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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS I

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Atividade Motora Aplicada a 
Populações Especiais
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Autores: Profa. Andréa Somolanji Vanzelli
 Prof. Erácliton Viana de Souza 
Colaboradores: Profa. Vanessa Santhiago
 Prof. Marcel da Rocha Chehuen
Atividade Motora Aplicada a 
Populações Especiais
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Professores conteudistas: Andréa Somolanji Vanzelli / Erácliton Viana de Souza
 
Andréa Somolanji Vanzelli 
Formou‑se em Educação Física pela Universidade 
Cidade de São Paulo (Unicid). Fez especialização em 
Treinamento Físico Personalizado pela UniFMU, mestrado 
em Educação Física pela Escola de Educação Física da 
Universidade de São Paulo (USP) e doutorado em Ciências 
pela Faculdade de Medicina da mesma instituição (USP). 
Durante seu mestrado e doutorado, focou os 
estudos nos efeitos do treinamento físico em parâmetros 
moleculares associados ao funcionamento do coração 
de camundongos com insuficiência cardíaca. Além disso, 
colaborou em diversos estudos de obesidade e câncer. 
Atua em cursos de pós‑graduação nas disciplinas de 
populações especiais. Leciona as disciplinas de Fisiologia 
do Exercício, Atividade Motora Aplicada a Populações 
Especiais, Nutrição Aplicada ao Esporte e áreas afins na 
UNIP, onde está desde 2013. Também orienta alunos 
de iniciação científica com pesquisas nessas áreas. Foi 
convidada, portanto, por sua experiência na área, a 
escrever o conteúdo referente à disciplina de Atividade 
Motora Aplicada a Populações Especiais. 
Erácliton Viana de Souza 
Possui título de graduação em Educação Física pelas 
Faculdades Integradas de Guarulhos (FIG); especialização 
em Fisiologia do Exercício e Treinamento Resistido na 
Saúde, na Doença e no Envelhecimento pela Cecaf/FMUSP; 
especialização (aprimoramento) em Reabilitação 
Cardíaca pelo Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia; 
especialização em Reabilitação de Lesões e Doenças 
Musculoesqueléticas pela Estácio; e mestrado em Saúde 
Coletiva, com ênfase em epidemiologia, pela Unifesp. 
Tem qualificação em Educador em Diabetes (IDF/SBD/ADJ), 
Tratamento Multiprofissional da Obesidade (Fefisa), Asma 
Brônquica e Exercício (FMUSP) e curso avançado em 
Prescrição de Exercícios para Diabéticos (Anad). 
É membro voluntário da Equipe de Educadores em 
Diabetes do Acampamento NR/ADJ/Unifesp desde 2007. É 
docente na UNIP nas disciplinas Atividade Motora Aplicada 
a Populações Especiais, Ergonomia e Ginástica Laboral 
e Primeiros Socorros desde 2012; coordena o curso de 
especialização em Prevenção, Reabilitação e Exercícios nas 
Lesões Traumáticas e nas Doenças Musculoesqueléticas e 
cursos de curta duração em Biomecânica e Reabilitação 
de Lesões de Joelho e Introdução à Massagem. 
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
V285a Vanzelli, Andréa Somolanji.
Atividade Motora Aplicada a Populações Especiais / Andréa 
Somolanji Vanzelli, Erácliton Viana de Souza. – São Paulo: Editora 
Sol, 2019.
196 p., il. 
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ano XXIII, n. 2‑103/19, ISSN 1517‑9230. 
1. Diabetes. 2. Hipertensão. 3. Idosos e gestantes. I. Souza, 
Erácliton Viana de. II. Título.
CDU 615.8
W502.64 – 19
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Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento, Administração e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades Universitárias
Prof. Dr. Yugo Okida
Vice-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Marília Ancona‑Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Unip Interativa – EaD
Profa. Elisabete Brihy 
Prof. Marcelo Souza
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático – EaD
 Comissão editorial: 
 Dra. Angélica L. Carlini (UNIP)
 Dra. Divane Alves da Silva (UNIP)
 Dr. Ivan Dias da Motta (CESUMAR)
 Dra. Kátia Mosorov Alonso (UFMT)
 Dra. Valéria de Carvalho (UNIP)
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista – EaD
 Profa. Betisa Malaman – Comissão de Qualificação e Avaliação de Cursos
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Bruna Baldez
 Ricardo Duarte
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Sumário
Atividade Motora Aplicada a Populações Especiais
APRESENTAÇÃO .....................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ..........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 OBESIDADE E ATIVIDADE MOTORA ......................................................................................................... 11
1.1 Epidemiologia ....................................................................................................................................... 11
1.2 Diagnóstico ............................................................................................................................................ 14
1.2.1 Índice de massa corporal (IMC) e medidas antropométricas .............................................. 15
1.3 Etiologia e fisiopatologia ................................................................................................................. 20
1.3.1 Estilo de vida ........................................................................................................................................... 22
1.4 Tratamento ............................................................................................................................................ 22
1.4.1 Exercícios físicos ..................................................................................................................................... 23
2 DIABETES E ATIVIDADE MOTORA ............................................................................................................. 27
2.1 Diabetes tipo 1 ..................................................................................................................................... 27
2.1.1 Epidemiologia ......................................................................................................................................... 27
2.1.2 Etiologia .................................................................................................................................................... 28
2.1.3 Diagnóstico .............................................................................................................................................. 30
2.1.4 Tratamento ............................................................................................................................................... 31
2.1.5 Monitoramento ...................................................................................................................................... 37
2.1.6 Prescrição de exercícios físicos ........................................................................................................ 40
2.2 Diabetes tipo 2 e atividade motora .............................................................................................43
2.2.1 Diagnóstico DM2 ................................................................................................................................... 44
2.2.2 Etiologia .................................................................................................................................................... 46
2.2.3 Tratamento ............................................................................................................................................... 46
2.3 Diabetes mellitus gestacional ........................................................................................................ 53
2.3.1 Epidemiologia ......................................................................................................................................... 53
2.3.2 Etiologia .................................................................................................................................................... 53
2.3.3 Diagnóstico .............................................................................................................................................. 53
2.3.4 Tratamento ............................................................................................................................................... 53
3 HIPERTENSÃO E ATIVIDADE MOTORA .................................................................................................... 55
3.1 Conceitos e definição ........................................................................................................................ 55
3.2 Fisiopatologia da hipertensão arterial ........................................................................................ 56
3.3 Diagnóstico e classificação ............................................................................................................. 58
3.4 Efeitos do exercício físico no controle da pressão arterial ................................................ 61
3.4.1 Efeitos agudos do exercício físico na pressão arterial ............................................................ 63
3.4.2 Efeitos crônicos do exercício físico na pressão arterial ......................................................... 65
3.4.3 Prescrição do exercício físico para o hipertenso ...................................................................... 67
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4 DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA, ANGINA E INFARTO ............................................................. 68
4.1 Conceitos e definição ........................................................................................................................ 68
4.2 Etiologia .................................................................................................................................................. 69
4.3 Efeitos do exercício físico ................................................................................................................ 73
4.3.1 Regulação do fluxo no exercício físico ......................................................................................... 73
4.3.2 Melhora da perfusão do miocárdio ................................................................................................ 74
4.4 Prática de exercício físico e riscos ................................................................................................ 75
4.5 Prescrição de exercício físico .......................................................................................................... 76
4.5.1 O teste ergométrico .............................................................................................................................. 76
4.5.2 Determinação da intensidade do exercício físico .................................................................... 79
4.5.3 Uso de medicamentos que alteram a frequência cardíaca .................................................. 81
Unidade II
5 DOENÇAS VALVULARES E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA .................................................................... 90
5.1 Valvopatias ............................................................................................................................................. 90
5.1.1 Estenose mitral ....................................................................................................................................... 91
5.1.2 Insuficiência mitral ............................................................................................................................... 92
5.1.3 Estenose aórtica ..................................................................................................................................... 92
5.1.4 Insuficiência aórtica ............................................................................................................................. 93
5.1.5 Exercício físico para indivíduos valvopatas ................................................................................ 94
5.2 Insuficiência cardíaca ........................................................................................................................ 96
5.2.1 Definição e conceitos ........................................................................................................................... 96
5.2.2 Atividade física (benefícios, adaptações e prescrição) ........................................................... 99
5.2.3 Prescrição de exercício para indivíduos com insuficiência cardíaca ..............................101
6 DOENÇA PULMONAR OBSTRUTIVA CRÔNICA E ATIVIDADE MOTORA ....................................104
6.1 Epidemiologia/etiologia ..................................................................................................................104
6.2 Diagnóstico ..........................................................................................................................................105
6.2.1 Quadro clínico .......................................................................................................................................106
6.3 Fisiopatologia ......................................................................................................................................107
6.4 Exercícios físicos ................................................................................................................................108
Unidade III
7 ATIVIDADE MOTORA PARA IDOSOS E GESTANTES ..........................................................................115
7.1 Idosos .....................................................................................................................................................115
7.1.1 Envelhecimento e síndrome da fragilidade do idoso ............................................................. 115
7.1.2 Epidemiologia .......................................................................................................................................116
7.1.3 Fisiologia e anatomia do envelhecimento ................................................................................117
7.1.4 Principais alterações decorrentes do envelhecimento e efetividade das práticas de 
exercícios físicos como ferramenta de prevenção, manutenção e tratamento .................... 118
7.1.5 Recomendações para prescrição de exercícios físicos para idosos ................................ 124
7.1.6 Contraindicações ................................................................................................................................ 126
7.2 Gestantes ..............................................................................................................................................127
7.2.1 Modificações relacionadas à gravidez .......................................................................................127
7.2.2 Atividade física/exercício físico para gestantes ..................................................................... 135
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8 HIV POSITIVO/AIDS, CÂNCER E ATIVIDADE MOTORA .....................................................................142
8.1 HIV positivo/aids ................................................................................................................................142
8.1.1 Definição e características gerais ................................................................................................. 142
8.1.2 Infecção pelo vírus HIV .................................................................................................................... 143
8.1.3 Classificação e estágios .................................................................................................................... 144
8.1.4 Tratamento ............................................................................................................................................ 145
8.1.5 Efeitos do exercício físico ................................................................................................................ 147
8.1.6 Programa de exercícios físicos ...................................................................................................... 147
8.2 Câncer ....................................................................................................................................................151
8.2.1 Características gerais e definição ..................................................................................................151
8.2.2 Efeitos do exercício físico ................................................................................................................ 155
8.2.3 Prescrição do exercício físico ......................................................................................................... 157
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APRESENTAÇÃO 
Esta disciplina visa discutir as condições fisiológicas e/ou funcionais diferenciadas de cada população 
especial abordada. Além disso, objetiva relacionar essas condições com os princípios do treinamento 
físico, propiciando as ferramentas essenciais para a prescrição do exercício físico de maneira eficiente 
e segura. Discute a etiologia, a epidemiologia, a fisiopatologia e os conceitos das doenças, tais como 
a obesidade, a diabetes, a hipertensão e as cardiopatias mais comuns, como arritmia, doença arterial 
coronariana, infarto do miocárdio e insuficiência cardíaca. 
