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LEONARDO HENRIQUE CARDOSO CENTRO DE TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS INFANTIL LEONARDO HENRIQUE CARDOSO UNIVERSIDADE ESTÁCIO RIBEIRÃO PRETO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO CENTRO DE TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS INFANTIL PROPOSTA DE UM CENTRO DE TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS ESPECIALIZADO EM PEDIATRIA LEONARDO HENRIQUE CARDOSO Trabalho final de graduação apresentado á universidade Estácio para a obtenção do título de arquiteto e urbanista. Sob orientação da professora ME Catherine D’Andrea . RIBEIRÃO PRETO 2020 2 FICHA CATALOGRAFICA Orientador: ____________________________________________________________ Professora Catherine D’Andrea 1. Examinador ____________________________________________________________ Nome 2. Examinador ____________________________________________________________ Nome CENTRO DE TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS INFANTIL PROPOSTA DE UM CENTRO DE TRATAMENTOS ONCOLÓGICOS ESPECIALIZADO EM PEDIATRIA Comece acreditando que é possível. CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO - RIBEIRÃO PRETO Agradecimentos Agradeço meus pais, Gislaine e Leandro, a minha irmã Rosa, pelo apoio e incentivo constante, as minhas avós, Cleide e Maria Abadia, que sempre estiveram comigo nessa jornada. Aos meus Familiares que de alguma maneira sempre estiveram dispostos a me ajudar. Aos meus amigos que sempre me encorajaram nos momentos difíceis. Em especial minha amiga Maysa. Agradeço a minha orientadora e coordenadora Catherine, que sempre se mostrou presente desde o inicio da minha graduação. ‘‘Eu sei o preço do sucesso: dedicação, trabalho duro, e uma incessante devoção ás coisas que você quer que aconteça’’ (Frank Lloyd Wright) Resumo O trabalho proposto tem como intuito desenvolver o projeto arquitetônico de um centro de tratamentos oncológicos infantil, visando um atendimento gratuito e especializado. Melhorando na qualidade de vida e recuperação rápida do paciente. Também visa um ambiente humanizado, tanto no atendimento quanto no espaço em si. Para atender as crianças de Ribeirão Preto e região. Palavras chave: Humanização - Qualidade de vida - Câncer infantil - Tratamentos Pediátrico - Cura. Sumário 1. INTRODUÇÃO..................................13 1.1 Justificativa .......................................14 1.2 Objetivos geral .................................14 1.3 Objetivos específicos ........................14 1.4 Metodologia .....................................14 5. Legislação Vigente......................... 6. Leituras Projetuais .............................................49 6.1 Hospital Albert Einstein Novo Pavilhão Vicky e Joseph Safra.........................................................................50 6.2 Hospital Infantil Nemours ................................55 6.3 Hospital Sírio Libanês ......................................59 7. O lugar ................................................................64 7.1 Localização........................................................65 7.2 Legislação..........................................................66 7.3 Levantamento morfológico................................67 1 2 3 4 5 6 7 5. Ambientes Hospitalares...................................40 5.1 Humanização em ambientes Hospitalares.....42 5.2 Seis Fatores que Influenciam no Ambiente...43 4. Tratamentos Contra o Câncer .............32 4.1 Cirurgias ...........................................33 4.2 Radioterapia ......................................33 4.3 Quimioterapia ...................................36 4.4 Transplante de Medula Óssea ...........37 3. O que é o Câncer..............................24 3.1 Câncer no Brasil.............................26 3.2 Câncer Infantil ...............................28 2. Evolução do hospital ........................16 2.1 O SUS..............................................20 2.2 Humaniza SUS................................22 8. O projeto .............................................................76 8.1 Conceito e partido..............................................78 8.2 Distribuição .......................................................81 8.3 Programa de necessidade...................................85 8.4 Plano de massas.................................................87 8 10 9. Referências Bibliográficos ...................................89 9 Fonte: Rafael - Hospital do Câncer de Barretos Introdução Capitulo 1 1. Introdução A humanização em espaços hospitalares foi colocada em pauta nos ultimos anos, porem ainda é difícil encontrar edificações de saúde que se preocupam com a humanização. Podemos observar que a grande maioria das instituições hospitalares tem como partido a funcionalidade técnica, deixando de lado o a humanização e o conforto ambiental. Atualmente a importância dos espaços humanizados vem ganhando atenção, e mostrando com pesquisas cientificas como o ambiente pode influenciar no comportamento e saúde do usuário. Aspectos como, iluminação, ventilação, cores, e comunicação pessoal, se mostram de uma grande importância a cada dia. Quando se fala em humanização em hospitais infantis, a importância cresce ainda mais, devido a imaturidade da criança em entender sua situação clinica, internação, e tratamento. Alem da sua mudança de rotina e seu afastamento do meio familiar e social. Aos olhos da criança, o hospital moderno trás aspectos e sentimentos negativos, oquê afeta tanto no seu desenvolvimento físico quanto no seu desenvolvimento psicológico. Com isso o hospital fica marcado na memoria da criança, como um local de dor e medo. A humanização em espaços pediátricos é o atendimento personalizado com cada criança e adolescente, de forma que o contato entre paciente, familiares e profissionais seja menos formal, e mais humanizada. Diminuindo a dor e influenciando no processo dos seus tratamentos, ou até mesmo a cura. ‘‘A humanização nas instituições de saúde aplicada com o Trabalho artístico dos Doutores da Alegria construiu, ao longo de anos, uma parceria bem sucedida entre artistas e profissionais de saúde, estimulando alterações importantes em relação às crianças hospitalizadas: mudança positiva no comportamento, maior colaboração com exames e tratamentos, melhora na comunicação, diminuição de ansiedade com a internação e eventuais intervenções cirúrgicas, foram alguns dos efeitos relatados pelas crianças, pais e profissionais de saúde.’’ ( Masetti 2003,p.15) Analisando essa situação será desenvolvido um Centro de Tratamento Oncológico Pediátrico, em que as crianças e adolescentes diagnosticadas com câncer, possam realizar seus tratamentos em um local humanizado e que promova conforto. De forma que melhore a qualidade de vida e o processo de cura do paciente. Fonte: Arena Business 13 1.1 Justificativa O câncer é responsável por 12% de todas as causas de óbito no mundo, mais de 7 milhões de pessoas morrem anualmente da doença (UICC-International union against câncer). Anualmente esses números vem crescendo consideravelmente e a explicação para isso, seria a exposição dos indivíduos a fatores de riscos cancerígenos. De acordo com o ministério da saúde,(2020), no Brasil a cada 1.000 brasileiros, são descoberto 2 novos casos por ano. Na população infantil cerca de 12.000 crianças e adolescentes são diagnosticadas por ano. As crianças que frequentam ou estão internadas em hospitais por tempo indeterminado, necessitam de uma atenção especial dos profissionais. Estas crianças se afastam da sua rotina e se deparam com um local onde ela é direcionada frequentemente a procedimentos dolorosos, tal fator podem contribuir para futuros traumas. Estudos sobre a humanização em ambientes hospitalares começaram ser abordados nos anos 80, desde então os hospitais desenvolvem ações consideradas humanizadoras na intenção de desenvolver melhor conforto ao paciente , tanto na humanização do atendimento, quanto na humanização do espaço hospitalar. A região de Ribeirão Preto é formada por um conjunto de34 cidades, e tem como polo de tratamentos oncológicos infantil, o HC da criança do hospital das clinicas da faculdade de medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP). Com isso as crianças de toda região tendem a se deslocar da sua cidade até a cidade de Ribeirão Preto, em busca de tratamentos, e muitas das crianças com a saúde debilitada. De acordo com o site saopaulo.sp.gov.br (Portal do governo) 2017, o HC da criança conta com 233 leitos, 72 salas e consultórios, 3 salas cirúrgicas, e 15 leitos de UTI, atendendo em média 300 pacientes por dia. Com a finalidade de desafogar o HC da criança, e de diminuir a distancia no deslocamento dos pacientes em busca de tratamentos, é proposto um centro de tratamentos oncológicos infantil na cidade de Sertãozinho, que além de englobar 1.2 Objetivos Gerais Projetar um hospital especializado em combate e prevenção ao câncer para crianças e adolescentes, visando proporcionar a segurança, funcionalidade e bem estar de todos. 1.3 Objetivo Especifico Provocar um aspecto lúdico fazendo o uso de desenhos coloridos nos pisos, e disponibilizando espaços para diversão e interação. Como por exemplo sala de jogos, brinquedoteca, playgrounds e cinema, fazendo uso de diferentes materiais e cores proporcionando um local com maior tranquilidade e conforto, e não o ambiente hospitalar que estamos enraizados. 