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bovinos_leite_apostila2006

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CARACTERÍSTICAS EXTERIORES DO BOVINO DE LEITE: 
 
O tipo ideal pode ser definido como uma norma de perfeição que combina as características físicas 
que contribuem para a utilização de um animal para o propósito específico. As diferentes partes 
exteriores da vaca leiteira recebem denominações especificas. Para facilitar a avaliação do animal, 
considerando-se que o ponto de partida é o tipo ideal, agrupa-se diversas partes em grandes 
regiões, as quais são: 
- aparência geral; 
- temperamento leiteiro; 
- capacidade corporal; 
- sistema mamário. 
Desta forma podemos avaliar as diferentes regiões as quais devem apresentar as seguintes 
características: 
- o animal leiteiro deve ter a pele solta (flácida); 
- o animal leiteiro não deve ter acúmulo de gordura no peito, dorso e anca; 
- quando a vaca estiver seca o úbere deve estar pregueado (indica capacidade produtiva). 
 
Deve revelar o aspecto de "feminilidade" da vaca leiteira e as partes que compõem são: 
 
Características da raça que devem ser consideradas: 
 
Cor: dentro dos padrões da raça. Ex.: no caso da vaca holandesa, deve apresentar manchas 
brancas e pretas claramente definidas; 
Tamanho: atingir o tamanho médio da raça. Ex: vaca holandesa em produção deve pesar 
aproximadamente 600 kg de peso vivo (PV); 
Chifres: não discriminação por ausência; 
Cabeça: bem constituída, proporcional ao corpo, narinas amplas, olhar vivo; 
Paletas: Fortemente unidas; 
Dorso: Reto e forte, com lombo amplo; 
Anca: larga e bem modelada, sem excesso de gordura, quase nivelada, implante da cauda suave e 
nivelada com a linha dorsal; 
Pernas e cascos: osso plano e forte, de quartela pequena e forte com jarrete modelado, 
apresentando curvatura natural, cascos redondos com talão profundo; 
Pescoço: largo, descarnado e unido suavemente ao tórax; garganta, papada e peito descarnados; 
Cernelha: aguda, costelas bem separadas com osso amplo, plano e profundo formando um 
aspecto de "cunha" com o tórax do animal; 
Flanco: profundo e refinado, formando um aspecto de "cunha" com o corpo do animal, tendo 
como base à cabeça; 
Nádegas: bem separadas e descarnadas, deixando espaço suficiente para o úbere e seus 
ligamentos; 
Capacidade corporal: Relativamente grande em proporção ao tamanho do animal, as partes que 
se compõe são: 
Costado: forte, largo e profundo, apresentando costelas arqueadas; 
Ventre: amplo; 
Tórax: grande e profundo, com peito amplo; 
Sistema Mamário: úbere fortemente implantado, bem balanceado, de grande capacidade e boa 
textura, indicador de alta produção e grande vida útil, as partes que o compõe são: 
Úbere: simétrico de longitude, amplitude e profundidade moderada, fortemente aderido, 
reduzindo após ordenha; quando a vaca estiver seca o úbere deve estar pregueado; 
Quarto dianteiro: de comprimento moderado, amplitude uniforme desde a frente até atrás 
e fortemente aderido; 
Quarto traseiro: alto, amplo e ligeiramente arredondado, com boa uniformidade desde 
cima até a base e fortemente aderida; 
Tetas: tamanho uniforme, com aproximadamente 10cm, de longitude e diâmetro mediano, 
cilíndricos, bem separados, apresentando um aspecto de "quatro pés de uma mesa de bilhar". 
Veias mamárias: grandes, largas, tortuosas e ramificadas. 
 
 
 
 
 
 
RAÇAS: 
 
Ayrshire 
Taurino britânico, de origem escocesa. Seu primeiro registro no Brasil é de 1930, data da 
fundação da Associação dos Criadores de Ayrshire. Até 1983, somava 284 cabeças, sendo que em 
1986 apenas três cabeças foram registradas pelo Ministério da Agricultura. É gado de leite, com 
produção semelhante ao holandês, o ayrshire é uma raça em plena redução no Brasil. 
 
Gir Leiteiro 
Generalidades 
A raça gir leiteira originou-se na região de Gir, Península de Kathawar, na Índia. A entrada das 
raças zebuínas no Brasil ocorreu em meados do século XVII até a década de 60; é provável que o 
gir tenha chegado por volta de 1906. A princípio foram importados animais da região do Rio Nilo, 
ao norte da África, em seguida da África Ocidental (Senegal, Guiné e Congo) e, finalmente da 
Índia. 
No início das importações mais expressivas das raças indianas, destacou-se a atuação do criador 
brasileiro Teófilo de Godoy, que tendo feito várias viagens à Índia, entre 1893 e 1906, incentivou 
outros criadores. 
Características 
O gir leiteiro, como define o próprio nome, foi adaptado para maior produção de leite, índole 
natural da raça. A produção leiteira da raça é controlada oficialmente assim com genealogias 
registradas na ABCZ-Associação Brasileira dos Criadores Zebu; um controle independente 
distingue do gir de corte. Todo gir produz leite, mas o leiteiro está em processo contínuo 
aperfeiçoamento por várias gerações, com produções aferidas que permitem distinguir os animais 
pelo desempenho, não por indicativos subjetivos do que poderá ser ou produzir. O que determina 
o valor de um animal, de maneira a prever sua capacidade de melhorar o rebanho, é o 
conhecimento do nível de produção de sua linhagem, como bisavós, avós, pais, irmãos e filhos. 
Os níveis de produção do gir leiteiro apresentam produtividade mais do que adequada para o 
clima brasileiro e condições de criação, existindo variabilidade genética capaz de sustentar um 
programa de seleção visando o melhoramento. A percentagem de gordura é alta (em torno de 5%). 
A persistência da lactação não é problema nestes rebanhos, com vacas produzindo leite além de 
305 dias. Sua produtividade média (3.233 kg) torna possível manter o rebanho com níveis de 
suplementação mínima, com possibilidade de ser mantida apenas com manejo em pastagens 
melhoradas. No período da estação seca, as vacas não apresentam queda na produção de leite, 
desde que atendidas em termos de exigência nutricional mínima para seus níveis de produção. Os 
animais são extremamente dóceis, de boa índole e lida fácil, facilitando o esquema de criação 
confinada. As vacas gir se adaptam facilmente à ordenha, mesmo aquelas mais velhas, que foram 
criadas no sistema de cria ao pé. O bezerro é facilmente criado, com aleitamento artificial usando 
mamadeira ou com acesso a um dos peitos durante ou após a ordenha. As vacas gir permitem, 
sem restrição, a utilização de ordenharia mecânica. O gir leiteiro expressa seu potencial produtivo 
com menos alimento e sofre menos com a restrição alimentar, pois sua exigência, seu índice de 
metabolismo e de ingestão de alimentos é mais baixo em relação às raças taurinas, sendo 
necessário menor reposição alimentar. 
Padrão da raça 
O gir leiteiro além de ser extremamente dócil, com aptidões para o leite e carne, caracteriza-se por 
apresentar perfil convexo e ultra-convexo, testa proeminente, com chifres laterais freqüentemente 
retorcidos, barbela desenvolvida e com pelagens das mais variadas, podendo apresentar pêlos 
brancos, vermelhos, amarelos e pretos em combinações muito variadas. 
Uso no cruzamento 
O gir leiteiro tem sido preferido para cruzamentos com as raças européias especializadas, tais 
como a holandesa, jersey e pardo-suiço, sendo utilizada, inclusive, na formação do mestiço leiteiro 
brasileiro, reconhecido como raça a girolanda. O gir mocho, bem como os demais mochos, devem 
ter sido originados a partir de cruzamentos de animais da raça gir com aqueles da raça mocha 
nacional existentes, sobretudo, em Goiás, que por sua vez tem suas origens ligadas aos primeiros 
animais taurinos introduzidos no país. Através de um processo de seleção, para as características 
produtivas do gir, acabou-se por modelar dois tipos distintos na raça, separando-o no sentido 
mais próximo do ideal para o gir carne ou gir leite. O gir não formou variedades diferentes na 
raça, mas sim aptidões de produção desiguais. Os criadores de gir leiteiro dão ênfase na seleção 
para o leite, enquanto que para o gir de corte está para as características raciais. 
 
 
 
Produtividade de leite 
O gado gir leiteiro sob controle oficial apresenta produção média de 3.233 kg, índice que está 
290% acima da média nacional. As médiasdas produções de leite de 15.846 lactações controladas 
pela ABCZ revelam avanços contínuos. De 1964 a 1977 houve ganho de 69,0%, em 13 anos, com 
aumento de 1.148 kg. Em 1988 apresentou aumento de 21 kg em relação a 1977; de 1988 a 1998 
houve aumento de 410 kg na média das vacas, com ganho de 14,52%. O aparecimento nos 
rebanhos de vacas gir de elevada capacidade leiteira evidencia existência de potencial genético, 
chegando a 13.000 kg e produção de 44 kg. 
Melhoramento genético 
As possibilidades atuais e futuras da pecuária, com base no zebu, são inquestionáveis, dada sua 
importância na estrutura genética da população de bovinos e destaque dos rebanhos elite, 
havendo interesse de muitos países em utilizar este material genético. Aliado a isto, o 
melhoramento genético animal vem se modernizando aceleradamente no Brasil. Na bovinotecnia 
vêm sendo implementados diversos programas comerciais com metodologia moderna de avaliação 
e de melhoramento genético. É a avaliação genética da funcionalidade, e não a forma do animal, 
que determina o preço dos reprodutores, do sêmen e dos embriões. Cada vez mais o mercado 
exige qualidade genética, avalizada pela tecnologia moderna e não apenas pela propaganda. 
Destaca-se a tecnologia moderna aliada a organização. 
 
Guernsey 
Origem: Inglaterra, na ilha de Guernsey, no Canal da Mancha; 
Pelagem: amarelo malhado, com combinações variadas; 
Aptidão: leiteira, do grupo das manteigueiras; produção no país de origem é de aproximadamente 
3000 kg de leite; leite com 4,5 a 5,5% de gordura; peso médio da fêmea adulta é de 400 a 500 kg, 
e nos machos, de 700 a 750 kg de peso vivo. 
 
