário, que é ilimitado. 2) O legislador infraconstitucional exorbitou no seu poder de regulamentação da norma constitucional, pois inovou na ordem jurídica. 
Vamos ao art. 103 A parágrafo 3º da CR/88. Vejam, não fala em necessidade de prévio exaurimento e nem se refere “na forma da lei”, o legislador infraconstitucional é que trouxe isso. Quando se trabalha com a atuação do legislativo, temos a função típica, que é a edição de normas, gerais e abstratas, e também não enseja imutabilidade, porque pode ocorrer veto e controle de constitucionalidade. E tem funções atípicas, quais sejam, a função administrativa, que também não há imutabilidade, pois não há coisa julgada administrativa. Temos também a função atípica jurisdicional (jurisdição anômala).
JURISDIÇÃO ANÔMALA: Oriunda do exercício de função jurisdicional atípica e exercida por órgão estatal e podemos encontrá-la no executivo, legislativo e Tribunal de Contas (art. 71 parágrafo 4º da CR/88 c/c art. 585, VIII, CPC). Esta remição é para lembrar que as decisões dos Tribunais de Contas têm natureza título executivo extrajudicial. As decisões exaradas por meio de jurisdição anômala, em regra, são suscetíveis de controle jurisdicional. Exceção: Ocorre nos casos de julgamento político feito pelo legislativo. Lembrando: Julgamento político não tem fundamentação e não tem participação jurisdicional. Quando encontramos este julgamento político no legislativo? Crimes de responsabilidade de alguns agentes políticos e atos de improbidade de alguns agentes públicos (art.52, I, II, art. 55 parágrafo 2º, art.84, art. 85 parágrafo único, todos da CR/88, decreto lei 201/67, lei 1079/50, art.29, A, parágrafo 1º e 3º da CR/88). Jurisprudência do STF: De início acata este entendimento, só que ressalva a possibilidade de controle de legalidade e de constitucionalidade do ato. Vejam, se ninguém questionar a decisão, ela pode se tornar definitiva (não é coisa julgada). Essa é a peculiaridade aqui.
QUESTÃO (PROVA ORAL MPF): Qual a singularidade, a peculiaridade, do princípio da separação de funções no nosso ordenamento? Quando estudamos teoria do Estado, vemos que o executivo controla os atos do legislativo, sejam eles típicos ou atípicos, O judiciário controla atos atípicos e típicos do legislativo, o legislativo controla atos típicos e atípicos do executivo. Quem controla os atos típicos do judiciário? No Brasil, não há controle sobre as funções típicas do judiciário.
Qual a função atípica legislativa exercida pelo judiciário? Elaboração de seu regimento interno. A função típica do judiciário é prevenção e resolução de conflitos. Em regra, quando o judiciário exerce a sua função típica , o resultado deste exercício é revestido de imutabilidade. Vejam, esta é a regra. Existem exceções:
 1) Proferimento de sentença terminativa: Em regra, proferida uma sentença terminativa só existe formação da coisa julgada formal, não há coisa julgada material. Nesta hipótese a decisão judicial fica imutável e indiscutível somente dentro do próprio processo. Pode haver rediscussão em processo posterior. É o que a doutrina chama de eficácia endoprocessual. Temos que verificar o art. 267, V, CPC c/c art. 268 CPC: No primeiro artigo temos os chamados pressupostos processuais negativos ou impeditivos. O art. 268 nos informa que se for proferida uma sentença com fulcro no art. 265, V, CPC, haverá formação da coisa julgada formal e material. Então a decisão judicial fica imutável e indiscutível dentro e fora do processo, ou seja, não pode haver rediscussão da causa no mesmo processo e nem em processo posterior. Aqui encontramos a chamada eficácia panprocessual. Temos uma hipótese de sentença terminativa e mesmo assim haverá coisa julgada material.
QUESTÃO (PROVA ORAL RJ): Cabe rescisória de sentença terminativa? Vamos ao art. 485 caput: “ sentença de mérito”, pressuposto de uma rescisória, segundo o artigo 485.Qual a ratio do artigo 485 ? Fala-se em rescisória só em sentença de mérito porque só ela faz coisa julgada material. O seu objetivo é desconstituir a coisa julgada material. Nesse contexto, em que se busca desconstituir a coisa julgada material não caberia rescisória de sentença terminativa, porque não haveria necessidade já que a decisão não faz coisa julgada. Não precisa da rescisória porque pode se discutir em outro processo. Mas e se for no caso do artigo 267, V , CPC, caberia a rescisória.
2)Sentença no processo cautelar: Vamos ao ar. 810 CPC: Destacar “não obsta” e “ salvo”. Em regra, a sentença no processo cautelar não induz a formação da coisa julgada material. Exceção: quando houver reconhecimento judicial de prescrição ou decadência. Remições: “salvo”- art. 189,art. 191, art. 202, art.205, art.207, art.210, art.211 todos do CC/02, art. 26 e art. 27 do CDC,art. 23 da lei 8429/92,art.219 parágrafo 1º e 5º, art. 269, IV, art. 475 L, VI, art. 617, art. 741, VI todos CPC. 