1.4 Metodologia O projeto é fundamentado por pesquisas bibliográficas. Fazendo a utilização de livros, artigos científicos, trabalhos de final de graduação disponíveis digitalmente. Tais estudos demonstram a evolução do ambiente hospitalar, os tipos de doenças oncológicas e seus tratamentos, e como foco do projeto, a importância da humaização em espaços hospitalares, fator que influencia na melhora física e piscicologicas do paciente, principalmente ambientes pediátricos. Atribuindo uma melhora na qualidade de vida e na auto estima. O projeto arquitetônico e a diagramação do caderno, será desenvolvido pelos softwares Corel Draw, AutoCad e maquete eletrônica pelo Sketchup junto ao V-ray. um grupo de cidades que a tem como referencia, conta com um déficit de instituições voltadas ao combate e prevenção ao câncer. 14 Fonte: Rafael - Hospital do Câncer de Barretos Capitulo 2 Evolução Do HospitalEspaço pra inserir o desenho de uma criança paciente do hc da criança. Desenho ainda não disponível. 2. Evolução do hospital Definição de hospital Hospital, do latim hospitalis, adjetivo derivado de hospes (hospede, estrangeiro, viajante). "O que da agasalho, que hospeda" Hospitium, lugar onde os hospedes eram recebidos, dai o nome de hospício para estabelecimentos que recebiam enfermos pobres e incuráveis, ou insanos. (Hospital Colônia de Barbacena (MG), nos anos 60. Aberto em 1903, comportava 200 pacientes, mas chegou a abrigar 5 mil internos.) Fonte: OUTRASPALAVRAS. Em sua origem os hospitais eram locais onde as pessoas com doenças graves ou sem cura iam para morrer, não tendo o caracter de órgão curativo. Eram instituições beneficiente e agências de ajuda aos pobres. Originárias da época de (3.300 a 2.360 a.c), foram encontrados em luxor os chamados, papiros médicos ou papiros medicinais. São antigos textos egípcios escrito em papiros, os procedimentos e práticas medicas do antigo egito. Esses papiros relatam detalhes como, diagnósticos, doenças, remédios indicados, cirurgias ou encantos mágicos. Os egípcios consideravam a respiração a função vital mais importante e o coração sendo o centro da circulação sanguínea. Na mitologia grega são encontrados muitas figuras simbólicas da medicina. As mais importantes são: Apolo, Quiron e Asclépio. Nessa época de (3.300 a 2.360 a.c), já eram reconhecidas varias doenças, cardíacas, abdominais, oftalmológica, distúrbios da bexiga, e edemas. A India é registrada como um grande construtor em 226 a.c, o rei Asota influenciado pelo budismo foi o grande compulsor. A partir do século ıv com crescimento do cristianismo, que os hospitais se expandiram. Comandado por sacerdotes e religiosos, os monastérios passaram a servir de refúgio para viajantes e doentes pobres, Esses lugares possuíam um infermitorium , onde os pacientes eram tratados, uma farmácia, e um jardim com plantas medicinais. Foram eles que se tornaram modelo para os hospitais modernos. ‘’É a parte integrante de uma organização médica e social, cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica integral, preventiva e curativa sob qualquer regime de atendimento, inclusive domiciliar, constituindo-se também como centro de educação, capacitação de recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como encaminhamento de pacientes, cabendo- lhe supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a ele vinculados tecnicamente.’’ (Ministério da Saúde) (Escritos da época em papiros) Fonte: Wickipdia (Cidade de Luxor) Fonte:Mirelle Tomé 2017 17 Marco da história, o hotel Dieu, em Lion construído nos tempos medíevais, servia originalmente como ponto de encontro pontificia e refugio para membros locais e itinerantes do clero. Quando o primeiro medico maltre martin conras foi contratado em 1454, o "hotel Dieu" se transformou em hospital totalmente funcional um dos mais importantes da França. (Hotel Dieu tranformado em hospital em 1454) Fonte: Vincent-Ramet. Os concelhos da cartagena e o de aquisgrana orientou que os hospitais fossem edificados próximo de igrejas ou conventos, e determinou algumas regras para as construções. A planta física de cada sala deveria ter um altar, e a posição das camas deveriam permitir a observação de atos religiosos. A sobrevivência financeira do hospital medieval, era constituída por doações ligadas a oferendas, propriedades de terras. Na renascença as congregações religiosas foram perdendo o controle dos hospitais e estes foram criando caráter municipal. O governo francês, após o incêndio do Hospital de Dieu, criou uma comissão formada por figuras importantes (Lavoisier, Laplace, Tennon,entre outros), onde criaram diretrizes de projeto para a reforma do hospital que foram adotadas por muitos hospitais do mundo. As diretrizes aconselhavam: · Numero máximo de leitos inferior a 1.200 para reduzir a contaminação. · Maior isolamento entre as enfermeiras. · Circulação de ar com aberturas de todos os lados. · · Os pavilhões dispostos em ordem paralela. · As fachadas devem ser uma ao norte e outra ao sul · Implantação de jardins (tratados) entre os pavilhões. Até 1650 acreditava-se que as doenças eram derivadas da poluição, podridão, cheiro ruim, suor fétio, espíritos dos animais, e fermentação do sangue. Anos depois começaram a entender e comprovar a existência de bactérias em algumas doenças (fungos, germes, vermes, vírus, entre outros...). O Brasil logo após a descoberta deu início a assistência hospitalar. O sistema foi criado pela rainha Leonor de Lencastre (91458 – 1525). Fundou as Santas casas da misericórdia. Em 1543 foi fundado em Santos o primeiro hospital do Brasil, feito por Brás Cubas. Logo depois foi construído o primeiro hospital de Pernambuco, em Olinda. E em São Paulo foi criado a santa casa antes do final do século XVI. No século XVIII surgiram os hospitais militares no pais. Somente quem era militar tinha assistência médica nesses hospitais. (Hospital militar e quartel da guarda fiscal) Fonte: Livro a historia da arquitetura hospitalar. O problema principal relacionado a saúde na época, eram as pestes, principalmente variola e febre amarela. Com esses problemas o império percebeu a falta de leitos hospitalares para a quantidade de enfermos. Apenas em 1850 o império criou hospitais de isolamento destinado aos enfermos atingidos pelas epidemias de febre amarela e cólera. 18 A oferta de assistênciamédica pelo governo quase não existia até 1920. Em 1920 foi criado o Departamento Nacional de Saúde Pública (DNSP), com isso a assistência hospitalar se relacionava cada vez mais com as politicas de previdência social. Após muitas mudanças e evoluções do hospital e do governo, é criado em 1988 o SUS – Sistema Único de Saúde. O sus visa atender toda a população sem preconceitos quanto a, raça, sexualidade, e classe social. Nesse novo cenário, o Ministério da Saúde, abordando os aspectos do projeto arquitetônico adequado às suas funções, criou um novo documento, a Portaria MS nº 1884/94, que estabelece as Normas para Projetos Físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde, que foi atualizada em 2002 pela RDC ANVISA n° 50/2002. . Em: ·1988 – Promulgação da Constituição do Brasil: sétima Constituição do Brasil promulgada em 5 de outubro. ·1990 – Publicação da Lei Orgânica da Saúde: cria em 19 de setembro o sistema público de saúde brasileiro: Sistema Único de Saúde(SUS). ·1994– Publicação da Portaria n. 1.884/GM do Ministério da Saúde em 11 de novembro, que determina pela primeira vez a obrigatoriedade de exame e aprovação dos projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, em todo o território nacional, na área pública ou privada. ·1999– Criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Lei n.9.782, de 26 de janeiro, que define o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, cria a Agência Nacional de Vigilância Sanitária e dá outras providências. ·2002 – Publicação da Resolução RDC n.50, de 21 de fevereiro, que dispõe sobre o Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de Estabelecimentos Assistenciais de Saúde. ·2003 – Criação da Política Nacional de Humanização (PNH) Criado o PNH a partir do Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar (PNHAH) de 2000. ·2013 – Institui o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP) através da Portaria n. 529, de 1° de abril do Ministério da Saúde: estabelece o objetivo geral de “[...] contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional”. Enquanto que na antiguidade os hospitais eram templos, igrejas, monastérios e hotéis adaptados. A forma moderna de um hospital era feita por monoblocos, e separações onde dividiam os doentes por idade, categoria de doenças e por sexo. Assim surge o hospital pavilhonar, como solução arquitetônica ideal. (Desenho demonstrativo em planta de um hospital pavilhonar) Fonte: Corbella i Corbella, Escudé i Aixelà and Pujol i Ros, 2006, 21. Com a revolução tecnológica da construção cívil e com a descoberta da estrutura metálica, surge uma nova tipologia, o monobloco vertical. Através dos séculos os hospitais deixam de ser o lugar onde se confinavam doentes e os preparavam para a morte e passa a ser uma instituição com especialidades médicas e alta tecnologia, com fins curativos e com objetivo da recuperação total do enfermo. 19 Atualmente o conceito da setorização moderna ainda é usada por diversos hospitais atuais, a separação de salas e alas da modernidade se estende até hoje, com algumas melhoras no âmbito construtivo devido as descobertas tecnológicas das ultimas décadas. 