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1 Introdução: à O osso na osteoporose é poroso e com perda de trabéculas e de pontes, grande espaço trabecular, resultando em osso fraco e mais susceptível a fraturas. à Seu tratamento não visa melhorar a densidade, mas evitar fraturas – isso por que um fármaco pode até aumentar a densidade óssea, mas, se não for útil à prevenção de fraturas, não é aprovado. à É uma doença subdiagnosticada e subtratada. à O tratamento é baseado na tentativa de reduzir a quantidade de tomadas; esquecimentos ou dificuldade de adesão levam a grande prejuízo na eficácia do tratamento. à Todos os pacientes irão tomar medicamentos por no mínimo 2 anos. à É preciso estar atento a alguns DD importantes, por que várias doenças médicas se manifestam como osteoporose. à Toda paciente que entra na menopausa = DO. Patogênese: Estrutura óssea: matriz orgânica, com colágeno tipo I, proteínas (osteocalcina, osteonectina e osteopontina), água e células (osteoblastos, osteócitos e osteoclastos); e matriz inorgânica/mineral, composta por sair cristalinos como cálcio e fosfato organizados como hidroxiapatita. Ciclo de remodelamento: a formação óssea é mediada pelos osteoblastos, enquanto a reabsorção óssea é mediada pelos osteoclastos. É preciso haver sempre um equilíbrio entre a formação e a reabsorção. No entanto, a reabsorção ocorre em 3 semanas, enquanto a neoformação óssea ocorre em 3 meses – assim, é mais difícil formar osso do que perder. Dessa forma, para haver um equilíbrio no ciclo de remodelamento e uma adequada saúde óssea, é preciso um balanço adequado das ações osteoblástica e osteoclástica. Modulação da atividade osteoclástica pelo RANK/OPG: há o RANK, o RANKL e a osteoprotegerina, que são sinais químicos que iniciam o processo de reabsorção óssea pelos osteoclastos. A OPG inibe o RANKL (ligante do RANK), protegendo o osso. O RANK, por sua vez, está no osteoclasto, onde o RANKL liga e inicia a reabsorção óssea. Sendo assim, a interação RANK/RANKL é crítica para a manutenção da atividade dos osteoclastos, representando via final comum pela qual atuam os fatores patogênicos da osteoporose (aumentando a reabsorção óssea). Em estados patológicos, podem atuar outras células como fonte de RANKL, como célula T (que, portanto, pode ter importante papel na OP associada a doenças inflamatórias). Obs.: os osteoclastos são derivados de macrófagos granulócitos hematopoiéticos das UFC; já os osteoblastos são derivados de células tronco da MO estromal e são responsáveis pela produção e mineralização da matriz óssea. Aumento do RANKL = aumento da reabsorção óssea (+ osteoclasto); aumento da OPG* = formação óssea. Reabsorção – envolvimento de PTH*, vitamina D*, estrógeno* e citocinas. 2 Conceito e epidemiologia: a osteoporose é definida como uma doença esquelética sistêmica na qual a reabsorção óssea excede a formação, resultando em alterações microestruturais, predispondo a um risco aumentado de fraturas*. É caracterizada pelo comprometimento da resistência óssea, representada pela densidade e pela qualidade óssea. *Assim, o tratamento visa diminuir o número de fraturas, por que essa é a condição mais associada à morbimortalidade. É a doença osteometabólica mais frequente na população, acometendo ambos os sexos, mas predominando no sexo feminino, esp. em mulheres a partir de 65 anos (e homens após 70; cuidado com mulheres que entram precocemente na menopausa). É mais prevalente em brancos do que em negros. Costuma ser subdiagnosticada. Etiopatogênese: pode ser primária ou secundária. Alguns fatores de risco para OP são sedentarismo, HF, idade avançada, menarca tardia, menopausa precoce, tabagismo, baixa ingesta de cálcio, síndromes de má absorção, insuficiência hepática e renal, alcoolismo, medicações (anti-convulsivantes, heparina, corticoides) e condições inflamatórias. As causas secundárias podem