Buscar

Hexag - Entre Frases - Livro 3

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 118 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

3
LINGUAGENS, CÓDIGOS
e suas tecnologias
Emily Cristina dos Ouros e Murilo de Almeida Gonçalves
Estudo da escr ita - Redação
L
ENTRE FRASES
C
Redação para
vestibular medicina
4ª edição • São Paulo
2019 
© Hexag Sistema de Ensino, 2018
Direitos desta edição: Hexag Sistema de Ensino, São Paulo, 2019
Todos os direitos reservados.
Autores
Emily Cristina dos Ouros
Murilo de Almeida Gonçalves
Diretor geral
Herlan Fellini
Coordenador geral
Raphael de Souza Motta
Responsabilidade editorial, programação visual, revisão e pesquisa iconográfica
Hexag Sistema de Ensino
Diretor editorial
Pedro Tadeu Batista
Editoração eletrônica
Arthur Tahan Miguel Torres
Bruno Alves Oliveira Cruz
Claudio Guilherme da Silva
Eder Carlos Bastos de Lima
Fernando Cruz Botelho de Souza
Matheus Franco da Silveira
Raphael de Souza Motta
Raphael Campos Silva
Projeto gráfico e capa
Raphael Campos Silva
Foto da capa
pixabay (http://pixabay.com)
Impressão e acabamento
Meta Solutions
ISBN: 978-85-9542-097-7
Todas as citações de textos contidas neste livro didático estão de acordo com a legislação, tendo por fim único e exclusivo o 
ensino. Caso exista algum texto, a respeito do qual seja necessária a inclusão de informação adicional, ficamos à disposição 
para o contato pertinente. Do mesmo modo, fizemos todos os esforços para identificar e localizar os titulares dos direitos sobre 
as imagens publicadas e estamos à disposição para suprir eventual omissão de crédito em futuras edições.
O material de publicidade e propaganda reproduzido nesta obra é usado apenas para fins didáticos, não representando qual-
quer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) e da editora.
2019
Todos os direitos reservados para Hexag Sistema de Ensino.
Rua Luís Góis, 853 – Mirandópolis – São Paulo – SP
CEP: 04043-300
Telefone: (11) 3259-5005
www.hexag.com.br
contato@hexag.com.br
CARO ALUNOCARO ALUNO
O Hexag Medicina é referência em preparação pré-vestibular de candidatos à carreira de Medicina. Desde 2010, são centenas de aprovações nos principais 
vestibulares de Medicina no Estado de São Paulo, Rio de Janeiro e em todo Brasil. O material didático foi, mais uma vez, aperfeiçoado e seu conteúdo enri-
quecido, inclusive com questões recentes dos relevantes vestibulares de 2019. 
Esteticamente, houve uma melhora em seu layout, na definição das imagens, criação de novas seções e também na utilização de cores.
No total, são 103 livros, 24 cadernos de Estudo Orientado e 6 cadernos de aula.
O conteúdo dos livros foi organizado por aulas. Cada assunto contém uma rica teoria, que contempla de forma objetiva e clara o que o aluno 
realmente necessita assimilar para o seu êxito nos principais vestibulares do Brasil e Enem, dispensando qualquer tipo de material alternativo complementar. 
Todo livro é iniciado por um infográfico. Esta seção, de forma simples, resumida e dinâmica, foi desenvolvida para indicação dos assuntos mais abordados nos 
principais vestibulares, voltados para o curso de medicina em todo território nacional.
O conteúdo das aulas está dividido da seguinte forma:
TEORIA
Todo o desenvolvimento dos conteúdos teóricos, de cada coleção, tem como principal objetivo apoiar o estudante na resolução de questões propos-
tas. Os textos dos livros são de fácil compreensão, completos e organizados. Além disso, contam com imagens ilustrativas que complementam as explicações 
dadas em sala de aula. Quadros, mapas e organogramas, em cores nítidas, também são usados, e compõem um conjunto abrangente de informações para o 
estudante, que vai dedicar-se à rotina intensa de estudos.
TEORIA NA PRÁTICA (EXEMPLOS)
Desenvolvida pensando nas disciplinas que fazem parte das Ciências da Natureza e suas Tecnologias e Matemática e suas Tecnologias. Nesses 
compilados nos deparamos com modelos de exercícios resolvidos e comentados, aquilo que parece abstrato e de difícil compreensão torna-se mais acessível 
e de bom entendimento aos olhos do estudante.
Através dessas resoluções é possível rever a qualquer momento as explicações dadas em sala de aula.
INTERATIVIDADE
Trata-se do complemento às aulas abordadas. É desenvolvida uma seção que oferece uma cuidadosa seleção de conteúdos para complementar o 
repertório do estudante. É dividido em boxes para facilitar a compreensão, com indicação de vídeos, sites, filmes, músicas e livros para o aprendizado do aluno. 
Tudo isso é encontrado em subcategorias que facilitam o aprofundamento nos temas estudados. Há obras de arte, poemas, imagens, artigos e até sugestões 
de aplicativos que facilitam os estudos, sendo conteúdos essenciais para ampliar as habilidades de análise e reflexão crítica. Tudo é selecionado com finos 
critérios para apurar ainda mais o conhecimento do nosso estudante.
INTERDISCIPLINARIDADE
Atento às constantes mudanças dos grandes vestibulares, é elaborada, a cada aula, a seção interdisciplinaridade. As questões dos vestibulares de 
hoje não exigem mais dos candidatos apenas o puro conhecimento dos conteúdos de cada área, de cada matéria.
Atualmente há muitas perguntas interdisciplinares que abrangem conteúdos de diferentes áreas em uma mesma questão, como biologia e química, 
história e geografia, biologia e matemática, entre outros. Neste espaço, o estudante inicia o contato com essa realidade por meio de explicações que relacio-
nam a aula do dia com aulas de outras disciplinas e conteúdos de outros livros, sempre utilizando temas da atualidade. Assim, o estudante consegue entender 
que cada disciplina não existe de forma isolada, mas sim, fazendo parte de uma grande engrenagem no mundo em que ele vive.
APLICAÇÃO NO COTIDIANO
Um dos grandes problemas do conhecimento acadêmico é o seu distanciamento da realidade cotidiana no desenvolver do dia a dia, dificultando o 
contato daqueles que tentam apreender determinados conceitos e aprofundamento dos assuntos, para além da superficial memorização ou “decorebas” de 
fórmulas ou regras. Para evitar bloqueios de aprendizagem com os conteúdos, foi desenvolvida a seção “Aplicação no Cotidiano”. Como o próprio nome já 
aponta, há uma preocupação em levar aos nossos estudantes a clareza das relações entre aquilo que eles aprendem e aquilo que eles têm contato em seu 
dia a dia.
CONSTRUÇÃO DE HABILIDADES
Elaborada pensando no Enem, e sabendo que a prova tem o objetivo de avaliar o desempenho ao fim da escolaridade básica, o estudante deve 
conhecer as diversas habilidades e competências abordadas nas provas. Os livros da “Coleção vestibulares de Medicina” contêm, a cada aula, algumas dessas 
habilidades. No compilado “Construção de Habilidades”, há o modelo de exercício que não é apenas resolvido, mas sim feito uma análise expositiva, descre-
vendo passo a passo e analisado à luz das habilidades estudadas no dia. Esse recurso constrói para o estudante um roteiro para ajudá-lo a apurá-las na sua 
prática, identificá-las na prova e resolver cada questão com tranquilidade.
ESTRUTURA CONCEITUAL
Cada pessoa tem sua própria forma de aprendizado. Geramos aos estudantes o máximo de recursos para orientá-los em suas trajetórias. Um deles 
é a estrutura conceitual, para aqueles que aprendem visualmente a entender os conteúdos e processos por meio de esquemas cognitivos, mapas mentais e 
fluxogramas. Além disso, esse compilado é um resumo de todo o conteúdo da aula. Por meio dele, pode-se fazer uma rápida consulta aos principais conteúdos 
ensinados no dia, o que facilita sua organização de estudos e até a resolução dos exercícios.
A edição 2019 foi elaborada com muito empenho e dedicação, oferecendo ao aluno um material moderno e completo, um grande aliado para o seu 
sucesso nos vestibulares mais concorridos de Medicina.
Herlan Fellini
SUMÁRIO
ESTUDO DA ESCRITA - REDAÇÃO
ENTRE FRASES
Aula 10: Proposta de intervenção I - Composição 7
Aula 11: Proposta de intervenção II - Os agentes da intervenção 29
Aula 12: Conclusão 51
Aula 13: Coesão sequencial 69
Redações extras 95
Prontuário111
1 0 Proposta de intervenção I - Composição
L C
ENTRE 
FRASES
1 0 Proposta de intervenção I - Composição
L C
ENTRE 
FRASES
9
ProPosta de intervenção i - ComPosição
Nesta e na próxima aula, abordaremos – detalhadamente – quais são as principais características da pro-
posta de intervenção do ENEM. O objetivo é que você possa aprender a redigir uma intervenção extremamente 
organizada e que contemple todas as exigências da banca elaboradora do exame.
Para isso, nessa aula você conhecerá as principais características da estrutura da intervenção, bem como 
seus elementos de composição. O objetivo dessa primeira etapa é apresentar o modo mais utilizado pelos can-
didatos para a elaboração de sua intervenção, tendo em vista que ela geralmente é apresentada no parágrafo de 
conclusão. Na próxima aula, você poderá conhecer mais afundo os agentes da intervenção e suas possíveis ações.
I) CARACTERÍSTICAS DA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO DO ENEM
Sabemos que a competência 5 do ENEM refere-se a proposta de intervenção. Essa avaliação verifica se o 
aluno é capaz de propor uma medida concreta para o problema discutido ao longo da redação. Para tanto, é preciso 
que esteja muito claro na intervenção quem e quais são:
a) os responsáveis por realizar a ação (os atores sociais) 
b) a ação a ser realizada e seu detalhamento (ação)
c) o modo com essa ação será implantada (meios)
d) a finalidade dessa ação. (efeitos/fins)
O manual de redação do ENEM 2018 define com clareza como essa relação é estabelecida:
“A proposta de intervenção deve refletir os conhecimentos de mundo de quem a redige e, quando muito 
bem elaborada, deve conter não apenas a exposição da ação interventiva sugerida, mas também o ator social 
competente para executá-la, de acordo com o âmbito da ação escolhida: individual, familiar, comunitário, social, 
político, governamental e mundial. Além disso, a proposta de intervenção deve conter o meio de execução da 
ação e seu possível efeito, bem como o algum outro detalhamento.
