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1 08.08.2019 FISIOTERAPIA CARDIOLÓGICA Professor: Vinicius Tassone Civile e-mail: 10h00 – 11h15 AVALIAÇÕES: NP1 : NP2 : Sub : Exame: AULA 1 ANATOMIA CARDÍACA TOPOGRAFIA 1) Anatomia/ Fisiologia Cardiovascular voltada para clínica 2) Avaliação cardíaca e noções de eletro e ecocardiograma 3) Doenças > Fatores de risco para doenças cardiovasculares > Infarto agudo do miocárdio > Insuficiência cardíaca > Edema agudo de pulmão > Cardiopatias congênitas > Valvopatias 4) Fisioterapia nas cirurgias cardíacas 5) Reabilitação cardíaca BIBLIOGRAFIA ESPECÍFICA 1) Braunwald, Zipes, Libby. Tratado de medicina cardiovascular (tem fisiologia e doenças) 2 2) Irwin, Scot; Tecklin, Jan Stephen. Fisioterapia Cardiopulmonar. TOPOGRAFIA DO CORAÇÃO > Porção inferior do mediastino > Localização em 3 posições: 1) LEVOCARDIA: mais de dois terços (2/3) da massa esta do lado esquerdo ou à esquerda da linha sagital mediana. Maior parte da população (80%). 2) MESOCARDIA: massa cardíaca se localiza no centro do tórax, logo atrás do esterno. Não tem predomínio (esquerda ou direita). 3) DESTROCARDIA (menor parte da população): maior parte da massa cardíaca localizada à direita da linha sagital mediana. Observação: durante a gestação, o coração roda com o desenvolvimento. O que muda é a posição do ápice: levocardia para a esquerda, mesocardia para o centro, destrocardia para direita. Os três são variações anatômicas. Porém, pesquisas apontam que na destrocardia, os grandes vasos sofrem torções e podem desenvolver problemas cardíacos. FORMA > Pirâmide triangular invertida (independe se é levocardia, mesocardia ou destrocardia), pois a base fica em cima e o ápice embaixo. É que a base é o alicerce, a sustentação do coração é superior. Quem sustenta são os vasos sanguíneos, por isso são chamados de vasos da base. 3 A prevalente é para trás e para direita (levocardia) e o ápice para frente e para esquerda (a rotação ocorre ao longo dos 9 meses de gestão). FACES (3) Não tem lado direito, é triangular, à direita há uma margem formada pela união do lado posterior e lado anterior, além desses há o lado esquerdo, assim classificados: 1) Anterior ou esternocostal 2) Posterior ou diafragmática (não tem atrás, pois o coração deita no diafragma) 3) Lateral esquerda A importância é que na clínica é possível localizar a área enfartada e o encaminhamento cirúrgico. É possível também saber a face pelo exame de eletrocardiograma. Em volta do coração fica o pericárdio (a pleura está para os pulmões como o pericárdio está para o coração) parietal e visceral: 1) PARIETAL: mais externo (encosta nos pulmões, no esterno e na coluna vertebral), fibroso (bem resistente), fibras colágenas e elásticas => tecido conjuntivo. Isso é com e ruim. Bom porque é resistente (armadura fibrosa), ruim porque na lesão por infarto, ele não tem capacidade de regeneração, só de reparação, então, cicatriza e não tem elasticidade. Isso imobiliza a área. Entre o pericárdio parietal e visceral há o espaço pericárdio: na pleura dos pulmões há vácuo para realizar a expansão, já o coração necessita de contração. O espaço do coração é composto exclusivamente por líquido do pericárdio parecido com plasma (sangue e linfa). A função é lubrificar as lâminas. Se o líquido aumentar excessivamente há derrame pericárdio, e para extrair o líquido só com dreno pelo centro do tórax, é o dreno de mediastino, só realizado em procedimento no centro cirúrgico (é diferente do derrame pleural em que responde por diferença de pressão). Pode ter perfuração e sangramento e tem que tirar o excesso. O dreno sempre fica abaixo da linha do coração. É usado uma pinça para ordenhar o líquido, e o tempo dura no máximo de 2 a 3 dias, feito pela enfermagem. Uma perfuração pode entrar ar e gerar pneumopericardio, o qual tem que drenar pelo mesmo dreno do mediastino. 4 2) VISCERAL: é a parte mais externa do coração (chamada de epicárdio [epi, do grego mais externo], miocárdio – intermediária –, e endocárdio – mais interna). É mais interno, seroso (vem de soro, plasmático do sangue) tem contato direto com a estrutura cardíaca. Observação: a parietal é só armadura, não pertence ao coração. No início do enfarte começa no parietal, onde ficam os vasos e daí surge a irrigação sanguínea. Na cirurgia é preciso fazer um corte no pericárdio e sangra, precisa drenar, local que faz “pontes” no coração. O dreno também remove o ar. Infecção na região (aspectos clínicos): > PERICÁRDIO: pericardite. É difícil os antibióticos chegar pelos vasos até essa área, e se a infecção chegar no endocárdio gera endocardite. Por isso a área mais limpa do hospital é a da cirurgia cardíaca, mas a infecção pode se dar por falta de higiene bucal do paciente, pois desce até o esôfago que fica próximo ao pericárdio. Na anamnese do paciente cardíaco é importante o tratamento odontológico. POSIÇÃO DAS CÂMARAS CARDÍACAS As câmaras do coração são átrios e ventrículos. > As câmaras cardíacas direitas são mais anteriores, portanto, os átrios e ventrículos direitos são mais anteriores do que os átrios e ventrículos esquerdos. A importância é anatomia inteligente do corpo humano (áreas mais nobres estão protegidas): do lado direito passa sangue venoso (rico em CO2) e as câmaras esquerdas carregam sangue arterial (rico em O2). Ele protege o sangue arterial do impacto, pois fica mais central: >> Câmara a mais à direita de todas é o átrio direito >> Câmara mais anterior de todas é o ventrículo direito >> Câmara mais à esquerda de todas é o ventrículo esquerdo >> Câmara mais posterior de todas é o átrio esquerdo 15.08.2019 AULA 2 CÂMARAS CARDÍACAS > Estudo do coração: rotas de entrada de sangue e depois saída. Entra : veias Sai : artérias 5 ÁTRIO DIREITO >> Forma a borda cardíaca lateral direita e anterior da massa cardíaca; >> Parte posterior: recebe as veias cavas superior e inferior; >> Parte anterior estende-se para a frente em forma de bolsa > Aurícula atrial direita. >> Recebe a desembocadura do seio venoso coronário. > Entrada: átrio direito. Duas rotas de entrada : Veia cava superior : Veia cava inferior > Veia cava superior: membros superiores, cabeça e pescoço. O sangue é rico em CO2. > Veia cava