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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA LICENCIATURA EM PEDAGOGIA - PARFOR ANTONIA VANDERLI DA SILVA FREITAS MARIA DA PROVIDÊNCIA FERREIRA NUNES A importância dos jogos e brincadeiras para construção do conhecimento na educação infantil na Escola M. E. F. E. Inf. Seninha, município de Capitão Poço/ PA CAPITÃO POÇO/PA 2015 ANTONIA VANDERLI DA SILVA FREITAS MARIA DA PROVIDÊNCIA FERREIRA NUNES A importância dos jogos e brincadeiras para construção do conhecimento na educação infantil na Escola M. E. F. E. Inf. Seninha, município de Capitão Poço/ PA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenadoria do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal Rural da Amazônia para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. Orientador: MSc. Maria das Graças Lima CAPITÃO POÇO/PA 2015 Freitas, Antonia Vanderli da Silva A importância dos jogos e brincadeiras para a construção do conhecimento na educação infantil na Escola M. E. F. E. Inf. Seninha, no município de Capitão Poço / PA / Antonia Vanderli da Silva Freitas, Maria da Providência Ferreira Nunes. – Capitão Poço, 2015. 55 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura Plena em Pedagogia) – Plano Nacional de Formação de Professores, Universidade Federal Rural da Amazônia, 2015. Orientadora: Maria das Graças Lima 1. Educação Infantil - ludicidade 2. Educação Infantil – ensino – prática 3. Educação Infantil - brincadeira 4. Educação Infantil – ensino aprendizagem 5. Jogos educativos I. Nunes, Maria da Providência Ferreira II.Lima, Maria das Graças, orient. III.Título CDD – 3712.21 ANTONIA VANDERLI DA SILVA FREITAS MARIA DA PROVIDÊNCIA FERREIRA NUNES A importância dos jogos e brincadeiras para construção do conhecimento na educação infantil na Escola M. E. F. E. Inf. Seninha, município de Capitão Poço/ PA Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenadoria do Curso de Licenciatura em Pedagogia da Universidade Federal Rural da Amazônia para obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. Data da aprovação: 03/07/2015 Banca Examinadora: _______________________________________________________(Orientador) Prof. Msc. Maria das Graças Lima ______________________________________________________ (Membro 1) Prof. Msc. Wagner Davy Lucas Barreto ______________________________________________________ (Membro 2) Prof.ª, Elem Louise Mendes Wanderley Laura Texto digitado Laura Texto digitado UFRA Laura Texto digitado I COMAR Laura Texto digitado UFRA Dedico este trabalho acadêmico em especial ao meu esposo Paulo Sergio, que apoiou-me nos estudos, a meus filhos Paulo Henrique e Emilly pelo amor e carinho que proporcionam-me, a minha mãe por ter me dado educação, a minha sogra Antonia Vieira (in memória), por ter me dado o incentivo de continuar meus estudos, ao Senhor Lauro Messias, por auxiliar nos momentos que mais precisei na digitação. Muito obrigado a todos. Antonia Vanderli da silva Freitas Dedico este trabalho acadêmico a meus filhos Bruna Karoline, Roseno Neto e Géssyca pelo amor e carinho que me proporcionam a minha neta Yasmin por ser tão especial em minha vida, a minha mãe que me deu a vida, ao meu pai por ser tão batalhador, a minha amiga Vanderli por apoiar-me nos estudos, auxiliando- me nas horas que mais precisei, agradeço a todos de coração! Maria da Providência Ferreira Nunes AGRADECIMENTO À Deus, primeiramente por proporcionar- me a vida, a saúde e o dom da sabedoria; Aos professores do curso, em especial a professora orientadora Maria das Graças Lima, pelo incentivo, apoio, e por ter paciência em nos orientar; Ao PARFOR, por dar- me a oportunidade de cursar uma graduação; A coordenação, pelo apoio que nos tem dado durante o curso; A UFRA, pelo espaço apropriado e amplo para uma educação de qualidade; A turma de PEDAGOGIA A, que durante o curso foi totalmente unida. Antonia Vanderli da silva Freitas AGRADECIMENTO A Deus, por dar- me a vida e o dom de aprender; A UFRA, por nos ceder um local amplo e apropriado para cursarmos a licenciatura; Ao PARFOR, por ser um projeto que auxilia professores leigos a ter uma graduação; Aos professores em geral, que vieram repassar seus conhecimentos; Aos graduandos da turma de Pedagogia A, que sempre foram unidos durante todo o curso. Maria da Providência Ferreira Nunes “O brincar infantil não é apenas uma brincadeira superficial desprezível, pois no verdadeiro e profundo brincar, acordam e avivam forças da fantasia, que, por sua vez, chegam a ter uma ação plasmadora sobre o cérebro”. (Kishimoto) RESUMO O foco principal desta pesquisa são os jogos e brincadeira na educação infantil, neste ponto, foi elaborado para o desenvolvimento da leitura, sendo que através do lúdico torna-se a aula mais prazerosa, fazendo com que as crianças sintam-se bem ao ir para a escola. A proposta é desenvolver no professor a idealização de que o lúdico auxilia na aquisição do conhecimento da criança por ser livre e espontâneo, justamente por ser o cotidiano da criança. Positivamente, os jogos e brincadeiras proporcionam nos educandos uma sensação de autodeterminação, mobilizando o inconsciente das crianças que se transforma em saber, dando a oportunidade de investigar e experimentar novos desafios e assim chegar ao caráter representativo da leitura e da escrita. Metaforicamente o brincar é uma ação livre e espontânea da criança, levando-a adquirir conhecimentos através da capacidade criadora, cabendo somente ao professor assumir essa proposta lúdica na sala de aula. Os jogos e brincadeiras auxiliam para aquisição da leitura das crianças do pré II por ser natural do ser infantil, sendo que aos cinco anos é a fase em que a criança adquiri conhecimento, ou seja, é a base principal da educação infantil. Através do lúdico a criança assimila o conhecimento, muitos teóricos renomados, já citados, afirmaram essa justificativa, de que a criança consegue internalizar melhor os temas propostos ludicamente. PALAVRAS -CHAVE: Lúdico. Educação Infantil. Aprendizagem. ABSTRACT The primary focus of this research are the games and play in early childhood education, this point has been developed for the development of reading, and through the playful becomes more pleasurable lesson, making children feel good when going to school. The proposal is to develop the teacher the idealization that the playful assists in acquisition of knowledge of the child for being free and spontaneous, precisely because it is the child's daily life. Positively, the fun and games provide the students a sense of self-determination, mobilizing the unconscious children becomes known, giving the opportunity to investigate and experience new challenges and so reach the representative character of reading and writing. Metaphorically the play is a free and spontaneous actionof the child, taking to acquire knowledge through creative ability, and only the teacher assume this ludic proposal in the classroom. The fun and games help p ... Keywords: Playful. Early childhood education. Learning. LISTA DE FIGURAS Página Figura 1 - E.M.E.F. e Infantil Seninha...................................................................... 34 Figura 2 - Árvore do conhecimento........................................................................... 36 Figura 3 - Zé bocão de sucata (caixa de papelão) ..................................................... 37 Figura 4 - Brinquedos de sucata (caixa de papelão e copo de iogurte) ..................... 38 Figura 5 - Crianças brincando com jogos didáticos.................................................. 39 Figura 6 - Criança aprendendo sinal de transito ludicamente.................................... 41 Figura 7 - Parquinho da escola .................................................................................. 42 Figura 8 - Professora animando a festa das crianças.................................................. 43 Figura 9 - Professora organizando tapete alfabético.................................................. 43 Figura 10 - Criança brincando com jogos lúdicos..................................................... 44 Figura 11 - Boliche feito de garrafa pet (sucata) ...................................................... 45 Figura 12 - Jogos lúdicos .......................................................................................... 46 Figura 13 - Professor mediando os jogos lúdicos em linguagem.............................. 48 Figura 14 - Crianças brincando com jogos educativos............................................. 48 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO ................................................................................................... 17 2.1 Contexto .................................................................................................................................. 17 2.1.1 Reflexões iniciais sobre o brincar ......................................................................................... 17 2.1.2 O jogo e a prática educativa ................................................................................................. 20 2.1.2.1 A criança, a educação e o brinquedo. ................................................................................ 20 2.1.3 O lúdico na educação infantil, histórico sobre a educação no Brasil. .................................. 24 2.1.3.1 O processo de ensino na Educação Infantil, e suas especificidades. ................................. 