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O inquérito policial

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE ITABUNA/BA.
10 Linhas
 	 JOANA, brasileira, solteira, técnica em contabilidade, portadora do RG (número) e do CPF/MF (número), (endereço eletrônico), com domicílio na Rua (endereço), (número), (bairro), CEP: (número), Itabuna/BA, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que o representa (procuração anexa), com endereço profissional na Rua (endereço), (número), (bairro), CEP: (número), (Cidade/Estado), (endereço eletrônico), onde recebe intimações, nos termos do artigo 77, inciso V, do Código de Processo Civil, interpor AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, pelo procedimento comum, com fundamento no artigo156 do Código Civil e o artigo 318 e seguintes do Código de Processo Civil, em face de JOAQUIM, (nacionalidade), (estado civil), (profissão), portador do RG (número) e do CPF/MF (número), (endereço eletrônico), residente e domiciliado na Rua (endereço), (número), (bairro), CEP: (número), (Cidade/Estado), pelas razões de fato e de direito que passa a expor.
I - DOS FATOS
 No dia 20/12/2016 a autora recebeu notícia que seu filho encontrava-se preso de forma ilegal e havia sido encaminhado equivocadamente ao presídio, diante desta notícia, a autora procurou um advogado criminalista para atuar em defesa de seu filho, este lhe informou que os honorários seriam de R$ 20.000,00 (Vinte mil Reais), quantia que a autora não dispunha, em conversa com o réu, que é seu vizinho, lhe contou a situação de seu filho e o valor que seria cobrado pelo advogado, bem como a aflição por não ter o valor necessário para ajudar o filho.
 O réu, valendo-se da aflição da autora, propôs-lhe comprar seu veículo avaliado em R$ 50.0000,00 (Cinquenta mil Reais) pela quantia dos honorários necessários, ou seja, R$ 20.000,00 (Vinte mil Reais), que foi aceito pela autora.
 Ocorre, excelência, que no dia seguinte ao negócio realizado e, antes de ir ao escritório contratar o advogado criminalista, a autora descobriu que a avó paterna de seu filho já havia contratado um outro advogado criminalista para atuar no caso e que, inclusive, já havia conseguido a liberdade do neto através de um Habeas Corpus.
 Diante desta nova informação, a autora imediatamente procurou o réu para desfazerem o negócio, ao que este se recusou.
II - DO DIREITO 
 O artigo. 156 do Código Civil prevê que:
“Configura-se o estado de perigo quando, alguém, premido de necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa”.
 No contrato celebrado entre as partes há vício do negócio jurídico, caracterizado pelo estado de perigo, ao qual enseja a sua anulação, nos termos do artigo 171, inciso II, do Código Civil, o requisito legal foi preenchido para que se caracterize o vício sob a circunstância de perigo, retirando-a de sua vontade consciente, uma vez que a Requerente governada pelo propósito único de salvar o filho que estava encarcerado.
 Destaque-se, ainda, que a obrigação assumida pela Requerente foi-lhe por demais onerosa, já que o veículo possui valor de mercado de R$50.000,00 (cinquenta mil reais), cujo negócio jurídico efetivou-se em R$20.000,00 (vinte mil reais), o Direito pretendeu proteger a livre vontade e a moralidade, cuja ofensa deverá estar inserta no negócio jurídico como meio da existência do vício de negócio jurídico e a consequente possibilidade de sua anulação.
 Nesse sentido, Carlos Roberto Gonçalves assim se manifesta, inverbis:
“No estado de perigo incorre a hipótese de um dos contratantes constranger o outro à prática de determinado ato ou a consentir na celebração de determinado contrato. O que se considera é o temor de dano iminente que faz o declarante participar de um negócio excessivamente oneroso. Leva-se em conta o elemento objetivo, ou seja, o contrato celebrado em condições abusivas, aliado à vontade perturbada, provocando o desequilíbrio que caracteriza o estado de perigo”. (Direito Civil. 12 ed. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 436).
Assim, havendo provas inequívocas acerca da caracterização legal do estado de perigo, a anulação do negócio jurídico se faz mister.
III - DO PEDIDO
 	 Diante do exposto, o autor requer a esse juízo :
A- Designação da audiência de conciliação ou mediação e intimação do réu para seu comparecimento;
B- Citação do réu para integrar a relação processual;
C- Que seja julgado procedente o pedido para anular o contrato celebrado;
D- Que seja julgado procedente o pedido para condenar o réu nas custas processuais e nos honorários advocatícios.
IV - DAS PROVAS
 	 Requer a autora a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do Código de Processo Civil, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
V - DO VALOR DA CAUSA
 	Dá-se à causa o valor de R$ 20.000,00 (Vinte mil Reais).
Termos em que pede deferimento.
Local, (Dia) de (Mês) de (Ano)
Assinatura
Nome do Advogado
OAB/(UF)
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA … VARA CÍVEL DA COMARCA DE SALVADOR / BA.