Em outras palavras podemos compreender essa exigência do seguinte modo:
ATOR – QUEM vai fazer a ação proposta?
AÇÃO – O QUE vai ser feito?
MEIO – COMO essa ação será realizada?
FINALIDADE – PARA QUE essa ação serve?
Os exemplos abaixo, retirados de redações com nota mil do ano de 2018, ajudam a compreender o modo como a 
avaliação é realizada e como o detalhamento é exigido:
Com o intuito de amenizar essa problemática, o Congresso Nacional deve formular leis que limitem esse assédio 
comercial realizado por empresas privadas, por meio de direitos e punições aos que descumprirem, a fim de acabar 
com essa imposição midiática. As escolas, em parceria com as famílias, devem inserir a discussão sobre esse tema 
tanto no ambiente doméstico quanto no estudantil, por intermédio de palestras, com a participação de psicólogos 
e especialistas, que debatam acerca de como agir “online”, com o objetivo de desenvolver, desde a infância, a 
capacidade de utilizar a tecnologia a seu favor. Feito isso, o conflito vivenciado na série não se tornará realidade.
Trecho da redação nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
10
Diante desse panorama, antes que a internet seja transformada em instrumento de manipulação, é preciso intervir. 
Logo, cabe ao Ministério da Educação abordar a importância dos múltiplos pontos de vista na esfera virtual, me-
diante palestras, projetos e debates, a fim de mitigar a homogeneização das manifestações individuais, uma vez 
que o convívio social implica diálogo e consenso. Além disso, faz-se necessário que o Estado amplie a fiscalização 
do uso de informações pessoais por corporações políticas e empresariais, por intermédio da criação de órgãos de 
denúncia online, os quais inserirão os usuários nesse processo, com a finalidade de controlar o domínio elitista 
sobre os limites e possibilidades do indivíduo. Desse modo, o Brasil poderá vivenciar aquilo que o Marco Civil de-
terminou: igualdade e segurança no paralelo universo virtual, indissociável da realidade do século XXI.
Trecho da redação nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
Com base nessas informações, veremos de que maneira podemos organizar nosso parágrafo de conclusão para 
contemplar todas essas características. É importante dominar muito bem a estrutura do parágrafo e as exigências 
do ENEM para garantir uma nota máxima na competência 5.
II) ESTRUTURA DO PARÁGRAFO DE CONCLUSÃO COM PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Embora a intervenção do ENEM exija todos esses elementos para ser bem avaliada, é fundamental consi-
derar que o parágrafo de intervenção necessita de uma estrutura que garanta sua função de conclusão. Em outras 
palavras, não basta apresentar a intervenção diretamente: é preciso mostrar ao leitor como aquela intervenção se 
articula com o restante do texto. Por isso, apresentamos a seguir os elementos estruturais ideais da conclusão 
para que o candidato cumpra as exigências da competência 5 e consiga articulá-las bem com o restante da reda-
ção. Você verá que o parágrafo de conclusão também se articula com uma pequena introdução, desenvolvimento 
e conclusão.
1) RETOMADA DO PROBLEMA (INTRODUÇÃO)
Para garantir a coesão entre os parágrafos, recomenda-se que o candidato redija um primeiro período que 
retome o problema abordado no texto sem muito detalhamento. A função desse período é estabelecer conexão 
entre a discussão feita e a resolução que será apresentada em seguida. Para isso, é importante que o período seja 
iniciado por elementos (conjunções/pronomes) capazes revelar ao leitor tal conexão. Veja os exemplos abaixo:
Portanto, é mister que o Estado tome providências para amenizar o quadro atual. Para a conscientização...
É possível defender, portanto, que impasses econômicos e sociais constituem desafios a superar. Para tanto, o 
Poder Público...
Fica claro, portanto, que medidas são necessárias a fim de atenuar a manipulação do comportamento do usu-
ário pelo controle de dados na internet. Logo, é imperativo que o Ministério da...
Portanto, fica evidente a necessidade de combater o uso de informações pessoais por empresas de tecnologia. 
Para tanto, é...
Portanto, a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet é um problema que 
aflige a sociedade atual e que necessita ser combatido. Para tanto, é dever...
Em suma, a manipulação comportamental pelo uso de dados é um complexo desafio hodierno e precisa ser 
combatida.
Todos os excertos acima foram retirados de redações nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
11
O que os períodos acima têm em comum? Todos eles retomam o problema discutido ao longo da redação (ou suas 
causas) e anunciam que é preciso intervir para amenizá-lo. Além disso, eles também fazem uso de um conectivo 
de CONCLUSÃO para estabelecer uma melhor conexão com o parágrafo anterior (observe a grande incidência da 
palavra “portanto”). Assim, para garantir uma nota excelente na coesão e na intervenção, mostra-se importante 
elaborar um período na redação do ENEM que possua essas características.
CONECTIVOS/EXPRESSÕES PARA CONCLUSÃO
Portanto Assim Logo
Em suma Em síntese Diante desse cenário
2) ELEMENTOS DA INTERVENÇÃO (DESENVOLVIMENTO)
Já sabemos que a intervenção do ENEM exige fundamentalmente 4 elementos para que o candidato tenha 
a totalidade de sua nota contemplada. Sabemos também que elementos precisam estar visíveis na identificação 
do corretor, o que leva o candidato a sempre redigir sua intervenção obedecendo uma ordem clara e direta da 
aparição de tais termos. Portanto, vamos estudar agora as características de cada um deles, tendo em vista qual é 
o vocabulário mais apropriado para redigi-los. 
A) Agente - Organismos responsáveis por realizar as ações.
Considerando que a prova sempre tratará de um problema a ser enfrentado, é importante conhecermos – 
minimamente – quais são os agentes competentes para realizar as ações. Ao dizer simplesmente que “OEstado 
precisa realizar políticas”, temos uma proposta que – além de incompleta – é muito vaga, já que a concepção de 
Estado pode variar (Gov. Federal?, Estadual?, Municipal?). Desse modo, cabe ao aluno – na hora de elaborar a 
intervenção - refletir sobre qual instância da sociedade seria mais competente para amenizar o problema discutido. 
Abaixo estão listados os principais agentes que costumam ou podem aparecer nas redações nota 1000 do 
ENEM. Não se preocupe se você não conhecer a fundo a função de cada um deles: essas ações serão evidenciadas 
na próxima aula.
VOCABULÁRIO
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, MINISTÉRIO DA CIDADANIA, MINISTÉRIO DA SAÚDE, PODER LEGIS-
LATIVO, ESCOLAS, ONGs, SOCIEDADE CIVIL, MINISTÉRIO PÚBLICO, CONGRESSO NACIONAL, PODER 
PÚBLICO, GOVERNOS ESTADUAL, PREFEITURAS.
Caso seja necessário, as ações também podem ser feitas por meio de parcerias entre – no máximo – dois 
órgãos diferentes. Nesses casos, é importante empregar a palavra “parceria”.
Ex: Além disso é necessário que o Ministério da Justiça, em parceria com empresas de tecnologia, 
crie canais de denúncia de “fake news”, mediante a implementação de indicadores de confiabilidade nas notícias 
veiculadas – como o projeto “The Trust Project” nos Estados Unidos – com o intuito de minimizar o compartilha-
mento de informações falsas e o impacto destes na sociedade.
Trecho retirado de redação nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
12
B) Ação – Ação que pode minimizar o problema discutido.
A seleção da ação a ser descrita está diretamente ligada à escolha do agente. Novamente, é fundamental 
conhecer bem as funções de cada organismo da sociedade para compreendê-las e saber utilizá-las. Elas são sempre 
mais amplas, já que a viabilidade de cada uma é sempre descrita pelos meios.
Nesse sentido, é importante dominar um certo vocabulário de verbos capazes de descrever bem tal ação e 
torná-la visualmente fácil de ser reconhecida pelo corretor. A tabela de verbos abaixo ajuda a compreender algu-
mas sugestões de técnicas de escrita desses termos:
VOCABULÁRIO
AGENTE AÇÃO
O MINISTÉRIO DA SAÚDE DEVE
CABE AO MINISTÉRIO DA SAÚDE
INFORMAR a população...
ELABORAR projetos que...
CRIAR programas...
IMPLANTAR políticas...
INCENTIVAR a promoção ...
AMPLIAR a fiscalização...
PROMOVER o acesso...
REALIZAR a discussão...
RESTRINGIR a divulgação...
C) Meio – Elementos práticos/concretos que irão viabilizar a ação proposta
Ao redigir os meios na proposta de intervenção, o aluno deve ter claro quais serão as atividades concretas, 
do cotidiano, que poderão viabilizar a ação descrita. Enquanto a ação é mais ampla, os meios são mais específicos, 
já que se restringem à aplicação prática da medida determinada. A tabela abaixo auxilia na compreensão dessa 
lógica.
VOCABULÁRIO
CONJUNÇÕES MEIOS
POR MEIO DE
POR INTERMÉDIO DE
A PARTIR
MEDIANTE
criação de campanhas a serem veiculadas na TV e nas redes sociais...
implantação de restrições e multas às empresas...
cursos de formação continuada oferecidos aos professores da rede pública...
palestras, aulas e distribuição de materiais didáticos sobre a questão... 
criação de órgãos de denúncia...
D) Finalidade/efeitos – Resultado que poderá ser observado após a realização da ação.
A composição da finalidade exige que o candidato saiba qual será o cenário posterior ao emprego da ação 
escolhida. Novamente, é importante dominar um vocabulário de conjunções e verbos que ajudem a descrever esses 
efeitos.
13
VOCABULÁRIO
CONJUNÇÕES/VERBOS FINALIDADE/EFEITO
A FIM DE
COM O OBJETIVO DE
 COM A FINALIDADE DE
PARA
COM O FITO
VISANDO
EVITAR o reaparecimento...