ATENÇÃO! FREDIE DIDIER ENTENDE QUE A SENTENÇA NO PROCESSO CAUTELAR GERA IMUTABILIDADE.
3) Sentença no processo coletivo :Dependendo do interesse tutelado e do caso concreto , a sentença de mérito no processo coletivo poderá ou não ser revestida de imutabilidade(art. 18 LAP,art. 16 LACP, art. 103 , I, II, III CDC).
B.1. ESPÉCIES DE IMUTABILIDADE:
1)PRO ET CONTRA.
2) SECUNDUM EVENTUS LITIS
3) SECUNDUM EVENTUS PROBATIONIS
1) PRO ET CONTRA: É utilizada no processo individual e é a regra em nosso ordenamento jurídico. A imutabilidade PRO ET CONTRA no processo civil coletivo é a exceção. Na esfera coletiva, o resultado da demanda pode gerar prejuízos. Vejam só, no caso de procedência, bem como no caso de improcedência, os demais legitimados coletivos poderão promover ação coletiva? Sim, impede. Os demais legitimados não poderão promover ação coletiva, com base nos mesmos fatos e fundamentos. Diferente quando o resultado for improcedência por insuficiência de provas. Vejam, se o resultado for este, os demais legitimados coletivos poderão promover suas respectivas ações coletivas, mesmo que estas tenham por base os mesmos fatos e fundamentos. Mas há um requisito inafastável, qual seja, o de novas provas. A doutrina diz que as novas provas funcionam como condições de procedibilidade. A coisa julgada no processo coletivo é vista IN UTILIBUS, porque a coisa julgada só é transportada para a esfera individual para beneficiá-la, jamais para prejudicá-la. Pode ser usada em prova a nomenclatura: Transporte IN UTILIBUS da sentença coletiva. Isso significa transportar a parte benéfica da sentença. Se o resultado for procedência, a regra é, benefício para a esfera individual. Vamos ao CDC: Normas importantes: art. 95: Destacar “a condenação será genérica”.
Art. 97: Destacar “pela vítima e seus sucessores”.
Art.98: Destacar “abrangendo as vítimas”.
Art. 100: Destacar “habilitação dos interessados”.
Art. 103 parágrafo 1º: Destacar “não prejudicarão interesses e direitos individuais”.Art. 103 parágrafo 3º: Destacar : “ beneficiarão as vítimas e seus sucessores”. 
No caso de procedência do pedido de uma ação coletiva, a esfera individual será beneficiada. Todos estes artigos fundamentam essa afirmação. Se há este benefício as vítimas e seus eventuais sucessores, precisam de ação de conhecimento? Não precisam promover ação de conhecimento, elas, na verdade, promoverão uma habilitação, com o objetivo de liquidação dos danos e execução. CUIDADO: FAIR NOTICE E RIGHT TO OPT: Uma ação coletiva em curso ao mesmo tempo em que a ação individual. Leitura do art.104 CDC.
Não existe litispendência entre estas duas ações. Vejam, se afirmamos isso, duas outras idéias surgirão: elas poderão correr ao mesmo tempo, até o fim e não será aplicado o efeito processual da citação previsto no artigo 219 caput do CPC. Que efeito é esse? Indução de litispendência.
Temos que fazer uma correção no art. 104: os incisos são o II e III. Destacar: “não induzem litispendência”.Diante dessa situação o máximo que se pode verificar entre as duas ações é conexão ou continência.Remição: art.103, art.104 CDC.O artigo 104 CDC exige a ocorrência de uma ciência formal do autor da ação individual, de que há uma ação coletiva em curso, e esta ciência formal tem que ocorrer nos autos da ação individual. Esta ciência formal é chamada de FER NOTICE, algo como notícia justa. Não basta para essa cientificação a ampla divulgação prevista no artigo 94 CDC. Vamos ao art. 94 CDC. De acordo com este artigo o autor de uma ação coletiva tem que dar ampla publicidade dessa ação. Mas não basta a ampla divulgação, tem que ser feita também a ciência formal. Qual a finalidade dessa ciência formal? A finalidade é possibilitar ao autor da ação individual o exercício de um direito de opção, de escolha, e este direito de opção é conhecido na doutrina como RIGHT TO OPT.O autor da ação individual pode optar pelo prosseguimento de sua demanda individual como também poderá optar pela suspensão de sua demanda individual.
Vejam, o art. 104 CDC fixa um prazo de 30 dias para o exercício deste direito de opção. Este prazo, segundo a doutrina é decadencial.A decadência não vai extinguir o direito material do autor individual, ela atingirá o direito de optar.Ultrapassado o lapso temporal de 30 dias, sem manifestação do autor individual, entende-se que sua intenção foi de prosseguir com a demanda individual.
