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CASOS CONCRETO 1

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CASOS CONCRETOS – DIREITO PROCESSUAL CIVIL III
 AULA 01: 
- QUESTÃO DISCURSIVA: 
1) A data da sessão de julgamento da apelação interposta por Manoel foi devidamente publicada no Diário Oficial. Diante do alto número de recursos pautados para serem julgados, o julgamento da apelação de Manoel foi transferida para sessão do dia seguinte. Após o julgamento desfavorável do respectivo recurso, o advogado de Manoel requereu a nulidade do julgamento vez que não foi intimado e que o recurso não poderia ter sido julgado no dia posterior à data previamente designada. Assiste razão ao patrono de Manoel?
Sugestão de resposta: Depende. O artigo 935 do CPC exige uma observância mínima de 5 dias entre a data de publicação da pauta e a data da sessão de julgamento. É certo que a inobservância de tal prazo ensejará a nulidade do julgamento. 
No entanto, o próprio artigo 935 do CPC prevê a possibilidade de julgamento na primeira sessão seguinte, independentemente de nova publicação, quando na sessão previamente designada o órgão expressamente manifestar-se em tal sentido. 
No caso do enunciado, caso na sessão originariamente marcada o advogado de Manoel tenha sido informado expressamente que o recurso seria julgado na próxima sessão, não há que se falar em nulidade. Porém, se esta não foi a hipótese, a nulidade é evidente, pois seria necessário uma nova publicação. 
É importante consignar que o STJ possui uma única decisão acerca do art. 935, do CPC, onde, em aparente contrariedade ao sentido da norma, se manifestou que não seria necessária a informação expressa de que o julgamento seria realizado na sessão seguinte:
 PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO RECURSO ESPECIAL. PROCESSO ADIADO POR INDICAÇÃO DO MINISTRO. CERTIDÃO DE JULGAMENTO INDICANDO ADIAMENTO, MAS SEM REFERÊNCIA DE QUE SERIA PARA A PRIMEIRA SESSÃO SEGUINTE. PROCESSO JULGADO NA SESSÃO SUBSEQUENTE ÀQUELA EM QUE HOUVE O ADIAMENTO SEM QUE HOUVESSE PUBLICAÇÃO DE PAUTA. REGULARIDADE. SINTONIA COM OS ARTS. 935 DO CPC/2015 E 90, § 2º, DO RISTJ. CUMPRIMENTO DE SENTENÇA. OBRIGAÇÃO DE DAR COISA CERTA. ART. 461-A DO CPC/1973. IMPUGNAÇÃO. APLICAÇÃO DO REGRAMENTO NO ART. 741 DO CPC/1973. REQUISITOS. ART. 1.022 DO CPC/2015. ERRO MATERIAL, OMISSÃO, CONTRADIÇÃO, OBSCURIDADE OU CARÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. AUSÊNCIA. 
1. A certidão de julgamento da sessão do dia 27/6/2017 foi no sentido de que os autos teriam sido adiados "por indicação do(a) Sr(a). Ministro(a)-Relator(a)" (e-STJ, fl. 352), sem especificar, contudo, se tal adiamento seria para a primeira sessão seguinte, omissão que, no entender da embargante, exigiria nova inclusão em pauta para qualquer sessão de julgamento, inclusive a que veio a ocorrer na sequência, em 3/8/2017. 
2. A alegação não merece prosperar, pois a conduta adotada pela Segunda Turma do STJ encontra-se em sintonia com os arts. 935 do novo CPC e 90, § 2º, do RISTJ, no sentido de que a inclusão será dispensada somente quando expressamente adiados os autos para a primeira sessão seguinte, visto que, embora inexistente a expressão "para a primeira sessão seguinte",
de fato, o recurso foi incluído na primeira sessão subsequente, ocorrida em 3/8/2017, em verdadeira harmonia com o espírito daqueles dispositivos processuais consistente na impossibilidade de se julgar processo em sessão posterior à primeira subsequente sem que conste de pauta publicada com antecedência mínima de cinco dias. 
(...) 
(EDcl no REsp 1240538/RJ, Rel. Ministro OG FERNANDES, SEGUNDA TURMA, julgado em 26/09/2017, DJe 29/09/2017)
No voto do Relator, foi apresentada fundamentação, no mínimo, curiosa. Inicialmente foi mencionado que “não se desconhece a redação dos arts. 935 do novo CPC e 90, § 2º, do RISTJ, no sentido de que a publicação em pauta será dispensada somente quando expressamente adiados os autos para a primeira sessão seguinte(...)”, prosseguindo-se com a afirmação de que “A certidão de julgamento da sessão do dia 27/6/2017 foi no sentido de que os autos teriam sido adiados(...), sem especificar, contudo, se tal adiamento seria para a primeira sessão seguinte”, para, ao final, concluir-se, de maneira contraditória, que não houve nulidade.
- QUESTÕES OBJETIVAS: 
2) Incumbe ao relator, exceto: 
a) negar provimento a recurso que for contrário a súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal. 
b) não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida. 
c) dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes. 
d) decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado em sede de primeiro grau de jurisdição. 
Resposta: D. Vide art. 932, VI, do CPC. Caso o incidente de desconsideração da personalidade jurídica seja instaurado em primeiro grau, a competência para a decisão é do próprio juiz de primeiro grau.
3) Quando o resultado do julgamento do recurso de apelação não for unânime deverá o Presidente do respectivo órgão fracionário do respectivo Tribunal: 
a) dar prosseguimento ao julgamento considerando a extinção do recurso de embargos de infringentes; 
b) deverá sobrestar o julgamento do recurso até a resolução da divergência pelos Supremo Tribunal Federal; 
c) deverá instaurar incidente para resolução da divergência instaurada no julgamento do recurso; 
d) inadmitir o recurso de apelação que originou a divergência. 
Resposta: C. Vide art. 942, do CPC, que trata sobre a técnica do prosseguimento do julgamento não unânime.

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