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Esquistossomose

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MARCOS VICTOR T RAUTH - ESQUISTOSSOMOSE 1 
 
ESQUISTOSSOMOSE 
É UMA DOENÇA TAMBÉM CONHECIDA COMO “BARRIGA D' ÁGUA”, DOENÇA DO “CARAMUJO” OU “XISTOSE”. 
ELA É CAUSADA POR UM VERME CHAMADO SCHISTOSSOMA MANSONI QUE ATACA PRINCIPALMENTE O 
FÍGADO E O BAÇO. 
A esquistossomose mansoni é uma doença parasitária, causada pelo trematódeo Schistosoma mansoni, cujas formas 
adultas habitam os vasos mesentéricos do hospedeiro definitivo (homem) e as formas intermediárias se desenvolvem 
em caramujos gastrópodes aquáticos do gênero Biomphalaria. Trata-se de uma doença, inicialmente assintomática, 
que pode evoluir para formas clínicas extremamente graves e levar o paciente a óbito. A magnitude de sua 
prevalência, associada à severidade das formas clínicas e a sua evolução, conferem a esquistossomose uma grande 
relevância enquanto problema de saúde pública. 
No Brasil, a esquistossomose é conhecida popularmente como “xistose”, “barriga d’água” ou “doença dos caramujos”. 
O período de incubação, ou seja, tempo que os primeiros sintomas começam a aparecer a partir da infecção, é de 
duas a seis semanas. 
Fatores de risco 
• Existência do caramujo transmissor. 
• Contato com a água contaminada. 
• Fazer tarefas domésticas em águas contaminadas, como lavar roupas. 
• Morar em comunidades rurais, especialmente populações agrícolas e de pesca. 
• Morar em região onde há falta de saneamento básico. 
• Morar em regiões onde não há água potável. 
 
Sintomas 
A maioria dos portadores são assintomáticos. No entanto, na fase aguda, o paciente infectado por esquistossomose 
pode apresentar diversos sintomas, como: 
• febre; 
• dor de cabeça; 
• calafrios; 
• suores; 
• fraqueza; 
• falta de apetite; 
• dor muscular; 
• tosse 
 
IMPORTANTE: Em alguns casos, o fígado e o baço podem inflamar e aumentar de tamanho. 
Na forma crônica da doença, a diarreia se torna mais constante, alternando-se com prisão de ventre, e pode aparecer 
sangue nas fezes. Além disso, o paciente pode apresentar outros sinais, como: 
• tonturas; 
• sensação de plenitude gástrica; 
• prurido (coceira) anal; 
• palpitações; 
• impotência; 
• emagrecimento; 
• endurecimento e aumento do fígado. 
Nos casos mais graves, o estado geral do paciente piora bastante, com emagrecimento, fraqueza acentuada e 
aumento do volume do abdômen, conhecido popularmente como barriga d’água. 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARCOS VICTOR T RAUTH - ESQUISTOSSOMOSE 2 
 
 
 
Complicações 
Se não tratada adequadamente, a esquistossomose pode evoluir e provocar algumas complicações, como, por 
exemplo: 
• aumento do fígado; 
• aumento do baço; 
• hemorragia digestiva; 
• hipertensão pulmonar e portal 
 
Diagnóstico 
O diagnóstico da esquistossomose é feito por meio de exames laboratoriais de fezes. É possível detectar, por meio 
desses exames, os ovos do parasita causador da doença. 
O médico também pode solicitar teste de anticorpos para verificar sinais de infecção e para formas graves 
ultrassonografia. 
Quem são os hospedeiros da esquistossomose? 
No ciclo da esquistossomose estão envolvidos dois hospedeiros: 
• Hospedeiro definitivo: o homem é o principal hospedeiro definitivo. Nele, o parasita desenvolve a forma adulta 
e reproduz-se sexuadamente. Os ovos são eliminados por meio das fezes no ambiente, ocasionando a 
contaminação das coleções hídricas naturais (córregos, riachos, lagoas) ou artificiais (valetas de irrigação, açudes 
e outros). 
• Hospedeiro intermediário: o ciclo biológico do mansonidepende da presença do hospedeiro intermediário no 
ambiente. Os caramujos gastrópodes aquáticos, pertencentes à família Planorbidae e gênero Biomphalaria, são os 
organismos que possibilitam a reprodução assexuada do helminto. No Brasil, as espécies Biomphalaria glabrata, 
Biomphalaria straminea e Biomphalaria tenagophila estão envolvidas na disseminação da esquistossomose. Há 
registros da distribuição geográfica das principais espécies em 24 estados, localizados, principalmente, nas 
regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste. 
 