DIMINUIR os índices...
MELHORAR a qualidade...
DESENVOLVER a capacidade...
ACABAR com a exploração...
REDUZIR a emissão...
DESCONSTRUIR preconceitos...
3) FECHAMENTO ESPECIAL (CONCLUSÃO)
Para encerrar a redação, recomenda-se que o aluno escreva um período conclusivo curto no qual ele afirme 
o que poderá melhorar a partir das ações informadas. Trata-se de algo bem conciso e mais amplo que pode, inclusi-
ve, fazer referência – histórica, filosófica, literária, sociológica, entre outras – a algum dado trabalhado, geralmente, 
na introdução do texto. Assim, além de garantir o cumprimento do detalhamento descrito, ele consegue estabelecer 
o paralelismo com algo que foi abordado ao longo da redação.
Observe os exemplos das redações nota mil do ano de 2018:
INTRODUÇÃO
A sociedade distópica retratada no longa-metragem “Matrix“ era controlada por uma inteligência 
artificial que ocasionava a ilusão de livre-arbítrio das pessoas, a qual era erroneamente interpreta-
da como decisão inerente ao ser humano. Para além da ficção, o poder de alienação e manipulação 
dos indivíduos a partir do controle de dados na internet é uma realidade provocada pelas platafor-
mas de comunicação e redes sociais no Brasil e no mundo.
PERÍODO DE FECHAMENTO Só assim, a ignorância dará espaço a razão nas sociedades contemporâneas e a realidade do filme 
“Matrix” não será repetida no mundo real.
INTRODUÇÃO
George Orwell, em sua célebre obra “1984”, descreve uma distopia na qual os meios de comuni-
cação são controlados e manipulados para garantir a alienação da população frente a um governo 
totalitário. Entretanto, apesar de se tratar de uma ficção, o livro de Orwell parece refletir, em parte, 
a realidade do século XXI, uma vez que, na atualidade, usuários da internet são constantemente in-
fluenciados por informações previamente selecionadas, de acordo com seus próprios dados. Nesse 
contexto, questões econômicas e sociais devem ser postas em vigor, a fim de serem devidamente 
compreendidas e combatidas.
PERÍODO DE FECHAMENTO Assim, será possível restringir, de fato, a distopia de Orwell à ficção.
DESENVOLVIMENTO 3º PARÁGRAFO
Ademais, é preciso compreender tal fenômeno patológico como um atentado às ins-
tituições democráticas. Isso porque a perspectiva de mundo dos indivíduos coordena 
suas escolhas em eleições e plebiscitos públicos. Dessa maneira, o povo tende a agir 
segundo o conceito de menoridade, do filósofo iluminista Immanuel Kant, no qual as 
decisões pessoais são tomadas pelo intelecto e influência de outro. Evidencia-se, as-
sim, que o domínio da seletividade de informações nas redes sociais, como Facebook 
e Twitter, pode representar uma sabotagem ao Estado Democrático.
PERÍODO DE FECHAMENTO Desse modo, atenuar-se-á, em médio e longo prazo, o impacto nocivo do controle 
comportamental moderno, e a sociedade alcançará o estágio da maioridade Kantiana.
14
INTRODUÇÃO
No livro Admirável Mundo Novo do escritor inglês Aldous Huxley é retratada uma realidade distó-
pica na qual o corpo social padroniza-se pelo controle de informações e traços comportamentais. 
Tal obra fictícia, em primeira análise, diverge substancialmente da realidade contemporânea, uma 
vez que valores democráticos imperam. No entanto, com o influente papel atribuído à internet, 
configurou-se uma liberdade paradoxal tangente à regulamentação de dados. Assim, faz-se pro-
fícuo observar a parcialidade informacional e o consumo exacerbado como pilares fundamentais 
da problemática.
PERÍODO DE FECHAMENTO Enfim, será possível a construção de uma juventude responsável e dificilmente manipulada, sem 
nenhuma semelhança a obra de Aldous Huxley.
INTRODUÇÃO
George Orwell, em sua célebre obra “1984”, descreve uma distopia na qual os meios de comuni-
cação são controlados e manipulados para garantir a alienação da população frente a um governo 
totalitário. Entretanto, apesar de se tratar de uma ficção, o livro de Orwell parece refletir, em parte, 
a realidade do século XXI, uma vez que, na atualidade, usuários da internet são constantemente in-
fluenciados por informações previamente selecionadas, de acordo com seus próprios dados. Nesse 
contexto, questões econômicas e sociais devem ser postas em vigor, a fim de serem devidamente 
compreendidas e combatidas.
PERÍODO DE FECHAMENTO Enfim, será possível a construção de umajuventude responsável e dificilmente manipulada, sem 
nenhuma semelhança à obra de Aldous Huxley.
ENCERRAMENTO 
SEM REFERÊNCIA
Assim, observar-se-ia uma população mais crítica e menos iludida.
ENCERRAMENTO 
SEM REFERÊNCIA
Dessa forma, será possível tornar o meio virtual um ambiente mais seguro e democrático para a 
população brasileira.
ENCERRAMENTO 
SEM REFERÊNCIA
Dessa forma, garantir-se-á o combate à manipulação do comportamento do usuário pelo controle 
de dados na internet.
Todos os excertos acima foram retirados de redações nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
VOCABULÁRIO
Desse modo, será possível...
Feito isso, a sociedade poderá ...
Dessa maneira, os desafios...poderão ser atenuados.
*DICA IMPORTANTE
PARA NÃO SE ESQUECER DE NENHUM DESSES DETALHES, ORGANIZE O PLANEJAMENTO 
DE SUA INTERVENÇÃO A PARTIR DA SELEÇÃO DAS INFORMAÇÕES:
RETOMADA:
QUEM?
O QUE? 
COMO?
PARA QUE?
FECHAMENTO ESPECIAL:
15
eXerCÍCios
EXERCÍCIO 1: Reconheça e sublinhe os AGENTES, as AÇÕES, os MEIOS e as FINALIDADES das propos-
tas a seguir:
a) Portanto, é notório que a manipulação dos dados de pesquisa dos utentes se configura como um problema 
relativo à fragilidade das leis na rede. Logo, o Congresso Nacional deveria elaborar uma legislação que reforçasse 
os direitos e deveres dos usuários no ambiente virtual, por meio de reuniões com especialistas em segurança digi-
tal, com o fito de amenizar os crimes de roubos de dados por empresas. Assim, o Governo reverteria o estado de 
anomia na internet.
b) Portanto, a manipulação de pessoas no meio digital, favorecida pela falta de autonomia nesse contexto, leva 
à formação de grupos os quais só compartilham um único interesse. Logo, cabe às escolas, instituições que de-
senvolvem sujeitos autônomos, a tarefa de alertar acerca da necessidade de navegar com responsabilidade pela 
internet, por meio de palestras e discussões sobre o assunto, envolvendo as disciplinas de Filosofia e Sociologia, a 
fim de formar cidadãos que não sejam controlados pelas ferramentas virtuais. Ademais, as redes sociais, principal 
espaço causador das “bolhas” de pensamentos e gostos, deve facilitar a interação de ideias divergentes, mediante 
a criação de páginas voltadas para a troca de opiniões. Só assim, o controle de indivíduos na “Era da Informação” 
será solucionado.
c) Logo, é necessário que o Ministério da Educação, em parceria com instituições de apoio ao surdo, proporcione 
a este maiores chances de se inserir no mercado, mediante a implementação do suporte adequado para a forma-
ção escolar e acadêmica desse indivíduo – com profissionais especializados em atendê-lo –, a fim de gerar maior 
igualdade na qualificação e na disputa por emprego. É imprescindível , ainda, que as famílias desses deficientes 
exijam do poder público a concretude dos princípios constitucionais de proteção a esse grupo, por meio do apro-
fundamento no conhecimento das leis que protegem essa camada, para que, a partir da obtenção do saber, esse 
empenho seja fortalecido e, assim, essa parcela receba o acompanhamento necessário para atingir a formação 
educacional e a contribuição à sociedade.
d) Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que a Escola promova a formação de cidadãos que respeitem às 
diferenças e valorizem a inclusão, por intermédio de palestras, debates e trabalhos em grupo, que envolvam a famí-
lia, a respeito desse tema, visando a ampliar o contato entre a comunidade escolar e as várias formas de deficiên-
cia. Além disso, é imprescindível que o Poder Público destine maiores investimentos à capacitação de profissionais 
da educação especializados no ensino inclusivo e às melhorias estruturais nas escolas, com o objetivo de oferecer 
aos surdos uma formação mais eficaz. Ademais, cabe também ao Estado incentivar a contratação de deficientes por 
empresas privadas, por meio de subsídios e Parcerias Público-Privadas, objetivando a ampliar a participação desse 
grupo social no mercado de trabalho.
16
aula 10 - a banalização do TDAH
ACERVO
TEXTO 1
Os maiores problemas relacionados ao uso de Ritalina estão no uso incorreto e no descuido no diagnóstico. Geralmente, 
psiquiatras e professores partem de uma análise estereotipada, baseada no senso comum: se é inquieto, tem TDAH; se é distraído, 
também. Muitos não utilizam o DSM (Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais) para diagnosticar o transtorno. 
Aí está o erro. Quando as análises são feitas erroneamente, o paciente passa a ser medicado com Ritalina, mesmo sem precisar.
E um dado chama atenção para os possíveis diagnósticos errados: a explosão de vendas do medicamento. Em oito anos (de 
2000 até 2008), a comercialização anual de caixas de Ritalina passou de 71 mil para 1,147 milhões, sem contabilizar as demandas 
revendidas clandestinamente no País. O número coloca o Brasil como o segundo maior consumidor de metilfenidato do mundo, 
perdendo apenas para os Estados Unidos. Entretanto, é válido lembrar que a Ritalina é o único medicamento para tratamento de 
TDAH comercializado no território brasileiro, o que contribui com o grande consumo no País.