inferior: membros inferiores, compartimento abdominal (a tarefa é mais difícil). Cerca de 60% de sangue do corpo está no abdome, só no fígado há 25% de sangue do corpo. O sangue é rico em CO2. > Saída: valva tricúspide. Obrigatoriamente o sangue do lado direito só pode circular pelo lado direito. ÁTRIO ESQUERDO >> Localizado superiormente, na linha média, e posteriormente às outras câmaras cardíacas; >> Recebe veias pulmonares superiores e inferiores > Entrada: quatro (4) rotas de entrada do sangue dos pulmões. Acima: superior, abaixo: inferior. Lado direito: veia pulmonar direita; Lado esquerdo: veia pulmonar esquerda, basta ir na posição para lembrar os nomes. O sangue é rico em O2. > Não usar o conceito de Guyton: divisão em venoso e arterial que leva em consideração a circulação periférica. A disciplina estuda o coração, no qual há veia carregando O2 e artéria carregando CO2. Exemplo do exame que se faz na gasometria é arterial, mas o exame mais preciso é o mais rico em O2 é a veia pulmonar. > Saída do átrio esquerdo: valva bicúspide. Nome anatômico para provas e concursos é bicúspide. Mitral é apelido, pois parece o chapéu do Papa, mitra. 6 > O trajeto do sangue é unidirecional, mas às vezes não acontece por causa de doenças. Exemplo do forame oval na circulação fetal, fica no septo interatrial. Há alguns bebês que não tem o forame oval consolidado, o septo interatrial. A doença é a “comunicação interatrial”. Pelo exame de ultrassom fetal vê-se um líquido passando entre os átrios. No Síndrome de Down, 50% desenvolvema “CIA – comunicação interatrial”, devido ao cromossomo 21. A cirurgia chama rafia (utilizam couro de boi ou porco). O diagnóstico é na fase pré-natal. O problema é a mistura de sangue entre os átrios. É possível perceber fadiga na respiração, a criança se cansa mais e evita a prática esportiva. Na fase adulta gera fibrose no tecido cardíaco e a cirurgia não consegue reparar. VENTRÍCULO DIREITO >> É a câmara ais anterior, situando-se atrás do esterno; >> Pode ser dividido em uma via de entrada e uma via de saída; >> Via de entrada: constituída na valva tricúspide e nos músculos trabeculares que dirige o sangue para a direção anterior, inferior e esquerda; >> Via de saída: chamada de infundíbulo, forma a porção superior do ventrículo direito onde o sangue será ejetado para artéria pulmonar. > Entrada: valva tricúspide (a rota de entrada é a mesma de saída do átrio direito). > O sangue vem de cima para baixo, pois o átrio contrai de cima para baixo, por sua vez, os ventrículos contraem de baixo para cima e o sangue precisa subir, ele está contra a gravidade, por isso há risco de voltar. Por isso existe a valva tricúspide. Por convenção, para diferenciar da valva troncopulmonar. A função é evitar o refluxo. O sangue poderia voltar para o átrio, a tendência é abrir ao contrário (as valvas são portinholas), se abrir o paciente morre na hora. No átrio cheio de sangue, a pressão é maior, vazio é menor, pode abrir e o sangue voltar. Para evitar isso há o sistema de cordas tendíneas (tecido conjuntivo). Limitam a valva. 7 Os músculos papilares fixam as cordas tendíneas e tracionam no momento de sístole dos ventrículos e daí só sobra uma rota de saída, as artérias pulmonares. Nesse momento, o átrio direito vazio, o fechamento da valva ressoa na câmara vazia e dá origem do som “tum” que é aferido na ausculta, o som da valva. Imagem: a aurícula: suspeita-se que é um reservatório de sangue. > sistema de circulação do coração: artérias coronárias. Se estiver com gordura, gera isquemia, se afetar os músculos papilares, estes necrosam e as cordas arrebentam e o sangue reflui para os átrios e o enfarto é fulminante, chamado de “morte súbita”. VENTRÍCULO ESQUERDO >> Situa-se posterior e à esquerda do VD; >> Circundada por paredes musculares espessas, cerca de duas a três vezes mais do que as do ventrículo direito; >> Via de entrada: constituída por valva mitral e seu aparelho de sustentação; >> Via de saída: constituída pela valva aórtica. 8 > Entrada: valva bicúspide, que também precisa do sistema de cordas, músculos papilares, cordas tendíneas. Há chance do sangue voltar pela artéria, então também tem valva tricúspide, chamada valva aórtica (para não confundir). Imagem: cordas e valva aórtica, músculos papilares (as veias pulmonares e cava não tem cordas). A diferença da espessura da parede do ventrículo esquerdo chega a ser 3 vezes maior que o ventrículo direito. > O ventrículo esquerdo luta contra resistência de todas artérias do corpo. > O ventrículo direito luta contra resistência dos vasos que vem do pulmão. > Patologia: buraco entre os ventrículos. No septo interventricular, chamada de “CIV”: comunicação interventricular. Um buraco entre os ventrículos mistura o sangue. O problema é maior, pois os ventrículos são as verdadeiras bombas. O sangue não é tão puro. É detectado no teste de apgar. A criança fica cianótica e tem que operar na hora, se não operar não chega os 20 anos de vida. 9 “CIV”: há chance de ocorrer ao longo da vida, se o enfarto atingir o septo interventricular abre um buraco e gera “CIV” com enfarto, a pessoa enfarta cianótica. > Cardiopatia congênita: a outra é a transposição das granes artérias. O troncopulmonar no átrio esquerdo e a aorta no ventrículo direito. A cirurgia de “Jatene” consegue inverter os grandes vasos. A consequência é que o ventrículo direito fica mais espesso no desenvolvimento da gestação, e a criança precisa de medicamento para o ventrículo esquerdo conseguir contrair e enviar sangue. Durante a gestação as trocas gasosas são feitas pelo cordão umbilical, quando nasce é cortado o cordão e a criança fica cianótica, mesmo após o teste de apgar. 