Guzerá 
Origem: região central da Índia; 
Pelagem: predominante é a fumaça (cinza - prateada); 
Aptidão: mista, ou seja, é uma raça de corte com linhagem leiteira; produção media de 2300 kg 
de leite; leite com 3,5% de gordura, peso na fêmea adulta é de 500 kg e no macho é de 800 kg. 
 
Holandesa 
Generalidades 
Pouco se sabe sobre a origem da raça holandesa, ou frieshollands veeslay, ou ainda frísia 
holandesa, havendo anotações que vão até o ano 2000 a.C. Alguns afirmam que foi domesticada 
há 2.000 anos nas terras planas e pantanosas da Holanda setentrional e da Alemanha. Eram 
animais de origem grega, de acordo com ilustrações antigas, o que causa maior dúvida sobre sua 
formação. No Brasil não foi estabelecida uma data de introdução da raça. Paulino Cavalcanti 
(1935) cita que baseado em dados históricos, referentes à nossa colonização, presume-se que o 
gado holandês foi trazido nos anos de 1530 e 1535. Quase todos os touros da atualidade são 
originários de três países famosos: da Frísia, Groningen e Holanda. 
Características 
As holandesas apresentam as seguintes características: 
Idade para a primeira cobertura: 16 a 18 meses; 
Idade para o primeiro parto: 25 a 27 meses; 
Duração da gestação: 261 dias a 293 dias (média de 280 dias); 
Intervalo entre partos: 15 a 17 meses. 
Padrão da raça 
Malhadas de preto-branco ou vermelho branco; ventre e vassoura da cauda branca; barbela e 
umbigueira pouco pronunciada, tamanho da vulva discreta, não pregueada animal não preto e 
nem totalmente branco. Cabeça bem moldada, altivo, fronte ampla e moderadamente côncava, 
chanfro reto, focinho amplo com narinas bem abertas, mandíbulas fortes que exprimem o estilo 
imponente e viva e própria da raça. Pescoço longo e delgado que se une suavemente na linha 
superior ao ombro refinado e cruz angulosa; vértebras dorsais que se sobressaem e inferiormente 
ao largo peito com grande capacidade circulatório e respiratório. Dorso reto, fone e linha lombo-
dorsal levemente ascendente no sentido da cabeça. Garupa comprida, larga e ligeiramente 
desnivelada no sentido quadril a ponta da nádega. Coxas retas, delgadas e ligeiramente côncavas, 
bem separadas entre si, cedendo amplo lugar para o úbere. Pernas com ossatura limpa, chata e 
de movimentos funcionais que terminam empatas de quartelas fortes e cascos bem torneados. 
Pele fina e pregueada e pêlo fino e macio. 
 
 
 
 
Cruzamento industrial 
Os principais cruzamentos são com a raça gir, formando o girolando, e com o guzerá, formando o 
guzolando (ou guzerando), ambos com livro de registro genealógico. Desde 1991, todo o gado 
holandês é registrado desde o nascimento. A pecuária de gado holandês para carne, com novilhos 
precoces, caminha aceleradamente desde a década de 1970. Já na década de 1980 foi 
estabelecido um programa alternativo de cruzamentos com raças especializadas de corte, 
destacando-se o charolês, o limousin, o piemontês, o bleu-blanc-belge, e outras, para incrementar 
o rendimento de carne, promovendo o surgimento de linhagens de melhor rendimento no abate. 
Esta é a grande novidade científica da vinda do milênio, prometida pela Associação Brasileira de 
Criadores de Gado Holandês que pode revolucionar a pecuária mundial. "Assim como o holandês 
revolucionou a pecuária leiteira, essa alternativa (carne-leite) pode provocar uma segunda 
revolução", profetiza. 
Produtividade de leite 
Existem 961 criadores inscritos no Controle Leiteiro Oficial, que somaram 104.382 animais em 
produção no ano de 1998. A média brasileira de produção leiteira foi de 6.622 (305 dias) em 1998 
e de 7.290kg na idade adulta (305 dias). Cerca de 84% dos criadores residem em São Paulo, 
Paraná e Minas Gerais. A média de Produção de Leite em 1998, foi a seguinte: 
Lactações padronizadas em 305 dias e em 2 ordenhas: 6.622 kg; 
Lactações padronizadas em 305 dias, 2 ordenhas à idade adulta: 7.290 kg; 
Lactações em 2 ordenhas, até 305 dias: 5.962 kg; de 306 a 365 dias: 7.862 kg; 
Lactações em 3 ordenhas, até 305 dias: 7.160kg. 
Melhoramento genético 
Até o inicio de 1980, o Brasil foi considerado o detentor do maior rebanho mundial de HVB 
(holandês vermelho branco), mas o efetivo foi decrescendo, ano após ano, por falta de 
disponibilidade de reprodutores VB (vermelho branco) com provas genéticas comprovadas e 
também pela não aceitação das cobrições de vacas VB por touros PB (preto branco). A abertura 
para uso de reprodutores PB sobre vacas VB somente aconteceu por volta de 1984 desde que o 
reprodutor fosse portador de gene recessivo para pelagem VB. A FAO, organização da ONU 
vinculada ao setor de alimento e agricultura relacionou, na década de 1950, três tipos de gado 
holandês, cada uma com seu próprio registro genealógico: 
a) Holandês preto e branco (ou vermelho e branco), com cerca de 80% do total; 
b) Meuse-Rhine-ljssel (vermelha e branca), com cerca de 18%; 
c) "Groningen" (cabeça branca), com cerca de 2%. 
 
Jersey 
Generalidades 
A raça jersey é originária de uma pequena ilha, de apenas 11.655 hectares, no Canal da Mancha, 
entre a Inglaterra e a França (região da Normandia). É denominada "Ilha de Jersey", e pertence ao 
Reino da Grã-Bretanha. Em 1763, foram decretadas leis que proibiam a entrada na Ilha de Jersey 
de qualquer animal vivo que pudesse transmitir doenças aos seus bovinos. 
No Brasil, o jersey foi introduzido em 1896, no Rio Grande do Sul, pelo grande pecuarista e 
embaixador J. E de Assis Brasil. Em 1938, foi fundada no Rio de Janeiro a Associação dos 
Criadores de Gado Jersey do Brasil (ACGJB), a partir daí tem inicio a expansão da raça. 
Características 
A raça jersey é uma das mais eficientes e é encontrada nos cinco continentes. Atualmente, é a 
segunda raça leiteira criada no mundo, devido às suas características: 
Alta precocidade: é possível ter maior lucratividade com as fêmeas, pois são precoces e oferecem 
bom lucro pela venda do leite; 
Adaptação: alta capacidade de adaptar-se a vários tipos de climas, manejo e condições 
geográficas; além de apresentar bom desempenho em instalações comerciais e em programa de 
pastoreio; 
Prolificidade: boa capacidade de reprodução; 
Facilidade de parição (perpetuada geneticamente): aos 26 meses já cria, voltando a emprenharem 
em 110 dias; 
Longevidade: permanecem mais tempo no plantel; 
Tolerância ao calor: escolha lógica para os criadores de raças leiteiras emregiões tropicais; 
Conversão alimentar: transforma, de maneira eficiente, rações e a forragem em leite, produzindo 
mais por área, por tonelada de forragem; produz mais leite corrigido em gordura, por 100 kg de 
peso vivo animal. 
Padrão da raça 
Vaca boa é boa em qualquer lugar do mundo, não importando a linhagem, e muito menos o país 
de origem. O que vale na raça jersey, como em toda raça pura, são as seguintes particularidade: 
Cabeça: limpa, bem proporcional, de comprimento moderado; 
Pescoço: limpo, moderadamente comprido; 
Pés: curtos, compactos e redondos; úbere: largo, alto e amplo ; 
Um úbere de boa qualidade é pregueado, macio, de boa textura, e descamado; 
Pele: pigmentada. 
A jersey possui um temperamento leiteiro bem evidenciado e harmonia total entre as partes de 
seu corpo. 
Cruzamentos 
Segundo a ACGJB o jersey tem sido criado em estado puro há mais tempo que qualquer outra 
raça leiteira, e isto lhe dá grande facilidade para transmitir à progênie as boas qualidades da raça. 
A facilidade de parição, elevada produção leiteira e mantegueira, fazem da jersey uma raça 
eficiente para cruzamentos com raças zebuínas, quando se pretende aumentar a produção de 
leite. Na Índia, através de cruzamentos, visando diminuir a idade de parição e aumentar a 
produção leiteira das vacas zebuínas, ficou comprovado que touros da raça geram novilhas (jersey 
x zebu) que tiveram sua primeira cria aos dois anos de idade, com uma produção media de 12 kg 
de leite por dia. Percebeu-se, então, que a raça jersey teve um aproveitamento de 70% dos touros 
utilizados em 20,4 milhões de cruzamentos. Resultando em um tipo ideal leiteiro pelas 
qualidades, simetria e ligamentos do úbere. 
Produtividade de leite 
Os bons resultados do manejo da vaca de alta produção requerem ao mesmo tempo ciência e arte. 
A ciência se baseia em conhecer e compreender o metabolismo e a fisiologia da vaca; a arte, na 
habilidade de fazer uso desse conhecimento para atingir um resultado final desejado. A lactação 
da vaca jersey é uma vantagem devido os pequenos intervalos; assim sendo sua alimentação é 
feita em menos dias, sem produção e tendo-se um maior número de lactação'na vida útil. O leite 
jersey oferece grande quantidade de proteína, comprovando assim sua qualidade. De acordo com 
pesquisas, contém em média 20% a mais de cálcio - mineral essencial na dieta humana, 
necessário para dentes e ossos fortes - do que outras raças. Contém maior quantidade proteínas, 
lactose, vitaminas e minerais, oferecendo um leite completo. Quando consumido na forma fluída, 
tem mais consistência e um gosto mais forte. Quanto mais componentes, mais saboroso e 
nutritivo ele é, além de indicado para a alimentação de crianças e adultos. 
Melhoramento genético 
Quando se pensa em melhoramento, deve se ter em mente, ao escolher um reprodutor, que ele 
vale pelo que transmite, e não pelo que realmente é fenotipicamente. O melhoramento genético, de 
uma maneira geral, é muito auxiliado por testes de progênie. Os criadores de jersey devem buscar 
a evolução genética de seus rebanhos, usando para isso a maior parte do seu rebanho (no mínimo 
80%), de reprodutores provados. Outro fato é que esses touros dentro de alguns anos devem ser 
superiores aos touros atuais, em relação a produtividade e outros aspectos economicamente 
importantes, já que o aperfeiçoamento e a seleção da raça vai estar relacionado com à produção e 
produtividade leiteira. 
 