Para alguns médicos, esse crescimento se dá porque aumentou o acesso ao diagnóstico e ao conhecimento sobre o trans-
torno. “Enxergo esse aumento de maneira desejável. Segundo dados do IBGE, até 2010 existiam 924.732 pessoas com TDAH, mas 
apenas 184.481 estavam em tratamento. Se as vendas continuarem aumentando, todos os portadores terão acesso à medicação”, 
afirma o psiquiatra Paulo Mattos.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o transtorno e, juntamente com Associação Americana de Psiquiatria, 
estima que cerca de 4% dos adultos e de 5% a 8% de crianças e adolescentes em todo o mundo tenham TDAH. Além disso, as 
entidades calculam que pelo menos duas crianças de uma sala de aula de 40 alunos sejam portadores.
Mas alguns psicólogos acreditam que o aumento no consumo é reflexo de uma política de medicalização. A psicóloga 
Roseli Caldas afirma que tais vendas espelham uma sociedade imediatista, que busca nos remédios resultados rápidos e eficientes. 
“A medicalização é como um mascaramento de questões sociais, uma vez que atribuir doenças a indivíduos nos exime de buscar 
nas relações sociais, econômicas e políticas as causas e soluções para os problemas da sociedade. No caso da educação, fica mais 
fácil diagnosticar crianças do que tentar compreender quais fatores poderiam ser responsáveis pela falta de atenção ou pela impul-
sividade”, enfatiza a psicóloga.
Recentemente, o Conselho Federal de Psicologia lançou uma campanha com o seguinte slogan: “Se você acha que seu filho 
está muito arteiro, fique calmo. Ele está apenas sendo criança, não tem TDAH”.
Campanha dentro das esColas
Na contramão de minimizar a preocupação que deve ser dispendida com o diagnóstico do transtorno, existem boatos 
de que a farmacêutica Novartis faça campanhas em escolas alertando sobre os riscos do TDAH e orientando sobre as formas de 
identificá-lo. Para muitos, isso justificaria a maior quantidade de diagnósticos e, consequentemente, o maior uso da Ritalina nos 
últimos anos. Durante entrevista cedida ao site Drauzio Varella, a existência de tais campanhas foi veementemente negada pela 
farmacêutica.
Em 2010, porém, a Novartis e a ABDA (Associação Brasileira de Déficit de Atenção) promoveram o concurso “Atenção 
Professor”, que tinha como objetivo “ajudar os educadores a conhecer e lidar melhor com o TDAH”. Para levar o prêmio de R$7 mil 
era preciso apresentar as melhores propostas de inclusão de portadores de TDAH na sala de aula.
Além do valor, as escolas ganhariam um kit contendo uma champagne, um Certificado da Escola de Projeto de Inclusão 
e um troféu. O líder do projeto iria receber nominalmente apoio para participar de um Congresso Nacional na área de educação, 
“contemplando passagem, hospedagem e inscrição no valor máximo de R$4.000,00”. Três escolas foram sorteadas.
17
ANovartis negou qualquer tipo de envolvimento com projetos educacionais dentro e fora de escolas, apesar de o projeto 
buscar auxiliar no reconhecimento e condução do transtorno e de a página oficial do concurso exibir a assinatura da empresa como 
uma das responsáveis pela iniciativa. 
Tainah Medeiros. Jjornalista com foco em saúde, atuou como repórter de 2011 a 2016 no Portal Drauzio Varella. https://drau-
ziovarella.uol.com.br/drogas-licitas-e-ilicitas/ritalina-contra-a-inquietacao-na-vida-escolar/ (Acessado em 08.04.2019) 
TEXTO 2
O psiquiatra Paulo Matos falou sobre problemas de falta de atenção nos adultos. Até o egoísmo pode ser um dos sinais. A 
consultora e pediatra Ana Escobar explicou os efeitos colaterais dos remédios.
O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas, que 
aparece na infância e frequentemente acompanha a pessoa por toda a sua vida. Ele se caracteriza por sintomas de desatenção, 
inquietude e impulsividade.
O TDAH na infância se associa a dificuldades na escola e no relacionamento. As crianças são tidas como avoadas, que 
vivem no mundo da lua e estabanadas. Já na fase adulta, ocorrem problemas de desatenção para coisas do cotidiano e trabalho, 
bem como a memória. São frequentemente considerados egoístas.
O psiquiatra lembra que a falta de atenção e hiperatividade são sintomas que todo mundo tem, porém, o que diferencia uns 
dos outros é o grau de intensidade. É ele que vai determinar se uma pessoa sofre de TDAH. Ele explica que houve uma banalização 
da doença, mas é preciso tomar cuidado.
Um questionário pode ajudar a avaliar a intensidade da falta de atenção. As perguntas servem como ponto de partida para 
o levantamento de alguns possíveis sintomas primários do TDAH. É importante ter um diagnóstico correto do transtorno. Veja o 
questionário da Associação Brasileira de Déficit de Atenção
O diagnóstico de TDAH costuma ser feito a partir dos sete anos, pois é nessa idade que a criança passa a ter mais maturi-
dade e começa a entender melhor que é preciso fazer silêncio na sala de aula, por exemplo.
Os especialistas dão algumas dicas para o tratamento de TDAH: não tenha medo de usar remédio, elogie seu filho, não o 
compare com as outras crianças e crie uma rotina. Não espere perfeição e não exija mais do que a criança pode dar.
https://g1.globo.com/bemestar/noticia/quando-a-falta-de-atencao-e-um-transtorno.ghtml (08.08.2017)
TEXTO 3
“Transformamos problemas cotidianos em transtornos mentais”
Catedrático emérito da Universidade Duke comandou a redação da ‘bíblia’ dos psiquiatras
Allen Frances (Nova York, 1942) dirigiu durante anos o Manual Diagnóstico e Estatístico (DSM), documento que define 
e descreve as diferentes doenças mentais. Esse manual, considerado a bíblia dos psiquiatras, é revisado periodicamente para ser 
adaptado aos avanços do conhecimento científico. Frances dirigiu a equipe que redigiu o DSM IV, ao qual se seguiu uma quinta 
revisão que ampliou enormemente o número de transtornos patológicos. Em seu livro Saving Normal (inédito no Brasil), ele faz uma 
autocrítica e questiona o fato de a principal referência acadêmica da psiquiatria contribuir para a crescente medicalização da vida.
Pergunta. No livro, o senhor faz um mea culpa, mas é ainda mais duro com o trabalho de seus colegas do DSM V. Por quê?
Resposta. Fomos muito conservadores e só introduzimos [no DSM IV] dois dos 94 novos transtornos mentais sugeridos. 
Ao acabar, nos felicitamos, convencidos de que tínhamos feito um bom trabalho. Mas o DSM IV acabou sendo um dique frágil de-
mais para frear o impulso agressivo e diabolicamente ardiloso das empresas farmacêuticas no sentido de introduzir novas entidades 
18
patológicas. Não soubemos nos antecipar ao poder dos laboratórios de fazer médicos, pais e pacientes acreditarem que o transtorno 
psiquiátrico é algo muito comum e de fácil solução. O resultado foi uma inflação diagnóstica que causa muito dano, especialmente 
na psiquiatria infantil. Agora, a ampliação de síndromes e patologias no DSM V vai transformar a atual inflação diagnóstica em 
hiperinflação.
P. Seremos todos considerados doentes mentais?
R. Algo assim. Há seis anos, encontrei amigos e colegas que tinham participado da última revisão e os vi tão entusiasmados 
que não pude senão recorrer à ironia: vocês ampliaram tanto a lista de patologias, eu disse a eles, que eu mesmo me reconheço 
em muitos desses transtornos. Com frequência me esqueço das coisas, de modo que certamente tenho uma demência em estágio 
preliminar; de vez em quando como muito, então provavelmente tenho a síndrome do comedor compulsivo; e, como quando minha 
mulher morreu a tristeza durou mais de uma semana e ainda me dói, devo ter caído em uma depressão. É absurdo. Criamos um 
sistema de diagnóstico que transforma problemas cotidianos e normais da vida em transtornos mentais.
P. Com a colaboração da indústria farmacêutica...
R. É óbvio. Graças àqueles que lhes permitiram fazer publicidade de seus produtos, os laboratórios estão enganando o 
público, fazendo acreditar que os problemas se resolvem com comprimidos. Mas não é assim. Os fármacos são necessários e muito 
úteis em transtornos mentais severos e persistentes, que provocam uma grande incapacidade. Mas não ajudam nos problemas coti-
dianos, pelo contrário: o excesso de medicação causa mais danos que benefícios. Não existe tratamento mágico contra o mal-estar.
P. O que propõe para frear essa tendência?
R. Controlar melhor a indústria e educar de novo os médicos e a sociedade, que aceita de forma muito acrítica as facilida-
des oferecidas para se medicar, o que está provocando além do mais a aparição de um perigosíssimo mercado clandestino de fár-
macos psiquiátricos. Em meu país, 30% dos estudantes universitários e 10% dos do ensino médio compram fármacos no mercado 
ilegal. Há um tipo de narcótico que cria muita dependência e pode dar lugar a casos de overdose e morte. Atualmente, já há mais 
mortes por abuso de medicamentos do que por consumo de drogas.
P. Em 2009, um estudo realizado na Holanda concluiu que 34% das crianças entre 5 e 15 anos eram tratadas por hipera-
tividade e déficit de atenção. É crível que uma em cada três crianças seja hiperativa?
R. Claro que não. A incidência real está em torno de 2% a 3% da população infantil e, entretanto, 11% das crianças nos 
EUA estão diagnosticadas como tal e, no caso dos adolescentes homens, 20%, sendo que metade é tratada com fármacos. Outro 
dado surpreendente: entre as crianças em tratamento, mais de 10.000 têm menos de três anos! Isso é algo selvagem, desumano. 
Os melhores especialistas, aqueles que honestamente ajudaram a definir a patologia, estão horrorizados. Perdeu-se o controle.
P. E há tanta síndrome de Asperger como indicam as estatísticas sobre tratamentos psiquiátricos?
R. Esse foi um dos dois novos transtornos que incorporamos no DSM IV, e em pouco tempo o diagnóstico de autismo se 
triplicou. O mesmo ocorreu com a hiperatividade. Calculamos que, com os novos critérios, os diagnósticos aumentariam em 15%, 
mas houve uma mudança brusca a partir de 1997, quando os laboratórios lançaram no mercado fármacos novos e muito caros, e 
além disso puderam fazer publicidade. O diagnóstico se multiplicou por 40.
