Buscar

Farmacologia diabetes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Farmacologia – Tratamento medicamentoso 
1 Ana Luiza Azevedo de Paula Farmacologia 
 FARMACOLOGIA 
CASO 01- TRATAMENTO 
MEDICAMENTOSO DIABETES 
MELLITUS 
INSULINA E HIPOGLICEMIANTES ORAIS 
PÂNCREAS 
O pâncreas é uma glândula localizada atrás do 
estômago, responsável pela produção de 
insulina e pela absorção de enzimas da digestão. 
Possui duas funções distintas: a função 
endócrina, responsável pela produção de 
insulina (hormônio que controla o nível de 
glicemia no sangue) e a função exócrina, 
responsável pela produção de enzimas 
envolvidas na digestão e absorção dos alimentos. 
Quando o pâncreas apresenta algum problema e 
há deficiência na produção de insulina, por 
exemplo, a glicose que deveria ser aproveitada 
pelo organismo é eliminada pelos rins, 
ocasionando diabetes. 
SECREÇÃO DA INSULINA 
A insulina é um hormônio anabólico produzido 
pelo pâncreas, e tem como função metabolizar a 
glicose para produção de energia. 
A secreção de insulina é estimulada por 
substratos energéticos metabolizáveis pela 
célula B pancreática, sendo a glicose o 
secretagogo mais importante. A glicose é 
transportada para o interior da célula B por uma 
proteína integral de membrana, denominada 
Glut2. Esta proteína possui um elevado Km e um 
Vmax muito elevado, permitindo que o transporte 
de glicose aumente rapidamente quando a 
glicemia se eleva. 
Após entrar na célula B, a glicose é fosforilada à 
glicose-6-fosfato por duas enzimas: a 
hexoquinase IV (glicoquinase) de baixa afinidade 
e a hexoquinase I de alta afinidade. Entretanto, a 
enzima de alta afinidade é fortemente inibida 
pela glicose-6-fosfato e, em menor grau, pela 
frutose-1-6-difosfato, o que transfere para a 
glicoquinase o papel preponderante na 
fosforilação da glicose nas células B. Esse 
mecanismo funciona como "válvula de 
segurança", permitindo a formação de glicose-6-
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
2 Farmacologia – Diabetes Mellitus 
 
fosfato, em concentrações fisiológicas e 
suprafisiológicas de glicose no sangue ). 
Confere ainda à glicoquinase papel fundamental 
na regulação do fluxo glicolítico e, portanto, na 
secreção de insulina, o que caracteriza essa 
enzima como o sensor da glicose nas células 
secretoras de insulina. 
O piruvato formado no citoplasma é transportado 
à mitocôndria, onde é convertido a acetil-CoA 
pela piruvato desidrogenase (PDH). 
Subsequentemente, acetil-CoA entra no ciclo de 
Krebs levando a um aumento de nicotinamida 
adenina dinucleotídeo (NADH) e flavina adenina 
dinucleotídeo (FADH2). 
 O metabolismo de glicose gera ATP e a fração 
ATP/ADP aumenta no citoplasma . Essa relação 
ATP/ADP aumentada provoca o fechamento dos 
canais de potássio e a consequente 
despolarização da membrana celular que abre 
canais de cálcio, sensíveis à voltagem. O 
aumento do influxo de cálcio para a célula B 
resulta em despolarização suplementar da 
membrana plasmática e desencadeamento do 
processo exocitótico. 
A estimulação das células B pela glicose leva à 
ativação de isoformas da fosfolipase C (PLC), 
promovendo a hidrólise de fosfolípides de 
membrana e gerando inositol 1-4-5-trifosfato 
(IP3) e diacilglicerol (DAG). 
O IP3 ativa os canais de cálcio localizados na 
membrana do retículo endoplasmático com a 
saída de cálcio da organela e aumento da 
concentração desse íon no citossol. O DAG, por 
sua vez, também produz o mesmo efeito sobre a 
concentração de cálcio intracelular, ao ativar os 
canais de cálcio sensíveis à voltagem da 
membrana plasmática, permitindo a passagem 
do cátion do meio extracelular para o intracelular. 
 DAG também ativa a proteína quinase C (PKC), 
que ativa proteínas dos grânulos secretórios de 
insulina que, juntamente com o Ca2+, 
promoverão a ativação do sistema de 
microtúbulos e microfilamentos, responsável 
pela translocação desses grânulos para as 
proximidades da membrana plasmática e 
consequentemente exocitose. 
Outra função proposta para a PKC é de ativação 
da adenilato ciclase (que também ocorre por 
outros mecanismos, durante a glicólise) com o 
consequente aumento do conteúdo intracelular 
de AMPc. 
A indução da produção de AMPc ativa a proteína 
quinase A (PKA), que parece agir nos processos 
de síntese protéica da célula. A PKA pode, ainda, 
estimular a secreção de insulina por duas 
maneiras distintas: 
1) pela fosforilação do canal de Ca2+, sensível à 
voltagem, permitindo a entrada do íon na célula; 
2) pela fosforilação de alguns componentes não 
tão específicos da maquinaria secretória, mas 
que garantem a sua eficiência. 
AÇÃO INSULÍNICA 
A ação da insulina na célula inicia-se pela sua 
ligação ao receptor de membrana plasmática. 
O receptor de insulina é uma glicoproteína 
heterotetramérica constituída por 2 sub-
unidades a e duas subunidades b, unidas por 
ligações dissulfeto. 
 