Também discute os mecanismos fisiológicos do envelhecimento e do período gestacional, abordando 
elementos científicos para a prescrição do exercício físico para idosos e gestantes. 
Adicionalmente, aborda as pneumopatias, o câncer e a aids (assim como a população que vive com 
o vírus HIV), e as recomendações para a prática de exercício físico nesses contextos. 
Apresentaremos, portanto, alguns conceitos básicos relacionados às doenças ou condições especiais, 
bem como sua aplicação à área de Educação Física e Esporte, discutindo, com isso, a prescrição do exercício 
físico e os cuidados em um programa de exercícios físicos para as populações especiais. Essa área tem 
ganhado cada vez mais espaço e é fundamental para o profissional de Educação Física na atualidade. 
INTRODUÇÃO 
A importância da prática de exercícios físicos para a manutenção da saúde tem sido frequentemente 
abordada em inúmeros estudos científicos. Na maior parte da população, a atividade física pode ser 
feita sem grandes preocupações, mas, em algumas situações especiais, o exercício físico requer precisão 
e efetividade em sua prescrição. Dessa maneira, os benefícios da prática superam os riscos associados 
ao esforço físico. 
O conhecimento da fisiopatologia e das características da população ou da condição especial 
estudada é parte fundamental do processo para a prescrição do exercício físico. Alguns conceitos de 
fisiologia, metodologia do treinamento físico e outras disciplinas irão colaborar para o entendimento 
das doenças ou condições especiais. 
Nesta disciplina, vamos observar o funcionamento de alguns sistemas corporais para, assim, fazer a 
associação com a população especial estudada. A maioria dos temas contará, portanto, com o estudo 
da condição ou doença, o entendimento dos benefícios da prática de exercício e seus possíveis riscos e 
a prescrição do treinamento para esses indivíduos. 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Unidade I
1 OBESIDADE E ATIVIDADE MOTORA 
1.1 Epidemiologia 
Há décadas, a obesidade é considerada um problema de saúde em diversos países em desenvolvimento, 
como o Chile e o Brasil, e em países desenvolvidos, como os Estados Unidos e o Japão (BRAY et al., 2016). 
Em março de 2017, o Brasil assumiu o compromisso de deter o crescimento da obesidade na 
população adulta até 2019. Tal pronunciamento ocorreu no evento internacional Década de Ação 
das Nações Unidas para a Nutrição (2016‑2025), realizado na sede da Organização Pan‑Americana da 
Saúde/Organização Mundial de Saúde (OPAS, 2017) em Brasília. 
Entre 1980 e 2013, a proporção de adultos obesos no mundo subiu de 28,8% para 36,9% 
entre os homens e de 29,8% para 38% entre as mulheres (MARIE et al., 2014). Em concordância 
com o aumento da obesidade no mundo, as Diretrizes Brasileiras de Obesidade (ABESO, 2016) 
apresentam os fatores conhecidos que contribuem para a epidemia global de obesidade, como 
o aumento da urbanização, a dependência de carros e trabalhos sedentários, o estilo de vida 
sedentário e o excesso de alimentos calóricos. Um grande responsável pelo aumento das calorias 
nas últimas décadas são os alimentos ultraprocessados, que são muito saborosos, baratos e 
amplamente divulgados em propagandas. Tudo isso facilita o seu consumo exagerado. 
No Brasil, o Ministério da Saúde apresenta dados da obesidade através do estudo Vigilância de Fatores 
de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). Esse estudo indica que a 
obesidade teve uma expansão tão preocupante quanto em outros países. Observou‑se um aumento de 
60%, passando de 11,8% da população, em 2006, para 18,9%, em 2016 (BRASIL, 2017, 2018b). 
A preocupação das autoridades e das instituições de classes se refere às complicações em decorrência 
do ganho de peso. A obesidade está diretamente relacionada ao desenvolvimento de doenças crônicas 
metabólicas, como diabetes, hipertensão, doenças cardíacas, entre outras. As doenças crônicas não 
transmissíveis (DCNT) são as principais causas de mortalidade na maioria dos países, incluindo o Brasil. 
Nos dados de um estudo da Secretaria de Saúde sobre causas das mortes mal definidas, foi observado 
que 72,6% do total de óbitos registrados no País foram por DCNT, e, entre esses, 79,4% foram devido às 
quatro principais DCNT: doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas e diabetes 
mellitus. O gráfico a seguir demonstra com mais clareza esses dados (BRASIL, 2017, 2018b). 
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Unidade I
40,9
20,6
7,0
8,2
23,3
Neoplasias
Diabetes mellitus
Doenças cardiovasculares
Doenças respiratórias
Outras doenças crônicas
Figura 1 – Distribuição dos óbitos corrigidos porgrupo de causas 
dentro do total de óbitos por DCNT no Brasil, em 2013 
A tabela a seguir mostra os resultados do estudo do governo que acontece anualmente sobre obesidade 
no Brasil do ano de 2016. Ao compararmos com o primeiro estudo da série, de 2006, representado na 
tabela 2, podemos observar que o percentual de adultos obesos com IMC ≥ 30 kg/m2, em João Pessoa, 
aumentou mais de 56%; em São Paulo, mais de 64%; e no Rio de Janeiro, mais de 67% em dez anos de 
acompanhamento. É esse o cenário com o qual as autoridades se preocupam. 
Tabela 1 – Percentual de adultos (≥ 18 anos) com obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2) 
por sexo, segundo as capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal 
Capitais
Total
Sexo
Masculino Feminino
% IC 95% % IC 95% % IC 95%
Aracaju 20,2 17,8 ‑ 22,6 20,5 16,4 ‑ 24,5 20 17,2 ‑ 22,8
Belém 19,3 16,9 ‑ 21,7 21,6 17,4 ‑ 25,7 17,4 14,8 ‑ 20,1
Belo Horizonte 16,6 14,7 ‑ 18,5 14,9 12,0 ‑ 17,8 18 15,5 ‑ 20,5
Boa Vista 18,7 15,5 ‑ 21,8 22,1 16,7 ‑ 27,6 15,4 12,3 ‑ 18,5
Campo Grande 19,9 17,4 ‑ 22,4 20,8 16,8 ‑ 24,8 19,1 16,1 ‑ 22,2
Cuiabá 21,9 19,6 ‑ 24,2 23 19,3 ‑ 26,8 20,9 18,0 ‑ 23,7
Curitiba 18,9 16,3 ‑ 21,5 21,6 17,3 ‑ 25,9 16,5 13,4 ‑ 19,6
Florianópolis 14,5 12,2 ‑ 16,8 14,1 10,4 ‑ 17,9 14,7 12,0 ‑ 17,5
Fortaleza 20 17,6 ‑ 22,4 20,3 16,6 ‑ 24,0 19,8 16,6 ‑ 23,0
Goiânia 16,3 14,1 ‑ 18,5 18,4 14,7 ‑ 22,0 14,5 11,9 ‑ 17,1
João Pessoa 21,7 18,8 ‑ 24,6 23,8 18,9 ‑ 28,6 20 16,4 ‑ 23,6
Macapá 17,7 15,3 ‑ 20,1 19,4 15,4 ‑ 23,4 16,1 13,4 ‑ 18,8
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Maceió 21,1 18,4 ‑ 23,7 19,3 15,2 ‑ 23,3 22,5 19,1 ‑ 26,0
Manaus 20,3 17,7 ‑ 22,8 19,6 15,8 ‑ 23,3 20,9 17,5 ‑ 24,3
Natal 19,8 17,4 ‑ 22,2 19,4 15,7 ‑ 23,2 20,1 16,9 ‑ 23,3
Palmas 14,7 12,7 ‑ 16,8 14,6 11,6 ‑ 17,5 14,8 12,0 ‑ 17,7
Porto Alegre 19,9 17,6 ‑ 22,2 19,4 15,7 ‑ 23,1 20,3 17,3 ‑ 23,2
Porto Velho 21,3 18,1 ‑ 24,4 21,6 16,6 ‑ 26,6 20,9 17,3 ‑ 24,6
Recife 20 17,7 ‑ 22,2 19,7 16,2 ‑ 23,2 20,2 17,4 ‑ 23,1
Rio Branco 23,8 21,3 ‑ 26,2 24,8 21,0 ‑ 28,6 22,8 19,7 ‑ 25,9
Rio de Janeiro 20,9 18,4 ‑ 23,5 20,6 16,7 ‑ 24,6 21,2 17,9 ‑ 24,5
Salvador 19,9 17,5 ‑ 22,2 17,6 14,0 ‑ 21,2 21,7 18,7 ‑ 24,8
São Luís 15,6 13,2 ‑ 18,1 12,5 9,7 ‑ 15,3 18,2 14,5 ‑ 21,9
São Paulo 18,1 16,2 ‑ 20,0 15,2 12,3 ‑ 18,0 20,6 18,0 ‑ 23,2
Teresina 17,2 14,8 ‑ 19,7 17,4 13,5 ‑ 21,2 17,1 13,9 ‑ 20,3
Vitória 15,2 13,2 ‑ 17,2 12,6 9,5 ‑ 15,6 17,5 14,8 ‑ 20,1
Distrito Federal 16,7 13,6 ‑ 19,7 16,6 11,8 ‑ 21,4 16,7 12,9 ‑ 20,5
Percentual ponderado para ajustar a distribuição sociodemográfica da amostra Vigitel 
à distribuição da população adulta de cada cidade projetada para o ano de 2016. 