Prosseguindo com a demanda individual, tem-se que analisar o resultado da ação coletiva.Se o resultado for procedência, o autor da ação individual não será beneficiado.Ao passo que, se o resultado for improcedência , ele também não será prejudicado.Não será prejudicado porque a coisa julgada é vista IN UTILIBUS.Conclusão: Se resolveu prosseguir com a ação individual, ele só receberá o resultado da individual.Diferente da hipótese em que ele não foi cientificado, pois neste caso terá direito a ação rescisória.
Suspendendo a demanda individual, deverá aguardar-se o fim da ação coletiva porque esta suspensão não tem prazo. Vamos ter que analisar o resultado da ação coletiva. Se o resultado da ação coletiva for procedência haverá benefício para a esfera jurídica do autor da ação individual.Se o resultado for improcedência , a esfera jurídica do autor individual, não será prejudicada.
Se o resultado do processo coletivo for a improcedência: A regra é que, não haverá prejuízo para a esfera jurídica individual, coisa julgada IN UTILIBUS. Vejam o art. 103 parágrafo 1º: mesmo que o resultado seja negativo não prejudica.Agora vamos ao parágrafo 2º: Destacar: “em caso de improcedência do pedido”.
CUIDADO: INTERVENÇÃO INDIVIDUAL NO PROCESSO COLETIVO: art. 94 CDC: Permite a intervenção individual e faz referencia a uma ampla divulgação que tem que ser dada aos processos coletivos e essa ampla divulgação tem uma finalidade que não é só notificar as pessoas de uma ação coletiva, mas sim a de possibilitar o ingresso de eventuais interessados. Estes interessados ingressarão como litisconsortes. Se eles ingressam como litisconsortes, qualquer resultado desse processo coletivo irá atingi-los, porque se eles são litisconsortes, eles são partes. Para estes, a imutabilidade será PRO ET CONTRA, porque serão atingidos tanto pelo resultado procedência quanto improcedência. É só realizarmos uma leitura a contrário sensu do art. 103 parágrafo 2º do CDC: Aqueles que intervierem serão atingidos pelo resultado. Essa intervenção individual só será possível no caso de ações acidentalmente coletivas, que são aquelas que visam tutelar interesses individuais homogêneos. Remição: art. 81 parágrafo único do CDC. 
Se o resultado for a improcedência por insuficiência de provas, não haverá prejuízos para a esfera jurídica individual, portanto, as vítimas e seus sucessores poderão promover suas respectivas ações individuais. Com isso respondemos duas questões deixadas na última aula. A esfera jurídica individual, em regra, jamais será prejudicada. Haverá prejuízo para a esfera jurídica individual se o individuo intervier no processo coletivo e o resultado for improcedência. 
2) SECUNDUM EVENTUS LITIS: Esta regra de imutabilidade, a princípio só é aplicável aos processos coletivos, e mesmo assim, naqueles em que há a defesa de interesses individuais homogêneos. O que significa esta imutabilidade? É aquela que depende do resultado da demanda. Vejam art.103, III, CDC: “apenas no caso de procedência”, destacar isso. Se o resultado da demanda for procedência haverá coisa julgada material. Se o resultado for improcedência não haverá coisa julgada material. É esse o regime de imutabilidade SECUNDUM EVENTUS LITIS.
Observações importantes: 1) Dentre as espécies recursais em nosso ordenamento há uma, cuja utilização está condicionada ao resultado da demanda. Que espécie recursal é esta? Recurso ordinário constitucional. Vamos ao art.102, II, a, CR/88: Destacar “se denegatória a decisão”. Assim, será usado este recurso se a decisão for denegatória. Vamos ao art.105, II, a, b, CR/88: referência também a decisão denegatória. 2) Há autores que sustentam a possibilidade da aplicação deste regime jurídico de imutabilidade ao processo civil individual, nos casos de substituição processual.Essa foi a questão da prova específica da Defensoria Pública/RJ.
3)SECUMDUM EVENTUS PROBATIONIS:Estaforma de imutabilidade depende do resultado da instrução probatória. É no CDC, LACP, LAP. Se o resultado da demanda for procedência ou improcedência haverá coisa julgada material. Se o resultado for improcedência por insuficiência de provas, não haverá coisa julgada material. Aqui temos que analisar o resultado da intrusão probatória. Cuidados que devemos ter: 1) Este regime jurídico de imutabilidade só é utilizado no processo coletivo, entretanto o STJ em 2008 (2º semestre) aplicou este regime de imutabilidade ao processo civil individual. O processo foi ação de investigação de paternidade ou parentalidade processada e julgada antes do advento do DNA, cujo resultado tenha sido improcedência por insuficiência de prova. Qual a relevância? O STJ reconheceu que não há coisa julgada material nesta decisão. 
