Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Coordenação de Ensino Instituto IPB AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 3 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 Sumário PRESSUPOSTOS PISTEMOLÓGICOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM ................. 4 O CAMPO DA AVALIAÇÃO: HISTÓRICO E CONCEITO ..................................................... 5 Avaliação: um pouco de história....................................................................................... 8 DISCUTINDO CONCEITOS DE AVALIAÇÃO .......................................................................12 Avaliar e examinar ...........................................................................................................15 Avaliação e nota ..............................................................................................................15 ABORDAGENS DE ENSINO E DA AVALIAÇÃO ................................................................16 Abordagem tradicional ....................................................................................................17 Abordagem escolanovista ...............................................................................................18 Abordagem tecnicista ......................................................................................................18 Abordagem interacionista ................................................................................................19 O ATO DE AVALIAR É UM COMPROMISSO POLÍTICO .....................................................23 A AVALIAÇÃO NO PLANEJAMENTO DOCENTE: CENTRO DE ENSINO E DIAGNÓSTICO DA APRENDIZAGEM ...................................................................................24 TIPOS DE AVALIAÇÃO .......................................................................................................26 A avaliação da aprendizagem .........................................................................................26 Avaliação do sistema.......................................................................................................27 INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM .................................................29 Tipos de instrumentos e critérios de avaliação ...............................................................30 AVALIAÇÃO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR ................................................................35 AVALIAÇÃO NA EDUCAÇÃO PRESENCIAL E NA EAD ....................................................37 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................39 http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 4 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 PRESSUPOSTOS PISTEMOLÓGICOS DA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM A finalidade de qualquer ação educativa deve ser a produção de conhecimentos que aumenta a consciência e a capacidade de iniciativa transformadora dos grupos. Paulo Freire, 1982. Nunca se falou tanto de avaliação como atualmente. De fato, este tem sido um discurso emergente na área de educação escolar e na formação de professores e constitui uma das vertentes abordadas nos estudos realizados durante o período de experimentação da reforma educativa. Pensa-se a educação não mais como uma ação isolada, mas inserida nas pautas sociais, políticas, econômicas e culturais, ou seja, passa-se da ideia de um sujeito isolado para a ideia de um sujeito social que constrói e reconstrói seu processo de aprendizagem durante seu percurso de vida. Assim, a avaliação da aprendizagem deixa de ter seu foco no desempenho individual, onde o sujeito sozinho é responsável pela sua aprendizagem, e passa a ter seu foco na construção coletiva da aprendizagem desse sujeito. Sabemos que este debate não está suficientemente amadurecido no discurso e nas práticas profissionais, quer na compreensão de conceitos básicos, nas modalidades e funções da avaliação, quer nos aspectos da sua aplicação concreta nas situações de ensino e aprendizagem. Por isso este curso de Pedagogia destaca em seu currículo o estudo da avaliação da aprendizagem. Esperamos que, na condição de futuro pedagogo(a), você entenda e reflita que o processo avaliativo exige uma tomada de consciência que contribuirá na construção de uma ação docente comprometida com a sua aprendizagem e, por extensão, a do aluno. Procuramos organizar este texto levando em consideração alguns conceitos básicos e analisaremos algumas situações que envolvem o uso da avaliação. Para começar, reconhecemos que um dos aspectos mais complexos e polêmicos em educação é a avaliação da aprendizagem. Sua complexidade decorre do fato de que esta não pode ser vista descontextualizada da prática social e pedagógica dos sujeitos envolvidos no processo educativo. Não podemos retirá-la de determinado http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 5 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 contexto e debatermos de forma isolada sobre ela. Faz-se necessário refletirmos: o que é avaliação? Como deve ser realizada? Quando deve ser aplicada? Para que e por quem deve ser realizada? O CAMPO DA AVALIAÇÃO: HISTÓRICO E CONCEITO Os conceitos atribuídos à avaliação correspondem às etapas históricas da educação. Para estudarmos sobre o histórico da avaliação e seus conceitos, recorremos a algumas leituras teóricas sobre o processo de avaliação da aprendizagem que está ligado a pressupostos da produção do conhecimento a partir das décadas de 1980 e 1990. Neste período, o ato de avaliar passa por um grande debate no cenário da educação escolar, e é entendido como um processo que deve apontar para a reconstrução permanente dos conteúdos apreendidos; paradoxal à concepção de que a prática avaliativa é o instrumento de visibilidade per si de erros relativos aos conteúdos apreendidos (LUCKESI, 1997). Ensinar e aprender: fundamentos da avaliação da aprendizagem. Para estudarmos o conceito de avaliação da aprendizagem, precisamos revisar o que entendemos por ensinar e aprender. A Pedagogia, enquanto campo de conhecimento da educação escolar, preocupa-se com o ensino e a aprendizagem das pessoas no seu processo formativo, portanto, nos estudos que você já realizou e irá realizar, através dos conhecimentos ministrados pelas diversas atividades do curso, os conceitos de ensinar e de aprender devem ser compreendidos na sua dimensão social, afetiva, política e didática. Na disciplina Didática I e II, estudamos que as concepções de ensino e de aprendizagem caminham juntas no decorrer da história da educação. Vimos que para a pedagogia tradicional e tecnicista aprender é sinônimo de memorizar, sendo que o ensinar significa verbalizar conteúdos e tomar a lição do dia. Para essas concepções o ensino e a aprendizagem são processos paralelos, mas que não estão estreitamente relacionados. Para a pedagogia progressista, aprender é um processo complexo, reflexivo e ativo que se efetiva durante as experiências de assimilação de conhecimentos ou http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 6 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 aquisição de competências e habilidades. Portanto o ensino é a orientação, o acompanhamento da aprendizagem do aluno. Ensinar é uma atividade incentivadora e orientadora do processo de aprendizagem dos alunos (OLIVEIRA,1988). Leiam o texto da professora Lea Anastasiou e reflitam mais sobre a importância dos conceitos de ensinar e de aprender para o entendimento crítico da avaliação da aprendizagem. ENSINAR Um dos elementos básicos de discussão da ação docente refere-se ao ensinar, aprender e apreender. Essas ações são muitas vezes consideradas e executadas como ações disjuntas, ouvindo-se inclusive de professores, afirmações do tipo: “eu ensinei, o aluno é que não aprendeu”. Isso é decorrente da idéia de que ensinar é apresentar ou explicar o conteúdo numa exposição, o que a grande maioria dos docentes procura fazer com a máxima habilidade de que dispõe; daí a busca por técnicas de exposição ou oratória, como sendo o elemento essencial para a competência docente. Historicamente sabemos que o modelo jesuítico, presente desde o início da colonização portuguesa no Brasil, já apresentava em seu manual, Ratio Studiorum - datado de 1599, os três passos básicos de uma aula: preleção do conteúdo pelo professor, levantamento de dúvidas dos alunos e exercícios para fixação, cabendo ao aluno a memorização para a prova. Nessa visão de ensino, a aula é o espaço onde o professor fala, diz, explica o conteúdo, cabendo ao aluno anotá-lo para depois memorizá-lo. Daí poder prescindir da presença do próprio aluno, pois se tem um colega que copia tudo, basta fotocopiar suas anotações e estudá-las, para dar conta dessa maneira de memorizar os conteúdos. Nesse caso, mesmo numa situação que tradicionalmente seja considerada uma boa aula, em geral explicita-se o conteúdo da disciplina com suas definições ou sínteses, desconsiderando-se os elementos históricos e contextuais, muitas vezes tomando suas sínteses temporárias como definitivas e desconectando-as de afirmações técnicas das pesquisas científicas que as originaram. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 7 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 Toma-se, assim, a simples transmissão da informação como ensino, e o professor fica como fonte de saber, tornando-se o portador e a garantia da verdade. Segundo Not (1993) isso pode provocar, uma adoção da estrutura do outro, e quando se fala ao outro, inclusive, se utiliza a mesma linguagem, das mesmas palavras; principalmente na hora da prova. Ou, conforme Reboul (1982, p.27), [...] o aluno registra palavras ou fórmulas sem compreendê-las. Repeteas simplesmente para conseguir boas classificações ou para agradar ao professor [...] habitua-se a crer que existe uma ‘língua do professor’, que tem de aceitar sem a compreender, um pouco como a missa em latim. [...] O verbalismo estende-se até às matemáticas; pode-se passar a vida inteira sem saber porque é que se faz um transporte numa operação; aprendeu-se, mas não se compreendeu; contenta-se em saber aplicar uma fórmula mágica... Nesse processo ficam excluídos a historicidade, os determinantes, os nexos internos, a rede teórica, enfim os elementos que possibilitaram aquela síntese obtida; a ausência desses aspectos científicos, sociais e históricos deixa os conteúdos soltos, fragmentados, com fim em si mesmo. Embora esse tenha sido o modelo que nós, professores atuais, vivenciamos como alunos e com o qual conseguimos efetivar sínteses que nos possibilitaram prosseguir em nossa caminhada acadêmica, temos hoje dados de pesquisas que nos permitem um caminhar científico e relacionado ao quadro teórico prático atual que a Pedagogia coloca à disposição. A compreensão do que seja ensinar é um desses elementos: o verbo ensinar, do latim, insignare, significa marcar com um sinal, que deveria ser de vida, de busca e de despertar para o conhecimento. Na realidade da sala de aula, pode ocorrer a compreensão ou não do conteúdo pretendido, a adesão ou não a formas de pensamento mais evoluídas, a mobilização ou não para outras ações de estudo e de aprendizagem. Como outros verbos de ação, ensinar contém - em si - duas dimensões: uma utilização intencional e uma de resultado, ou seja, a intenção de ensinar e a efetivação dessa meta pretendida. Assim, se eu expliquei um conteúdo, mas o aluno não se apropriou dele, posso dizer que ensinei, ou apenas cumpri uma parte do processo? Mesmo tendo uma sincera intenção de ensinar, se a meta (a apreensão, a apropriação do conteúdo por parte do aluno) não se efetivou plenamente, como http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 8 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 seria necessário ou esperado para o prosseguimento do caminho escolar do aluno, posso dizer que ensinei? Terei cumprido as duas dimensões pretendidas na ação de ensinar? APRENDER E APREENDER Encontramos também uma diferença entre aprender e apreender. Embora nos dois verbos exista a relação entre os sujeitos e o conhecimento, o apreender, do latim apprehendere, significa segurar, prender, pegar, assimilar mentalmente, entender, compreender, agarrar. Não é um verbo passivo; para apreender é preciso agir, exercitar-se, informar-se, tomar para si, apropriar-se.…O verbo aprender, derivado de apreender por síncope, significa tomar conhecimento, reter na memória mediante estudo, receber a informação de... É preciso distinguir quais dessas ações estão presentes na meta que estabelecemos ao ensinar: se for apenas receber a informação de, bastará passá-la através da exposição oral. Nessa perspectiva, uma boa palestra é o suficiente para a transmissão da informação. No entanto, se nossa meta se refere a apropriação do conhecimento pelo aluno, para além do simples repasse da informação, é para isso que precisaremos estar nos organizando: é preciso superar o aprender, que tem se resumido à memorização, na direção do apreender, segurar, apropriar, agarrar, prender, pegar, assimilar mentalmente, entender, compreender. Daí a necessidade atual de se revisar o ‘assistir aulas’, pois a ação de apreender não é passiva. O agarrar por parte de aluno exige ação constante e consciente: exige se informar, se exercitar, se instruir. O assistir ou dar aulas precisa ser substituído pela ação conjunta do fazer aulas. Nesse fazer aulas é que surgem as necessárias formas de atuação do professor com o aluno sobre o objeto de estudo e a definição, escolha e efetivação de estratégias diferenciadas que facilitem esse novo fazer. Avaliação: um pouco de história A palavra avaliar vem do latim a+valare, que significa atribuir valor e mérito ao objeto em estudo; assim, avaliar é atribuir juízo de valor sobre uma ação ou uma http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 9 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 matéria. Em se tratando de avaliar o processo de ensino e aprendizagem, o seu significado tem sido pautado pela lógica da mensuração, isto é, associa-se o significado de avaliar ao de medir os conhecimentos adquiridos pelos alunos. Veremos que esse entendimento é contrário a outro momento paradigmático da educação que entende a avaliação da aprendizagem como um processo contínuo, ligado à formação dos educandos, capaz de reestruturar conhecimentos sedimentados. Para melhor compreendermos que a avaliação é um conceito complexo e acompanha o desenvolvimento da educação e suas mudanças paradigmáticas, apresentamos o texto “História da avaliação: do exame à avaliação diagnóstica”, da professora Jussara Gabriel Santos. Pensa-se que a prática avaliativa surgiu com o pretexto de analisar a aprendizagem dos alunos na escola. Mas diante da reflexão sobre o processo histórico e aconcepção da avaliação, nota-se claramente que esse termo (avaliação) é recente e seu primeiro vestígio (exame) não está relacionada com a escola. [...] A prática avaliativa foi adotada desde o seu princípio como via de controle, destinada à seleção, ou seja, a inclusão de alguns e exclusão de outros. Mas esse termo ‘avaliação’ é recente, pois por muito tempo usou-se o chamado ‘exame’. O primeiro vestígio sobre o exame se deu na sociedade chinesa nos anos de 1.200 a.C, onde não aparece como instrumento educativo, mas sim como forma de controle e manutenção social. Neste período, o exame tinha um papel mediador entre os sujeitos do sexo masculino e o serviço público. Aqui, possuía a incumbência de ‘selecionar, entre sujeitos do sexo masculino, aqueles que seriam admitidos no serviço público’ (Esteban, 2002, p.30). O exame é o ajustamento das técnicas de posição social na sociedade chinesa, pois permite a mobilidade social dos sujeitos de sexo masculino, ou melhor, o acesso à administração da coisa público. Assim, no século XVII surgem duas correntes para a institucionalização do exame: uma vem de Comenius que defende o exame como um espaço de aprendizagem e não de verificação da aprendizagem; se o aluno não aprendeu é necessário refletir sobre o método utilizado em função de promover a aprendizagem do mesmo. O exame para Comenius funciona como um aliado precioso em relação à prática docente. Em contraponto, La Salle defende o exame como supervisão http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 10 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 permanente – aspecto de vigilância continua – centra-se no aluno e no exame aspectos que deveriam ser direcionados para a prática pedagógica, ou melhor, professor/aluno. Entende-se, portanto, que ao contrário do que se pensa, o exame – primeira prática avaliativa - não surge na escola, mas como um instrumento de controle e manutenção social – instrumento intermediário para a mobilidade social chinesa. Posteriormente a institucionalização do exame no século XVII, ramificado em duas vertentes – Comenius e La Salle - é que se começa a instalar na instituição-escola no século XIX, a pedagogia do exame. Os princípios da pedagogia do exame são: ‘qualidade da educação, eficiência e eficácia do sistema educativo, maior vinculação entre sistema escolar (entenda-se currículo) e necessidades sociais (entenda-se modernização e/ ou reconversão industrial)’ (Esteban, 2002, p.53). Neste momento, são depositados no exame grandes esperanças para a melhoria da educação, pois através dele se consegue a promoção e a certificação da aprendizagem. A pedagogia do exame é articulada em prol da certificação e promoção dos sujeitos, colocando o exame como elemento inerente a toda ação educativa. [...]A atenção na pedagogia do exame está voltada para a promoção do estudante a série subsequente de escolaridade. Porém, para que esse acontecimento aconteça é preciso à certificação comprovada, a nota. Portanto, ‘o aluno, por outro lado, está à procura do Santo Graal – a nota. Ele precisa dela, não importa se ela expressa ou não uma aprendizagem satisfatória; ele quer a nota. Faz conta e médias para verificar a sua situação. É a nota que domina tudo; é em função dela que se vive na prática escolar (Luckesi, 2002, p.24). Entretanto, no século XX a pedagogia deixa de se referir ao termo “exame” e o substitui pelo termo ‘teste’. Inicia-se então, os estudos para medir a inteligência humana, através do quoeficiente