IC 95%: intervalo de confiança de 95%. 
Adaptada de: Brasil (2017, p. 51). 
Tabela 2 – Percentual de adultos (≥ 18 anos) com obesidade (IMC ≥ 30 kg/m2) 
por sexo, segundo as capitais dos estados brasileiros e o Distrito Federal 
Capitais
Total
Sexo
Masculino Feminino
% IC95% % IC95% % IC95%
Aracaju 13,6 12,0‑15,2 15,4 12,7‑18,1 11,9 10,0‑13,8
Belém 13,1 11,5‑14,6 17,1 14,4‑19,8 8,9 7,2‑10,6
Belo Horizonte 8,7 7,5‑10,0 9,6 7,5‑11,5 7,9 6,3‑9,5
Boa Vista 12,6 11,1‑14,1 13,8 11,4‑16,3 11,1 9,2‑13,0
Campo Grande 11,6 10,2‑13,1 11,6 9,3‑13,9 11,7 9,8‑13,6
Cuiabá 13,6 12,0‑15,2 14,5 12,0‑16,9 12,7 10,7‑14,7
Curitiba 12,3 10,9‑13,8 12,4 10,0‑14,7 12,3 10,4‑14,2
Florianópolis 9,9 8,6‑11,3 9,1 7,1‑11,1 10,7 8,9‑12,6
Fortaleza 11,9 10,4‑13,4 14,5 12,0‑17,1 9,3 7,6‑11,1
Goiânia 9,2 7,9‑10,6 9 7,0‑11,1 9,5 7,7‑11,2
João Pessoa 13,9 12,3‑15,5 15,7 13,1‑18,3 12,2 10,2‑14,2
Macapá 13,2 11,7‑14,8 15,4 13,0‑18,0 10,6 8,7‑12,5
Maceió 13,3 11,7‑14,9 12,6 10,2‑14,9 14 11,9‑16,1
Manaus 13,5 11,9‑15,1 13,2 10,9‑15,5 13,9 11,7‑16,1
Natal 13,1 11,6‑14,7 15,1 12,5‑17,6 11,2 9,3‑13,1
Palmas 8,8 7,6‑10,1 10 8,0‑12,0 7,5 5,9‑9,1
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Unidade I
Porto Alegre 12,6 11,1‑14,1 11,3 8,9‑13,6 13,8 11,8‑15,7
Porto Velho 12,8 11,3‑14,3 12,9 10,6‑15,1 12,7 10,7‑14,8
Recife 11,9 10,4‑13,3 10,9 8,7‑13,2 12,7 10,8‑14,7
Rio Branco 11,4 9,9‑10,9 11,6 9,4‑13,9 11,1 9,1‑13,0
Rio de Janeiro 12,5 11,0‑14,0 11,9 9,5‑14,2 13,1 11,1‑15,1
Salvador 9,7 8,3‑11,0 9,7 7,6‑11,8 9,6 7,8‑11,5
São Luís 8,7 7,4‑10,1 8,2 6,2‑10,2 9,3 7,5‑11,1
São Paulo 11 9,6‑12,4 9,7 7,6‑11,8 12,1 10,2‑14,1
Teresina 10,5 9,1‑11,9 11,3 9,0‑13,6 9,6 7,8‑11,5
Vitória 10,4 9,0‑11,8 11,1 8,9‑13,4 9,8 8,0‑11,6
Distrito Federal 10 8,7‑11,4 10,5 8,3‑12,6 9,6 7,9‑11,3
Percentual ponderado para ajustar a distribuição sociodemográfica da 
amostra Vigitel à distribuição da população adulta da cidade no Censo 
Demográfico de 2000. 
IC 95%: intervalo de confiança de 95%. 
Adaptada de: Brasil (2007, p. 39). 
1.2 Diagnóstico 
As Diretrizes Brasileiras de Obesidade (ABESO, 2016) esclarecem a importância de profissionais 
da área da saúde, quando em consulta com seus pacientes, identificarem o peso na avaliação 
inicial, pois, ao constatar a presença de sobrepeso e obesidade, o paciente deve ser encaminhado 
ao especialista e/ou à equipe multiprofissional para seguir em avaliação mais específica, a fim de 
determinar e planejar o tratamento adequado, ou mesmo, antes disso, para que se previna um 
quadro de obesidade. 
Alerta‑se que não há uma avaliação perfeita para determinar sobrepeso ou obesidade, uma vez que 
esta pode variar de acordo com fatores étnicos e genéticos. A medida de massa corporal mais utilizada 
é o peso de forma isolada e a opção de seu ajuste com a altura. 
Também é sugerido combinar outras medidas para melhor identificar a distribuição de gordura, 
isso porque, além de identificar a obesidade na pessoa, também é importante identificar como essa 
obesidade é distribuída. 
Na prática clínica, a combinação é uma excelente forma de definir avaliações mais profundas e 
opções de tratamento. Essas combinações podem ser consideradas métodos duplamente indiretos, 
como as medidas de dobras cutâneas, os perímetros corporais e a bioimpedância. 
A tabela a seguir apresenta uma distribuição de peso e estatura: 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Tabela 3 – Tabela com índice de massa corporal (IMC) distribuído por altura e peso 
Peso (kg)
Altura (m) 60 65,0 70 75,0 80 85,0 90 95,0 100 105,0 110 115,0 120 125,0 130
1,5 27 29 31 33 36 38 40 42 44 47 49 51 53 56 58
1,55 25 27 29 31 33 35 37 40 42 44 46 48 50 52 54
1,6 23 25 27 29 31 33 35 37 39 41 43 45 47 49 51
1,65 22 24 26 28 29 31 33 35 37 39 40 42 44 46 48
1,7 21 22 24 26 28 29 31 33 35 36 38 40 42 43 45
1,75 20 21 23 24 26 28 29 31 33 34 36 38 39 41 42
1,8 19 20 22 23 25 26 28 29 31 32 34 35 37 39 40
1,85 18 19 20 22 23 25 26 28 29 31 32 34 35 37 38
1,9 17 18 19 21 22 24 25 26 28 29 30 32 33 35 36
Peso não recomendado: IMC abaixo de 20
Peso normal: IMC entre 20 e 24
Sobrepeso: IMC entre 25 e 29
Obesidade I: IMC entre 30 e 35
Obesidade II: IMC entre 35 e 40
Obesidade mórbida: IMC acima de 40
Se uma pessoa tem 1,80 m de altura, seu peso ideal será de 75 kg. Ao converter os dados, conforme 
a figura anterior mostra no cruzamento dos valores, será possível ver o valor de seu IMC (23). 
1.2.1 Índice de massa corporal (IMC) e medidas antropométricas 
O IMC é calculado através da divisão do peso em kg pela altura em metros elevada ao quadrado (kg/m²).É o cálculo primário mais utilizado para a avaliação da adiposidade corporal, apresenta facilidade de 
aplicação e praticamente não possui custos. Apesar de ser considerado um bom indicador, ele não 
reflete a total relação com a gordura corporal (BRAY et al., 2016; SBC, 2005; IDF, 2006). 
A composição corporal pode apresentar diferença em função de etnia, sexo e idade, entre pessoas 
sedentárias e pessoas bem treinadas, como os atletas, assim como em idosos, em decorrência da perda 
de estatura em razão de desvios posturais com cifose (ABESO, 2016). 