Lavínia 
Origem: Fazenda Sr. Rubens F. Mello, município de Lavínia - SP; raça mista, formada de 5/8 
Pardo Suíço + 3/8 Zebu; 
Pelagem: parda - cinzenta, de cor mais clara ao redor do focinho e orelhas; 
Aptidão: mista; produção de 3000 kg de leite; leite com 4,0% de gordura; atinge 450 kg de peso 
vivo aos 24 meses de idade. 
 
Mantiqueira 
Raça nacional, praticamente desaparecida, de alta potencialidade genética e boa produtividade 
leiteira. Tem a vantagem de ser uma raça inteiramente adaptada as condições de clima, pastos e 
topografia acidentada, especialmente de Minas Gerais, onde se encontra a maioria de seus 
exemplares. 
Origem: Vale do Paraíba Paulista; no início do século, ocorreram cruzamentos entre touros 
holandeses (Turino-Portugal) e vacas comuns da região; 
Pelagem: malhada do preto com partes brancas salpicadas de preto; 
Aptidão: leiteira; produção média de 1863 kg de leite; leite com 3,4% de gordura, equivalente 76,6 
kg, com lactação média de 232 dias, porte inferior ao da raça holandesa; raça de grande 
adaptação ao regime de campo. 
 
Pardo Suíço 
Generalidades 
É uma raça pura e milenar, uma das mais antigas, com registros datados de 80 a.C. Documentos 
comprovam que há mais de 1000 anos atrás existia criação de braunvieh no convento de 
Einsedein, no cantão de Schwyz, na Suíça. 
Essa criação de braunvieh (pardo-suíço corte) é uma das mais antigas, com registros de dados de 
performance nos últimos 850 anos. No Brasil em meados de 1900 foram feitas as primeiras 
importações da Suíça; esses animais foram para o Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro. Para 
atender novas exigências do mercado, houve um redirecionamento de muitos criadores, visando o 
melhoramento genético. 
Características 
O pardo-suíço se adaptou muito bem às diferentes regiões brasileiras, devido às suas 
características: alta conversão alimentar; alta fertilidade de machos e fêmeas; precocidade sexual: 
as novilhas entram no cio aos 332 dias; rusticidade: tolerância ao frio e calor; camada de gordura 
na quantidade certa, sem excessos; produção leiteira: mais de 2.500 quilos de leite em 200 dias; 
habilidade materna; viabilidade econômica em confinamento. Todas essas características 
produtivas e sua rusticidade permitiram que a raça se espalhasse pelo mundo todo, estando 
presente em mais de 60 países, do Círculo Ártico aos trópicos, totalizando 11 milhões de 
exemplares puros e cruzados em todo o mundo, com 42 Associações de registro de gado puro. 
O parto é um acontecimento cercado de expectativa, pois a fêmea traz todo o potencial de um 
acasalamento meses antes de sua gestação. A confiança é de 99% com parto de curso normal 
para o criador. O pardo-suíço de corte produz uma carne macia, bem marmoreada, com pouca 
gordura externa. 
Padrão da raça 
Diferentes fatores como a qualidade do solo, variações climáticas, topografia montanhosa e pastos 
entre 700 e 2.000 metros acima do nível do mar, tornaram o Pardo-Suíço robusto e auto-
suficiente, um verdadeiro produto da terra. São pontos fortes da raça, além de suas principais 
características: boa pigmentação; pelo curto, que é capaz de crescer ou se manter de acordo com 
o clima; cascos: pretos e fortes; bons aprumos; pêlos de cor parda, variando do muito claro para o 
muito escuro. 
Cruzamentos 
O pardo-suíço é uma das raças mais antigas e puras de dupla aptidão. Tem elevada performance 
para produção de leite e carne e imprime em sua progênie logo no primeiro cruzamento e em 
gerações posteriores, também suas características fenotípicas e produtivas. Fazendo o 
cruzamento com raças zebuínas - nelore ou guzerá - obtém-se alta taxa de heterose ou vigor 
híbrido, fenômeno que se verifica no produto de animais sem parentesco algum. No Brasil, o uso 
do pardo-suíço para cruzamento industrial foi a solução encontrada, por muitos criadores, para 
aumentar a produção eficiente de carne. Em um programa de cruzamento, os critérios de descarte 
devem ser: fertilidade, idade, qualidade de produção, estado geral, defeitos adquiridos, etc. É 
importante que o produtor conheça a raça que vai utilizar em cruzamento, pois não são todas que 
têm boa eficiência para cria, algumas só se prestando para cruzamentos terminais, com abate de 
machos e fêmeas. O macho cruzado suíço-corte tem bom ganho de peso e rendimento de carcaça, 
e sua carne é marmoreada e macia. A fêmea meio sangue suíça é dócil e tem excelente habilidade 
materna, além de ser fértil e precoce sexualmente. 
Ganho de peso 
O Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte da Embrapa, em Campo Grande(MS), é 
importante para os criadores de pardo-suíço, pois com a promoção de provas e experimentos tem 
auxiliado no desenvolvimento dó um manejo adequado e na divulgação das linhagens do pardo-
suíço com aptidão para carne. Na Primeira Prova de Ganho de Peso de Pardo-Suíço Corte, em 
1998, o melhor animal obteve ganho de peso médio acima de 1500 gramas por dia. A primeira 
fase da prova durou 52 dias: foi o período de adaptação com o objetivo de minimizar os efeitos de 
ambiente representado pelas diferenças na alimentação ministradas pelas propriedades. A prova 
teve seu inicio na segunda fase, com duração de 112 dias, e os animais eram pesados a cada 28 
dias. A ração fornecida para o lote era feno de brachiaria decumbens misturado com concentrado. 
A Prova de Peso evidenciou as características dos animais: ótima musculosidade, com grande 
ganho de peso e excelente rendimento de carcaça. 
Melhoramento genético 
No ano de 2000 foi apresentado durante a Exposição Nacional de Pardo-Suíço de Corte no mês de 
abril, um trabalho organizado pelos professores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de 
Alimentos da Universidade de São Paulo, campos Pirassununga, para DEPs (Diferenças 
Esperadas na Progênie) de reprodutores da raça. Esse trabalho foi o começo do programa para o 
melhoramento genético do pardo-suíço corte. 
O Brasil possui hoje um dos melhores bancos genéticos de todo o mundo, com um plantel de 14 
pecuaristas, proprietários de 1300 fêmeas puras e 3000 cruzadas inscritos no programa da USP. 
 
Pitangueiras 
Generalidades 
O Brasil durante a Segunda Guerra Mundial, sofreu uma acentuada falta de leite fresco, e as 
importações eram difíceis; visando atenuar essa situação, os dirigentes do Grupo Anglo uma das 
maiores companhias internacionais, programaram a formação de uma raça tauríndica. Usaram 
como base a raça britânica red poll, mista e tida como rústica, e a guzerá, trazida da Índia, tendo 
em vista a produção de leite. Touros red poll foram cruzados com vacas guzerás, dando produtos 
de meio-sangue. Novilhas 1/2 sangue foram padreadas por touros guzerás, dando os 3/4 guzerás 
e 1/4 red poll. As fêmeas da segunda geração foram fecundadas por reprodutores red poll, 
originando mestiços com 5/8 da raça taurina e 3/8 de sangue zebuíno, que receberam a 
denominação de pitangueiras. O nome da raça foi tomado da região de origem, conforme a 
tradição nos meios pecuários: o município de Pitangueiras, interior do estado de São Paulo. 
Características 
O animal pitangueiras típico é de pelagem vermelha, uniforme, com pequenas variações de 
tonalidade, podendo ir do vermelho escuro ao caju e vermelho claro. Tem como característica 
principal o fato de ser geneticamente mocho, isto é, nasce e se mantém sem chifres; não é, 
portanto, animal descornado ou mochado, embora mesmo nos rebanhos puros possa surgir 
exemplares com chifres rudimentares ou normais, eventualmente. A conformação pode variar um 
pouco, mas normalmente o pitangueiras apresenta aspecto às raças mistas, com predominância 
da função leiteira. Em alguns rebanhos o tipo leiteiro é mais acentuado, enquanto em outros, os 
criadores estão selecionando para a produção carne, colocando o leite em segundo plano. Mas a 
tendência é para a fixação de uma raça leiteira tropical, de produção média, sem grandes 
pretensões. É o tipo de gado leiteiro para regime de campo. Dada a sua rusticidade, apresenta 
certa resistência contra várias moléstias, sendo imunizado contra outras através de vacinas. 
Como raça de dupla aptidão, apresenta muito bom desempenho no confinamento, demonstrando 
sua habilidade na conversão de alimentos. Outra característica é a mansidão dos touros e vacas 
(submetem-se perfeitamente ao regime de ordenha mecânica). Essas qualidades conferem ao 
pitangueiras condições para a sua expansão em qualquer região do país. 
Padrão da raça 
A Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Pitangueiras estabeleceu o seguinte como padrão 
da raça: 
Estatura: média, touros adultos com cerca de 1,50 m de altura; pelos curtos, lisos, finos, 
brilhantes; cor uniforme vermelha variando do vermelho claro ao caju; temperamento dócil; 
cabeça leve, de perfil retilíneo; fronte larga, ligeiramente achatada, focinho largo com mucosa 
cremosa ou escura; tronco musculoso, cilíndrico, de comprimento médio; costelas arqueadas, 
bem afastadas, dorso e lombo largo, horizontal; tórax amplo e profundo, ventre bem desenvolvido; 
garupa larga, longa, horizontal, sacro pouco saliente; bom afastamento entre os ísquios; cauda 
bem inserida, longa, achatada na base; vassoura bem recoberta pelos membros de comprimento 
médio bem afastados, bons aprumos; paletas inseridas, com boa cobertura muscular; quarto 
posterior bem coberto de músculos; jarretes fortes, mas não grosseiros; cascos de tamanho médio, 
bem conformados. 
Cruzamentos 
O rebanho é estimado em 70 mil cabeças, quase todos puros, que vem crescendo rapidamente 
pela multiplicação natural do gado puro e através de cruzamentos, de touros pitangueiras com 
vacas de quaisquer outras raças ou grau de sangue. Em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia, o 
gado se adaptou perfeitamente e vem sendo objeto de seleção no plantel puro e na utilização de 
touros para a padreação ou inseminação de matrizes da raça nelore, com excelentes resultados no 
tocante ao desenvolvimento ponderal e características econômicas como produtor de carne. Os 
criadores que visam a produção de carne fazem a seleção com o intuito de aumentar o peso do 
gado, usando touros de maior precocidade e bom desenvolvimento ponderal. O rendimento no 
corte é elevado, com carne de boa qualidade, sendo tenra e bem marmorizada, idêntica a de 
outros cruzamentos industriais em voga. Nas explorações leiteiras, são usados reprodutores 
pitangueiras na cobertura de vacas mestiças de gado holandês e, principalmente, com fêmeas 
girolandas e guzolandas, com evidente elevação da produtividade, como resultado de maior 
heterose, em virtude da participação de três ou quatro raças, constituindo quase um novo tipo de 
composto. 
 