24 2.2 Autores .................................................................................................................................... 26 2.2.1 Aline Sommerhalder (2011) “a idealizadora de que a brincadeira conduz à experiência cultural”. ........................................................................................................................................ 26 2.2.2 Adriana Friedmann (2012), “a idealizadora de que o brincar infantil é o centro para uma educação sólida”. ........................................................................................................................... 29 2.2.3 Paulo Nunes de Almeida (1998), o idealizador que “educar ludicamente está presente em todos os segmentos da vida”. ......................................................................................................... 31 3 METODOLOGIA ..................................................................................................................... 34 3.1 Local ........................................................................................................................................ 34 3.2 Tipo de pesquisa .................................................................................................................... 35 3.3 Resultados .............................................................................................................................. 36 3.4 Os sujeitos ............................................................................................................................... 38 4 RESULTADO E DISCUSSÕES .............................................................................................. 41 CONCLUSÃO .............................................................................................................................. 47 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................... 50 APÊNDICE 11 1 INTRODUÇÃO Os jogos e brincadeiras, voltados para construção do conhecimento na Educação Infantil, são métodos que facilitam na aprendizagem da criança, pois tornam a aula mais prazerosa, fazendo com que as crianças interagem- se uns aos outros. Sendo que, os jogos e brincadeiras motivam a criança por ser livre e espontâneo, sejam eles dirigidos ou não, as atividades com jogos e brincadeiras lúdicas levam os alunos a sentirem prazer ao ir à escola. É preciso que o educador entenda que o papel mais importante é a motivação, e por fim conscientizar os pais que os jogos e brincadeiras são peças fundamentais na vida de seus filhos, e que a escola é mediadora do conhecimento. O que nos motivou a escolher este tema foi presenciar situações em que professores cansados ou desmotivados não fazem certas rotinas, que parecem bobas, mas que para as crianças é de grande importância, por ser uma maneira agradável de lidar com crianças, portanto, buscamos com este tema mostrar a importância que os jogos e brincadeiras têm no cotidiano das crianças, também porque acreditamos que a Educação Infantil é base para todas as etapas do processo educacional, formando assim, cidadãos críticos, reflexíveis, capazes de agir e resolver situações problemas durante todo processo de ensino. “A compreensão das brincadeiras e recuperação do sentido lúdico de cada povo depende do modo de vida de cada agrupamento humano, em seu tempo e seu espaço” (KISHIMOTO, 2004, p. 63). O interesse pelo tema “A importância dos jogos e brincadeiras na Educação Infantil”, partiu da prática educacional com crianças na faixa etária de 3 a 5 anos. Na prática, observamos que as crianças aprendiam com mais facilidade através dos jogos e brincadeiras. Por esse motivo, o trabalho com jogos e brincadeiras tornou-se de grande relevância na medida em que toda dinâmica e estrutura estão presentes nos períodos de desenvolvimento e socialização da criança. Considera-se que os jogos e brincadeiras são tidos como fundamentação social e cultural, bem como a forma de atividade, o sujeito entre no mundo das regras. É através dos jogos e brincadeiras que as crianças, utilizando-se de um processo imaginário, pois o brincar faz parte da natureza infantil. Acreditamos que quando brincamos com a criança não perdemos tempo e sim o ganhamos, pois e a melhor forma de iniciar a interação e formação dos seres humanos. Ao desejarmos auxiliar no desenvolvimento pleno das crianças utilizando-se dos jogos e brincadeiras, essa pesquisa foi inserida na área da psicomotricidade voltada para a educação 12 infantil no pré II, com crianças de faixa etária de 5 (cinco) anos, está relacionado ao papel que o lúdico desempenha ao ser aplicado nos processos de aprendizagem. Portanto, espera-se que, os educadores possam, partindo dessa pesquisa elaborada, levantarem informações que levem a concretização em seu trabalho. Portanto,nossa pesquisa teve como objetivo geral analisar a importância da utilização dos recursos lúdicos como forma de complementar o processo da construção do conhecimento das crianças de Educação Infantil, cabendo aos educadores utilizarem-se dos jogos e brincadeiras num contexto de produzir conhecimento e não apenas o prazer de brincar. Ao justificarmos a questão do tema abordado, observamos que os jogos e brincadeiras têm um papel importante e motivador no aprendizado das crianças do pré II, por ser uma atividade livre ou dirigida. Entende-se que o brincar é importante na educação infantil por que se faz a base para as demais etapas do processo educacional, que esta é a fase do brincar, do desenvolver a criatividade, a imaginação, do aprendizado de regras. Diante disso, é necessário que a escola tenha profissionais que defendam esse propósito de brincando também se aprende. O brincar tem função lúdica e educativa, ambas com valor pedagógico. Relacionando ao cotidiano da criança, o ato de movimentar-se é de grande relevância, partindo da interação com o meio. A principal importância relacionada às práticas pedagógicas nas salas de aula que envolve os jogos e brincadeiras são levar a criança a sentir prazer em aprender e ir à escola, e assim desenvolver o raciocínio lógico, social e cognitivo. Sabemos que, na educação infantil, as brincadeiras e os jogos lúdicos facilitam o desenvolvimento da aprendizagem fazendo com que o aprendizado ocorra de forma prazerosa e estimulante, por fim o principal contexto deste projeto foi desenvolver nas crianças e adultos um só propósito de “educar brincando” Especificando melhor o objetivo desta pesquisa levantamos as seguintes questões: - Como os jogos e brincadeiras contribuem no processo da construção do conhecimento da criança na educação infantil da E.M. E. F. e Inf. Seninha? - Como as crianças manifestaram o interesse pelos jogos e brincadeiras em sala de aula? - Quais os motivos que levam as professoras a utilizarem o lúdico (jogo e brincadeira) no seu cotidiano escolar? Com base nas questões, as hipóteses levantadas foram: 13 Os jogos e brincadeiras contribuem no processo da construção do conhecimento na Educação Infantil, por ser livre e espontâneo, sendo que as crianças interagem melhor entre si e com os adultos. Observamos que as crianças manifestaram o interesse pelos jogos e brincadeiras por ser um ato em que ambas já nascem inseridas, justamente por que o brincar faz parte do dia a dia da criança. Acreditamos que os motivos que levaram os professores a utilizarem o lúdico em sala de aula foram à forma de repassar conhecimento de forma livre e prazerosa, sendo que notamos que positivamente é essencial á criança. Entretanto, nosso acervo de conhecimento específico era muito limitado e necessitamos recorrer a uma busca incessante de teóricos que respaldam nossa pesquisa e para tal convidamos: Sommerhader, Friedman, Almeida, Kishimoto e outros para ressaltarem melhor o tema proposto. De acordo com o tema, o desenvolvimento das crianças na escola é o processo que desperta o interesse de muitos estudiosos por todo país, não é atoa que o curso de pedagogia é um dos mais ofertados e procurados. O trabalho com crianças requer dedicação, paciência e muito esforço do profissional, além da busca incansável por método que facilitem o desenvolvimento dos pequenos estudantes. Nesse sentido, os jogos e brincadeiras na escola são ferramentas disponíveis que podem contribuir significativamente na prática pedagógica do professor ajudando-o a solucionar dificuldades de aprendizagem em diferentes contextos e ampliar as oportunidades de desenvolvimento das crianças. Acreditamos que a Educação Infantil é a base para o desenvolvimento cognitivo e social da criança, é a etapa em que as fantasias estão afloradas, que o lúdico está presente nas diversas atividades contribuindo para o ensino aprendizagem. A família também é muito importante na vida escolar do educando podendo inibir ou despertar a vontade de aprender. Cabe a ela, junto à escola incentivar, participar e se envolver para contribuir efetivamente com o processo de ensino aprendizagem dos seus filhos. O fato de a Educação Infantil ser uma fase que se aprende brincando, não quer dizer que seja apenas um “passatempo”. Na educação infantil as brincadeiras e os jogos facilitam a aprendizagem da criança, fazendo com que o conhecimento aconteça de forma prazerosa. 