Para países da Ásia, os pontos de corte adotados são: menos que 18,5 kg/m2 para baixo peso; 18,5‑22,9 
para peso normal com risco aceitável, embora crescente; 23‑27,5 para maior risco (correspondente 
a sobrepeso); e > 27,5 para alto risco (ABESO, 2016). Na conferência de diabetes na Ásia em 2004 
(MCCURRY, 2007), foi esclarecido que a doença se propaga mais em imigrantes oriundos dos países 
asiáticos justamente pela influência de novos padrões alimentares (IDF, 2004), assim como a influência 
do estresse, que é um fator de risco muito importante. 
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Unidade I
Na vida intrauterina, o estresse provocado por sub e supernutrição do feto aumenta a liberação 
de mediadores que produzem um estado de insensibilidade à insulina e à oxidação de gorduras, 
além de promover alterações vasculares (TANIGUCHI et al., 2004; SOUZA et al., 2011). Na prática 
clínica, esses fatores são bem aplicados principalmente quando se atende a pessoas que são 
migrantes de primeira geração (aqueles que nasceram em países asiáticos e vivem no Brasil) (IDF, 
2004; SOUZA et al., 2011). 
Tabela 4 – Classificação de IMC para asiáticos 
IMC Classificação
< 18,5 Baixo peso
18,5 ‑ 22,9 Saudável
23 ‑ 27,5 Sobrepeso
> 27,6 Alto risco
Adaptada de: Abeso (2016).
O IMC não distingue massa gordurosa de massa magra e pode apresentar menor precisão em 
indivíduos mais idosos, devido à já conhecida perda de massa magra com o avanço da idade, à diminuição 
do peso e ao risco de sarcopenia (diminuição de massa, força e desempenho muscular e de capacidade 
física). O Ministério da Saúde entende que, no idoso (definido, no Brasil, como pessoas com 60 anos ou 
mais), o IMC normal varia de > 22 a < 27 kg/m² (ABESO, 2016). 
O IMC também superestima indivíduos com maior massa magra, como os praticantes de musculação. 
Tabela 5 – Classificação de IMC para idoso 
IMC Classificação
< 22 Baixo peso
22 ‑ 27 Saudável
> 27 Sobrepeso / obesidade
Adaptada de: Abeso (2016). 
Sabe‑se que indivíduos que apresentam IMC igual podem ter diferentes graus de massa gordurosa 
visceral. Portanto, como já falado, medir a distribuição de gordura é muito importante, a exemplo da 
gordura visceral. 
A WHO (1998) apresenta como referência as medidas do perímetro de cintura sobre o maior 
perímetro abdominal ou do ponto médio entre o último arco costal e a crista ilíaca, segundo a SBC 
(2005) e a IDF (2006), localizada na região intra‑abdominal. Essa região é reconhecida como o principal 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
fator responsável pelas desordens metabólicas, elevando o risco para doenças como diabetes tipo 2, 
hipertensão e cardiovasculares, independentemente da gordura corporal total. Uma combinação 
sugerida pode ser conferida nas tabelas seguintes. 
As medidas de perímetros do abdômen são indicadores de obesidade visceral (gordura localizada 
entre as vísceras). É importante esclarecer que, conforme o ponto de corte – 102 para homens e 88 para 
mulheres – sugerido pela I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica da 
SBC (2005), assim como a referência do ACSM (2006), esse valor é adotado como fator de risco isolado, 
ou seja, sem nenhum outro fator de risco associado. 
Na tabela a seguir, pode‑se observar que esse ponto de corte está acrescentando um intervalo para 
cada sexo. Esse fato está associado à medida de perímetro junto ao diagnóstico de obesidade por IMC. 
Tabela 6 – Ponto de corte para perímetro de abdômen (maior perímetro) 
associado ao IMC sugerido para risco cardiovascular 
Circunferência abdominal e risco de complicações 
metabólicas associadas com obesidade em caucasiano
Risco de complicações 
metabólicas Homem Mulher
Aumentado > 94 cm > 80 cm
Aumentado substancialmente > 102 cm > 88 cm
Adaptada de: SBC (2005, p. 8). 
Na tabela a seguir, é possível observar a combinação sugerida pelo Colégio Americano de Medicina 
do Esporte (ACSM), que tem como fonte a OMS e a Federação Internacional de Diabetes, dos indicativos 
de risco cardiovascular, que associa IMC e perímetro de abdômen. 
Tabela 7 – Combinação de pontos de corte para perímetro 
de abdômen (maior perímetro) associado ao IMC 
Combinação das medidas de circunferência abdominal e IMC para 
avaliar obesidade e risco para diabetes e doença cardiovascular
Risco de complicações 
metabólicas IMC (kg/m
2) 
Homem: 94-102 > 102 
Mulher: 80-88 > 88
Baixo peso < 18,5 ‑‑‑ ‑‑‑
Peso saudável 18,5 – 24,9 ‑‑‑ Aumentado
Sobrepeso 25 – 29,9 Aumentado Alto
Obesidade I 30 – 34,9 Alto Muito alto
Obesidade II 35 ‑ 39,9 Muito alto Muito alto
Obesidade III ≥ 40 Extremamente alto Extremamente alto
Adaptada de: ACSM (2006, p. 396). 
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Unidade I
A síndrome metabólica é reconhecida como uma entidade complexa, que associa fatores de risco 
cardiovasculares bem estabelecidos, como hipertensão arterial, hipercolesterolemia, diabetes, entre 
outros, com a deposição central de gordura e a resistência à insulina (SBC, 2005). 
Tabela 8 – Componentes da síndrome metabólica 
Componentes da síndrome metabólica segundo o NECP-ATP III
Componentes Níveis
Obesidade abdominal por meio de 
circunferência abdominal:
— Homens > 102 cm
— Mulheres > 88 cm
Triglicerídeos ≥ 150 mg/dL
HDL Colesterol:
— Homens < 40 mg/dL
— Mulheres < 50 mg/dL
Pressão arterial ≥ 130 mmHg ou ≥ 85 mmHg
Glicemia de jejum ≥ 110 mg/dL
A presença de diabetes mellitus não exclui o diagnóstico de SM. 
Adaptada de: SBC (2005, p. 8). 
Uma medida que entrou em desuso há mais de 20 anos, inclusive com boas relações encontradas 
no Brasil, foi a relação cintura‑quadril (RCQ). O protocolo foi muito questionado a partir de 1990, sua 
real validade como uma medida relativa, após perda de peso em virtude da diminuição da medida do 
quadril (ABESO, 2016). 
A medida que melhor representa o conteúdo de gordura visceral é a circunferência abdominal 
(denominada, pela área de exatas, como medida de perímetro). Existem várias sugestões 
padronizadas e validadas para realizar tal medida de circunferência abdominal. A Organização 
Mundial de Saúde sugere a medida do maior perímetro abdominal entre a última costela e a 
crista ilíaca (WHO,1998). 
A I Diretriz Brasileira de Diagnóstico e Tratamento da Síndrome Metabólica recomenda medir a 
circunferência abdominal no ponto médio da distância entre a crista ilíaca e o rebordo costal inferior, 
por ser considerado o índice antropométrico mais representativo da gordura intra‑abdominal e o mais 
simples de aferir e reproduzir (SBC, 2005). 
Quanto às referências de medida de circunferência de abdômen recomendadas pelas 
principais diretrizes – como a WHO (1998), a SBC (2005) e o NECP (2001) –, é preciso esclarecer 
que o ponto de medida difere quando discutido, na Academia, na disciplinaque aborda medidas 
antropométricas, em que esse ponto se refere à medida de perímetro de cintura em vez de à de 
perímetro de abdômen. 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
O perímetro de abdômen é aferido no ponto de maior volume anterior do abdômen, que, muitas 
vezes, coincide de ser sobre a cicatriz umbilical. 
Na prática clínica, os pontos de medidas seguem as diretrizes, e recomenda‑se que seja utilizada 
sempre a mesma referência nas reavaliações (WHO, 1998; IDF, 2006). 
Pontos de cortes 
A medida de corte sugerida pelas diretrizes da WHO (1998), da IDF (2006) e do NECP (2001) para 
circunferência de abdômen é de 102 cm para homens e 88 cm para mulheres. Em consideração a diversos 
estudos que entendem que esse corte não representa várias etnias, as diretrizes de síndrome metabólica 
(SBC, 2005) sugerem uma adequação entre os valores de referência para caucasianos e recomendam, para 
mulheres, a circunferência abdominal entre 80‑88 cm e, para homens, entre 94‑102 cm, uma vez que, no 
Brasil, há grupos de etnias distintas. 
Outra medida muito utilizada por profissionais como os professores de Educação Física e os 
nutricionistas é a porcentagem de gordura. Para essas medidas, é comum o uso do adipômetro, 
em que se considera a medida da gordura subcutânea, e da bioimpedância, que mede, através da 
resistência da corrente elétrica, a porcentagem de gordura corporal total. 
Já os médicos se utilizam do método Dexa, realizado em máquinas que analisam a densidade 
óssea e que, por sua vez, também oferecem a porcentagem de gordura total. Todos esses métodos 
são reconhecidos e aceitos na área clínica e acadêmica. 