QUESTÃO (PROVA ORAL- MP/RJ): Se a fundamentação de uma sentença influencia a formação da coisa julgada. A fundamentação de uma sentença pode influenciar a formação da coisa julgada, e o exemplo é a improcedência por insuficiência de provas. Vejam, insuficiência de provas fica na fundamentação da sentença. Se esta fundamentação estiver na sentença não há coisa julgada material. Se não houver esta fundamentação haverá coisa julgada material. Portanto, a fundamentação influenciou a formação da coisa julgada.
B.2. PRESSUPOSTOS PARA A FORMAÇÃO DA COISA JULGADA MATERIAL:
1)Decisão jurisdicional.
2)Decisão de mérito.
3) Decisão proferida em sede de cognição exauriente.
4) Ocorrência da chamada preclusão máxima, que acarreta o trânsito em julgado e por via de conseqüência a formação da coisa julgada formal. Para existir coisa julgada material, tem que ter ocorrido antes a coisa julgada formal.
C) SUBSTITUTIVIDADE: A doutrina costuma afirmar que a atividade jurisdicional é atividade substitutiva. O que isso significa? Significa que na resolução dos conflitos a vontade estatal substitui a vontade privada. Daí deflui uma característica que a doutrina coloca como característica autônoma, que é a inevitabilidade.O que é isso? A partir do momento que o cidadão busca o Estado para a resolução de alguma questão ou conflito, este cidadão estará inevitavelmente subordinado, jungido a observar a vontade estatal, porque o exercício da atividade jurisdicional em última análise é uma vertente da reafirmação da soberania daquele Estado. Dentro da substitutividade os autores colocam um tópico em que tratam da evolução da resolução dos conflitos (a última fase dessa evolução é muito importante para provas). Evolução: 1º passo: Jurisdição privada, o que os autores hoje, chamam de auto- tutela. Essa auto tutela era a vontade do mais forte sobrepondo a vontade do mais fraco, mas sem participação do Estado.Hoje, a chamada auto- tutela no Brasil, ela é fato penalmente típico, chamado exercício arbitrário das próprias razões. Em regra, a auto- tutela é vedada, mas existem resquícios da auto- tutela em nosso ordenamento. Podemos elencar as excludentes de antijuridicidade (art.23, art.24. art.25 CP), o desforço imediato da posse (art. 1210 parágrafo 1° CC/02), direito de retenção sobre benfeitorias (art.1219 e art.1220 CC/02). Vejam , a auto-tutela hoje é vista em regime de exceção.2º passo: O Estado passa a se organizar e fixar limites, e toma para si a função de resolver estes conflitos, passando a exercer esta função em regime de monopólio, ou seja, só o Estado poderá exercer atividade jurisdicional.Mas a jurisdição estatal passou a ser lenta e inefetiva, e em razão disso passamos a buscar vias alternativas a jurisdição estatal.Daí surgem os equivalentes jurisdicionais, também conhecidos como substitutivos da jurisdição.Qual o conceito de equivalentes jurisdicionais? São formas de solução de conflitos autorizadas pelo ordenamento jurídico em que não se verifica o exercício da jurisdição estatal. Nestes equivalentes a titularidade do “poder de decisão” pode estar nas mãos das próprias partes ou nas mãos de terceiros. Se estiverem nas mãos das partes, a doutrina chama isso de autonomia, ao passo que se esta titularidade estiver nas mãos de terceiros a doutrina chama de heteromia. Exemplos de equivalentes jurisdicionais (não existe unanimidade na doutrina): 
1)Auto –tutela nos caso autorizados.
2)Auto-composição: Possui três espécies: transação, submissão e renúncia.Vamos destacar aqui a transação. No direito civil só pode ocorrer a transação pelo titular do direito, e, além disso, só atinge direitos patrimoniais disponíveis. 
Qual a importância no processo civil?
a) Efeito da revelia:Vamos ao art.302 ,I, CPC e art. 320, II, CPC , art.351 , todos os artigos têm redação semelhante.
b) Ônus da prova:Vamos ao art.333 parágrafo único CPC: Permite a convenção que altere a distribuição do ônus da prova, mas esta não pode ocorrer quando o litígio versar sobre direitos indisponíveis.
c) Ação civil de improbidade:Vamos ao art. 17 parágrafo 1º da lei 8429/92: Não cabe transação em ação civil de improbidade.
d) Vamos ao art. 475 , N, III, CPC: Em relação ao inciso III pode ser formulada a seguinte questão: Este inciso viola o princípio da congruência, pois fala na parte final “ ainda que inclua matéria não posta em juízo”? Vejam, este inciso trata de uma transação em que as partes vão trazer matérias que não forem deduzidas no feito. Isso não viola o princípio da congruência, pois este princípio não é direcionado as partes, é direcionado ao juiz.
e) Ações coletivas: A transação não pode ocorrer nas ações essencialmente coletivas. Estas ações são as que tutelam interesses difusos e essencialmente coletivos e estes interesses são indisponíveis. Agora será possível a transação em ação coletiva, quando esta defender interesse individual homogêneo disponível. 
f) Vamos ao art. 269, III, CPC: Se houver transação será proferida sentença de mérito meramente homologatória. Agora, falaremos sobre submissão: A doutrina aponta como caso de submissão o reconhecimento da procedência do pedido. Se houver reconhecimento da procedência do pedido, também haverá sentença de mérito (art. 269, II, CPC). 