Transmissão 
A transmissão da esquistossomose ocorre quando o indivíduo infectado elimina os ovos do verme por meio das fezes 
humanas. Em contato com a água, os ovos eclodem e liberam larvas que infectam os caramujos, hospedeiros 
intermediários que vivem nas águas doces. Após quatro semanas, as larvas abandonam o caramujo na forma de 
cercarias e ficam livres nas águas naturais. O ser humano adquire a doença pelo contato com essas águas. 
Destaca-se que a transmissão da esquistossomose não ocorre por meio do contato direto com o doente. Também não 
ocorre “autoinfecção”. 
 
 
 
MARCOS VICTOR T RAUTH - ESQUISTOSSOMOSE 3 
 
Quais são as fases da esquistossomose? 
Clinicamente, a esquistossomose pode ser classificada em fase inicial e fase tardia. 
Fase inicial 
Corresponde à penetração das cercarias por meio da pele. Nessa fase, as manifestações alérgicas predominam; são 
mais intensas nos indivíduos hipersensíveis e nas reinfecções. Além das alterações dermatológicas ocorrem também 
manifestações gerais devido ao comprometimento em outros tecidos e órgãos. 
As formas agudas podem ser assintomáticas ou sintomáticas. 
• Assintomática: em geral, o primeiro contato com os hospedeiros intermediários da esquistossomose ocorre na 
infância. Na maioria dos portadores da doença é assintomática, passa despercebida e pode ser confundida com 
outras doenças dessa fase. Geralmente é diagnosticada nas alterações encontradas nos exames laboratoriais de 
rotina (eosinofilia e ovos viáveis de mansoninas fezes). 
• Sintomática: a dermatite cercariana corresponde à fase de penetração das larvas (cercarias) através da pele. 
Caracteriza-se por micropápulas eritematosas e pruriginosas, semelhantes a picadas de inseto e eczema de 
contato, com duração de até 5 dias após a infecção. Pode ocorrer a febre de Katayama após 3 a 7 semanas de 
exposição. É caracterizada por alterações gerais que compreendem: linfodenopatia, febre, cefaléia, anorexia, dor 
abdominal e, com menor frequência, o paciente pode referir diarréia, náuseas, vômitos e tosse seca. Ao exame 
físico, pode ser encontrado hepatoesplenomegalia. O achado laboratorial de eosinofilia elevada é bastante 
sugestivo, quando associado aos dados epidemiológicos. 
 