14 Justamente, por que a aprendizagem depende muito do vínculo criado entre professor e alunos. Em uma relação de segurança e cumplicidade, a aprendizagem acontece de forma mais eficiente, prazerosa e duradoura. Segundo Kishimoto (2001, p. 51, apud SOUZA; SILVA, 2000), “O brincar infantil não é apenas uma brincadeira superficial e desprezível, pois no verdadeiro e profundo brincar, acordam e avivam as forças da fantasia, que por sua vez, chegará a ter uma ação prazerosa sobre o cérebro”. Kishimoto (1999) “sugere uma maneira de possibilitar tal articulação é possível na medida em que o professor ao propor uma atividade lúdica as crianças com vista a estimular certos tipos de aprendizagem, preserve as condições para a expressão do jogo, ou seja, a ação intencional da criança para brincar. A autora acredita que o professor estar potencializando as situações de aprendizagem, maximizando a construção de conhecimento do introduzir a dimensão do prazer e instigando a capacidade de iniciação e ação ativa da criança”. (Sommerhalder, 2011, p. 56). Conforme Friedmann (2012, p. 43), ”a observação de como as crianças brincam e de como se relacionam com as outras, com os objetos e com o mundo a sua volta deve ser à base do trabalho do educador: a partir das realidades lúdico-culturais podemos “desenhar” conforme os estágios de desenvolvimento e dos repertórios específicos, propostas adequadas a cada grupo e a cada criança”. Kishimoto (1993, p. 106) afirma que: A criança procura o jogo como necessidade e não como distração (...). É pelo jogo que a criança se revela. As suas inclinações boas ou más. A sua vocação, as suas habilidades, o seu caráter, tudo que ela traz latente no seu eu em formação, torna-se visível pelo jogo e pelos brinquedos, que ela executa. Apresentadas essas informações sobre os papeis dos jogos e brincadeiras na sociedade escolar infantil, discutindo sua importância para o desenvolvimento da criança, interessa-nos compreender o papel da criança no processo da alfabetização, utilizando os jogos lúdicos e brincadeiras para aquisição do conhecimento. A pretensão de desenvolvermos essa temática importará numa análise qualitativa, investigatória e comparativa que entra em questão os jogos e brincadeiras na Educação Infantil da E.M.E.F. e Inf. Seninha, localizada na Rua João Moura da Costa, município de Capitão Poço - Pará. O objetivo formulado para o alcance do sucesso do projeto de pesquisa foi analisado e desenvolvido com o processo ensino e aprendizagem com jogos e brincadeiras na educação infantil, teve como proposta a construção do conhecimento da criança de faixa etária de cinco anos; já com relação aos objetivos específicos, foram observados como as crianças manifestaram 15 o interesse por jogos verificando os aspectos da aprendizagem entre os alunos, orientando e discutindo sobre a importância dos jogos e brincadeiras, e assim identificamos os fatores que levaram os professores a utilizarem o lúdico como forma de repassar conhecimento. Por acreditarmos que os jogos e brincadeiras são importantes na aquisição do conhecimento, destacamos que o desenvolvimento da construção do conhecimento da criança na escola é um processo que desperta prazer na criança. Abordar o lúdico na educação infantil não é coisa recente, principalmente quando enfatiza a possibilidade em que as crianças aprendem com facilidade através dos jogos e brincadeiras, o quevem representar uma forma do professor repensar sobre sua prática e teoria na sala de aula. Sommerhalder (2011) nos fala que “brincar é fundamental para a criança na medida em que possibilita que ela se desenvolva, ou melhor, que se constitua como humano” (SOMMERHALDER, 2011, p. 21). Desta forma, cabe ao professor, enquanto facilitador de aprendizado significativo repassar ao educando, adotando um ambiente rico em atividades lúdicas diversificadas que possa fazer com que os alunos sintam-se atraídos e motivados a participarem da aula. A questão dos jogos e brincadeiras na educação infantil, é muitas vezes encarada pelos educadores como atividade ligada somente para distrair as crianças e passar tempo, mas que por outro lado, os educadores que são conscientes da importância do lúdico, salientam as contribuições para o desenvolvimento do individuo. Deste ponto de vista, associa-se a concepção utilitária que inclui sua relevância para o conhecimento do sujeito e si próprio envolvendo o meio em que vive. Assim Sommerhalder (2011, p. 51) cita que: A abordagem construtivista considera o brincar um elemento fundamental para o processo de desenvolvimento e aprendizagem da criança, dado que esta seria uma forma da criança resolver problemas e/ou situações problemas que surge a partir de sua interação com o meio. Com isso, valoriza-se a presença do jogo como espaço educativo da criança na educação infantil assim como foi com a proposta escolanovista. Partindo desta situação, é necessário que o profissional tenha consciência e se utilize dos jogos e brincadeiras na educação e perceba nele a contribuição para o desenvolvimento mental, corporal e intelectual dos alunos. Segundo Kishimoto (1998), “os jardins de infância surgiram no Brasil como instituição cujo direito e dever era desenvolver a pedagogia frobeliana baseada no uso de jogos”. Cabe aos 16 jardins de infância recuperar o valor do jogo para a educação infantil, em contraposição a uma educação tradicional e rígida em que era castrada a possibilidade da criança brincar. As crianças, assim como os adultos conseguem estabelecer relações de aprendizagem devido à interação com os jogos e brincadeiras devida o contato com outros indivíduos e pelo próprio processo de amadurecimento corporal e mental. Conforme Kishimoto (1993, p. 36) “o uso do jogo educativo com fins pedagógicos remeti-nos para relevância desse instrumento para situação de ensino-aprendizagem e de desenvolvimento infantil...”, dessa forma, os jogos e brincadeiras educativos completam varias formas de representações da criança e suas múltiplas inteligências contribuindo para aprendizagem e desenvolvimento infantil. Considerando essa contribuição dos jogos e brincadeiras à aprendizagem na educação infantil, ora relaciona-se com a socialização, ora com a aquisição de conceitos, conhecimentos, é necessário que se reflita sobre a utilização dentro da sala de aula. 17 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Contexto 2.1.1 Reflexões iniciais sobre o brincar O brincar está presente na vida da humanidade ao longo dos tempos históricos, o homem sempre brincou. De acordo com Sommerhalder (2011) “os jogos, as brincadeiras, os brinquedos, enfim as atividades lúdicas acompanham o desenvolvimento da civilização humana desde seus primórdios. Em Homo Ludens, Huizinga (1980) argumenta que o jogo puro e simples é o principio vital de toda a civilização, é uma função da vida”. (SOMMERHALDER, 2011, p. 11). Com base na citação, as atividades lúdicas são essenciais na vida do ser humano, nesse contexto, remete-nos a idéia de que o homem já nasceu com esta cultura. Com a chegada da Idade Moderna, as famílias da Idade Média influenciavam se na educação, a partir do séc. XV essas instituições: família e escola assumem o papel formador. Sommerhader (2011) cita que: A família moderna, principalmente a parti do sec. XVI, redefine seu papel perante à criança, assumindo uma função educativa[...] O eixo da família moderna passa a ser criança, transformando em objeto de seus cuidados, de seu amor, de seu controle e idealizada como inocente e pura. (BACHA, 2002 apud SOMMERHALDER, 2011, p. 32). Conforme a citação, na Idade Moderna os pais tiveram mais preocupação perante a educação dos filhos. A esse respeito Oliveira (2006, apud SOMMERHALDER, 2011.p.33) cita que: Na Idade Moderna, o que se observa é a louvação da disciplina em contraposição à alegria e ao humor. Trata- se de expurgar o infantil de cada um, este, considerado um estado vil da natureza humana, de modo que a cura do (mal) infantil está no fundamento da escola moderna que, pelo cultivo da razão, prevenira e corrigirá os desvios, ou seja, a inclinação para o mal. Ao analisarmos a citação, notamos que na Idade Moderna, os pais tinham na escola um local somente para corrigir o mal que as crianças tinham, ou seja, não colocavam a criança para ser um cidadão critico, e sim para expurgar o infantil, tido como um mal, e por esta razão colocavam as crianças numa espécie de quarentena em que a criança ficava confinada, isolada na instituição para ser educada. Desenhava- se assim a função moderna da escola: confinar a criança. BACHA (2002), afirma que: ”Aries aponta a escola não como um lugar de socialização e integração da criança, mas como um lugar de confinamento da infância”. (SOMMERHADER, 18 2011, p. 33). Considerando que a criança tinha necessidades de descobertas, a escola a partir do século XV passou a focar a diferenciação das idades, focalizando as classes por grupos da mesma capacidade. Com o surgimento do “sentimento de infância”, a valorização do jogo enquanto atividade própria da criança ganha espaço na educação, tanto positivo quanto negativamente. Conseqüentemente, a função atribuída ao lúdico é absolutamente dependente das representações que vão se constituindo sobre a criança, principalmente a partir do sec. XVI. “O século XVI, marca o início das tentativas de relacionar o jogo e a brincadeira à educação da criança”. (KISHIMOTO, 1992, SCHWARTZ,1998 apud SOMMERHALDER, 2011, p. 34). Com base na citação, somente a partir do século XVI os estudiosos atribuíram os jogos e brincadeiras relacionando- os à educação da criança. De acordo com Almeida (1998), na Grécia, um dos maiores pensadores, Platão (427- 348) afirmava que os primeiros anos da criança deveriam ser ocupados com jogos educativos, praticados