CUIDADO: Dependendo da hipótese esta submissão pode ensejar uma tutela antecipada. Agora vamos a renúncia. Está prevista no art. 269, V, CPC, que traz a renuncia ao direito sobre o qual se funda a demanda e aqui também há sentença de mérito.
3) Mediação: A mediação ainda não está prevista no ordenamento jurídico, é um exemplo meramente acadêmico.
4) Arbitragem: O Fredie Didier não concorda com a inclusão da arbitragem no rol dos equivalentes jurisdicionais.Qual a importância de se trabalhar arbitragem neste momento? É estudar a chamada convenção de arbitragem. A convenção de arbitragem é um gênero que comporta duas espécies: cláusula compromissória e compromisso arbitral. A cláusula compromissória ela já é fixada antes mesmo da ocorrência de qualquer conflito, normalmente vem disposta em um contrato. Este contrato tem sempre que ser paritário, não pode ser contrato de adesão. O compromisso arbitral é instituído após a ocorrência do conflito e pode ou não estar estipulado em contrato. Aspectos práticos: 
A) A convenção de arbitragem, de acordo com a doutrina, é um pressuposto processual impeditivo ou negativo, ou seja, para a relação jurídica processual seguir o seu curso regularmente não pode haver a presença de uma convenção de arbitragem. Se houver a convenção de arbitragem a conseqüência é extinção do processo sem resolução de mérito. 
B)A convenção de arbitragem ela pode ser alegada pelo réu em uma preliminar de mérito. Vejam o art. 301, IX, CPC. 
CUIDADO: parágrafo 4º do art. 301: Este parágrafo traz uma regra: as preliminares previstas no art. 301 CPC, poderão ser conhecidas de ofício. Mas traz a exceção: o compromisso arbitral não poderá ser conhecido de ofício. Qual o problema a ser enfrentado aqui: o parágrafo 4º ele padece de um equívoco claro da norma: o art. 301, IX, CPC, traz a convenção de arbitragem (gênero). Olha o absurdo da redação do parágrafo 4º: salvo o compromisso arbitral, todas as matérias poderão ser conhecidas de ofício,inclusive a convenção de arbitragem. Como posso conhecer de ofício o gênero e não posso conhecer de ofício sua espécie? A doutrina sustenta que no parágrafo 4º do art. 301 CPC, onde está escrito “compromisso arbitral”, leia-se “convenção de arbitragem”. Remição: art. 41 da lei de arbitragem. Aqui o fundamento também pode era o art. 267, parágrafo 3º: fala sobre matérias que podem ser conhecidas de ofício e não se refere a convenção de arbitragem.
C) Diz respeito a chamada sentença arbitral. Qual a importância? O professor irá destacar duas questões importantes sobre o tema: 1) A sentença arbitral só sofrerá controle jurisdicional típico sob o prisma da validade, ou seja, o judiciário pode anular esta sentença, mas não poderá reformá-la. 2) A sentença arbitral apesar de não ter participação do judiciário, configura um título executivo judicial ( art. 475 N, IV, CPC). 
O tribunal arbitral recebeu do Estado delegação parcial da jurisdição. O que isso significa? O tribunal arbitral só pode exercer a sua função na fase de conhecimento, sendo assim, não pode determinar prática de atos executórios e tão pouco conceder medidas cautelares, pois estas atitudes estão sob a proteção da reserva de jurisdição. A sentença arbitral constitui um título executivo judicial de natureza mista ou híbrida. É um título executivo judicial que precisará de um processo autônomo, aqui não se usa o processo sincrético, vejam parágrafo único do art. 475, N, CPC. Este parágrafo fala em citação do devedor e assim é porque se trata de um novo processo, porque se o caso fosse de mesmo processo o devedor seria intimado. 
Opinião do Fredie Didier: Este autor sustenta que a arbitragem não é um exemplo de equivalente jurisdicional, mas sim de uma verdadeira atividade jurisdicional, pois não poderá ser revista pelo judiciário e também configura título executivo. A arbitragem contém as características de uma jurisdição. 