 
 
Ganho de peso e produtividade de leite 
Nas Provas de Ganho de Peso, em Sertãozinho (SP), durante vários anos, os pitangueiras deram 
em média 1.110g de peso diário, posicionando-se bem no confronto com o gado de corte taurino e 
zebuíno. Como gado leiteiro, a raça está bem colocada, produzindo leite em regime de campo, que 
é o mais comum e econômico. A produção média diária, nos grandes rebanhos, é de 9 kg na 
estação seca e 11 a 12 no período das águas. As boas produtoras dão 4.000 a 5.000 kg por 
lactação em 300 dias. As vacas continuam a lactação mesmo depois de apartados os bezerros, 
diferentemente do que acontece com as fêmeas das raças zebuínas, que suspendem a lactação 
quando morre o bezerro ou delas são separados definitivamente (desmame). 
Melhoramento genético 
Fundado em 1990, o primeiro Núcleo de Criadores de Pitangueiras (NCP), com sede em Recife 
(PE), possui hoje um banco de sêmen com mais de quatro mil doses de 20 touros melhoradores; o 
NCP permite aos associados adquirir animais de alto valor genético e, mediante um cronograma, 
passam a fazer coberturas nas fazendas, garantindo com isso, aos criadores, o mínimo de 
investimento e fácil acesso a um rápido e eficiente melhoramento genético de seus rebanhos. O 
melhoramento da raça tende a se intensificar através da inseminação artificial e, sobretudo pela 
transferência de embriões, já em prática em vários plantéis. 
 
Simental 
Generalidades 
Com origem na Suíça onde era utilizada para produção de leite, carne e tração, a raça pura 
simental foi criada, selecionada e disseminada pelo mundo, sendo considerada uma das mais bem 
distribuídas do planeta. No Brasil, chegou há mais de 80 anos e de lá para cá tem se espalhado 
por todas as regiões com uma seleção genética cada vez mais apurada. Estima-se que o rebanho 
brasileiro de simental puro e mestiço tenha cerca de 400.000 animais, incluindo o rebanho não 
registrado. 
CaracterísticasEstá em primeiro lugar entre as raças européias, na produção de sêmen congelado, coleta e 
transferência de embriões, com opção para cruzamento industrial. A vaca pura simental tem sua 
primeira parição antes de completar dois anos de vida, com crias pesando em média 38kg para 
fêmeas, e 43 kg para machos, sem problemas de parto. O ganho de peso diário fica acima de 
1.000 g, e as vacas possuem habilidade materna fantástica, desmamando suas crias por volta do 
7º mês de vida, com a média de 250 kg a 300 kg de peso; coincidindo, assim, com início da 
puberdade. A idade média para cobertura de fêmeas é a partir do 14º mês, quando estarão 
pesando cerca de 400 kg. Os machos têm o mesmo comportamento quanto a precocidade, no que 
tange a parte reprodutiva, podendo ser utilizados para cobertura a campo antes do 18º mês de 
vida, com mais de trinta matrizes e, para monta controlada, pode-se até antecipar esta idade. 
São animais rústicos que podem ser criados a pasto desde o nascimento. A raça vem conseguindo 
cada vez mais adeptos entre invernistas e confinadores, graças a sua precocidade, adaptabilidade 
e qualidades, dupla aptidão e forte penetração internacional quando cruzado com rebanhos 
nacionais. Conforme as condições ambientais, manejo e objetivos de cada criação, os criadores 
encontram linhagens diferentes dentro da riqueza de variabilidade genética que forma o simental 
mundial, e lhes oferece genes que poderão incrementar o potencial genético de seus animais para 
produção leiteira e de carne. As diversas linhas de seleção que cada país assume são em 
decorrência do que o mercado local exige deles. Em determinados locais, onde o animal é 30% 
carne e 70% leite, certas linhagens são mais utilizadas que em outros onde o mercado exige 70% 
carne e 30% leite, ou até 80% carne e 20% leite, como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra. 
O simental brasileiro apresenta características sui generis, que suporta nossa adversidade 
climática. Trata-se de um gado que possui uma herança muito forte de adaptação às condições 
tropicais com boa conversão alimentar em pastos pouco favorecidos em valores nutritivos. 
No mercado vem se mantendo como uma boa opção para quem deseja resultado a custos baixos. 
Padrão da raça 
No Brasil, as primeiras importações do simental apresentavam a pelagem tapada de amarelo, com 
áreas brancas maiores e extremidades na cabeça totalmente branca; isso descrito segundo o 
escritor e pesquisador Fernando Antonio Nunes Carvalho, uni apaixonado pela raça. O simental 
de pura raça é de temperamento dócil, sua pelagem é branca ou ligeiramente creme com grandes 
manchas amarelas ou vermelhas, ou uma só grande mancha, que varia do amarelo trigo ao 
vermelho castanho. A cabeça, parte inferior do corpo, dos membros e ponta de calda é branca. 
 
 
 
 
Cruzamentos 
O cruzamento industrial é a grande arma que o pecuarista tem para aumentar sua eficiência 
reprodutiva. O simental merece ser observado com bastante atenção, pois vem apresentando 
resultados excelentes, não só como raça pura, mas também nos mais variados níveis de 
cruzamento que é, sem dúvida alguma, a grande saída para a pecuária nacional. Do cruzamento 
entre as melhores linhagens da raça simental surgiu o simbrasil - uma raça sintética de 
características muito apreciadas, especialmente para a produção leiteira. O zebu é o grande 
responsável pelo sucesso do cruzamento da raça simental, caso contrario não teria base, sem 
motivos, para existir em regime extensivo no Brasil. Através da absorção genética por meio de 
cruzamentos com gado zebuíno, contribuiu para a formação de animais com maior resistência ao 
clima tropical. Destaca-se também a utilidade do cruzamento do simental, com vacas girolandas, 
visando o aumento na produção leiteira. 
Ganho de peso e produtividade leiteira 
As vacas podem ter uma produção com média de 20 kg/dia; concursos leiteiros realizados no 
Brasil revelam que a raça registra em media 25 e 30 kg/leite/vaca/dia. A aptidão do simental 
mostra uma grande predominância do leite (50%), sobre a carne (25%) e uso no trabalho (25%). 
Para se ter uma idéia uma vaca de 42 meses, ½ simental - ½ nelore conta em sua vida produtiva 
com duas crias e mais seu peso, de aproximadamente 1.000 kg; é uma máquina de produzir 
carne. Para a pecuária de corte o ganho de peso diário médio pode chegar a 1.052 kg. 
Melhoramento genético 
A seleção, que no caso seria a escolha dos "melhores" para os atributos desejados e pré-
estabelecidos pelo criador, deve ser feita para que os animais escolhidos tenham o maior número 
possível de filhos, garantindo desta forma que o rebanho tenha genes desejáveis na população. 
Este efeito genético aditivo pode representar um ganho em até 25% de diferença em favor da 
progênie dos animais positivos, sendo 12% de ganho conseguindo seguramente. O cruzamento 
visa potencializar os efeitos aditivos e não aditivos dos genes da heterose, tendo como principais 
características: fertilidade; percentual de desmama; habilidade materna e precocidade para o 
abate. O cruzamento e a seleção são dois métodos básicos usados pelos criadores que juntos 
podem aumentar em mais de 25% a produtividade da pecuária brasileira. 
 
 
MANEJO REPRODUTIVO 
 
Sistemas de Cobertura 
Existem dois sistemas: o natural e o artificial. O sistema de cobertura natural apresenta duas 
modalidades: uma a campo e a outra controlada. A cobertura natural a campo é a mais empírica 
que existe, pois o touro fica a vontade com as vacas, ocorrendo excessivas coberturas em uma 
mesma fêmea e muitas delas em momentos inadequados. Neste caso, a relação touro x vaca é de 
1:25. A cobertura natural controlada é um sistema mais eficiente que o anterior, pois o touro 
fica num piquete separado das vacas e a fêmea no cio é levada ao reprodutor para a cobertura. O 
touro não executa grande número de coberturas em uma mesma fêmea, efetuando as coberturas 
em momento adequado, permitindo manter-se no sistema uma relação touro x vaca de 1:50. 
Neste sistema fica mais fácil controlar a fertilidade dos touros, além de se conhecer a paternidade 
da progênie. O sistema de cobertura artificial refere-se à inseminação artificial. Neste método, 
ocorre a interferência do homem na reprodução, não ocorrendo a cobertura, e sim a introdução do 
sêmen no aparelho reprodutor de fêmea, com a ajuda de instrumentos e técnicas adequadas, em 
condições de fecundá-la. A técnica utilizada em bovinos é a retro-cervical profunda. Quando o 
homem deve fazer a inseminação? Quando a vaca estiver no 1/3 final do cio. A idade zootécnica 
para a inseminação é de 16 meses, sobrepondo-se a idade o "score corporal", que é a condição 
corporal de peso vivo, este deve ser ideal quando a vaca pesar 375 kg de P.V. (peso vivo). Serve 
também para a cobertura natural controlada. Neste momento, aumenta a probabilidade de 
concepção. Por isso é fundamental que ocorra a detecção do cio. Os sintomas de cio são 
modificações psicossomáticas na vaca. 
 