em comum pelos dois sexos, sob vigilância e em jardins de crianças. (ALMEIDA, 1998, p. 19- 20). A partir do século XVI, os pensadores começaram a dar valor nos jogos educativos, sendo que os colégios jesuítas foram os primeiros a pôr em prática. Ainda no século XVI, outros pensadores aderiram o pensamento de que os jogos são importantes na formação da personalidade infantil. Jean- Jacques Rousseau (1712- 1780) demonstrou que: ”a criança tem maneiras de ver, de pensar e de sentir que lhes são próprios [...] percebeu ainda que, só se aprende a pensar se se exercitam os sentidos, instrumentos da inteligência e para tirar todo proveito possível é preciso que o corpo que as forneça seja robusto e são”. (ROUSSEAU, 1712-1778 apud ALMEIDA, 1998, p. 22). Portanto, para ter um bom desempenho nos jogos é preciso que a criança esteja sadia para que se desenvolva bem nas atividades propostas. Froebel (1782- 1852) discípulo de Pestalozzi estabeleceu que: A pedagogia deve considerar a criança como atividade criadora, e despertar, mediante estímulos, suas faculdades próprias para a criança. Na verdade com Froebel se fortalecem os métodos lúdicos na educação. O grande educador faz do jogo uma arte, um admirável instrumento para promover a educação para as crianças. (Froebel, 1782- 1852 apud Almeida, 1998, p. 23). Entretanto, Froebel foi o mediador dos métodos lúdicos na educação. Ainda comrelação ao lúdico, Maria Montessori (1870- 1952) encontrou em Froebel as idéias dos jogos educativos, 19 remontando à necessidade destes na educação dos sentidos. De acordo com Piaget, os jogos tornam- se significativos à medida que a criança se desenvolve, a parti da manipulação. (ALMEIDA, 1998, p. 29). Georges Snyders, um dos pioneiros da educação progressista “caracteriza o jogo como uma atividade séria que exige esforço, porém perde o sentido de busca e prazer. [...] recompõe o jogo como trabalho, atividade séria, desde as concepções da educação tradicional até as mais modernas de novo tempo”. (ALMEIDA, 1998, p. 29). Diante desta afirmação, entendemos que os jogos lúdicos são atividades sérias e que os educadores e pais deveriam ter em mente de que o brincar para a criança é o momento de prazer, a criança aprende brincando. Nota- se que, Almeida (1998, p. 32) ao afirmar que: A educação lúdica integra uma teoria profunda e uma pratica atuante [...] enfatizam a libertação das relações pessoais passivas, técnicas para as relações reflexivas, criadoras, inteligentes, socializadoras, fazendo do ato de educar um compromisso consciente intencional de esforço, sem perder o caráter de prazer, de satisfação individual e modificador da sociedade. Com relação à citação observamos que o autor focaliza os jogos lúdicos como uma forma criadora da personalidade, sempre voltada para o prazer de aprender brincando. Makarenko, afirma que “o jogo é tão importante na vida da criança como o trabalho para o adulto”, daí o fato de a educação do futuro cidadão se desenvolver antes de tudo no jogo. (MAKARENKO, conferências, p. 47). Em Almeida (1998) fica, pois claro que os jogos e as brincadeiras na educação da criança tornam-se de fundamental importância para formação do futuro cidadão, cabendo aos professores assegurarem este instrumento de formação da personalidade. Para Kishimoto (2003, p. 37) ao afirmar que: Ao assumir a função lúdica e educativa, o brinquedo educativo merece algumas considerações: função lúdica: quando propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido voluntariamente e função educativa: o brinquedo ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo. Portanto, as atividades lúdicas podem trazer função educativa de acordo com a proposta para cada atividade. 20 2.1.2 O jogo e a prática educativa 2.1.2.1 A criança, a educação e o brinquedo. Considerando os pensamentos de Almeida, (1998, cap. II, p. 36-37), de acordo com a realidade de que a criança viva e a intenção do adulto, o brinquedo torna- se, hoje, um objeto de consumo numa sociedade que propõe qualquer objeto para ser consumido como brinquedo. Naturalmente, a criança ao brincar simboliza a relação do pensamento- ação, tornado- se possível o uso da fala e imaginação de cada criança. O próprio Almeida (1998, p. 39, cap. II) recorda que: Os brinquedos terão um sentido profundo se vierem representados pelo brincar. Por isso a criança não cansa de pedir aos adultos que brinquem com ela. Estes, quando brincam com a criança tem a vantagem de dispor de uma experiência mais vasta, mais rica, podendo ir mais longe com a imaginação, aumentando com isso seu coeficiente, não só de informações intelectivas, mas de nível de nível linguístico. Com relação à citação acima, quando o adulto brinca com a criança não somente estar motivando a criança, mas criando vinculo entre ambos. Com base na Lei 9394/96, art. 2°, “a educação é dever da família e do estado inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho”. Esta lei ressalta a responsabilidade de que os pais devem assumir perante os filhos. Sob proposta de que a educação infantil é a base definida como primeira etapa da educação básica, no Art. 21, I: “A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectual e social complementando a ação da família e da comunidade”. Vale ressaltar que a escola tem por dever acatar as crianças de faixa etária de três a seis anos de idade, sendo que precisa- se oferecer o seu pleno desenvolvimento, satisfação e felicidade. A família tem o papel de assegurar que a criança permaneça na instituição. O jogo desde a antiguidade Greco- romana era tido como recreação, como um relaxamento necessário ao esforço físico, intelectual. Durante longos anos, os jogos e 21 brincadeiras eram associados à recreação, não associando a construção de aprendizagem, vem daí a idéia de que o brincar é somente para distrair e não de aprender. Na Idade Média, os jogos de azar eram muito utilizados, surgindo assim à associação de que os jogos não eram sérios, sem motivo para ter credibilidade. A partir do Renascimento, os jogos e brincadeiras na educação infantil passaram a ser visto como uma maneira diferente, de associação do prazer com o cognitivo. O Renascimento foi considerado o período da compulsão lúdica. Neste período, a brincadeira livre favoreceu o desenvolvimento da inteligência, facilitando assim o estimulo à aprendizagem da criança. Para algumas pessoas desta época, as atividades lúdicas estão ligadas somente a passatempo, somente para distrair as crianças, porém para os sábios, os jogos e brincadeiras eram vistos como instrumentos facilitadores para desenvolver habilidades cognitivas na criança. No período do Renascimento, as atividades lúdicas referiam- se a consciência poética, considerando o jogo como uma forma de expressão, a criança é vista como um ser social que vive da imitação, brincando espontaneamente, manifestando assim a sua liberdade. Nesta época, o jogo teve um importante reconhecimento de mundo, justamente porque, a criança ao brincar ou jogar era considerada como um ser com conduta prazerosa e espontânea, conduzindo assim os jogos numa maneira prática. Segundo Kishimoto (1992, p. 30): Ao observar as brincadeiras infantis e a capacidade imitativa da criança, o século XVIII exige o conhecimento da criança como via de acesso à origem da humanidade. Supondo existir uma equivalência entre povos primitivos e a infância, poder- se- ia entender a infância como idade do imaginário, da poesia à semelhança dos povos de tempo da mitologia. Dai ter sentido a afirmação de que o jogo é uma conduta espontânea, livre, de expressão de tendências infantis que parte do principio de que o mundo, em sua infância, era composto de povos poetas. Kishimoto (1992, p. 32) fez uma análise sobre a teoria de Piaget e chegou à conclusão que: Na teoria piagetiana, a brincadeira não recebe uma conceituação especifica. Entendida como ação assimiladora, a brincadeira aparece como forma de expressão da conduta dotadas de características metafóricas como espontânea, prazerosa, semelhante às do romantismo e da Biologia. Ao colocar a brincadeira dentro do conteúdo da inteligência e não da estrutura cognitiva, Piaget distingue a construção de conhecimentos. A brincadeira, enquanto processo assimilativo participa do conteúdo da inteligência, à semelhança da aprendizagem. 22 Como podemos observar Piaget não discute o brincar em si, e sim a manifestação lúdica baseando- se em estágios por faixa etária. Para muitos educadores, os jogos lúdicos ainda são tidos como distração, sem valor nenhum. Na realidade, os jogos lúdicos estimulam a percepção psico- motora cognitiva da criança, elevando o prazer de aprender, principalmente quando se trata de crianças pequenas, os jogos e brincadeiras tornam- se essenciais para a educação infantil. O desenvolvimento da aprendizagem na criança se dar a parti da transição de uma formapara a outra do lúdico para aquisição do conhecimento, sendo que a imaginação é o ponto em ação da criança. Para Vygotsky (1994) a aprendizagem ocorre de acordo com: A imaginação é um processo psicológico novo para a criança, representa uma forma especificamente humana de atividade consciente que não está presente na consciência das crianças muito pequenas e está ausente nos animais. Ela surge primeira em forma de jogo, que é a imaginação em ação. (VYGOTSKY, 1994). Perante a citação, Vygotsky argumenta que a criança ao jogar, utiliza a imaginação como forma de ação, brincando possibilita os estímulos à comunicação e à inteligência simbólica. Referente à citação de Vygotsky (1994): “Como todas as funções da consciência, ela surge originalmente da ação. O velho adágio de que o brincar da criança é a imaginação em ação, ouve ser emitido: podemos dizer que a imaginação nos adolescentes e adultos é o brincar sem ação”. (VYGOTSKY, 1994). Com esta afirmação, naturalmente a criança utiliza a imaginação, já os adultos e adolescentes não fazem valer esta afirmação. Pois somente a criança idealiza os jogos como processo de assimilação com o meio em que vive. No adolescente e adulto a imaginação não tem valor simbólico. Ao pensarmos no lúdico na educação como forma de aquisição de conhecimento, requer a preocupação de situa-lo frente a certos objetivos definidos pelo professor. Acreditamos que a escola exerça influencia do processo de transformação da sociedade e o seu papel de contribuir para que a mesma aconteça, é fundamental conceber as crianças como seres sociais que necessitam estabelecer as relações com outros indivíduos para direcionar a integração no meio social de forma construtiva. 