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A intenção deste capítulo é a de oferecer aos profissionais que atuam com o jogo, brinquedo e brincadeira, conhecimentos das diferentes clas- sificações sobre esse tema. As classificações têm por objetivo compreender e organizar o conheci- mento que se tem sobre os jogos e brinquedos. São muitos e diferentes os tipos de classificação; abrangem das mais simples às mais sofisticadas, e tomam por base diferentes ciências como Psicologia, Pedagogia, Filosofia, Etnologia, História, Sociologia e Antropologia. Para Michelet (1992), além das classificações por faixa etária e por tipos de materiais utilizados na fabricação de brinquedos e jogos, as classifica- ções existentes podem ser agrupadas nas seguintes categorias: Classificações etnológicas ou sociológicas que analisam os brinquedos em função � do papel que lhes é atribuído (ou que a classificação lhes atribui) nas diversas so- ciedades; Classificações filogenéticas que analisam os brinquedos em função da evolução da � humanidade, evolução esta reproduzida pela criança em seus jogos Classificações psicológicas que se fundamentam na explicação do desenvolvimen- � to da criança e em função das quais se estabelece uma hierarquia dos jogos; Classificações pedagógicas que distribuem os brinquedos segundo diferentes as- � pectos e opções dos métodos educativos. (p.161) Dos estudiosos que contribuíram para construir classificações destaca- mos, apoiados em Kishimoto (1994): Wittigenstein (1889-1951), Huizinga (1872-1945), Henriot (1976), Caillois (1958). Caillois merece um olhar mais cuidadoso por ter construído uma classi- ficação em que toma por base a atitude do jogador e a organiza em quatro categorias: Agôn, Alea, Mimicry, Ilinx. [...] o grupo de jogos que tem na sua execução a competição, a qual se denomina de Agôn. Essa categoria pode ser vinculada ao que denominamos de esporte, [...] relativos à ginástica que tratava da luta dos atletas na Grécia Antiga. Revela a possibilidade do confronto entre dois oponentes [...]. Alea, em latim, vem designar todos os aspectos diferentemente do Agôn, numa decisão clara de que o final do jogo não depende do jogador, [...] o jogador é passivo; não faz uso de suas qualidades e habilidades [...] mais presente nos jogos em que há apostas. [...] a terceira categoria trata dos jogos Classificação dos jogos e brincadeiras Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 144 Classificação dos jogos e brincadeiras de ilusão, designada por Mimicry, que indica somente a entrada em jogo. Essa expressão, em inglês, designa mimetismo. Mímicas, disfarces e imitações são assim os aspectos fundamentais dessa classe de jogos. [...] implica passar por outro, [...] usando gestos ou máscaras que possam criar um ato de fantasia. [...] Identificam-se, portanto, duas possibilidades, da Mimicry: uma no próprio jogador e outra no espectador. A quarta categoria classificatória é a Ilinx. Os jogos de Ilinx, aqui designados por vertigem, associam-se a uma busca frenética de uma situação que põe o corpo numa exaustão atingindo o frenesi momentâneo, no máximo de êxtase [...] numa tentativa de destruir por um instante a estabilidade e a percepção da consciência lúcida. (ANJOS, 2005, p.1) Modelo de Agôn. W ik ip ed ia C om m on s/ Ra fa el G oe tt er . Modelo de Agôn. D om ín io p úb lic o. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Classificação dos jogos e brincadeiras 145 Modelo de Alea. W ik ip ed ia C om m on s/ So ft ei s. Modelo de Mimicry. W ik ip ed ia C om m on s/ Ro na ld . Modelo de Mimicry. D om ín io p úb lic o. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 146 Classificação dos jogos e brincadeiras Modelo de Ilinx. D om ín io p úb lic o. Modelo de Ilinx. Th in ks to ck . Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Classificação dos jogos e brincadeiras 147 Segundo Caillois (1990), essa classificação não conseguiu abarcar a quantida- de de jogos e para tentar ampliar sua abrangência, elaborou dois grandes grupos: a Paidia e o Ludus. No primeiro grupo estão inclusos os jogos com características de divertimento, fantasia, improviso e descontração. No segundo, e por oposi- ção, encontram-se os jogos que exigem habilidades, paciência e empenho. Modelo de jogo do grupo Paidia. Th in ks to ck . Modelo de jogo do grupo Paidia. Ju pi te r I m ag es /D PI Im ag es . Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 148 Classificação dos jogos e brincadeiras Modelo de jogo do grupo Ludus. Ju pi te r I m ag es /D PI Im ag es . Modelo de jogo do grupo Ludus. Th in ks to ck . A contribuição de Callois é muito importante porque a sua classificação leva em consideração a atitude de quem brinca diferente de outras classificações que estão mais ligadas aos objetos em si mesmos. Classificação ICCP Segundo André Michelet (1992), a Classificação ICCP (International Council for Children’s Play) elaborou uma classificação simples e genérica que pretende Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Classificação dos jogos e brincadeiras 149 ser útil como ferramenta prática para o trabalho educacional ou de ação social no cotidiano das instituições. Baseado na observação direta e sistemática dos momentos de jogos, essa classificação foi construída com base em dois eixos: os brinquedos e o uso que a criança faz. O ICCP (International Council for Children’s Play) elegeu quatro critérios relati- vos a quatro qualidades fundamentais para análise dos brinquedos: O valor funcional: é caracterizado pelas qualidades intrínsecas do brinquedo (dado retomado em parte pelas normas de segurança). [...] seu valor funcional diz respeito à sua adaptação ao usuário [...] hoje a maioria deles está na mesma escala da criança brincando no chão, com todo seu corpo. O valor experimental: diz respeito àquilo que a criança pode fazer ou aprender com seu brinquedo, em todos os níveis: fazer ruído, rodar, encaixar, construir, medir, classificar [...] engloba todas as caixas de conteúdo técnico ou científico e os jogos didáticos. [...] O valor de estruturação: relaciona-se com o desenvolvimento da personalidade da criança e abrange o “conteúdo simbólico” do jogo e do brinquedo: projeção, transferência, imitação. [...] esta função permite assimilar emoções e sensações (ninar a boneca), descarregar tensões (brinquedos ditos agressivos). Este valor diz respeito a tudo que concorre à elaboração da área afetiva. O valor de relação: diz respeito à forma segundo a qual o jogo ou brinquedo facilitam o estabelecimento de relações com outras crianças e com os adultos propondo o aprendizado de regras. (MICHELET, 1992, p. 162-163) O pesquisador relata que tal classificação foi exaustivamente testada por ins- tituições internacionais como o Centre National d´information Du Jouet na França e pelo Cominato Italiano per Il Gioco Infantile na Itália. A classificação toma por base: A faixa etária à qual a criança pertence – dentro de cinco grandes faixas: � – primeira idade: 0-15 meses; – idade do maternal: 15 meses-3 anos; – idade pré-escolar: 3-6 anos; – idade escolar: 6-12 anos; – adolescência: 12-16 anos. Componentes da personalidade da criança – dentro de cinco itens (sensó- � rio-motor, inteligência, afetividade, criatividade, sociabilidade); Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 150 Classificação dos jogos e brincadeiras Categorias de brinquedos – organizados em seis grandes classes: � – para a primeira idade; – de descoberta e compreensão; – de descoberta da personalidade; – criativos; – esportivos; – jogos de sociedade.(MICHELET, 1992, p. 163-164) Em cada categoria é possível relacioná-la a outra, favorecendo a classificação por famílias de brinquedos e jogos. Essa classificação também auxilia na orga- nização do acervo, facilitando a reposição dos brinquedos nos lugares corretos. Para tanto foi adotado um sistema de cores, conforme relaciona Michelet (1992, p. 163): Brinquedo para a primeira idade, brinquedos para atividades sensório-motoras: vermelho;1– Brinquedos para atividades físicas: azul-escuro;2– Brinquedos para atividades intelectuais: amarelo;3– Brinquedos para reproduzir o mundo técnico: verde;4– Brinquedos para o desenvolvimento afetivo: rosa;5– Brinquedos para atividades criativas: azul-claro;6– Brinquedos para relações sociais: laranja.7– Cada brinquedo possui uma ficha onde são descritas as suas características físicas, objetivando ser classificado de acordo com a categoria a qual pertence. A idade de referência da criança, suas características educativas, psicológicas, fabricante e até o preço. Classificação ESAR O sistema ESAR de classificação de brinquedos, segundo Denise Garon, (apud FRIEDMANN, 1992) tem por objetivo “analisar os objetos de jogo para melhorar a escola que deles se faz e para melhor compreender a criança que brinca” (p. 176). Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Classificação dos jogos e brincadeiras 151 Apoia-se nas teorias psicológicas e documentais, organizados em facetas, ca- tegorizadas das mais gerais para as mais específicas correspondentes às etapas do desenvolvimento da criança e da sua atividade lúdica desde seu nascimento até a idade adulta. ESAR é uma palavra composta pela primeira letra das categorias de cada faceta, ou seja: “E para jogo de exercício; S para jogo simbólico, A para jogo de acoplagem, R para jogo de regras simples ou complexas” (GARON apud FRIED- MANN, 1992, p. 177). Os estudos de Piaget (1998) fundamentam teoricamente o conteúdo orga- nizado na primeira faceta (faceta A) denominada Atividades Lúdicas. Nela estão contidas a evolução do jogo, permitindo diferenciar os tipos e as famílias de jogos. São elas: exercício, simbólico, acoplagem e regras simples ou complexas. Jogo de exercício O jogo de exercício é sensorial e motor, ou seja, nele a criança pega, segura o objeto e o move repetidas vezes, apenas pelo prazer de fazê-lo. Esse jogo sen- sorial inicia-se desde os primeiros meses de vida da criança e prolongam-se até a idade adulta. No jogo de exercício são combinados exercícios motores e sensoriais que vão dos mais simples para os mais complexos. Th in ks to ck . Th in ks to ck . Th in ks to ck . Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 152 Classificação dos jogos e brincadeiras D ig ita l J ui ce . Jogo simbólico Esse tipo de jogo permite ao brincante imitar, simular e representar situações e acontecimentos reais e imaginários, utilizando fantasias, fantoches, bonecos e, mais frequentemente, os jogos virtuais etc. Ju pi te r I m ag es /D PI Im ag es . Ju pi te r I m ag es /D PI Im ag es . Is to ck P ho to . Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Classificação dos jogos e brincadeiras 153 Jogo de acoplagem Os jogos de acoplagem ou de construção permitem ao brincante compor brinquedos a partir da combinação ou reunião de peças e outros elementos para formar outro objeto. É uma etapa importante do desenvolvimento infantil por permitir à crian- ça, que antes utilizava um objeto para representar outro, agora agrupá-lo com outros elementos para construir outros mundos. Co m st oc k Co m pl et e. Ju pi te r I m ag es /D PI Im ag es . Ju pi te r I m ag es /D PI Im ag es . Jogo de regras É um tipo de jogo que auxilia no convívio social. É mais complexo por apre- sentar combinações e exercícios baseados no raciocínio, na lógica, na hipótese, na dedução. Em geral, para ser bem-sucedido, o brincante precisa construir es- tratégias para atingir os objetivos. Cada uma das facetas do sistema ESAR é composta, também, pela descrição das habilidades intelectuais, cognitivas, motoras, sociais, afetivas e de lingua- gem presentes em cada jogo. Ju pi te r I m ag es /D PI Im ag es . D ig ita l J ui ce . IE SD E Br as il S. A . Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 154 Classificação dos jogos e brincadeiras Outros tipos de classificação O C.O.L (Classement dês Objets Ludiques) Classificação dos objetos lúdicos – é outro exemplo de classificação que está à disposição dos educadores e demais interessados no jogo, brinquedo, brincadeira e sua utilização como ferramenta de trabalho. Segundo Kobayashi (2009), o referencial teórico adotado para esse sistema de classificação também são os estudos de Jean Piaget. Nele, porém, são adota- das as indicações dos fabricantes dos jogos. Organizados em quatro grandes categorias que são subdivididas mais deta- lhadamente que o ESAR, o sistema C.O.L. fica assim organizado: Brinquedos para jogos de exercício: � brinquedos para estimular os sentidos, brinquedos de motricidade, e brin- � quedos de manipulação; Brinquedos para jogos simbólicos: � brinquedos de papéis, brinquedos de faz de conta, brinquedos de re- � presentação; Jogos de acoplagem: � jogos de encadeamento, jogos de experimentação e jogos de fabrica- � ção; Jogos de regras: � jogos com conjunto de normas que indicam sequência, desafios, atitu- � des dos jogadores etc. Como pudemos verificar, a classificação dos jogos é um importante instru- mento para que os educadores aprofundem os seus conhecimentos sobre os diferentes tipos de jogos e sua utilização. Porém, o mais importante é garantir o direito de a criança brincar. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Classificação dos jogos e brincadeiras 155 Texto complementar Alfonso X – O sábio (ALVARENGA, 2009) Muitos dos jogos que conhecemos só chegaram até nós graças a Alfonso X (em português, Afonso X), rei de Castela e Leon. Filho de Fernando III e Bea- triz de Suabia, viveu de 1221, ano de seu nascimento, em Toledo, a 1284, ano de sua morte, em Sevilha, tendo reinado desde 1252 até sua morte. Cognominado “O sábio”, Alfonso, apesar de ter tido um reinado compli- cado, com guerras internas além da luta contra os muçulmanos, teve uma importante contribuição no campo da cultura, especialmente por ter inse- rido em Castela e Leon os preceitos do Direito Romano. Sob seu comando, organizou-se extensa doutrina e legislação. Promoveu ele uma grande troca de informações entre Oriente e Ociden- te, juntando conhecimentos cristão, muçulmanos e judaicos, sendo que fundou a “Escuela de Traductores de Toledo”, onde colaboraram as três cul- turas citadas. No seu reinado, foram produzidas as obras Tablas Astronómicas Alfonsíes, tratado sobre astronomia, além da Estoria de España e a Grande e General Estoria, obviamente, tratados históricos. Na poesia, produziu um grande re- pertório de Cantigas, sendo as mais conhecidas aquelas religiosas, dirigidas a Santa Maria. Sob suas ordens foram traduzidas para o castelhano a Bíblia, o Alcorão, o Talmud e a Cabala, além de uma coletânea de fábulas da Índia. No que toca aos jogos, mandou Alfonso X que fosse produzido o Libro de Axedrez, Dados e Tablas. E é graças a essa obra que muitos dos jogos antigos chegaram ao nosso conhecimento. O livro citado é o primeiro a trazer problemas de xadrez, ressalvando-se, porém, que a movimentação das peças descritas era, naquela época, diversa do xadrez jogado hoje em dia. Alfonso teve a sensibilidade de perceber nos jogos, uma forma impor- tante de manifestação cultural. Estão descritos na obra os jogos de cultu- Este material é parte integrante do acervodo IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 156 Classificação dos jogos e brincadeiras ra hispânica e árabe, conhecidas na península Ibérica, no norte da África e na Ásia menor, isto é, jogos de uma grande parte do mundo conhecido da época. Assim, são descritos os jogos de xadrez (com origem na Índia), trilha (de origem egípcia), tabula (que dá origem ao gamão, jogada pelos roma- nos), o alquerque árabe, uma versão de xadrez para quatro jogadores, e um jogo conhecido como “Los Escaques”, jogado em um tabuleiro circular, entre outros. Conforme bem resumido no Livro de Jogos da Ed. Abril, “ao reunir esses jogos da época em um livro magnificamente ilustrado, o rei castelhano legou à posteridade um importante testemunho: o de que os jogos são uma manifestação universal do gênio criador do homem, independentemente de fronteiras políticas ou culturais”. Se hoje em dia temos um norte a seguir, quando falamos de jogos, certa- mente devemos nos render a sabedoria e a visão de futuro de Alfonso X, rei de Castela e Leon, que teve a coragem de colocar sábios para redigir regras e história de jogos, provendo-os dos necessários fundos para tanto. Depois de muita pesquisa, cheguei ao livro O Xadrez na Idade Média, do Prof. Dr. Luiz Jean Lauand (Ed. Perspectiva). Neste livro, traduziu o Dr. Lauand parte do Libro de Acedrez de D. Alfonso, o sábio. Para conhecer o conteúdo do livro e as regras citadas acesse o site: <www. jogos.antigos.nom.br/alfonsox.asp>. Dicas de estudo Vamos aprofundar nosso conhecimento sobre a classificação dos jogos visi- tando os sites a seguir: <www.labrinjo.ufc.br/apostilas/apostila%20-%2002.pdf>. <www.labrinjo.ufc.br/artigos%20e%20textos/artigo_007.pdf>. <www.systeme-esar.org/index.php?id=26167>. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Classificação dos jogos e brincadeiras 157 Atividades 1. Para Michelet, além das classificações por faixa etária e por tipos de materiais utilizados na fabricação de brinquedos e jogos, em quais categorias as classi- ficações existentes podem ser agrupadas? 2. Segundo André Michelet, a classificação ICCP (Internacional Council for Children’s Pay) elaborou uma classificação simples e genérica, com base na observação direta e com base em dois eixos: os brinquedos e o uso que a criança faz, para auxiliar no trabalho do profissional de educação. Fale sobre os quatro critérios relativos a quatro qualidades fundamentais para análise dos brinquedos. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 158 Classificação dos jogos e brincadeiras 3. O que significa Sistema ESAR de classificação de brinquedos? Qual é seu ob- jetivo? Em quais teorias se fundamenta? Como está organizado? Referências ANJOS, Luiz dos. O Jogo e a dimensão humana: uma possível classificação antro- pológica. Revista Digital, Buenos Aires, ano 10, n. 90, nov. 2005. Disponível em: <www.efdeportes.com/efd90/jogo.htm>; <www.efdeportes.com/>. AMARAL, M. N. C. P. Dewey: o jogo e filosofia da experiência democrática. In: KISHIMOTO. Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira, 1994. ALVARENGA, Mauro Celso Mendonça. Alfonso X: o sábio. Disponível em: <www. jogos.antigos.nom.br/alfonsox.asp>. Acesso em: out. 2009. BROUGÈRE, G. Jogo e Educação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998. ______. Brinquedo e Companhia. São Paulo: Cortez, 2004. CAILLOIS, R. Os Jogos e os Homens. Lisboa: Portugal, 1990. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Classificação dos jogos e brincadeiras 159 CARNEIRO, M. A. B. Brinquedos e Brincadeiras: formando ludoeducadores. São Paulo: Articulação Universitária, 2003. ______. Mais do que o Boneco o que Vale o que Vale é a Alma do Anima- dor. Disponível em: <www.pucsp.br/educacao/brinquedoteca/downloads/mais_do_ que_o_boneco.pdf >. Acesso em: out. 2009. CORIA-SABINI, M. A; LUCENA, R. F. Jogos e Brincadeiras na Educação Infantil. Campinas: Papirus, 2008. CUNHA, N. Brinquedoteca um Mergulho no Brincar. São Paulo: Maltese, 1994. FRIEDMANN, A et al. O Direito de Brincar: a brinquedoteca. 4. ed. São Paulo: Sociais: Abrinq, 1998. KISHIMOTO, T. M. Jogo e a Educação Infantil. São Paulo: Pioneira, 1994. ______. O Brincar e suas Teorias. São Paulo: Pioneira, 1998a. ______. Jogos Infantis. 5. ed. 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Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br 160 Classificação dos jogos e brincadeiras Gabarito 1. Classificações etnológicas ou sociológicas que analisam os brinquedos em � função do papel que lhes é atribuído (ou que a classificação lhes atribui) nas diversas sociedades. Classificações filogenéticas que analisam os brinquedos em função da � evolução da humanidade, evolução esta reproduzida pela criança em seus jogos. Classificações psicológicas que se fundamentam na explicação do desen- � volvimento da criança e em função das quais se estabelece uma hierar- quia dos jogos. Classificações pedagógicas que distribuem os brinquedos segundo dife- � rentes aspectos e opções dos métodos educativos 2. O valor funcional � : é caracterizado pelas qualidades intrínsecas do brin- quedo (dado retomado em parte pelas normas de segurança). Seu valor funcional diz respeito à sua adaptação ao usuário. Hoje a maioria deles está na mesma escala da criança brincando no chão, com todo seu corpo. O valor experimental � : diz respeito àquilo que a criança pode fazer ou aprender com seu brinquedo em todos os níveis: fazer ruído, rodar, en- caixar, construir, medir, classificar. Engloba todas as caixas de conteúdo técnico ou científico e os jogos didáticos. O valor de estruturação � : relaciona-se com o desenvolvimento da perso- nalidade da criança e abrange o “conteúdo simbólico” do jogo e do brin- quedo: projeção, transferência, imitação. Esta função permite assimilar emoções e sensações (ninar a boneca), descarregar tensões (brinquedos ditos agressivos). Este valor diz respeito a tudo que concorre à elaboração da área afetiva. O valor de relação � : diz respeito à forma segundo a qual o jogo ou brin- quedo facilitam o estabelecimento de relações com outras crianças e com os adultos propondo o aprendizado de regras. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Classificação dos jogos e brincadeiras 161 3. ESAR é uma palavra composta pela primeira letra das categorias de cada fa- ceta, ou seja: E para jogo de exercício; S para jogo simbólico, A para jogo de acoplagem, R para jogo de regras simples ou complexas. Segundo Denise Garon, o Sistema ESAR de classificação de brinquedos tem por objetivo analisar os objetos de jogo para melhorar a escola que deles se utiliza e para melhor compreender a criança que brinca. Apoia-se nas teorias documentais e psicológicas como os Estudos de Piaget e está organizado em facetas, categorizadas das mais gerais para as mais es- pecíficas, correspondentes às etapas do desenvolvimentoda criança e da sua atividade lúdica, desde seu nascimento até a idade adulta. Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br Este material é parte integrante do acervo do IESDE BRASIL S.A., mais informações www.iesde.com.br