22.08.2019 AULA 3 CIRCULAÇÃO PULMONAR E SISTÊMICA PULMONAR Inicia no ventrículo e termina no átrio. > É importante para ver a consequência do problema. No ventrículo direito inicia a circulação. O sangue é rico em CO2. > Saída: a rota de saída pela artéria tronco pulmonar de via única, porém há dois pulmões, a artéria tem uma bifurcação: duas (2) artérias pulmonares, direita e esquerda, com sangue rico em CO2, que se ramifica (não se aplica a definição de Guyton) em vasos menores, os capilares pulmonares, sangue rico em CO2. Neste ponto, os capilares estão enovelados nos alvéolos, e estes estão recebendo sangue rico em O2, ocorre a troca gasosa. Daí, o sangue segue pelas veias pulmonares, rico em O2. As veias pulmonares chegam ao átrio esquerdo com sangue rico em O2. Professor: A primeira (1ª) função importante: REOXIGENAÇÃO DO SANGUE – é permitir a remoção de CO2 pelos pulmões (não tem outra forma). SISTÊMICA Início no ventrículo esquerdo com sangue rico em O2. Rota de saída da aorta: há várias ramificações e o sangue migra para região periférica (de diâmetros grandes para pequenos) para artérias de grande calibre na região central; à medida que se distancia, artérias de médio calibre até chegar nos órgãos, artérias de pequeno calibre com sangue rico em O2. Porém, para entregar 10 para o tecido é péssimo, bom apenas para transportar, daí a necessidade das arteríolas (sangue rico em O2). Só que para nutrir é preciso diminuir para capilares sistêmicos com sangue rico em O2. Os tecidos não param de trabalhar para produzir energia é necessário O2 e produção de CO2 (efeito Bohr: para O2 entrar, o CO2 tem que sair). Aqui o sangue vem arterial e volta venoso, sai dos pequenos vasos e vão para os grandes, nos tecidos as vênulas, sangue rico em CO2, para drenar para região central, as veias de pequeno calibre direciona para veias de médio calibre até chegar na região central do corpo e pelas veias de grande calibre, o sangue com CO2, até chegar nas maiores, veias cavas superior e inferior, que desembocam no átrio direito rico em CO2. Portanto, A primeira (1ª) função é nutrir os tecidos de sangue rico em O2. A segunda (2ª) função é remover o excesso de CO2 dos tecidos e órgãos. Exemplo: paciente com parada cardíaca fica cianótico, pois a circulação sistêmica na funciona e mantém o CO2. O paciente está morrendo. Exemplo: HAS. O problema nas artérias onde tem pressão gerado no ventrículo esquerdo que tem de ser maior que as artérias grandes, médias e de pequeno calibre. O aumento se dá nas artérias posteriores, o que leva o ventrículo esquerdo contrair com mais potência, gasta mais energia e O2, e é comum apresentar insuficiência respiratória. Com o tempo pode acarretar insuficiência cardíaca à esquerda. No DPOC grave gera o mesmo efeito, só que o ventrículo direito não tem a mesma potência e gera a insuficiência cardíaca à direita, “cor pulmonare”. É preciso saber onde é o “acidente”. No HAS é sistêmico. No diabético também afeta sistemas. Todos ocorrem na circulação sistêmica Para gerar insuficiência no ventrículo direito só se o problema for respiratório. Contudo, à medida que afeta o ventrículo esquerdo começa afetar o ventrículo direito, o que gera progressivamente a insuficiência cardíaca congestiva. O problema é que quem é hipertenso também é obeso. Além da hipertensão mal cuidada. PULMÃO Recebe duas (2) circulações: 1) Pulmonar 2) Brônquica: inicia no ventrículo esquerdo com sangue rico em O2 11 > Saída: artéria aorta com sangue rico em O2. Migra para artéria de grande calibre, chega nos pulmões por duas artérias brônquicas para pulmão esquerdoe uma para o pulmão direito (no total são três artérias brônquicas) com sangue rico em O2, que chega nos brônquios, e, então, liberam CO2 para corrente sanguínea, sai pelas veias brônquicas com sangue rico em CO2 e chegam pelo átrio esquerdo que tem sangue rico em O2. É o efeito shunt anatômico, ocorre mistura de sangues. Por causa desse efeito, nenhum sangue arterial terá sangue 100% de O2, e haverá percentual de CO2. A gasometria afere esse percentual. A primeira (1ª) função é nutrir o tecido de sustentação do pulmão de O2. É a circulação nutricional. Exemplo do TVP: gera embolia pulmonar e necrose da artéria brônquica, que pode ser fatal. Isso é comum acontecer em pacientes com fratura no fêmur. CIRCULAÇÃO CORONARIANA Início no ventrículo esquerdo, sangue rico em O2, sai pela aorta – pela sistêmica o sangue sai pela valva e na diástole corre risco de voltar a descer (ele tem efeito de corrente dentada). Nesse movimento de descida encontra duas (2) artérias coronárias direita e esquerda (portanto, recebem pela diástole para nutrir o próprio coração), enquanto o restante é nutrido pela diástole. Os vasos estão presentes no pericárdio. Exemplo: as compressões torácicas têm efeito de simular a sístole, na melhor das hipóteses equivalem a 30% da saída de sangue, quando alivia simula uma diástole e irriga o coração e mantém as células cardíacas vivas, pois em 10 minutos leva a necrose das células. Portanto, a razão da compressão é a diástole, o alívio, daí a importância do ritmo estável para as artérias coronárias. Chega no tecido cardíaco, sangue com O2, e produz energia e libera CO2 (troca). Com a liberação passa para as veias coronárias de menor calibre aos maiores e convergem para região central (entre átrios e ventrículos), porém, mais entre os átrios, é a região do seio coronário que contém também veias minúsculas descobertas e chamadas de veias de Thebesius (região rica em CO2): 12 Dessa região, bifurca e parte chega no átrio direito (rico em CO2), e parte para o átrio esquerdo (rico em O2). No último ocorre uma mistura. CONCLUSÃO: Então, somado as duas (2) misturas oriundas do sangue que nutriu o pulmão e parte do que nutriu o coração, corresponde a 2% a 5% do total do sangue do corpo. Daí que não existe paciente com 100% de sangue de saturação de O2. Sempre varia entre 90% a 98%. Hoje é possível monitorar esse shunt anatômico. Acima de 5% do shunt anatômico, há patologias no pulmão de atelectasia. Nos extremos como SARA, pode chegar a 1/3 de sangue shunt anatômico, que não é suportável pelo organismo. Portanto, a origem do shunt anatômico são: > Artérias brônquicas; > Veias de Thebesius. A funcionalidade dos ramos do coração depende dos hábitos de vida, porque nasce com duas (2) se desenvolve ao longo da vida. Se faz atividade física regular gera mais ramos, se for sedentário haverá poucos ramos e enfarto pode ser fatal. 