23 Os jogos e brincadeiras na educação infantil devem ser espontâneos, dando à criança a liberdade de criar seus próprios conceitos, regras necessárias brincando, refletir sobre os limites estabelecidos dentro da sociedade. De acordo com Piaget, as regras acontecem através do espontaneismo do jogo ou do individuo e se apresenta com mais flexibilidade quando a sua inviolação e imposição, ou seja, regras imposta e pré-estabelecidas pelo adulto, prejudicam o desenvolvimento do jogo e consequentemente o raciocínio na criança. Para Vygotsky (1984) “À medida que o faz de conta chega ao seu declínio, às regras tornam-se explícitas e a situação imaginária fica agora implícita”. Levando em consideração os jogos e brincadeiras podem atribuir à criança situações imaginárias antes que espontânea, pois a criança aprende a respeitar e participar dependendo do próprio esforço. Se a criança é vista como um ser que deve ser apenas disciplinada para aquisição do conhecimento, a escola tem por objetivo ser atingido e o aluno tem que estar apto a receber o conhecimento que é repassado pela escola, assim, o jogo e brincadeiras, as historias educativas são tidas como atividades sem sucesso. Por outro lado, o lúdico e tido como uma atividade que influencia a imaginação das crianças, fazendo com que esta viagem no mundo da fantasia refletindo sobre a personalidade, buscando construir seu próprio conhecimento a partir da imaginação. Os jogos e brincadeiras são atividades que não só dão prazer como também prepara o sujeito para viver em sociedade, impulsionando o indivíduo a buscar soluções para situações de conflitos do dia-dia. FRIEDMANN (2012, p. 47) cita que: O brincar espontâneo abre as possibilidades de observar e escutar as crianças nas linguagens expressivas mais autentica. Esse brincar incentiva a criatividade e constitui um dos meios essenciais de estimular o desenvolvimento infantil e as diversas aprendizagens. A criança ao brincar desenvolve habilidades físicas, sendo capaz de respeitar regras, desperta a vontade de socialização, ajuda no aprendizado e na criatividade. É na Educação Infantil, o “berço” das descobertas, a fase em que não podem faltar estímulos. Sendo assim, o lúdico é a peça essencial no processo ensino–aprendizagem. Vygotsky, (1998, p. 38) “o brinquedo estimula a representação, a expressão de imagens que evocam aspectos da realidade”. 24 2.1.3 O lúdico na educação infantil, histórico sobre a educação no Brasil. 2.1.3.1 O processo de ensino na Educação Infantil, e suas especificidades. No Brasil, a educação infantil se depara com um problema crucial, o resgate do conhecimento. De acordo com a LDB 9394/96 assegura que cada instituição de ensino deverá ter um plano pedagógico elaborado pela instituição com participação dos educadores e que os educandos deverão ter sempre que possível acesso as temáticas da instituição. Baseando- se na LDB 9394/96 com referencia à Educação Infantil, o artigo 29 deixa claro que: “A Educação Infantil primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança ate seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (SOUZA. 2000 p. 53). Perante a citação o artigo deixa claro que é dever da família manter a criança na escola e que família e comunidade escolar tem a finalidade de exercer o papel fundamental na criança, formar cidadão critico e reflexivos para viver em sociedade. No art. 31 afirma que “na educação infantil a avaliação far- se- á mediante acompanhamento e registro de seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”. No art. 31 nos mostra que a criança na educação infantil não deverá ser avaliada por notas e sim com parecer do desenvolvimento infantil. As recentes conquistas ocorridas no Brasil no campo da educação infantil ganhou prioridade a partir de debates com educadores que pesquisaram a importância da fase da criança dos três aos seis anos de idade, fase esta que a crianças está com o cérebro em desenvolvimento constante. Rebuscando as brincadeiras, BRASIL (1998, p. 27) nos remete que: A brincadeira favorece a autoestima das crianças, auxiliando-as a superar progressivamente suas aquisições de forma criativa. Brincar contribui assim, para a interiorização de determinados modelos de adultos, no âmbito de grupos sociais diversos. Essas significações atribuídas ao brincar transformam- no em um espaço singular de constituição infantil. Portanto, a brincadeira é de fundamental importância para a criança, por ser uma forma de ação livre e espontânea, prazerosa de estabelecer a criatividade na criança. De acordo com BRASIL (2012): “Na educação infantil, é fundamental a integração dos tempos de cuidar, educar e brincar. O planejamento coletivo [...] facilita a integração entre cuidar/educar e brincar em todos os tempos da permanência da criança na creche”. (BRASIL, 2012, p. 38). 25 Conforme a citação, na educação infantil a criança tem o direito de ser tratada com cuidado, educada e brincar conforme sua faixa etária, o planejamento coletivo facilita a integração da criança juntamente com o corpo docente, tendo em vista que cabe ao professor aderir este comprometimento de educar/ cuidar e fazer valer a questão da que brincar educa a criança com prazer. BRASIL (2012) demonstra que “adotar o brincar como eixo de proposta curricular significa compreender que é a criança que deve iniciar a experiência”. (BRASIL, 2012, p. 55). Froebel (1782- 1852) discípulo de Pestalozzi estabelece que a pedagogia deva considerar a criança como atividade criadora e despertar, mediante estímulos suas faculdades próprias para a criação produtiva. Com Froebel se fortalece os métodos lúdicos na educação. Segundo Froebel “a educação mais eficiente é aquela que proporciona atividade, auto expressão e participação às crianças”. (ALMEIDA, 1998, p. 23, cap. I). Ou seja, a criança torna- se o alvo principal da sala de aula, sendo que a criança é um ser criativo, basta o professor assumir esta estratégia de liberar espaçosà criança. A situação atual da educação infantil no Brasil, de acordo com a autora Ângela Maria Rabelo Ferreira Barreto coordenadora geral da educação infantil do MEC, a educação infantil existe a mais de 100 anos, mas ainda é recente no Brasil, com base na carta Magna promulgada na constituição de 1988, regulamenta o direito à educação infantil incluindo no inciso IV do artigo 208 o qual explicita que “o dever do Estado com a Educação será efetivado [...] mediante garantia de atendimento em creche e pré-escolas às crianças de zero a seis anos”. Este direito estar reafirmado no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) no art.53. Barreto (1998) afirma que a LDB 9394/96 sanciona a educação infantil como primeira etapa da educação básica, tendo como finalidade o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade ficam, pois claro que a educação infantil é a base para todas as etapas da educação, se uma criança for bem alfabetizada na educação infantil terá êxito durante todo percurso de ensino, enfim, torna- se um cidadão crítico e reflexivo para todo o processo de ensino. A constituição federal de 1988 foi um marco decisivo na afirmação dos direitos da criança no Brasil, em 1990 foi criada a ECA (estatuto da criança e adolescente) a lei 8.069/90, art. 227 que insere as crianças no mundo dos direitos humanos, garantindo-lhe os direitos, 26 assegurados em lei especial, contribuindo assim, um tratamento especial às crianças, um novo olhar perante a criança. Nos anos de 1994 a1998 a Coordenação Geral de Educação Infantil (Coedi), do MEC, foram publicados documentos escritos de forma clara, tendo como leitores professores de creches e pré-escolas, após uma análise atual da situação da educação para crianças de três a seis anos de idade, na década de 1990 a comissão nacional de educação infantil (CNEI) publica as diretrizes na portaria 1.264/93 para prestar apoio ao MEC com relação `educação infantil. Hoje, pelo ordenamento legal no Brasil, a criança é considerada cidadã e tem na educação infantil o direito de ser criança, sendo que são asseguradas a desenvolver um cuidar/ educar de acordo com o projeto político pedagógico. 2.2 Autores Com referências importantes em autores renomados, tivemos como base para aprimorar nosso conhecimento os teóricos que nos auxiliaram durante todo o processo de pesquisa que são eles: Aline Sommerhalder, Adriana Friedmann, Paulo Nunes de Almeida e outros que remetem nosso tema com ênfase no lúdico. 