intelectual (QI), ou seja, a razão entre idade mental e idade cronológica. [...] Os testes foram os instrumentos utilizados para a mensuração da inteligência dos educandos. A primeira escala de inteligência foi construída pelo pedagogo e psicólogo francês Alfred Binet, com o objetivo de medir a inteligência dos alunos com http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 11 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 dificuldade de aprendizagem na escola da rede pública francesa no ano de 1905. Essa escala mensurava a inteligência de acordo com a idade do aprendiz, ou melhor, idade mental. Com o advento da escola nova no final do século XIX na Europa e nos EUA, um movimento educacional que carregava como pilar principal de luta, a democratização do acesso ao ensino como forma de corrigir a injustiça social. Pelo viés do darwinismo, onde apenas os melhores se adaptam e assim devem ter melhores oportunidades. Os instrumentos de mensuração – os testes – seriam capazes de fazer essa diferenciação a fim de beneficiar os melhores alunos e não cometer injustiça intelectual com os mesmos. Nesta perspectiva, a avaliação dos ‘deficientes mentais’ ou ‘anormais’ dentro da escola nas três primeiras décadas no século XX, baseava-se quase integralmente ao nível intelectual. Os produtos dos testes eram utilizados, para explicar a eliminação dos chamados ‘degenerados mentais’ e ‘o acesso à escola de acordo com as condições cognitivas individuais’. No entanto, o modelo científico da psicologia positivista pautado no objetivismo instigou a escola em buscar a objetividade do conhecimento do aluno e adotar as questões-teste para a avaliação do mesmo, em imitação aos testes psicológicos. Em meados da segunda metade do século XX, o termo ‘teste’ é substituído pelo termo ‘avaliação’, empregado primordialmente pela administração cientifica por ser uma palavra que expressava neutralidade, imagem acadêmica e insight de controle. Neste momento, surge a pedagogia tecnicista que se difundiu na educação como tecnicismo educacional. Esse movimento educacional era inspirado nas teorias behavioristas da aprendizagem e na abordagem sistêmica do ensino, buscando relacionar a educação com as exigências industriais e tecnológicas da sociedade. A avaliação neste período se limita ao campo técnico, ou melhor, a construção de livros técnicos sobre a avaliação. [...] ‘A escola brasileira opera com a verificação e não com a avaliação da aprendizagem’ (Luckesi, 2002, p.93). Esse fato fica confirmado ao observar a função classificatória do educando, ou seja, o professor rotula o seu aluno como ruim e bom http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 12 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 no desempenho escolar, quando este apresenta maior número de erros – reprovação – ou maior número de acertos - aprovação. Em outras palavras, entende-se que as respostas erradas são sinônimas do não-saber e as respostas certas sinônimas do conhecimento construído. Essa linha de raciocínio nas práticas avaliativas, dissolvesse no seio escolar de forma autoritária, inibindo e freando as vozes dissonantes dentro de um processo de negação dos diversos estágios individuais na construção do conhecimento. Por causa da maneira autoritária que a avaliação tem sido aplicada no interior das escolas, consequência da sua concepção e história é urgente o resgate da avaliação formativa e processual. Essas possibilitam que o professor acompanhe e interfira dialogicamente no processo de aprendizagem do aluno, a fim de atingir os objetivos esperados. Ou melhor, ainda, não somente resgatar como prática avaliativa a função formativa e processual, mas também o processo de ‘(re) significação da avaliação’. Discutindo conceitos de avaliação No final dos anos 1980 e início de 1990, surgem, no Brasil, concepções mais progressistas da avaliação. Essas concepções não são consensuais entre os autores, e para abrir a discussãosobre o conceito de avaliação escolhemos três autores que são lidos e influenciam os estudos sobre a temática no Brasil. Começamos com Cipriano Carlos Luckesi, professor baiano aposentado da Universidade Federal da Bahia – UFBA, um dos nomes de referência em avaliação da aprendizagem escolar, assunto no qual se especializou ao longo de quatro décadas. Entre seus livros, os mais indicados são Filosofia da Educação (1993) e Avaliação da aprendizagem escolar (1990), nos quais discute a avaliação escolar para além do autoritarismo, marcando uma fase no debate sobre a avaliação na educação brasileira. Para Luckesi (1997), a avaliação da aprendizagem é uma prática de investigação do professor, cujo sentido é intervir na busca dos melhores resultados do processo de aprendizagem dos nossos educandos, em sala de aula. Em seu conceito, afirma que a avaliação é um juízo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de decisão. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 13 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 Ao discutir a avaliação escolar para além do autoritarismo no livro Avaliação da aprendizagem escolar, o professor Luckesi analisa o caráter controlador e dominante da avaliação escolar e denuncia a função autoritária que desempenha na prática educativa. Levanta em seus argumentos uma verdadeira teoria do erro. Qualifica o erro na aprendizagem, afirmando que o erro é essencial, e é parte do processo de aprender, não pode ser entendido como falha na aprendizagem, mas o início dela. Os erros, assim como as dúvidas, são eventos importantes e impulsionadores da ação de aprender. Quando iniciamos a aprendizagem, necessariamente erramos e temos dúvidas, temos dúvidas porque erramos e erramos porque temos dúvidas. No conflito cognitivo, para respondermos as nossas dúvidas, caminhamos para os acertos, para a compreensão do conhecimento, para a aprendizagem. A partir das compreensões e dos novos conhecimentos, produzimos novas dúvidas e novos erros. O segundo conceito que apresentamos foi elaborado pela professora Jussara Maria Lerch Hoffmann, do Rio Grande do Sul. Na Faculdade de Educação da UFRGS, desenvolveu estudos e pesquisas em avaliação e educação infantil e, quando se aposentou como Professora Adjunta, em 1996, fundou e assumiu a direção da Editora Mediação. A autora tem hoje doze livros publicados sobre o tema, além de inúmeros artigos em revistas. O conjunto de suas obras supera a marca de 300 mil exemplares vendidos no país. Para Hoffmann (1993), a avaliação é inerente e indissociável da aprendizagem enquanto concebida como problematização, questionamento, reflexão sobre a ação. A avaliação é reflexão transformada em ação, ação essa que nos impulsiona para novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre a realidade, e acompanhamento passo a passo do educando, na sua trajetória de construção de conhecimento. Hoffmann (1993) afirma que um professor que não avalia constantemente a ação educativa, no sentido indagativo, investigativo do termo, instala sua docência em verdades absolutas, pré-moldadas e terminais. Com esse pensamento, defende a avaliação como mediadora do processo de ensino e de aprendizagem. A avaliação mediadora se desenvolve em benefício do educando e acontece quando o diálogo é estabelecido entre quem educa e quem é educado. Para esta concepção de avaliação, cabe ao professor informar, através do diálogo, o processo de http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 14 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 aprendizagem do seu aluno. O diálogo pode vir em forma de conversas, de comentários escritos nos trabalhos dos alunos ou ainda nos relatórios. Não podemos confundir mediação com informação. A avaliação mediadora é muito mais que informar o desempenho do aluno, é dialogar com ele sobre seu processo de aprendizagem, discutindo sobre suas dificuldades e superações. Neste processo dialógico, o professor refaz seu planejamento para adequá-lo ao percurso de aprendizagem dos (as) seus alunos(as). O terceiro conceito que apresentamos é de autoria do professor Philippe Perrenoud, doutor em sociologia e antropologia e professor da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Genebra. Estudioso da evasão e das desigualdades na escola e especialista em práticas pedagógicas em instituições de ensino, é diretor do Laboratório de Pesquisas sobre a Inovação na Formação e na Educação (Life), também em Genebra. Segundo Perrenoud (1999, p. 9), A avaliação não é uma tortura medieval. É uma invenção mais tardia, nascida com os colégios por volta do século XVII e tornado indissociável do ensino de massa que conhecemos desde o século XIX, com a escolaridade obrigatória. Para Perrenoud (1999), a avaliação da aprendizagem é um processo mediador na construção do currículo e se encontra intimamente relacionada à gestão da aprendizagem dos alunos. Destacamos a observação feita pelo professor Perrenoud (1999, p.54). Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas observações diárias, de caráter diagnóstico. A avaliação é um processo que deve estar a serviço das individualizações da aprendizagem. Ao discutir sobre a avaliação das competências desenvolvidas pelos alunos, Perrenoud contribui para pensarmos o currículo escolar pautado nas competências e habilidades. Para este autor, a organização pedagógica da escola deve se voltar para criar estratégias e avaliações que possibilitem ao (à) aluno (a) o desenvolvimento pleno das suas competências e habilidades. Existem muitos outros autores que debatem a temática da avaliação da aprendizagem. Esperamos que você, futuro (a) pedagogo (a), pesquise e amplie http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 15 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 seus estudos sobre o conceito de avaliação. Aproveite e faça uma pesquisa sobre a temática no portal Domínio Público, do Ministério da Educação. Avaliar e examinar Para entendermos com clareza a diferença entre o conceito de avaliar e o conceito de examinar, coadunamos com as ideias do professor Luckesi (1997, p.47), para quem “avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá- la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória, nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva”. Com esta definição, a avaliação participa da lógica da política de inclusão na educação, bem diferente, da lógica classificatória que exclui os(as) alunos(as). No Dicionário da Língua Portuguesa Aurélio (2008), examinar significa submeter a exame, provar que alguém demonstra capacidade em determinado assunto. Em uma abordagem tradicional de educação, o professor é o grande e único responsável em provar que o(a) aluno(a) aprendeu os conteúdos ensinados por ele, por isso o equívoco entre avaliar e examinar. Podemos afirmar que o ato de examinar é uma das etapas do ato de avaliar. Em Luckesi (1997), examinar é classificatório e seletivo, não se destina à construção do melhor resultado possível, e sim à classificação estática e final do que é examinado. Nossos professores, em seu cotidiano, não percebem tal distinção e, quando dizem que estão avaliando, na verdade estão examinando. Em nossas escolas, praticamos mais exames do que avaliação escolar. No ato de avaliar, no entanto, o papel do professor,através de vários instrumentos, é conhecer o processo de aprendizagem do aluno, para replanejamento pedagógico, com futuras correções do ensino, das orientações didáticas e das atividades a serem realizadas pelos alunos. O que o professor deve observar com os instrumentos de exames é tão somente a identificação do percurso da aprendizagem do(a) aluno(a). Para poder orientá-lo melhor neste percurso, o exame é um meio que o professor utiliza para conhecer o que já foi ou não aprendido pelo aluno e, assim, continuar a avaliá-lo. Avaliação e nota Historicamente, a nota é usada para representar a avaliação quantitativa e aferir o quanto o(a) aluno(a) aprendeu, ou seja, as notas têm a finalidade de medir. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 16 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 A concepção de ensino conservadora e positivista separa o conceito de qualidade do conceito de quantidade, acreditando que somente o número é sinônimo de exatidão. Confundimos, por muito tempo, a avaliação com a nota. Precisamos entender que a nota é uma parte do processo avaliativo, e que ela é aplicada, quando necessário for, a uma avaliação para verificar os conteúdos aprendidos pelos (as) alunos(as). Como estudaremos a seguir, existem outras formas de avaliar a aprendizagem que não sejam necessariamente através da verificação e da atribuição da nota. A nota tem servido na avaliação classificatória como um instrumento para rotular, selecionar e classificar as pessoas. Em Luckesi (1997, p.17), a ideia de “tirar nota para passar de ano” está tão enraizada em nossa cultura escolar que, muitas vezes, alunos e professores esquecem o objetivo principal da escola: possibilitar a aprendizagem de conhecimentos já produzidos e sistematizados pela humanidade como também a construção de novos conhecimentos, os quais, uma vez aprendidos/produzidos, contribuem para a vida do aluno e consequentemente para a sociedade em que está inserido. As notas e os conceitos são rótulos que servem para aprovar ou reprovar o (a) aluno (a); marcam sua vida escolar como bom, regular, péssimo, insuficiente, repetente etc. No exercício de uma prática avaliativa classificatória, em cujo campo discursivo os termos mais usados são medidas, notas, provas, a avaliação realiza medidas de tudo, vai das competências cognitivas às competências sociais e emocionais. Como se fosse justo e verdadeiro medir quantitativamente esses aspectos nos(as) alunos(as). Voltamos a frisar que o sistema de notas é uma exigência burocrática e não pode ser entendido como o sistema avaliativo de uma escola. As notas podem estar voltadas para uma avaliação qualitativa. É plausível que, no final de um processo de avaliação processual e mediadora, o docente de forma coerente e justa represente a avaliação em notas para atender ao sistema burocrático. ABORDAGENS DE ENSINO E DA AVALIAÇÃO Os diversos estudos acerca dos processos históricos em torno da avaliação nos apontam para algumas abordagens que, ao longo desse percurso, vão se constituindo como objeto de estudo. Luckesi (1997) afirma que a avaliação da http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 17 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 aprendizagem no Brasil hoje se liga a uma pedagogia dominante, que pode ser identificada como modelo social, liberal e conservador. Nesse sentido, a tendência tradicional, moderna e tecnicista aproxima-se do projeto político pedagógico do modelo liberal, que tem como um de seus princípios a individualidade do homem, desconsiderando as mediações culturais, sociais e políticas. Abordagem tradicional Esta abordagem ancora-se na crença de que o que vai definir a posição que cada ser humano assumirá na sociedade é o seu desempenho intelectual; e sendo assim, cabe à escola o preparo intelectual e moral dos alunos e a estes o esforço de aprender o máximo que conseguirem para individualmente definir o seu lugar. Existe uma predominância da autoridade do professor por ser este que detém o conhecimento e deverá passá-lo para o aluno, o qual deve passivamente receber, como verdade absoluta, o que acaba por excluir qualquer possibilidade de diálogo. Tal prática exige do aluno uma atitude passiva de receptor da mensagem. A retenção do conteúdo ensinado é garantido pela repetição de exercícios sistemáticos. Segundo Libâneo (1998), a avaliação da aprendizagem nesta abordagem se dá pela verificação de curto prazo e de longo prazo, tais como: interrogatórios orais, exercícios para casa, provas escritas, trabalhos etc. O reforço será sempre negativo, por meio de notas baixas, rótulos tais como fraco, insuficiente, defasado e outros. Já o reforço positivo vem por meio de notas altas e rótulos de forte, estudioso, esforçado, interessado etc... A responsabilidade do fracasso ou do sucesso é sempre do aluno. Ele alcança ou não o mérito necessário para que ocupe posições mais elevadas na sociedade. Essa prática avaliativa, que reduz a avaliação da aprendizagem apenas ao ato de atribuir notas ou conceitos aos alunos, retira da escola a possibilidade de utilização da avaliação como ferramenta de reflexão, tanto da ação docente como também do planejamento da escola. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 18 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 Abordagem escolanovista Esta abordagem ancora-se na crença de que a educação é um processo interno e não externo e, portanto, deve partir das necessidades e interesses individuais. Ela surge a partir das críticas à abordagem tradicional e ancora-se nos trabalhos de John Dewey, Carl Rogers, Maria Montessori e Jean Piaget dentre outros que estudaram a aprendizagem. Seus postulados mostram que para aprender não basta apenas ouvir. Para reter informações é necessário que o aluno estabeleça uma relação pessoal entre essas informações e suas vivências. Nesta abordagem, não existe lugar privilegiado para o professor, seu papel é auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo do educando. Neste sentido, os processos de ensino visam mais facilitar aos estudantes os meios para buscarem por si mesmos os conhecimentos. Aprender a aprender. Nesta abordagem, a avaliação da aprendizagem terá que ser fluida e eficaz, na medida em que os esforços e os êxitos são pronta e explicitamente reconhecidos pelo professor, ou seja, uma avaliação voltada para acolher e valorizar os avanços dos alunos, privilegiando-se mais a autoavaliação. Abordagem tecnicista Esta abordagem aparece nos Estados Unidos na segunda metade do século XX e é introduzida no Brasil entre 1960 e 1970, onde proliferou o que se chamou de “tecnicismo educacional”, inspirado nas teorias behavioristas da aprendizagem e da abordagem sistêmica do ensino, buscando adequar a educação às exigências da sociedade industrial e tecnológica. Se o interesse imediato é o de produzir indivíduos competentes para o mercado de trabalho, por meio de uma formação marcada pelo uso da técnica em detrimento do conhecimento; o seu lema é aprender a fazer, executar. Não é necessário estabelecer uma relação com o mundo do conhecimento, seus processos históricos e culturais. O que importa é a memorização mecânica. Nesta perspectiva, o papel do professor é administrar as condições de transmissão da matéria, dominar as técnicas de trabalho. Segundo Libâneo (1998), o professor é apenas o elo entre a verdade científica e o aluno, cabendo a eleseguir competentemente os manuais já prescritos. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 19 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 O aprender fazer é uma orientação forte dessa abordagem e, sendo assim, cabe ao professor a responsabilidade pela eficiência e eficácia do ensino. Seu papel é neutro e imparcial, ele é apenas um tecnocrata. A avaliação da aprendizagem está voltada para a produtividade dos alunos, que ocorre no final do processo para verificar se eles atingiram ou não os objetivos estabelecidos a priori. O foco da avaliação não está no sujeito que aprende nem nos seus mecanismos mentais e, sim, nos resultados já determinados. Para tanto, os alunos são testados frequentemente pela necessidade do cumprimento do estabelecido nos objetivos específicos determinados para cada etapa do ensino. Nesta perspectiva, a avaliação se reduz a um mero instrumento de controle do comportamento do aluno em relação aos conteúdos programáticos. Abordagem interacionista Esta abordagem ancora-se na crença e defesa de que a educação é um processo de humanização dos seres humanos, inseridos em seus contextos sociais. Defende a ideia de que o conhecimento é construído pelo sujeito nas suas interações com os objetos de conhecimento e que os objetos como os sujeitos são resultados dos processos históricos, sociais e culturais e, sendo assim, não existe um sujeito findo e, sim, um sujeito em eterno movimento. Nesta perspectiva, a aprendizagem passa a ser um fenômeno que ocorre no espaço relacional e dialógico com o outro. Libâneo afirma que: A escola é vista como espaço mediador entre o aluno e o mundo e o mundo social adulto e desempenha esse papel pela transmissão e assimilação dos conteúdos culturais historicamente situados. Entretanto não se trata de o aluno recebe-los passivamente, nem se acredita que a assimilação seja uma atividade espontânea; o processo de transmissão/assimilação se dá pela relação dialética entre os conteúdos culturais sistematizados e a experiência social concreta trazida pelo aluno (1998, p. 71). Neste sentido, a avaliação deixa de ser uma atividade classificatória e passa a ser concebida como uma atividade permanente no trabalho do professor, acompanhando passo a passo o processo de ensino e de aprendizagem. Pela avaliação é possível analisar as trajetórias de aprendizagens vivenciadas pelos alunos, e também a reflexão a respeito do trabalho pedagógico desenvolvido pela escola e, mais precisamente, pelo professor. Os resultados da avaliação, no entanto, não se resumem apenas às provas transformadas em notas para serem registradas http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 20 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 nas atas escolares para efeito de aprovação ou reprovação dos alunos. Nesta abordagem, a avaliação deve cumprir algumas funções que atuam interdependentes: o Função pedagógico-didática: avalia o cumprimento dos objetivos gerais e específicos da educação. Comprovando sistematicamente os resultados do ensino, pode-se constatar ou não o atendimento das finalidades sociais do ensino que é o processo global de transformação social. o Função diagnóstica: muito importante, pois possibilita identificar os progressos e dificuldades que ocorrem durante o ano letivo. o Função de controle: refere-se com que frequência as verificações dos resultados qualitativos são analisados (bimestral, semestral), de acordo com a proposta da escola. Como podemos perceber, a avaliação deve ser utilizada, a fim de que o professor tenha um indicador de aprendizagem que possa orientar o seu trabalho. Este movimento é o que denominamos de replanejamento, ou seja, a capacidade de se refazer o planejamento para que o mesmo possa assegurar as condições que todos os alunos precisam para aprender determinados saberes. Para assegurar este movimento de aprendizagem, a avaliação não deve ser feita isoladamente; deve, sim, estar atrelada continuamente ao processo de ensino e aprendizagem. A verificação prévia dos conhecimentos do aluno será para possibilitar avançar ou retroceder nos planejamentos. Não cabe ao professor querer através da nota avaliar a “capacidade”, a pessoa, o ser do aluno. O importante é não deixar que a nota venha distorcer e atrapalhar o trabalho de formação do aluno por parte do professor. Quadro 1 – Comparação entre a concepção tradicional de avaliação com uma mais adequada. Modelo adequado de tradicional Modelo avaliação http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 Foco nas provas - são utilizadas como objeto de pressão psicológica, sob pretexto de serem um ‘elemento motivador da aprendizagem’, seguindo ainda a sugestão de Comenius, em sua Didática Magna, criada no século XVII. É comum ver professores utilizando ameaças como “Estudem! Caso contrário, vocês poderão se dar mal no dia da prova!” ou “Fiquem quietos! Prestem atenção! O dia da prova vem aí e vocês verão o que vai acontecer...” Implicação - as provas são utilizadas como um fator negativo de motivação. Os alunos estudam pela ameaça da prova, não pelo que a aprendizagem pode lhes trazer de Foco nas competências - o desenvolvimento das competências previstas no projeto educacional deve ser a meta em comum dos professores. Implicação - a avaliação deixa de ser somente um objeto de certificação da consecução de objetivos, mas também se torna necessária como instrumento de diagnóstico e acompanhamento do processo de aprendizagem. Neste ponto, modelos que indicam passos para a progressão na aprendizagem, como a Taxionomia dos Objetivos Educacionais de Benjamin IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 21 Foco na aprendizagem - o alvo do aluno deve ser a aprendizagem e o que de proveitoso e prazeroso dela se obtém. Implicação - neste contexto, a avaliação deve ser um auxílio para se saber quais objetivos foram atingidos, quais ainda faltam e quais as interferências do professor que podem ajudar o aluno. Foco na promoção – o alvo dos alunos é a promoção. Nas primeiras aulas, discutemse as regras e os modos pelos quais as notas serão obtidas para a promoção de uma série para outra. Implicação – as notas vão sendo observadas e registradas. Não importa como elas foram obtidas, nem por qual processo o aluno passou. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 22 proveitoso e prazeroso. Estimula o desenvolvimento da submissão e de hábitos de comportamento físico tenso (estresse). Bloom, auxiliam muito a prática da avaliação e a orientação dos alunos. Os estabelecimentos de ensino estão centrados nos resultados das provas e exames - eles se preocupam com as notas que demonstram o quadro global dos alunos, para a promoção ou reprovação. Estabelecimentos de ensino centrados na quali dade - os estabelecimentos de ensino devem preocupar-se com o presente e o futuro do aluno, especialmente com relação à sua inclusão social (percepçãodo mundo, criatividade, empregabilidade, interação, posicionamento, criticidade). Implicação - o foco da escola passa a ser o resultado de seu ensino para o aluno e não mais a média do aluno na escola. Implicação - o processo educativo permanece oculto. A leitura das médias tende a ser ingênua (não se buscam os reais motivos para discrepâncias em determinadas disciplinas). Sistema social O sistema social se contenta preocupado com o futuro já com as notas - as notas são alertava o ex-ministro da suficientes para os quadros Educação, Cristóvam Buarque: estatísticos. Resultados dentro da “Para saber como será um país normalidade são bem vistos, não daqui a 20 anos, é preciso olhar importando a qualidade e os como está sua escola pública no parâmetros para sua obtenção (salvo presente”. Esse é um sinal de nos casos de exames como o ENEM que a sociedade já começa a se que, de certa forma, avaliam e preocupar com o distanciamento “certificam” os diferentes grupos de educacional do Brasil com o dos práticas educacionais e demais países. É esse o estabelecimentos de ensino). caminho para revertermos o http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 O ATO DE AVALIAR É UM COMPROMISSO POLÍTICO Todo conjunto de decisões tomadas pelo professor para avaliar seu aluno e seu ensino não é neutro nem arbitrário; ao contrário, a atitude de avaliar é carregada de intenções e percepções que se traduzem em modos de conceber o mundo, o homem e a sociedade. Essas intenções são orientadoras das políticas educacionais no âmbito da gestão da educação, assim como são norteadoras da prática pedagógica do professor na sala de aula. Ao analisarmos as intenções que estão por trás do ato de avaliar, podemos revelar qual o real comprometimento político desse ato; assim, enquanto professores(as), exerceremos uma prática avaliativa mais consciente no que diz respeito à organização do planejamento de ensino e da sistemática de avaliar. IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 23 quadro de uma educação “domesticadora” para “humanizadora”. Implicação - valorização da educação de resultados efetivos para o indivíduo. Implicação - não há garantia sobre a qualidade, somente os resultados interessam, mas estes são relativos. Sistemas educacionais que rompem com esse tipo de procedimento tornam-se incompatíveis com os demais, são marginalizados e, por isso, automaticamente pressionados a agir da forma tradicional. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 24 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM Temos de considerar que o ato de avaliar envolve o juízo de valor de quem está avaliando; no caso da escola, o juízo de valor que o professor faz da aprendizagem do seu aluno. Ao elaborarmos um juízo de valor sobre uma pessoa, reunimos, neste ato, diversos sentimentos e conhecimentos que carregamos na nossa vida cotidiana; desta forma, tudo o que pensamos sobre esta pessoa contribui para emitirmos o juízo de valor. No caso da avaliação da aprendizagem, este juízo de valor deve, obrigatoriamente, ser elaborado com um completo conhecimento da aprendizagem do aluno, do seu modo de aprender. Este conjunto de elementos que compõe o julgamento no ato de avaliar é carregado de compromisso com a pessoa que se está avaliando; por isso, avaliar requer um conhecimento amplo do aluno. Aluno e professor são pessoas que estabelecem uma relação a partir da atenção, do respeito e do interesse mútuo. Nesta relação, quem ensina exercerá o julgamento sobre quem aprende; então, o professor deverá conhecer o processo da aprendizagem do aluno para poder realizar a avaliação. Percebemos que não é simples o ato de avaliar; porque, antes de qualquer prerrogativa de conhecimento técnico, faz-se necessário que o professor se respalde no conhecimento político da educação, da escola, do seu aluno e de si mesmo como educador. A AVALIAÇÃO NO PLANEJAMENTO DOCENTE: CENTRO DE ENSINO E DIAGNÓSTICO DA APRENDIZAGEM A avaliação é da prática educativa e não dum pedaço dela. O educando também deve participar da avaliação da prática. A não ser que nós o tomemos como objeto da nossa prática. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 25 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM Paulo Freire, 1982. A avaliação escolar é parte integrante do processo de ensino- aprendizagem e não uma etapa isolada. Há uma exigência para que esteja coerentemente articulada aos objetivos, conteúdos e metodologia do ensino, expressa no plano de ensino e desenvolvido no decorrer da prática pedagógica. Desta forma, a avaliação revela toda a proposta político- pedagógica de uma escola, matéria estudada por você na disciplina Didática e Tecnologia I. Na relação dialética, em que o professor ensina e o aluno aprende, mas que, ao mesmo tempo, o professor aprende e o aluno ensina, é fundamental que a avaliação, assim como os objetivos de ensino, seja claramente explicada e compreendida pelos atores da relação didática. Principalmente os alunos, estes precisam saber para que estão trabalhando, o que estão aprendendo e em que, e de que forma serão avaliados. Então, a avaliação da aprendizagem requer planejamento, execução e avaliação de si mesma. No módulo da Didática e Tecnologia I, estudamos que a avaliação é uma das etapas do planejamento. Vamos relembrar: a etapa que inicia o planejamento é o diagnóstico da realidade dos alunos, etapa imprescindível para compreender que alunos e professores possuem uma experiência social e cultural, e esta não pode ser ignorada. Em seguida, a etapa da organização do trabalho pedagógico. Nesta etapa, os elementos do planejamento são sistematizados através de escolhas intencionais. Primeiro, a definição dos objetivos a serem alcançados; depois, a escolha dos conteúdos a serem aprendidos pelos alunos; e, em seguida, a seleção das atividades, das técnicas de ensino que serão desenvolvidas para que a aprendizagem dos alunos se efetive. Esse momento configura-se na organização da metodologia de ensino. E a terceira etapa é a sistematização do processo de avaliação da aprendizagem. Aqui a avaliação é entendida como um meio, não um fim em si mesma, um meio que acompanha todo processo da metodologia de ensino. A avaliação deve diagnosticar durante a aplicação da metodologia de ensino como os alunos estão aprendendo e o que aprenderam, para que a tempo, se for necessário, a metodologia mude seus procedimentos didáticos, favorecendo a reelaboração do ensino, tendo em vista a efetiva aprendizagem. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 26 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM TIPOS DE AVALIAÇÃO Até aqui debatemos sobre a avaliação da aprendizagem; no entanto, na educação, a avaliação pode ser de dois tipos: da aprendizagem e do sistema educacional. A avaliação da aprendizagem, como já estudamos, é responsável em qualificar a aprendizagem dos educandos, enquanto a avaliação do sistema de ensino tem a responsabilidade de verificar a qualidade de todo sistema educacional, com vista a corrigir e propor melhores resultados. Veja o que nos exemplifica o professor Luckesi (2010, s/p) sobre a avaliaçãoda aprendizagem e a avaliação do sistema: De um lado, permanecem os resultados das aprendizagens individuais de cada educando, [...]. Vamos supor que, após as avaliações individuais, nós tomamos esses resultados individuais e, com eles, traçamos uma curva de aproveitamento da turma; fato que nos conduz a verificar que dos quarenta estudantes que temos em nossa sala de aula (sistema-turma), onze deles estão com aproveitamento abaixo do necessário. Isso implica que nosso sistema está sendo eficiente somente em 75%, isto é, 25% dos estudantes dessa turma não estão sendo atendidos pela capacidade do educador de produzir o resultado esperado — que todos aprendam o que foi ou está sendo ensinado. [...] Contudo do ponto de vista do sistema-turma, teremos que dizer: ‘Nossa! um quarto dos estudantes que estou ensinando não estão aprendendo o suficiente; isso é grave. O que está ocorrendo com minha prática de ensino que não está atingindo-os? ’ Vejamos agora mais detalhadamente as avaliações da aprendizagem e do sistema. A avaliação da aprendizagem A avaliação enquanto concepção de educação não tem uma única linha teórica e prática que a sustente, nem um paradigma aceito por todos; o que existe é uma variedade de formas e maneiras de avaliar. A avaliação da aprendizagem se apresenta nas seguintes modalidades: somativa, formativa e diagnóstica. Os primeiros a apresentarem essas modalidades foram Bloom, Hasting e Madaus nos anos 1960. A avaliação somativa ocorre a partir de descrição e julgamento, com o objetivo de classificar, atribuir notas. Geralmente acontece no final do processo da aprendizagem. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 27 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM A avaliação formativa acontece quando o curso está dividido em pequenas unidades. Determina se o aluno está apto a prosseguir, identificando as principais insuficiências no início do processo de aprendizagem, o que é necessário para aquisição de uma etapa posterior. Refere-se ao processo formativo da aprendizagem do aluno, sempre informando sobre os avanços e as dificuldades tanto do processo de ensinar como do processo de aprender, dentro da concepção crítica e progressista da educação. A avaliação formativa confunde-se com a diagnóstica. A avaliação diagnóstica exerce a função de verificar as possibilidades do educando para prosseguir para a próxima etapa do processo ensino- aprendizagem. Para tal, faz o diagnóstico do momento anterior do aluno, descobrindo causas das “deficiências” de aprendizagem. Pretende relatar as fases da aprendizagem em que o aluno se encontra com pretensões de fornecer dados e subsídios para o novo planejamento de ensino. Este tipo de avaliação é sempre muito usado no início de um assunto ou de uma unidade para detectar os conhecimentos prévios, chamados de pré-requisitos dos(as) alunos(as). Avaliação do sistema Na última década ou um pouco mais, foi instituída no país a avaliação do sistema de ensino, formalizada na avaliação do Ensino Fundamental (SAEB, Prova Brasil), Exame do Ensino Médio (ENEM), avaliação do Ensino Superior (SINAES, antigo Exame Nacional de Curso). O objetivo dessas avaliações é tão somente conhecer o sistema nacional de ensino em todas as suas dimensões e em todos os níveis, com o intuito de se constituir um retrato da realidade da educação no Brasil. Com os dados coletados, os órgãos federais de educação deverão elaborar políticas para corrigir os problemas que causam os entraves ao desenvolvimento da qualidade da educação. Estas avaliações estão organizadas em: 1. SAEB - Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica foi criado em 1988 e implantado em 1990, visando levantar dados sobre o nível em que se encontrava a Educação Brasileira. Avaliava as 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental e a 3ª série do Ensino Médio nas disciplinas: Língua Portuguesa, Matemática e Ciências. A partir de 1999, foram incluídas as disciplinas de História e Geografia. O SAEB busca informações indicadas como necessárias à gestão dos sistemas de ensino e das políticas educacionais. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 28 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 2. PROVA BRASIL – Avaliação Nacional da Rede Escolar (ANERESC) - compõe-se de um conjunto de testes que avaliam Língua Portuguesa (competência leitora) e Matemática. A primeira edição deste instrumento foi em 2005. Participaram, nessa primeira experiência, 5.387 municípios de todas as unidades da federação. Mais de três milhões de alunos, distribuídos em cerca de 40 mil escolas públicas urbanas, foram avaliados. Além dos testes, os alunos respondem a um questionário com informações sobre seu contexto social e capital cultural. Esta avaliação atualmente é feita em todas as turmas de 4ª e 8ª séries do Ensino Fundamental em escolas com, no mínimo, 30 alunos. 3. ENEM - Exame Nacional do Ensino Médio - é um exame individual, de caráter voluntário, oferecido anualmente aos estudantes que estão concluindo ou que já concluíram o Ensino Médio. Seu objetivo principal é possibilitar uma referência para a auto-avaliação, a partir das competências e habilidades que estruturam o Exame. A prova do ENEM é interdisciplinar e contextualizada; coloca o estudante diante de situações-problema e pede que, mais do que saber conceitos, ele saiba aplicá-los. A partir de 2010, os resultados da ENEM têm sido utilizados para o acesso dos alunos à educação superior. 4. PISA - segundo a Fundação Tide Setúbal (2007), o Programa Internacional de Avaliação de Alunos é uma avaliação internacional padronizada aplicada a alunos de 15 anos no ensino regular (7ª série em diante). Abrange os domínios de Leitura, Matemática e Ciências, não somente relativos ao currículo, mas também relativos a conhecimentos relevantes e a habilidades necessárias à vida adulta. As avaliações são realizadas a cada três anos e o Brasil participa desde sua primeira edição, em 2000. 5. PROVINHA BRASIL - instituída em 2008 pelo Governo Federal, a Provinha Brasil é um exame de larga escala, destinado a crianças no segundo ano de escolarização. O processo de avaliação se realiza através de provas padronizadas, aplicadas no início e no fim do ano letivo, com a fin alidade de “monitorar” a alfabetização realizada nas escolas públicas. A ênfase na objetividade dos dados obtidos é um dos aspectos centrais na costura deste projeto de avaliação. Seu objetivo é realizar um diagnóstico do nível de alfabetização dos estudantes, para prevenir e corrigir “possíveis insuficiências” em relação à leitura e escrita. 6. ENADE - Exame Nacional de Desempenho de Estudantes - tem o objetivo de analisar o rendimento dos alunos dos cursos de graduação em relação http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 29 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM aos conteúdos programáticos, suas habilidades e competências. Este exame é aplicado por meio de procedimentos amostrais, ao final do primeiro e do último ano do curso, com uma periodicidade máxima trienal. O ENADE é acompanhado de instrumento de levantamento do perfil dos estudantes (questionário socioeconômico), e é considerado componente curricular obrigatório dos cursos. Os indicadores de desempenho educacional utilizados para calcular o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica no Brasil) são, fundamentalmente, de duas ordens: a) indicadores de fluxo (promoção, repetência e evasão) e b) pontuações em exames padronizados, obtidaspor estudantes ao final de determinada etapa do sistema de ensino. Os dados coletados pelo IDEB têm mostrado que a escola brasileira possui indicadores e altos índices de evasão e repetência em toda Escola Básica. Em número, esses indicadores são por demais conhecidos, como são conhecidas as providências, bem ou malsucedidas; que, ao longo dos anos, têm sido tomadas para minimizar o fracasso da escola brasileira. INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM Os instrumentos de avaliação são procedimentos didáticos utilizados no decorrer da prática pedagógica, com o objetivo de conduzir o professor durante o processo de ensino e orientar os alunos quanto as suas aprendizagens. Os instrumentos confundem-se com as técnicas e com as estratégias de ensino utilizadas pelo professor para alcançar a aprendizagem dos alunos. Na Pedagogia tradicional, as técnicas de ensino são diferentes dos instrumentos de avaliação; nesta concepção os meios de ensinar são diferentes dos meios de se avaliar, portanto ensino e avaliação são tempos, espaços e meios diferentes. Essa ideia persiste até os dias atuais, os professores passam dias “dando” aulas e, depois, marcam a avaliação, que sempre será uma prova, teste, arguição, apresentação oral. Considerando uma concepção integradora da educação, em que a avaliação é uma consequência da metodologia de ensino utilizada pelo professor, os procedimentos e as técnicas de ensino também são instrumentos de avaliação, isto porque cada instrumento de avaliação não está isolado do conjunto de procedimentos que constituem uma técnica de ensino. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 30 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM Para a seleção das técnicas, dos instrumentos e dos procedimentos avaliativos, que deve ser feita no planejamento de ensino, o docente deve considerar os seguintes critérios: 1. a natureza dos conteúdos de ensino de aprendizagem e a importância deste conteúdo como componente curricular; 2. os objetivos de aprendizagem planejados para estes conteúdos (aplicação de conhecimentos, competências, informações, habilidades, atitudes etc); 3. a condição didática do ensino, a forma como ocorreu a aprendizagem dos conteúdos, níveis de dificuldades dos alunos, aplicação da metodologia; 4. a quantidade de alunos na turma, o número de alunos que o professor tem para acompanhar nos pareceres escritos ou verbais dos alunos. A forma adequada para a avaliação depende do objeto que está sendo avaliado. Não há um instrumento universalmente válido, assim como para proceder à avaliação exige-se um instrumento ou uma metodologia de ensino específica. Um só instrumento não dá conta de avaliar todas as aprendizagens de um determinado conhecimento adquirido por um aluno. Tipos de instrumentos e critérios de avaliação Há uma diversidade de instrumentos utilizados para avaliar o aluno. É preciso ter conhecimento de cada um para poder utilizá-lo adequadamente. Para Luckesi (2010), No caso do ensino-aprendizagem na escola, os instrumentos dependerão do Projeto Pedagógico, ou seja, o que se propôs e foi efetivamente ensinado e como foi ensinado. Os instrumentos acompanham o projeto de ensino, desde que o que se está avaliando, no caso da educação escolar, deveria ser os resultados do projeto de ensino, efetivamente executado. O instrumento é o recurso pelo qual o educador pede ao educando que revele se aprendeu o que ele ensinou. Somente isso. Estamos elencando a seguir alguns instrumentos de avaliação, que são os mais usados na prática avaliativa das nossas escolas. 1. Autoavaliação – instrumento que conduz o aluno e o professor ao autoconhecimento. Recomendada para desenvolver no(a) aluno(a) a capacidade de analisar seu percurso de estudo e refletir com maturidade a construção da sua aprendizagem. Por este mesmo motivo, também, é muito usado na formação do professor para que este reflita sobre o processo de ensino. Pode ser realizada http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 31 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM individualmente ou em grupo, sempre sob a orientação do professor, que, apenas, conduz o momento de realização, jamais interfere na elaboração de autoavaliação de nenhum(a) aluno(a). 2. Portfólio – é um dossiê das atividades realizadas pelo(a) aluno(a). É uma montagem de documentos que representam as aprendizagens em determinadas atividades: relatórios, anotações pessoais, fotografias e outras imagens, entrevistas etc. Esses documentos dão visibilidade ao conhecimento que foi sendo aprendido, a metodologia utilizada para tais aprendizagens, o tempo e o espaço pedagógico disponível para tal elaboração. 3. Memorial - é um texto descritivo autobiográfico que analisa fatos e realizações acerca de uma trajetória. Tem por objetivo descrever as próprias aprendizagens resultantes das experiências vividas, pontuando os aspectos positivos e os negativos. É um texto cheio de detalhes e rico na descrição dos acontecimentos, procedimentos e etapas. 4. Relatório (individual ou em grupo) – registro de dados que informam os resultados de atividades de ensino e de aprendizagem já realizadas. Tem a estrutura de um texto dissertativo com o intuito de documentar todas as atividades realizadas para o alcance de um determinado estudo, pesquisa, experiência, visitas etc. É comum que, no corpo do texto, haja gráficos, fotografias e outros tipos de imagens e mapas. 5. Teste – o objetivo deste instrumento é realizar uma sondagem dos conteúdos que foram estudados parcialmente. Alguns professores usam o termo pré- teste para designar a sondagem feita sobre uma quantidade mínima de assuntos estudados. Tem a mesma estrutura da prova, contém questões objetivas, dissertativas ou fechadas de marcar. 