29.08.2019 AULA 4 ANATOMIA DAS ARTÉRIAS CORONÁRIAS ARTÉRIA CORONÁRIA DIREITA >> Origina-se do seio direito da parte ascendente da aorta e corre no sulco coronário ou atrioventricular; >> Ramos: > Ramo do Nó Sinusal = supre o Nó Sinusal; > Ramo Marginal Direito = supre a margem direita do coração; > Ramo do Nó Atrioventricular = supre o Nó Atrioventricular; > Ramo Descendente Posterior = supre ambos os ventrículos e o septo interventricular por ramos septais. RAMOS : 4 ramos coronária direita : 2 ramos coronária esquerda 1) Coronária Direita: ramo nó sinusal. Nutre o nó sinusal, marcapasso fisiológico: inicia estimulação elétrica. Se entupir o ramo, necrosa o nó sinusal e o paciente 13 morre na hora. Não existe marcapasso para o nó sinusal, pois perde o início do impulso elétrico. Imagem: embaixo da aurícula no átrio direito, e contra a força da gravidade. Há poucas chances de obstruir esse ramo com gordura. 2) Coronária Direita: ramo marginal direito. Nutre a margem com vários sub ramos. Imagem: obstrução é abaixo (gordura). Ela morre? Não, não é área tão nobre, mas nutre essa região. 14 3) Coronária Direita. Ramo nó atrioventricular. Se perder e necrosar, se chegar no hospital é possível instalar o marcapasso. Coronária direita. Ramo descendente posterior (clínico). Anatomicamente é interventricular posterior. Ele nutre entre os ventrículos. É a parte posterior do septo interventricular. Imagem (acima): é mais calibroso. Ramos vão para lado direito e lado esquerdo. Nutre a parede dos ventrículos, a musculatura. A perda é grave, fica na face diafragmática. Enfarto nessa área é fulminante. 4) Ramo descendente posterior. Nutre um pouco o lado direito e lado esquerdo. Em geral, as carótidas direitas nutrem o lado direito, onde ficam a maior parte das paredes. Por isso são fundamentais. ARTÉRIA CORONÁRIA ESQUERDA >> Origina-se do seio esquerdo da parte ascendente da aorta e passa entre a aurícula esquerda e o tronco pulmonar do sulco coronário; >> Ramos: > Ramos Descendente Anterior = supre ambos os ventrículos e o septo interventricular (emite ramos diagonais e septais); > Ramo Circunflexo = supre parede lateral e posterior de átrio esquerdo e ventrículo esquerdo 15 1) Ramo descendente anterior (nome anatômico do ramo interventricular). No septo na parte anterior e deste ramo há sub ramos para o lado direito e lado esquerdo. Além dos septos (parte anterior), a parede anterior dos dois (2) ventrículos. 2) Ramo circunflexo: circunda o coração, dá volta no coração. Da volta pelo lado esquerdo, passa pelo lado esquerdo, sai ramos para átrio e ventrículo. Ele nutre a parede do lado esquerdo do coração: átrio e ventrículo esquerdo. Em geral nutre as câmaras e musculatura do lado esquerdo. Qual a mais importante? Se perder a coronária esquerda perde duas (2) paredes do coração. Imagem: a circunflexa dá a volta e imagem 2 e termina no lado esquerdo. SISTEMA DE EXCITO-CONDUÇÃO >> Nó Sinusal: é o local onde se origina o estímulo elétrico cardíaco; >> Feixes intermodais: > Feixe de Bachman (anterior): propagação de estímulo elétrico por AE (átrio esquerdo), SIA (septo interatrial) e região superior do Nó A-V (átrio ventricular); > Feixe Médio: propagação de estímulo elétrico pelo AD (átrio direito) e superior no Nó A-V (átrio ventricular); 16 > Feixe de James (póstero-inferior) propagação de estímulo elétrico pela região posterior do AD e Nó A-V (átrio ventricular). 1º) Para o coração funcionar é necessário as paredes nutridas e ramos não acumulem gordura para não gerar riscos 2º) Eletricidade extremamente organizada é chamada de “excito condução elétrica”. É uma fiação que não pode desviar para estimular adequadamente as fibras musculares de modo homogêneo, senão gera arritmia (são os desvios), é uma espécie de curto circuito (leves ou fatais) 1) Toda eletricidade precisa ser gerada inicialmente no Nó Sinusal (há casos reversíveis e outros fatais). São feitas pelas células nervosas, porém não há interferência de neurônio do Sistema Nervoso Central. Por isso, funcionam mesmo com a morte cerebral. De onde vem o impulso? Do próprio coração. Isso torna autonômico. O Nó Sinusal dispara de acordo com a necessidade do corpo. É sensível à química do sangue. Exemplo ao dormir: libera menos substâncias tóxicas; Na atividade física há mais substâncias tóxicas. Esse controle é muito apurado. 2) Para o impulso elétrico é necessário despolarizar e repolarizar. Ca+ e Na+. O Na+ e Ca+ despolariza (ativação) e K repolariza (repouso) – é o íon repolarizante usado na pena de morte. Íons principais do sistema: Na, Ca e K. 17 Inicia no Nó Sinusal. No topo do átrio direito. Como resolver os dois (2) átrios simultaneamente? São os três (3) feixes intermodais a responsabilidade de espalhar eletricidade de modo homogêneo nos dois (2) átrios. Por onde estimuladores passam os pontos vão contraindo dos átrios aos ventrículos.É por isso que o sistema tem que ter a mesma representação. Os três (3) feixes (anterior – Bachman –, médio e posterior-inferior – James). O problema nesses feixes (feixes de músculos) não há marcapasso para esses feixes intermodais. Só que alguns formam pontos de nós, e quando ativam geram eletricidade e passam a fibrilar (arritmia fibrilar) ao invés de contrair. Daí é necessário usar medicamento, se não funcionar será necessário destruir esses nódulos (espécie de enfarto controlado). Os pacientes relatam sintomas. >> Nó Atrioventricular (A-V): filtra estímulos superiores e funciona como marcapasso subsidiário; >> Feixe de His: começa na extensão anterior do Nó A-V e penetra através do septo interventricular em direção aos ventrículos; >> a partir do Feixe de His são originados o ramo esquerdo que se distribui no subendocárdio do VE e o ramo direito que se distribui no subendocárdio do VD; >> As células mais periféricas do sistema de condução são conhecidas como células de Purkinje. 3) Os 3 feixes convergem para o Nó Atrioventricular. É o marca passo secundário, recebe do Nó e envia para o ventrículo. Nó é um emaranhado (enovelados) de células musculares (são fibras musculares) que se especializaram a enviar eletricidade já nas primeiras semanas de gestação. A contração tem que ser de baixo para cima, só que vem de cima, e agora? Tem de encapar o sistema. É enviado para o feixe de HIS, que descem pelo centro do septo interventricular até o ponto final do canal elétrico no ápice do coração e se abre em duas (2) redes: lado direito; lado esquerdo (ramo esquerdo). É a rede de células. Essa rede é o ramo de Punkinje, ou célula ou fibra. Agora a eletricidade se espalha por toda musculatura ventricular, e o coração contrai de baixo para cima. Qualquer desvio gera arritmia. As que devem gerar eletricidade devem ser exclusivamente as do sistema excito-condução. 