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PAPER INFÂNCIA E SUAS LINGUAGENS

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INFÂNCIA E SUAS LINGUAGENS
Acadêmica
Thais Silva Lima
Tutor Externo: Edson Morais Araújo
Centro Universitário Leonardo da Vinci - UNIASSELVI
Licenciatura em pedagogia (PED1843/3) – Prática do Módulo IV
03/11/2018
RESUMO
 As linguagens ocupam um lugar fundamental no trabalho pedagógico com crianças da Educação Infantil, uma vez que são mediadoras das relações entre os sujeitos envolvidos nas ações realizadas nas instituições, possibilitando as interações das crianças com a natureza e com a cultura, construindo sua subjetividade e constituindo-as como sujeitos sociais.
Neste trabalho vou falar sobre a abordagem educacional desenvolvida nos centros de infância e pré-escolas de Reggio Emilia, me baseando em um artigo (Um olhar sobre a abordagem educacional de Reggio Emilia), realizado por “Alessandra Latalisa de Sá”. Neste artigo, ela apresenta parte da sua vivência nas escolas de Reggio Emilia, apoiando-se nas anotações das palestras, nas observações e nas imagens registradas nessa viagem, bem como os estudos realizados sobre a abordagem educacional de lá. 
Palavras-chave: Linguagens. Infância. Educação infantil. 
INTRODUÇÃO
 Dependendo da forma como o adulto atua nesse seu processo de reinvenção do mundo, as crianças podem apenas se apropriar mecanicamente das conquistas culturais da humanidade, como se tudo já estivesse pronto, ou podem redescobrir e transformar esse mundo, à sua maneira e dentro das possibilidades de seu momento de desenvolvimento, guiadas pela sua curiosidade e desejo de aprender.
As várias formas de linguagem, além de mediarem as múltiplas relações que são estabelecidas com as crianças numa Instituição de Educação Infantil, necessitam também ser pensadas e trabalhadas intencionalmente nos currículos dessas instituições, como sistemas simbólicos que têm funções sociais e estruturas específicas, que constituem acervos culturais ricos e importantes e cumprem papéis fundamentais no desenvolvimento das crianças.
Segundo a Proposta Curricular da Educação Infantil, (MEC, 2010). Trabalhar com a criança pequena é pensar nas diferentes linguagens... no choro, na birra, nas expressões, no balbucio, nos gestos, no movimento, na arte, na música, no desenho, na escrita, no brincar e em muitas outras... é compreender o que querem dizer os pequenos. 
Será que nossas crianças têm tido a oportunidade de se expressarem? A maneira como os professores organizam suas salas tem oportunizado as diversas linguagens? As diversas linguagens são valorizadas ou se privilegiam a escrita?
 DESENVOLVIMENTO
 Ao longo da história da humanidade encontramos registros sobre a curiosidade humana acerca do fenômeno da linguagem. É, contudo, nas últimas décadas que assistimos a uma expansão 
prodigiosa do conhecimento sobre a forma como as crianças adquirem e desenvolvem a linguagem. Entende-se aqui por linguagem a capacidade que qualquer ser humano possui para adquirir e usar a língua da sua comunidade. A aquisição tem lugar durante o período da infância e ocorre de forma natural e espontânea, bastando apenas que a criança esteja exposta e conviva com falantes dessa língua. A língua adquirida pela criança é a sua língua materna.
 Com base na investigação produzida nas últimas décadas, é hoje possível descrever indicadores e marcos de desenvolvimento linguístico, comparar desempenhos em línguas e populações diversas, estudar particularidades específicas em sujeitos com características próprias. Infelizmente, nem sempre a informação disponibilizada pelos investigadores chega aos gestores e aos profissionais da educação, o que significa que as práticas educativas não têm beneficiado conveniente e eficazmente do conhecimento produzido.
 Através dessa investigação procuraremos levar aos educadores conhecimentos essenciais não só sobre o crescimento linguístico das crianças, mas também sobre como os profissionais de educação poderão estimular o desenvolvimento da linguagem de todas as crianças, esbatendo assimetrias e proporcionando as bases para um futuro sucesso escolar. 