2.1 O SUS Antes da constituição de 1988 não havia um modelo de saúde no Brasil, eram apenas ações voltadas ao capital. Dando mais importância ao sistema financeiro, do que a saúde. A organização no que visa um ‘‘sistema’’ de saúde, era feita por boticários e curandeiros. Antes de 1800 haviam apenas 4 médicos no Brasil e os medicamentos tinham alto custo, por serem originários de portugal e do oriente. O perfil econômico do pais era de um país agrário exportador, com isso chegavam doenças de outros países, e também eram disseminadas doenças tropicais oriundas do Brasil. Com o grande número de pessoas vindas de outros países e com o saneamento precário e aglomerado as doenças se propagavam com mais facilidade. Cortiços Rio de Janeiro Fonte: flickrCortiços Rio de Janeiro Fonte: http://arteculturaeliteratura.blogspot.com A 8° Conferencia Nacional da Saúde em 1986, propôs um novo conceito de saúde pública no Brasil, com mudanças baseadas no direito universal a saúde, com melhores condições de vida. Com a presença de organismos internacionais, fez com que a sociedade desse mais atenção aos valores de saneamento e na participação das decisões. O relatório de base que demonstravam os conceitos discutidos na 8° conferência nacional de saúde , foi usado para elaboração do capitulo de saúde da constituição de 1988 e para a criação do SUS - Sistema Único de Saúde. A criação do SUS possibilitou o acesso universal a saúde sem nenhum tipo de discriminação. Dando atenção total e integral em doenças de alta complexidade, assim como em cuidados assistenciais. Mesa de debate da 8° conferencia Nacional de Saúde. Fonte: Ministério da Saúde Sistema Único De Saúde Fonte: Ministério da Saúde (Modificado pelo autor) 20 Uma das leis regentes do Sistema Unico de Saúde é a (lei 8.080/1990). Dentro do Art. 5 desta lei, se encontra os objetivos do SUS, que seriam: Ÿ I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e determinantes da saúde; Ÿ II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art. 2º desta lei; Ÿ III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das ações assistenciais e das atividades preventivas. Com estes objetivos, fica a cargo do SUS a criação de politicas e a execução de ações de: Ÿ Vigilância sanitária, Ÿ Vigilância ambiental Ÿ Vigilância epidemiológica Ÿ Saúde do trabalhador Ÿ Vigilância nutricional Ÿ Saneamento Ÿ As relativas politicas de sangue e hemoderivados O SUS pode também expedir normas e condições de funcionamento para instituições de serviços médicos no país. Alem de realizar contratos de direito público quando sua disponibilidade for insuficiente, para garantir assistência médica. O Sistema Único de Saúde tem como base 3 objetivos doutrinários: Universalidade - Busca atender a todos sem distinção ou restrição, oferecendo a todos a atenção necessária sem qualquer custo, independente da faixa etária, raça cor, ou classe social. Eqüidade - Visa disponibilizar os recursos e serviços com justiça, e de acordo com as necessidades de cada um, dando maior atenção aos que mais necessitam. Integralidade - Oferecer atenção necessária a saúde da população, promovendo ações continuas de prevenção e tratamento aos indivíduos da comunidade em quaisquer níveis de complexidade. Com base nos objetivos doutrinários, foram criados os objetivos organizativos, objetivos na qual visa uma organização que traga mas facilidade ao sistema de forma que promova melhor qualidade no atendimento. De acordo com o site oficial do Ministério da Saúde, os objetivos organizativos ou operacionais são: Regionalização e Hierarquização - os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida. A regionalização é um processo de articulação entre os serviços que já existem, visando o comando unificado dos mesmos. Já a hierarquização deve proceder à divisão de níveis de atenção e garantir formas de acesso a serviços que façam parte da complexidade requerida pelo caso, nos limites dos recursos disponíveis numa dada região. Descentralização - descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de governo. Com relação à saúde,descentralização objetiva prestar serviços com maior qualidade e garantir o controle e a fiscalização por parte dos cidadãos. No SUS, a responsabilidade pela saúde deve ser descentralizada até o município, ou seja, devem ser fornecidas ao município condições gerenciais, técnicas, administrativas e financeiras para exercer esta função. Para que valha o princípio da descentralização, existe a concepção constitucional do mando único, onde cada esfera de governo é autônoma e soberana nas suas decisões e atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade. Art. 196 da Constituição Federal. ‘‘A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.’’ 21 Participação Popular - a sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde. 2.2 Politica Nacional de Humanização Em 2003 foi lançada a Politica Nacional de Humanização (PNH), com o intuito de mudar os modos de gerir e cuidar dos pacientes em serviços de saúde. Seus macro objetivos são: Ÿ Ampliar as ofertas da Politica Nacional de Humanização aos gestores e aos conselheiros de saúde, priorizando a atenção básica e hospitalar, com ênfase nos hospitais de urgência e universitários. Ÿ Incentivar a inserção dos trabalhadores do SUS na agenda dos conselhos de saúde e das organizações da sociedade civil. Ÿ Exibir a politica de humanização e ampliar os processos de formação e produção de conhecimento em conjunto com movimentos sociais e institucionais A PNH também conhecida com Humaniza SUS, tem como objetivos primários: Ÿ Contagiar outras pessoas para exercer a humanização nos atendimentos de saúde, começando pela sensibilização dos gestores e trabalhadores para por fim sensibilizar os pacientes. Ÿ Fortalecer iniciativas de humanização existentes. Ÿ Aprimora estrategias e métodos a fim de aprimorar e obter mudanças nos modelos de atenção e gestão. Ÿ Implantar processos de acompanhamento e avaliação, ressaltando experiências geradas no SUS. De forma que obtenha os seguintes resultados: Ÿ Atendimento acolhedor e resolutivo. Ÿ Implantação de modelo de atenção com responsabilidade e vinculo com o usuário. Ÿ Garantia dos direitos do usuário. Ÿ Valorização dos trabalhos de saúde. Ÿ Maior participação dos gestores nas atividades de contato direto . Tais mudanças construídas de forma coletiva e compartilhada, atingindo o usuário, trabalhadores, e gestores. Os princípios da Politica Nacional de Humanização são a tranversalidade, indissociabilidade entre atenção e gestão, e protagonismo corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos. Transaversabilidade. Tem que se fazer presente em todas politicas do SUS, buscando transformar as relações de trabalho. Ampliando o grau de contato entre os trabalhadores, e da comunicação entre as pessoas de todos saberes e especialidades, para juntos produzirem melhor qualidade na saúde. Indissociabilidae entre atenção e gestão. Trabalhadores e usuarios, buscam entender o funcionamento da gestão e os serviços da rede de saúde, e participar das tomadas de decisões nas organizações de saúde. Protagonismo corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e dos coletivos. Toda e qualquer mudança é mais concreta se construída com autonomia e vontade das pessoas envolvidas, que compartilham responsabilidades. Onde os usuários não são só os pacientes, mas também trabalhadores e gestores. Um SUS humanizado reconhece cada pessoa como legitima cidadã de direitos, e valoriza e incentiva sua atuação na produção de saúde. ‘‘Acolher é reconhecer o que o outro traz como legítima e singular necessidade de saúde. O acolhimento deve comparecer e sustentar a relação entre equipes/serviços e usuários/populações. Como valor das práticas de saúde, o acolhimento é construído de forma coletiva, a partir da análise dos processos de trabalho e tem como objetivo a construção de relações de confiança, compromisso e vínculo entre as Equipes/serviços, trabalhador/equipes e usuário Com sua rede socioafetiva.’’ - Biblioteca virtual do Ministério da Saúde 22 O câncer Capitulo 3 Espaço pra inserir o desenho de uma criança paciente do hc da criança. Desenho ainda não disponível. 3. O que é câncer? Câncer é um conjunto de doenças que tem como similaridade o crescimento descontrolado das células em diferentes partes do corpo, que invadem orgãos e tecidos. A enfermidade também é conhecida como neoplasia, e oncologia é a ciência que estuda essa doença, e os profissionais são nomeados de oncologistas. Trilhões de células vivas formam o corpo humano, também chamada de células normais, que se dividem e morrem de forma controlada e natural. O câncer tem início quando as células de algum órgão ou tecido começam a se multiplicar descontroladamente. O crescimento de células cancerígenas se diferencia pelo fato de romperem o que seria um ciclo natural, que seria se dividirem e realizarem a apoptose. As células cancerosas se multiplicam e o crescimento descontrolado invadem células saudáveis de outros órgãos e tecidos. Estas células se tornam cancerígenas pois há alteração em seu DNA, corrompendo o gene chamado oncogene, que realiza a divisão celular e a morte da célula no momento certo. (Processo de desenvolvimento de um tumor) Fonte: INCA Célula normal Tecido Órgão (pulmão) Agente canceroso Tecido infectado Existem ainda alguns fatores genéticos que tornam determinadas pessoas mais suscetíveis à ação dos agentes cancerígenos ambientais. Isso parece explicar porque algumas delas desenvolvem câncer e outras não, quando expostas a um mesmo carcinógeno. ( Inca. 2018) Fonte: INCA; Modificado pelo autor. As causas do câncer podem ser tanto por fatores genético como por fatores ambientais. Nas causas genéticas é pré-determinada a causa, devido a capacidade do organismo se defender de agressões externas, ou por herdar um DNA corrompido de algum familiar já diagnosticado com a doença. Nas causa ambientais e químicas, tem ligação com a alimentação, condições de trabalho, medicamentos, hormônios, radiação, vírus, hábitos sexuais, entre outros fatores. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). Entre 80% e 90% dos casos de câncer estão associados a causas externas. As mudanças provocadas no meio ambiente pelo próprio homem, os hábitos e o estilo de vida podem aumentar o risco de diferentes tipos de câncer. 25 3.1 Câncer no Brasil Assim como no mundo, o número de casos de câncer no Brasil cresce em conjunto com as transformações globais dos últimos anos, que muda a situação de saúde pela urbanização acelerada. Uma pesquisa feita pelo ministério da saúde em 2014, apontou cerca de 427 mil casos no Brasil em 2006 – ou 355 mil se excluído os casos de tumores de pele não melanoma. Esse número corresponde a 2 novos casos por ano, a cada 1.000 brasileiros. No Brasil, o número de pacientes que recorrem ao SUS (Sistema Único de Saúde) passou de 292 mil em 2010 para 393 mil no ano de 2015. Atualmente, o SUS atende 474 mil pacientes. Os tipos de câncer mais incidentes no país são: - Em homens, Brasil, 2020 Fonte INCA. Para ter acesso ao diagnóstico e tratamento pelo SUS é preciso um encaminhamento para um ambulatório de especialidades para realizar outros exames mais aprofundados. Feito isso, é confirmado ou não o diagnóstico e então o SUS têm 60 dias para dar início ao tratamento em centros de tratamento especializados. “São hospitais de referência, muitos deles comequipes de pesquisa. Com o diagnóstico, normalmente o tratamento começa bem antes dos 60 d i as ” ( d i z F ranc ies , ge ren te administrativo do instituto de responsabilidade social do hospital Sírio-Libanês. Embora o tratamento seja considerado rápido, o SUS conta com outros problemas como a demora na obtenção de novas tecnologias e remédios para o câncer na rede pública. - Em mulheres, Brasil, 2020 Fonte INCA. 26 Após a consulta o médico precisa pedir autorização ao convênio para realizar exames, a empresa tem até 5 dias para autorizar ou até 10 dias se solicitar mais informações do caso do paciente. Depois do exame o convênio precisara aprovar o tratamento indicado para o paciente. A espera pelo tratamento varia de caso para caso. Atualmente no Brasil existem 410 instituições privadas voltadas ao câncer. Os estados com a maior concentração de hospitais privados que oferecem tratamento oncológicos são: Ÿ São Paulo com 149 hospitais Ÿ Minas Gerais com 51 hospitais Ÿ Rio Grande do Sul com 43 hospitais Fonte: MS/SVS/DASIS/CGIAE/ Sistema de Informação sobre Mortalidade - SIM. MS/INCA/ Conprev/Divisão de informação; modificado pelo autor No Brasil, a mortalidade por neoplasia aumentou consideravelmente nas últimas décadas. Em 2004 a mortalidade por câncer representou 13,7% de todos os óbitos registrados no país, ficando atrás apenas das doenças do aparelho circulatório. Estimativas para o ano de 2020 do número de casos novos de câncer, por Estado, levando em contas os tipos de câncer mais incidentes. Fonte: INCA 30,8 5,2 10,0 12,413,7 27,930,0 20,0 10,0 0,0 Ap . c irc ula tór io Ne op las ias Ca us as et ern as Ap . re sp ira tór io En dó cri na s Ou tra s Merulla Steagall, presidente da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia, lembrou que muitos medicamentos novos para o tratamento de câncer são incorporados antes na rede privada do que na rede pública. Diz também que medicamentos aprovados a 10 anos pela Anvisa para os tratamentos ainda não se encontram disponíveis para os usuários do SUS. Na rede pública existem 317 unidades e centros de assistência habilitados no tratamento do câncer, porém só 73 especializados na doença (Fonte: Jornal da Record 07/2017). Todos os estados tem pelo menos 1 hospital habilitado em oncologia. Os estados com mais instituições que tratam o câncer em conjunto ao SUS são: Ÿ São Paulo com 80 hospitais Ÿ Minas Gerais com 37 hospitais Ÿ Rio de Janeiro com 30 hospitais No sistema privado os desafios são diferentes, muitas vezes o paciente se depara com a demora em consultas com determinados especialistas, além de ter que esperar durante muito tempo a liberação do convênio para determinados exames ou para o próprio tratamento. Em alguns casos o plano não arca com alguns quimioterápicos indicados pelo médico. O acesso ao tratamento conta com algumas diferenças quando comparado com a rede pública. Em primeiro lugar o paciente vai até um consultório que seja convêniado, ou medico convêniado. Feito isso o plano de saúde tem até um mês para conseguir a consulta para seu convêniado. 27 3.2 Câncer Infantil No câncer infantil as causas são pouco conhecidas, acredita-se que alguns tipos específicos já sejam determinados geneticamente. De acordo com a medicina especializada em oncologia, o tumor infantil possui menor tempo de evolução, em geral crescem rapidamente e são mais agressivos. Porém, apresenta respostas positivas aos tratamentos. A partir dos dados obtidos do RCBP, no Brasil o câncer pediátrico varia 1% (Palmas, 2.000 – 2.001) a 4,6% (Campo Grande, 2.000) de todos os tipos e que os mais freqüentes na população infantil são a leucemia, linfoma e os tumores no sistema nervoso central. A leucemia é o câncer infantil com maior ocorrência no Brasil e no mundo, as crianças com idade inferior a 5 anos são as mais acometidas por este tipo de neoplasia. Enquanto o câncer em adultos tem ligação com, sol, tabagismo, álcool entre outras exposições, o câncer infantil não tem ligações com fatores químicos e ambientais. Os sintomas do câncer infantil são semelhantes com as de doenças comuns entre as crianças, por isso é fundamental realizar consultas freqüentes ao pediatra, profissionais que poderão identificar os primeiros sinais de um possível câncer. Alguns sinais de alerta: Ÿ Palidez, hematomas ou sangramento, dor óssea. Ÿ Caroços ou inchaços, especialmente se indolores e sem febre ou outros sinais de infecção 16% 18% 18% 1%10% 5% 8% 8% 1% 7% 4% 4% Leucemia Linfomas e Neoplasias Reticulo - endoteliais SNC e Miscelânia de Neoplasias Intracranianas e Intraespinhais Tumores no Sistema Nervoso Retinoblastoma Retinoblastoma Tumores Renais Tumores Hepáticos Tumores Ósseos malignos Sarcomas de Partes Moles Neoplasia de Célula Germinativas transflobásticas, e outras Gonadais Carcinomas e Outras Neoplasias Malignas Epiteliais (Gráfico dos tipos de tumores mais freqüentes em crianças) Fonte: INCA; modificado pelo autor “Temos visto que a detecção precoce do câncer, feitos nos serviços de saúde, têm sido cruciais para a queda na mortalidade. Isso é imprescindível, pois para a obtenção de melhores resultados, é preciso ter diagnóstico precoce e o ágil encaminhamento para início de tratamento” – (Fátima Marinho, diretora de departamento de doenças e agravos não- transmissíveis e promoção de saúde, do Ministério da Saúde, 2018). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), cerca de 12 mil crianças e adolescentes são diagnosticados com câncer anualmente no Brasil, o que seria equivalente a 32 casos por dia, e é considerada a primeira causa de morte por doença na população infanto-juvenil. Hoje, cerca de 80% das crianças e adolescentes acometidos por câncer podem ser curados se forem diagnosticados precocemente e tratados em centros especializados. 28 AM 3 BA 19 CE 10 DF 9 ES 8 GO 5 MA 5 MT 5 MS 7 MG 37 PA 4 PB 5 AP 1 AL 5AC 1 PR 28 PE 12 PI 3 RJ 30 RN 7 RS 30 RO 4 RR 1 SC 20 SP 80 SE 3 TO 3 Número de hospitais especializados em oncologia, por estado (Brasi). De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva. (Mapa com o numero de hospitais púbicos especializados em oncologia no Brasil) Fonte: Acervo pessoal; dados retirados do site INCA Estimativas para o ano de 2020 do número de casos novos de câncer por estado (Brasil) Fonte: INCA Um estudo feito em 2018 pelo Observatório de Oncologia do movimento todos juntos contra o câncer (TJCC), junto ao Conselho Federal de Medicina (CFM). Segundo o estudo as regiões com o maior IDH (Indice de desenvolvimento humano) mais altos, são onde o câncer é a principal causa de morte. Entre as 516 cidades brasileiras onde os tumores são a primeira causa de morte, 80% se localizam na região sul. Ÿ Região sul (275 cidades), sudeste (140 cidades) = 80% Ÿ Região nordeste (48 cidades) = 9% Ÿ Região centro-oste (34 cidades) = 7% Ÿ Região norte (19 cidades) = 4% 29 Ÿ Perda de peso inexplicada ou febre, tosse persistente ou falta de ar, sudorese noturna. Ÿ Alterações oculares, pupila branca, estrabismo de inicio recente, perda visual, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos. Ÿ Inchaço abdominal. Ÿ Dores de cabeça, especialmente se incomum, persistente ou grave, vômito ( em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias). Ÿ Dor em membro ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção. Ÿ Fadiga, letargia ou mudanças no comportamento, como isolamento social. Ÿ Tonturas, perda de equilíbrio ou coordenação. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA). É estimado que no Brasil ocorra 2704 mortes anualmente pelo câncer infantil, e 215.000 casos diagnosticados em crianças menores de 15 anos, e cerca de 85.000 em adolescentes de 15 a 19 anos. Para ajudar a combatere entender o câncer infantil a IARC junto com a Organização Mundial da Saúde, busca diminuir a desigualdade no acesso aos diagnósticos e na qualidade do tratamento, para que possa melhorar os resultados do tratamento para todas as crianças, em especial aqueles que vivem em países com recursos limitados. A iniciativa global tem o intuito de alcançar a taxa de sobrevivência para pelo menos em 60% para as crianças com câncer pelo mundo até o ano de 2030. Essa meta representa aproximadamente o dobro da taxa de sobrevivência atual. Dos 73 hospitais especializados em câncer no Brasil, poucos têm pediatria e os que possuem ficam sobrecarregados, além de se localizarem apenas em grandes cidades. O hospital Araújo Jorge, em Goiânia, por exemplo, atendeu em 2017, 5.426 crianças e 3.277 destas eram de outras cidades do interior e de outros estados, isso mostra como o país ainda precisa de hospitais do câncer voltados a pediatria (reportagem do Jornal da Record, 2017). O dia nacional de combate ao câncer infantojuvenil é lembrado oficialmente no dia 23 de novembro, a data é uma forma atrair atenção para um grupo de doenças oncológicas raras, mas que representam a primeira causa de óbitos entre as crianças e adolescentes. Visa também estimular ações educativas associadas a doença, realizar debates e outros eventos sobre as politicas publicas de atenção integral as crianças e adolescente com câncer, alem de divulgar os avanços técnicos da área. O laço dourado da campanha simboliza a cor da fita destacando a conciência do câncer infantojuvenil e o padrão ‘‘ ouro’’ necessário no cuidado e tratamento desses pacientes. Fonte: Centro Universitário São Camilo 30 Tratamentos Capitulo 4 Espaço pra inserir o desenho de uma criança paciente do hc da criança. Desenho ainda não disponível. 4.1 Cirurgia A cirurgia é o tratamento contra o câncer mais antigo considerado o principal tratamento e pode ser curativo quando a doença se encontra em estágio inicial. A cirurgia também é utilizada com outros fins, como uma biópsia cirúrgica, alivio de dores, ou diminuição de um tumor para combina-lo com outro tratamento. Entre os tipos de cirurgia há, a cirurgia curativa, que é feita quando o tumor está localizado em apenas uma área do corpo e provavelmente toda doença possa ser retirada. Pode ser usada isoladamente ou em conjunto com radioterapia, quimioterapia e outros tratamentos. Cirurgia para remover parte do tumor Esse procedimento é usado para remover apenas uma parte do tumor, mas não toda doença. Necessário quando a retirada total do tumor causaria muito dano aos órgãos ou tecidos próximos, nesse caso é retirado o máximo possível e o restante é tratado com quimioterapia ou radioterapia. Cirurgia de suporte A cirurgia de suporte é realizada para pacientes terem outras opções terapêuticas como a inserção de cateter para a administração da quimioterapia. 4. Tratamentos contra o Cãncer Após o paciente ser diagnosticado o médico discutirá as opções de tratamento que dependerão do estágio que se encontra o tumor, localização e saúde geral do paciente. Os principais tipos de tratamentos são: Cirurgia Paliativa Esse tipo de cirurgia é usado quando a doença já está mais avançada utilizado para aliviar dores e desconfortos que a doença causa. Esse método serve para dar melhor qualidade de vida para a pessoa mas não para cura-la do câncer. Cirurgia Profilática A cirurgia profilática ou preventiva é feita para remover o tecido que provavelmente se tornara câncer mesmo que não exista sinais de câncer. Mas isso não impede que a doença se manifeste, a cirurgia é indicada para pessoas com histórico familiar de câncer. Os efeitos colaterais que podem ocorrer durante e após a cirurgia são eles, hemorragias, danos ao tecido ou órgãos próximos, dor, infecções e recuperação lenta das funções do corpo. 4.2 Radioterapia A radioterapia é um tratamento indolor onde se utiliza radiação ionizantes, um tipo de energia que pode destruir ou impedir que as células do tumor aumente. A maioria dos pacientes diagnosticados com câncer é tratatado por radiações, e o resultado pode ser bastante positivo. O tumor pode ser controlado ou até mesmo curado. Quando não é possível a cura a radioterapia pode servir para a diminuição do tamanhos do tumor de forma que contribua para a qualidade de vida, aliviando a pressão, dores, hemorragias entre outros sintomas. O numero de sessões de radioterapia pode variar de acordo com a localização do tumor, e podem ser das seguintes formas. 33 Braquiterapia São colocados aplicadores pelo médico, no local que se encontra o tumor a ser tratado, após a aplicação o aparelho transmite radiação até os aplicadores colocados no corpo do paciente. Procedimento feito em ambulatório, podendo ser necessário anestesia. As sessões variam de paciente para paciente, na radioterapia externa. Radioterapia externa ( ou tradicional) Na radioterapia externa o paciente fica deitado no aparelho, que estará direcionado para a área a ser tratada, sendo em áreas no rosto ou cabeça, é necessário o paciente usar uma mascara que o ajude a manter a posição durante o tratamento. (Paciente fazendo uso da mascara para ajudar a manter a posição durante o tratamento ) Fonte: INCA Caso a área de tratamento seja no corpo é utilizado um aparelho chamado tomógrafo, que ajuda o médico a marcar a área a ser tratada, desenhando sobre a pele com uma caneta de tinta vermelha. Essas marcas permanecem até o término do tratamento. O procedimento acontece com o paciente sozinho na sala enquanto o técnico do aparelho fica supervisionando da sala de controle. Já na Braquiterpia podem ser utilizados diversos dispositivos como cateter e aplicadores, isso depende do estado fisico e do tumor do paciente. Alguns pacientes precisam de sedação para evitar desconforto na aplicações dos aplicadores. Na Braquiterapia ou radioterapia interna é colocado uma fonte de radiação, dentro ou junto a área que precisa de tratamento. Através dos aplicadores é passado a radiação, com intuito de desacelerar ou eliminar as células cancerígenas. (Sala de controle do tratamento de radioterapia) Foto: Unimed Sorocaba (Marcação para delimitar o local a ser tratado com a radioterapia externa) Fonte: INCA 34 Os efeitos colaterais da radioterapia se diferenciam de região para região. HOMEM MULHER Região, cabeça e pescoço Alterações no paladar, dor ao engolir. Reações na pele (pele ressecada, escurecida ou avermelhada ou com feridas) que podem causar dor e dificuldade para se alimentar. E boca seca ou saliva grossa. Região torácica Cansaço, reações na pele (pele ressecada, escurecida ou avermelhada), perda de pelos no local do tratamento, coceira na área tratada, perda de apetite e náuseas. Região pélvica Cansaço, alteração do ritmo intestinal (diarréia ou prisão de ventre), reações da pele (perda de pelos no local de tratamento, coceira na área e ardência ao urinar. Cérebro, olho, lábio, boca, nasofaringe, orofaringe Traqueia, brônquios, pulmão Esófago, vesícula, vias bilares, ânus Bexiga, uretra Pele Mama Útero, colo do útero, vagina, vulva Próstata, pênis Atualmente o sistema público tem um déficit em equipamentos de radioterapia. Hoje paciente de câncer tratados pelos SUS (sistema único de saúde) enfrentam longas filas de espera, e muitos precisam ir para outra cidade para receber tratamento, pois não existem salas de radioterapia suficiente para suprir a demanda dos diagnosticados. O SBRT (Sociedade Brasileira de Radioterapia) estima que 5.000 pessoas morrem todo ano em decorrência do déficit nessa área, considerando apenas os cinco tipos de câncer com maior incidência no Brasil. Esse déficit ocorre pelo alto custo e complexidade de uma sala de radioterapia, a construção de uma sala de radioterapia ou ‘‘Bunker’’ como é chamado. È necessário materiais especiais e paredes deconcreto de alta densidade e no mínimo 2 metros de espessura. Essa construção pode passar de 9 milhões, além do equipamento radiográfico na qual o investimento é no mínimo de 7 milhões. Para esse tipo de obra é necessário profissionais especializados. ‘‘A complexidade de uma contrução dessas é muito grande’’ afirma o presidente da SBRT, Arthur Accioly Rosa (2019). O locais do corpo onde o tratamento é mais utilizado são: (Sala de radioterapia) Fonte: Acervo galeria hospital Drauzio. Fonte: INCA; modificado pelo autor) Fonte: A.C.Camargo câncer center; modificado pelo autor 35 4.3 Quimioterapia O termo quimioterapia, refere-se ao tratamento de doenças com a utilização de substancia químicas. A quimioterapia é o tratamento mais conhecido, quando o assunto é o tratamento oncológico, esse tipo de tratamento utiliza medicamentos para combater o câncer. O tratamento não causa dor, apenas a picada da agulha, na hora de posiciona-la na veia para receber os remédios quimioterápicos. Após o paciente ser diagnosticado o médico discutira as opções de tratamento que dependerão do estágio que se encontra o tumor, localização e saúde geral do paciente. Os principais tipos de tratamento são: Via oral (pela boca) São remédios em forma de comprimidos, cápsulas e líquidos, que você pode tomar em casa. Intravenosa (pela veia) A medicação é aplicada na veia ou por meio de cateter (Que é um tubo frio colocado na veia), na forma de injeções ou dentro do soro. Intramuscular (pelo músculo) A medicação é aplicada por meio de injeções no músculo. Subcutâneo (abaixo da pele) A medicação é aplicada por meio de injeção no tecido gorduroso acima no músculo . (Metedos de aplicação dos medicamentos quimioterápicos) Fonte: INCA; modificado pelo autor A escolha do medicamento vai de acordo com cada paciente e suas individualidades. Existem mais de 110 quimioterápicos para o tratamento do câncer, que podem ser usados individualmente ou em conjunto. O uso da quimioterapia assim como da radioterapia é usado para vários fins e diferentes tipos de tratamentos, os mais comuns são: Poliquimioterapia. Tratamento onde é usado varias drogas para tratar uma doença, mais utilizado em tratamentos de leucemia e linfomas. Quimioterapia Adjuvante. Esse tipo de quimioterapia é administrada após um tratamento principal, como cirurgia, para que bloqueie e dificulte a volta do câncer, ou