Sintomas de cio 
A vaca vai apresentar monta e deixa-se montar pelas companheiras; fica inquieta; apresenta 
micção freqüente; apresenta a vulva tumefeita e congestionada; apresenta corrimento vaginal 
cristalino. Quando este mesmo corrimento apresenta-se turvo ou purulento, pode caracterizar 
problemas de infecção, devendo intervir com tratamento adequado, prescrito por veterinário; a 
vaca aceita espontaneamente o macho. Aproximadamente 50% das vacas apresentam um cio na 
parte da manhã. É necessário observar o cio pelo menos duas vezes ao dia. 
Nem sempre a fêmea apresenta o cio com todas as sintomatologias, tendo o cio silencioso; neste 
caso, a vaca apresenta corrimento que se adere à cauda. O ciclo estral dos bovinos é de 21 dias, 
tendo o cio duração de 14 a 18 horas; a ovulação ocorre 12 a 14 horas após o término do cio, 
ficando o momento adequado para a cobertura no 1/3 final do cio (12 horas). O espermatozóide 
tem capacidade fecundante de no máximo 24 horas. 
Ocorrendo o cio pela manhã, faz-se a coberturana parte da tarde e vice-versa. O cio dos Taurinos 
é mais longo do que o cio dos Zebuínos, por isso, quando se faz cobertura natural controlada, 
coloca-se a fêmea zebu com o macho no período da manifestação do cio e reforça a cobertura no 
período posterior (se a vaca zebu manifesta o cio pela manhã, coloca com o macho pela manhã e 
novamente à tarde). 
O rufião é um touro vasectomizado, utilizado para marcar as vacas no cio ele permanece junto 
com as vacas o tempo inteiro. O animal é provido de um "busal marcador" que risca a anca das 
vacas montadas. Este sistema de detecção é mais fácil de trabalhar, mas ocorre a penetração na 
vaca, podendo ocorrer transmissão de doenças. No caso do animal de elite, o rufião é submetido a 
um desvio de pênis. 
 
Avaliação Reprodutiva do Touro 
Na pecuária bovina, o macho é acasalado com um grande número de fêmeas. Por isto, o uso de 
touros de baixa fertilidade, inférteis ou de qualidade genética inferior, pode acarretar sérios 
prejuízos aos criadores, levando a um maior intervalo entre partos das vacas e ou produção de 
filhos de baixa qualidade. A substituição de reprodutores, de um modo geral, tem por objetivo: 
evitar consangüinidade; melhorar a qualidade genética do rebanho; melhorar a eficiência 
reprodutiva do rebanho; fins comerciais (lucros). Antes da aquisição de um reprodutor deve-se 
definir a raça e o grau de sangue, em função da qualidade ou tendência racional do rebanho 
existente e da finalidade a que se propõe. É importante considerar, também, a região e condições 
de manejo da propriedade. Muitos criadores são ludibriados na compra de um reprodutor, ao 
confiar na afirmativa do vendedor de que se trata de um animal provado. A prova de um 
reprodutor se faz através do "teste de Progênie" (única forma de garantir a qualidade genética do 
reprodutor), porém, o Brasil é carente em provas de teste de progênie. Assim sendo, na 
impossibilidade deste resultado deve-se levar em consideração uma avaliação do reprodutor, com 
relação aos seguintes aspectos: condição corporal; fertilidade; sanidade. 
 
Condição corporal: 
É o aspecto do reprodutor e é muito importante, principalmente se há necessidade de seu uso 
imediato, uma vez que o animal magro ou fraco pode apresentar uma baixa produção e ou 
qualidade dos espermatozóides. A compra de um reprodutor é quase sempre efetuada em função 
do tipo do animal (aspecto externo), sem nenhuma informação complementar capaz de auxiliar na 
sua avaliação. Este procedimento conduz a erros. Tem-se conhecimento de reprodutores usados 
com finalidade leiteira, de extrema beleza nas características externas (altura, peso e 
conformação), cujas filhas se caracterizam por baixa produção de leite e peso elevado (situação 
comum na aquisição de touros Gir para obtenção de mestiços leiteiros). É muito importante 
analisar também a coordenação Motora do animal. A caminhada em piso de grama ou cimento 
permite observar se o animal apresenta defeitos de aprumo e incoordenação dos movimentos 
(andar cambaleando ou manqueira). Touros com problemas de casco, membros, articulações e ou 
coluna podem apresentar dificuldades para montar na fêmea. 
 
Fertilidade 
Comportamento sexual: o reprodutor colocado junto a uma fêmea em cio permite as seguintes 
observações: 
Desejo sexual (libido): o desejo sexual é avaliado pelo tempo que o animal demora a se exercitar e 
saltar. O salto deve ser imediato ou em até 20 minutos. E importante saber que os machos da 
raça zebuína são por natureza mais vagarosos ou lentos. Cansaço ou esgotamento devido ao 
manejo incorreto pode acontecer. 
Ereção e exposição do pênis: comprometida por aderência, processos inflamatórios dolorosos ou 
verrugas (papilomas) na glande ou corpo do pênis. 
Introdução do pênis na vagina: em casos de fraturas, paralisia ou abscesso do pênis, os animais 
montam, mas não conseguem introduzir o pênis na vagina da vaca. 
É interessante ressaltar que o comportamento sexual; deve ser observado a uma distância regular 
do animal, pois, se o observador estiver muito perto, a sua presença poderá inibir o touro. Por 
outro lado, se o observador estiver muito longe, pode-se comprometer a observação. 
Obs.: Capacidade coeundi: é a capacidade de efetuar montas sem problemas físicos. 
 
Defeitos nos órgãos genitais: 
Prepúcio: pus junto ao pênis de abertura pode indicar presença de infecção; crescimento anormal 
dos tecidos junto ao orifício de entrada chamado de acrobustite (umbigueira). Nesses casos não é 
indicada a compra, por necessitar de tratamento específico e longo tempo de recuperação. 
Bolsa escrotal e testículos: na bolsa escrotal estão localizados os testículos. Sua pele não deve 
apresentar ferimentos, queimaduras ou vermelhidão, que podem ser indicativos de inflamação ou 
abscesso. Os testículos são responsáveis pela produção de espermatozóides, sendo por isto, de 
fundamental importância no processo produtivo. Os dois testículos devem ter pouca ou nenhuma 
variação de tamanho. Um testículo pode estar localizado um pouquinho mais alto que o outro ou 
ligeiramente inclinado para trás. O animal deve demonstrar sinal de dor quando se aperta 
ligeiramente está região. Algumas anormalidades podem ocorrer com os testículos, sendo 
perfeitamente percebidas, e as mais importantes são a falta de um ou ambos testículos, na bolsa 
escrotal, contra indicação a aquisição do animal. Mobilidade dos testículos: os testículos são 
normalmente móveis dentro da bolsa escrotal, podendo-se através de pressão, fazer subir um de 
cada vez sem maiores dificuldades. Em caso de aderência ou inflamações, esta mobilidade deixa 
de existir ou diminui, afetando o mecanismo termorregulador dos testículos e, conseqüentemente, 
a produção e a qualidade dos espermatozóides. Com relação à consistência deve ser firme, ou 
seja, não são duros nem moles (duro = calcificado, atrofia, fibrosos; mole = degeneração 
testicular). O tamanho dos testículos é importante por estar relacionado com a concentração e 
normalidade dos espermatozóides. A diminuição do peso e volume pode ocorrer em um ou ambos 
os testículos. Este detalhe tem grande importância em bovinos devido a sua possível origem 
genética poderá ocorrer Hipoplasia Testicular, é quando sempre um testículo for menor que o 
outro (origem genética), e ou Atrofia Testicular, quando o testículo normal diminui de tamanho 
(adquirido). O importante é saber que em ambos os casos a compra é desaconselhável. Ainda em 
relação ao tamanho dos testículos, é bom saber que ambos os testículos podem ter o mesmo 
tamanho, embora menores que o tamanho normal. Em touros acima de 30 meses de idade a 
medida do diâmetro da bolsa escrotal não deve ser inferior a 30 cm. 
Qualidade do sêmen (espermograma): os testículos são muito mais sensíveis às alterações 
metabólicas (hormonais, bioquímicas, etc.) e do ambiente (frio, calor, etc.), que afetam bastante a 
produção e a qualidade dos espermatozóides. 
Desse modo, qualquer alteração no trato genital do touro, independente de sua origem, resulta em 
menor fertilidade ou mesmo esterilidade. A quantidade de sêmen (constatada pelo espermograma) 
constitui o fator mais importante e seguro para determinação da eficiência reprodutiva do touro. 
De um modo geral, a qualidade é baseada nos espermatozóides (presença, contaminação, relação 
vivos/mortos, tipos de patologia, etc.). Indiscutivelmente para verificar a fertilidade do touro, o 
método mais seguro é efetuar o espermograma, porém, no campo, devido à dificuldade deste 
procedimento (falta de laboratórios), todos os aspectos aqui mencionados devem ser considerados 
na tentativa de se evitar a aquisição de um animal inadequado para a função. 
 
Sanidade 
Os testes para brucelose campilobacteriose, bem como a identificação de trichomonas, devem ser 
realizados com a finalidade de se evitar a introdução destas doenças no rebanho. Além das 
doenças de reprodução, outras devem ser observadas: tuberculose, papilomatose (verrugas), 
aftosa, etc. 
 
Avaliando a MatrizNa escolha de matrizes, deve-se observar o potencial genético através da produção de leite, a 
fertilidade através do I.E.P. (intervalos entre partos), período de serviço (período que vai do parto 
até a concepção) e idade do primeiro parto, e a sanidade através de todos os testes negativos, 
além da verificação da presença de mastite (inflamação da glândula mamária). Devem-se 
considerar também os aspectos externos anteriormente citados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Modelo - Ficha de Controle de Gado 
Nº ......Nome.......................................Grau................Nascimento..../...../.... 
Pai .......................................Mãe ...............................Procedência............ 
Peso/nasc........kg Peso/210d.........kg Peso/365d........kg Peso/550d.........kg 
Cobertura........./........../................. 
Touro...................................Natural........................ 
Diagnóstico da estação .......................................... 
Cria........../........./........... 
Artificial.................. 
TE......................... 
Macho.................... 
Fêmea................... 
 
Cobertura........./........../................. 
Touro...................................Natural........................ 
Diagnóstico da estação .......................................... 
Cria........../........./........... 
Artificial.................. 
TE......................... 
Macho.................... 
Fêmea................... 
Cobertura........./........../................. 
Touro...................................Natural........................ 
Diagnóstico da estação .......................................... 
Cria........../........./........... 
 