P. A influência dos laboratórios é evidente, mas um psiquiatra dificilmente prescreverá psicoestimulantes a uma criança sem 
pais angustiados que corram para o seu consultório, porque a professora disse que a criança não progride adequadamente, e eles 
temem que ela perca oportunidades de competir na vida. Até que ponto esses fatores culturais influenciam?
R. Sobre isto tenho três coisas a dizer. Primeiro, não há evidência em longo prazo de que a medicação contribua para 
melhorar os resultados escolares. Em curto prazo, pode acalmar a criança, inclusive ajudá-la a se concentrar melhor em suas tarefas. 
Mas em longo prazo esses benefícios não foram demonstrados.Segundo: estamos fazendo um experimento em grande escala com 
essas crianças, porque não sabemos que efeitos adversos esses fármacos podem ter com o passar do tempo. Assim como não nos 
ocorre receitar testosterona a uma criança para que renda mais no futebol, tampouco faz sentido tentar melhorar o rendimento 
escolar com fármacos. Terceiro: temos de aceitar que há diferenças entre as crianças e que nem todas cabem em um molde de nor-
malidade que tornamos cada vez mais estreito. É muito importante que os pais protejam seus filhos, mas do excesso de medicação.
P. Na medicalização da vida, não influi também a cultura hedonista que busca o bem-estar a qualquer preço?
19
R. Os seres humanos são criaturas muito maleáveis. Sobrevivemos há milhões de anos graças a essa capacidade de con-
frontar a adversidade e nos sobrepor a ela. Agora mesmo, no Iraque ou na Síria, a vida pode ser um inferno. E entretanto as pessoas 
lutam para sobreviver. Se vivermos imersos em uma cultura que lança mão dos comprimidos diante de qualquer problema, vai se 
reduzir a nossa capacidade de confrontar o estresse e também a segurança em nós mesmos. Se esse comportamento se generalizar, 
a sociedade inteira se debilitará frente à adversidade. Além disso, quando tratamos um processo banal como se fosse uma enfermi-
dade, diminuímos a dignidade de quem verdadeiramente a sofre.
P. E ser rotulado como alguém que sofre um transtorno mental não tem consequências também?
R. Muitas, e de fato a cada semana recebo emails de pais cujos filhos foram diagnosticados com um transtorno mental e 
estão desesperados por causa do preconceito que esse rótulo acarreta. É muito fácil fazer um diagnóstico errôneo, mas muito difícil 
reverter os danos que isso causa. Tanto no social como pelos efeitos adversos que o tratamento pode ter. Felizmente, está crescendo 
uma corrente crítica em relação a essas práticas. O próximo passo é conscientizar as pessoas de que remédio demais faz mal para 
a saúde.
P. Não vai ser fácil…
R. Certo, mas a mudança cultural é possível. Temos um exemplo magnífico: há 25 anos, nos EUA, 65% da população 
fumava. Agora, são menos de 20%. É um dos maiores avanços em saúde da história recente, e foi conseguido por uma mudança 
cultural. As fábricas de cigarro gastavam enormes somas de dinheiro para desinformar. O mesmo que ocorre agora com certos me-
dicamentos psiquiátricos. Custou muito deslanchar as evidências científicas sobre o tabaco, mas, quando se conseguiu, a mudança 
foi muito rápida.
P. Nos últimos anos as autoridades sanitárias tomaram medidas para reduzir a pressão dos laboratórios sobre os médicos. 
Mas agora se deram conta de que podem influenciar o médico gerando demandas nos pacientes.
R. Há estudos que demonstram que, quando um paciente pede um medicamento, há 20 vezes mais possibilidades de ele 
ser prescrito do que se a decisão coubesse apenas ao médico. Na Austrália, alguns laboratórios exigiam pessoas de muito boa apa-
rência para o cargo de visitador médico, porque haviam comprovado que gente bonita entrava com mais facilidade nos consultórios. 
A esse ponto chegamos. Agora temos de trabalhar para obter uma mudança de atitude nas pessoas.
P. Em que sentido?
R. Que em vez de ir ao médico em busca da pílula mágica para algo tenhamos uma atitude mais precavida. Que o normal 
seja que o paciente interrogue o médico cada vez que este receita algo. Perguntar por que prescreve, que benefícios traz, que 
efeitos adversos causará, se há outras alternativas. Se o paciente mostrar uma atitude resistente, é mais provável que os fármacos 
receitados a ele sejam justificados.
P. E também será preciso mudar hábitos.
R. Sim, e deixe-me lhe dizer um problema que observei. É preciso mudar os hábitos de sono! Vocês sofrem com uma grave 
falta de sono, e isso provoca ansiedade e irritabilidade. Jantar às 22h e ir dormir à meia-noite ou à 1h fazia sentido quando vocês 
faziam a sesta. O cérebro elimina toxinas à noite. Quem dorme pouco tem problemas, tanto físicos como psíquicos.
https://brasil.elpais.com/brasil/2014/09/26/sociedad/1411730295_336861.html (28.11.2014)
20
É imPortante saber
I. DADO ESTATÍSTICO RELEVANTE
A Organização Mundial de Saúde (OMS) reconhece o transtorno e, juntamente com Associação Americana de Psiquiatria, es-
tima que cerca de 4% dos adultos e de 5% a 8% de crianças e adolescentes em todo o mundo tenham TDAH. Além disso, as 
entidades calculam que pelo menos duas crianças de uma sala de aula de 40 alunos sejam portadoras.
Tainah Medeiros. Jjornalista com foco em saúde, atuou como repórter de 2011 a 2016 no Portal Drauzio Varella. https://drau-
ziovarella.uol.com.br/drogas-licitas-e-ilicitas/ritalina-contra-a-inquietacao-na-vida-escolar/ (Acessado em 08.04.2019) 
II. ARGUMENTO DE AUTORIDADE 
A psicóloga Roseli Caldas afirma que tais vendas espelham uma sociedade imediatista, que busca nos remédios resultados 
rápidos e eficientes. “A medicalização é como um mascaramento de questões sociais, uma vez que atribuir doenças a indivíduos 
nos exime de buscar nas relações sociais, econômicas e políticas as causas e soluções para os problemas da sociedade. No caso 
da educação, fica mais fácil diagnosticar crianças do que tentar compreender quais fatores poderiam ser responsáveis pela falta 
de atenção ou pela impulsividade”, enfatiza a psicóloga.
Tainah Medeiros. Jjornalista com foco em saúde, atuou como repórter de 2011 a 2016 no Portal Drauzio Varella. https://drau-
ziovarella.uol.com.br/drogas-licitas-e-ilicitas/ritalina-contra-a-inquietacao-na-vida-escolar/ (Acessado em 08.04.2019) 
III. ATORES OU SITUAÇÕES QUE PODEM SER MOBILIZADOS NA DISCUSSÃO DO TEMA (PROPOSTA ENEM) 
APERFEIÇOAMENTO DA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA DOS PROFISSIONAIS RESPONSÁVEIS PELO DIAGNÓSTICO
Durante toda a entrevista, Giuseppe Pastura, professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ, 
ressaltou que o mito da medicalização da infância, difundido pela grande mídia, contribui para impedir o avanço da ciência, já 
que dissemina o pânico na população. “Precisamos acabar com esse mito de que estamos dando remédio em excesso, tratando 
de crianças espertas. Algumas pessoas realmente precisam da medicação”, afirma.
Para isso, no entanto, segundo o especialista, uma boa formação acadêmica seria imprescindível. “O bom médico consegue 
discernir quem precisa e quem não precisa de remédio. Se o profissional praticar uma medicina ruim, evidentemente vai pres-
crever medicamento para todo mundo”, enfatiza.
https://ufrj.br/noticia/2015/10/22/m-dico-faz-esclarecimentos-acerca-do-tdah (22.10.2015)
IV. ANALOGIA LITERÁRIA 
Eles tinham certeza de que eu era um sessenta ponto seis, personalidade ansiosa. Eles me disseram que os sintomas da personalidade ansiosa 
são um sentimento de tensão constante, um sentimento de insegurança e inferioridade, um desejo permanente de ser amado, de ser aceito, 
hipersensibilidade à crítica e à rejeição, uma dificuldade ou desconforto para encontrar pessoas ou para sair da rotina, sempre com medo que 
aconteça alguma coisa de ruim.
É perfeito, é exatamente isso. Finalmente eu encontrei alguém que descobria o que eu tinha. Só que eles tinham dúvidas se a minha ansiedade 
era generalizada e já se manifestava na infância, ou se era induzida por substância. A ansiedade induzida por substância surge com a intoxi-
cação ou a abstinência. A ansiedade primária, que vem da infância, pode provocar o uso da substância. Enfim, eles tinham dúvidas se eu era 
louco porque me drogava ou me drogava porque era louco. 
Jorge Furtado. Conto: “Frontal com fanta”
21
VII. CITAÇÃO 
Em nossa atualidade, cujos ideais socioculturais delineiam as categorias de valoração sobre o mundo de uma forma geral, 
qualquer atitude que não corresponda às expectativas espetaculares está sujeita a ser considerada como patológica. Assim, a 
incidência cada vez maior de diagnósticos de depressão revela a intolerância frente aos modos de subjetivação opostos aosideais contemporâneos – não pode haver tempo para a introspecção e a reflexão.
Leandro Tavares, professor e pesquisador em Psicologia. “A depressão como 'mal-estar' contemporâneo.” Editora Unesp, 2010. 
ASSISTIR
INTERATIVIAA DADE
Vídeo
Vídeo
Artigo
LER
22
TDAH no Fantastico
TDAH - As Vidas de Mário: faça parte desta causa
Fonte: Youtube
Fonte: Youtube
Transtorno do déficit de atenção e 
hiperatividade diagnosticado na 
infância: as narrativas do adulto 
e as contribuições da psicanálise.
Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH)
ASSISTIR
INTERATIVIAA DADE
Vídeo
Vídeo
Artigo
LER
24
ProPosta ENEM
TEXTO 1
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o TDAH é um transtorno neurobiológico de causa 
genética e que é passível de ser tratado com o uso de medicamentos. Entretanto, alguns estudiosos do assunto 
negam a existência do distúrbio, alegando que até o presente momento não se conseguiu determinar a área do 
cérebro comprometida pelo problema nem os genes diretamente envolvidos com o seu surgimento. Creem esses 
estudiosos que crianças e adolescentes saudáveis que apresentam dificuldades no processo de escolarização estão 
sendo rotuladas indevidamente como portadoras de supostas doenças neurológicas, sobretudo o TDAH, numa 
clara medicalização dos processos de aprendizagem e desenvolvimento.
Dentro do conceito da OMS, há de se pensar no TDAH em crianças impulsivas, exageradamente ativas e 
que apresentem déficit de concentração, além de serem incapazes de planejar e organizar tarefas e atividades 
rotineiras.
As crianças hiperativas na faixa de 3 e 4 anos seriam como o “rabo de lagartixa”: em contínuo movimento, 
incapazes de permanecer quietas por um só instante. Elas pulam, saltam, correm, se machucam e, quando senta-
das, balançam as pernas ou batucam com os dedos na mesa. Também são desorganizadas, não terminam o que 
começaram, são loquazes, barulhentas, falam rápido e em voz alta e seus pais vivem ralhando com elas.
Já as impulsivas ou com déficit de inibição (entre 5 e 7 anos) agem e falam de supetão, ofendem e agridem 
as pessoas ao seu redor — se arrependendo em seguida —, cometem erros frequentes nas lições, já que não leem 
todo o enunciado dos exercícios, e se machucam com facilidade por serem descuidadas e ignorarem perigos como 
atravessar a rua sem olhar os carros.
O tratamento preconizado quando existe o diagnóstico de TDAH envolve uma abordagem múltipla, englo-
bando tanto intervenções psicossociais como farmacológicas. A medicação recomendada costuma ser o metilfeni-
dato, que só deve ser prescrito por médicos experientes.
Ora, falamos de um remédio de difícil controle na dosagem e com muitas contraindicações e efeitos cola-
terais. As intervenções psicossociais devem envolver não só as crianças, mas também as famílias, as escolas e o 
entorno. Como método psicoterápico, a maioria dos estudiosos recomenda a terapia cognitiva comportamental, 
acompanhada de intervenções no âmbito familiar e escolar.
* Dr. Eduardo Goldenstein é pediatra, doutor em Psicologia Clínica e membro do Departamento de Saúde Mental da Sociedade de Pe-
diatria de São Paulo (SPSP) https://saude.abril.com.br/blog/experts-na-infancia/tdah-ha-uma-epidemia-por-ai/ (30.03.2017) 
25
TEXTO 2
MILIGRAMAS POR VAGA Como o vestibular está criando uma geração movida a remédios con-
trolados https://tab.uol.com.br/ritalina-vestibular#imagem-8 (29.03.2017)
TEXTO 3
TDA é um distúrbio neurológico, ou seja, não estamos falando de uma lesão ou defeito e sim de um fun-
cionamento diferente do cérebro. Um TDA apresenta um menor fluxo sanguíneo na região frontal do cérebro, 
responsável pelo comportamento inibitório (freio), capacidade de planejamento, memória seletiva, regular o estado 
de vigília, “filtrar” os estímulos, entre outras funções.
Sabe-se também que a quantidade de dopamina, um neurotransmissor responsável pelo controle motor e 
pelo poder de concentração é menor no cérebro destas pessoas. Porém, o diagnóstico de um TDA será dado a partir 
da análise cuidadosa da história de vida e do comportamento do sujeito.
O comportamento de um TDA apresenta um trio de sintomas significativos que são: alterações da atenção, 
impulsividade, e da velocidade da atividade mental e física podendo apresentar grau de hiperatividade.
Fonte: http://www.saude.sc.gov.br/hijg/pedagogia/ambulatorio/dicas.htm (Acessado em 08.04.2019)
26
TEXTO 4
http://redehumanizasus.net/88154-medicar-para-controlar/ (Acessado em 08.04.2019)
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, re-
dija texto dissertativo-argumentativo na modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema A BANALI-
ZAÇÃO DO DIAGNÓSTICO DE TDAH apresentando proposta de intervenção, que respeite os direitos humanos. 
Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
ProPosta vEstibular
TEXTO 1
Existe essa crítica comum e muito válida em relação à medicalização excessiva, especialmente na infância – 
de se transformar questões e desafios normais da infância em problemas psiquiátricos. É uma crítica válida, temos 
visto de fato uma necessidade grande de nomear e medicar o sofrimento, ainda mais com a pressão das indústrias 
médica e farmacêutica. As dificuldades associadas ao autismo podem aparecer de diversas formas e em diversos 
graus em qualquer criança. Essas dificuldades podem ser passageiras e estar associadas a questões de ordem social 
(por exemplo, abandono e violência doméstica). Um diagnóstico muito precoce nesse caso pode ser uma decisão 
precipitada, gerando o que chamamos de um “falso positivo”.
Por outro lado, é comum ouvir histórias entre familiares de autistas sobre a dificuldade de obter um diag-
nóstico. As mães reclamam com frequência de profissionais que desconsideravam seus relatos, dizendo que elas 
estavam exagerando. Essas mães frequentemente passam por diversos profissionais até chegar a um diagnóstico 
adequado. Podemos pensar nestes casos como “falsos negativos” – ou seja, há uma demanda por diagnóstico 
ignorada por muitos profissionais de saúde. 
Entrevista de Clarice Rios, antropóloga e psicóloga do Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IMS/
Uerj) https://outraspalavras.net/outrasaude/ha-uma-polarizacao-que-nao-ajuda-no-desenvolvimento-das-politicas/ (03.04.2019)
27
TEXTO 2
Voltando à infância, parece que os rótulos de “crianças hiperativas”, “crianças com transtorno do déficit de 
atenção” e tantos outros têm crescido com o tempo. Obviamente que seria leviano generalizar. Doenças psiquiátri-
cas existem, sim, e devem ser levadas a sério. É grave. Quem é doente deve ser tratado ou as consequências podem 
ser dramáticas. Ocorre que nem todo mundo que está medicado é propriamente doente.
Uma criança que está triste ou agitada talvez só precise ter tempo e condições de elaborar seus sentimen-
tos. Acompanhamento psicológico e amor podem ser um bom começo. Mas com pouca idade muitos têm agendas 
semelhantes às dos executivos, com mil compromissos e obrigações, humanamente insustentáveis.
Na área social, a questão piora. Os juristas são muito claros em dizer que o encaminhamento ao abrigo 
é sempre a última alternativa. Nunca é bom para uma criança ser afastada da família. Se isso aconteceu, pode 
acreditar que o problema foi bem sério.
Artigo de opinião de BRUNA RIBEIRO, jornalista e especialista em Direito Internacional. “Medicalização na infância: controle so-
cial ou garantia de direitos?” https://emais.estadao.com.br/blogs/bruna-ribeiro/medicalizacao-na-infancia/ (16.11.2017)
TEXTO 3
Mas por que, mesmo sendo alertados sobre os possíveis efeitos negativos do uso incorreto da droga, os pais 
ainda medicam seus filhos com ritalina sem ter certeza do diagnóstico de TDAH? Porque há uma certa sedução na 
forma como o remédio é apresentado. Conhecido comoa “pílula da inteligência”, o medicamento pode ter efeitos 
imediatos na atuação da memória e provocar o aumento da disposição e o foco nos estudos, fazendo com que 
alguns pais imaginem que seus filhos vão sofrer uma transformação em suas personalidades, serão “obedientes” 
e ficarão mais calmos.
Entretanto, a ritalina só pode ser utilizada em casos confirmados de TDAH. E,para a confirmação, é preciso 
utilizar ferramentas específicas, como o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM). Se bem 
administrada, seu uso pode ser positivo. Já em casos de crianças arteiras e curiosas, não! É importante reconhe-
cer: há muitos fatores perigosos no uso indiscriminado desse medicamento. Segundo estudo realizado em 2018 
por pesquisadores da Universidade do Porto, em Portugal, doses orais relevantes de ritalina podem aumentar o 
metabolismo cardíaco e cerebral, mas também podem provocar danos nos rins e no coração de adolescentes que 
fazem uso da droga.
"Genoveva Ribas Claro é coordenadora do curso de licenciatura e bacharelado em Psicopedagogia do Centro Universitário Inter-
nacional Uninter. Dinamara Pereira Machado é diretora da Escola Superior de Educação do Uninter." //www.gazetadopovo.com.
br/opiniao/artigos/medicalizacao-infantil-liberdade-e-criatividade-77et0azej628t4u93ae6bh2m1/(19.04.2018)
28
TEXTO 4
A prescrição de fármacos é uma das mais antigas ações confiadas ao médico, não só pelo paciente, mas 
por toda a sociedade. Até que ponto essa confiança é merecida é um questionamento que se abriu desde que a 
saúde revelou-se um produto de mercado e um negócio altamente rentável, cotado nas bolsas de valores de todo 
o mundo.
A pesquisa com os residentes da Escola Médica de Virgínia apontou ainda que a maioria dos médicos não 
sente constrangimento por receber brindes ou participar de jantares oferecidos pela indústria farmacêutica. É 
incrível que médicos façam tal afirmação! Seria como acreditar que a indústria farmacêutica, que reverte 30% de 
seu faturamento em marketing junto aos médicos, distribui brindes e benesses por generosidade desinteressada.
É inegável a participação da indústria farmacêutica na pesquisa clínica e na busca de fármacos para novas 
e antigas patologias. Também é inegável sua participação junto às universidades, no financiamento de pesquisas 
e na atualização médica pelo patrocínio de eventos científicos e edição de livros distribuídos gratuitamente aos 
profissionais. Mas é evidente que se trata de um negócio em um mercado muito competitivo.