5) TAC ( termo de ajustamento de conduta): 
Questões importantes: 1) Vamos ao art. 5º parágrafo 6º da LACP. Elenca os legitimados para a celebração de um TAC, e apesar da norma expressa encontraremos divergência. Qual o problema: Nem todos os legitimados para a ação civil pública são órgãos públicos. Quem são os legitimados a celebrar o TAC? Os entes políticos, Defensoria Pública, MP, e os entes administrativos. CUIDADO: Estes entes administrativos que poderão celebrar o TAC são as entidades autárquicas (autarquias, associações públicas e as fundações públicas). Tem uma divergência quanto a possibilidade das estatais celebrarem o TAC. Lembrando que as estatais podem exercer atividade econômica, como podem atuar na prestação de serviços públicos. Essa briga já caiu no MP/RJ. A divergência sobre as estatais é a seguinte: Temos 4 correntes: 1ª POSIÇÃO: Carvalhinho: Nenhuma estatal poderá celebrar o TAC. 2ª POSIÇÃO: Edis Milaré:Somente as associações civis não poderão celebrar o TAC.Fundamento : Na concepção dele só associação civil não está inserida no conceito de órgão público.3ª POSIÇÃO:Majoritária: Mazzilli: Depende do âmbito de atuação da estatal. Se a estatal exercer atividade econômica, ela não poderá celebrar o TAC, em razão do regime de paridade com a esfera privada. Para ele, somente as estatais que prestam serviços públicos é que podem celebrar o TAC, porque nesta hipótese não se exige regime de paridade. Ver ADPF Nº 46, nesta ADPF se discute o monopólio dos serviços públicos pelo Correio. 4ª POSIÇÃO: Geisa de Assis Rodrigues. Na concepção dela o Mazzilli possui o melhor entendimento, só que ela exclui da legitimação para a celebração do TAC, órgãos públicos jurisdicionais, Defensoria Pública (posição anterior a lei 11448/07), entes políticos e seus respectivos órgãos quando não possuírem pertinência temática.
CONCEITO DE TAC: O TAC consubstancia uma aplicação negociada da norma jurídica. Em outros termos, é uma nova forma de gereciamento e controle de determinados conflitos sociais, resultado numa maior eficácia das normas jurídicas. A celebração do TAC não enseja a criação de uma norma jurídica, mas poderá, contudo, representar e exteriorizar decorrências concretas da norma. O órgão público ao celebrar o TAC não poderá ceder quanto ao conteúdo do direito meta individual, sendo assim, a tutela extrajudicial quanto ao cerne do direito deve ser a mesma que seria obtida em eventual demanda judicial. Em outros termos, o TAC tem que ser um instrumento para alcançar o mesmo resultado possível no caso de procedência da ação civil pública, ainda que o seu objeto seja uma das matérias previstas no parágrafo único do art. 1º da LACP.
NATUREZA JURÍDICA: Há nove opiniões sobre o tema, mas o professor reuniu em três grupos: 1º GRUPO: O TAC é uma transação. Mas dentro deste grupo há uma divisão: 1º SUB-GRUPO: Patrícia Miranda Pizzol: O TAC é uma verdadeira transação tal como previsto no Código Civil. Esta posição é bem minoritária. 2º SUB-GRUPO:Mazzilli e Rodolfo de Camargo Mancuzo: Eles sustentam que o TAC é uma transação, mas não se confunde com a transação do direito civil. Afirmam que é um ato administrativo negocial. O TAC gera uma transação limitada à forma de se cumprir o dever jurídico, ou seja, a realização de concessões mútuas, só atinge a esfera acidental, secundária dos exercícios dos direitos transindividuais, jamais sobre o próprio direito material. Poderia transacionar as condições de tempo, modo e lugar. 2º GRUPO: Para esse grupo o TAC não é uma transação, ele é ou um ato jurídico, como quer o Carvalhinho, ou ele é um negócio jurídico, como quer o Paulo César Pinheiro Carneiro. Esta concepção é majoritária. Fundamentos para afastar a natureza jurídica de transação: 1) A indisponibilidade objetiva dos interesses. Vejam, se os interesses são, em regra, indisponíveis, não há que se falar em transação.2) Titularidade do direito material. Aqueles que são legitimados para a celebração do TAC não titularizam o direito material, e só podem transacionar os titulares do direito.3) Os interesses tutelados possuem natureza extra- patrimonial. 3º GRUPO: Emerson Garcia e Rogério Pacheco (posição intermediária): Para eles o TAC possui feição híbrida. Quanto aos aspectos periféricos ou secundários, o TAC é uma verdadeira transação. Quanto ao direito material, o TAC é mero ato de reconhecimento de obrigação pré-existente e que pode ser reconhecida por sentença judicial.
D) IMPARCIALIDADE: Normalmente quando estudamos este tema, visualizamos os vícios da parcialidade, que são vícios subjetivos. O que são vícios subjetivos? É porque se analisa a pessoa física do juiz. Dentro deste contexto você analisa os casos de suspeição e impedimento. Quando se trabalha o vício da suspeição, paira sobre a pessoa física do juiz uma presunção iuris tantum de parcialidade. Esse vício conforme art. 305 CPC, pode ser alegado em qualquer tempo ou grau de jurisdição, desde que não tenha ocorrido o trânsito em julgado. A forma de alegação do vício é a chamada exceção de suspeição. No impedimento a presunção é iuris et iuri , ou seja, presunção absoluta de parcialidade.Da mesma forma que a suspeição, é um vício que pode ser alegado em qualquer tempo ou grau de jurisdição.A diferença é: o vício do impedimento pode ser alegado após o trânsito em julgado, por meio de ação rescisória.Ver art. 485 ,II c/c art. 495 CPC. Da mesma forma que a suspeição, pode ser usada a exceção.