Artificial.................. 
TE......................... 
Macho.................... 
Fêmea................... 
 
Cobertura........./........../................. 
Touro...................................Natural........................ 
Diagnóstico da estação .......................................... 
Cria........../........./........... 
 
Artificial.................. 
TE......................... 
Macho.................... 
Fêmea................... 
 
Cobertura........./........../................. 
Touro...................................Natural........................ 
Diagnóstico da estação .......................................... 
Cria........../........./........... 
Artificial.................. 
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Macho.................... 
Fêmea.................. 
Cobertura........./........../................. 
Touro...................................Natural........................ 
Diagnóstico da estação .......................................... 
Cria........../........./........... 
Artificial.................. 
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Macho.................... 
Fêmea................... 
Cobertura........./........../................. 
Touro...................................Natural........................ 
Diagnóstico da estação .......................................... 
Cria........../........./........... 
Artificial.................. 
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Macho.................... 
Fêmea................... 
 
Cobertura........./........../................. 
Touro...................................Natural........................ 
Diagnóstico da estação .......................................... 
Cria........../........./........... 
Artificial.................. 
TE......................... 
Macho.................... 
Fêmea................... 
 
Marca Vacina Data Data Data Data Data Data Data Data 
 AFTOSA 
 AFTOSA 
 Carbúnculo 
 Brucelose 
 RAIVA 
 Botulismo 
 Leptospirose 
 Vermifugação 
 Vermifugação 
 
Antes de comprar um touro... 
Algumas informações devem ser obtidas com outras pessoas da fazenda, já que o vendedor poderá 
colocar o interesse comercial acima da verdade. Caso o vendedor tenha grande reputação torna-se 
desnecessário. Para conseguir tais informações algumas perguntas podem ser formuladas: 
1. Já possui filhas no rebanho? Quantas? Elimina esterilidade; 
2. As vacas cobertas por ele repetem muito cio? Pequeno número de animais com retomo de cio, 
leva a suspeita de problemas com as fêmeas; grande número de retornos, possibilidade de o 
macho ser portador de algum problema; 
3. Suas filhas têm problemas de falta de cio? Isto pode ser indicativo de problemas hereditários de 
fertilidade. Ex: hipoplasia ovariana; 
4. Vacas que ele cobriu abortaram ou voltaram ao cio com intervalo maior que 30 dias? A 
resposta positiva pode sugerir presença de agentes infecciosos transmitidos pelos machos; Ex: 
Trichomonas, Campilobacter, Micoplasma, etc. 
Obs: mesmo tendo dois ou mais touro no rebanho, é costume o criador destacar o touro como 
sendo o pai das melhores bezerras e novilhas ou vacas do rebanho, tendo em vista a importância 
de se conhecer a produção de suas filhas. 
 
 
FISIOLOGIA DA REPRODUÇÃO 
 
No macho 
O testículo apresenta duas funções específicas: espermatogênica e endócrina. 
Espermatogênese 
É a produção de espermatozóides; ela ocorre nos testículos, que são as gônadas masculinas. A 
espermatogênese nos bovinos demora 65 dias para ocorrer. A temperatura normal da 
espermatogênese é de 2°C a menos que a temperatura da cavidade abdominal que é de 
aproximadamente 39°C, variando de acordo com as raças. O plexo pampiliforme é um 
emaranhado de vasos sangüíneos que promovem o resfriamento da bolsa escrotal. A produção 
diária de espermatozóides no touro adulto é da ordem de 12 a 14 bilhões de células. 
Hormônios 
FSH (hormônio folículo estimulante): atua no tubo seminífero, promovendo a espermatogênese; 
LH (hormônio luteinizante): atua nas células de Leyding, produzindo a testosterona, hormônio 
masculino responsável pela libido (desejo sexual) e pelo desenvolvimento das características 
sexuais secundárias masculinas, como o desenvolvimento da musculatura (hipertrofia), formação 
dos pelos, tom do mugido, etc. 
 
Na fêmea 
O ovário é a gônada sexual feminina, também apresenta duas funções: ovogênica e endócrina. 
Cio ou estro 
A fêmea exterioriza a fertilidade através do cio ou estro, que são modificações psicossomáticas no 
animal, detectadas pela aceitação do macho. O Ciclo compreende o inicio de um estro até o inicio 
do estro seguinte, sendo no caso da vaca igual há 21 dias. O estro tem duração média de 14 a 18 
horas, sendo a ovulação 12 a 14 horas após o termino do estro. 
Hormônios 
Controle hormonal: a glândula hipófise libera o hormônio FSH, o qual atua no ovário promovendo 
o desenvolvimento do folículo e a produção do hormônio estrogênio, sob o efeito do estrogênio a 
vaca manifesta o cio e a hipófise libera o hormônio LH, o qual promove o rompimento do folículo 
(ovulação), na parede do ovário, onde ocorre a ovulação forma-se o corpo lúteo, responsável pela 
produção do hormônio progesterona. Havendo a concepção, há o desenvolvimento da gestação e 
posterior parição. Não havendo a concepção, o corpo lúteo regride, iniciando um novo ciclo. O 
hormônio estrogênio é responsável pelas características sexuais secundárias femininas 
(maturidade sexual). O hormônio progesterona é responsável pela manutenção da gestação. 
Fecundação 
A fecundação ocorre no terço superior do oviduto; se a mesma não ocorrer até 6 horas após a 
ovulação, o óvulo é envolto por uma camada lipóide, impedindo a concepção. O ovo caminha do 
oviduto para o corno uterino, onde ocorrerá a nidação, que é a fixação do mesmo na carúncula 
uterina para o desenvolvimento do feto. 
Gestação 
A gestação tem duração de 9 meses. A placenta se desenvolve na sua totalidade nos primeiros 
meses da gestação, sendo que o animal tem 2/3 do seu desenvolvimento no terço final da 
gestação. As exigências de nutrição do animal são somente acrescidas no terço final da gestação, 
onde ocorre desenvolvimento significativo do feto. 
Asfunções da placenta 
Proteção do feto contra órgãos vizinhos (rúmen); possibilita o desenvolvimento do feto; nutrição do 
feto capta e elimina os resíduos metabólicos; produção de progesterona; função hormonal: a partir 
do 7º - 8º mês de gestação a placenta consegue produzir quantidade suficiente de progesterona 
para manter a gestação. 
 
 
 
Parto 
É a expulsão do feto após ele atingir o seu desenvolvimento animal; iniciando se o parto, o qual 
leva normalmente cerca de duas horas; nascimento com as patas dianteiras na frente com a 
cabeça repousando sobre elas. Importante: próximo ao parto deve ser feito apalpação, para 
verificar a posição do bezerro, que deve ser com cabeça e patas juntas. Ele sugará o seu dedo. 
Hormônios que atuam no parto 
Ovariano (Relaxina): promove a abertura da pélvis; 
Hipofisário (Ocitocina): contração da musculatura do útero, promovendo a expulsão do feto. 
Quando o feto sai, nem sempre a placenta sai junto. De um modo geral, a expulsão da placenta é 
considerada normal se ocorrer até 6 horas pós-parto. Após o parto, a vaca entra num período 
fisiológico chamado puerpério, que é o período de involução do útero e regeneração das 
carúnculas uterinas. 
Caso a placenta não seja expulsa até 12 horas, pós-parto, caracteriza-se retenção de placenta, a 
qual pode levar o aparecimento de uma metrite na vaca, que é o processo de inflamação do útero, 
cuja mesma, pode levar a esterilidade. A metrite ocorre quando há partos distócicos, ou seja, 
partos difíceis em que a vaca não consegue parir sozinha; o parto distócico geralmente ocasiona 
retenção de placenta. Para o tratamento da metrite, consulte um veterinário. Logo após o 
nascimento do bezerro a vaca entra em lactação. 
 
 
CRIAÇÃO DE BEZERROS 
 
Princípios básicos sobre o manejo de recém-nascidos 
Um manejo cuidadoso com as matrizes, alimentação adequada, boas instalações e higiene são 
pontos básicos que asseguram a saúde dos bezerros. 
 
Vaca 
Para vaca seca, uma ração apropriada é essencial para manter a vaca saudável e diminuir a 
incidência das doenças do período pós-parto. Fêmeas magras têm crias com baixo "peso ao 
nascer" e por outro lado as excessivamente gordas poderão ter partos distócicos. 
Com um mínimo de uma semana de antecedência da data de parição prevista, remova a vaca 
para uma área já reservada para tal. Escolha uma baia bem ventilada ou um piquete maternidade 
limpo e seco. Evite usar serragem como cama, pois esta pode obstruir a boca e as narinas do 
recém-nascido. Ao nascer deve-se limpar a boca e as narinas do bezerro. A água fria estimula os 
reflexos de visão e esfregá-lo com um pano seco e limpo estimula a respiração. Após secar o 
recém-nascido mergulhe seu umbigo por completo no iodo para prevenir infecções. 
 