para disseminação total do tumor. Quimioterapia Neoadjuvante ou de Indução. Tratamento aplicado antes de qualquer tratamento cirúrgico ou de radioterapia, para avaliar a efetividade do tratamento. A quimioterapia adjuvante diminui o tumor, podendo melhorar os resultados em outros tratamentos. Intratecal (na espinha dorsal) É pouco comum, sendo aplicada no liquor (liquido da espinha), administrada pelo médico, em uma sala própria ou no centro cirúrgico. Tópica (sobre a pele) Medicamento que pode ser liquido ou pomada, aplicado na pele 36 (Sala de quimioterapia) Fonte: Galeria Hospital Oncologia Niterói De acordo com o Observatório da Oncologia, ‘‘Em 2010, o Tribunal de Contas da União (TCU) realizou uma análise das APAC (Autorização de Procedimentos de Alta Complexidade) processadas no mesmo ano e revelou que 60,5% dos pacientes foram diagnosticados em estadiamento avançado, níveis 3,4 e 5'’. Sendo o ‘‘estadiamento’’ a extensão do câncer no corpo de uma pessoa. O custo médio de uma sessão de quimioterapia é de 1.783,35 reais (100%), sendo 1.671,66 reais (93,75%), gatos com farmáco. Segundo o Conselho Nacional de Secretarios da Saúde (CONAAS), o Sistema Único de Saúde em 2010 passou por uma crise de desabastecimento, deixando cerca de 2 milhões de pacientes sem tratamentos no sistema público de saúde. Acredita-se que os fatores que contribuem para o desabastecimento são: Ÿ As excessiva burocracias que envolvem o processo de compra. Ÿ O fato de remédios deixarem de ser fabricados no Brasil de forma que exija todo um processo de importação de alto custo e complexidade Ÿ O alto custo de tratamentos, principalmente na área oncológicas Os efeitos colaterais da quimioterapia são os que mais assustam entre todos os tratamentos de câncer. Ao contrario da radioterapia a quimioterapia age em todo corpo. No intuito de atingir as células cancerígenas, a quimioterapia também atinge as células saudáveis que estão crescendo rapidamente. Entre as células estão as responsávei pelo trato digestivo e as células que fazem o cabelo crescer, quando atingidas pelo tratamento causam diarréia e quedas de cabelo, além desses efeitos colaterais a quimioterapia tem também como efeito colateral, anemia, constipação, dor, infertilidade, náuseas e vômito, Mudanças sexuais, Fadiga, Mudança de apetite, entre outros sintomas. 4.4 Transplante de Medula Óssea O transplante de medula óssea é proposto para algumas doenças que afetam as células do sangue, como leucemia e linfomas. É na medula óssea que se localizam as células-tronco hematopoéticas, responsáveis pela geração de todo o sangue (glóbulos vermelhos, glóbulos brancos e plaquetas). Essas são as células substituídas no transplante de medula. O transplante pode ser ideogênico (do próprio paciente), ou halogênico (de um doador), além das células precursoras vindas do sangue circulante de um doador ou do sangue de um cordão umbilical. O processo para o transplante tem inicio no teste de compatibilidade entre o doador e o receptor, após comprovar que ambos são compatíveis, o paciente ou responsável legal assina um termo de consentimento, com isso é feito o agendamento do transplante. 37 (Imagem ilustrativa de um transplante de medula óssea) Fonte: Jornal O Paraná Após o transplante a quimioterapia feita no pré-transplante, provoca queda na produção de todas as células do sangue, tanto doentes quanto sadias. O baixo numero de leucócitos (célula de defesa do organismo), deixa sujeito a infecções bacterianas, virais, entre outras infecções. Com isso o paciente ficará incapaz de se defender das infecções, com isso fazendo uso de antibióticos como solução. Nesse período em que as células transplantadas ainda não produzem células sanguíneas suficiente, o paciente é tratado com transfusões de hemácias e plaquetas, além de receber medicamentos para influenciar a produção de leucócitos, importante célula de defesa do organismo. Com a recuperação da medula as células crescem com uma nova memória, e como são células de defesa, podem reconhecer alguns órgãos como estranho, essa doença é chamada de enxerto popularmente conhecida como ‘‘rejeição’’, é comum e pode ser controlada com medicamentos. No transplante de medula a rejeição é rara mas pode acontecer, por esse motivo o processo de seleção de dados compatível é de extrema importância. Para evitar uma forte ocorrência de rejeição, são prescritos imunossupressores, que diminui a ação das células transplantadas contra o organismo do paciente. A rejeição é importante para a preservação de recaídas da doença. Os linfócitos agridem as células doentes, lavando a menor chance de recaída. O doador passa por um procedimento cirúrgico sob anestesia, são realizadas punções com agulhas, nos ossos posteriores da bacia e aspirada a medula. Esse procedimento não danifica a saúde do doador, e em poucas semanas a medula óssea esta recuperada. No pré-transplante o receptor do transplante prepara seu corpo para receber as células sadias da medula. Essa preparação é realizada com altas doses de quimioterapia e em alguns casos radioterapia, o procedimento ataca as células doentes e destrói a própria medula, de forma que na hora do transplante não haja nenhuma célula imune. Após esse processo ele recebe uma medula saudável como se fosse uma transfusão de sangue. E com o transplante finalizado as células da nova medula circulam e vão se alojar na medula óssea, onde vão se desenvolver. 38 Ambientes Hospitalares Capitulo 5 Espaço pra inserir o desenhode uma criança paciente do hc da criança. Desenho ainda não disponível. 5. Ambientes hospitalares A Humanização dos espaços hospitalares vem se mostrando muito eficaz nos últimos anos. A ideia tem como propósito proporcionar um ambiente mais acolhedor, onde o paciente se sinta bem. O resultado deste trabalho é a melhor aceitação dos tratamentos e a diminuição no tempo de recuperação. O maior exemplo de humanização no setor oncológico infantil são os palhaços, ou como são chamados ''Doutores do riso'', os palhaços ou mímicos se apresentam para as crianças e fazem brincadeiras de adivinha. (“Doutor do riso” alegrando o dia das crianças que se encontram internadas) Fonte: Nós podemos Paraná. “Somos clowns especializados no estudo do riso. E com esse poder combatemos alguns males, invisíveis para a medicina, que se encontram no interior das pessoas. A nossa principal batalha é contra a tristeza que existe na saúde, no social, no educacional e também no cultural” (Alan Cesar Soares. 01/2014) Quando se está hospitalizado, ocorre uma interrupção na rotina, tanto da criança como da família, e ela se depara com um lugar pouco acolhedor e com procedimentos assustadores para crianças como (injeções, punções, quimioterapia, radioterapia, entre outros...). Assim que a criança é hospitalizada ela tem sua vida transformada. Moradores de UTI pediátrica e paciente com necessidades educacionais especiais, necessitam de uma atenção diferenciada e um ambiente hospitalar agradável e freqüentado por profissionais especializados. Para os pacientes internados na UTI pediátrica tem a classe hospitalar, um trabalho conjunto de ação pedagógica, entre a secretaria da educação, secretaria da saúde e também dos gestores. A professora da classe acompanha crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos internadas na UTI pediátrica e enfermaria de pediatria. São feitas atividades em grupos e individuais, a maior parte das atividades são atividades lúdicas e criativas. Em alguns casos o trabalho pode ser realizado em conjunto com a escola que a criança frequenta, através do acompanhamento das tarefas pela professora da classe hospitalar. (Crianças fazendo o uso da classe de aula hospitalar) Fonte: Cinthya Leite 41 Além da humanização escolar, um bom setor pediátrico conta com desenhos tanto na parede como no teto e no piso. Alem de espaços externos e brinquedotecas para que elas continuem vivendo sua infância da melhor forma possível. O ambiente é todo pensado para aliviar o estresse, os medos, as aflições das crianças e de seus pais, com playgrounds, voluntários, contadores de histórias, músicos, artistas entre outras atividades 5.1 Humanização em ambientes Hospitalares O significado de saúde, vai além de um bem estar físico e livre de doenças, sendo também uma qualidade de vida, tanto na saúde, quanto na saúde psicológica, educação, trabalho, lazer e cultura. Apesar de ter sido criado em 2003 pelo Ministério da Saúde, alguma definições e politicas sobre o que seria a humanização, até a atualidade não a uma concordância cem por cento definida. O processo de humanização é um processo amplo que envolve o hospital como (Hospital Infantil Nemour com desenho nas paredes e teto) Fonte: Liliana martinez (Brinquedoteca, espaço para lazer das crianças/pacientes) Fonte:Acervo Hospital Albertin Einsten um todo, desde um porteiro ou faxineiro, até um médico ou chefe administrativo. Tal processo que não se caracteriza por processos técnicos e tecnológicos e sim de um processo de sensibilidade. Planeteree uma organização, que tem como intuito incentivar a humanizarção em espaços hospitalares tem como conceito dez componentes centrais. Interação humana Suporte a familia Educação e informação Ambiente de cura através da arquitetura Artes e diversão Alimentação e nutrição Toque humano Terapias complementares Comunidades saldáveis Espiritualidade 42 Ÿ Janelas baixas permitem ao paciente a visão exterior a partir do seu leito; Ÿ Iluminação e uso de cores adequadas; Ÿ Integração com a natureza; Ÿ Regulagem dos aparelhos hospitalares. Outros autores enfatizam a importância com a temperatura, de forma que haja pesquisas sobre os materiais a serem usados para que possa se ter condições térmicas e acústicas favoráveis. 