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1 SUMÁRIO UNIDADE 1: INTRODUÇÃO ....................................................................................... 2 UNIDADE 2: A QUESTÃO HISTÓRICA ..................................................................... 5 UNIDADE 3: CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................. 58 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 62 Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2 UNIDADE 1: INTRODUÇÃO Nesse início de século XXI, novas perspectivas, mudanças e desafios são apresentados no cenário educacional. Essas premissas trazem para o profissional da educação a necessidade de se colocar no mercado de trabalho com mais conhecimento, postura reflexiva e, sobretudo capacidade de interagir com esta nova ordem mundial. A própria sociedade vive um momento histórico e particular de sucessivas discussões sobre o que se refere à globalização, neoliberalismo, avanços tecnológicos e educação on-line, sob diversas abrangências, fazendo surgir uma nova estrutura que se firma na sociedade, a qual exige profissionais cada vez mais qualificados e preparados para atuarem neste cenário cada vez mais competitivo, instável e exigente. Diante disso, a Psicopedagogia traz possibilidades de reflexão, de análise, de um estudo mais sistematizado e significativo sobre a instituição escolar, bem como as suas questões relativas à aprendizagem. Uma das maiores contribuições da Psicopedagogia institucional é o avanço do conhecimento para a busca de um ambiente que viabilize a prática psicopedagógica para a redução do fracasso escolar, uma vez que este profissional precisa estar sintonizado e conhecer os alunos que fazem parte da instituição onde atua com o intuito de detectar as dificuldades de aprendizagem dos mesmos, e, a partir daí construir ações preventivas e intervencionistas dentro deste espaço. Sendo assim, pode-se perceber que a Psicopedagogia é um campo de conhecimento e atuação em Saúde e Educação, em que o profissional dessa área trabalha com o processo de aprendizagem humana, com padrões normais e patológicos, levando em consideração que, para o seu desenvolvimento, o sujeito sofre influência e interferência do meio em que vive como, por exemplo, a família, a escola e a sociedade. A Psicopedagogia, portanto, estuda a questão da aprendizagem humana como um todo. Esse conhecimento se deu a partir da necessidade de desvelar os problemas de aprendizagem que podem ser determinantes no fracasso escolar e nos insucessos de cada ser humano. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 3 A Psicopedagogia busca uma área de atuação mais organizada e estruturada. No entanto, faz-se necessário saber que esta área do conhecimento ainda está em fase de organização no que se diz respeito à fundamentação teórica, à integração das várias segmentações como as ciências pedagógicas, psicológica, fonoaudiológica, neuropsicológica e psicolingüística. Acredita-se que há uma necessidade de uma compreensão simples, porém integradora para viabilizar a aprendizagem humana, sendo esta o próprio objeto de estudo deste campo do conhecimento. Porém, pode-se perceber que ainda, a Psicopedagogia é conhecida por atender apenas às crianças e adolescentes com dificuldades de aprendizagem, mas isso trata-se de um engano, pois há distúrbios ou patologias que podem aparecer em qualquer momento da vida. Sendo assim, a Psicopedagogia pode trabalhar com sujeitos de qualquer idade, e tratando-se da Instituição Escolar, esta tem uma importância fundamental na questão social, pois ela é uma das responsáveis em encaminhar o aluno a refletir, a pensar e a questionar sobre a sua relação com a escola e com o aprender, objeto maior de atenção dos psicopedagogos. Neste sentido, espera-se que seja possível especializar profissionais para atuarem em uma prática reflexiva e preventiva nas dificuldades de aprendizagem, por meio de um estudo sistematizado deste fenômeno educativo, levando em consideração as mais diversificadas maneiras de aquisição do conhecimento. Sabe-se que esta área do conhecimento possui um sério compromisso de ação preventiva, uma vez que o ambiente escolar está envolvido em todo o processo de aprendizagem que inclui todos os seus sujeitos no mundo social, cultural e histórico. Diante do exposto, um dos principais objetivos da Psicopedagogia Institucional é que o profissional habilitado saiba compreender as práticas educacionais que otimizam a aprendizagem dos alunos e perceber a importância de uma forte base teórica para a prática psicopedagógica. Pode-se considerar que psicopedagogia é uma das áreas mais importantes em relação a ações preventivas de aprendizagem na escola, podendo acontecer através de uma ação interdisciplinar com os demais profissionais para que, juntos Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 4 possam sanar o fracasso escolar, favorecer a inclusão de todos e sobretudo contribuir com o sucesso individual e coletivo. A partir das premissas supracitadas, este caderno de estudo se dá através de uma revisão bibliográfica, onde os passos teóricos são delineados desde a sua historicidade apresentada na primeira parte, refletir a questão histórica sobre o tema é de suma importância para uma melhor compreensão. Na segunda parte, são tratadas as teorias existentes bem como a sua contribuição para as organizações escolares e para os profissionais que desejam obter sucesso em um mercado cada vez mais exigente. Na terceira, há uma análise das características e habilidades do psicopedagogo e a questão das intervenções. Na última parte há uma abordagem sobre a aprendizagem, seus conceitos e desafios dos psicopedagogos. Em seqüência, o trabalho apresenta as suas considerações finais através da análise dos dados obtidos no referencial teórico que sustenta esta temática. Espera-se que a partir da leitura desta apostila, o profissional possa ter subsídios para dar continuidade em seu trabalho investigativo. É importante perceber como é significativo ter como hábito uma postura reflexiva, crítica e ética em sua práxis e saber que é preciso ir em busca de mais fontes de conhecimento para que, a cada dia, a sua visão de mundo se amplie mais e mais em prol da qualidade de ensino e no combate ao fracasso escolar. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 5 UNIDADE 2: A QUESTÃO HISTÓRICA De acordo com os estudos de Bossa (2000), a Psicopedagogia tem suas origens no século XIX na Europa e apresentava como eixo central a preocupação com os problemas de aprendizagem,primeiramente voltada apenas para a especialização médica, constituindo assim o seu caráter orgânico, pois segundo Bossa (2000), praticamente todos os fracassos na escola eram resultantes de causas orgânicas identificadas e relacionadas às relações físicas do aluno. Sendo assim, acreditou-se por muitos anos que os problemas de aprendizagem eram causados apenas por fatores orgânicos. Em meados de 40 a 60, a prática do pedagogo equiparava-se à do médico. Apenas em 1946, em Paris foi criado o primeiro centro de psicopedagogia com um trabalho cooperativo entre médico e pedagogo. Estes profissionais atendiam às crianças com problemas escolares ou com comportamentos definidos como àquelas que apresentavam doenças crônicas como cegueira, surdez ou problemas motores. Ao aliar a prática do professor à prática do médico, nasceu o nome Psicopedagogia, ou seja, era o médico que trabalhava suas ações aliadas à pedagogia. Com os avanços, com novas descobertas científicas e com vários movimentos sociais, a Psicopedagogia, no decorrer do tempo passou por várias influências trazendo muitas contribuições para a instituição escolar. Portanto, pode-se dizer que a Psicopedagogia surgiu como uma disciplina com programas de pesquisa, objetivos e conteúdos específicos, uma vez que buscou aliar o conhecimento educacional ao conhecimento da Psicologia da Aprendizagem, levando em consideração os princípios psicológicos e processos educativos. No Brasil, somente em 1958, surgiu o Serviço de Orientação Psicopedagógica da Escola Guatemala, na Guanabara (Escola Experimental do INEP - Instituto de Estudos e Pesquisas Educacionais do MEC). O objetivo era melhorar a relação professor-aluno (BOSSA, 2000). Em 50 e 60, estes profissionais se organizaram no país com uma nova abordagem teórica: a psico-neurológica do desenvolvimento humano. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 6 Existem muitas abordagens teóricas sobre o desenvolvimento e a aprendizagem sobre os fatores intra e extra-escolares que falam sobre o fracasso escolar com uma visão crítica, reflexiva e abrangente. Diante disso, o campo de atuação do psicopedagogo ampliou-se, e não é visto mais somente o seu lado clínico, pois hoje podem-se ver que as ações psicopedagógicas estão sendo aplicadas em vários segmentos, como: a escola que é reconhecida sendo Institucional, e também em segmentos hospitalares, empresariais, em organizações e em todos os segmentos onde há a necessidade de se trabalhar a gestão de pessoas. Neste sentido, a psicopedagogia trabalha e estuda a aprendizagem, o sujeito que aprende, aquilo que ele está apontando como a escola em seu conteúdo sociocultural. É uma área das Ciências Humanas que se dedica ao estudo dos processos de aprendizagem. Pode-se hoje afirmar que a Psicopedagogia é um espaço transdisciplinar, pois se constitui a partir de uma nova compreensão acerca da complexidade dos processos de aprendizagem e na perspectiva das suas deficiências. Para Bossa (2000), a Psicopedagogia Clínica tem como missão, retirar as pessoas da sua condição inadequada de aprendizagem, dotando-as de sentimentos de alta auto-estima, fazendo-as perceber suas potencialidades, recuperando desta forma, seus processos internos de apreensão de uma realidade, nos aspectos: cognitivo, afetivo-emocional e de conteúdos acadêmicos. O aspecto clínico é realizado em Centros de Atendimento ou Clínicas Psicopedagógicas e as atividades ocorrem geralmente de forma individual. Por outro lado, o aspecto institucional se dá em organizações e está voltado para a prevenção dos insucessos interpessoais e de aprendizagem e à manutenção de um ambiente harmonioso e tranquilo. De acordo com Bossa (2000), a Psicopedagogia tem um papel importante no cenário educacional, pois ele visa à inclusão dos alunos com necessidades educativas especiais (NEE) no ensino regular e viabiliza o seu monitoramento com o intuito de acompanhar bem de perto a evolução ou não do aluno. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 7 Além disso, no processo histórico da Psicopedagogia, percebe-se que esta área possui estratégias que aliam a Psicologia e a Pedagogia e tem como objeto de estudo o processo de aprendizagem formal. O psicopedagogo, ao longo do tempo, buscou analisar os diferentes processos da aprendizagem e os fatores que determinam a evolução ou o bloqueio de comportamentos adversos. Assim, percebe-se através da história que a área de atuação do psicopedagogo procurou englobar as habilidades cognitivas, perceptivas, motoras, lingüísticas e os fatores socioculturais que se relacionam com o processo de aprendizagem. Através dessas premissas, o psicopedagogo vem desenvolvendo um trabalho com o intuito de criar possibilidades para que a aprendizagem ocorra satisfatoriamente e desenvolver intervenções com o objetivo de detectar e estimular áreas que estão comprometendo o processo de aprender. Faz-se necessário compreender que a intervenção inicial deve possuir um caráter preventivo e, em seguida ser reeducativa e desenvolvido em clínicas ou consultórios psicológicos para a identificação dos motivos que provocam os problemas de aprendizagem como o déficit intelectual, as incapacidades físicas ou sensoriais, as inadaptações grupais, a imaturidade psicomotora, a ausência dos pré- requisitos básicos para a alfabetização, métodos de ensino inadequados, fatores emocionais, dislexias entre outros. É preciso criar estratégias para a permanência e sucesso do aluno no contexto escolar, Faz-se necessário um acompanhamento constante e estimulação dos alunos com NEE para que as suas aprendizagens sejam efetivas, significativas e sobretudo, que estes alunos sejam sujeitos e não objetos de sua produção do conhecimento (FREIRE, 1986). As teorias da Psicopedagogia Institucional Faz-se necessário reconhecer os aspectos teóricos que fundamentam a questão tratada neste trabalho, para tanto, inicia-se com a etimologia do significado de Pedagogia. Esta palavra tem origem na Grécia Antiga – Paidós que significa criança e Agogé que significa condução. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 8 Sendo assim, pedagogo era o escravo que conduzia as crianças. Na antiga Grécia eram assim chamados os pedagogos àqueles que conduziam as crianças aos locais de estudos para terem aulas com os filósofos. Pedagogia também significa ciência da educação e do ensino. De acordo com Libâneo (2002) a pedagogia atualmente perpassa toda a sociedade, extrapolando o âmbito escolar formal abrangendo ambientes mais amplos da educação informal e não-formal. Pode-se dizer que a pedagogia está ligada ao ato de condução ao saber, preocupando-se com os meios, com as formas e maneiras de como levar o indivíduo ao conhecimento. A partir desses dados conclui-se, então, que a pedagogia está em contínuo crescimento, abrangendo novos espaços na sociedade, no mercado de trabalho, o desenvolvimentonos métodos e práticas educacionais. Dessa forma, pode-se considerar que a Pedagogia não é única área que tem a educação como objeto de estudo. Isso prova que a Educação ocorre num espaço dentro e fora da escola, em várias modalidades, em diferentes cenários como na família, na profissão e na religião. Desta forma, a Psicopedagogia institucional é, portanto, uma área de investigação científica, tendo o aluno ou um sujeito inserido num processo de educação como fator fundamental. Busca apoio em concepções psicológicas como as teorias operatórias da personalidade, psicologia do desenvolvimento, psicologia da cognição, psicologia da motivação, no intuito de privilegiar os mecanismos psicológicos capazes de intervir numa situação da educação. Por outro lado, por possibilitar e objetivar uma prática pedagógica, procura nas teorias pedagógicas subsídios que respondam, com eficiência, eficácia e excelência, suas determinações ao alcance de seu objetivo: a formação integral de um aluno. Segundo Libâneo (2002), a pedagogia tem lugar diferenciado das outras ciências da educação, pois conseguem-se integrar parcialmente nas diversas ciências em razão de uma aproximação global aos problemas educativos. Ela continua na conquista de desenvolvimento para o sujeito possibilitando-lhe ser Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 9 capaz de construir pensamentos autônomos e criativos na busca da razão crítico- social. Diante disso, surge a Psicopedagogia, ou seja, é uma relação estreita com a Psicologia. Palavra de origem grega psique que significa alma, e logos que significa palavra, razão ou estudo. Trata-se, portanto, de uma ciência que estuda os processos mentais como os sentimentos, pensamentos, a razão e o comportamento humano. A área da psicologia estuda as questões relacionadas à personalidade, à aprendizagem, à motivação, à memória, à inteligência, ao funcionamento do sistema nervoso, e também à Comunicação Interpessoal, ao desenvolvimento, ao comportamento sexual, à agressividade, ao comportamento em grupo, aos processos psicoterapêuticos, ao sono e ao sonho, ao prazer e à dor, entre outros. Desta forma, fica mais compreensível o sentido de Psicopedagogia. Percebe- se que é de suma importância conhecer estas terminologias, uma vez que o próprio significado traduz boa parte de seus fundamentos, isto é, expõe com clareza que se trata da junção das áreas da Pedagogia e da Psicologia atuando juntas em prol de uma aprendizagem significativa no combate ao fracasso escolar. Diante disso, é de suma importância uma avaliação diagnóstica do psicopedagogo que já iniciaram-se com os estudos de Freud em 1895. Ele afirmava que o estabelecimento de um diagnóstico é a condição para a determinação do tratamento, e isso comprova a importância da Psicopedagogia Institucional, especialmente na escola. A psicopedagogia no cenário escolar Segundo Silva (2006), o local pode ser visto como um conceito multifacetado, que envolve escala (tamanho/dimensão), diferença/especificidade, autonomia, nível de complexidade. Ele é também identificado com uma idéia de lugar ou de região, como porção do espaço onde as pessoas habitam, realizam suas práticas diárias, ocorrem as transformações e a reprodução das relações sociais, a construção física e material da vida em sociedade. Assim, o lugar é a complementaridade de três dimensões: localização, interação social, no sentido antropológico e cultural. Assim, além de realidade Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 10 empírica, a