Na tabela a seguir, são expressos os valores de cortes distribuídos por sexo e idade, sugeridos 
pelo Colégio Americano de Medicina do Esporte (ACSM, 2003) e replicados por diversas outras 
instituições. 
Tabela 9 – Padrão de porcentagem de gordura 
para homens e mulheres ativos 
Idade (anos) Não recomendado Baixo Médio Superior
Homens
20‑40 < 5 5 10 15
41‑65 < 7 7 11 18
66 ou mais < 9 9 12 18
Mulheres
20‑40 < 16 16 23 28
41‑65 < 20 20 27 33
66 ou mais < 20 20 27 33
Fonte: ACSM (2003, p. 400). 
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Unidade I
 Observação 
O IMC é importante no diagnóstico da obesidade como medida 
populacional. No entanto, para aplicação clínica, o mais importante é saber 
como se apresenta a distribuição da gordura. 
1.3 Etiologia e fisiopatologia 
A etiologia da obesidade é multifatorial; é o resultado da interação de genes, ambiente, estilo de vida 
e fatores emocionais (ABESO, 2016; SBC, 2005). 
O ambiente moderno, com muitas facilidades tecnológicas e conforto, é um potente estímulo para 
a obesidade. A diminuição da prática de atividade física e o aumento da ingestão calórica são fatores 
determinantes desse ambiente. 
Consideram‑se três componentes primários no sistema neuroendócrino que estão relacionados 
à obesidade: 
•	 o sistema aferente, que envolve a leptina e outros sinais de saciedade e de apetite de curto prazo; 
•	 a unidade de processamento do sistema nervoso central; 
•	 o sistema eferente, um complexo de apetite, saciedade, efetores autonômicos e termogênicos, 
que leva ao estoque energético. 
O balanço energético pode ser alterado pelo aumento do consumo calórico, pela diminuição do 
gasto energético ou por ambos. O consumo calórico pode ser avaliado por meio do hábito alimentar, 
utilizando‑se diários alimentares ou listas de checagem de alimentos. 
O gasto energético total diário pode ser didaticamente dividido em taxa metabólica basal (que 
representa de 60% a 70%), efeito térmico dos alimentos (que representa entre 5% e 10%) e gasto de 
energia com atividade física. A atividade física é o mais importante componente variável, representando 
de 20% a 30% do gasto energético total em adultos (ABESO, 2016). 
A obesidade é definida como uma doença que está relacionada com o acúmulo de gordura ou 
tecido adiposo acima das referências citadas, conforme sexo e idade (ABESO, 2016; IDF, 2006). O tecido 
adiposo, nos últimos trinta anos, vem sendo exaustivamente estudado. Ele é encontrado em diversos 
compartimentos do corpo; os dois lugares mais relevantes são as camadas subcutâneas e a intravisceral 
(JOMORI; PROENÇA; CALVO, 2008). 
O tecido adiposo é distribuído em dois tipos. Um tipo é conhecido como células marrons, que são 
encontradas somente em seres humanos recém‑nascidos, na região da cintura escapular e da cintura 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
pélvica, e também em torno da laringe e da traqueia. As células marrons têm como função aquecer o 
sangue por meio da liberação da energia térmica que passa pelos numerosos capilares existentes nestes 
tecidos. O segundo tipo são as células brancas ou amarelas, ricas em lípides. Além das diversas funções 
que têm como órgão secretor de hormônios, também são responsáveis por produzir energia para a 
atividade física. O tecido adiposo é considerado um órgão endócrino por suas atividades na secreção 
de hormônios denominados adiponectina, sendo também um órgão dinâmico e central da regulação 
metabólica (FONSECA‑ALANIZ, 2007). 
A obesidade é considerada uma doença inflamatória crônica. Foi observado que muitas citocinas e 
proteínas da fase aguda da inflamação estão presentes em pacientes obesos. Esse processo inflamatório 
está associado à resistência à insulina, mais especificamente em sua função na oxidação das gorduras e 
dos carboidratos (FARINATTI, 2003). 
O tecido adiposo branco é responsável por secretar e sintetizar fatores que liberam marcadores 
inflamatórios. Assim, o aumento dos marcadores inflamatórios circulantes estimula o aumento da massa 
adiposa, e, dessa forma, ocorre o aumento da resistência à insulina. Esse fato está diretamente associado 
à massa adiposa localizada na região abdominal, entre as vísceras, denominada gordura visceral (LYRA; 
CAVALCANTI; SANTOS, 2014). 
 Lembrete 
O tecido adiposo é considerado um órgão endócrino. 
As citocinas são hormônios proteicos tipicamente conhecidos como mediadores e reguladores de 
respostas imunes e inflamatórias. Algumas das citocinas relacionadas a processos inflamatórios são: 
interleucina‑6 (IL‑6), fator de necrose tumoral (TNF‑a), leptina e adiponectina. A leptina atua como 
sinalização entre o tecido adiposo e o sistema nervoso central, regulando a ingestão alimentar, o gasto 
energético e, consequentemente, a massa corporal (LYRA; CAVALCANTI; SANTOS, 2014). 
O TNF‑a apresenta grande diversidade de atividades biológicas, como as respostas imunológicas 
e as reações inflamatórias. É uma citocina pró‑inflamatória, que pode inibir a proliferação de 
células tumorais e promover apoptose celular. O TNF‑a é considerado um dos responsáveis pela 
resistência à insulina. 
A adiponectina é encontrada em menor quantidade em pessoas obesas, e sua ação aumenta a 
captação de glicose pelo fígado e pelas células musculares. No tecido muscular, a adiponectina aumenta 
a captação de ácidos graxos, acelera a oxidação de lipídeos e, assim, inibe o acúmulo de gordura no 
sangue, evitando o processo de aterosclerose. 
É muito importante atentar‑se à situação de resistência à insulina. Essa expressão é utilizada para 
definir uma circunstância na qual a insulina que circula não exerce sua função adequadamente, que é 
captar a glicose para dentro dos diversostecidos. A insulina é fundamental, principalmente, no processo 
de oxidação dos carboidratos. 
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Unidade I
Quando o indivíduo é resistente à insulina, seu pâncreas produz o hormônio por estímulo gerado 
pela glicose circulante, mas a captação da glicose para dentro da célula não ocorre devidamente e 
se acumula, passando a ser conhecida como hiperglicemia. Logo, a insulina produzida em grande 
quantidade é conhecida como hiperinsulinemia. 
O acúmulo de insulina resulta no aumento de ácidos graxos e LDL, além da diminuição do HDL, 
o que gera a retenção de sódio, que estimula a elevação da atividade nervosa simpática, diminuindo 
a atividade anti‑inflamatória, a qual auxilia no aumento da pressão arterial. Esses acontecimentos 
descritos são apenas uma parte da cascata de eventos que ocorre em nível metabólico responsável por 
diversas doenças crônicas (LYRA; CAVALCANTI; SANTOS, 2014). 
 Lembrete 
A obesidade é um processo inflamatório que está diretamente 
relacionado à resistência à insulina. 
1.3.1 Estilo de vida 
A maior taxa de aumento da obesidade ocorre em populações com maior grau de pobreza e menor 
nível educacional. Pode‑se explicar essa associação pela maior palatabilidade e pelo baixo custo de 
alimentos de grande densidade energética, além de pela insegurança alimentar (ABESO, 2016; PRADO 
et al., 2009). O consumo de alimentos com alta densidade calórica e alta palatabilidade e de fácil 
absorção e digestão tem crescido entre a população de forma expressiva, e esse fato contribui com o 
aumento da ingestão alimentar e do desequilíbrio energético. 
A Abeso cita que o estilo de vida moderno favorece o ganho de peso. Fatores como a necessidade 
de realizar refeições em curto espaço de tempo atrapalham os mecanismos de saciação (ABESO, 2016). 
Várias fases da vida podem influenciar o ganho de peso, como a fase intrauterina, o peso de nascimento, 
a amamentação, a fase de rebote do peso no período de aumento do peso, que ocorre entre os 5 e 7 anos 
de idade, e a fase puberal. Existem indícios de que, a cada parto sucessivo, há aumento de cerca de um 
quilo no peso que normalmente se ganha com o incremento da idade. O ganho de peso excessivo durante 
a gestação e a falta de perda de peso após o parto são importantes preditores de obesidade em longo 
prazo. Um maior ganho de peso após a menopausa está relacionado à idade e ao estilo de vida. 
Em um estudo citado nas Diretrizes Brasileiras de Obesidade (ABESO, 2016), os autores observaram 
que indivíduos aumentaram entre cinco e seis quilos após abandonarem o tabagismo, e, nesses casos, o 
aumento no peso pode ser evitado por meio da terapia com bupropiona. 
1.4 Tratamento 
A prescrição de exercício é a parte mais importante do tratamento, que também envolve utilização de 
fármacos, reeducação alimentar e terapias cognitivas comportamentais. Em casos extremos, utilizam‑se 
cirurgias em suas diversas modalidades. 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
1.4.1 Exercícios físicos 
Considerando que o aumento de peso está associado ao aumento da ingestão calórica, a prática do 
exercício físico está diretamente relacionada ao gasto calórico e ao refinamento do sistema metabólico. 
Por esse motivo, aceita‑se a utilização do exercício físico como tratamento da obesidade. 
Com relação à prática de atividade física, não há indícios de qual seria a prescrição mais adequada. 