 A sub-unidade a é inteiramente extracelular e 
contém o sítio de ligação da insulina. A sub-
unidade b é uma proteína transmembrana 
responsável pela transmissão do sinal e possui 
atividade tirosina quinase. 
O ATP age como doador de fosfatos e a 
fosforilação ocorre em resíduos tirosina. 
Há uma estreita associação entre a enzima 
fosfatidilinositol 3-quinase (PI 3-quinase) com 
IRS-1/2 após estimulação com insulina. A PI 3-
quinase é uma enzima que contém dois sítios 
SH2 e um SH3 e é a mais bem estudada 
molécula sinalizadora ativada pela IRS-1. É uma 
serina/treonina quinase e tem um papel 
importante em muitos processos celulares, 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
3 Farmacologia – Diabetes Mellitus 
 
incluindo proliferação celular e captação de 
glicose. A molécula do IRS-1, quando fosforilada 
em tirosina, permite a sua associação ao 
domínio SH2 da sub-unidade regulatória da PI 3-
quinase, levando à ativação desta enzima. Esta 
enzima catalisa a fosforilação do fosfatidilinositol 
(PI), do fosfatidil-inositol-4-fosfato (PI-4P) e do 
fosfatidilinositol-4,5-difosfato (PI-4,5P2), 
resultando na estimulação do transporte de 
glicose 
A insulina induz a autofosforilação do receptor, 
aumentando a sua capacidade de fosforilar um 
ou mais substratos protéicos intracelulares. A 
fosforilação de seus substratos dá início a uma 
série de eventos incluindo a cascata de reações 
de fosforilação e defosforilação que regula os 
seus efeitos metabólicos e de crescimento. 
• Glicocorticóides: reduzem afinidade pelo 
receptor 
• GH: aumenta afinidade pelo receptor 
• Hiperfosforilação: reduz afinidade pelo receptor 
A ação insulínica pode ser afetada de maneiras 
diferentes por estados fisiológicos ou fatores 
circulantes. A secreção ou administração em 
excesso de glicocorticóides, glucagon, 
catecolaminas e hormônio de crescimento 
induzem resistência à insulina. 
EFEITOS INSULINA 
 
❑No fígado: sequestro da glicose nos 
hepatócitos – glicogênio, glicólise e síntese de 
ácidos graxos; 
❑No músculo: aumenta a captação de 
aminoácido, síntese de glicogênio e síntese 
proteica; 
❑No tecido adiposo: aumenta o armazenamento 
de triglicerídeos; 
❑A insulina é rapidamente degradada por 
enzimas, denominadas insulinases, no fígado e 
no rim; sua meia-vida circulante é de 6 minutos. 
DIABETES MELLITUS 
Diabetes mellitus é uma doença do metabolismo 
da glicose causada pela falta ou má absorção de 
insulina, hormônio produzido pelo pâncreas e 
cuja função é quebrar as moléculas de glicose 
para transformá-las em energia, a fim de que 
seja aproveitada por todas as células. A 
ausência total ou parcial desse hormônio 
interfere não só na queima do açúcar como na 
sua transformação em outras substâncias 
(proteínas, músculos e gordura). 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
4 Farmacologia – Diabetes MellitusTIPOS DE DIABETES 
Diabetes tipo 1: O pâncreas produz pouca ou 
nenhuma insulina. A instalação da doença ocorre 
mais na infância e adolescência e é 
insulinodependente, isto é, exige a aplicação de 
injeções diárias de insulina. 
Diabetes tipo 2: As células são resistentes à 
ação da insulina. A incidência da doença que 
pode não ser insulinodependente, em geral, 
acomete as pessoas depois dos 40 anos de 
idade; 
Diabetes gestacional: Ocorre durante a gravidez 
e, na maior parte dos casos, é provocado pelo 
aumento excessivo de peso da mãe; 
Diabetes associados a outras patologias como 
as pancreatites alcoólicas, uso de certos 
medicamentos. 
DIABETES MELLITUS TIPO I 
O Diabetes Mellitus do tipo 1 (DM1) é conside- 
rado uma doença endócrina autoimune órgão-
específica, resulta da destruição seletiva das 
células beta das ilho- tas pancreáticas, 
produtoras de insulina, pela infiltração 
progressiva de células inflamatórias, 
particularmente por linfócitos T autorreativos. As 
manifestações clínicas do distúrbio metabólico 
surgem quando cerca de 80% das células beta 
pancreáticas são destruídas. 
 