2.2.1 Aline Sommerhalder (2011) “a idealizadora de que a brincadeira conduz à experiência cultural”. Aline Sommerhalder é docente do departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas da UFSCar e coordenadora do Núcleo de Pesquisas “Educação Infantil, Formação e Praticas Pedagógicas,” –NUPEI (CNPq), licenciada em Pedagogia (Unesp- Rio Claro), é doutora em Educação Escolar pela Faculdade de Ciências e Letras, Unesp, Araraquara. Desenvolveu estudos e pesquisas na área de educação da infância, dando ênfase na educação infantil voltada para os jogos e brincadeiras na educação. No seu livro “Jogo e a Educação da Infância: muito prazer em aprender”, editora CPV, ano 2011, a autora remete toda sua infância, retomando o pensamento de que a criança já nasce com essa essência natural de brincar, Sommerhalder (2011) aponta sua experiência vivida numa viagem à cidade de Praga, Republica Tcheca, à visita a uma exposição de brinquedos, dentre esta observação à variedade de 27 brinquedos percebeu que o resgate da cultura lúdica torna- se fundamental para a criança e o adulto que convive com as mesmas. No capítulo I, Sommerhalder (2011) aponta que: “os jogos, as brincadeiras, os brinquedos, enfim, as atividades lúdicas acompanham o desenvolvimento da civilização desde os primórdios”. “Neste caso, Huizinga (1980) argumenta que o jogo puro e simples é o principio vital de toda civilização, é uma função da vida,”, ou seja, o lúdico é uma atividade vital, o ser humano já nasce com habilidades para as brincadeiras e os jogos. (SOMMERHALDER, 2011, p.11). É nesta perspectiva que a autora aborda que o jogo é a produção da cultura, pois representa símbolos, signos, valores, hábitos e costumes, comportamentos fazendo assim, que o cidadão traga consigo sua identidade pessoal e coletiva, portanto, o jogo tem um valor proporcional inestimável para a aprendizagem e desenvolvimento da criança. Das características apontadas por Huizinga, duas são fundamentais: a liberdade e a espontaneidade e o espaço imaginário que confere a consciência de ser diferente da vida cotidiana, entretanto, Huizinga fundamenta como principais destaques a liberdade da criança de criar dando- lhes o direito de ter um espaço apropriado para desenvolver as habilidades cognitivas. Huizinga destaca a importância das brincadeiras a partir do momento em que: “brincar é fundamental para a criança na medida em que possibilita que ela se desenvolva, ou melhor, que se constitua como humano.” (SOMMERHALDER, 2011, p. 21). De certa forma, os jogos e brincadeira contribuem na aquisição do conhecimento, pois, como destaca bem na frase de Huizinga é a melhor forma de desenvolver- se como ser humano. Winnicott (1997, p. 163, apud SOMMERHALDER, 2011 p. 27-28), pontua que: O brincar é uma parcela importante da vida da criança, por meio da qual esta adquire experiência [...] A brincadeira é a prova evidente e constante da capacidade criadora, que quer dizer vivencia, de modo que os adultos contribuem, nesse ponto, pelo reconhecimento do grande lugar que cabe à brincadeira e pelo ensino de brincadeiras tradicionais, mas sem obstruir nem adulterar a iniciativa da criança. Para este autor, o jogo tem o papel de unificação e integração geral da personalidade da criança, justamente por que o lúdico habilita a criança a experimentar e encontrar sua intima realidade psíquica no sentido de formar a personalidade, sendo que forma a identidade na criança. 28 Em outras palavras, a identidade lúdica mobiliza o desejo de aprender, utilizando- se da curiosidade, criatividade, que são elementos empregados na construção do conhecimento. No segundo capitulo: “A criança, o jogo e a prática educativa: encontros e desencontros.” Froebel não só construiu a teoria lúdica para criança, mas colocou em pratica, colocando o brincar como parte central do sistema de ensino, também aponta que o brincar é o momento mais importante para a criança, por ser auto ativa representação do interno, representando as necessidades dos impulsos interno na criança. Segundo Kishimoto, (1993), ”cabe aos jardins de infâncias recuperarem o valor do jogo para a educação infantil em contraposição a uma educação tradicional e rígida em que era castrada a possibilidade da criança brincar.” Deste ponto de vista, cabe às escolas infantis rebuscarem este direito da criança, o de aprender brincando, pois ainda hoje, na atualidade, muitas escolas infantis ainda trabalham com propostas tradicionais. (KISHIMOTO, 1993 apud SOMMERHALDER, 2011, p. 45). Um ponto importante citado por Sommerhalder (2011, p. 55) é que “é essencial que o professor esteja disponível a acolher as produções lúdicas da criança e reconhecer nelas sua intima ligação com o aprender”. Cabe ressaltar que é preciso que o professor esteja atento aos interesses das crianças, pois ao colocar jogos didáticos de acordo com a faixa etária da criança torna a aula mais atrativa, rica e significativa em termo de aprendizagem. Além de possibilitar a criatividade e o interesse, o lúdico maximiza a construção de conhecimento, ao introduzir o prazer e instigando a capacidade de ação ativa da criança. Sommerhalder (2011) aponta que: “O brincar da criança não é apenas um ato espontâneo de um determinado momento. Cada criança frente ao jogo apresenta sua própria especificidade, pois brincar carrega as experiências, as vivencias,enfim, a história de cada criança.” (SOMMERHALDER, 2011, p. 63). É preciso que cada instituição disponibilize um espaço físico, ou seja, a brinquedoteca, que é um local importante para o resgate da cultura lúdica infantil, sendo que este seja organizado e preparado para brincar, oferecendo as condições e segurança para as crianças. 29 2.2.2 Adriana Friedmann (2012), “a idealizadora de que o brincar infantil é o centro para uma educação sólida”. Adriana Friedmann é doutora em Antropologia pela PUC- SP, Mestre em Educação pela Unicamp, Especialista nas temáticas da infância e do brincar, coordenadora de cursos de especialização em programas para infância, adolescência e juventude e educação lúdica, coordenadora do Núcleo de estudos e pesquisas em Simbolismo, Infância e Desenvolvimento (NEPSID), Fundadores da Aliança pela Infância. De acordo com a autora, quando afirma que o brincar é um direito da criança, que a centralidade estar no brinquedo e brincar, jogo e brincadeira, a criança passa a ser o centro da pesquisa. Partindo da proposta, Friedmann (2012, p. 13) reafirma que: O resgate e a praticado brincar estão, hoje, entre as prioridades e objetivos das instituições de Educação Infantil, creches, centros culturais, clubes, ONGs, espaços lúdicos e brinquedotecas. Estudos, teses, pesquisas, seminários, praticas e cursos produzidos nas ultimas três décadas são uma evidencia da importância que a área adquiriu e do reconhecimento que esses patrimônios lúdicos têm ganhado de Norte Sul do Brasil. A esse respeito Friedmann (2012) deixa bem claro que na atualidade as instituições devem aderir o lúdico como proposta curricular, além disso, o lúdico tem como propósito instrumentalizar os educadores que acompanham o dia a dia da criança, tanto que este direito estar bem claro na LDB e Referencial Curricular para Educação Infantil e outros documentos, Para Friedmann (2012, p. 23): As crianças já nascem inseridas em uma determinada cultura na qual vão desenvolver competências pessoais e adquirir conhecimentos prévios e historicamente definidores de um ou outro grupo social, [...] Assim, os grupos infantis participam dessa recriação com criatividade, com a ressignificação das brincadeiras e atividades, novo vocabulário, novos conteúdos, novas regras, novos espaços e objetos possíveis contribuindo para a contra corrente desde o berço. Do ponto de vista da autora, a criança já nasce inserida numa cultura, sendo que esta adquire conhecimento a partir da participação de atividades que envolva o seu cotidiano, utilizando a criatividade através da participação e interação com o meio em que convive, é claro que ao brincar ela tem persuasão de desenvolver habilidades. 30 Numa perspectiva sociointeracionista sobre o brincar citados por Piaget e Vygotsky e seus seguidores, defendem a relação entre indivíduos e o meio. De um lado Piaget defende que a criança apreende com o mundo, apropriando- se dos conhecimentos e interagem com objetos e indivíduos. Para Vygotsky a educação não se resume à aquisição de um conjunto de informações, ela é uma fonte de desenvolvimento da criança, partindo de uma análise do social para compreender os indivíduos e o desenvolvimento do conhecimento. Com relação ao jogo na sala de aula, Vygotsky afirma que “O brincar da criança é a imaginação em ação” Vygotsky “acredita ser o jogo crucial para o desenvolvimento cognitivo, pois o processo de criar situações imaginárias leva ao desenvolvimento do pensamento abstrato. Isso acontece porque novos relacionamentos são criados no jogo entre significados e objetos e ações”. (FRIEDMANN, 2012, p. 36). Kamii e Dravies, citadas por Friedmann (2012, p. 38), afirmam que “nos jogos ou brincadeiras as crianças são mais ativas mentalmente do que em exercícios intelectual [...] são uma atividade importantíssima e merecem ser levados para sala de aula para tornar a educação mais compatível com o desenvolvimento das crianças”. (FRIEDMANN, 2012, p. 38). Como podemos notar, na citação, Kamii e Dravies destacam a importância dos jogos e brincadeiras na sala de aula, pois só assim, para a criança a aula torna- se