5.2 Seis fatores que influenciam no ambiente. Luz A iluminação de um ambiente hospitalar não visa apenas o visual estético como vários fatores biológicos e de bem-estar. A iluminação tanto natural quanto artificial são importantes para qualificação dos espaços hospitalares, especialmente quando o local é um lugar de alta permanência. “O bem estar físico e emocional do homem é influenciado por seis fatores: luz, cor, som, aroma, textura e forma. Estes elementos do ambiente têm impacto tão grande no psicológico e no físico dos indivíduos que uma instalação médica bem projetada, aplicando adequadamente estes fatores, pode ser considerada parte importante do tratamento.” (GAPPELL, 1995 [...] A despeito disso, no país, a iluminação de hospitais frequentemente se limita à satisfação das iluminâncias mínimas estabelecidas pelas normas. A influência positiva na iluminação, como a melhoria do estado psicológico e fisiológico dos indivíduos, é geralmente ignorada. (CAVALCANTI; MASCARÓ, J.; MASCARÓ, L., 2002). Mesmo com a organização sendo fundada em 1978, existem apenas 23 hospitais no mundo que atendem as especifidades do modelo Planetree. Se o nível de estimulação é muito alto, devido ao som ou iluminação intensa entre outros elementos do ambiente, vão causar estresse. Porém se o nível de estimulação for muito baixo o paciente estará mais propício a depressão ou sentimentos ruins. Pesquisas mostram que a pluralidade de distrações, fazem com que o paciente pense em algo mais, além de sua doença. De forma que isso leve a redução do estresse. As estimulações vão de pessoas entrando e saindo, mobiliários diferentes, cores intensas ou fracas, ou até mesmo o som dos aparelhos hospitalares que são a causa da insônia de muitos pacientes. Algumas das estimulações positivas no ambiente hospitalar são Ÿ Presença de átrios, jardins internos ou espaços abertos ao exterior; Ÿ Uso de elementos como água e fogo, incluindo fontes, lareiras e aquário; ''Pesquisas no campo da psicologia ambiental sugerem que a sensação de bem-estar humana é geralmente causada quando o ambiente físico oferece um grau moderado de estimulação positiva, ou seja, níveis de estimulação que não são nem tão altos nem tão baixos''. (Wohlwill; Berlyne apud ULRICH, 1990). ‘‘Por isso que a inclusão de quedas d'água, visuais para jardins, trabalhos de arte interativos e aquários, é cada vez mais, parte integrante dos projetos para ambientes de saúde. Estes elementos não são apenas suavizações estéticas, são partes do ambiente que promove a cura” - Malkin (1991). 43 As cores tem grande influência física e psicológica por exemplo uma cor quente como vermelho estimula seu sistema nervoso simpático, aumentando a atividade cerebral, enviando mais sangue para os músculos e aumentando os batimentos cardíacos e a pressão arterial. Já a cor azul estimula o sistema nervoso parassimpático, causando um efeito tranqüilizantes. As cores também afetam as percepções de espaço. Enquanto que as cores quentes parecem avançar, as cores frias parecem se distanciar. CORES FRIAS CORES QUENTES ( A ilustração mostra como as cores podem mudar a percepção do espaço) Fonte: Lider interiores “A percepção da cor é alterada pela idade. Crianças respondem melhor aos contrastes, preto e branco, cores primárias e secundárias, diferentes saturações e sombras. Os idosos, devido ao amarelamento das lentes dos olhos, têm a percepção das cores alterada, não podendo mais distinguir tão bem os tons de azul e verde.” (MODESTO, 1986). A escolha da cor depende de vários fatores como a incidência solar, cultura regional,tamanho do espaço e idade do usuário. A luz do sol é importante para obstenção do cálcio e do fósforo, para o crescimento e fortalecimento dos ossos, para o controle de profilaxia visão e de infecções e para melhora da capacidade física. Cor A escolha das cores no meio hospitalar precisão ser bem cuidadoras e baseada em estudos científicos que indicam os efeitos psicológicos que elas causam. As cores podem ser categorizadas como quentes e frias. As cores quentes são os tons mais próximos do vermelho e laranja, e as cores frias são os tons mais próximos do azul e verde. (Luz artificial Hospital Infantil EKH) (Luz natural Hospital Infantil EKH) Fonte:Ketsiree Wongwan Fonte:Ketsiree Wongwan. 44 (Jardim interno, causam efeito acústico) Fonte: Fonte Herzog & De Meuron O aroma, tanto quanto o som, pode ser positivo ou negativo. É, na verdade, uma persuasão silenciosa que influencia a mente, o corpo e a saúde. O cheiro é o mais evocativo dos sentidos, tem uma relação muito íntima com o lado emocional, e faz o caminho mais rápido de ligação com o cérebro estimulando- o a resgatar memórias. (GAPPEL, 1991). (Árvore na recepção) Fonte: Hospital de urgências de goiania Sabemos que a maioria dos hospitais costumam ter vários sons ao mesmo tempo, como de aparelhos médicos, cadeiras, vozes, passos, portas entre muitos outros. O barulho estressante causa irritações e frustração, agrava o mau humor, reduz a limiar da dor, afeta a percepção visual e diminui a capacidade de aprendizado. Esse tipo de estímulo não atinge somente o paciente como também a equipe de trabalho, de forma que passem a diminuir a produtividade. É necessário usar materiais acústicos quando necessário, para que não seja refletido ou amplificado as ondas sonoras. Carpetes, tecidos, madeira, e painéis acústicos proporcionam ambientes quietos e tranqüilos. Sons naturais, principalmente causados pela água também causam um efeito relaxante. Por isso o número de projetos com hospitais com jardim interno também aumentado consideravelmente. “Um trauma auditivo, além de causar estresse, produz mudanças fisiológicas na estrutura capilar Impedindo a circulação do sangue e obstruindo o canal vascular, e tem como resultado pressão alta, doenças do coração e úlceras”. (GAPPEL, 1991). Aroma O aroma como o som pode causar efeitos desagradáveis e agradáveis. Os aromas desagradáveis aceleram a respiração e os batimentos cardíacos, já os agradáveis diminuem o estresse e causam tranqüilidade. Nos hospitais os aromas desagradáveis mais incidentes são os vindos do remédios e do álcool. A solução mais freqüente para sanar os problemas de aroma, são arranjos florais e da possível vegetação interna. Além das plantas exalarem aromas agradáveis, elas purificam o ar intenso absorvendo as toxinas. 45 Som Forma A forma do espaço físico interfere no processo de tratamento dos pacientes. Por exemplo, o desenho arquitetônico em que a planta tem como características os quartos perto da enfermagem, causa tranquilidade no paciente porque a proximidade com os enfermeiros causam sensação de segurança e bem-estar. Locais de tratamentos intensivos tem uma decoração de interiores que pareça mais (Quarto de internação que passa a impressão de ser um quarto de hotel) Fonte: Holiste psiquiatria (Espaço de recreação infantil) Fonte - Desconhecida (Sala de espera com banco em forma de tetrixl) Fonte - Desconhecida Textura Dentro dos ambientes o conforto do corpo humano é assegurado pela escolha adequada dos móveis, forma, material, textura, etc. A qualidade do espaço pode ser enriquecida pelo uso de tratamentos diferenciados para as superfícies, como a variedade de tecidos e acabamentos assim como a versatilidade dos móveis, proporcionando conforto. Outra opção é promover o contato do paciente com o ambiente exterior ou com plantas situadas dentro do espaço hospitalar. (Espaço de interação entre o interior e exterior) Fonte: casa cor 2019, planeta terra um quarto residencial ou de hotel, do que um hospitalar, encorajam a recuperação mais rápida Quando se trata de espaço infantil o uso correto da forma é de extrema importância. As formas variadas e de diferentes cores despertam a atenção e causam experiências lúdicas, que ajudam na formação dá percepção geométrica e da percepção espacial. 46 Leituras Projetuais SCANER DESENHO CRIADO POR UMA CRIANÇA INTERNADA NO HOSPITAL DO CÂNCER Capitulo 6 Espaço pra inserir o desenho de uma criança paciente do hc da criança. Desenho ainda não disponível. Novo pavilhão Vicky e Joseph Safra do Hospital Albert Einstein. Fonte: Clinica due vita 6.1 Projeto: Novo pavilhão Vicky e Joseph Safra do Hospital Albert Einstein. Endereço: Rua Ruggero Fasano, Morumbi, São Paulo - SP Início das obras: 2005 Conclusão das obras: 2009 Área construída: 70.109 m² Arquitetos: Kahn Brasil Concluído em 2009 o Pavilhão Vicky e Joseph Safra, implementação do Hospital Israelita Albert Einstein recebeu certificação LEED GOLD, criada pelo U.S. Green Building Council e verificada pelo Green Building Certification Institute (GBCI). O LEED é o um certificado prestigiado no mundo todo, para edifícios sustentáveis de alto desempenho. Pontos que fizeram o edifício alcançar a sustentabilidade. Ÿ Jardins nas áreas de cobertura: Criam áreas de lazer e reduzem a entrada de calor. Ÿ Coleta e aproveitamento de águas pluviais: A água é direcionada para um sistema de tratamento no subsolo e depois é utilizado para o sistema de irrigação. Ÿ Dispositivos de baixo consumo Ÿ Sistema de ar condicionado eficiente e com controle individualizado. Ÿ Iluminação de baixo consumo. Ÿ Uso de materiais locais. “Nossa preocupação com a sociedade é colocada em prática com iniciativas sustentáveis como esta, sejam na área da saúde, da responsabilidade social ou do meio ambiente” (Claudio Luiz Lottenberg, presidente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein.) O principal destaque do projeto é a volumetria, que insere o entorno urbano, trazendo o espaço público para dentro do edifício