 
BASE IMUNOPATOGÊNICA DO DIABETES 
TIPO 1 
 
DIABETES TIPO 2 
A diabetes do tipo 2 é causado pela resistência 
dos tecidos periféricos à insulina. As principais 
causas são obesidade e o envelhecimento. 
 Como regra, não depende de insulina exógena 
para seu controle ou para prevenção da 
cetoacidose, porém requer seu uso para 
correção da hiperglicemia persistente que não 
responde à dieta apropriada ou a 
hipoglicemiantes orais. A insulina plasmática 
mantém-se normal ou elevada. 
Este tipo de diabetes, que não é de origem 
autoimune, acontece, essencialmente, por um 
estado de resistência à ação da insulina 
associada a uma relativa deficiência da sua 
secreção. Um fator crucial é a obesidade. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
5 Farmacologia – Diabetes Mellitus 
 
Especificamente em relação ao Diabetes 
Mellitus do tipo 2, pode-se dizer que o ganho de 
peso é o principal fator de risco ambiental para o 
desenvolvimento da doença (que conta também 
com aspectos genéticos) e que a prevalência da 
doença aumenta claramente com o aumento de 
peso da população. 
 
Quando expostos a ganho de peso e inatividade 
física, eventos que acarretam resistência à 
insulina. A hiperglicemia crônica, juntamente 
com a hiperlipemia, agrava a resistência 
insulínica e o deficit secretório (efeitos 
“glicotóxico” e “lipotóxico”), gerando um ciclo 
vicioso que evolui com descompensação 
metabólica progressiva. 
REGULAÇÃO HORMONAL DO 
METABOLISMO ENERGÉTICO 
O ajuste minuto-a-minuto para a manutenção 
dos níveis de glicose sanguínea envolve a ação 
combinada de hormônios como insulina, 
glucagon, epinefrina e cortisol no metabolismo 
em muitos tecidos, principalmente fígado, 
músculo e tecido adiposo. 
 
INSULINA: Sinaliza para o fígado, músculo 
esquelético e tecido adiposo que a glicose 
sanguínea está mais alta do que o 
necessário .Como resultado , as células captam 
o excesso de glicose do sangue e o convertem 
em glicogênio e triacilglicerol para 
armazenamento. 
CORTISOL: Medeia a resposta corporal a 
estressores de longa duração. 
GLUCAGON : Sinaliza que a glicose sanguínea 
está muito baixa e os tecidos respondem 
produzindo glicose pela degradação do 
glicogênio , pela gliconeogênese ( no fígado ) e 
pela oxidação de gorduras par reduzir o uso da 
glicose. 
 
 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
6 Farmacologia – Diabetes Mellitus 
 
DIAGNÓSTICOS 
O diagnóstico definitivo exige a presença de 
hiperglicemia, acidose metabólica e cetonemia 
ou cetonúria significativa. Deve-se lembrar que o 
método habitualmente usado na pesquisa de 
corpos cetônicos na urina e no sangue utiliza a 
reação do nitroprussiato, a qual detecta a 
presença de acetoacetato e de cetona, mas não 
de beta-hidroxibutirato, o principal cetoânion 
produzido na cetoacidose diabética. Por esse 
motivo, a não detecção de corpos ce- tônicos 
não exclui a presença destes. Podemos repetir o 
exame de urina da cetonúria adicio- nando 
peróxido de hidrogênio (água oxigena- da), 
capaz de promover a conversão não enzi- mática 
do beta-hidroxibutirato em acetoaceta- to, 
revelando, então, o diagnóstico. 
 