18 Imagens: 1. Nó Sinusal 2. Nó Atrioventricular 3. Fibra de Purkinje Imagem: ventrículo célula de purkinje. 19 Qualquer ponto de bloqueio do Nó atrioventricular até as fibras de purkinje pode substituir por um marcapasso. Se for no Nó Sinusal tem que controlar com medicamento. De modo geral os pontos responsáveis por gerar eletricidade são o Nó Sinusal e Atrioventricular (este recebe e distribui) Feixes de condução : Internodal : HIS : Purkinje Quem avalia é o eletrocardiograma. É uma foto do impulso de segundos da eletricidade. Se for arritmia é variável e pode ser que o resultado seja normal. Para um exame mais longo tem que ser um vídeo. Nesse caso usa um holter com eletrodos fixados 24h no paciente, que faz todas atividades diárias rotineiras. O paciente anota as atividades para análise das arritmias. Daí a importância do check-up porque as arritmias são assintomáticas. A importância é evitar que as fibras cardíacas fibrosem, pois elas não regeneram. 05.09.2019 AULA 5 ANATOMIA DAS CÉLULAS CARDÍACAS >> Miócitos : 75% do volume total do miocárdio >> Túbulos T : sarcolema invaginado >> Mitocôndria : geração de energia >> Retículo sarcoplasmático : descarrega Ca+ (cisternas sarcolêmicas) >> Actina e miosina > Estrutura celular de fibras cardíacas, 75% de miócito, além do tecido conjuntivo > Miócitos tem características próprias: organelas celulares tem membrana plasmática, mas é diferente das células musculares. Da fibra é sarcolema (membrana plasmática das fibras musculares cardíacas). Ele é único, as características são diferentes das outras células do organismo. 20 As depressões são os túbulos T, por que é diferente do restante do corpo? em repouso a carga é negativa, para contrair é preciso ira para positivo (despolarização) por meio do potencial de ação PA. Quem entra em ação? Íon de Na+ a célula sai do negativo e vai para o positivo. Mas, o coração tem uma regra a mais: para conseguir despolarizar é preciso a presença de Ca2+, é a parte mais importante da função do Ca+. Ele entra pelos túbulos T do sarcolema, que é bastante especializado. Contrai muitas vezes e é necessária muita energia. Há presença de mitocôndria que produz ATP. O condicionamento físico aumenta a capacidade mitocondrial e aumenta a energia. Se não tiver regularidade na atividade física, perde. Há ainda uma estrutura chamada de retículo. O retículo liso é de lipídios, o rugoso produz proteínas e controla o fluxo de Ca+ no interior da célula, por isso é chamada de retículo sarcoplasmático (porque também controla o Ca+). Qual a intenção? Se a próxima contração for mais potente, o retículo libera mais Ca+, se diminui a contração, o retículo rugoso segura o Ca+. Ele fica decidindo/ regulando. Portanto, Quanto maior o Ca+, maior a contração, quanto menor o Ca+, menor a contração Proteínas contráteis: actina e miosina formam os sarcômeros. 21 FUNÇÕES DO SISTEMA CARDIOVASCULAR >> Transporte de hormônios – Produção de hormônios >> Remoção de produtos do metabolismo celular >> Transporte de O2 >> Regulação da temperatura >> Transporte de Nutrientes FUNÇÕES: 1ª) Transporte de hormônios. Se não funciona adequadamente tem uma série de consequências. Hormônios como insulina é fator de risco para o infarto; ou a diabetes pode ser uma complicação para problema cardíaco, tipo II. Ele passa a trabalhar de maneira monótona e não distribui insulina pelo corpo. É preciso saber se a diabetes foi fator de risco ou complicador. >> Peptídeos natriurético atrial: produzido na célula atrial. Sigla é NA (natri). Natriurese (urese = secreta), ele secreta água. Ele tem a função de ajudar a secreção de Na+. O problema de hipertensão pode ser fator de risco ou complicação. Se é diabético provoca HAS, se é hipertenso pode provocar a diabetes. 2ª) Remoção de produtos metabólicos celular: remove o excesso de CO2. Há doenças que a mão da pessoa tem cianose periférica, fica impregnada nas hemoglobinas. É chamada de baquetamento digital, em geral quem tem, tem doença cardíaca. Representa essa dificuldade de remover substâncias tóxicas. 3ª) Transportes de O2: ao fazer o sangue circular mantém a temperatura estável. Exemplo: se a pessoa tiver uma parada cardiorrespiratória, em segundos parece que ela está morta. Há nomenclaturas em artigos que dizem que a pessoa está com “febre interna”. A temperatura interna é a temperatura do sangue e não da pele. No hospital é comum a infecção generalizada: sepse. Encosta no pé e parece necrosado e no tórax quente. Só que se colocar o termômetro a temperatura pode estar baixa, porque o sangue está concentrado nos órgãos Peptídeo natriurético atrial (ANP) CO2, ureia, creatinina Glicose, aminoácidos, ácidos graxos, vitaminas, drogas e H2O 22 vitais. Daí que o conceito de febre interna não é real. É a circulação do sangue que detém a temperatura total. 4ª) Transporte de nutrientes: carboidratos, lipídios, proteínas, água, vitaminas e com medicação as drogas necessárias. PROPRIEDADES CARDÍACAS CONTRACTILIDADE É a propriedade que tem o miocárdio de contrair-se, funcionando o coração como um Sincício. Ele responde segundo a lei do tudo-ou-nada, ou responde com uma contração total ou não responde EXCITABILIDADE É a propriedade que tem o miocárdio de reagir (potencial de ação e contração) quando estimulado AUTOMATISMO Tem a capacidade celular de gerar estímulos. A zona de automatismo possui frequência mais alta, passa a comandar a ativação cardíaca submetendo a excitação de todas as fibras ao seu próprio ritmo. Torna-se assim, o marca- passo cardíaco propriamente dito. CONDUTIBILIDADE As células miocárdicas possuem característica funcional de condutibilidade, isto é, são capazes de transmitir um estímulo gerado em uma parte do coração para o resto do miocárdio. Quatro (4) propriedades bem definidas: 1) Contratilidade: todas fibrascardíacas têm a capacidade de contrai quando recebem o estímulo elétrico. A diferença é que obedece a lei do tudo-ou-nada (fisiologia). Significa que a fibra recebe estímulo elétrico ou todas contraem ou nenhuma vai contrair. A explicação é que as fibras estão dispostas em Sincício (em forma de rede). É diferente de qualquer outro músculo do corpo. Exemplo: FES. As fibras musculares ficam em forma de fascia e para gerar contração é preciso pegar o ponto motor por não estar ligado em forma de rede. Para usar o ângulo adequado precisa fazer em vários ângulos diferentes. Por isso 23 não adianta colocar um movimento isolado na reabilitação como extensão de joelho para quadríceps, por isso tem que trabalhar com funcionalidade. O coração se organiza em duas redes (2 sincícios): 1) Atrial 2) Ventricular Em tempos diferentes: enquanto um está contraído o outro relaxando. 