10 linhas
RICARDO, brasileiro, casado, profissão, portador do RG (número) e do CPF/MF (número), (endereço eletrônico), com domicílio na Rua (endereço), (número), (bairro), CEP: (número), Fortaleza, Ceará, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência, por seu advogado que o representa (procuração anexa), com endereço profissional na Rua (endereço), (número), (bairro), CEP: (número), (Cidade/Estado), (endereço eletrônico), onde recebe intimações, nos termos do artigo 77, inciso V, do Código de Processo Civil, interpor AÇÃO DE ANULAÇÃO DE NEGÓCIO JURÍDICO, pelo procedimento comum, com fundamento no artigo156 do Código Civil e o artigo 318 e seguintes do Código de Processo Civil, em face de MARIA, brasileira, (estado civil), (profissão), portador do RG (número) e do CPF/MF (número), (endereço eletrônico), residente e domiciliado na Rua (endereço), (número), (bairro), CEP: (número), Salvador, Bahia, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.
I - DOS FATOS
O autor desesperado com o sequestro de sua filha e com ameaças dos sequestradores, que enviaram um pedaço da orelha, e ameaçavam matar sua filha se não recebessem R$ 300.000,00 (trezentos mil reais) de resgate, o autor somente possuía R$ 220.000,00 (duzentos e vinte mil reais).
Em 16.01.2018 vendeu seu único imóvel situado em Fortaleza, Ceará por R$ 80.000,00 (oitenta e mil reais) para sua prima que sabia da situação e se prontificou a comprar o imóvel, a ré efetuou o pagamento no ato da celebração do contrato e sabia que o bem estava sendo vendido bem abaixo do valor de mercado.
 O imóvel possui valor venal de R$ 250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), sete dias após a celebração do contrato e antes do pagamento do resgate, a filha do autor foi encontrada pela policia com vida, o autor entrou em contato com a ré desejando desfazer o negócio celebrado, contudo não logrou êxito.
 Verifica-se que este negócio jurídico se encontra com vício, uma vez que o Réu se aproveitou do momento de necessidade vivenciado pelo Autor, que vem neste momento provocar o Poder Judiciário para buscar seus direitos.
II - DOS FUNDAMENTOS
A existência do negócio jurídico só é possível em decorrência da vontade das partes envolvidas, ou seja, consiste na declaração de vontade entre as partes, que pretende produzir os efeitos dentro dos pressupostos legais.
 Nesse sentido, o artigo 104 do Código Civil dispõe que para um negócio jurídico ser considerado pleno, é necessário que ele reúna três fatores: vontade, objeto lícito, determinado e possível, agente capaz, forma prescrita e não defesa em lei. Caso contrário, a sua função social torna-se desfigurada, tornando-o nuloou passível de anulação.
 Neste caso, a autor assumiu um negócio muito desfavorável pelo o estado de perigo, relativo a necessidade de salvar sua filha que corria risco de vida, conforme artigo 156 do Código Civil, além do conhecimento da Ré do estado de perigo da outra parte.
 Assim, em virtude dessas considerações, observa-se que o negócio jurídico firmado entre as partes dessa demanda, se encontra eivado pelo vício do estado de perigo, que impõe a necessidade da sua anulação.
Na forma do artigo 171, II, do Código Civil que diz:
“por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores”.
 Tal anulabilidade faz-se imperiosa, sob pena de gerar instabilidade nas relações negociais, levando uma pessoa a aceitar cláusulas altamente onerosas, dado a existência de perigo de dano contra a pessoa, seu familiar ou terceiro.
 Como se depreende, caracterizado e comprovado está o estado de perigo, vício que impõe a necessidade da anulação do negócio jurídico celebrado entre as partes, pois o Réu se aproveitou de um momento de necessidade do Autor para se beneficiar.
III - DO PEDIDO
 Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:
1. Que seja designada audiência de conciliação ou mediação na forma do previsto no art. 334 do NCPC;
2. A citação da ré para resposta aos termos da presente sob pena de preclusão, revelia e confissão;
3. Que julgue procedente o pedido, anulando o negócio jurídico celebrado entre as partes;
4. Que seja expedido ofício ao RGI de Fortaleza/CE onde se encontra matriculado o imóvel, para que realize a pré-notação da existência de litígio sobre o mesmo.
5. A condenação da ré ao pagamento das custas judiciais e honorários advocatícios, estes a serem fixados sob o máximo legal.
IV - DAS PROVAS
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do novo código de processo civil, em especial a prova documental, a prova pericial, a testemunhal e o depoimento pessoal do Réu.
V - DO VALOR DA CAUSA:
 Dá-se a causa o valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais)
Pede deferimento.
Local (Dia) de (Mês) de (Ano)
Assinatura
Nome do Advogado
OAB/UF

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