prazerosa. Através desta justificativa, acredita- se que de certa forma o lúdico tem grande influencia na vida da criança, fazendo com que esta sinta prazer em ir à escola. Na realidade, os jogos e brincadeiras fazem com que a aula fique mais atrativa (figura 7), fazendo com que as crianças se interajam uns com os outros. Com relação às brincadeiras, elas constituem a linguagem infantil, considerando a linguagem através dos signos, tendo como maior desafio a tradução desta linguagem na criança. “O jogo implica para a criança muito mais do que o simples fato de brincar. Através do jogo ela está se comunicando com o mundo e também está se expressando. Para o adulto, o jogo constitui um espelho, uma fonte de dados para compreender melhor como se dá o desenvolvimento infantil. Daí sua importância”. (FRIEDMANN, 1996, p. 14) Partindo da ideia de que o brincar é importante, o jogo e a brincadeira são os meios de se fazer esta proposta uma realidade, naturalmente, através do jogo a criança fornece informações, 31 fornecendo- lhe estimulação para o desenvolvimento integral, sendo que, estes sejam trabalhados de acordo com os conteúdos curriculares. Conforme Friedmann (1996) “A imaginação e a fantasia são extremamente férteis, ela pode chegar a criações incríveis de objetos de brincar”. Na percepção de Piaget, “a criança joga, não para aprender a lavar- se ou, a dormir, mas para utilizar com liberdade suas habilidades individuais, reproduzir suas ações para mostrá-las a si próprias e aos outros”. 2.2.3 Paulo Nunes de Almeida (1998), o idealizador que “educar ludicamente está presente em todos os segmentos da vida”. Certamente acredita-se que a educação não está somente nas fases de ensino fundamental e infantil e sim em todos os mementos da vida. ALMEIDA (1998, p. 14) retrato que: Educar ludicamente tem um significado profundo em todos os segmentos da vida [...] eles educam-se ludicamente, pois combinam e integra a mobilização das relações funcionais ao prazer de interiorizar o conhecimento a expressão de felicidade que se manifesta na interação com os semelhantes. A esse respeito ALMEIDA (1998) ressalta que ao educar ludicamente desperta o prazer na criança mobilizando as relações de integração e interiorização do conhecimento, fica pois claro que, o lúdico auxilia no desenvolvimento da aprendizagem tanto da criança quanto do adulto. Provavelmente, o brincar desperta curiosidade, e a partir desta, confirma-se o interesse pela busca de aprender, criar e sentir prazer. Através da contribuição que os jogos e brincadeiras fazem para o ser humano adquirir conhecimento, acredita-se que o “brincar” contribui concretamente para qualificação da formação crítica dos alunos garantindo a satisfação de ir à escola. FROEBEL (1782 – 1852), discípulo de Pestalozzi, estabelece que “a pedagogia deve considerar a criança como atividade criadora e despertar mediante estímulos, suas faculdades próprias para a criação produtiva”. Na verdade com Froebel se fortalecem as meta dos lúdicos na educação. “O grande educador faz do jogo uma arte, um admirável instrumento para promover a educação para as crianças”. (FROEBEL, 1782-1852, apud ALMEIDA, 1998, p.23). 32 Perante a citação percebe-se a importância de Froebel para a educação infantil, pois a partir da concepção de Froebel, que foi o criador da educação lúdica, sendo que acreditava que o lúdico é uma arte para garantir o sucesso na aprendizagem das crianças (Piaget, psicologia e pedagogia p.158). Para Piaget. “Os métodos de educação das crianças exigem que se forneçam as crianças um material convincente, á fim de que segundo elas chegam a assimilar as realidades intelectuais que sem issopermanecem a inteligência infantil” (Piaget, p158 apud, ALMEIDA, 1998, p 25). Neste sentido Piaget destaca que é preciso que a escola tenha materiais apropriados para a criança assimilar a realidade, neste propósito cabe ao professor (figura 11) organizar um espaço em sala de aula para que as crianças possam acercar com facilidade os jogos e brincadeiras. FREIRE (1977, p. 9) afirma que “o ato de buscar, de apropriar-se dos conhecimentos de problematiza, de estudar é realmente um trabalho penoso, difícil que exige disciplina intelectual e que se ganha somente praticando” (FREIRE, 1977, apud ALMEIDA, 1998, p. 31) De acordo com a proposta freiriana a ação educativa na criança está presente no fato de promover o prazer, a alegria real e a disposição para lidar com as atividades. Tais observações nos remetem a refletir sobre o lúdico, destacando as propostas de MAKARENKO (conferencias, p 14) que “o jogo é tão importante na vida da criança como é o trabalho para o adulto”. Dai surge à ideia que as crianças adquirem conhecimentos através do lúdico, pois ao brincar está manifestando necessariamente todo sentimento de satisfação. Além disso, a criança apropria-se do seu “eu” que naturalmente é manifestado, o brincar no cotidiano. ALMEIDA (1998) acredita que para a criança “quanto mais atraente ou satisfatório for o brinquedo, mais distante estará do seu valor como instrumento de “brincar”, quanto mais aperfeiçoado, a semelhança do real, tanto mais se desviam da brincadeira viva”. (ALMEIDA, 1998, p. 3). O jardim II, pré-escola é a fase intuitiva que a criança transforma o real em simbolismo, passando um sentido funcional e útil aos jogos e brincadeiras. Segundo Piaget, a fase intuitiva “é uma construção continua, comparável a de um grande edifício que se torna mais sólido a cada novo conhecimento”, ou seja, a partir do momento em que a criança brinca ela cria, inventa, fazendo com que a mesma construa seu próprio conhecimento. Tais observações nos levam a refletir sobre as turmas escolhidas para manter nossa proposta de pesquisa acadêmica, pois, na realidade o pré-II é a fase em que a mente da criança 33 está aberta ás novidades, o próprio (PIAGET), afirma quem a criança nesta fase aprende com facilidade ao ser estimulador “jogando ou brincando” a criança consegue assimilar a realidade, dando aspectos básicos ao domínio da leitura e escrita. O próprio ALMEIDA (1998, p. 57) recorda ainda que: A educação lúdica, além de contribuir e influenciar na formação da criança e do adolescente, possibilitando um crescimento sadio, um enriquecimento permanente, integra-se ao mais alto espirito de uma pratica democrática enquanto investe em uma produção seria do conhecimento. Sua pratica exige participação franca, criativa, livre, critica, promovendo a interação social e tendo em vista o forte compromisso de transformação e modificação do meio. Diante destas afirmações fica, pois claro que a educação lúdica é de grande importância para aquisição do conhecimento em todas as fases da vida, resumindo, promovendo a socialização entre professor e alunos. O principal objetivo de trabalho lúdico na educação infantil é a promoção da interação social entre alunos fazendo com que as crianças consigam viver em grupo, respeitando regras, sentindo prazer em ir para a escola. 34 3 METODOLOGIA 3.1 Local A metodologia foi realizada de punho bibliográfico e de campo na E.M.E.F. e Infantil Seninha (figura 1), situada na Rua João Moura da Costa, bairro Coutilândia, munícipio de Capitão Poço/Pará. Figura 1 - E.M.E.F. e Infantil Seninha Fonte: Elaborada pelas autoras. A escola é de grande porte contendo uma cozinha, uma área de lazer incluindo um parquinho, uma secretaria, um refeitório, 07 salas de aula, 01 sala de informática, 04 banheiros. Com relação a equipamentos, a escola possui freezer, fogão, estantes, mesas, carteiras, computadores, televisor, aparelho de DVD, caixa amplificada, copiadora, projetor de imagens, etc. Na escola há projetos sociais como: PETI, MAIS EDUCAÇÃO, MAIS CULTURA, também trabalha com o projeto PACTO NA IDADE CERTA, para que os alunos do 1º ao 3º ano do ensino fundamental aprendam a ler e escrever na idade certa. A escola tem o conselho escolar, trabalha com PPP (projeto político pedagógico) envolvendo o tema: Inclusão social. As turmas estão divididas de acordo com as faixas etárias, creche, pré-I, Pré-II, 1º ano, 2º ano, 3º ano do ensino fundamental subdivididos nos turnos: 35 Matutino, Intermediário e Vespertino, contendo o total de 505 alunos regularmente matriculados na instituição (pesquisa feita em 2014). O quadro de funcionários é composto por 01 diretora, 01 coordenadora pedagógica, 02 secretárias, 03 vigilantes, 35 professores, 02 professores de informática e 06 serventes. Os professores da escola são graduados no curso de Pedagogia, ou ainda estão graduando o curso de Pedagogia, a diretora possui graduação no curso de Pedagogia, a coordenadora pedagógica é pós- graduada em Psicopedagogia e Educação Inclusiva. 3.2 Tipo de pesquisa De acordo com a proposta da pesquisa realizada na escola, foi utilizada pesquisa bibliográfica e de campo com análise qualitativa, pesquisa nos livros teóricos referentes ao tema, entrevista com professores e observação com os alunos da faixa etária de 05 anos. Primeiramente foi feito uma análise dos teóricos, rebuscando citações que se relacionam com a temática, buscando destacar os teóricos renomados, utilizando livros, pesquisa de internet. No segundo momento formos à escola, entregamos documentos pedindo autorização para entrevistar os professores do turno matutino e vespertino. Percebe-se que os professores são todos formados em graduação, atuando há bastante tempo, no qual as duas professoras do turno matutino já possuem 10 anos de carreira. Já as demais do turno vespertino possuem graduação em Pedagogia e atuam a 15 anos como docentes. Com relação à importância dos jogos e brincadeiras, os professores responderam que os jogos e brincadeiras contribuem para a aquisição da leitura, facilitando o aprendizado da criança por ser livre e prazeroso. Professores da turma A: “Sempre que possível utilizamos os jogos e brincadeiras na sala de aula por ser uma maneira de repassar conhecimento de forma prazerosa as crianças.” Professores da turma B: “Semanalmente buscamos aplicar as atividades lúdicas, pois as crianças demonstram muito interesse por ser o dia a dia delas”. 