2) Excitabilidade: todas as fibras cardíacas têm capacidade de reagir a estímulos elétricos: é o potencial de ação. Significa que as fibras são muito sensíveis e reagem ao estímulo muito fácil. Coisas como cafeína em excesso, energético com taurina (semelhante a adrenalina), pré-treino, comidas calóricas, poluição – todos hiperestimulantes que irritam as fibras, porque estão preparadas para serem estimuladas mais facilmente. 3) Automatismo: todas as fibras têm capacidade de gerar estimula elétrico, mas se todas fizerem, morre por arritmia grave. Algumas partes se especializaram em fazer isso: >> Nó sinusal >> Nó atrioventricular O problema do estimulante é que desperta a fibra em um momento que deveria contrair. 4) Condutibilidade: toda fibra tem capacidade de conduzir eletricidade, mas algumas irão se especializar, são os feixes (HIS, intermodais, purkinje). Os Nós se especializam em gerar eletricidade. As outras células são do Sincício. Fazem as duas (2) outras funções excitabilidade e contractibilidade. Portanto, cada um tem a sua função. SINCÍCIO 1) Ponto de estimulação elétrica: Nós 2) Rede: ele se abre a partir do Nó, os feixes garantem que se expande para todo lado (átrios e ventrículos). Na fibra musculoesquelética são várias fibras encapadas pela fascia, por isso a estimulação elétrica não contrai todas áreas. começa na gestação 24 POTENCIAL DE AÇÃO >> Repouso: membrana polarizada >> Despolarização: membrana permeável à Na+ >> Repolarização: canais de Na+ se fecham e abrem os canais de K+, restabelecendo o repouso > Repouso: a carga elétrica está negativa (polarizada). > Contração: despolarização sai da polaridade inicial. O íon despolarizado do coração é o Na+ (está presente em tudo), é provocada pelo Na+, mas permitida pelo Ca+ (na presença de Ca+). Excesso de Ca+ despolariza excessivamente, e a fibra cardíaca fica em espasmo, contração espasmódica. Basta um problema eletrolítico e desidratação para gatilho. > Precisa repolarizar e trazer para estado negativo. Precisa trazer de volta o K+ e extrair Na+ e Ca+. Pela bomba de Na+ e K+. O k+ é íon repolarizante, o Na+ é despolarizante. 25 > O K+ com taxa alta, as fibras repolarizam e não contrai e o coração mesmo com estímulo elétrico fica mais potente. O K+ em excesso matam as pessoas. Assim é a pena de morte nos EUA. O coração paralisa com injeção de K+. Paciente que não consegue filtrar o sangue direito, os insuficientes renais são candidatos ao excesso de K+, com hemodiálise é gradual até ter que transplantar. K+ alto paralisa. K+ baixo acelera demais: provoca arritmia. Na UTI monitora: exame de sangue Na+ e K+, se estiver desregulado pode ocorrer efeito colateral. 12.09.2019 AULA 6 CONCEITOS CONCEITOS FUNCIONAIS APLICÁVEIS AO CORAÇÃO >> DÉBITO CARDÍACO: Volume de sangue que o ventrículo esquerdo ejeta em 1 minutos de atividade; É o conceito/ função mais importante. O coração é um gerador de débito cardíaco. O coração não puxa, mas o sangue retorna. Ele gera sangue, ejeta a quantidade de sangue durante 1 minuto. Débito Cardíaco: quantidade de sangue ao longo de 1 minuto. Em média o débito cardíaco é igual a 5 litros/ minuto, significa que um 1 minuto entrega sangue para todos tecidos do corpo. > Insuficiência cardíaca: quando envia 3 litros/ minuto. > Parada cardíaca: quando o envio é 0 litros/ minuto. Portanto, basta que não envie débito cardíaco. >> VOLUME SISTÓLICO: Volume de sangue que o ventrículo esquerdo ejeta a cada sístole; Volume Sistólico: variável importante. É a contração do ventrículo esquerdo – a quantidade de sangue que sai a cada contração. Importa o que sai em 1 minuto: DC = VS X FC > FC: pode contar > VS: só por ecocardiograma (não invasivo) 26 Dá para saber o formato das câmaras e quanto sai de sangue. > VSF (volume sistólico final): contrai e sai sangue, mas há um pouco de sangue que sobra na câmara; > VDF (volume diastólico final): a diástole é movimento de relaxamento (momento que enche). É o sangue que chega, é toda capacidade que o ventrículo tem de receber sangue. Todas as variáveis são monitoradas pelo ECG (ecocardiograma). E o átrio? Não, porque só recebe, a verdadeira bomba é o ventrículo. >> VOLUME DIASTÓLICO FINAL: Volume de sangue presente no ventrículo esquerdo ao final da diástole; Duas variáveis no coração: >> RESISTÊNCIA VASCULAR SISTÊMICA: Força que se opõe ao fluxo; Resistência é a variável aplicável ao cilindro: > Vasoconstrição. É a resistência vascular sistêmica. É a pressão externa sobre os vasos. >> PRESSÃO ARTERIAL: Pressão que o sangue exerce no interior da parede das artérias. 27 É a pressão contra a parede da artéria. É gerada pela retenção líquida, pela quantidade de Na+ (sódio) contida na alimentação. > No hospital injeta o soro: água + Na+Cl-, intravenosa, é diferente de beber, pois demora até 30 a 40 minutos para gerar efeito. É aferida pelo esfigmomanômetro (pressão arterial). Com ecocardiograma e esfigmo se afere o débito cardíaco e a pressão arterial. Daí a importância do check-up para prevenção. DIVISÃO DO CICLO CARDÍACO O ciclo cardíaco é dividido em dois períodos: 1. DIÁSTOLE: relaxamento, onde o coração se enche de sangue. Diástole: relaxa. Primeiro tem que encher de sangue. É mais importante do que contrair. Há patologia da hipertrofia cardíaca, em que não enche direito, não contrai direito e diminui o espaço. E começa a limitar o movimento, a amplitude. Isso para o coração é fatal. > O uso de suplementos busca gerar efeito do coração similar a uma pessoa com excelente condicionamento. 