 Nas escolas de Reggio Emilia, na Itália, a arquitetura, o ambiente, a documentação, as interações e a movimentação dos educadores evidenciam, com coerência, estética e beleza a abordagem educacional. 
 Segundo Fillipini (2009), a escola é vista como espaço de vida, acredita no potencial das crianças e tem dela uma imagem positiva: “Cada um de nós tem o direito de ser protagonista, de ter papel ativo na aprendizagem na relação com os outros. Esse é o motor da educação”. 
 Nessa abordagem educacional, a relação ensino-aprendizagem não tem um sentido único. São diferentes saberes que se estabelecem por relação de reciprocidade e pelos quais se tenta compreender quem é a criança, a família e como todos podem trabalhar juntos em prol do saber. Escutar as crianças ocupa centralidade nesse trabalho pedagógico. Trata-se de uma escuta recíproca, por meio da qual se interpretam significados. Nesse sentido, o valor atribuído ao diálogo e a atenção a ele dirigida não são improviso, pois, para esses educadores, as competências da criança se desenvolvem e são ativadas pela experiência na qualidade da interação; consequentemente, quanto mais se vê a criança como competente, mais competente devem ser a professora e a escola. Portanto, trata-se de uma educação baseada no relacionamento e na participação por meio de redes de comunicação e de encontros entre crianças, professores e pais. 
De acordo com Malaguzzi (1999, p. 76) essa espécie de abordagem revela muito sobre a nossa filosofia e nossos valores básicos, que incluem os aspectos interativos e construtivistas, a intensidade dos relacionamentos, o espírito de cooperação e o esforço individual e coletivo na realização de pesquisa. Apreciamos diferentes contextos, damos uma grande atenção à atividade cognitiva individual dentro das interações sociais e estabelecemos vínculos afetivos. [...] Deixamos verdadeiramente para trás uma visão da criança como egocêntrica, focalizada apenas na cognição e nos objetos físicos, cujos sentimentos e afetividade são subestimados e menosprezados.
 Conforme essa abordagem, a imagem que o educador faz da criança é que vai orientar suas escolhas. Todas as decisões pedagógicas estão atreladas à interpretação do educador sobre o que a criança deseja, o que ela faz, o que ela consegue produzir, suas possibilidades, suas teorias. Se a escolha que o educador faz tem a ver com esses elementos, consequentemente, não é possível fazê-la à revelia da criança. Por isso, uma das ações educativas mais importantes para essa abordagem é a escuta, é o olhar cuidadoso sobre a criança.
Nas palavras de Rinaldi (1999, p.114), é uma abordagem na qual a importância do inesperado e do possível é reconhecida, um enfoque no qual os educadores sabem como ‘desperdiçar’ o tempo ou, melhor ainda, sabem como dar às crianças todo tempo que necessitem. É uma abordagem que protege a originalidade e a subjetividade, sem criar o isolamento do indivíduo, e oferece às crianças a possibilidade de confrontarem situações especiais e problemas como pequenos grupos de camaradas.
 As "cem linguagens" que a criança insiste em afirmar que existem, são pelas Instituições de Educação pouco consideradas. Como justificativa se atribui os mais diversos motivos, como: falta de formação profissional, pouco recurso material e pessoal, uma cultura massificante, as influências de concepções desenvolvimentistas que por algum tempo determinaram o foco da educação das crianças. Faz-senecessário um resgate da cultura infantil para que tenhamos em nosso meio, mais propriamente dito, nas Instituições Educacionais espaços onde as crianças possam ser elas mesmas.