36 Com relação ao lúdico na sala de aula, responderam que sempre que possível utilizam em sala de aula (Figura 2), como estratégia de verificar se as crianças estão atentas à leitura assim usa o lúdico como forma de avaliar se os alunos estão realmente aprendendo o que lhes foi repassado. Analisando a questão do interesse das crianças, os professores relataram que as crianças ficam mais interessadas quando a aula envolve o lúdico, no qual geralmente todas as crianças participam, pois elas se situam com seu cotidiano infantil. É uma maneira de situar-se no dia-a- dia da criança. Os métodos que os professores utilizam geralmente em sala de aula para auxiliar na aprendizagem são: leitura e o lúdico. Figura 2 - Árvore do conhecimento Fonte: Autoria própria na escola pesquisada 3.3 Resultados Os jogos e brincadeiras na sala de aula são de grande relevância porque desenvolve na criança o entusiasmo de querer interagir, assim torna-se fácil a aquisição da leitura, pois a partir do momento em que a criança brinca ela sente prazer em participar das atividades propostas em sala de aula. 37 De acordo com ALMEIDA (1998, p. 13): A educação lúdica está distante da concepção ingênua de passatempo [...]”. “Ela é uma ação inerente na criança, no adolescente e no adulto e aparece semprecomo forma transacional em direção a algum conhecimento que se redefine na elaboração constante do pensamento individual em permutações com o pensamento coletivo. Refletindo sobre a citação, Almeida deixa bem claro que a educação lúdica não é um simples passatempo e sim uma forma de transição do conhecimento, (figura 3) através do lúdico o professor que se relaciona bem com seus alunos, combinam-se e integram a mobilização relacionada ao prazer, assim ocorre à integração entre felicidade e a interiorização do conhecimento, ou seja, é uma proposta de contribuição na educação do ensino infantil. Figura 3 - Zé bocão de sucata (caixa de papelão) Fonte: Autoria própria, na escola pesquisada Ao observarmos o comportamento das crianças do Pré-II da Escola Seninha, analisamos que quando as aulas envolviam o lúdico (figura 4), os alunos manifestavam interesse positivo, pois elas estão interagindo-se com seu cotidiano infantil que envolve o “brincar” como característica constante da criança. 38 Figura 4 - Brinquedos de sucata (caixa de papelão e copo de yogute) Fonte: Autoria própria, na escola pesquisada. A turma do Pré-II do turno matutino nos repassou a ideia de que são mais ativos, pois vem com a mente tranquila à escola, pensando somente em brincar, já os do turno vespertino, tivemos a impressão que não tinham muito interesse, pois não participavam das atividades, ficavam arredios, mas como toda criança gosta de brincar, quando a aula envolvia o lúdico a maioria das crianças participavam, e também observamos que algumas crianças só vão para se alimentar com interesse somente no lanche ou mesmo bagunçar. Há também aquelas que possuem facilidade de aquisição da leitura e outras com dificuldade no manuseio dos jogos lúdicos, enfim, chegamos à conclusão que depende muito do professor a estratégia de como interagir com as crianças e com o mundo da leitura através do lúdico. 3.4 Os sujeitos A pesquisa foi realizada nas turmas de Pré-II, nos turnos matutino e vespertino, com crianças na faixa etária de 05 anos de idade, sendo que foram duas turmas “A e B”. A turma “A” obtinha 25 alunos heterogêneos, do qual era formada por 18 meninas e 07 meninos. Conforme observação feita, notamos que quando a aula envolvia jogos e brincadeiras, as crianças interagiam melhor, as professoras conseguiam controlar a turma. 39 Portanto, tal propõe Kishimoto (2003, p. 37/38): A utilização dos jogos potencializa a exploração e construção do conhecimento, por contar com a motivação interna típica do lúdico, mas o trabalho pedagógico requer a oferta de estimulo externo e a influencia de parceiros, bem como a sistematização de conceitos em outras situações que não são jogos. Neste sentido, cabe aos professores serem mediadores das relações, selecionando os recursos didáticos em função de cada objetivo. Os docentes (figura 6) mostraram-se entusiasmados ao domínio no jogo, no qual as crianças participaram com interesse. O uso dos jogos lúdicos em sala de aula facilita na aprendizagem garantindo a todos a oportunidade para ludicamente atuarem como próprios sujeitos da linguagem por meio da leitura e exploração de textos e palavras nos jogos de alfabetização. Vale ressaltar que é fundamental que os professores saibam o que os alunos estão aprendendo quando jogam ou brincam (Figura 5), desenvolvendo assim, para que os aprendizes apropriem-se dos conhecimentos propostos nos jogos lúdicos. Figura 5 - Crianças brincando com jogos didáticos Fonte: Autoria própria, na escola pesquisada. Enfatizamos que no turno vespertino a turma “B” contém 22 alunos, e são mais hiperativas, porém quando a aula envolve o lúdico, as crianças ficam mais participativas. Com relação à Friedmann (1996,), a mesma enfatiza que: 40 É fundamental tomar consciência de que atitude lúdica infantil fornece informações elementares a respeito da criança: suas emoções, a forma como interage com os colegas, seu desempenho físico-motor, seu estagio de desenvolvimento, seu nível linguístico, e sua formação moral. Do ponto de vista da autora, a atividade lúdica é de primordial importância em sala de aula, pois, a criança manifesta várias sensações de estimulo, FRIDMANN (1996) cita ainda que: “O jogo implica para a criança muito mais do que um simples ato de brincar. Através do jogo ela está se comunicando com o mundo e também está se expressando”. Na sala de aula é possível planejar os espaços para atividades lúdicas, desenvolvendo assim habilidades, emoções predominantes em cada criança. Com relação ao brincar, Friedmann (1996, p.17) cita que: Pensar na atividade lúdica enquanto meio educacional significa pensar menos no jogo pelo jogo como instrumento de trabalho, como meio para atingir objetivos preestabelecidos. Através do jogo a criança fornece informações e o jogo pode ser útil para o estimulo, desenvolvimento integral da criança e trabalhar com conteúdo curricular. É preciso que os professores reflitam sobre o brincar como forma de aquisição do conhecimento fazendo com que as crianças brinquem com a intenção de adquirir conhecimentos e não deixar que brinquem somente pelo ato de divertir-se, sem nenhum valor pedagógico. Para tanto, pode ser feito um espaço na sala de aula para que as crianças possam ter livremente o acesso aos jogos lúdicos. 41 4 RESULTADO E DISCUSSÕES Tais observações nos levaram a repensar na proposta do lúdico na sala de aula, de acordo com as respostas dos professores das turmas “A” e “B” da Escola seninha. Chegamos à conclusão de que a aula se torna mais prazerosa quando envolve o lúdico (Figura 6), pois, já é uma ação natural da criança “o brincar”. Figura 6 - Criança aprendendo sinal de transito ludicamente Fonte: Autoria própria na escola pesquisada Os professores ressaltaram que sempre que possível utilizam o lúdico como forma de integração e proposta para alcançar o resultado nas atividades, facilmente se resume que, os mesmo já utilizam a proposta da ludicidade em sala de aula. Alguns casos são a priori, evidentes que, ainda na atualidade ha professores que utilizam método tradicional, impedindo os alunos de criarem seus próprios conhecimentos 42 Não é o caso dos professores analisados; estes se preocupam com a integração dos alunos ao lúdico, ou seja, a Escola Seninha já é um local apropriado à criança, pois conta com uma brinquedoteca e um parquinho livre (figura 7), para que os mesmos tenham acesso livre. Cabendo somente aos professores realizar as tarefas juntamente com as crianças. Figura 7 - Parquinho da escola Fonte: Autoria própria na escola pesquisada O próprio Almeida (1998, p. 73) já citado recorda que: Cada professor estabelecer uma sequencia lógica do conhecimento a ser interiorizado, fazer da linguagem oral um instrumento poderoso de comunicação, principalmente no que se refere à compreensão e interpretação de mensagens orais e possibilitar às crianças todas as condições para dominar o processo de leitura e escrita. Refletindo sobre a colocação do autor, o professor é responsável pela formação da criança, nesse sentido é que entra a ideia da ludicidade na aquisição da leitura da educação infantil, por ser uma fase em que a criança estar desenvolvendo e aprimorando seu interior e para acompanha-las, é preciso que o professor seja animador (figura 8), guia, desafiando e estimulando as crianças, tenho domínio metaforicamente de que o lúdico pode ser usado como comunicação entre ambos. 43 Figura 8 - Professora animando a festa das crianças Fonte: Autoria própria na escola pesquisada Figura 9 - Professora organizando tapete alfabético Fonte: Autoria própria, na escola pesquisada. 44 Embora se tratando de alunos do pré