incluir anorexia nervosa, distúrbios de mal absorção intestinal (doença celíaca, pós-op.), distúrbios do cálcio/vit. D, hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, sd. de Cushing, hipogonadismo, hipercalciúria idiopática familiar (dosagem do cálcio na urina), AR, alcoolismo, doenças renais e hepáticas. Manifestações clínicas: à Fratura* – é a principal; as fraturas relacionadas à OP são atraumáticas (cair da própria altura não é considerado trauma) à Dor à Limitação à Perda de estatura à Manifestações secundárias ao confinamento ao leito *As fraturas ocorrem em tempos diferentes: o osso cortical (80% do esqueleto, 20% da área de superfície) e o osso trabecular (20% do esqueleto, 80% da área de superfície, mais ativo metabolicamente) perdem tecido em tempos e taxas diferentes – aos 50-55 anos, há perda acentuada do osso trabecular (menopausa; perda mais precoce, mas menos acentuada), e, aos 80 anos, as perdas ósseas cortical e trabecular se igualam. Inicialmente, há mais fratura de punho (quedas); depois, há mais fratura vertebral (anteriores*, médias ou posteriores); depois, de fêmur (mais grave – idoso > 80 anos, 100% mortalidade). Densitometria óssea: é o exame para diagnóstico, monitoramento e prevenção do risco de fraturas na OP. Avalia os parâmetros densidade mineral óssea, T-score* e Z-score. à O T-score é usado para diagnóstico em mulheres pós- menopausa. Se o resultado é -1 a -2,5, há osteopenia; acima de -1, é normal; abaixo de -2,5, é osteoporose. A OP é dita grave ou estabelecida/clínica quando o T-score está < -2,5 e o indivíduo apresenta fratura por fragilidade associada. Relaciona-se ao desvio-padrão da DMO em relação à população de adultos jovens saudáveis. à O Z-score é usado em pacientes jovens (< 45 anos) ou pré- menopausadas. Se < -2 é abaixo da faixa esperada para a idade; > -2 é considerado dentro da faixa esperada pra a idade. Relaciona-se ao DP da DMO em relação à mesma idade e sexo. Obs.: em pacientes idosos com diagnóstico pelo T-score, é indicado olhar também o Z-score; se for < -2, é preciso desconfiar de causas secundárias. Indicações da DXA (ao lado): Radiografia de coluna: é obrigatória a todos os indivíduos com baixa DMO à DXA. Tem como objetivos diagnosticar e acompanhar fraturas; rastrear fraturas silentes (a maioria é silenciosa); estadiar o paciente (se tem mais de um colapso, há osteoporose grave; e monitorizar o tratamento. Mandatório: DO e Rx a cada 2 anos quando há baixa DMO (T-score < -1)! 3 Outros exames auxiliares no diagnóstico do paciente com OP (ao lado): Tratamento: Vitamina D: sua deficiência varia de 30-80%; normal > 30ng/dl, insuficiência 20-30g/dl, deficiência < 20ng/dl. As causas podem ser: Cálcio: se há alimentação normal, não é preciso suplementar 800mg de cálcio; o cálculo da quantidade ideal é feita reduzindo 150mg desse valor. Tratamento farmacológico: Receptores do PTH: à Teriparatide: utilizado apenas em osteoporoses graves de coluna (mais de 1 fratura); 250 mcg/ml (caneta) por 28 dias do mês, máximo 24 meses (risco de osteosarcoma). à Denosumabe: anticorpo monoclonal semelhante à OPG, comportando-se como anti- reabsortivo e anabólico e atuando no desacoplamento da remodelação óssea; pode ser usado em disfunção renal avançada; 60mg SC a cada 6 meses. OSTEOP OROSE Consumir 3 porções de lacticínios/dia 25OHVit D – forma mais estável; A alimentação contribui pouco – maior parte é por luz solar Pct com doença renal – uso de citrato de cálcio Alendronato: 70mg/sem – SUS Risendronato: 35mg/sem – alta potência Ibandronato – 150mg 1x/mês; não previne fratura de colo Bifosfonados: máx. 10 anos – aumente risco de fratura Recomendações ao uso de bifosfonados: precisa tomar 1 copo de água em jejum; é preciso tomar regularmente; depois de tomar não pode deitar ou comer por 1h; não pode tomar com outro remédio.
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