 
COMPLICAÇÕES 
 
 
TRATAMENTO MEDICAMENTO 
Os antidiabéticos são divididos em diferentes 
classes cujos mecanismos de ação, efeitos 
sobre a glicemia, sobre a hemoglobina glicada 
(A1C) e sobre o peso do paciente. 
 
INIBIDORES DA ABSORÇÃO INTESTINAL 
DE GLICOSE: INIBIDORES DA ALFA- 
GLICOSIDASE 
São três os medicamentos deste grupo: a 
acarbose, o miglitol e a voglibose, existindo 
apenas a primeira no mercado nacional. Tais 
drogas inibem a ação das enzimas digestivas do 
tipo alfa-glicosidades presentes na borda em 
escova dos enterócitos, que clivam 
polissacarídeos complexos (como o amido) em 
monossacarídeos (como a glicose). Acarbose e 
voglibose também inibem a alfa-amilase 
pancreática, responsável pela hidrólise de 
amidos complexos no lúmen intestinal. Com isso, 
lentificam a absorção intestinal de glicose, 
fazendo reduzir a glicemia pós-prandial nos 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
7 Farmacologia – Diabetes Mellitus 
 
diabéticos tipo 2. Outro efeito benéfico dessas 
drogas é a redução da relação LDL/HDL, o que 
pode diminuir os riscos de evento cardiovascular. 
São excelentes drogas para os diabéticos com 
glicemia de jejum normal, porém com 
hiperglicemia pós-prandial documentada. São 
uma alternativa para aqueles com glicemia de 
jejum entre 110-140 mg/dl. 
�Análogos de carboidratos que ligam-se com 
maior afinidade às α- glicosidases (maltase, 
isomaltase, sacarase e glicoamilase); 
� Inibição reversível: aumenta o tempo de 
absorção de carboidratos; 
� Efetivos quando tomados nas refeições: 
pacientes com hiperglicemia pós-prandial ou 
recentemente diagnosticados com hiperglicemia 
leve 
CLASSES DE AGENTES 
FARMACOLÓGICOS 
Arcabose é um anti-hiperglicêmico oral que 
retarda a absorção intestinal de carboidratos. 
Pertence a uma classe inibidora da α-glicosidase, 
a qual retarda a digestão de carboidratos no 
intestino. 
É indicado para o tratamento 
do diabetes mellitus e auxilia 
no controle dos níveis de 
açúcar no sangue. 
A acarbose retarda a digestão dos carboidratos 
(açucares compostos) da dieta promovendo a 
redução dos níveis altos e anormais de açúcar 
que ocorrem após a digestão. 
Outra possível indicação da acarbose seria nos 
indivíduos com tolerância alterada à glicose, na 
prevenção do DM tipo 2. Pode ainda ser usada 
nos pacientes com síndrome de dumping ou 
hipoglicemia reativa idiopática presente em 
indivíduos submetidos à cirurgia de gastrectomia. 
• Baixa associação com hipoglicemia 
• Úteis na terapia adjuvante 
 • Seguros 
• Efeito adverso principal: desconforto abdominal 
O principal problema do uso dessas drogas (em 
30% dos casos) é o aumento da flatulência 
(devido à passagem de carboidratos não dige- 
ridos ao cólon, onde serão metabolizados por 
bactérias locais, produzindo o gás metano), além 
de desconforto abdominal, meteorismo e diarreia, 
eventualmente suficiente para levar à suspensão 
da terapia. 
São contraindicadas em pacientes com doença 
inflamatória intestinal. No caso de hipoglicemia 
em indivíduos que usam 
acarbose, deve-se 
administrar glicose oral, que 
não sofre alteração da 
absorção intes- tinal pela 
acarbose, diferentemente 
da sacarose e outros 
carboidratos mais 
complexos. 
 