Alimentação do bezerro 
Ao nascer o bezerro não possui imunidade a doenças. Este é o motivo pelo qual ele precisa tanto 
do colostro, que contem proteínas denominadas imunoglobulinas (anticorpos), absorvidas 
diretamente através do intestino. Os anticorpos absorvidos darão proteção ao recém-nascido 
contra infecções. A qualidade de colostro varia de uma fêmea para outra. Vacas com vacinação 
completa e vacas adultas, em geral, produzem colostro de melhor qualidade do que as novilhas, 
devido ao maior período de exposição a diversos agentes patogênicos de organismos causadores 
de doenças. O ideal é que 2 litros de colostro sejam fornecidos nos primeiros quinze minutos pós 
parto, ou no máximo uma a duas horas após o nascimento. A qualidade do colostro diminui 
acentuadamente após a primeira ordenha. Alimente o recém-nascido utilizando uma mamadeira 
limpa para induzir a sucção e o fechamento da "goteira esofagiana" fazendo assim com que o leite 
vá direto para o abomaso ao invés do rúmen. Caso o bezerro não sugue, utilize um aumentador 
esofagiano para forçar a ingestão do colostro. Oito a doze horas mais tarde, forneça mais 2 litros 
do colostro, o segundo fornecimento auxiliará a empurrar a primeira mamada do colostro do 
estomago para o intestino delgado, permitindo dessa maneira além de um aumento na absorção 
de anticorpos a lavagem do intestino evitando a aderência da bactéria Escherichia coli. Nas 
primeiras 20 horas de vida do bezerro ele deve receber de 12 a 15% do seu peso vivo em colostro. 
Animais recém-nascidos devem receber 2 litros de colostro 2 vezes ao dia, durante três dias, e 
leite durante a primeira semana de vida. Após ter recebido colostro adota-se o fornecimento de 
um dos seguintes alimentos líquidos: leite por completo ou substitutivos do leite. A maioria das 
recomendações é de 8% do peso corporal do bezerro/dia, fornecido parceladamente. O que irá 
apenas manter o bezerro, 10 - 12% são o suficiente para manutenção e crescimento. Os 
substitutos do leite também estão sendo utilizados em larga escala. Devem ser constituídos a 
base de leite ou de subprodutos do leite, conter 22% de proteína, 10-12% de gordura e menos de 
0,25% de proteína crua. 
A recomendação técnica canadense é de 0,25 Kg de substitutivo do leite para 1 Kg de água, 
fornecida 2 vezes ao dia até o desmame. A ração inicial de bezerros deve conter 18 a 20% de PB e 
70 a 71% NDT, um agente antiácido, ser palatável e livre de impurezas. Ofereça ao bezerro entre 4 
e 6 dias de idade iniciando em pequenas quantidades, retirando sempre as sobras ao fazer a 
reposição para que a ração não estrague. O bezerro poderá ser desmamado quando estiver 
ingerindo de 500 a 700g de ração por dia, regularmente por uma semana. Água limpa e fresca 
deve estar à disposição. Uma vez que o feno é digerido no rúmen, este precisa estar funcionando 
antes de fornecer a forragem efetivamente. Inicie com feno quando o bezerro estiver com pelo 
menos três semanas de idade e ingerindo algum tipo de grão. Deve-se estimular o consumo para 
acelerar o desenvolvimento do rúmen. Os utensílios devem ser lavados e desinfetados para 
impedir proliferação de germes. 
 
Instalações 
Basicamente deve ser limpa, seca e bem arejada, mas sem correnteza. Os bezerros devem ser 
alojados em abrigos individuais, separados das vacas, pois os animais adultos são fontes de 
vários agentes infecciosos. As baias devem ser limpas, desinfetadas e forradas com uma cama de 
palhada. Recomenda-se que permaneça vazia por uma semana entre um bezerro e outro. As 
gaiolas individuais são estruturas únicas, de plástico ou madeira, abertas na frente. Assim como 
qualquer outra instalação deve ter boa drenagem, uma cama seca e face voltada para o sul. No 
período entre um bezerro e o próximo a ocupar a mesma gaiola, estas devem ser limpas, 
desinfetadas e removidas para outro espaço. A cada 6 meses todas as gaiolas devem ser 
removidas para uma área completamente nova, e o espaço que estava sendo ocupado pelas 
mesmas deve ser limpo (carpido) de modo que o solo fique exposto ao poder desinfetante do sol. 
 
 
MANEJO DE NOVILHAS 
 
O sistema de criação de bezerras deve ter como objetivo colocar a novilha no ponto de reprodução 
o que deve acontecer quando elas apresentam pesos mínimos de 300 kg nas raças grandes e 250 
Kg nas pequenas. Essa proposição é feita porque se admite que os animais devam apresentar por 
ocasião do parto, pesos superiores a 500 kg nas raças de maior porte, e 400 kg nas consideradas 
pequenas. Com isso, as novilhas de primeira cria mostrarão menos propensão a partos distócicos 
e terão condições de enfrentar a lactação sem desgaste físico acentuado, características dos 
animais que apresentam crescimento reduzido. Sob o ponto de vista técnico, o peso, e não a idade 
deve ser o fator a ser observado na reprodução de novilhas leiteiras. Quando se analisam sistemas 
de criação de bezerras deve atentar para o fato de que, na época da puberdade, quando ocorre o 
primeiro cio (200 a 240 kg nas raças grandes e 150 a 200 kg nas pequenas) o ganho de peso não 
deve ultrapassar 750 g/dia, pois trabalhos têm demonstrado que ganhos mais acelerados nessa 
fase são capazes de prejudicar o desempenho futuro das novilhas. Essas pesquisastêm revelado 
redução na produção de leite de cerca de 20%, sendo o efeito permanente. Assim sendo é 
aconselhável a programação de ganho mensal máximo de 22 kg/na/mês, como garantia na fase 
anterior à entrada na reprodução. As vantagens do crescimento acelerado de novilhas podem ser 
facilmente demonstradas quando a produção na primeira lactação for suficientemente elevada 
para pagar qualquer investimento adicional a ser feito com alimentação. Quando existe utilização 
de touros provados, pode-se esperar cerca que 2/3 das novilhas produzidas serão de boa 
qualidade, e assim, os sistemas mais intensificados podem ser adotados. O crescimento das 
bezerras depende basicamente da nutrição e deve-se considerar que nas raças leiteiras os animais 
são precoces, ou seja, amadurecem sexualmente cedo, e são capazes de apresentar crescimento 
rápido em curto período de tempo. Quando tem que responder por uma parcela considerável das 
exigências diárias das novilhas, o volumoso pode se tornar um fator limitante ao processo de 
crescimento se sua composição não for favorável. Não se obtém crescimento rápido das novilhas 
através do uso de forragens de alta qualidade. O volumoso deve apresentar de 60-75% de NDT, 
10-13% de PB, de 0,3-0,65% Ca e de 0,22-0,32% P para ser utilizado sozinhos na criação de 
bezerras. Quando se faz a introdução de concentrados, torna-se fácil atender as exigências dos 
animais porque a composição teórica do volumoso passa a ser mais fácil de ser atendida na 
prática. Deve-se dar ênfase ao fato de que volumosos de qualidade muito baixa são consumidos 
em quantidades reduzidas e que é de grande importância garantir o consumo de matéria seca 
especificado. O fornecimento de concentrado deve ser encarado como importante sob o ponto de 
vista de fornecimento de energia e proteína e, sobretudo de minerais. Sabe-se que os bovinos não 
sabem como, quando ou porque devem consumir misturas minerais, pois, trabalhos de pesquisas 
têm demonstrado que a ingestão no cocho não segue um padrão regular. 
Assim sendo, não se pode depender desse tipo de fornecimento para o atendimento de exigências 
mais elevadas principalmente quando mantidas em pastagens estabelecidas em terrenos de baixa 
fertilidade. A utilização de forragens cultivadas em terrenos de alta fertilidade pode contribuir 
decisivamente para a obtenção de ritmos de crescimento mais acelerado. Trabalhos de pesquisas 
em nosso meio tem mostrado a possibilidade de se obter com forragens tropicais teores na 
matéria seca de 0,25-0,40% de P e de 0,30 a 0,60% Ca. Por outro lado, havendo controle do 
crescimento das plantas bem adubadas é viável a obtenção do volumoso contendo de 10 - 13% PB 
e de 58-65% NDT na matéria seca. O uso de fertilizantes e a adoção de manejo adequado podem 
contribuir para promover uma redução considerável no uso de alimentos concentrados. 
 