6. Provas escritas e orais – instrumento de maior uso no contexto da educação escolar, por isso vamos nos deter nelas mais um pouco. A prova é uma organização de questões objetivas ou dissertativas, preparadas pelo professor com o intuito de verificar se o conteúdo ensinado foi aprendido. Assim como a aula expositiva que nasce na educação tradicional e passa por mudanças de paradigmas até chegar à aula dialógica de Freire, também a prova tem sua origem na abordagem tradicional, e passa por transformações, contribuindo hoje com a avaliação mediadora e processual. Leia a discussão sobre a prova escrita, feita pelo professor Luckesi (2010, s/p). http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 32 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM O que denominamos de ‘prova’, de fato, é um ‘teste de conhecimentos’. O que ocorre é que na história da educação moderna esse instrumento foi utilizado com funções que estão muito para além da coleta de dados sobre o desempenho do educando. Ela foi e tem sido utilizada com um recurso de disciplinamento externo e aversivo sobre os educandos, através das ameaças, da elaboração distorcida de questões mais para dificultar a resposta do estudante do que para diagnosticar sua aprendizagem, além de ser utilizado como um recurso de ‘aprovação ou reprovação dos educandos’, o que, por muitas vezes, conduziu ao autoritarismo (tema que já abordei bastante no passado). Caso a denominada prova seja utilizada dentro dos limites de um ‘teste de conhecimento’ é um recurso técnico de coleta de dados sobre desempenho conceitual dos educandos, útil e interessante. Todavia, caso ela seja utilizada na modalidade historicamente tradicional — isto é, aparentemente,para diagnosticar a qualidade da aprendizagem dos educandos, mas, de fato, para o seu disciplinamento externo e aversivo—, é inadequada e insatisfatória, pois que, nessas condições distorce a realidade do desempenho do educando, o que significa não possibilitar um conhecimento adequado de sua aprendizagem e, certamente, sua reprovação A prova na abordagem da avaliação mediadora é uma negociação entre quem ensina e quem aprende, ambos responsáveis pelo sucesso da aprendizagem escolar. Vejamos como: • Quanto à elaboração No momento de construir a prova, o professor deve ter cuidado com a elaboração das questões, as quais devem ser claras e explicativas, que possibilitem ao(à) aluno(a) relacioná-las aos conteúdos estudados. As questões tipo armadilha ficam por conta de uma avaliação perversa, que não cabe na avaliação emancipatória. As questões devem favorecer a construção lógica de cada pensamento, evitando a necessidade de se ter a “pesca” ou a “cola”. As provas devem ser elaboradas para suas respectivas turmas; assim, repetir as provas de anos anteriores ou a mesma prova em várias turmas não constitui avaliação adequada para a abordagem de uma educação dialógica. • Quanto à aplicação O momento de aplicar uma prova deve ser envolto de concentração e descontração. O momento de responder a prova é mais um momento de aprender sobre os conteúdos. Na aplicação, a prova pode ser respondida em dupla para que http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 33 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM tenham um debate antes da elaboração das respostas; em consulta devido ao grau de complexidade das questões; ou, em casa, para ser respondida com mais tempo e com maior rigor na elaboração das respostas. • Quanto à correção Como a elaboração atende às necessidades de aprendizagem dos(das) alunos(as), o momento de aplicação deve ser de respeito e cordialidade, conclui-se que a correção é um levantamento de dados; em que o professor informa o percurso do estudo do(a) aluno(a) e orienta–o(a) para retornar ou avançar para determinados conteúdos. A professora Lea das Graças C. Anastasiou (2006, p. 83-86) apresenta um quadro de técnicas de ensino, explicando que, sobre estas técnicas, deve incidir a aprendizagem e o desenvolvimento das operações mentais solicitadas aos estudantes, perpassando toda a organização do desenvolvimento e todo processo avaliativo das técnicas e das operações mentais. Apresentamos a seguir uma síntese no quadro 2 para que você visualize e compreenda, concretamente, os elementos e critérios do processo avaliativo da técnica de ensino. Quadro 2 - Elementos e critérios do processo avaliativo da técnica de ensino http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 34 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM Técnica de ensino Elementos ou critérios do processo avaliativo Aula expositiva dialogada Participação do aluno através de perguntas, respostas, comentários. Obtenção de síntese escrita ou oral da aula e construção de mapa conceitual. Estudo de texto Produção escrita ou oral, com comentários apresentando a compreensão, análise, síntese, julgamento, inferências e interpretação dos conteúdos do aluno sobre o texto estudado. Portfólio Organização e cientificidade da ação do aluno e do professor, clareza nas ideias na produção escrita, objetividade na apresentação dos conceitos básicos. A escrita é construída e reconstruída durante o processo. Mapa conceitual Apresentação dos conceitos de forma clara, relações entre conceitos pertinentes, riqueza de ideias, criatividade na organização e representatividade do conteúdo estudado. Discussão por meios informatizados Chat, MSN, Fórum Acompanhamento das participações, da qualidade das inclusões, pertinência das elaborações. http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 35 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 AVALIAÇÃO NA FORMAÇÃO DO PROFESSOR É que me acho absolutamente convencido da natureza Ética da prática educativa, enquanto prática especificamente humana. Paulo Freire A avaliação é considerada por diversos autores como a temática mais complexa e polêmica dentre as temáticas que permeiam a formação do professor, e existem várias razões para se concordar com isso. Sabemos que muitos dos professores, atuantes na Educação Infantil e no Ensino Fundamental, estão sem a formação específica para lecionar; outros, mesmo com a formação inicial adequada, vivenciam através da intuição e do improviso as práticas avaliativas com seus alunos. Muitas dessas práticas podem tanto contribuir para as aprendizagens dos alunos, promovendo, estimulando, gerando avanços e crescimentos cognitivos e sociais, quanto podem desestimular e impedir os avanços necessários à aprendizagem; por vezes, chegam a frustrar e ou a traumatizar o sujeito da aprendizagem. Assim, a avaliação da aprendizagem extrapola os aspectos técnicos da didática e solicita os aspectos sociais, políticos, éticos e psicológicos do ato educativo. É preciso entender que o momento de avaliar é o momento de ensino e a sua realização, tanto para o professor que avalia como para o aluno que é avaliado, constitui-se, assim, em um momento de aprendizagem. Não podemos discuti-la isoladamente simplesmente, porque a avaliação da aprendizagem é inerente, indissociável da prática pedagógica que se dá, preferencialmente, em sala de aula. É, pois, essa prática pedagógica, amparada em um dado conceito de educação, que determina o tipo de avaliação da aprendizagem adotada. Se a prática pedagógica for fundamentada nos princípios de transformação, inclusão e emancipação, a avaliação tende a ser transformadora, construtiva e passa a se caracterizar como diagnóstica, processual e contínua. E sendo assim, ela ganha o sentido de processo contínuo e formativo, que funciona como diagnóstico para o professor(a) e para o aluno(a), e que orienta novos encaminhamentos para o processo de ensino e de aprendizagem. Por outro lado, se a prática pedagógica for fundamentada nos princípios tradicionalistas tais como, meritocracismo, acúmulo de informações e outros; certamente a avaliação será conservadora, visará medir o http://www.institutoipb.com.br/ mailto:atendimento@institutoipb.com.br 36 IPB - Instituto Pedagógico Brasileiro AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM www.institutoipb.com.br | atendimento@institutoipb.com.br | +55 (31) 2555-5006 quanto o aluno reteve por meio de uma abordagem quantitativa, classificatória e periódica. Não há como desenvolver uma avaliação progressista, avançada, se a prática pedagógica adotada possuir uma postura conservadora. Quando se adota uma proposta pedagógica progressista, avançada, a avaliação da aprendizagem se desenvolverá naturalmente dentro desta mesma linha. Uma concepção de ensino tradicional, seguramente irá priorizar a transmissão/assimilação do conhecimento calcada no programa de ensino adotado pela escola. Desta maneira, sua avaliação terá como objetivo principal medir o quanto o aluno assimilou dos conteúdos trabalhados e o quanto não conseguiu assimilar. Esse será medido normalmente via nota ou, usando de um eufemismo que abrande a situação, via conceitos ou menções, o que, afinal, não modifica muito o panorama. Se, ao contrário, a escola adota uma proposta pedagógica transformadora, buscará
Compartilhar