através do paisagismo assim compondo composição de volumes interligados por meio de reentrâncias. Situação 1. Pavilhão Vick e Joseph Safra (Kahan do Brasil) 2. Bloco A (Jarbas Karman, Domingos Floretini e Jorge Willhelm 3. Bloco B/C (Jorge Wllhelm) / 4. Bloco D (Rino Levi) 5. Bloco 3 - em construção (Kahn do Brasil) Implantação geral do Hospital israelita Albert Eistein – Fonte: Escritório Kahn Brasil (2009) 50 “O edifício apresenta como solução para reduzir os gastos com energia, a própria implantação do prédio. A edificação se encontra em orientação leste-oeste com inclinações nas fachadas, para diminuir o recebimento de luz solar direta. De forma que diminua a temperatura no interior do hospital, assim reduzindo gastos com climatizadores. As fachadas dos prédios são constituídas por cerâmicas ventiladas, que evitam que o calor seja transmitido para o interior do edifício, e boa parte das esquadrias que absorvem a iluminação natural é formada por vidros duplos de alto desempenho. Os 4.000m² de jardim na cobertura do edifício, é um fator importante na diminuição da temperatura dos ambientes internos, e na administração da água. ‘‘ Os jardins captam as águas da chuva e encaminham para reservatórios subterrâneos específicos. Após passar por processos de filtragem a água é usada em irrigação por gotejamento’’ Explica Carolina Botelho, arquiteta do setor de desenvolvimento de projetos da Kahn. As chuvas que caem nas áreas que não são cobertas por jardim, passam pelo mesmo tratamento, reutilizando a água para limpeza de piso, reservatório de combate ao incêndio, entre outros. Cerâmica ventilada Vidro duplo (Fachada do hospital Sírio Libanês) Fonte: Site Exame (Fachada demonstrando a área verde na cobertura ) Fonte: SanarMed O novo prédio possui 70.000m² distribuídos em 10 andares no qual seis andares são de estacionamentos, o edifício conta com mais de 200 consultórios médicos, centro de diagnósticos por imagem, centro cirúrgico, serviços de endoscopia e oftalmologia. Implantação - Pavilhão Vick e Joseph e Joseph Safra 1. Desembarque de publico / 2. Devolução de veiculos / 3. Acesso de serviços / 4. Acessos de serviços / 5. Praça do térreo / 6. Praça do 7° pavimneto / 7. Cobertura jardim / 8. Praça do diagnostico / 9. Praça do Bairro Fonte: Kahan do Brasil 51 Térreo 1. Elevadores sociais / 2. Elevadores serviços / 3. Desembarque / 4. Recepção / 5. Café / 6. Lojas, agencias bancaria e serviços de conveniências / 7. Praça externas 1° Subsolo 1. Elevadores / 2. Elevadores de serviço / 3. Acesso de serviços / 4. Estação micro-ônibus / 5. Bicicletario / 6. Processamento de recicláveis / 7. Vestiários de funcionários. A A Intermediário 1 ( diagnósticos) 1. Elevadores sociais / 2. Elevadores serviços / 3. Estar/conveniência / 4. Registro / 5. Vestiários / 6. Imagens / 7. Cardiologia / 8. Coleta laboratorial / 9. Café / 10. Apoio administrativo / 11. Devolução de veículos Fonte: Kahan do Brasil Fonte: Kahan do Brasil Intermediário 2 ( centro cirúrgico) 1. Elevadores sociais / 2. Elevadores de serviço / 3. Endoscopia / 4. Oftamologia / 5. Vestiario/barreira / 6. Prepare/recuperação / 7. Setor de salas de cirurgia / Apoio logistico Fonte: Kahan do Brasil Fonte: Kahan do Brasil 52 Corte AA 1. Desembarque / 2. Recepção/átrio / 3. Clinica-dia / 4. Consultórios / 5. Jardim externo / 6. Cobertura jardim / 7. Diagnósticos / 8. Piso técnico / 9. Centro cirúrgico / 10. Estacionamentos / 11. Vestiário de funcionários / 12. Elevadores sociais / 13. Elevadores de serviço Em estrutura metálica aparente foi construído duas passarelas em um vão de 45 metros, que interligam os edifícios e permitem o trajeto de funcionários e visitantes aos centros de atendimento ambulatóriais recém projetados. Área interna da passarela, circulação horizontal- Fonte: Nupeha 1° Pavimento (clínica - dia) 1. Elevadores sociais/ 2. Elevadores de serviço / 3. Estar/conveniência / 4. Posto de enfermagem / 5. Acesso ao hospital Fonte: Kahan do Brasil Fonte: Kahan do Brasil Considerações de interesse pessoal: Percebe-se a importância com o conforto e eficiência térmica. Como por exemplo, os jardins na cobertura para captação de águas pluviais e a cerâmica ventilada, com intuito de diminuir o calor do ambiente interno. O projeto conta também com soluções estruturais sustentáveis que visam a economia. Além da setorização bem distribuída, e separação dos ambiente de acordo com a sua respectiva área. Outros pontos positivos são: Ÿ Reduções no consumo de água e energia Ÿ Cuidados na utilização de materiais, em função do seu conteúdo e características de emissão de poluentes Ÿ Diminuição da carga sobre as redes de drenagem de águas pluviais da cidade Ÿ Alta qualidade e controle do ar interno, devido as soluções arquitetônica Ÿ Redução do efeito de ilha de calor na região Tais fatores foram referenciais para o projeto. 53 Hospital Infantil Nemours Children's Fonte: Archdaily 6.2 Projeto: Hospital Infantil Nemours Children's Endereço: 6535 Nemours Pkwy, Orlando, FL , Estados Unidos Início das obras: 2005 Conclusão das obras: 2012 Área construída: 192.000 m² Arquitetos: Stanley Beaman & Sears O hospital infantil Nemours Children's destinado a tranquilizar e inspirar, tem uma preocupação com as crianças com doenças crórnicas, bem como com crianças que recebem um diagnóstico grave ou fatal. O hospital é destinado a trazer tranqüilidade e bem estar de forma que encoraje as crianças nos seus tratamentos e ao mesmo tempo as divirta. A implantação no terreno de 60 hectares, teve como prioridade o paisagismo e os espaços verdes. Foi plantada vegetação no inicio da obra, para que uma paisagem mais madura esteja criada na inauguração, além do lago e das fontes dagua. Antes da construção do hospital foi feito um debate com o tema “ O que é melhor para a criança “. Após o debate foi feito a distribuição do hospital de acordo com suas prioridades. Foram projetados quartos com dormitórios para dois pais, lavanderias em cada pavimento, e grandes salas de estar e recreação. Também foram feitos acessos para área externas de descanso e lazer, incluindo terraços ajardinados na cobertura, e instalações aquática na cobertura. A arquitetura interior tem como fundamento, os resultados dos estudos da área médica que evidenciam o impacto do ambiente para a saúde. Uma das primeiras pesquisas foram feitas nos EUA na universidade de Delaware. Os cientistas acompanharam o pós operatório de alguns pacientes, e aqueles que eram colocados próximos a janelas ou quadros de paisagem, receberam alta um dia antes dos demais. Os móveis e revestimentos trouxeram características lúdicas para trazer vida e alegria aos usuários do ambiente(Planta de situação.) Fonte: Archdaily (Área externa de lazer do hospital Nemours.) Fonte: Jonathan Hiilyer Sala de estar do hospital Nemours Fonte: Jonathan Hiilyer 55 (Mobiliario e painel lúdico.) Fonte: Jonathan Hiilyer (Mobiliarios diferenciados e coloridos.) Fonte: Jonathan Hiilyer O projeto conta com uma quadra de entrada ajardinada, 95 leitos e 76 salas de exame, emergência, uma central de energia e um prédio de estacionamento. É possível acomodar ainda 32 leitos e 24 salas de exame, todos esses espaços subdivididos em blocos verticais. O plano diretor antecipa uma expansão de espaço hospitalar. Fonte: Jaine Hammarstrom Fonte: Jaine HammarstromFonte: Jaine Hammarstrom 1° Pavimento 2° Pavimento 3° Pavimento 56 A cor da iluminação na fachada de cada quarto pode ser escolhida pela criança, de forma que crie dinâmica na fachada de todo o edifício, principalmente ao escurecer. A fachada do edifício é feita em sua maioria por elementos sustentáveis como: Ÿ Terracota (principal), produto encontrado na natureza e 100% reciclável. O sistema ventilado reduz o uso do ar condicionado até 30%. Ÿ Painéis de metais customizados, reduzindo o desperdício, sujeira e interferência de ordem civil. É possível passar instalações entre os painéis, além de uma sofisticada arquitetura com diversas cores e formatos. Ÿ Estrutura pré moldada, devido sua montagem rápida, prática, e sem desperdícios ou impactos ambientais vindos do canteiro de obras. Ÿ Grandes aberturas em vidros, de forma que o interior interaja com o exterior. Ÿ Brises para melhor controle da iluminação natural (Fachada com luzes de cores diferentes escolhidas pelos pacientes) Fonte: Site Nemours ( Brises e terracota) Fonte: Jonathan Hiilyer (Concreto e vidro) Fonte: Jonathan Hiilyer Considerações de interesse pessoal: A preocupação com o bem estar do paciente se torna o ponto de partida vital do projeto. Para esse fim é feita a utilização de mobiliário móveis e fixos coloridos, telas de interação, áreas externas para lazer, e desenhos nas paredes teto e piso. O edifício conta com uma setorização bastante funcional, essa distribuição não dificulta ou interfere no quesito humanização. De forma que a setorização bem composta e o ambiente humanizado seja um conjunto ideal e curativo. A fachada do hospital faz utilização de materiais sustentáveis que ajudam na temperatura térmica do interior do edifício. Tais fatores foram referenciais para o projeto. (Paineis de vidro) Fonte: Jonathan Hiilyer (Fachada externa) Fonte: Jonathan Hiilyer 57 Fonte: Ronald Tilleman Centro de Oncologia Infantil Princess Máxima 6.3 Projeto: Centro de Oncologia Infantil Princess Máxima Endereço: Heidelberglaan 25, 3584 EA Utrecht, Holanda Início das obras: 2014 Conclusão das obras: 2018 Área construída: 44.833 m² Arquitetos: LIAG architects O Centro Oncológico Princess Máima, projetado pelo grupo de arquitetos, LIAG architects, é considerado o maior centro oncológico
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