região, o cenário ou o lugar é a representação social. (SWYNGEDOWN, apud SILVA, 2006). Diante disso, entende-se por cenário escolar como uma instituição educacional, isto é, uma unidade social sistematizada, organizada e feita para concretizar desejos e aspirações comuns em seu contexto. Trata-se de uma instituição responsável pela educação de sujeitos, responsável pelo ensino/aprendizagem de todos que nela estão inseridos (IMBERNÓN, 2003). Tais considerações inferem que, a escola propicia a educação de todos, tem o compromisso de contribuir com a aprendizagem e o sucesso de cada aluno. Pressupõe-se que haja uma interação de todos em prol da educação, tanto nas áreas administrativas, sociológicas, pedagógicos, entre outras. Diante de tal perspectiva, e sabendo que onde há o envolvimento de muitos sujeitos há uma circulação de saberes, de pensamentos, idéias, angústias e alegrias diversificadas. Desta forma, pode-se perceber que a escola pode ser considerada um cenário eclético, sobretudo de interação de culturas diferentes, crenças religiosas, opção política, pessoas que se diferenciam também no poder aquisitivo, histórico, entre outros fatores. Tudo isso revela que é neste cenário tão diversificado que acontece a ação de educar, é na escola que se dá a facilitação da inserção dos indivíduos no meio social. Percebe-se, que nesta instituição educacional o saber e a aprendizagem devem ser vistas como um todo, pois há a interação que se dá nas dimensões do sujeito do conhecimento e do outro. E é na convergência destas dimensões, neste espaço proporcionado através da interação, que se manifesta e subsiste a instituição educacional e se instaura a necessidade de um profissional que interprete o fenômeno aprendizagem, uma vez que esta não acontece da mesma forma em todos os sujeitos envolvidos neste processo. Neste sentido, a Psicopedagogia no cenário escolar precisa ser e agir com uma visão holística, como um todo e não fragmentada. Pois, sabe-se que é neste ambiente que o aluno, por exemplo, passa o maior tempo de sua vida, por isso, a escola serve de base para se fazer um diagnóstico psicopedagógico institucional Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 11 com o intuito de detectar os problemas de aprendizagem, e, conseqüentemente tomar decisões adequadas no combate ao fracasso escolar. Para isso, há muitas razões que podem indicar a necessidade de atendimento psicológico para a criança e para o adolescente. A maioria das crianças que necessita de ajuda extra-familiar apresenta algo em comum como dificuldades em suas funções de contato com o ambiente físico e social, ou seja, dificuldades de relacionamento com o mundo e consigo mesma. Sendo assim, o Psicopedagogo na escola então deve: • Possibilitar intervenção com o intuito de solucionar os problemas de aprendizagem tendo como eixo norteador o aluno; • Buscar a realização de um diagnóstico e intervenção psicopedagógica, utilizando métodos, instrumentos e técnicas próprias da psicopedagogia institucional; • Refletir sobre a sua atuação nos problemas de aprendizagem; • Precisa desenvolver pesquisas investigativas e estudos científicos relacionados ao processo de aprendizagem; • Levantar discussões e oferecer assessoria psicopedagógica aos trabalhos realizados em cenários escolares; Neste sentido, a escola precisa ter uma característica dinâmica,transformadora, empreendedora e, sobretudo integradora, isto seria um modelo de instituição que visa à formação integral do ser humano, que visa a uma formação para a vida e que saiba diagnosticar as dificuldades de seus integrantes. Sendo a instituição escolar um espaço de construção do conhecimento para todos, faz-se necessário a prática constante da investigação, da pesquisa, da reflexão e da ação psicopedagógica. Neste sentido, a ação do psicopedagogo deve estar voltada para a prevenção das dificuldades de aprendizagem e prevenção do fracasso escolar não só do aluno, mas também dos educadores e de todos os envolvidos no processo. Ele também deverá investir na possibilidade de melhoria das relações de aprendizagem e na construção da autonomia de alunos e educadores. Desta forma, a Psicopedagogia na escola tem como principal premissa a prevenção das dificuldades de aprendizagem, a busca de uma ação integrada entre Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 12 a psicologia e a pedagogia em prol do sucesso do aluno, e consequentemente o sucesso do professor, e de toda a comunidade escolar. Para tanto, torna-se uma necessidade que a ação preventiva esteja inserida na construção de um relacionamento satisfatório entre todos os envolvidos para que o contexto escolar também se volte para os aspectos sadios da aprendizagem e do conhecimento, uma vez que estes estão atrelados em um processo contínuo. Deste modo, a escola deve ensinar, garantir uma aprendizagem significativa para os alunos, possibilitar a aprendizagem de habilidades e competências de conteúdos e ou conhecimentos que são necessários para a vida em sociedade. Oferecendo instrumentos de compreensão da realidade local e, também, favorecendo a participação dos alunos em relações sociais diversificadas e cada vez mais amplas. A vida escolar possibilita exercer diferentes papéis, em grupos variados, facilitando a integração dos jovens em um contexto maior. Para cumprir sua função social, a escola precisa considerar as práticas de nossa sociedade, sejam elas de natureza econômica, política, social, cultural, ética ou moral. É preciso que as instituições escolares possam considerar as manifestações e as relações diretas ou indiretas das práticas sociais com os problemas específicos da comunidade em que está inserida. Diante disso, nota-se que há uma urgência de as escolas existirem para agir de forma planetária e global em seu contexto, na sociedade e na história. Assim, faz-se necessário agir com urgência, com direcionamento e ousadia (FREIRE, 1989). Neste sentido, pode-se dizer que o espaço escolar constitui-se em uma organização sistêmica com um conjunto de elementos que interagem e se influenciam, de tal forma que o profissional em Psicopedagogia precisa ser sempre reflexivo, crítico e pesquisador. De acordo com Gasparian (1999), a escola que contribui com a ação do psicopedagogo contribui com todos os envolvidos no processo educativo. Diante disso, pode-se elencar algumas contribuições da Psicopedagogia na instituição escolar, como: � Ajudar os professores, auxiliando-os na melhor forma de elaborar um plano de aula para que os alunos possam entender melhor as aulas; Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 13 � Ajudar na elaboração do projeto pedagógico; � Orientar os professores na melhor forma de ajudar, em sala de aula, aquele aluno com dificuldades de aprendizagem; � Realizar um diagnóstico institucional para averiguar possíveis problemas pedagógicos que possam estar prejudicando o processo ensino- aprendizagem; � A partir de avaliações psicopedagógicos, encaminhar o aluno para um profissional adequado como psicopedagogo, psicólogo, fonoaudiólogo, entre outros, � Conversar com os pais para fornecer orientações; � Auxiliar a direção da escola para que os profissionais da instituição possam ter um bom relacionamento entre si; � Conversar com a criança ou adolescente quando este precisar de orientação. Desta forma, quando a escola demonstra a sua preocupação com a não aprendizagem das crianças e dos adolescentes, ela propicia uma melhor qualidade de vida e uma educação inclusiva de todos, dando ênfase na educação integral do ser humano, uma vez que a escola deve cumprir com o seu papel básico que é o de educar e contribuir com as premissas: • Garantir a aprendizagem dos alunos; • Garantir a aprendizagem de vários conhecimentos básicos e necessários para o exercício da cidadania; • Garantir a aprendizagem de habilidades necessárias para a vida em sociedade; • Garantir a aprendizagem da apropriação da língua em todas as suas modalidades para fortalecer o senso crítico, a reflexão da realidade e da capacidade de poder mudar esta realidade. Sendo assim, percebe-se que com estas concepções, a escola terá mais facilidade e poderá oferecer mais subsídios para que possa acontecer a integração de toda a comunidade escolar, levando em consideração a possibilidade de melhor o ensino e a aprendizagem de todos na escola. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 14 Uma das melhores formas para possibilitar a aprendizagem na escola pode ser o trabalho em equipe. Desta forma, o lócus da práxis docente pode se estabelecer como um espaço onde se vive e convive, onde todos os envolvidos possam trocar idéias e experiências, trocar de papéis de quem ensina e de quem aprende. É preciso que, pelo contrário, desde os começos do processo, vá ficando cada vez mais claro que, embora diferentes entre si, quem forma se forma e re-forma ao formar e quem é formado forma-se e forma ao ser formado. É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos nem é formar é ação pela qual um sujeito criador dá forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que as conotam, não se reduzem à condição de objeto, um do outro. Quem ensina ensina alguma coisa a alguém (FREIRE, apud SILVA, 2006, p. 24). Diante disso, o locus de aprendizagem possibilita um ir e vir constante, na medida que otimiza a criação e a recriação de sujeitos participantes, criativos e reflexivos. O trabalho em equipe que age torna o seu espaço de trabalho em um laboratório de experimentação que contribui com a troca de experiências, de idéias inovadoras e sobretudo com a troca de conhecimentos possibilitando a reorganização do aprendente enquanto ser social e indivíduo. Faz-se necessário que a escola, portanto, estabeleça uma relação estreita com os seus alunos, para que estes possam apropriar-se da aprendizagem e serem sujeitos agentes da sua própria aprendizagem e do conhecimento (PAIN, 1985). As intervenções psicopedagógicas na escola O cenário institucional possui inúmeros déficits, dificuldades e carências que tornam-se motivos das queixas, renúncias, angústias, e sobretudo de lutas do corpo docente e da escola como um todo.Muitos destes sujeitos citados acreditam e esperam que muitas das dificuldades encontradas na escola possam ser revertidas e ou até sanadas. Percebe-se que a instituição escolar vem apresentando várias características diferentes ao longo de sua história, principalmente no que se diz respeito às questões relacionadas com a aprendizagem do aluno, ao fracasso escolar e o Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 15 atendimento individual dos alunos que apresentam algum tipo de dificuldade em aprender. Para melhor atuação e uma prática psicopedagógica mais eficiente e eficaz, o psicopedagogo deve refletir e agir: • Compreender o jeito e o tempo de cada um processar sua aprendizagem; • Proporcionar o aprender vivido de forma integrada e de acordo com a realidade; • Compreender e trabalhar com as relações emotivas e afetivas que ocorrem durante a aprendizagem, de tal forma a possibilitar que o aluno seja assíduo, responsável, criativo, questionador, espontâneo, sendo de iniciativa, perseverante, sonhador e transformador; • Buscar de forma incessante a reintegração do aluno no contexto escolar, possibilitando o resgate da sua auto-estima e na construção do conhecimento, que para ele seja significativo e que faça sentido em sua vida; • Tornar a prática do diálogo com as crianças um hábito no espaço escolar, com o intuito de buscar uma compreensão de suas angustias, inquietações, desejos e ansiedades que demonstram os mecanismos de aprendizagem de cada um. De acordo com Fernandéz (2001) a intervenção pedagógica individual tem muitas características vantajosas para os professores, pois muitas dificuldades escolares apresentadas pelos estudantes do ensino fundamental necessitam realmente de uma ação conjunta com um especialista. Além disso, pode-se perceber que quando os alunos não aprendem, muitos deles acabam desenvolvendo uma auto-estima baixa, pois acreditam que o fracasso escolar é tido como um problema pessoal. Deste modo, faz-se necessário o desenvolvimento de intervenções de cunho preventivo, e se isso acontecer dentro de um curto espaço de tempo, a intervenção psicopedagógica contribuirá para que estes alunos consigam superar as suas dificuldades de aprendizagem com mais segurança, confiança e sobretudo sem traumas e medo. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 16 Segundo Fernández (2001), deve-se levar em consideração todo o processo de aprendizagem do aluno e reconhecer que cada um tem seu tempo para aprender, assim, o professor precisa ter conhecimento disso. Assim como em todo processo de aprendizagem estão implicados os quatro níveis (organismo, corpo inteligência e desejo), e não se poderia falar de aprendizagem excluindo algum deles, também no problema de aprendizagem, necessariamente estarão em jogo os quatro níveis em diferentes graus de compromisso”. (Fernandez, 1990, p. 57). Neste sentido, sentiu-se a necessidade da atuação de um profissional que tivesse um maior conhecimento sobre os aspectos relacionados à aprendizagem e de questões psíquicas para entender todo o processo de desenvolvimento humano. Assim, fez-se necessário que o trabalho psicopedagógico tivesse um maior enfoque no aluno que o método científico adotado. Com o tempo começou a voltar- se para a questão do conhecimento, ou seja, de como o aluno aprende, o que se aprende e por que se aprende. Sabe-se que a consciência é o resultado de um conhecimento estabelecido. A palavra conhecimento vem do latin con+ciência, apesar desta palavra estar inserida nos primórdios da humanidade, muitos estudos sociocognitivos são amplamente utilizados na atualidade. A título de ilustração, pode-se dizer que o modelo científico da psicopedagogia constitui-se numa intervenção que possibilita diagnosticar tanto as dificuldades quanto as habilidades específicas de cada aluno; e propor atividades destinadas tanto para evitar fracassos, através de aquisições que forneçam capacitação, quanto para solucionar problemas que surgem na prática diária. Desta forma, é bem possível que o aluno que apresentava dificuldades de aprendizagem possa adquirir agilidade e flexibilidade mental pela capacidade de articular conhecimentos ou agilidade de pensamento após a intervenção e monitoramento do psicopedagogo e de todo trabalho em equipe. Sendo assim, a intervenção psicopedagógica veio para trazer uma contribuição maior, enfatizando o fazer pedagógico. Para tanto, é necessário que este profissional saiba reconhecer a forma de aprendizagem de cada criança, buscando entender que este processo precisa ser compreendido como um fator abrangente que traz muitas implicações. A título de ilustração, pode-se citar que há Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 17 vários eixos de estruturação que in (viabilizam) a aprendizagem da criança, como as questões afetivas, cognitivas, motores, sociais, econômicas, históricas, políticos entre outras. Piaget afirma que o processo de aprendizagem e as suas dificuldades não podem ser focadas apenas no aluno e no professor, mas deve ser relacionada como um processo que envolve inúmeros fatores que necessitam ser apreendidos com pelo professor e pelo psicopedagogo. Há um outro elemento que deve ser ressaltado, pois muitos educadores reduzem o modelo de Piaget conduzindo o processo de ensino-aprendizagem de uma forma estática e única. Deste modo, a relação dos processos de equilibração e reequilibração das estruturas cognitivas não são devidamente analisadas por muitos educadores. Reconhecer, portanto, o processo de aprendizagem das crianças contribui com um diagnostico e com uma intervenção psicopedagógica mais eficaz e eficiente, tendo como objetivo central o desenvolvimento do processo de aprendizagem humana. Assim, para o profissional em psicopedagogia é de suma importância a experiência de intervenção lado a lado ao professor, procurando interagir todo o processo, possibilitando uma aprendizagem mais significativa e enriquecedora, sobretudo quando os professores são especialistas nas suas disciplinas. Uma intervenção psicopedagógica bem sucedida é aquela que pode acontecer em parceria com os professores. Há relatos de coordenadores e professores que revelam o baixo comprometimento da equipe no ato pedagógico, deixando que os fracassos escolares sejam apontados como o fracasso do indivíduo professor ou aluno. Percebe-se que essa situação é muito comum e, infelizmente não relaciona o fracasso como resultado de um sistema. Muitos desabafos de queixas de professores revelam a falta de orientação e de condução de um trabalho pedagógico mais eficaz e eficiente, isso demonstra a fragmentação da equipe da instituição escolar, deixando de lado a interação, a união e o trabalho de equipe. Daí a grande necessidade de uma intervenção, pois esta visa à integração e melhoria da comunicação de toda a equipe da