REPOSIÇÃO DE INSULINA: INSULINA 
EXÓGENA 
A insulinoterapia no DM tipo 2 não deve ser 
interpretada como uma exceção ou como um 
sinal de falência terapêutica. Atualmente, exis- 
tem várias indicações para a insulinoterapia 
neste tipo de diabetes. 
� Única terapia para pacientes DM1 
�Utilizadaem pacientes com DM2 se a dieta e 
outras formas de terapia não forem efetivas o 
suficiente para controlar a hiperglicemia. 
A insulina exógena no DM tipo 2 tem sua maior 
indicação na falência da terapia oral apesar da 
terapia tripla ou dupla. Neste caso, devemos 
adicionar uma dose de insulina NPH ou uma 
insulina de ação prolongada (glargina ou 
detemir) à terapia oral prévia. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
8 Farmacologia – Diabetes Mellitus 
 
Os pacientes em fase avançada do DM tipo 2 
pre- cisam de múltiplas aplicações diárias de in- 
sulina, aproximando-se do tratamento do DM tipo 
1. 
Por depender do grau de resistência insulínica 
do paciente, a dose pode variar de 0,5 a 0,6 
U/kg/dia, em pacientes magros, com predomínio 
de deficit secretório, até próximo de 2 U/kg/dia 
em pacientes com grande re- sistência. Na 
maioria dos casos de DM tipo 2, a dose total se 
estabelece numa faixa próxima à utilizada no DM 
tipo 1, ou seja, 0,8 a 1 U/kg/dia. 
A insulinização não significa suspensão do uso 
de sensibilizadores da insulina (ex.: metformina), 
uma vez que a insulina isoladamente não 
consegue se sobre- por ao estado de resistência 
a sua ação. Em geral, são suspensas as 
sulfonilureias e as glinidas quando se utilizam 
esquemas de insulinização com múltiplas doses.. 
�Principal escolha: insulina humana 
recombinante 
�Como a insulina é uma proteína sujeita a 
rápida degradação no trato GI, não é efetiva 
como agente oral 
� Aplicada via subcutânea 
� Tratamento individualizado 
� Hipoglicemia e ganho de peso 
 
 
 
 
SECRETAGOGOS DA INSULINA 
 
As sulfonilureais são compostos que estimulam 
diretamente a secreção basal de insulina pelas 
células beta pancreáticas, pelo bloqueio de 
canais de K+ dependentes de ATP (“canais 
KATP”), o que promove despolarização da célula 
beta e influxo de Ca2+, estímulo para a 
degranulação. Necessitam de células beta 
funcionantes para sua ação, uma vez que 
estimulam apenas a liberação da insulina for- 
mada, mas não sua síntese. 
As sulfonilureias, tal como as biguanidas 
(metformina), são os antidiabéticos orais de 
maior eficácia, medida em termos da queda da 
hemoglobina glicosilada de 1,0-2,0%. 
MEGLETINIDAS 
Meglitinidas são um grupo de medicamentos 
hipoglicemiantes oral (antidiabéticos) indicados 
no tratamento da diabetes mellitus tipo 2. É um 
secretagogo como as sulfonilureias, pois 
estimulam as células beta do pâncreas a liberar 
insulina. 
Atuam através do encerramento de canais de 
potássio ATP-dependente. A despolarização da 
célula estimula o aumento de cálcio intracelular, 
e isto conduz a um aumento na translocação e 
fusão de canais de insulina à membrana celular 
aumentando a secreção do peptídeo-C pro-
insulina. 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
9 Farmacologia – Diabetes Mellitus 
 
SENSIBILIZADORES DA INSULINA 
 
 TIAZOLIDINEDIONAS 
São potentes sensibilizadores periféricos de 
insulina. Sua ação é análoga a da metformina, 
isto é, aumentam o efeito periférico da insulina, 
porém, agem muito mais no estímulo à captação 
de glicose pelo músculo esquelético do que no 
bloqueio da gliconeogênese hepática. 
 
Omecanismo de ação é o aumento da expressão 
dos receptores periféricos de insulina, 
secundário ao estímulo de um fator de 
transcrição presente no núcleo da célula (o 
PPAR-gama). 
 
Atualmente, a única droga disponível neste 
grupo é a pioglitazona (Actos®). A pioglitazona 
age melhorando a ação da insulina no músculo e 
gordura, além de diminuir a produção de glicose 
no fígado. Os efeitos colaterais são inchaço, 
anemia e redução de massa óssea 
(especialmente em mulheres após a 
menopausa). A medicação não deve ser utilizada 
por pacientes com insuficiência cardíaca, pois 
pode causar descompensação, e também por 
paciente com doença do fígado em atividade. 
 
BIGUANIDAS 
METFORMINA 
A metformina é um antidiabético capaz de 
reduzir/controlar a concentração de glicose na 
corrente sanguínea. 
 