Tanto para adultos quanto para crianças e adolescentes, há um extensivo debate na literatura de qual 
seria a duração, intensidade e frequência ideal para o exercício (ABESO, 2016). 
A base da prescrição de exercícios está relacionada ao equilíbrio e à manutenção de um consumo 
energético maior em relação à ingesta. Uma sugestão desse controle são os parâmetros para cálculo do 
dispêndio de energia. Nesse caso, pode ser sugerido o controle da unidade metabólica (MET) (YUDKIN 
et al., 1999). 
Uma atividade leve requer um gasto menor que 3 METs; para uma atividade moderada, o gasto varia 
entre 3 e 6 METs; e, para atividades intensas, o gasto é acima de 6 METs. O MET representa o consumo 
de O2 em repouso. Quando se exprime o gasto de energia em MET, este indica o número de vezes pelo 
qual o metabolismo de repouso foi multiplicado durante uma atividade. 
Exemplo de aplicação 
Uma atividade de 2 METs requer o dobro do dispêndio energético exigido em repouso. 
Sendo assim, para um indivíduo de 70 kg, 1 MET corresponde a: VO2 de 3,5 ml x kg
‑1 x min‑1. 
Quilocaloria (kcal) representa a quantidade de energia gasta em uma atividade. O cálculo de dispêndio 
de energia é expresso em: kcal x kg‑1 x h‑1. 
Se um indivíduo pedala a 4 METs, por exemplo, o gasto calórico é de 4 kcal x kg‑1 x h‑1. 
Veja um exemplo completo: um indivíduo de 60 kg pedala a 4 METs por 40 min. 
4 METs x 60 kg x (40 / 60 min) = (0,666) 
4 x 60 x 0,66666 = 160 kcal ou 4 kcal x min‑1 
Se fosse uma pessoa de 90 kg, o resultado seria: 80 kg = 213 kcal ou 5,3 kcal x min‑1. 
Assim como é possível medir o gasto energético com os exercícios, também se pode utilizar uma 
fórmula simples para ter uma noção do gasto energético basal de uma pessoa, na qual se multiplica seu 
peso (massa corporal) por 24 horas de um dia. 
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Unidade I
Exemplo de aplicação 
Veja o exemplo do gasto calórico basal de uma pessoa de 60 kg: 
60 kg 
60 x 24h = 1.440 
Partindo dessas medidas, calcula‑se o gasto calórico com os exercícios e as atividades físicas, 
além do gasto calórico basal. Isso facilita a compreensão de como está o equilíbrio entre gasto e 
ingestão calórica. 
Veja o exemplo de uma pessoa de 80 kg que iniciou uma dieta para perda de peso de 1.500 kcal e 
tem como gasto calórico calculado uma pedalada de 40 minutos como deslocamento de ida e volta do 
trabalho, somando 213 kcal. 
Pense na pessoa com 80 kg de massa corporal que iniciou uma dieta de 1.500 kcal: 
•	 Subtraia o gasto energético basal = 80 x 24 = 1.920 kcal. 
• Subtraia o gasto com pedalada de 40 min = 213 kcal. 
O resultado será: dieta de 1.500 kcal menos o gasto calórico total (2.133 kcal) 
= 1500 ‑ 2133 = ‑ 633 kcal. 
Essa pessoa apresenta um balanço entre consumo e gasto energético negativo, ou seja, ela gasta 
mais calorias em relação ao que consome. 
Um excelente trabalho produzido por Farinatti (2003) foi o Compêndio de Atividades Físicas. 
A publicação facilita a vida dos prescritores de exercícios físicos, e, nela, é possível encontrar uma 
enorme relação previamente calculada em METs, o dispêndio de energia de várias atividades físicas. 
 Observação 
O que antecede a prescrição é a avaliação da pessoa como um todo. 
Ao considerar as possibilidades de avaliação por parte do profissional de 
educação física, é fundamental a identificação e avaliação de complicações 
ortopédicas. 
Um exemplo de disfunção ortopédica comum encontrada em obesos sedentários é a síndrome da 
amnésia glútea. Essa síndrome se refere à inibição da ativação dos músculos glúteos em consequência 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
da sua inatividade, que gera a diminuição do tônus muscular. A fraqueza do glúteo dificulta a ação 
automática de rotação externa do joelho, podendo gerar dor lombare dor na articulação do joelho. Essa 
dor pode ser o início de problemas como as lesões patelares ou a artrose, no sentido caudal, assim como 
pode desencadear uma escoliose no sentido cefálico (NORDIN; FRANKEL, 2014). 
É necessária, portanto, uma avaliação física global para identificar as necessidades da pessoa, uma 
vez que, antes de realizar atividades aeróbias contínuas, talvez ela precise de ajustes no equilíbrio 
muscular (MATOS, 2014). 
Quanto à intensidade e ao volume de treino 
É importante lembrar que sedentários apresentam menor tolerância ao exercício, o que aumenta o 
risco de lesões musculoesqueléticas, e menor tolerância ao esforço de alta intensidade, que também é 
um motivo da não adesão aos programas. 
De maneira geral, encontra‑se, na literatura, a sugestão da prática regular de exercícios com 
três dias da semana de treinamento aeróbio e dois dias de treinamento de força, com o acréscimo, 
nessas sessões, de exercícios de alongamento. Outra possibilidade é realizar sessões próximas de 
trinta minutos de treinamento aeróbio e acrescentar o treinamento de força de duas a três sessões 
semanais, além do alongamento. 
Em um estudo conduzido por Talanian et al. (2007) com oito mulheres com idade média de 22,1 
(dp 0,2) anos, em um protocolo de duas semanas, os autores observaram que o treinamento físico 
aeróbio de alta intensidade aumenta a capacidade de oxidação de gordura em mulheres. Foram sessões 
de 4 minutos a 90% do VO2 pico, com descanso de 2 minutos, e duas semanas com sete sessões de 
cicloergômetro, sendo 60 minutos a 60% VO2 pico. 
Pré‑treinamento
Pós‑treinamento
* * *
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5
10
15
20
30 45 65
Tempo (min)
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Figura 2 – Representação gráfica da oxidação de gordura em estudo de duas semanas 
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Unidade I
Os diversos benefícios crônicos do exercício aeróbio estão associados às adaptações 
funcionais no transporte e na utilização do oxigênio. Entre eles, estão: o aumento do tamanho das 
mitocôndrias; a utilização dos ácidos graxos como fonte energética, o que, consequentemente, 
diminui a produção de LDL e proporciona melhor equilíbrio na diminuição do processo inflamatório 
da fisiopatologia; a melhora da capacidade de gerar ATP; o aumento da atividade enzimática 
por unidade de proteína; o aumento da capacidade de oxidação de carboidratos e gorduras; o 
aumento da capacidade oxidativa das mitocôndrias; e o aumento do armazenamento de glicogênio 
(MCARDLE; KATCH; KATCH, 2001). 
É importante ressaltar que, mesmo quando as concentrações plasmáticas de LDL‑c não se alteram 
em quantidade com o exercício físico, pode‑se observar uma predominância de partículas com maior 
diâmetro e peso molecular, que caracterizam a LDL‑c menos aterogênica, sendo esse um benefício do 
exercício físico. Uma pessoa sedentária, por exemplo, pode ter o colesterol alto ao ir à primeira consulta 
médica. Por orientação, ela inicia caminhadas regulares, e, ao retornar à consulta após três meses, os 
valores de colesterol continuaram os mesmos, mas a capacidade de transporte do LDL diminuiu, e a do 
HDL aumentou. 
Na revisão sistemática realizada por Strong (2005), com estudos que envolviam indivíduos entre 
6 e 18 anos de idade, verificou‑se que o exercício físico, na forma aguda e na adaptação crônica, 
pode contribuir, principalmente, para o aumento do HDL e a redução do triacilglicerol. Uma excelente 
estratégia de prevenção de doenças crônicas metabólicas é o incremento de atividades físicas de 
intensidade moderada e vigorosa para jovens. As recomendações para adultos seguem normatizadas 
nas diretrizes de órgãos governamentais no mundo. 
Os exercícios resistidos também apresentam vários benefícios para o tratamento da obesidade. 
Pode‑se citar o aumento do gasto energético tanto durante quanto após o exercício físico; a 
hipertrofia, que se refere ao aumento da secção transversa do músculo; o aumento da massa muscular; 
a adaptação nervosa (padrão de recrutamento de fibras); a melhora da postura; a diminuição de 
risco de problemas articulares e dores; a prevenção de lesões; e a melhoria no desempenho das 
atividades diárias e esportivas em geral. São benefícios importantíssimos para o bom desempenho 
de indivíduos obesos em programas de emagrecimento, descritos pelo Physical Activity Guidelines 
Advisory Committee Report (2008). 
Em um estudo conduzido por Ormsbee et al. (2007), com o objetivo de investigar o efeito do 
exercício resistido na oxidação de gordura em oito jovens com idade média de 24 (dp 0,7) anos, 
foram realizadas três sessões e mais um dia de controle sem exercícios, e as medidas foram feitas 
antes e após os exercícios em um intervalo de cinco horas. Os autores observaram que a oxidação 
de gordura após exercícios foi estatisticamente significante se comparada ao dia de controle. 