instituição, buscando o Todos os direitos reservadosao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 18 desenvolvimento pedagógico de qualidade de ensino, o que resulta na viabilização da aprendizagem. Segundo Fernandéz (1991) o profissional deve compreender e detectar em qual fase o aluno está, pois há fatores diferentes, como por exemplo no adolescente. Este se encontra em uma fase evolutiva do ser humano e deve ser considerada a todos os aspectos biológico, psicológico e social. Por isso, faz-se necessário trabalhar a prevenção do fracasso escolar, pois as dificuldades de aprendizagem conseqüentemente poderão refletir na fase adulta. Sendo assim, o psicopedagogo deve utilizar instrumentos investigativos e avaliativos para fazer um levantamento de dados e estabelecer suposições com o intuito de encontrar o que está causando a não aprendizagem e, desta forma encontrar um meio de prevenção, considerando todos os fatores que intervém, tanto para o fracasso como para o sucesso do processo de aprendizagem do aluno (FERNANDÉZ, 1991). Para que então aconteça uma intervenção que satisfaça a todos, é preciso que os atendimentos sejam realizados de maneira diferenciada e bem direcionada a cada aluno, procurando respeitar a individualidade, a singularidade e as diferenças de cada um. É necessário que uma proposta de intervenção seja planejada e realizada através de encaminhamento, atendimentos semanais, entrevistas, anamnese, orientação ao educador, envolvimento de outros profissionais que acompanham o aluno e o envolvimento familiar. Pode-se perceber que, diante de todo o processo de intervenção, o psicopedagogo deve observar se há uma evolução significativa no desenvolvimento dos alunos em todos os sentidos, na auto-estima, na autoconfiança, no projeto de vida, no sentido da vida, na autodeterminação e na auto-realização. Sisto (1996) afirma que é imprescindível o acompanhamento da família do aluno para dar seguimento e continuidade em seu processo cognitivo, emocional, afetivo e social. A intervenção psicopedagógica busca melhorar o desempenho acadêmico do aluno, mediante a realização de intervenção em várias dimensões como por exemplo a afetividade e a aprendizagem nas modalidades da escrita, a memória, a Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 19 compreensão dos conteúdos, a sua exposição de idéias, a organização do tempo, o planejamento de metas, os hábitos de estudo, entre outras. O psicopedagogo precisa lançar mão de técnicas específicas para poder realizar um atendimento individual ou em grupo, levando em consideração o meio social em que os alunos vivem, as suas condições sócio-econômicas e o contexto familiar. Ressalta-se que em muitos casos, alguns alunos evadiram da escola quando ainda eram crianças, e em alguns casos pode-se detectar que a idade cronológica não condiz com a mental, ou sejam, queimaram etapas. Dessa forma, o psicopedagogo precisa traçar um projeto que visa a inclusão escolar, monitorar a evolução de cada aluno através de registros, portfólios, convívio, amadurecimento emocional, atitudes e comportamentos. O trabalho do psicopedagogo junto aos professores busca levar a uma reflexão e compreensão da realidade, analisando todos os aspectos afetivos, culturais, sociais, emocionais, orgânicos e cognitivos e como esses fatores afetavam ou viabilizam a aprendizagem. A equipe de professores deve estar fortalecida, não centralizar as suas atenções apenas no aspecto disciplinar. Assim, a intervenção psicopedagogica poderá ter maiores resultados. É importante salientar que o psicopedagogo deve ter como principais objetivos as seguintes questões: • Prevenção e intervenção no processo de ensino e aprendizagem; • Desenvolver a reflexão, a prática voltada para sua realidade, mostrar a importância das emoções e pensamentos dos alunos; • Enriquecer, promover e estimular o processo de leitura, escrita, oralidade, raciocínio e cálculo; • Incentivar o aluno a gostar de estar na sala de aula; • Detectar problemas pedagógicos que podem prejudicar a qualidade do processo ensino-aprendizagem dos alunos; • Orientar e levar o aluno à reflexão sobre a vida e o seu sentido; • Valorizar a família; • Orientar os professores a serem parceiros do mesmo compromisso; Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 20 • Encaminhar, quando necessário, casos diagnosticados a profissionais específicos como Psicólogos, Psiquiatra, Neurologista, Assistente Social, Dentista, Fonoaudiólogo, contando com a colaboração de todos os profissionais da instituição; • Promover leituras e debates para reflexão; • Respeitar todos os tipos de religião; • Apoiar a prática do professor. Deve-se levar em consideração que os recursos e as técnicas devem estar sempre em constante aperfeiçoamento, todas a possibilidades que a instituição puder oferecer devem ser aplicadas e avaliadas. O processo de intervenção deve visar à interação de toda a equipe da instituição para trocarem idéias, dividir tarefas do dia-a-dia, para enfrentarem dificuldades, avaliar as técnicas e o processo, e, além disso, tudo superar divergências. Neste sentido, é preciso que todos os envolvidos acreditem no potencial de cada um, olhar o aluno como um sujeito e não um objeto da sua ação educativa (FREIRE, 1988). A relevância do trabalho deve estar centralizada na premissa de que todo aluno é capaz de aprimorar seus conhecimentos; deve possuir um caráter inovador, audacioso e pioneiro. O psicopedagogo, juntamente com toda a equipe escolar de buscar a efetividade de resultados, fazendo acontecer a recuperação na defasagem escolar, melhorando o rendimento de cada aluno, incentivar o domínio na escrita, da leitura e do cálculo. Deve-se implementar sempre o processo de intervenção, pois percebe-se que a compreensão e entendimento, a ampliação do vocabulário e inclusão no mundo literário é um caminho certo para o sucesso de todos. O psicopedagogo deve participar e refletir com as autoridades competentes na organização, implantação e execução de projetos de educação e saúde pública que visem questões pedagógicas. Devem buscar o desenvolvimento de parcerias com outras entidades do setor público, social ou privado, pois o trabalho coletivo configura-se como um importante papel para o desenvolvimento social e profissional Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 21 para cada um dos componentes da equipe e conseqüentemente, como gerador de novas idéias, novos projetos para combater o fracasso escolar. Diante do exposto, acredita-se que educar é criar e recriar espaços, é propiciar as condições de aprendizagem e é buscar subsídios para que os professores tenham maiores possibilidadesde trabalho. Neste sentido, a atuação do professor no cenário escolar em que o processo educativo se desenvolve, deve ser criativa, ele deve promover os acontecimentos, articular os espaços, tempo, coisas e pessoas para produzir momentos que possibilitem ao aluno ir mais além, encontrar meios para eles possam ultrapassar suas dificuldades, desenvolver o espírito de iniciativa, de responsabilidade e de compromisso. O psicopedagogo deve atuar com ênfase ao combate a todos os obstáculos que dificultam a aprendizagem e otimizar as práticas e recursos que viabilizam os processos que levam o aluno a aprender, a encontrar saídas para as suas dificuldades e apontar esperança de um futuro melhor. Os profissionais desta área do conhecimento precisam implementar um processo semelhante à persistência, ao comprometimento e à conscientização, para que acima de tudo possa garantir a funcionalidade da aprendizagem de todos os alunos da instituição escolar. Para o sucesso então da intervenção psicopedagógica, o profissional precisa compreender algumas etapas de aplicação da ação estratégica e devem respeitar alguns critérios para que estas ações possam ser objetivas, satisfatórias e sobretudo eficientes como: • Observar e levantar as necessidades dos alunos, atuais e futuros; • Descobrir quais são as dificuldades; • Fazer levantamento dos alunos que apresentam algum tipo de dificuldade; • Fazer um diagnóstico preciso; • Planejamento estratégico para definir as intervenções; • Execução do planejamento de intervenção; • Acompanhamento, monitoramento e verificação; • Aplicar ações corretivas e preventivas; • Observar se os objetivos foram atingidos. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 22 Uma visão de futuro deve ser feita para compor um plano de intervenção, para isso, deve-se fazer um questionamento como: • Que tipo de ensino se deseja? • O que quer que os alunos e família falem da escola e do trabalho realizado por ela? • De que modo a visão compartilhada representa os interesses dos alunos e os valores que a escola enseja? • Liderança eficaz e comprometimento da Direção; • Participação ampla; • Conhecimento da Cultura e Valores da organização; • Planos e objetivos realizáveis; • Constância de propósitos e foco nos objetivos da prevenção do fracasso escolar; • Visão ampla do ambiente interno e externo da escola; • Avaliação precisa dos recursos; • Comunicação e disseminação eficaz em todos os níveis; • Levar em conta as pessoas e seus sentimentos; • Conhecimento da realidade e do contexto onde os alunos estão inseridos; • Identificação clara das dificuldades e do monitoramento das intervenções; Quanto ao processo de aprendizagem pessoal e organizacional, o psicopedagogo deve estar atento e buscar: • Liderança capaz de garantir a execução das ações planejadas; • Comunicação com todos os envolvidos; • Treinar as pessoas que executarão os planos de intervenção; • Garantir o comprometimento com os resultados esperados; • Comunicar claramente as responsabilidades de cada um; • Criar e coletar adequadamente os dados e informações necessárias ao monitoramento e avaliação das metas; • Fazer o acompanhamento passo-a-passo das ações de forma estruturada; • Garantir uma metodologia formal de acompanhamento e verificação; • Agendar e garantir a realização das reuniões e divulgá-las; Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 23 • Manter a equipe motivada para os resultados; • Fazer a verificação e planejar as ações corretivas e preventivas; • Executar as ações conforme planejado; • Manter o foco nos resultados esperados; • Manter a equipe motivada para os resultados; • Obter o comprometimento dos executores com os resultados esperados; • Monitorar os obstáculos e remover as dificuldades; É preciso levar em consideração que todo projeto de intervenção está sujeito a eventuais mudanças, mesmo quando este está fundamentado em um planejamento estratégico, com ações eficientes e acertadas. Neste sentido, o presente projeto de intervenção, trata-se de uma proposta que deve ser repensada criticamente, melhorada e ampliada de acordo com as necessidades da escola contextualizada para que seja de fato, um plano de intervenção eficiente e eficaz. O psicopedagogo e a Intervenção junto ao professor A organização de situações de aprendizagem orientadas ou que dependem de uma intervenção direta do psicopedagogo permite que as crianças trabalhem com diversos conhecimentos. Estas aprendizagens devem estar baseadas não apenas nas propostas dos psicopedagogos, mas, essencialmente, na escuta dos alunos e na compreensão do papel que desempenham a experimentação e o erro na construção do conhecimento. A intervenção do psicopedagogo e do professor como mediador do conhecimento é necessária para que, na instituição escolar, possam, em situações de interação social ou sozinhas, ampliar suas capacidades de apropriação dos conceitos, dos códigos sociais e das diferentes linguagens, por meio da expressão e comunicação de sentimentos e idéias, da experimentação, da reflexão, da elaboração de perguntas e respostas, da construção de objetos e brinquedos etc. Para isso, o psicopedagogo deve conhecer e considerar as singularidades dos alunos que estão iniciando a 1ª série do ensino fundamental assim como a diversidade de hábitos, costumes, valores, crenças, étnicas etc. dos alunos com os Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 24 quais trabalha respeitando suas diferenças e ampliando suas pautas de socialização. Nessa perspectiva, o psicopedagogo pode contribuir com o professor sendo este o mediador entre os alunos e os objetos de conhecimentos, organizando e propiciando espaços e situações de aprendizagem que articulem os recursos e capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas de cada criança aos seus conhecimentos prévios e aos conteúdos referentes aos diferentes campos de conhecimento humano. Na escola, o professor constitui-se, portanto, no parceiro mais experiente, por excelência, cuja missão é propiciar e garantir um ambiente rico, prazeroso, saudável e não discriminatório de experiências educativas e sociais variadas, para que as aprendizagens dos alunos ocorram com sucesso, mas quando isto não acontece se faz necessária a intervenção do psicopedagogo. É preciso que o professor e o psicopedagogo considerem, na organização do trabalho educativo transformando em possibilidades as dificuldades de aprendizagem do aluno como: • Buscando a interação com alunos diferentes em situações diversas como fator de promoção da aprendizagem do desenvolvimento e da capacidade de relacionar-se; • Refletir os conhecimentos prévios de qualquer natureza que os alunos já possuem sobre o assunto, já que eles aprendem por meio de uma construção interna ao relacionar suas idéias com as novas informações de que dispõem e com as interações que estabelece; •Respeitar a individualidade e a diversidade dos alunos; • Reconhecer o grau de desafio que as atividades apresentam e o fato de que devam ser significativas e apresentadas de maneira integrada para os alunos e o mais próximo possível das práticas sociais reais, das experiências de vida que eles têm; • Ressaltar a resolução de problemas como forma de aprendizagem, • Dar ênfase nos fatores positivos do aluno, ressaltar o que ele tem de melhor. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 25 Essas considerações podem estruturar-se nas seguintes condições gerais relativas às aprendizagens dos alunos a serem seguidas pelo professor em sua prática educativa. A intervenção psicopedagógica e interação social A intervenção psicopedagógica através da interação social é uma das estratégias mais importantes do profissional para a promoção de aprendizagens pelas crianças, principalmente para as crianças que apresentam maiores dificuldades em aprender em situações diversas. Assim, cabe ao profissional propiciar situações de conversa, brincadeiras ou de aprendizagens orientadas que garantam a troca entre as crianças, de forma que possam comunicar-se e expressar-se, demonstrando seus modos de agir, de pensar e de sentir, em um ambiente acolhedor e que propicie a confiança, a autonomia e a auto-estima. A existência de um ambiente acolhedor não significa eliminar os conflitos, não enxergar as dificuldades de aprendizagem e disputas e divergências presentes nas interações sociais, mas pressupõe que o profissional forneça elementos cognitivos, afetivos e de linguagem para que as crianças aprendam a conviver, buscando as soluções mais adequadas para as situações com as quais se defrontam diariamente despertando suas competências e habilidades. As capacidades de interação, porém, são também desenvolvidas quando as crianças podem ficar sozinhas, quando elaboram suas descobertas e sentimentos e constroem um sentido de propriedade para as ações e pensamentos já compartilhados com outras crianças e com os adultos, o que vão potencializar novas interações. Nas situações de troca, podem desenvolver os conhecimentos e recursos de que dispõem, confrontando-os e reformulando-os em busca do saber, que se for de forma prazerosa, pode despertar nas crianças com dificuldades de aprender o desejo, o fascínio pelo novo. Nessa perspectiva, o profissional deve refletir e discutir com seus pares sobre os critérios utilizados na organização dos agrupamentos e das situações de Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 26 interação, visando, sempre que possível, auxiliar as trocas de experiências entre as crianças e, ao mesmo tempo, garantir-lhes o espaço da individualidade. Assim, em determinadas situações, é aconselhável que crianças com níveis de desenvolvimento diferenciados interajam; e em outras, deve-se garantir uma proximidade de crianças com interesses e níveis de desenvolvimento semelhantes. Propiciar a integração quer dizer, portanto, considerar que as diferentes formas de sentir, expressar e comunicar a realidade pelas crianças resultam em respostas diversas que são trocadas entre elas e que garantem parte significativa de suas aprendizagens. Uma das formas de propiciar essa troca é a socialização de suas descobertas, quando o psicopedagogo organiza as situações para que as crianças compartilhem seus percursos individuais na elaboração dos diferentes trabalhos realizados. Deve-se levar em conta o contexto familiar de cada criança, bem como sua situação social, cultural e histórica. Portanto, é importante frisar que as crianças desenvolvem em situações de interação social, nas quais conflitos e negociação de sentimentos, idéias e soluções são elementos indispensáveis, pois cada uma dessas crianças vem de famílias e contextos diferentes e têm muito o que compartilhar nos momentos de interação. O âmbito social oferece, portanto, ocasiões únicas para elaborar estratégias de pensamento e de ação, possibilitando a ampliação das hipóteses infantis. Pode- se estabelecer, nesse processo, uma rede de reflexão e construção de conhecimentos na qual tanto os parceiros mais experientes quanto os menos experientes têm seu papel na interpretação e ensaio de soluções. A interação permite que se crie uma situação de ajuda na qual as crianças avancem no seu processo de aprendizagem possibilitando-as a vencer o fracasso escolar. Cabe ao psicopedagogo a tarefa de individualizar as situações de aprendizagem oferecidas às crianças, considerando suas capacidades afetivas, emocionais, sociais e cognitivas assim como os conhecimentos que possuem dos mais diferentes assuntos e suas origens socioculturais diversas. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 27 Isso significa que o psicopedagogo deve planejar e oferecer uma gama variada da experiência que responda, simultaneamente, às demandas do grupo e às individualidades de cada criança. Considerar que as crianças são diferentes entre si, implica propiciar uma educação baseada em condições de aprendizagem que respeitem suas necessidades e ritmos individuais, visando a ampliar e a enriquecer as capacidades de cada criança, considerando-as como pessoas singulares e com características próprias. Individualizar não é marcar e estigmatizar as crianças pelo que diferem, mas levar em conta suas singularidades, respeitando-as e valorizando-as como fator de enriquecimento pessoal e cultural para que o psicopedagogo não corra o risco de rotulá-las e sim ser um mediador da aprendizagem, oferecendo a elas, a partir da realidade de cada uma, recursos pedagógicos necessários para uma aprendizagem significativa e prazerosa. As abordagens psicopedagógicas As abordagens psicopedagógicas predominantes na educação brasileira sobre a aprendizagem, Sisto (1996) destaca três grandes correntes teóricas: psicanalítica, associacionista e construtivista. A orientação psicanalítica da psicopedagogia pressupõe que as dificuldades de aprendizagem estão ligadas a problemas emocionais como conseqüência de uma relação de causa e efeito entre desenvolvimento emocional e aprendizagem. A orientação associacionista da psicopedagogia pressupõe que as dificuldades de aprendizagem são decorrentes de aspectos externos ao sujeito, como a forma de transmissão e características do conteúdo em si mesmo. A matéria-prima desta concepção é o próprio conteúdo e baseia-se na linearidade de sua formação, no acréscimo do conteúdo já adquirido e na dependência do conteúdo novo em relação ao anterior. A aprendizagem é pensada em termos do estabelecimento de pré-requisitos rígidos que determinam a seqüência e a relação dos conteúdos entre si. Como lembra Sisto (1996), as duas orientações apresentam explicações parciais do processo de aprendizagem. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte destematerial pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 28 A orientação construtivista da psicopedagogia propõe um modelo explicativo do funcionamento cognitivo que diferencia e distancia significativamente sua concepção de aprendizagem das demais. Neste modelo a relação entre os elementos endógenos e exógenos da aprendizagem e do desenvolvimento é contínua e necessária. Aprendizagem e desenvolvimento são considerados produtos da construção cognitiva e envolvem formas e conteúdos. As formas são produto do desenvolvimento e possibilitam a assimilação das relações contidas nos objetos de conhecimento e acomodação das estruturas cognitivas às novas relações descobertas nestes objetos. Os conteúdos constituem as próprias relações construídas a partir dos objetos de conhecimento e são internalizados em função de uma rede de significados que constituem o sistema cognitivo do sujeito. Não há determinação de pré-requisitos entre os conteúdos e diferentes formas podem ser aplicadas a uma mesma área ou a áreas diferentes de conteúdos, ocasionando defasagens cognitivas. Estas defasagens permitem que o sujeito aprenda um mesmo conteúdo em níveis diferentes ou diferentes conteúdos em um mesmo nível, pois, a aprendizagem ocorre a partir do nível de pensamento em que o sujeito se encontra em cada conteúdo, em particular (Sisto, 1996). A abordagem construtivista do processo ensino-aprendizagem não é uniforme e pode ser dividida em dois grandes grupos. O primeiro grupo inclui as experiências pedagógicas realizadas a partir de uma concepção aplicacionista da psicologia genética. Do segundo grupo fazem parte as experiências que utilizam a psicologia genética como ciência de referência inserindo-a em “uma problemática e em um conjunto de questões que exigem um corpo teórico original”, como é o caso da didática da matemática (LERNER, 1996, p.88). Situações capazes de provocar conflito intelectual e de incentivar o sujeito a pensar sobre outros pontos de vista, levando-o a defender ou provar sua idéia, podem influenciar positivamente na construção destes sistemas. Esta possibilidade se deve à coordenação de opiniões suscitada pelo conflito que ao mobilizar a Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 29 inteligência e a totalidade dos conhecimentos já adquiridos pode levá-lo à construção de um conhecimento de nível superior (KAMII, 1986). Situações-problema capazes de promover uma atividade organizadora e estruturadora da realidade são fundamentais na escola, pois, é delas que depende o caráter estruturante da atividade do aluno e a ocorrência de um impacto maior ou menor do aprendizado escolar sobre sua organização cognitiva (CASTORINA, 1996). Desta perspectiva, a aprendizagem de um conteúdo específico não se limita ao conteúdo em questão e envolve um processo mais amplo de criação de possíveis, pois, frente a uma situação-problema o sistema cognitivo “cria, espontânea e naturalmente, alternativas de solução para esta situação”. Entre as soluções criadas, a resposta comunicada pelo sujeito é a considerada por seu sistema a alternativa com maior probabilidade de ser correta (SISTO, 1996, p.56). A atuação do psicopedagogo na escola Entende-se que o psicopedagogo é o profissional mais indicado para formar pessoas que irão atuar nas diversas áreas institucionais e mercadológicas. Uma vez que, sua formação contempla uma prática pedagógica reflexiva, eficaz, transformadora e autocrítica (SCHÖN, 2002). Diante disso, acredita-se que a atuação psicopedagógica deve apontar elementos norteadores necessários para efetivar um trabalho com aquelas crianças que apresentam certas dificuldades de aprendizagem. Neste sentido, a atuação do psicopedagogo na escola deve, antes de tudo, procurar reconhecer e compreender as capacidades do aluno com o intuito de detectar os empecilhos que dificultam a sua aprendizagem. O perfil do psicopedagogo e dos demais profissionais de outras áreas são semelhantes, porque o mercado de trabalho é “exclusivo”, pois aquele que não se enquadrar, estará fora. Dentro desse novo paradigma, exige-se um profissional competente, flexível, criativo, crítico, conhecedor das novas tecnologias, que saiba conviver e trabalhar em equipe, que possua autonomia de pensamento, sociável, que saiba compreender processos e incorpore novas idéias, que tenha habilidade de gestão, auto-estima, etc. Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 30 De acordo com Morin (2001) é exatamente neste ponto, que a sociedade é contraditória, desvaloriza o psicopedagogo, o seu fazer pedagógico, e ao mesmo tempo recorre à educação para formar e capacitar profissionais em toda e qualquer área. Ainda sob esta ótica, percebe-se que a atuação do psicopedagogo requer habilidades e competências. Segundo Perrenoud (2000) competência é mais do que um conhecimento; Ela pode ser explicada como um saber que se traduz na tomada de decisões, na capacidade de avaliar e julgar e envolve muito mais que acumular conhecimento, desenvolver habilidades e introjetar valores. O sentido é muito importante: não é uma soma de valores, de conhecimentos, de habilidades. É a capacidade de mobilizar, articular e colocar em ação esses componentes, para um desempenho eficiente e eficaz. Então, valores, conhecimentos e habilidades são componentes que, por si sós, não são a competência. As habilidades estão associadas ao saber fazer: ação física ou mental que indica a capacidade adquirida. Assim, identificar variáveis, compreender fenômenos, relacionar informações, analisar situações-problema, sintetizar,julgar, correlacionar e manipular são exemplos de habilidades. Já as competências são um conjunto de habilidades harmonicamente desenvolvidas e que caracterizam por exemplo uma função/profissão específica: ser arquiteto, médico ou professor de química. As habilidades devem ser desenvolvidas na busca das competências (MORETTO, 2002, p.34). A idéia de competências tem três ingredientes básicos. Primeiro: relaciona-se diretamente à idéia de pessoa. Não se pode dizer que um computador é competente; competente é o seu usuário, uma pessoa. Segundo: a competência vincula-se à idéia de mobilização, ou seja, a capacidade de se mobilizar o que se sabe para realizar o que se busca. É um saber em ação. Aliás, da má compreensão deste aspecto vem outra crítica, a de competência como mero saber fazer algo. Agir é mais do que fazer. Um conceito de competência pode ser apresentado como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes demonstradas pela pessoa na realização de uma tarefa. Dizem que alguém é competente numa atividade quando esse conjunto Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 31 de comportamentos apresentados resulta no sucesso paraa realização daquela atividade. Portanto, para uma atuação psicopedagógica eficaz, é preciso ter, antes de tudo, uma missão que contribua de maneira diferenciada e significativa para que as pessoas envolvidas tenham sucesso em seu ramo de atividade e construam um segmento sustentado, através de soluções integradas, que promovam mudanças nos modelos de gestão e desenvolvam competências essenciais em sua organização ou instituição. O psicopedagogo deve atuar no trabalho da instituição para buscar melhorias do desempenho da aprendizagem através de: • Identificação conjunta de problemas que dificultam a aprendizagem; • Implementar soluções com foco nas estratégias, estruturas, sistemas de melhorias como um todo; Uma atuação eficaz deve ter um planejamento estratégico buscando fazer: • Um levantamento na unidade de alunos com dificuldades de aprendizagem; • Fazer diagnósticos e a partir destes buscar soluções; • Planejamento de ações de intervenção; • Projeto de captação de recursos quando necessários para possiv eis intervenções; • Planejamento e implantação de projetos para o desenvolvimento de pessoas Em relação à qualidade do ensino, o psicopedagogo deve: • Implantar uma Gestão de planejamento das suas atividades de intervenção; • Implementação de auditorias internas de qualidade de ensino; • Planejamento e implantação de sistemas de avaliação da qualidade de ensino; • Planejamento, implantação e monitoramento de programas de intervenção psicopedagógica aos alunos; Os segmentos de desenvolvimento da aprendizagem dos alunos devem: • Desenvolver a competência de supervisão de equipes para o acompanhamento de cada aluno com dificuldades; • Desenvolver as habilidades que ainda não foram produzidas pelos alunos; Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 32 • Gestão estratégica na prática do psicopedagogo; • Realizar reuniões eficazes e objetivas com todo o corpo docente, especialistas e direção escolar; • Buscar um desempenho satisfatório no relacionamento Intra e Interpessoal na escola; O psicopedagogo na escola deve ter: • Compromisso e envolvimento com o seu trabalho; • Conhecimento e experiência pedagógica na educação; • Conhecimento dos princípios, fundamentos e filosofia da educação • Conhecimento da área Psicológica; • Disponibilidade de horário; • Conhecimento do projeto em que está inserido (processo histórico social administrativo e operacional da instituição escolar); • Dinamismo; • Criatividade; • Capacidade de análise; • Ser uma pessoa capaz de encontrar soluções; • Paciência pedagógica; • Experiências com metodologias participativas; • Habilidade de escrita e leitura com fluência; • Habilidade para lidar com as novas tecnologias; • Habilidade em planejamento, monitoramento, avaliação e estratégias; • Habilidade de desenvolver projetos; • Este profissional deve ver, pensar, tomar decisão e agir estrategicamente. Além de tudo, para que as propostas de ação na sua escola dêem certo, é preciso: • Criar uma cultura de continuidade, de pensar e agir estrategicamente; • Proporcionar uma visão geral e holística da filosofia e missão da escola; • Acreditar que todo o processo é uma oportunidade para a aprendizagem; Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 33 • Buscar diminuir o grau de incerteza do futuro com o monitoramento das tendências; • Promover o alinhamento de toda a organização, na busca de recursos e de resultados no combate ao fracasso escolar; • Buscar uma referência de trabalho e flexibilidade nas decisões; • Evitar conflitos e perda de tempo, pois todos conhecem suas responsabilidades; • Desenvolver relações interpessoais positivas e de cooperação em todo a comunidade escolar. É necessário que as instituições escolares utilizem uma Gestão Estratégica em Psicopedagogia para encontrar maneiras diferenciadas de idealizar novos saberes, expandir as várias possibilidades de aprendizagem dos alunos e criar condições para que todos possam olhar o futuro com esperança. O psicopedagogo e o seu papel frente aos desafios Pode-se dizer que o psicopedagogo é um profissional com uma formação que abrange duas dimensões. A primeira, a formação teórico-científica, incluindo a formação acadêmica específica nas disciplinas em que o docente se especializa em uma formação pedagógica que envolve conhecimentos da filosofia, sociologia, história da educação e da própria pedagogia que contribuem para o esclarecimento do fenômeno educativo no contexto histórico social. A segunda, a formação técnica-prática que visa a preparação profissional específica para a docência incluindo a didática, as metodologias específicas das matérias, psicologia da educação e pesquisa educacional (PIMENTA, 1999). O curso de psicopedagogia ainda é visto sob uma ótica simplista. Não se pode renegar o papel de educador, ou seja, um mediador de aprendizagem. Não se pode fugir à responsabilidade da educação, mas ao mesmo tempo o psicopedagogo é formado para atuar em outros espaços que precisam de sua intervenção com o intuito de viabilizar a aprendizagem. Este é um profissional qualificado para atuar em diversos campos educativos, e essa atuação pode ser formal, não formal e informal. Sendo assim ele deixa de Todos os direitos reservados ao Grupo Prominas de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 34 atuar só em questões escolares, conquistando um espaço bem mais amplo com o na empresa e da clínica. O psicopedagogo a ser formado deverá ser capaz de atuar segundo múltiplas dimensões como a política, ética, artística, técnica e afetiva, entre outras. Um profissional capaz de compreender as relações educativas que ocorrem no âmbito dessa sociedade dos sistemas de ensino, da escola, da sala de aula e de outras agências educacionais, todas elas consideradas em seu contexto e que envolvem simultaneamente dimensões individuais e sociais. O campo de atividade pedagógica extra-escolar é extenso, pode-se incluir no item da educação extra-escolar toda a gama de agentes pedagógicos que atua no âmbito da vida privada e social. Pais, trabalhadores voluntários e associações, centro de lazer, todos atuam como pedagogos, mesmo sem a formação acadêmica. Mediante os novos paradigmas no mercado te trabalho, muitos empresários percebem a importância do pedagogo para o crescimento organizacional. Instrutores, animadores, formadores, organizadores técnicos, consultores, orientadores são profissionais que exercem sistematicamente atividades pedagógicas e que ocupam parte de seu tempo nestas que se desenvolvem em órgãos públicos e privados, ligados às empresas, à cultura, aos serviços de alimentação, promoção social (BOMFIM, 2004). Muitos trabalhadores, engenheiros e técnicos dedicam boa parte de seu tempo a supervisionar ou ensinar funcionários e estagiários no local de trabalho. Estes profissionais ocupam parte de seu tempo em atividades pedagógicas, em órgãos públicos e empresas, referentes