Vamos ao art. 306 CPC. Este artigo diz que recebida a exceção ocorrerá a suspensão do processo, até que a exceção seja definitivamente julgada. Vejam que a norma do art. 306 tem uma remição expressa ao art. 265, III, CPC.
É esta remição que traz problemas: O art. 265, III, CPC trata de suspensão do processo e no inciso III, diz que oposta a exceção ocorre suspensão do processo. Para o art. 306 CPC, é quando recebida a exceção ocorre a suspensão do processo. Como resolver isso? STJ decidiu em 2007 (2º semestre). Assentou que no art. 306 CPC, onde está escrito “recebida”, leia-se “oferecida”. Para o STJ o mero oferecimento da exceção já acarreta suspensão do processo. 2) OMP pode figurar no pólo passivo de uma exceção de parcialidade, entretanto, o oferecimento desta exceção não gera a suspensão do processo. Vejam, o parágrafo 1º do art. 138 CPC fala isso. Destacar “sem suspensão da causa”, e fazer a remição : diferente do art. 265, III e art. 306.
Questão Magistratura Federal: Os assistentes técnicos também devem observar o dever da imparcialidade? Assistente técnico é nomeado pela parte, por isso não precisa observar a imparcialidade. Ver art. 422 CPC e fazer remição: diferente art. 138, III.
QUESTÃO: É aplicável em processo civil o princípio da impartialidade? Este princípio guarda relação com vícios objetivos relacionados a repartição de funções no processo.Aqui teremos de um lado atividade postulatória ( atividade da parte) e de outro lado atividade jurisdicional ( juiz). Em processo civil a discussão é: o juiz pode ou não em alguns casos praticar atividades afetas às partes? Em algumas hipóteses a doutrina reconhece a possibilidade do juiz figurar como parte. Exemplo: nos casos em que são oferecidas as chamadas exceções de parcialidade. Nestas hipóteses o juiz é parte no incidente que analisa a exceção, ele não será parte na relação jurídica processual. Outro ponto é a atividade probatória: vejam, a atividade probatória, em regra, é própria das partes, entretanto a doutrina processual mais moderna com base no princípio da efetividade da tutela jurisdicional e da busca da verdade real,sustenta ser possível a atividade probatória do juiz, desde que esta seja supletiva. O juiz irá suprir a atividade probatória. Pode de ofício produzir provas ou determinar que estas sejam produzidas. Este é o princípio do ativismo judicial. Os autores dizem que é uma evolução do juiz inquisitivo, que passou pelo juiz inerte e hoje chegou ao juiz ativo, que o Greco chama de democrático. Você não deve falar que o juiz é parcial, porque assim ele será suspeito ou impedido, mas se o juiz exorbitou suas funções e atuou como parte, ele praticou o vício da impartialidade. 
E) LIDE: Já foi falado na aula passada.Vimos que tem duas concepções.Há os que sustentam que lide é elemento essencial e aqueles que sustentam que lide é elemento acidental .Hoje a concepção majoritária é que lide é elemento acidental.
F) MONOPÓLIO ESTATAL: Somente órgãos estatais investidos em jurisdição poderão exercer função jurisdicional típica.Há autores que sustentam que jurisdição pode ser vista como um poder, outros sustentam que é uma atividade, outros uma função.
G) UNIDADE E INDIVISIBILIDADE: Existem dois tipos de sistema de jurisdição: dúplice e uno.No Brasil é adotado o sistema uno.
PODERES DA JURISDIÇÃO:
A doutrina aponta que são três os poderes: decisão, coerção, documentação.
1)PODER DE DECISÃO: A finalidade última da jurisdição é de proferir um ato decisório que regulamente o caso concreto posto em análise.
2)PODER DE COERÇÃO: O denominado poder de coerção, nada mais é, do que a possibilidade do órgão jurisdicional estatal utilizar meios ou instrumentos para efetivar, fazer valer suas decisões.
3) PODER DE DOCUMENTAÇÃO: Este poder denota a formalidade que cerca os atos praticados no exercício da atividade jurisdicional, ou seja, os atos praticados deverão estar todos documentado.
FINALIDADES OU ESCOPOS DA JURISDIÇÃO:
A rigor são três: jurídico, social, político. O escopo jurídico é o de resolução do conflito posto em análise com caráter de definitividade, ou seja, é a busca da segurança e da estabilidade das relações jurídicas. O escopo social é direcionado a busca da pacificação social, ou seja, do bem comum. O escopo político é que função jurisdicional reafirma o poder estatal.