Roberto Luiz D’Ávila. “Influentes ou influenciáveis?” www. Cremesp.org.br, outubro de 2007. Adaptado
TEXTO 5
Giuseppe Pastura, professor do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFRJ e doutor em 
Clínica Médica pela mesma universidade, ressalta que o mito da medicalização da infância, difundido pela grande 
mídia, contribui para impedir o avanço da ciência, já que dissemina o pânico na população. “Precisamos acabar 
com esse mito de que estamos dando remédio em excesso, tratando de crianças espertas. Algumas organizações 
insistem em estigmatizar essa questão do remédio. E, contudo, algumas pessoas realmente precisam da medica-
ção”, afirma.
Para isso, no entanto, segundo o especialista, uma boa formação acadêmica seria imprescindível. “O bom 
médico consegue discernir quem precisa e quem não precisa de remédio. Se o profissional praticar uma medicina 
ruim, evidentemente vai prescrever medicamento para todo mundo”, enfatiza.
https://ufrj.br/noticia/2015/10/22/m-dico-faz-esclarecimentos-acerca-do-tdah (22.10.2015)
Com base nos textos apresentados e em seus próprios conhecimentos, escreva uma dissertação, empregando a 
norma--padrão da língua portuguesa, sobre o tema: OS DESAFIOS NO CONTROLE DA MEDICALIZAÇÃO DA 
INFÂNCIA.
1 1 Proposta de intervenção II - Os agentes da intervenção
L C
ENTRE 
FRASES
31
ProPosta de intervenção ii - os agentes da intervenção
Para compreender melhor como devemos elaborar a intervenção, é importante conhecer mais de perto quais 
são os atores que – efetivamente – podem agir diante dos problemas abordados, afinal, não é nada fácil sugerir so-
luções para as dificuldades enfrentadas em diferentes ambientes da vida social. Desse modo, esta aula ajudará você 
a compreender quais são os principais atores sociais a serem considerados no momento de elaborar a intervenção.
1. Estado? GovErno? o quE usar?
Muitas vezes, até mesmo nas redações avaliadas com nota máxima, costumamos encontrar os termos ES-
TADO e GOVERNO como sinônimos, embora essas instâncias não sejam a mesma coisa. O esquema abaixo traduz 
essa diferença: ESTADO é a unidade administrativa de um território. É composta por diversas instituições 
que organizam, representam e atendem a população que habita esse território, como as escolas e os hospitais pú-
blicos, a polícia, as bibliotecas, as prisões. GOVERNO é o ator responsável por administrar o Estado e está 
representado pelo Poder Executivo. O esquema abaixo ajuda a entender essas funções:
Bibliotecas Hospitais 
Delegacias
Bombeiros Transporte público
ESTADO
Prefeitura
Gov. estadual
Gov. federal
 GOVERNO
Tendo em vista essa concepção, torna-se fundamental que – ao redigir a proposta de intervenção – o aluno 
tenha em mente qual setor do governo está mais capacitado para resolver essa ação. Portanto, é preciso conhecer, 
com mais profundidade, a função de alguns deles (sugerimos uma visita ao link para conhecer os Ministérios do 
atual governo.)
aCesse aQUi
32
Abaixo, você encontra a divisão do PODER EXECUTIVO – cuja é função administrar o território – e do 
PODER LEGISLATIVO – cuja função é criar leis. Além disso há a função de alguns ministérios importantes para 
serem utilizados na redação do ENEM.
FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL
PODER EXECUTIVO Presidente + Ministérios Governador + Secretários Prefeito + Secretários
PODER LEGISLATIVO Senadores + Dep. Federais (Con-
gresso Nacional)
Deputados Estaduais Vereadores
Executivo
GOVERNO FEDERAL - Ministérios
No âmbito federal, o Presidente da República governa o país com o auxílio dos Ministérios. Cada um deles 
possui órgãos voltados a diferentes setores da administração pública. Veja abaixo alguns deles:
33
Principais ministérios para articulação na redação
- Ministério da Educação
- Ministério da Saúde
- Ministério do Meio Ambiente
- Ministério da Cidadania (Secretaria de Cultura) (Secretaria dos Esportes) (Secretaria do Desenvolvimento Social)
- Ministério das Relações Exteriores
- Ministério da Economia (Secretaria do Trabalho)
- Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações
- Ministério da Justiça e Segurança Pública
- Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos – Temas: Crianças e Adolescentes, Pessoa com Deficiência, 
Pessoa Idosa, LGBT, Mortos e Desaparecidos Políticos, Combate às Violações, Prevenção e Combate à Tortura, 
População em Situação de Rua.
EXEMPLOS:
O governo federal, como instituição regulamentadora da internet e propaganda, deve criar medidas que 
controlem e reduzam a publicidade direcionada, por meio da fiscalização e criação de leis que exijam a transpa-
rência das empresas. Espera-se, com isso, que os brasileiros possam ter a liberdade de escolha garantida e, assim, 
sejam menos manipulados pela mídia, como Adorno e Horkheimer defendiam.
Trecho da redação nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
Então, o governo federal deve deixar obrigatória para todos os colégios (públicos e privados) a disciplina 
Ensino Religioso durante o Ensino Fundamental. Outro caminho é o incentivo das prefeituras para que a popula-
ção conheça as religiões como elas realmente são, e não a imagem criada pela mídia nem aquela herdada desde a 
época colonial, promovendo visitas aos centros religiosos, palestras e programas na televisão e no rádio."
Trecho da redação nota mil do ano de 2016.
Desse modo, com intuito de atenuar atos contrários a prática da religiosidade individual, cabeao governo, 
na figura do Ministério da Educação, a implementação na grade curricular a disciplina de teorias religiosas, 
mitigando defeito histórico.
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2016.
O MEC deve criar um projeto de conscientização para ser desenvolvido nas escolas, a qual promova pas-
seios turísticos aos templos de várias religiões, além de apresentações artísticas e palestras a fim de ensinar a 
crianças e adolescentes a importância de conhecer e respeitar a pluralidade das crenças. Cabe ao Ministério da 
Cultura e à Secretaria dos Direitos Humanos realizar campanhas combativas permanentes, as quais devem 
ser divulgadas por meio da mídia. Outrossim, é fundamental que o Poder Legislativo desenvolva o “Estatuto 
da Tolerância Religiosa”, para esclarecer melhor os direitos e deveres dos cidadãos a respeito do tema. Também, é 
preciso que os sacerdotes brasileiros de todas as religiões unam-se com o objetivo de determinar a realização de 
palestras e discussões nas igrejas para estimular o convívio harmônico e evitar qualquer tipo de radicalismo.
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2016.
34
2. sociEdadE civil
Para compreendermos qual é a noção de sociedade civil e qual é seu alcance enquanto agente da proposta 
de intervenção, recorrermos à definição do filósofo político Norberto Bobbio.
“Sociedade civil é o lugar onde surgem e se desenvolvem os conflitos econômicos, sociais, ideológicos, 
religiosos, que as instituições estatais têm o dever de resolver ou através da mediação ou através da repressão. 
Sujeitos desses conflitos e portanto da sociedade civil exatamente enquanto contraposta ao Estado são as classes 
sociais, ou mais amplamente os grupos, os movimentos, as associações, as organizações que as representam ou se 
declaram seus representantes; ao lado das organizações de classe, os grupos de interesse, as associações de vários 
gêneros com fins sociais, e indiretamente políticos, os movimentos de emancipação de grupos étnicos, de defesa 
dos direitos civis, de libertação da mulher, os movimentos de jovens etc. ”
Norberto Bobbio, “Estado, Governo e Sociedade” Editora Paz e Terra, São Paulo, 1985. 
A partir do conceito de Bobbio, é possível dizer que a sociedade civil é formada tanto pela população em 
geral (aqueles que compõem a classe social), como – de modo mais amplo - pelas instituições que represen-
tam essa população (igrejas, associações, movimentos). 
No entanto, com o objetivo de deixarmos nossa proposta de intervenção ainda mais detalhada, é interes-
sante sempre separar esses grupos quando necessário. Em outras palavras, devemos usar a expressão sociedade 
civil para nos referirmos aos cidadãos como um todo, e – quando for o caso – devemos especificar qual é a insti-
tuição representante que está agindo como ator social em nossa intervenção.
Observe os exemplos abaixo:
EXEMPLOS:
Tendo em vista a desconstrução da herança etnocentrista, cabe à sociedade civil (desde estudiosos, 
ativistas a familiares) incentivar o pluralismo e a tolerância religiosa, através de palestras e de núcleos culturais 
gratuitos em praças públicas. 
Trecho da redação nota mil do ano de 2016.
(AQUI HÁ ESPECIFICAÇÃO – População + ativistas)
Convém, portanto, que, primordialmente, a sociedade civil organizada exija do Estado, por meio de pro-
testos, a observância da questão religiosa no país.
Trecho da redação nota mil do ano de 2016.
(AQUI NÃO HÁ ESPECIFICAÇÃO – População em geral)
Além disso, cabe à sociedade efetivar o uso consciente da internet, por intermédio do policiamento acerca 
da obtenção de informações, as quais devem ser originadas de fontes confiáveis — com o intuito de assegurar uma 
mudança de pensamento social.
Trecho da redação nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
(AQUI O TERMO SOCIEDADE FOI UTILIZADO DE FORMA GENÉRICA)
35
3. univErsidadE 
De acordo com a Constituição Federal, as universidades brasileiras são formadas a partir do Ensino, da pes-
quisa e da extensão: “As universidades gozam de autonomia didático-científica, administrativa e de gestão finan-
ceira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão”. (Artigo 207)
Em resumo, a universidade não deve apenas se dedicar à formação dos alunos ou à pesquisa científica, mas 
também deve oferecer conhecimento e cultura à sociedade em geral, já que é a entidade pública onde diferentes 
saberes são construídos. Esse é o papel da Extensão Universitária. Veja abaixo a descrição da Pró-Reitoria de Cul-
tura e Extensão da USP:
A extensão universitária é uma credencial de excelência, porque somente universidades com história e altos 
índices de qualidade no âmbito da pesquisa e do ensino podem repassar à sociedade, em forma de serviços 
ou ensinamentos, o conhecimento acumulado em todas as áreas. É o traço que melhor caracteriza o 
perfil de universidade pública, entendida esta como instituição a serviço da coletividade. Entretanto, 
a extensão universitária, ainda hoje, carece de reconhecimento, parcialmente, por não haver efetivamente se con-
cretizado, nos diplomas regimentais da Universidade, como prática nos trabalhos acadêmicos dos departamentos. 