Para a saúde dos adolescentes, as Diretrizes para Atividade Física para Americanos (2018) recomendam 
que pratiquem de forma agradável atividades aeróbias, exercícios de fortalecimento, jogos esportivos e 
exercícios de flexibilidade (ORMSBEE et al., 2007). 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Dia de controle
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(g
/h
r)
11
10
9
8
7
6
5
4
3
Antes do exercício
Depois do exercício
Dia de exercício
Figura 3 – Demonstração gráfica da oxidação de gordura antes e após exercícios 
 Lembrete 
Exercícios intensos para sedentários podem causar lesões, dores 
excessivas e desconforto, e esse fato conduz a uma não adesão ao programa 
de exercícios. 
2 DIABETES E ATIVIDADE MOTORA 
2.1 Diabetes tipo 1 
A diabetes faz parte do grupo de doenças metabólicas e tem como característica a hiperglicemia 
decorrente da produção diminuída de insulina pelo pâncreas, ou a ineficácia da ação da insulina nos 
tecidos‑alvo, ou, ainda, a falência do pâncreas na produção de insulina pelas células beta. Isso ocasiona 
modificações no metabolismo de proteínas, gorduras e, principalmente, carboidratos. 
A hiperglicemia crônica no indivíduo com diabetes está associada, em longo prazo, com danos, 
disfunção e falência de vários órgãos, especialmente olhos, rins, nervos, coração e vasos sanguíneos 
(SBD, 2017a; ADA, 2003). 
2.1.1 Epidemiologia 
A diabetes é um importante e crescente problema de saúde pública no mundo, tanto em países 
desenvolvidos quanto em desenvolvimento. 
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Unidade I
A Federação Internacional de Diabetes (2015) estimou que 8,8% da população mundial (415 milhões 
de pessoas) entre 20 e 79 anos de idade viviam com diabetes. A perspectiva para 2040 é de haver mais 
de 642 milhões de pessoas com diabetes. Os países em desenvolvimento têm a carga de 75% e deverão 
refletir o maior aumento dos casos nas próximas décadas. O Brasil é o quarto país com o maior número de 
adultos com diabetes: são 14,3 milhões de pessoas, e, para 2040, essa estimativa sobe para 23,3 milhões. 
Pode‑se conferir, na figura a seguir, a carga global do número estimado de pessoas com diabetes no mundo. 
América do Norte e Caribe
2015 44,3 milhões
2040 60,5 milhões
Sudeste Asiático
2015 78,3 milhões
2040 140,2 milhões
Pacífico Ocidental
2015 153,2 milhões
2040 214,8 milhões
Mundo
2015 415 milhões
2040 642 milhões
Europa
2015 59,8 milhões
2040 71,1 milhões
África2015 14,2 milhões
2040 34,2 milhões
América Central e do Sul
2015 29,6 milhões
2040 48,8 milhões
Oriente Médio e 
Norte da África
2015 35,4 milhões
2040 72,1 milhões
Figura 4 – Número estimado de pessoas com diabetes no mundo em 2015 e 2040 (entre 20 e 79 anos) 
2.1.2 Etiologia 
A diabetes apresenta subdivisões conhecidas como tipos, que estão de acordo com as 
características etiológicas, o quadro clínico e o histórico do paciente e da família. Os principais 
são: diabetes tipo 1 (DM1), tipo 2 (DM2) e gestacional (DMG). Também há a diabetes Lada, à qual, 
na última década, passou‑se a dar mais atenção. 
A diabetes tipo 1 tem como característica a falência do pâncreas. Nesse caso, é vista como uma 
doença autoimune pela destruição das células beta pancreáticas, que são responsáveis pela produção 
do hormônio insulina. Não se sabe qual é a causa, mas acredita‑se que se desenvolva a partir da 
combinação de fatores genéticos e ambientais. Do início do processo até a falência total do pâncreas, 
há um tempo médio de seis meses, período popularmente conhecido entre os médicos como período 
de lua de mel. 
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A incidência da diabetes tipo 1 tem curiosa variação geográfica, apresentando taxas de 100 mil 
indivíduos com menos de 15 anos de idade, distribuídas entre 38,4 na Finlândia, 7,6 no Brasil e 0,5 na 
Coreia (SBD, 2017a). A incidência da diabetes tipo 1 tem aumentado nas últimas décadas, principalmente 
em crianças com menos de 5 anos. 
Também se sabe que, nas últimas décadas, cresceu o número de pessoas adultas com diabetes tipo 1. 
Um estudo com 120 mil adultos britânicos, com idade entre 40 e 70 anos, no qual foi aplicado um score 
de risco genético para diabetes, os autores observaram que 47% dos casos de diabetes tipo 1 ocorreram 
nos adultos com idade entre 31 e 60 anos (ANAD, 2016). 
Há um importante fator nos dados citados: 80% dos casos de diabetes tipo 1 ocorrem antes dos 
30 anos, e, desses, 50% podem ser Lada, que ocorre após os 30 anos (ANAD, 2016). 
 A diabetes tipo 1 desenvolvida na fase adulta pode ser um exemplo clássico de doença autoimune, 
que, em torno de seis meses, pode causar a falência do pâncreas por completo, ou pode ser um fenômeno 
de início mais lento, conhecido como diabetes autoimune latente do adulto (Lada). 
A recomendação é que profissionais da área de saúde fiquem atentos ao diagnóstico, pois os sintomas 
e o quadro clínico da diabetes Lada apresentam características que combinam com as observadas na 
diabetes tipo 1 (como a produção diminuída de insulina) e tipo 2 (como a resistência à insulina), e a não 
observação pode levar a um diagnóstico equivocado (ANAD, 2016). 
Quadro clínico da diabetes tipo 1 
É de suma importância que profissionais de saúde, pais e cuidadores conheçam o quadro clínico da 
diabetes tipo 1. Considerando que muitos diagnósticos são em crianças e adolescentes, é necessário que 
um adulto observe os sintomas presentes, assim como o profissional de Educação Física, que atua com 
esse público em diversos ambientes. Alguns sintomas são apresentados a seguir: 
•	 emagrecimento; 
•	 fraqueza; 
•	 polifagia (excesso de apetite); 
•	 polidipsia (excesso de sede); 
•	 poliúria (urina excessiva); 
•	 desidratação; 
•	 dor abdominal; 
•	 infecção associada. 
Uma parte fundamental do tratamento é a necessidade absoluta de insulinoterapia. 
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Unidade I
 Lembrete 
Na diabetes tipo 1, ocorre a falência do pâncreas na produção de 
insulina pelas células beta. 
2.1.3 Diagnóstico 
Pode ser gerado um diagnóstico a partir de exames de rotina. Muitas vezes, no entanto, o diagnóstico 
surge através da queixa de alguns dos sintomas que caracterizam a doença. Inicialmente, a hiperglicemia 
pode ser detectada no exame de sangue, e o incremento, através do exame de peptídeo C. Em situação 
normal, no pâncreas, a proteína pró‑insulina tem efeito de uma reação química para produzir a insulina. 
Como resultado desta, é liberado o peptídeo C. Então, com o exame de sangue, busca‑se saber como 
está a produção de insulina a partir dos valores de peptídeo C encontrados. Assim, se não ocorre a 
produção de insulina, não há o peptídeo C. Pode‑se observar, na figura a seguir, a produção de insulina, 
tendo como resíduo o peptídeo C. 
Pré‑pró‑insulina Pró‑insulina Insulina 
madura
Sequência de 
sinalização
+NH3
+NH3
H3
+N +N H3
C
COO‑ COO‑ COO
‑COO
Sequência de sinalização Peptídeo C
A B
S‑S S‑S
S‑S S‑S
Cadeia A Cadeia B
S
S
S
S
Figura 5 – Síntese e processamento da insulina 
 Lembrete 
A diabetes Lada pode ocorrer a partir dos 30 anos e apresenta 
características combinadas da diabetes tipo 1 (como a diminuição da 
produção de insulina) e tipo 2 (como a resistência à insulina). 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
2.1.4 Tratamento 
O tratamento da diabetes, independentemente do tipo, tem um único objetivo, que é o controle 
glicêmico. Para que se tenha o controle glicêmico adequado, as condutas médicas seguem as diretrizes 
da Federação Internacional de Diabetes, que são adotadas pela Sociedade Brasileira de Diabetes (2017) e 
pela Associação Americana de Diabetes e são a base de orientação para todas as demais áreas da saúde 
que atuam com diabetes. 
Os pilares do tratamento da diabetes são quatro: 1) educação em diabetes; 2) atividade física; 
3) alimentação saudável; 4) terapêutica medicamentosa (IDF, 2008). 
Para a diabetes tipo 1 (DM1), na prática, após o diagnóstico médico, o tratamento se inicia com a 
utilização de insulina endógena. A aplicação da insulina exógena tem como objetivo fazer o papel da 
insulina produzida pelo organismo. A figura a seguir mostra os efeitos dos diferentes tipos de insulina. 
Lispro, Asparte
Glulisina
Regular
Detemir
Glargina Degludeca
Toujeo
Horas
Ef
ei
to
 g
lic
êm
ic
o 
re
la
tiv
o
0 12 24 36 48
NPH
Figura 6 – Efeitos dos diferentes tipos de insulina 
 Observação 
Pessoas com diabetes tipo 2, em algum momento de sua vida, podem 
ter a necessidade de utilizar a insulina exógena. Considerando tal fato, o 
termo insulino‑dependente não deve ser utilizado para mencionar a pessoa 
com DM1. 