 FARMACODINÂMICA DA METFORMINA 
A metformina é a única biguanida aprovada para 
uso clínico. Sua ação ocorre através de três 
mecanismos básicos: 
 (1) Inibição da gliconeogênese hepática, 
principal responsável pela hiperglicemia de jejum, 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
10 Farmacologia – Diabetes Mellitus 
 
o que contribui para 75% de sua ação 
hipoglicemiante; 
 (2) Melhora da sensibilidade dos tecidos 
periféricos à insulina (contribuindo para queda da 
insulinemia); 
(3) Reducão do turnover de glicose no leito 
esplâncnico. 
Em nível celular, a metformina aumenta a 
atividade da tirosino-quinase do receptor da 
insulina, estimulando a translocação do GLUT-4 
e a atividade da glicogênio sintetase. 
Outro efeito é o aumento da produção de ácido 
lático por estimular o metabolismo não oxidativo 
da glicose em células intestinais. O lactato 
produzido pode ser usado na gliconeogênese, 
sendo um importante fator protetor contra a 
hipoglicemia. 
 
A fenformina, outro representante da classe, foi 
retirada do mercado pelo maior risco de acidose 
láctica. A metformina não é metabolizada no 
fígado, sendo excretada intacta na urina. 
Pelo fato de não estimular a secreção de insulina, 
associado ainda a um pequeno efeito 
anorexígeno, a metformina não está relacionada 
ao aumento de peso e pode realmente contribuir 
para a sua redução. A metformina deve ser 
iniciada, juntamente com as modificações do 
estilo de vida (dieta + exercício físico) para todos 
os pacientes DM tipo 2 que não apresentem 
contraindicações. 
Outro efeito benéfico da metformina é a redução 
dos triglicerídeos (em 10-15%) e, em menor grau, 
do LDL-colesterol. Reduz também os níveis 
plasmáticos do PAI-1 (inibidor do ativador do 
plasminogênio), uma substância pró-trombótica. 
Pelo fato de não aumentar a liberação de insulina, 
quando usada em monoterapia não aumenta as 
chances de hipoglicemia. 
GLIPTINAS E ANÁLOGOS GLP-1 
Inibidores da dipeptidil peptidase 4 (IDPP4), 
também chamados de gliptinas, são uma classe 
de hipoglicemiantes orais usados para tratar 
diabetes mellitus tipo 2. 
 
A gliptina é uma enzima que degrada as 
incretinas. As incretinas incluem o peptídeo 
semelhante a glucagon 1 (GLP-1) e o Peptídeo 
insulinotrópico glicose-dependente (GIP) que 
são produzidos no intestino e atuam no pâncreas 
contribuindo para a regulação do ciclo da glicose 
no organismo. 
Quando aumenta glicose em sangue as 
incretinas estimulam a secreção de insulina e 
inibem a secreção de glucagon. Ao inibir a 
degradação das incretinas elas atuam por mais 
tempo no organismo. 
 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
11 Farmacologia – Diabetes Mellitus 
 
 
Estas medicações agem através da inibição 
seletiva da DPP-4, uma enzima que inativa o 
GLP-1 (Glucagon-Like Peptide 1) e o GIP 
(Glucose- -Dependent Insulinotropic 
Polypeptide). O GLP-1 também reduz a secreção 
do glucagon. 
O GLP-1 é um hormônio liberado pelas células 
enteroendócrinas localizadas no íleo e no cólon, 
que estimula a secreção de insulina de maneira 
glicose-dependente, inibe a secreção de 
glucagon e o débito hepático de glicose, retarda 
o esvaziamento gástrico, induz sacie-dade, 
reduz o apetite e propicia perda ponderal; ou seja, 
é uma droga muito benéfica no tratamento do 
DM tipo 2. Evidências em animais apontam que 
estas medicações podem aumentar a massa de 
células beta pancreáticas, estimulando sua 
proliferação, bem como inibindo sua apoptose. 
 
 
 
 
Fontes: 
Transcrição baseada no slide da aula e aula 
Medcurso- Endocrinologia Volume 3 
http://www2.dracena.unesp.br/graduacao/arquivos/bioquimica_ani
mal/integr_regul_hormonal_metabolismo.pdf 
http://www2.iq.usp.br/docente/fgueiros/hormonios_PSA2012.pdfhttp://www.revportdiabetes.com/wp-
content/uploads/2017/11/RPD-Vol-12-n%C2%BA-2-Junho-2017-
Artigo-de-Opini%C3%A3o-p%C3%A1gs-62-67.pdf 
 
 
 
 
 
 
Ana Luiza Azevedo de Paula Medicina 
12 Farmacologia – Diabetes Mellitus

Outros materiais