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Sheila Prates – 93 Cirurgia II Hiperplasias de Tecidos Moles Definição: aumento benigno de um tecido Causa: multiplicação do número de células normais FISIOLÓGICO -hormônios (puberdade no aumento das glândulas mamaria, ciclo menstrual, gravidez, aumento benigno da próstata PATOLÓGICO – verrugas na camada superficial da pele, hiperplasias gengivais por placas ou traumas, medicamentos como imunossupressão, diabetes... Hiperplasia inflamatória fibrosa Épulis fissurado ou fibrose por dentadura É a doença mais prevalente das lesões bucais – 20,2% Causa: prótese mal adaptada (principalmente). Quando a prótese está mal adaptada, há uma resposta do tecido em preencher o espaço entre a prótese e o tecido mole. Paciente não retorna ao dentista para readaptar ou trocar as próteses. Reabsorção dos processos alveolares – o processo alveolar só existe em função da presença do dente. Quando se faz a exodontia, o organismo passa a entender que o processo alveolar não é mais necessário e consequentemente inicia o processo de reabsorção o rebordo alveolar, que praticamente se inicia na exodontia e é contínuo ao longo da vida, não termina. A reabsorção é mais rápida nos primeiros anos (1,2 ano). TRATAMENTO Estágio inicial → hiperplasia pequena (1cm) e com fibrose mínima. Pode- se propor um tratamento conservador NÃO CIRURGICO → Reembasamento da prótese ou a confecção de uma nova. Estágio tardio → hiperplasia grandes ou com fibrose no tecido hiperplásico (> 1cm). Tamanho da hiperplasia e não o tempo que o paciente utiliza a prótese. Cirúrgico Tratamento cirúrgico Remover a prótese para obter redução da reação inflamatória. Mínimo de 7 dias Remoção dos tecidos hiperplásicos fazendo pinçamento (Allis, Dietrich, hemostática), porque geralmente o tecido está em formato pendiculado e fazer excisão utilizando lâmina de bisturi, tesoura, bisturi elétrico e laser cirúrgico. A anestesia depende da extensão e localização da lesão, mas em geral, é infiltrativa. Suturas Lesões pequenas → áreas cruentas/feridas pequenas – pode-se aproximar as bordas da ferida, buscando reparação no tecido. Geralmente com formato pendiculado. Utilizar fio de seda Lesões maiores → áreas cruentas extensas – NÃO pode aproximar as bordas para evitar maior redução da área chapeável. Fio absorvível. Deixar a ferida/periósteo exposto, porque não se aproxima as bordas e as suturas tem finalidade hemostática. Então, secar cuidadosamente a ferida com gaze e localizar na borda as áreas de sangramento e suturar essas áreas. Relação histológica: quando há uma ferida exposta/cruenta que expõe o tecido conjuntivo, existe uma tendência a contração do processo de cicatrização, e se deixar a ferida sem nenhum cuidado, terá uma ferida exposta muito grande que será evidenciado quando o paciente realizar as funções, e a mucosa tende a se aproximar e terá uma grande perda da área chapeável. Fazer o guia cirúrgico. o Guia cirúrgico → utilizar a prótese do paciente – se o paciente não tiver prótese, fazer uma moldagem do paciente, fazer a cirurgia de hiperplasia no modelo e confeccionar uma base como placa a vácuo. Objetivos: minimizar a perda área chapeável devido a contração da ferida e proteção da ferida. • Reembasar com condicionador de tecido • Uso contínuo por 5 a 7 dias – 5 dias é o prazo mínimo para retorno. Não retirar durante 24 horas • Remoção apenas para higienização • Enviar o tecido para exame histopatológico (possibilidade de um carcinoma in situ. Feridas crônicas) • Confecção de nova prótese – 4 semanas - ou reembasamento. • Só fazer a cirurgia se o processo de confecção de uma nova prótese estiver encaminhado, se não, pode haver recidiva de hiperplasia. • A pinça deve estar inserida no mesmo