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A INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO

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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA 
“JÚLIO DE MESQUITA FILHO” 
INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS - RIO CLARO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
JULIA RODRIGUES CURCIO 
A INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO 
RESISTIDO NA VIA DE SINALIZAÇÃO DA 
INSULINA 
Rio Claro 
2017 
EDUCAÇÃO FÍSICA 
 
JULIA RODRIGUES CURCIO 
 
 
 
A INFLUÊNCIA DO EXERCÍCIO FÍSICO RESISTIDO NA 
VIA DE SINALIZAÇÃO DA INSULINA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Orientador: ALEXANDRE GABARRA DE OLIVEIRA 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
ao Instituto de Biociências da Universidade 
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” - 
Câmpus de Rio Claro, para obtenção do grau 
de Bacharela em Educação Física. 
 
 
 
 
 
 
Rio Claro 
2017 
 
Curcio, Julia Rodrigues 
 A influência do exercício físico resistido na via de
sinalização da insulina / Julia Rodrigues Curcio. - Rio Claro,
2017
 51 f. : il., figs. 
 Trabalho de conclusão de curso (bacharelado - Educação
Física) - Universidade Estadual Paulista, Instituto de
Biociências de Rio Claro
 Orientador: Alexandre Gabarra de Oliveira
 1. Medicina esportiva. 2. Via de sinalização da insulina. 3.
Diabetes mellitus. 4. Exercício físico resistido. I. Título.
 
617.1027
C975i
	 Ficha Catalográfica elaborada pela STATI - Biblioteca da UNESP
Campus de Rio Claro/SP - Adriana Ap. Puerta Buzzá / CRB 8/7987 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente, agradeço aos meus pais, Vicente Luiz Curcio e Susan 
Christiane Rodrigues da Silva, pois foi devido aos seus esforços que eu pude chegar 
onde estou hoje. Obrigada por sempre acreditarem no meu potencial e não medirem 
esforços para me apoiarem, o mérito é todo de vocês. 
Sou imensamente grata ao meu orientador e excelente pesquisador e 
professor Alexandre Gabarra de Oliveira, o qual me abriu as portas, teve paciência, 
compreensão e dedicação. Obrigada por me guiar neste caminho acadêmico, sua 
confiança foi e continuará sendo de muita importância. 
Agradeço a minha irmã, Marilia Rodrigues Curcio, que sempre esteve ao meu 
lado em todas as fases da minha vida. Sou profundamente grata por sua lealdade, 
significa muito para mim. Estaremos sempre juntas. 
Não posso deixar de agradecer ao Thiago Lucas de Castro, amigo que o 
curso de Educação Física me deu para me apoiar e trilhar este caminho junto à mim, 
deixando-o mais leve e sempre me motivando. 
Aos meus padrinhos, avós, tios, primos e primas, obrigada por fazerem parte 
do meu caminho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
A Diabetes Mellitus é uma doença não transmissível que ocorre quando o corpo não 
consegue produzir quantidade de insulina suficiente e/ou não consegue utilizá-la de 
maneira eficaz. É uma doença que exige acompanhamento e gastos permanentes. 
Seu distúrbio envolve o metabolismo de glicose, das gorduras, e das proteínas e tem 
consequência tanto quando surge rapidamente como quando se instala lentamente. 
O diabetes está associado ao aumento da mortalidade e ao alto risco de 
desenvolvimento de complicações micro e macro-vasculares, como também de 
neuropatias. Pode resultar em cegueira, insuficiência renal e amputações de 
membros, sendo responsável por gastos excessivos em saúde e substancial 
redução da capacidade de trabalho e da expectativa de vida. No entanto, ensaios 
clínicos randomizados têm demonstrado que, pacientes mantidos em controle clínico 
e metabólico, apresentam retardo no aparecimento e/ou progressão de 
complicações crônicas. Seu tratamento e prevenção se dão através de remédios ou 
reposição da insulina, mudanças na alimentação e a prática de atividade física. 
Atualmente, diversos estudos têm mostrado que a prática de exercício físico 
resistido, mais precisamente, pode prevenir tais doenças ou atuar como forma de 
controle. Esse artigo tem como objetivo investigar os efeitos que a prática do 
exercício físico resistido tem sobre a via de sinalização da insulina e consistirá em 
uma revisão de literatura utilizando as bases de dados PubMed, Google Acadêmico 
e o sistema de bibliotecas da Unesp para a aquisição de artigos, dissertações e 
teses publicadas nos últimos 10 anos. 
 
Palavras-chave: Insulina, Diabetes Mellitus, Exercício Físico Resistido 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
FIGURA 1. Evolução do diabetes no mundo (2000 – 2030) .................................... 25 
FIGURA 2. Acúmulo de gordura na artéria, levando à aterosclerose ...................... 29 
FIGURA 3. Via de sinalização da insulina na captação de glicose .......................... 32 
FIGURA 4. Associação entre alterações da sinalização da insulina e a fisiopatologia 
da Doença de Alzheimer........................................................................................... 36 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1. Fatores de risco para o desenvolvimento de Síndrome Metabólica...... 14 
TABELA 2. Critérios de diagnóstico para diabetes e pré-diabetes........................... 22 
TABELA 3. Valores médios ± desvio padrão da glicemia capilar antes e ao final da 
sessão de treino resistido. ....................................................................................... 40 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS 
 