1.2. TUTELA JURISDICIONAL
A)Diferenciação entre a prestação da tutela e a entrega da tutela jurisdicional.A prestação da tutela jurisdicional, nada mais é , do que o exercício da atividade estatal, que tem por objetivo prevenir ou resolver os conflitos postos em análise.A prestação é sempre obrigatória , porque ela é indeclinável, aqui temos o chamado princípio da indeclinabilidade.A entrega da tutela jurisdicional possui ligação com o objeto que se pretende com a demanda, ou seja, está ligada a idéia de resultado e dentro deste contexto a entrega não é obrigatória . O órgão jurisdicional está obrigado a prestar a tutela, mas na está obrigado a entregá-la. 
B) Espécies ou formas de tutela jurisdicional quanto ao seu resultado: Dividem-se em tutela jurisdicional de urgência e tutela jurisdicional final. Dentro da tutela jurisdicional de urgência encontramos três espécies: tutela inibitória, tutela antecipada, tutela cautelar. Neste ponto estudaremos somente os aspectos gerais.
A) TUTELA INIBITÓRIA:Para a doutrina, a tutela inibitória, como toda e qualquer tutela de urgência , possui fundamento constitucional no art. 5º, XXXV. O Estado não pode por meio de atividade legislativa afastar da apreciação do poder judiciário lesão ou ameaça a um direito. A doutrina afirma que neste prisma de ameaça está positivada a figura da tutela de urgência na norma constitucional. Esta tutela inibitória pode ser vista sob dois aspectos. 1) tutela de remoção do ilícito: O ato danoso já foi praticado e o órgão jurisdicional utiliza um meio para cessar este ato danoso evitando por conseguinte a reiteração deste ato.Esta tutela é chamada de tutela inibitória impura.É impura porque não está inibindo o ilícito, só está removendo o ilícito que já ocorreu.2) tutela de prevenção do ilícito: Esta forma impede a atividade nociva, ou seja, impede a ocorrência de um dano, fixando medidas de apoio para o caso de desrespeito a decisão exarada.Essa forma de tutela inibitória é chamada de pura,porque inibe um ato. Vamos ao art. 11 da LACP: Temos o exemplo de tutela inibitória impura. Destacar “ou a cessação da atividade nociva”. 
Vamos ao art. 84 parágrafo 5º CDC: Destacar “impedimento de atividade nociva”. Quando o legislador usa este termo quer evitar a ocorrência de um ato ilícito. É um exemplo de tutela inibitória pura. 
Vamos ao art. 461 parágrafo 5º CPC: Destacar “ impedimento de atividade nociva”. 
Devemos visualizar aqui: 1) tutela inibitória, enquanto medida de urgência, pode ser concedida de ofício ou mediante requerimento. 2) Essa tutela invariavelmente será usada no caso de prestação não pecuniária, ou seja, fazer e não fazer e entrega de coisa.3) Esta tutela inibitória traz uma mitigação ao princípio da congruência , correlação ou adstrição, pois permite ao órgão jurisdicional a utilização de meios executórios, também chamados de medidas de apoio, sem que a parte formule requerimento neste sentido.4)Aplica-se o princípio da atipicidade dos meios executórios. O que isso significa? O órgão jurisdicional pode utilizar outras medidas além destas previstas nas seguintes normas: art. 11 da LACP, art. 84 parágrafo 5º CDC e art. 461 parágrafo 5º CPC. Em outros termos, o rol é exemplificativo. 5) Esta forma de tutela pode ser antecipatória ou final.
B) TUTELA ANTECIPADA: Quando se fala em tutela antecipada tem que haver a seguinte diferenciação: temos a tutela antecipada genérica, que é aquela que está prevista no art. 273 caput CPC e essa tutela pode ser de segurança, de evidência,de pedido incontroverso ou da parcela incontroversa ( parágrafo 6º do art. 273 CPC).
B.1TUTELA ANTECIPADA GENÉRICA: 1) Essa tutela só entrega os efeitos práticos do provimento jurisdicional final, ela não entrega o objeto da demanda. 2) A tutela antecipada genérica requer a demonstração, em regra, do fumus boni iuris e do periculum in mora. 3) Essa tutela depende de requerimento,essa é a concepção dominante na doutrina. O juiz não pode concedê-la de ofício. 4) A concessão de uma tutela antecipada se dá por meio do exercício de uma cognição sumária.Se eu falo que será exercida uma cognição sumária, duas idéias surgem: a) o juízo não é de certeza, mas sim de mera probabilidade. b) a decisão proferida não é definitiva, é decisão provisória. Tanto isso é verdade que vejam o que diz o parágrafo 4º do art. 273 CPC. Remição: art. 520, VII, CPC. A razão da remição

Continue navegando

Outros materiais