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Introdução ao PCP: Planejamento e Controle da Produção

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11/08/2020 Estudando: Introdução ao PCP (Planejamento e Controle da Produção) | Prime Cursos
https://www.primecursos.com.br/openlesson/10195/104575/ 1/3
Estudando: Introdução ao PCP (Planejamento e Controle da Produção)
Modos de Planejamento num PCP
As empresas geralmente são estruturadas como um sistema que transforma, via um processamento, entradas
(insumos) em saídas (produtos) úteis aos clientes. Este sistema é chamado de sistema produtivo.
Para que um sistema produtivo transforme insumos em produtos (bens e/ou serviços), ele precisa ser
pensado em termos de prazos, em que planos são feitos e ações são disparadas com base nestes planos
para que, transcorridos estes prazos, os eventos planejados pelas empresas venham a se tornar realidade.
De forma geral, pode-se dividir o horizonte de planejamento de um sistema produtivo em três níveis: o longo;
o médio e o curto prazo.
A figura a seguir apresenta como estes prazos estão relacionados às atividades estratégicas, táticas e
operacionais das empresas e quais são os objetivos pretendidos com a execução destas atividades.
A longo prazo, no nível estratégico, os sistemas produtivos precisam montar um Plano de Produção cuja
função é, com base na previsão de vendas de longo prazo, visualizar com que capacidade de produçâo o
sistema deverá trabalhar para atender a seus clientes. É chamado de estratégico porque, caso a empresa não
encaminhe seus recursos físicos e financeiros para a efetivação deste Plano de Produção, ela terá seu
desempenho seriamente comprometido no futuro. E, como se tem tempo suficiente, com a injeção de capital
pode-se redirecionar o sistema produtivo para praticamente qualquer estratégia produtiva desejada.
A médio prazo, com o sistema produtivo já estruturado em cima de um Plano de Produção, o chamado Plano-
mestre de Produção (PMP), buscará táticas para operar de forma mais eficiente este sistema montado,
planejando o uso desta capacidade instalada para atender às previsões de vendas de médio prazo e/ou os
pedidos em carteira já negociados com os clientes. É chamado de tático porque este PMP deve analisar
diferentes formas de manobrar o sistema produtivo disponível (adiantar a produção, definir horas por turno,
terceirizar parte da produção, etc.).
Já a curto prazo, com o sistema montado e a tática de operação definida, o sistema produtivo irá executar a
Programação da Produção para produzir os bens e/ou serviços e entregá-los aos clientes. É chamado de
operacional porque neste nível só resta operar o sistema dentro de uma tática montada. Mudança de tática a
11/08/2020 Estudando: Introdução ao PCP (Planejamento e Controle da Produção) | Prime Cursos
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curto prazo acarretará desencontros entre os diferentes setores produtivos, visto não haver mais tempo hábil
para sincronizar o processo como um todo. Geralmente, a formação de estoques desnecessários no sistema
produtivo é resultado deste desencontro entre o nível tático e o operacional.
Um sistema produtivo será mais eficiente quando consiguir sincronizar a passagem de estratégias para táticas
e de táticas para operações de produção e venda dos produtos solicitados.
Quanto aos horizontes destes prazos, geralmente, o longo prazo é medido em meses ou trimestres com
alcance de anos; o médio prazo em semanas com a abrangência de meses à frente; e o curto prazo é medido
em dias, para a semana em curso. Cabe ressaltar que estes prazos dependem da flexibilidade em se montar,
manobrar e operar o sistema produtivo. Em um estaleiro, por exemplo, se terá prazos muito maiores do que
em uma empresa que monta computadores via solicitação pela Internet.
No sentido de organizar a montagem dos dados e a tomada de decisões com relação a estas atividades
escalonadas no tempo, as empresas montam um setor, ou departamento, de apoio à produção, geralmente
ligado à Diretoria Industrial, conhecido como PCP (Departamento de Planejamento e Controle da Produção),
ou, em alguns casos, PPCP (De-partamento de Planejamento, Programação e Controle da Produção).
As atividades do PCP são exercidas nos três níveis hierárquicos de planejamento e controle das atividades
produtivas de um sistema de produção. No nível estratégico, em que são definidas as políticas estratégicas de
longo prazo da empresa, o PCP participa da formulação do Planejamento Estratégico da Produção, gerando
um Plano de Produção. No nível tático, em que são estabelecidos os planos de médio prazo para a produção,
o PCP desenvolve o Planejamento-mestre da Produção, obtendo o Plano-mestre de Produção (PMP). No
nível operacional, em que são preparados os programas de curto prazo de produção e realizado o
acompanhamento dos mesmos, o PCP prepara a Programação da Produção, administrando estoques,
sequenciando, emitindo e liberando as Ordens de Compras, Fabricação e Montagem, bem como executa o
Acompanhamento e Controle da Produção, gerando um relatório de Avaliação de Desempenho.