(http://prceu.usp.br/institucional/) 
4. Escola/comunidadE Escolar
A escola é um dos agentes sociais mais presentes nas propostas de intervenção dos alunos. No entanto, 
é importante lembrar que esse agente não deve ser considerado um grande “agente-coringa” a ser utilizado em 
qualquer tema. Deve-se observar bem o problema analisado no texto, para, assim, selecionar os atores capazes 
de nele intervir.
EXEMPLOS:
Logo, cabe às escolas, instituições que desenvolvem sujeitos autônomos, a tarefa de alertar acerca da 
necessidade de navegar com responsabilidade pela internet, por meio de palestras e discussões sobre o assunto, 
envolvendo as disciplinas de Filosofia e Sociologia, a fim de formar cidadãos que não sejam controlados pelas 
ferramentas virtuais.
Trecho da redação nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
Diante dos fatos supracitados, faz-se necessário que a Escola promova a formação de cidadãos que respei-
tem às diferenças e valorizem a inclusão, por intermédio de palestras, debates e trabalhos em grupo, que envolvam 
a família, a respeito desse tema, visando a ampliar o contato entre a comunidade escolar e as várias formas de 
deficiência.
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2017. 
É imprescindível, também, que as escolas garantam a inclusão desses indivíduos, por intermédio de pro-
jetos e atividades lúdicas, com a participação de familiares, a fim de que os surdos tenham sua dignidade humana 
preservada.
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2017. 
36
5. EmprEsas / iniciativa privada
Embora as empresas costumem figurar com frequência como agentes nas redações dos alunos, o seu uso 
deve ser restrito. Como ENEM aborda questões ligadas aos direitos sociais e humanos, pensar numa transformação 
nesse sentido que seja proveniente de empresas, pode – em alguns casos – soar utópico. 
Assim, é interessante que a iniciativa privada apareça como uma parceira das instituições do Estado, ou 
ainda, como agente de uma transformação na qual ela realmente está habituada a atuar.
EXEMPLOS:
Ademais, cabe também ao Estado incentivar a contratação de deficientes por empresas privadas, por 
meio de subsídios e Parcerias Público-Privadas, objetivando a ampliar a participação desse grupo social no mercado 
de trabalho. 
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2017.
Além disso, cabe às empresas a garantia de igualdade no espaço laboral, pagando um salário justo e 
admitindo funcionários pela sua qualificação, livre de preconceitos.
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2017.
Além disso é necessário que o Ministério da Justiça, em parceria com empresas de tecnologia, 
crie canais de denúncia de “fake news”, mediante a implementação de indicadores de confiabilidade nas notícias 
veiculadas– como o projeto “The Trust Project” nos Estados Unidos – com o intuito de minimizar o compartilha-
mento de informações falsas e o impacto destes na sociedade. Feito isso, a sociedade brasileira poderá se proteger 
contra a manipulação.
Trecho da redação nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
6. movimEntos sociais 
Os movimentos sociais constituem-se por grupo organizados que buscam alcançar mudanças sociais por 
meio do embate político. Na maioria das vezes, os movimentos sociais pressionam o Governo para que este respeite 
a constituição e, assim, garanta aos indivíduos uma série de direitos.
É importante lembrar que os movimentos costumam atuar em causas específicas. Por exemplo, uma das 
principais pautas do movimento feminista – de modo geral – é defesa da igualdade de condições entre os membros 
da mesma sociedade. 
Assim, essas organizações podem aparecer como agentes capazes de fortalecer a população para a reivin-
dicação de determinados direitos.
EXEMPLOS:
Cabe à sociedade civil, o apoio às mulheres e aos movimentos feministas que protegem as mulheres 
e defendem os seus direitos, expondo a postura machista da sociedade. Dessa maneira, com apoio do Estado e 
da sociedade, aliado ao debate sobre a igualdade de gênero, é possível acabar com a violência contra a mulher.
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2015.
37
7. ONGs
As ONGs (organizações não governamentais) são entidades privadas, sem fins lucrativos, com propósito é 
defender e promover uma causa política de qualquer natureza. Tal causa pode estar vinculada a: direitos humanos, 
direitos animais, direitos dos indígenas, combate ao racismo, meio ambiente, questões urbanas, imigrantes, entre 
outras pautas. 
Basicamente, as ONGs funcionam com a verba de doações e também com contemplação de seus projetos 
por editais públicos e privados. Além disso, boa parte dos funcionários são voluntários e, por vezes, organizam 
eventos para arrecadar dinheiro destinado à manutenção da entidade. Portanto, convém que elas sejam apresen-
tadas também em parceria com outros agentes. 
Nas redações, as ONGs podem ser tratadas também como instituições de apoio a determinado público.
EXEMPLOS:
Paralelamente, ONGs devem corroborar esse processo a partir da atuação em comunidades com o fito de 
distribuir cartilhas que informem acerca das alternativas de denúncia dessas desumanas práticas, além de sensibi-
lizar a pátria para a luta em prol da tolerância religiosa."
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2016.
Logo, é necessário que o Ministério da Educação, em parceria com instituições de apoio ao surdo, pro-
porcione a este maiores chances de se inserir no mercado, mediante a implementação do suporte adequado para 
a formação escolar e acadêmica desse indivíduo – com profissionais especializados em atende-lo -, a fim de gerar 
maior igualdade na qualificação e na disputa por emprego.
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2017.
Ademais, a mídia, associada a ONGs, deve alertar a população sobre as mazelas de não questionar o 
conteúdo acessado em rede, por meio de campanhas educativas. Isso pode ocorrer com a realização de narrativas 
ficcionais engajadas, como novelas e seriados, e reportagens que tratem do tema, a fim de contribuir com o uso 
crítico das novas tecnologias.
Trecho da redação nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
8. mídia 
A situação da mídia, como um ator social na proposta de intervenção, é muito semelhante à das empresas. 
Não podemos considerar que ela, voluntariamente, atue em diferentes instâncias da vida social. Nesse sentido, é 
interessante ela seja utilizada a partir de relações com outros agentes da intervenção ou como um MEIO através 
do qual a ação será realizada. 
EXEMPLOS:
Logo, é imperativo que o Ministério da Educação, junto aos veículos midiáticos, mobilize-se por meio 
de palestras e campanhas sociais as quais atentem para a filtração virtual das informações. Isso ocorrerá com o 
propósito de aprimorar o senso crítico da população e, então, reduzir a influência das empresas globais sobre suas 
ações.
Trecho da redação nota mil do ano de 2018. Fonte: Cartilha: Redação a 1000.
38
Outrossim, ONGs devem promover, através da mídia, campanhas que conscientizem a população acerca 
da importância do deficiente auditivo para a sociedade, enfatizando em mostrar a capacidade cognitiva e intelec-
tual do surdo, o qual seria capaz de participar da população economicamente ativa (PEA), como fosse concedido a 
este o direito à educação e à equidade de tratamento, por meio da difusão do uso de libras.
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2017.
Cabe aos cidadãos repudiar a inferiorização das crenças e dos costumes presentes no território brasileiro, 
por meio de debates nas mídias sociais capazes de descontruir a prevalência de uma religião sobre as demais. 
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2016.
Ademais, as instituições de ensino, em parceria com a mídia e ONGs, podem fomentar o pensamento 
crítico por intermédio de pesquisas, projetos, trabalhos, debates e campanhas publicitárias esclarecedoras. 
Trecho extraído de redação nota mil do ano de 2016.
8. ministério público
O Ministério Público é um órgão institucional autônomo, responsável por defender o regime democrático e 
os interesses sociais e individuais indisponíveis. Ele não se alinha com nenhum dos três poderes (executivo, judiciá-
rio e legislativo), e por essa razão, ele não pode ser extinto ou ter suas obrigações repassadas a outro órgão. Sua 
função principal é investigar e denunciar irregularidades (como a de Brumadinho, em 2019), observar a 
correta aplicação da lei, promover ações penais públicas, entre outras.
aUla 11 - o Combate ao tráfiCo hUmano 
ACERVO
TEXTO 1
Tráfico humano: crime começa com promessa de realização de sonhos
Nem sempre o tráfico de pessoas ocorre de forma forçada. Na maior parte das vezes, o crime começa com a promessa 
de realização de um sonho: um pedido de casamento que pode mudar a vida de mulheres, a oferta de um emprego ou a chance 
de seguir a carreira de modelo ou de jogador de futebol. Só quando o sonho vira pesadelo é que as vítimas percebem que foram 
alvos de aliciadores, dizem autoridades que atuam no combate a essa prática. A dificuldade em perceber a prática do crime desde 
a origem tem sido um dos principais desafios no enfrentamento ao tráfico humano.
 “Muitas vezes as vítimas não se enxergam como vítimas desse crime ou têm medo de denunciar por sofrer represália 
porque os aliciadores conhecem as famílias. A principal dificuldade hoje é ter dados mais concretos deste crime”, afirmou Marina 
Bernardes de Almeida, coordenadora de Política de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas do Ministério da Justiça.
39
Ao participar hoje (30) da abertura da 5ª Semana de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas que ocorre no Distrito Federal e 
em vários estados, Marina Bernardes lembrou que esse tipo de ação de conscientização da população e a capacitação de agentes 
públicos para identificarem os sinais desse crime têm sido uma ferramenta eficiente no combate ao tráfico humano.
No DF, ao longo de todo o dia, a rodoviária interestadual, por onde chegam e partem ônibus para todas as regiões do 
país, foi invadida por artistas que apresentaram situações de vítimas do tráfico humano. As encenações ocorrem tanto em um palco 
montado na entrada do local quanto nos corredores, onde é possível se deparar com cenas de mulheres exploradas sexualmente ou 
com atores se passando por aliciadores e abordando quem passa por ali.
Analista do Programa do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC), Fernanda Fuentes lembrou que as 
maiores vítimas desse tipo de crime são as populações vulneráveis que geralmente têm menos informações e buscam melhoria da 
qualidade de vida. Fernanda ainda destacou que mulheres e crianças são as principais vítimas dessa prática. Relatório das Nações 
Unidas

Outros materiais