 
MANEJO DE VACAS SECAS 
 
Com a busca de um aumento na produção leiteira, tem-se motivado a procura de animais 
provados e com um alto potencial de produção. No entanto outros fatores altamente decisivos 
acompanham o mérito genético do rebanho, tais como nutrição e manejo. Uma das melhores 
maneiras é a adoção correta das técnicas alimentares especificas para cada fase do processo 
produtivo, dentre estas, as vacas secas, que por não estarem em lactação não aumentam 
diretamente o lucro líquido da propriedade e são às vezes, esquecidas pelos produtores. O 
programa das vacas secas inicia o próximo ciclo da lactação, exercendo uma grande influência na 
ocorrência de desordens metabólicas (cetose, deslocamento de abomaso, síndrome da vaca gorda 
e febre do leite), na mudança da condição corporal, no fornecimento de nutrientes necessários ao 
rápido crescimento do feto e na otimização da reprodução na próxima lactação. O período seco 
deve durar 60 dias a fim de permitir uma boa regeneração das células epiteliais desgastadas, um 
bom acúmulo de colostro e assegurar um bom desenvolvimento do feto, bem como completar as 
reservas corporais, caso estas ainda não tenham ocorrido. Desta forma, as vacas, no período seco, 
devem ser agrupadas em dois grupos distintos. O primeiro grupo abrange todos os animais que 
iniciam o período de repouso, que vai da primeira a quinta ou sexta semana, enquanto que o 
segundo grupo abrange os animais nas duas ou três últimas semanas que antecedem o parto. 
Uma das maiores razões que explica a necessidade à vantagem de se ter dois grupos diferentes 
para as vacas sêcas, é a de que se deve levar em conta a diminuição do consumo entre os dois 
grupos. Deste modo, no início do período seco os animais podem ser alimentados com uma 
pastagem de boa qualidade, feno, silagem e ou a combinação destes. No entanto, no final do 
período seco onde ocorre um grande aumento no crescimento fetal, existe uma elevação da 
pressão interna nos órgãos digestivos, diminuindo desta forma o espaço ocupado pelos alimentos. 
Este fato, associado com a grande variação hormonal no período pré-parto, ou seja, um aumento 
nas concentrações sanguíneas de estrógeno e corticóides e uma queda nas concentrações de 
progesterona, reduzem o consumo de matéria seca em até 30%, predispondo o animal a um 
balanço energético negativo. Com isso, aumentam o catabolismo de gordura elevando as 
concentrações de ácidos graxos não esterificados na circulação, onde serão posteriormente 
acumulados no fígado podendo causar problemas metabólicos e diminuindo a posterior produção 
leiteira. Uma das medidas básicas a ser tomadas é a elevação da densidade energética da dieta 
final do período seco (aproximadamente 21 dias antes do parto), aumentando conseqüentemente 
a relação concentrado/volumoso, compensando desta forma a redução do consumo de alimentos. 
O aumento do consumo de concentrado, além de adaptar os microorganismos do rúmen a uma 
dieta rica em aminoácidos, favorece o desenvolvimento das papilas ruminais (pequenas projeções 
em forma de dedo na parede ruminal). O crescimento das papilas aumenta a superfície de contato 
do rúmen possibilitando uma maior absorção dos ácidos graxos voláteis, promove pequena 
variação no pH do rúmen e diminui o risco de acidose no início da lactação, onde grandes 
quantidades de grãos são introduzidas na dieta. Todavia, são necessárias de quatro a cinco 
semanas para que o alongamento das papilas se complete. Recentes pesquisas têm mostrado que 
o aumento no fornecimento de proteína na dieta pode ter um efeito benéfico, principalmente 
porque mantém as reservas protéicas do animal, diminuindo suscetibilidades às desordens 
metabólicas. Porém, não devemos esquecer de atender as exigências em proteínas não 
degradáveis no rúmen (3% de farinha de sangue), vitaminas, minerais e outros aditivos são 
bastante úteis na alimentação das vacas secas. A Niacina pode prevenir cetose e manter o 
consumo de matéria seca, a recomendação atual é de 6 a 12g de Niacina/dia, iniciando vinte e 
um dias da data provável do parto até o trigésimo dia de lactação, principalmente para vacas de 
alta produção (> 32 Kg leite/dia) e vacas de primeira cria produzindo acima de 25 Kg/dia, bem 
como as vacas obesas. Assim como a niacina, o propilenoglicol pode ser fornecido em até 500 g/d, 
pois o mesmo é convertido em glicose no fígado, diminuindo a cetose e a formação do fígado 
gordo. 
Devemos ainda considerar que a imunidade das vacas é menor no período pré-parto e no início da 
lactação, onde o aparelho reprodutivo se encontra aberto e as taxas de infecção e mastite são 
altas, com isso o fornecimento de vitamina E, Zinco, Cobre e Selênio pode ser benéfico evitando 
problemas como mastite e retenção de placenta. No inicio da lactação, principalmente em vacas 
de alta produção, existe um elevado fluxo de cálcio para a glândula mamária, reduzindo o teor de 
cálcio sangüíneo e como conseqüência predispõe a vaca a hipocalcemia que afeta até 75% das 
vacas de alta produção. Níveis reduzidos de cálcio no sangue podem levar à retenção de placenta, 
involução uterina, evolução intensivaineficiente, diminuição na contração do músculo liso e um 
aumento na incidência de deslocamento do abomaso. Desta forma, a utilização de sais aniônicos 
(sulfato de cálcio) pode evitar a hipocalcemia, aumentando a mobilização de cálcio nos ossos. No 
entanto, devemos ter cuidado, pois os sais aniônicos são impalatáveis podendo reduzir o consumo 
de alimento, desta forma a utilização de palatabilizantes podem ser necessárias. 
Um outro ponto importante que deve ser levado em consideração é a condição corporal das vacas 
próximas ao parto. Para avaliação é adotado o método da condição corporal de 1 (muito magra) e 
5 (muito gorda) sendo que para o parto o ideal é que a vaca apresente de 3,4 a 3,75. Inúmeras 
pesquisas têm mostrado que as vacas super condicionadas consomem menos alimento no pré-
parto e no pósparto, apresentando uma alta incidência de problemas metabólicos, existindo alta 
correlação entre condição corporal no pré-parto e consumo de matéria seca no primeiro e vigésimo 
primeiro dia pós-pano. Desse modo, a obesidade pode ser tão prejudicial quanto à falta de 
condição corporal no momento do parto. 
 
Secagem 
Objetivos: proporcionar descanso à vaca a fim de prepará-la para a próxima lactação. Consiste em 
interromper sua lactação. As razões da secagem se baseiam nos seguintes fatos: vacas que parem, 
ainda dando leite, produzem bezerros fracos e não apresentam boas condições corporais no 
momento do parto; boas condições corporais e sanitárias facilitam o parto e favorecem a produção 
de leite na próxima lactação; proporciona tempo suficiente para regeneração dos tecidos 
secretores do leite (aproximadamente 60 dias); a secagem proporciona maior produção de 
colostro, essencial para sobrevivência da cria recém-nascida e maior resistência à mamite; facilita 
o aparecimento do cio pós-parto em virtude das melhores condições corporais da vaca; quando a 
vaca apresenta uma produção tão baixa que se torna antieconômica mantê-la em lactação. Nessa 
situação além da mão-de-obra gasta em seu manejo, há uma sobrecarga desnecessária na área de 
pasto das vacas em lactação, justamente daquelas que consomem mais alimentos. 
Período = 60 dias antes do parto, se o motivo for à proximidade do parto. Quando não compensar 
economicamente, nos casos de baixa produção. 
Procedimento 
Consiste em alterar de uma só vez os principais fatores que influem na produção de leite, isto é, a 
alimentação e os estímulos psíquico-hormonais (presença do bezerro, das companheiras de 
rebanho e/ou presença à saia de ordenha, cheiro de ração e/ou silagem). Deve-se proceder da 
seguinte maneira: 
O primeiro cuidado é verificar no inicio da secagem se a vaca está com mamite. O diagnostico será 
feito com o uso de caneca telada, ou de fiando preto. Se o teste for negativo, a vaca estará apta ao 
processo de secagem; se for positivo, não se deve secar a vaca, mas tratar a mamite; 
Feito as recomendações acima, deve-se esgotar bem o úbere da vaca. Em seguida colocar em 
cada, um antibiótico de longa duração (próprio para vacas secas); 
Transferir o animal do local onde está acostumada a rotina da ordenha para um piquete ou pasto 
afastado do curral ou do estábulo. Este pasto deve ser pobre de capim, de modo a não permitir 
que a vaca se alimente bem. Não fornecer concentrado. Embora dispondo de pouco alimento, a 
vaca deve beber água à vontade; 
Não ordenhar mais, mesmo se o úbere encher de leite, este fato não ocasionará nenhum mal ao 
animal, pois o organismo da vaca absorverá o leite. Entretanto, deve-se observar diariamente, 
para ver se o úbere está avermelhado ou dolorido, coisa muito rara de acontecer. Na hipótese de o 
úbere estar inflamado, deverá ser feita nova ordenha e repetida aplicação de antibiótico; 
Decorridas duas semanas a vaca não mais produzirá leite e a secagem estará completa, quando 
então poderá ter uma alimentação normal - volumosa e concentrada - condizente com o período 
pré-parto. 
 
Vacas leiteiras 
A produção de leite por vaca continua aumentando 2 a 3% anualmente. O melhoramento genético 
responde por 33 a 40% deste crescimento, ao passo que a nutrição e o manejo perfazem os 60 a 
67% restantes. 
Os primeiros 60 dias após a parição são críticos para a saúde da vaca e para o sucesso econômico 
da lactação como um todo. Vacas recém-paridas enfrentam vários desafios que devem ser 
considerados e controlados, quais sejam: o pico da lactação geralmente ocorre 50 a 60 dias após o 
parto, determinando a curva da lactação; para cada 1 kg de aumento de pico de produção, a 
lactação verifica um aumento de 0,200 a 0,225 kg de leite; o déficit máximo de energia ocorre nas 
primeiras três semanas de lactação; cerca de um terço a metade das vacas de alta produção 
apresentam cetose, podendo levar a síndrome do fígado gordo se não for controlada; acidose 
ruminal é a desordem metabólica predominante em vacas pós-parto; vacas com reprodução em 
bom funcionamento apresentarão o primeiro ciclo estral em 15 a 25 dias pós-parto; o "status" 
energético nas primeiras três semanas após o parto afeta os folículos que se desenvolverão 60 
dias depois. 
 
Consumo de matéria seca (MS) 
Um programa de vacas secas adequado, dividido em duas fases distintas, permitirá as vacas 
secas que tenham uma transição bem sucedida do período seco para a lactação. O consumo de 
MS é reduzido em 18% no início da lactação. Desse modo, a concentração de nutrientes deve ser 
corrigida para este potencial de consumo menor. Alguns fatores que podem melhorar o consumo 
de matéria seca devem ser implementados: o uso de rações completas irá maximizar o consumo 
de MS no início da lactação; a forragem deve ter valor superior a 1,32 Mcal de energia líquida/kg 
de MS; a digestão ruminal deve ser maximizada através do balanceamento de proteínas 
degradáveis e carboidratos não estruturais, permitindo produções microbianas de ácidos graxos 
voláteis maiores, taxas ótimas de passagem do alimento e máxima produção de proteína 
microbiana; o pH e o ambiente ruminal devem ser favoráveis para o desempenho e crescimento 
microbiano; o manejo de alimentação deve proporcionar alimento á vontade, fresco e palatável, 
além de encorajar os animais a retomar freqüentemente para se alimentar especialmente durante 
condições de "stress" térmico (calor ou frio excessivo). 
 
Considerações sobre a perda de peso 
As vacas entram em balanço energético negativo após o parto uma vez que os requerimentos 
nutricionais para a produção de leite excedem o consumo de energia. A perda de peso deve ser 
limitada a um máximo de 1 kg/dia, resultando em um total de 1 a 1,5 escores na condição 
corporal (60 a 90 kg), devendo o balanço energético positivo retornar 60 dias após o parto ou até 
antes. Fatores que auxiliam na manipulação da perda de peso são listados a seguir: as vacas não 
devem estar excessivamente pesadas (condição corporal - CC- acima de 4) o que reduz o apetite e 
o consumo de MS. Vacas magras (escore inferior a 3,0 em CC) não apresentam reservas 
energéticas suficientes. Um kg de gordura corporal mobilizada pode gerar o equivalente a 7Kg de 
leite em energia. vacas mobilizando peso corporal precisam de proteína adicional para equiparar a 
energia obtida pela perda de peso. Essa proteína deve ser proveniente de fontes não degradáveis 
no rúmen e com um perfil de aminoácidos bem balanceados. 
 
Dinâmica ruminal 
As papilas ruminais gradualmente se alongam a medida que dietas com maior quantidade de 
carboidratos fermentáveis são fornecidas. Os riscos de acidose ruminal são maiores se as 
mudanças na dieta forem muito bruscas, especialmente na vaca de primeira cria. Novamente, 
rações completas podem minimizar riscos Outras práticas tais como manter as porcentagens de 
fibra em detergente ácido (FDA) em níveis mais altos pelo fornecimento de 2-3 kg de feno e reduzir 
o teor de carboidratos não estruturais (CNE) diminuem o acúmulo de ácidos no rúmen. Se o pH 
do rúmen estiver abaixo de 6, pode haver redução no crescimento microbiano, diminuição da 
digestão

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