lugar durante a remoção, pois a pinça danifica o tecido e modifica a qualidade para o exame histopatológico • Não suturar/ unir as bordas para não perder a área chapeável. Reembasamento do guia cirúrgico – condicionadores de tecidos Pó/liquido que vem com os proporcionadores, mistura e fica uma pasta fluída. Essa pasta é colocada em cima da prótese como um material de moldagem. Leva a boca e faz movimentos para adaptá-lo na arcada do paciente. Ao tomar presa, o condicionador de tecido fica resiliente, não adquirindo a mesma consistência do material protético. Reembasamento do guia cirúrgico – pasta zinco-enólica Pode realizar o guia com pasta zinco-enólica se não tiver condicionador de tecido. Depois de uma semana, observa-se um tecido edemaciado resultante do trauma cirúrgico e uma área um pouco amarelada devido a área cruenta exposta, que significa que o tecido conjuntivo ficou exposto e como proteção, produz uma pseudomembrana. É fisiológico. Em casos de prótese com flange curta para guia cirúrgico – além do reembasamento, fazer um selamento periférico, aumentando a extensão do flange e só então fazer o reembasamento. Porque não fazer a sutura com fio não absorvível? O fio pode ficar muito aderido ao tecido e precisar até de anestesia para conseguir removê-lo. CÂMARA DE SUCÇÃO Em meados de 1880 viram que se colocassem uma câmara de sucção na prótese aumentava a retenção. Então, criava-se uma cavidade/deformidade na prótese para que, quando em contato com o tecido, aumentasse a retenção. De inicio tinha a retenção, mas o tecido respondia a esse vácuo com uma hiperplasia no formato da câmara de sucção. TRATAMENTO Não cirúrgico → reembasamento da prótese. Colocar material resina, cera, preenchendo a câmara de sucção. Pode demorar um bom tempo para a hiperplasia desaparecer. Depois fazer uma nova prótese. Cirúrgico → excisão do tecido Tratamento cirúrgico • Remover a prótese para obter redução da reação inflamatória. Mínimo de 7 dias • Remoção do tecido hiperplásico • Avaliar necessidade de enviar o tecido para exame histopatológico – se tiver alteração de normalidade, feridas • Utilizar guia cirúrgico para proteção da ferida (OBJETIVO) – devido à grande extensão de área cruenta nesses casos. Reembasar com condicionador de tecido ou pasta zinco-enólica. Seguir todas as recomendações dos casos anteriores. Confeccionar nova prótese • Não há necessidade de sutura, nem com finalidade hemostática! Fazer contorno da hiperplasia delimitado pela lâmina de bisturi, com a pinça, segurar o tecido e com o bisturi retira o tecido superficialmente, apenas para voltar o tecido no seu nível normal. Depois da remoção, fazer reembasamento com condicionador de tecido. Hiperplasia papilar do palato Causas: próteses mal adaptadas, higiene precária, infecções fúngicas, etc Incidência: 10% pacientes com PT 20% PT com uso contínuo – 24h TRATAMENTO Estágio inicial → remoção da causa Estágio tardio → tratamento cirúrgico Tratamento cirúrgico • Remover a prótese para obter redução da reação inflamatória. Mínimo de 7 dias • Remoção dos tecidos hiperplásicos. Pode ser feito também com mucoabração (max e mini cut), além das outras possibilidades. • Avaliar necessidade de enviar o tecido para exame histopatológico – se observar áreas cruentas, feridas • Utilizar guia cirúrgico para proteção da ferida – apenas para proteção da ferida!! Remoção da mucosa superficialmente ao periósteo Técnicas cirúrgicas: • Bisturi (lâmina fria) → dificuldade de acesso • Eletrocirurgia (bisturi elétrico) → evitar lesar o tecido ósseo subjacente. Não forçar contra a mucosa. • Abrasão (pedras montadas, brocas ou escovas) • Laser cirúrgico. Precisa de treinamento assim como bisturi elétrico
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