Em resumo, nosso organismo produz, durante o dia, uma quantidade que fica circulando à disposição 
dos tecidos. Assim, de forma parecida, a pessoa com DM1 ou que utiliza a insulina como tratamento 
deve aplicar uma insulina de ação prolongada, que pode variar de acordo com o tipo de insulina. 
Quando realizamos nossas refeições básicas, como café, almoço e jantar, a ingestão de carboidrato é 
alta. O organismo produz uma quantidade maior de insulina de acordo com a quantidade de carboidrato 
ingerida. Por isso, a pessoa com diabetes que utiliza insulina deve aplicar insulina de ação rápida a cada 
uma dessas refeições. Na tabela a seguir, pode‑se observar o tempo de ação das insulinas que existem 
no mercado (SOUZA et al., 2008, 2012). 
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Unidade I
Tabela 10 – Tempo de ação das insulinas 
Tipo Início da ação Pico Duração Horário para injeção
Bolus
Ultrarrápida (análogos 
ultrarrápidos)
— Apidra (Glulisina)— Humalog (Lispro)
— NovoRapid (Asparte)
10‑15 minutos 1‑2 horas 3‑5 horas
Utilizada junto às refeições. Deve 
ser injetada imediatamente antes 
das refeições.
Rápida (insulina 
humana regular)
— Humulin
— Novolin 
30 minutos 2‑3 horas 6 horas e 30 minutos
Utilizada junto às refeições ao 
dia. Deve ser injetada entre 30 e 
45 minutos antes do início das 
refeições.
Basal
Ação intermediária 
(NPH – humana)
— Humulin N
— Novolin N
1‑3 horas 5‑8 horas Até 18 horas
Frequentemente, a aplicação 
começa uma vez ao dia, antes de 
dormir. Pode ser indicada uma ou 
duas vezes ao dia. Não é específica 
para refeições.
Longa duração 
(análogos lentos)
— Lantus (Glargina)
— Levemir (Detemir)
— Tresiba (Degludeca)
90 minutos Sem pico
Lantus: até 24 horas 
Levemir: de 16 a 24 
horas 
Degludeca: > 24 
horas
Frequentemente, a aplicação 
começa uma vez ao dia, antes de 
dormir. Levemir pode ser indicada 
uma ou duas vezes ao dia. Tresiba 
é utilizada sempre uma vez ao 
dia, podendo variar o horário de 
aplicação. Não é específica para 
refeições.
Pré-misturada
Insulina pré-misturada 
regular
— Humulin 70/30
— Novolin 70/30
10 a 15 minutos 
(componente R) e 1 a 3 
horas (componente N)
30% da dose como 
insulina R e 70% da 
dose com insulina N
30% da dose como 
insulina R e 70% da 
dose com insulina N
Aplicada junto a uma ou mais 
refeições ao dia. Deve ser injetada 
de 30 a 45 minutos antes do início 
das refeições.
Insulina pré-misturada 
análoga
— NovoMix 30
— Humalog Mix 25
— Humalog Mix 50
O número indica 
o percentual de 
ultrarrápida na mistura, 
o restante tem perfil de 
ação compatível com 
insulina N
Insulina ultrarrápida e 
insulina N (de acordo 
com a proporção 
do produto: 25, 30 
ou 50% da dose de 
ultrarrápida)
Insulina ultrarrápida e 
insulina N (de acordo 
com a proporção do 
produto: 25, 30 ou 50% 
da dose de ultrarrápida)
Aplicada junto a uma ou mais 
refeições ao dia. Deve ser injetada 
de 0 a 15 minutos antes do início 
das refeições.
Adaptada de: Souza et al. (2008). 
Se a pessoa ignorar o tratamento e não utilizar a insulina conforme indicação médica, utilizando 
menos que o necessário ou não utilizando, ela poderá ter um quadro de complicação conhecido como 
cetoacidose diabética. Esse quadro clínico é uma emergência médica, pois o nível de glicose sanguínea 
está muito elevado (SBD, 2017a). 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
A cetoacidose diabética acontece quando o nível de glicose no sangue encontra‑se muito alto e é 
acompanhado do aumento da quantidade de cetonas. 
As cetonas são substâncias ácidas que desequilibram o pH do sangue. A insulina é responsável 
por transferir a glicose sanguínea para dentro da célula para produzir energia. Com a falta da 
insulina, também há falta de energia, e, para suprir essa falta de energia, as células entram em 
apoptose (morte celular), e o organismo passa a usar os estoques de gordura e de fibra muscular 
para gerar energia. Nesse processo, formam‑se as cetonas (BARONE et al., 2007; OLMOS et al., 
2014; SOARES, 2014). 
Alguns cuidados são importantes para prevenir a cetoacidose diabética: 
•	 aplicação correta das injeções de insulina com relação ao local, à técnica e à dose; 
•	 monitoramento constante da glicemia com o glicosímetro; 
•	 acompanhamento médico regular e com demais profissionais da equipe de saúde; 
•	 controle alimentar para evitar alto teor de açúcar. 
Fique atento aos sinais da cetoacidose diabética: 
•	 boca seca; 
•	 aumento do volume de urina; 
•	 aumento dos níveis de glicose no sangue; 
•	 mal‑estar; 
•	 vômitos; 
•	 dor abdominal; 
•	 hálito com cheiro de acetona (comumente, os pacientes se referem ao cheiro de maçã estragada). 
2.1.4.1 Alimentação saudável 
A base do tratamento alimentar para quem tem diabetes é a contagem de carboidrato. Para a 
diabetes tipo 1, em que a margem de erro deve ser mínima, é fundamental que a pessoa saiba identificar 
a quantidade de carboidrato que cada alimento possui. Pode‑se conferir, na tabela a seguir, como se 
apresenta o manual de contagem de carboidrato com as informações sobre os alimentos distribuídos 
em porções. 
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Unidade I
Tabela 11 – Manual de contagem de carboidratos 
Alimento Medida usual g ou ml CHO (g) Calorias (kcal)
Abacate (picado) Colher de sopa cheia 45 3 79
Abacaxi Fatia média 75 10 44
Abacaxi em calda Fatia média 64 19 78
Abacaxi, polpa, congelada Unidade 100 8 31
Abadejo assado Filé médio 100 0 112
Abaráv Unidade média 170 24 414
Abiu cru Unidade 100 15 62
Abóbora cabotiá, cozida Colher de sopa 36 3 14
Abóbora cabotiá, crua Colher de sopa 36 4 17
Abóbora‑d’água (picada) Colher de sopa cheia 36 0 10
Adaptada de: SBD (2016, p. 51). 
2.1.4.2 Educação em diabetes 
Alcançar o controle glicêmico no tratamento da diabetes, independentemente do tipo, não é uma 
tarefa fácil. É necessário que haja o engajamento do paciente, assim como de toda a equipe que o 
assiste, seja multidisciplinar ou interdisciplinar. Há fatores que influenciam nesse processo, como a 
aceitação e a adesão ao tratamento. Por isso, a participação da família é muito importante para que se 
possa enfrentar as dificuldades. Com tantas variáveis que envolvem o tratamento, é preciso dar ênfase 
à educação em diabetes. 
A educação em diabetes é a melhor estratégia para promover a adaptação a essa condição. De 
acordo com as diretrizes nacionais e internacionais, é o pilar de maior importância no tratamento. 
A educação em diabetes é sugerida nas diretrizes da Federação Internacional de Diabetes (IDF, 2008) 
e foi adotada pelas instituições brasileiras que representam esse público: a Sociedade Brasileira de 
Diabetes (SBD), a Associação de Diabetes Juvenil (ADJ‑Diabetes Brasil) e a Associação Nacional de 
Atenção ao Diabetes (Anad). 
Educar em diabetes é um processo ativo e contínuo por meio do qual profissionais, pacientes 
e familiares aprendem sobre a diabetes para a sobrevivência e a melhoria da qualidade de vida 
(SBD, 2015). 
Nesse processo, a educação em diabetes é, de fato, uma tarefa para todos os profissionais da saúde, 
não apenas médicos. No entanto, o médico mantém seu importante papel e deve ter conhecimento 
de tudo o que for proposto para auxiliar no tratamento, uma vez que todas as decisões terapêuticas 
precisam ser tomadas em comum acordo entre os profissionais e, principalmente, o paciente, devendo 
ele ser assistido por equipe multiprofissional de forma isolada, individualizada ou interdisciplinar, na 
qual a equipe é integrada (SBD, 2015). 
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ATIVIDADE MOTORA APLICADA A POPULAÇÕES ESPECIAIS
Assim, deve‑se compreender que o processo da educação em diabetes não pode ser de responsabilidade 
apenas de um dos profissionais do serviço, e sim incorporado e utilizado por toda a equipe profissional 
responsável pelo acompanhamento da pessoa desde o primeiro contato. 
Portanto, o profissional de Educação Física que atua com esse público tem enorme responsabilidade 
e, assim como os demais, precisa ter conhecimento. O profissional de Educação Física é considerado o 
profissional‑chave, pois está, por mais vezes, ao longo de sua vida, assistindo a pessoa com diabetes. Em 
muitas situações, é esse profissional quem consegue

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