Fase tardia 
 
Formas crônicas: iniciam-se a partir do sexto mês após a infecção, podendo durar vários anos. Podem surgir os sinais 
de progressão da doença para diversos órgãos, chegando a atingir graus extremos de severidade, 
como hipertensão pulmonar e portal, ascite, ruptura de varizes do esôfago. As manifestações clínicas variam a 
depender da localização e intensidade da carga parasitária, da capacidade de resposta do indivíduo ou do tratamento 
instituído. Apresenta-se nas seguintes formas clínicas: 
• Hepatointestinal: em geral, nesta forma da doença as pessoas não apresentam sintomas e o diagnóstico torna-
se acidental, quando o médico se depara com a presença de ovos viáveis de mansonino exame de fezes de 
rotina. Nas pessoas com queixas clínicas, a sintomatologia é variável e inespecífica: desânimo, indisposição para 
o trabalho, tonturas, cefaleia e sintomas distônicos. Os sintomas digestivos podem predominar: sensação de 
plenitude, flatulência, dor epigástrica e hiporexia. Observam-se surtos diarreicos e, por vezes, disenteriformes, 
intercalados com constipação intestinal crônica. Esse quadro clínico, exceto pela presença de sangue nas fezes, 
não difere do encontrado em pessoas sem esquistossomose, mas com a presença de outras parasitoses 
intestinais. 
• Hepática: a apresentação clínicados pacientes pode ser assintomática ou com sintomas da forma 
hepatointestinal. Ao exame físico, o fígado é palpável e endurecido, à semelhança do que acontece na forma 
hepatoesplênica. Na ultrassonografia, verifica-se a presença de fibrose hepática, moderada ou intensa. 
• Hepatoesplênica: Apresenta-se de nas formas: compensada e descompensada ou complicada. 
• Hepatoesplênica compensada: a característica fundamental desta forma é a presença de hipertensão portal, 
levando à esplenomegalia e ao aparecimento de varizes no esôfago. Os pacientes costumam apresentar sinais e 
sintomas gerais inespecíficos, como dores abdominais atípicas, alterações das funções intestinais e sensação de 
peso ou desconforto no hipocôndrio esquerdo, devido ao crescimento do baço. Às vezes, o primeiro sinal de 
descompensação da doença é a hemorragia digestiva com a presença de hematêmese e/ou melena. Ao exame 
físico, o fígado encontra-se aumentado. O baço aumentado mostra-se endurecido e indolor à palpação. Esta 
forma predomina nos adolescentes e adultos jovens. 
• Hepatoesplênica descompensada: considerada uma das formas mais graves da esquistossomose mansoni, 
responsável por óbitos por essa causa específica. Caracteriza-se por diminuição acentuada do estado funcional 
do fígado. Essa descompensação relaciona-se à ação de vários fatores, tais como os surtos de hemorragia 
digestiva e consequente isquemia hepática e fatores associados (hepatite viral, alcoolismo). 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.saude.gov.br/hipertensao
MARCOS VICTOR T RAUTH - ESQUISTOSSOMOSE 4 
 
• Existem, ainda, outras formas clínicas: vasculopulmonar, a hipertensão pulmonar, verificadas em estágios 
avançados da doença e a glomerulopatia. Dentre as formas ectópicas, a mais grave é a neuroesquistossomose 
(mielorradiculopatiaesquistossomótica), caracterizada pela presença de ovos e de granulomas 
esquistossomóticos no sistema nervoso central. O diagnóstico é difícil, mas a suspeita clínica e epidemiológica 
conduz, com segurança, ao diagnóstico presuntivo. O diagnóstico e a terapêutica precoces previnem a evolução 
para quadros incapacitantes e óbitos. A prevalência dessa forma nas áreas endêmicas tem sido subestimada. 
• Outras localizações: são formas que aparecem com menos frequência. As mais importantes localizações 
encontram-se nos órgãos genitais femininos, testículos, na pele, na retina, tireóide e coração, podendo aparecer 
em qualquer órgão ou tecido do corpo humano, uma vez que a esquistossomose mansoni é considerada uma 
doença granulomatosa. 
• Forma pseudoneoplásica : a esquistossomose pode provocar tumores que parecem neoplasias e, ainda, 
apresentarem doença linfoproliferativa. 
Doenças associadas que modificam o curso da esquistossomose: salmonelose prolongada, abscesso hepático em 
imunossuprimidos (AIDS), infecção pelo vírus t-linfotrópico humano- HTLV), pessoas em uso de imunossupressores e 
outras hepatopatias: virais, alcoólica entre outras. 
Prevenção 
A prevenção da esquistossomose consiste em evitar o contato com águas onde existam os caramujos hospedeiros 
intermediários infectados. O controle da esquistossomose é baseado no tratamento coletivo de comunidades de risco, 
acesso a água potável e saneamento básico, educação em saúde e controle de caramujos em lagos e rios. 
Tratamento 
O tratamento da esquistossomose, para os casos simples, é em dose única e supervisionado feito por meio do 
medicamento Praziquantel, receitado pelo médico e distribuído gratuitamente pelo Ministério da Saúde. Os casos 
graves geralmente requerem internação hospitalar e até mesmo tratamento cirúrgico, conforme cada situação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.saude.gov.br/aids