2. SÍSTOLE: contração, ocorre após a diástole. Sístole: é o movimento de contração. As quatro (4) câmaras contraem ao mesmo tempo? Não é aplicada para as câmaras, umas fazem sístole e outras diástole. Cada um no seu tempo. Diástole e Sístole são subdivididas em 8 subfases. É observável em exames de monitoramento em milissegundos. 28 CICLO CARDÍACO Os lados são completamente diferentes, mas em ciclos são iguais: >> RELAXAMENTO ISOVOLUMÉTRICO: O átrio esquerdo relaxa antes do ventrículo esquerdo; O átrio relaxa antes do ventrículo, pois o átrio tem que encher primeiro. Com o átrio completamente relaxado, o ventrículo tem que relaxar. Esse movimento ocorre em períodos, é o período refratário em que há liberação de K+ que volta para dentro da célula, ocorre repolarização. É iso = não muda o volume. Sequência: > Átrio relaxa e ventrículo contrai; > Átrio contrai e ventrículo relaxa; > Átrio relaxa e ventrículo relaxa... Nesse último, a pressão fica tão alta no átrio que a valva abre e o sangue desce: é o enchimento rápido: >> ENCHIMENTO RÁPIDO: Abre a válvula mitral, sangue passa ao átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo em pouco tempo; Ela só abre porque a pressão está alta. O átrio não contrai. No segundo momento, o sangue demora para passar devido a diferença de pressão e as válvulascomeçam a fechar, o sangue passa cada vez mais lento, é o enchimento lento: >> ENCHIMENTO LENTO: Pressões de átrio esquerdo e ventrículo esquerdo iguais, sangue passa direto ao átrio esquerdo para o ventrículo esquerdo; Daí os átrios contraem para terminar de esvaziar o que tem dentro deles, cerca de 25% que estava sobrando. Ele contrai porque não é potente e pode fadigar, e atua a favor da gravidade. Pelo exame não consegue ver isso. >> SÍSTOLE ATRIAL: Quando passa 75% do sangue, ocorre a contração atrial, onde é ejetado o restante do sangue (25%). Na Sístole Atrial, os átrios contraídos e ventrículos lotados de sangue que aumentam a pressão. Nos ventrículos só a diferença de pressão não resolve. Os 29 ventrículos têm que começar a contrair para ejetar o sangue. Eles entram na fase isovolumétrica: >> CONTRAÇÃO ISOVOLUMÉTRICA: Aumento de tensão ventrículo esquerdo sem alteração de volume; Na contração isovolumétrica, o ventrículo irá aumentar a tensão das fibras. Parece uma pressão isométrica (as fibras só tensionam). Ele fica tenso e contrai. Ele precisa aumentar o grau de tensão para aumentar a pressão dentro da câmara e facilitar a ejeção. >> EJEÇÃO MÁXIMA: Grande passagem de sangue do ventrículo esquerdo para Artéria Aorta em pouco tempo; Daí as valvas abrem e o sangue passa bem rápido. O sangue sobe, as valvas abrem e o sangue passa, a pressão fica menor e o sangue passa em menor quantidade, até que as pressões entre os átrios e ventrículos se igualem. Chega a ejeção mínima: >> EJEÇÃO MÍNIMA: O fluxo diminui até zero pressões iguais; V.S. = soma das 2 fases, ejeção máxima e ejeção mínima. Na câmara sobra V.S.F. As câmaras se fecham e o ventrículo começa a relaxar. É a Protodiástole = movimento de relaxamento: >> PROTODIÁSTOLE: O ventrículo esquerdo começa a relaxar fecha a Valva Aorta – PAo = 120mmHg – PS) Nesse momento que a valva fecha é aferida a pressão sistólica, quanto de pressão gerou na artéria. Quanto terminar a protodiástole tem a pressão diastólica que não pode ser muito alta (limite de 100mmHg), porque senão o ventrículo não relaxa direito e é perigosa. É a sístole que determina se tem pressão alta, a diástole que não está relaxando (a diferença entre elas deve ficar entre 30 a 40mmHg). Quando o ventrículo contrai, o átrio está fazendo o relaxamento isovolumétrico. Ocorre em milissegundos. ELETROCARDIOGRAMA Irá monitorar a tensão e se o ciclo funciona adequadamente por ondas alfabéticas: P, Q, R, S e T. As cinco (5) com representações importantes: 30 As centrais unidas em um complexo QRS >> ONDA P: Propagação da despolarização dos átrios; é seguido pela contração atrial. > Significa a despolarização nos átrios. O estímulo está começando no Nó Sinusal. A despolarização ocorre em milissegundos. O técnico conta os quadradinhos. Se estiver muito para vertical há sobrecarga no átrio direito, na horizontal, sobrecarga no átrio esquerdo. Pode ter no máximo 2 quadradinhos. Primeiro passa a onda elétrica e depois contrai: Despolarização Contração (tem que ver no ECG) ocorre nesse seguimento, entre a onda P e o complexo QRS. >> COMPLEXO QRS: despolarização dos ventrículos; antecede a sístole ventricular; 31 QRS: despolarização dos ventrículos, se estiver bem feito significa que a onda elétrica foi para o ventrículo. Ocorre após a contração. >> ONDA T: repolarização dos ventrículos, ocorre antes do término da contração ventricular. Onda T: repolarização dos ventrículos, momento onde volta o K+ A repolarização dos átrios não há representação elétrica porque é muito fraca, mas começa a onda QRS a partir do S os ventrículos começam a relaxar. Período refratário entre T e o P que estão todos relaxados, até a onda elétrica começar de novo. Se o coração bater muito rápido ele tem pouco período refratário e não consegue relaxar e indica que está enviando menos sangue. É preciso de alto regulação arterial e cardiovascular. Por isso para treinar direito tem que monitorar a Frequência Cardíaca. O limite é dado no teste ergométrico. O parâmetro é trabalhar o submáximo. Relação tempo de treino com frequência cardíaca. 