Vamos entender agora os principais modos de planejamento que a área de PCP exerce:
1ª) Planejamento Estratégico da Produção: consiste em estabelecer um Plano de Produção para determinado
período (longo prazo) segundo as estimativas de vendas de longo prazo e a disponibilidade de recursos
financeiros e produtivos. A estimativa de vendas de longo prazo serve para prever os tipos e quantidades de
produtos que se espera vender no horizonte de planejamento estabelecido. A capacidade de produção é o
fator físico limitante do processo produtivo, e pode ser incrementada ou reduzida, desde que planejada a
tempo, pela adição de recursos financeiros. No Planejamento Estratégico da Produção, o Plano de Produção
gerado é pouco detalhado, normalmente trabalhando com famílias de produtos, tendo como finalidade
possibilitar a adequação dos recursos produtivos à demanda esperada dos mesmos, buscando atingir
determinados critérios estratégicos de desempenho (custo, qualidade, confiabilidade, pontualidade e
flexibilidade).
2ª) Planejamento-mestre da Produção: consiste em estabelecer um Plano-mestre de Produção (PMP) de
produtos finais, detalhado a médio prazo, período a período, a partir do Plano de Produção, com base nas
previsões de vendas de médio prazo ou nos pedidos em carteira já confirmados. Onde o Plano de Produção
considera famílias de produtos, o PMP especifica itens finais que fazem parte destas famílias, com base nos
Roteiros de Fabricação e nas Estruturas dos Produtos fornecidos pela Engenharia. A partir do
estabelecimento do PMP, o sistema produtivo passa a assumir compromissos de fabricação e montagem dos
bens ou serviços. Ao executar o Planejamento-mestre da Produção e gerar um PMP inicial, o PCP deve
analisá-lo quanto às necessidades de recursos produtivos com a finalidade de identificar possíveis gargalos
que possam inviabilizar este plano quando da sua execução a curto prazo. Identificados os potenciais
problemas, e tomadas as medidas preventivas necessárias, o planejamento-mestre deve ser refeito até
chegar-se a um PMP viável.
3ª) Programação da Produção: com base no PMP, nos registros de controle de estoques e nas informações
da Engenharia, a Programação da Produção estabelece a curto prazo quanto e quando comprar, fabricar ou
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montar de cada item necessário à composição dos produtos finais. Para tanto, são dimensionadas e emitidas
Ordens de Compra para os itens comprados, Ordens de Fabricação para os itens fabricados internamente, e
Ordens de Montagem para as submontagens intermediárias e montagem final dos produtos definidos no PMP.
Em função da disponibilidade dos recursos produtivos, a Programação da Produção se encarrega de fazer o
sequenciamento das ordens emitidas, de forma a otimizar a utilização dos recursos. Se o Plano de Produção
providenciou os recursos necessários, eo PMP equacionou os gargalos, não deverão ocorrer problemas na
execução do programa de produção sequenciado. Dependendo do sistema de programação da produção
empregado pela empresa (puxado ou empurrado), a Programação da Produção enviará as ordens a todos os
setores responsáveis (empurrando) ou apenas aos setores clientes dos supermercados montados (puxando).
4ª) Acompanhamento e Controle da Produção: através da coleta e análise dos dados, hoje facilmente
automatizada por coletores de dados nos pontos de controle, esta função do PCP busca garantir que o
programa de produção emitido seja executado a contento. Quanto mais rapidamente os problemas forem
identificados, mais efetivas serão as medidas conetivas visando ao cumprimento do programa de produção.
Além das informações de produção úteis ao próprio PCP no desempenho de suas funções, o
Acompanhamento e Controle da Produção normalmente está encarregado de coletar dados (índices de
defeitos, horas/máquinas e horas/homens consumidas, consumo de materiais, índices de quebras de
máquinas etc.) para apoiar outros setores do sistema produtivo.
Resumindo tudo: Operacionalmente, estas funções acima mencionadas, que são executadas pelo PCP, fazem
parte de sistemas de informações gerenciais integrados, adquiridos na forma de pacotes comerciais de
software, chamados de ERP (Enterprise Resource Planning ou planejamento dos recursos da empresa ou
negócios), que permitem a uma empresa automatizar e integrar a maioria de seus processos (PCP
suprimentos, manufatura, manutenção, administração financeira, contabilidade, recursos humanos, qualidade
etc.), compartilhando práticas operacionais e informações comuns armazenadas em bancos de dados
distribuídos por toda a empresa, e produzir e acessar informações em tempo real. São softwares modulares, e
os módulos vão sendo agregados ao sistema da empresa conforme suas necessidades e a disponibilidade de
recursos financeiros.
Os atuais sistemas ERP tiveram sua evolução a partir do sistema MRP (Material Requirements Manning ou
planejamento das necessidades de materiais), desenvolvidos na década de 60, e de seu desdobramento
posterior, nos anos 80, chamado de MRP-II (Manufacturing Resource Planning, ou planejamento dos recursos
de manufatura). Esta evolução dos sistemas de informações gerenciais foi decorrente da própria evolução no
tratamento de dados informatizados; contudo, rotinas básicas, como, por exemplo, o planejamento-mestre e o
cálculo das necessidades de materiais, permanecem e são a base dos sistemas atuais de ERP.
Apesar de as atividades desenvolvidas pelo PCP serem basicamente estas quatro citadas, o grau de
complexidade de cada uma delas dependerá do tipo de sistema produtivo dentro do qual o PCP está agindo.
Neste sentido, é importante deixar claro as características que estão por trás dos diferentes sistemas
produtivos e seu relacionamento com as funções de PCP.

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