 Sem em algum momento preocupar-se com o mundo adulto, (mídia, moda, linguagens diferenciadas...), mas sim tendo um desenvolvimento sadio no meio em que se encontram, crescendo e sendo mediadas pelos adultos, porém estes adultos permitindo que desenvolvam o psíquico-social, de maneira agradável e feliz. No momento em que emergem, as discussões sobre a educação na infância, a necessidade de nos "alfabetizarmos" nas múltiplas linguagens das crianças para podermos então pensar numa educação voltada para elas, que respeite seu direito de viver sua infância plenamente; nessas discussões também se inclui as culturas infantis que são vistas como "o desconhecido" ou até mesmo, pouco conhecido, as quais são essenciais aos nossos saberes. Assim sendo, é necessário observarmos como educadores, alguns pontos que são primordiais para que nos tornemos alfabetizados nas múltiplas linguagens das crianças, são elas:
· A sensibilidade de ouvir e entender as crianças;
· Momentos de interação, em que possamos viver e reviver a criança existente dentro de nós;
· Pedagogicamente, sempre avançar para uma educação voltada à infância do que em querer alfabetizar adultocentricamente; 
· Transformar o nosso mundo em universo infantil para assim, compreendermos nossas crianças; 
· Entender as cem linguagens das crianças, não podando suas capacidades de ver um mundo mais harmonioso e sem tantas dificuldades;
· Despertar nas crianças a compreensão de suas culturas para que vivenciem a sua infância.
 
 Figura 1.3 Silvia observa a si mesma no espelho e desenha auto-retratos. Ela comenta: 
“Quando olho para mim mesma, é como se visse uma outra criança”. Extraído da exibição​ As Cem Linguagens da Criança. Livro: As Cem Linguagens da Criança/ Carolyn Edwards/Lella Gandini/George Forman. Pg. 26.
 O livro “A infância e suas linguagens”, fruto de um seminário internacional que reuniu especialistas do Brasil, Itália e Espanha do campo das linguagens, é uma coletânea subdividida em oito seções. Marcia Aparecida Gobbi e Mônica Appezzato Pinazza, pesquisadoras de renome no âmbito da educação da infância, formação de professores e estudos comparados, são as organizadoras desta coletânea, bem como as autoras da primeira e da segunda seção.
 Nesta obra, prefaciada por Tizuko Kishimoto, reconhecida nacional e internacionalmente por sua atuação na educação infantil e formação de professores, a criança é vista como sujeito social, cultural e histórico, detentora de direitos e não apenas receptora passiva de processos de ensino-aprendizagem. Por meio de uma abordagem multidisciplinar, ao longo das sessões são debatidas as diversas maneiras de expressão da linguagem por parte da criança. Nesse sentido, a leitura, a imaginação, a ludicidade, o corpo, a dança, a arte, o desenho, são apresentados como formas de expressão e linguagens, assim como possibilidades na organização do trabalho pedagógico de um professor que vislumbre o protagonismo das crianças. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cada criança em suas especificidades transforma sua rotina num verdadeiro espaço, num mundo imaginário, querendo sempre transpor o que sente em um emaranhado de fantasias. O criar, o brincar, o sonhar, o estar com o outro, e tantas outras expressões contínuas das crianças esbarram em muitas ideologias do adulto: "agora não pode", "agora não é hora", "este não é um lugar para isto", no entanto elas persistem. Querer que as crianças esqueçam que são crianças, que o seu universo é rodeado de "inocências", é querer que sejam pensantes como adultos, é queimar suas fases, no objetivo de substituir o mundo delas pelo mundo próprio de adultos.
REFERÊNCIAS 
http://criancapequenina.blogspot.com/2011/10/crianca-e-suas-linguagens.html​>. acesso em: 03nov. 2018.
http://repositorio.ispa.pt/bitstream/10400.12/2018/1/Linguagem%20e%20Comunica%C3%A7%C3 %A3o%20no%20Jardim-de-Inf%C3%A2ncia.pdf​>. acesso em: 05 nov. 2018.
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/educacao/infancia-e-suas-linguagens/25526​>. acesso em: 05 nov. 2018.
https://www.revistas.ufg.br/fef/article/view/40208/pdf​>. acesso em: 05 nov. 201.
EDWARDS Carolyn, GANDINI Lella, FORMAN George. ​As Cem Linguagens da Criança: a abordagem de reggio Emilia na educação da primeira infância/tradução Dayse Batista. - Porto Alegre: Artmed, 1999. 320p.: il; 23 cm. Reimpressão 2008.

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