32 19.09.2019 AULA 7 UTILIZAÇÃO DE O2 PELO CORAÇÃO >> Está diretamente relacionada com o trabalho cardíaco que, por sua vez, é determinado principalmente pela quantidade de sangue bombeado e pelo nível da pressão arterial do bombeamento. REGULAÇÃO DA FUNÇÃO CARDÍACA Objetivo é manter o débito cardíaco sempre estável (débito cardíaco: função mais importante). Tem que oxigenar (circulação coronariana). Se o coração trabalhar mais, quer mais O2. Sintomas cardíacos: o mais esperado é a dificuldade para respirar. Se o trabalho do coração é muito intenso, ele gasta mais energia. Utilização de O2 é proporcional ao trabalho do coração. Condicionamento físico: o coração faz a mesma coisa sem usar muito O2. O coração é econômico, sem usar muita energia. O ganho é em qualquer faixa etária, porém proporcional. Primeiro, se tem doença tem que levar em 33 consideração. Exemplo da insuficiência cardíaca na fila de implante: o exercício de abrir e fechar a mão é proporcional a corrida na esteira para uma pessoa normal. REGULAÇÃO DA FUNÇÃO CARDÍACA: DUAS (2) FORMAS (INTRÍNSECA E EXTRÍNSECA) 1) REGULAÇÃO CARDÍACA INTRÍNSECA: O coração não depende de ninguém para manter sua autorregulação. Tem regras: se regula com bombeamento, precisa de 5 litros/ minuto (em média): BOMBEAMENTO CARDÍACO >> Repouso: coração bombeia de 4-6 litros de sangue a cada minuto. >> Exercício: bombeia de 4-7 vezes esse volume. No exercício bombeia entre 4 a 7 vezes mais o volume de repouso (5 litros/ minuto), e chega até 25 litros/ minuto. Nenhuma bomba consegue assim. Tem que treinar para isso. A pessoa tem capacidade para o exercício, mas para olimpíadas tem um fator genético agregado (atletas de alto rendimento). Na escola tem atividade, mas não treinamento para proteger o coração (condicionamento físico e proteção). Daí a importância do teste físico. MECANIMOS F-STABILIZER O coração se adapta a diferentes volumes que chegam nele. Significa que se chegar bastante sangue no coração, a tendência é sair mais. Mas, ode sair a mesma coisa sem gastar tanta energia. Se chegar pouco, não pode sair pouco, ele contrai com mais força e gasta mais energia. O coração depende do sangue que chega, o retorno venoso: RETORNO VENOSO Se chega menos sangue, o coração contrai mais. No hospital, o médico aumenta o volume de sangue com o uso do soro. Então, chega mais sangue no coração e normaliza (as pressões baixas são sinais de infecção). No paciente pode chegar a 8 litros de soro ao dia para aumentar o retorno venoso e chegar no coração. O retorno venoso tem interferência de 6 variáveis: 34 >> Postura; Deitado: o sangue volta mais fácil. Isso é bom para quem tem coração bom, para quem não tem, o coração não aguenta e vai para o pulmão. Se coloca na posição vertical, piora o retorno e exige uma contração mais potente. O paciente com pneumonia precisa de pelo menos 45º de inclinação. A elevação tem que ser homogênea. Se colocar rolinho embaixo do joelho comprime os linfonodos e o tornozelo fica sobrecarregado. Se o paciente for cardiopata pode matar pelos pulmões (edema agudo no pulmão), porque o coração não aguenta. Ele tem que ficar na posição estável a 0º. Essa regra é muito importante. Compensações: >> Válvula das Veias; BOMBA MUSCULOESQUELÉTICA Eles apertam as veias, sistema de válvulas, o sangue sobe e não volta. Por isso se trabalha na UTI desde o 1º dia, porque após 3 meses pode gerar sequelas irreversíveis. Mesmo em neuro tem que trabalhar a parte cardiorrespiratória. Não é só mexer nos seguimentos e membros das pessoas. >> Contrações Plantares; Se fizer dorsi e plantiflexão é precisofazer voluntário (ativa). Daí o trabalho com eletroestimulação nos pacientes. BOMBA RESPIRATÓRIA Toda vez que inspira sai pelo tórax, na expiração ele volta para o coração: >> Inspiração: sangue para tórax; >> Expiração: sangue para coração; >> Pressão negativa do Átrio Direito A diástole gera pressão negativa. 35 Daí a importância da fisioterapia. Irá intervir em todas as fases, salvo a válvula e a pressão negativa. De 6 variáveis, agem em 4. Mesmo assim, atua de modo indireto nos outros 2, pois são anatômicos (como átrios ao se movimentar, ajuda o sangue). O mecanismo de F-Stabilizer depende do retorno venoso e este dos 6 fatores. Nosso corpo é programado para o movimento. Indivíduo após iniciar atividade, demora cerca de 3 meses para evoluir no condicionamento. É muito mais fácil ficar forte do que resistente, forte em 1 mês se vê definições. CONTROLE CARDÍACO 2) REGULAÇÃO EXTRÍNSECA: vem de outra parte do corpo, o SNA (Sistema Nervoso Autônomo), Simpático e Parassimpático. O cérebro não exerce nenhuma ação sobre isso. Exemplo da meditação: não é o cérebro, mas o sistema autônomo que cessa os estímulos no coração. Não há controle direto sobre o SNA. >> O controle nervoso afeta a redistribuição do fluxo sanguíneo para diferentes áreas do corpo, diminui a atividade bombeadora do coração e especialmente fornecendo um controle muito rápido da pressão arterial 36 >> Sistema Nervoso Simpático: pode aumentar por mais de 100% o débito cardíaco. O Sistema Nervoso Simpático é estimulante, age por conta de um hormônio, noraepinefrina, no sangue se transforma em noradrenalina, quanto mais permanecer no sangue se transforma em adrenalina, por isso se diz estímulo adrenérgico. Toda vez que há estímulo, a adrenalina provoca taquicardíaca. Exemplo do estresse e ansiedade. O efeito do estimulante é muito curto. Ele acelera o coração, aumenta o débito cardíaco. É o sistema simpático (é o acelerador). Efeito adrenérgico que aumenta o débito cardíaco (exemplo de café, energético, até mesmo um susto). Uma adrenalina sintética é administrada para agir no coração parado. >> Sistema Nervoso Parassimpático: pode diminuir o débito cardíaco até zero pela estimulação vagal. O Parassimpático é inibitório. O neurotransmissor acetilcolina que no músculo esquelético faz a contração, no coração inibe e a frequência cardíaca diminui, gera bradicardia (é o freio). O freio é o mais potente, só que precisa de regulagem. É igual o Sistema Nervoso Autônomo. O que entra mais em uso é o simpático, mais aceleração e estímulo. E o freio? A regulagem, o SNA Parassimpático é regulado pela atividade física regular e com o tempo, as fibras cardíacas vão se moldando e controlando o Simpático. Quando entra no eixo se torna fator de proteção. NERVOS CARDÍACOS Imagem: a inervação simpática é ventricular com descarga de adrenalina os ventrículos disparam direto na musculatura cardíaca. Por isso, o estresse virou doença do milênio. Os ventrículos sobrepõem às contrações. 37 O Parassimpático a inervação vem dos nervos vagos. Ele inerva o Nó Sinusal, o outro o Nó Atrioventricular. Assim, com a acetilcolina provoca um “curto circuito”. Ele cessa o estímulo de contração. O coração pode parar de acordo com a intensidade do estímulo inibitório. Estimulação interna do Simpático ao longo da vida pode gerar insuficiência cardíaca que não tem cura.
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