 
ADA Associação Americana de Diabetes 
AIT Acidente Isquêmico Transitório 
AVC Acidente Vascular Cerebral Isquêmico 
CVM Carga Voluntária Máxima 
DAC Doença Arterial Coronariana 
DAP Doença Arterial Periférica 
DCV Doença Cardiovascular 
DM Diabetes Mellitus 
ER Exercício Resistido 
GLUTs Transportadores de Glicose 
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica 
HBA1C Hemoglobina Glicada 
IDDM Insulino-Dependente Diabetes Mellitus 
IR Receptor de Insulina 
NF-D Nefropatia Diabética 
NIDDM Não Insulino-Dependente Diabetes Mellitus 
NP-D Neuropatia Diabética 
OMS Organização Mundial de Saúde 
PI-3k Fosfatidilinositol 3-Quinase 
RD Retinopatia Diabética 
RML Resistência Muscular Localizada 
SBD Sociedade Brasileira de Diabetes 
SIC Infusão Contínua de Insulina 
SM Síndrome Metabólica 
TTOG Teste de Tolerância Oral à Glicose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
RESUMO..................................................................................................................... 2 
 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 8 
 OBJETIVO ...................................................................................................... 11 
 METODOLOGIA ............................................................................................. 12 
 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ........................................................................... 13 
4.1. Síndrome metabólica ....................................................................................... 13 
4.2. Insulina ............................................................................................................ 14 
4.3. Diabetes Mellitus ............................................................................................. 15 
4.4. Diabetes Mellitus Tipo 1 .................................................................................. 16 
4.5. Diabetes Mellitus Tipo 2 .................................................................................. 17 
4.6. Sintomas ......................................................................................................... 18 
4.7. Pré-diabetes .................................................................................................... 19 
4.8. Diagnósticos ....................................................................................................20 
4.9. Tratamentos .................................................................................................... 21 
4.10. Panorama mundial .......................................................................................... 23 
4.11. Complicações associadas à DM ...................................................................... 25 
4.12. As vias de sinalização da insulina ................................................................... 29 
4.13. Mal de Alzheimer – doença relacionada à disfunção na via de sinalização da 
insulina ...................................................................................................................... 33 
4.14. Exercício Físico ............................................................................................... 36 
4.14.1. Exercício Físico Resistido ......................................................................... 36 
4.14.2. Relações com doenças ............................................................................. 37 
4.14.3. ER como tratamento específico para Diabéticos ...................................... 37 
 CONCLUSÃO ................................................................................................. 41 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 INTRODUÇÃO 
 
Exercício físico resistido (ER) é a denominação utilizada na área médica, para 
termos que na educação física são chamados de “exercício de força”, “exercício 
localizado”, “exercício com pesos” ou “exercício de musculação” (FORJAZ et al, 
2003). O objetivo geral do ER é melhorar a força, a potência e a resistência 
muscular, mas, concomitantemente, é possível alcançar benefícios como redução da 
gordura corporal, aumento da massa magra e obtenção de uma melhor aptidão 
física e qualidade de vida (DELA; KJAER, 2006) 
O aumento dessas capacidades na musculatura favorece o praticante tanto 
no ambiente esportivo, recreativo e competitivo, quanto no ambiente clínico, fazendo 
parte da reabilitação e prevenção de lesões e/ou doenças (DELA; KJAER, 2006). 
Algumas doenças com alto risco ao sistema cardiovascular, como obesidade e 
diabetes, vêm sendo estudadas considerando a possibilidade de serem tratadas ou 
até mesmo prevenidas com a prática regular de ER, devido, entre outros aspectos, à 
sua capacidade de aumentar a massa livre de gordura e consequentemente a taxa 
metabólica basal, aumentar a mobilização de gordura visceral e subcutânea, diminuir 
inflamação do tecido adiposo, aumentar a sensibilidade à ação da insulina e assim, 
melhorar o metabolismo da glicose (TRESIERRAS; BALADY, 2008). 
A insulina é o hormônio responsável pela homeostase da glicose no corpo e 
pelo crescimento e diferenciação celular. Após as refeições, os níveis de açúcares e 
aminoácidos circulantes aumentam e ativam a síntese desse hormônio (PAULI et al, 
2009; CARVALHEIRA et al, 2002). 
 Geralmente, anomalias no metabolismo de glicose, como a própria 
resistência à insulina, intolerância à glicose e Diabetes Mellitus, surgem devido à 
disponibilidade limitada de insulina ou à resposta diminuída da insulina disponível. 
Altos níveis de glicose circulante são associados ao aumento do risco de 
complicações microvasculares e macrovasculares, que desencadeiam uma série de 
problemas de saúde, desde doenças cardíacas, doenças nos olhos, insuficiência 
renal, entre outros. (BRAITH; STEWART, 2006; TOTH, 2008) 
A prática de ER tem efeitos benéficos também sobre outras condições da 
síndrome metabólica, como hipertensão, dislipidemia, aterosclerose e a obesidade, 
 
 
 
9 
 
já citada anteriormente. Estudos realizados utilizando o ER como forma de 
intervenção, apresentam claramente os benefícios que ele promove no tratamento e 
prevenção de tais doenças (TRESIERRAS; BALADY, 2008). 
Pessoas em estado pré-diabético, que já possuem intolerância à glicose, mas 
ainda não são de fato diabéticos, podem prevenir o estabelecimento da Diabetes 
Mellitus tipo 2 (DM 2) através da prática do ER. Já as pessoas diagnosticadas com a 
doença, apresentaram um importante aumento da sensibilidade à ação da insulina, 
que na grande maioria dos casos, resulta em redução da terapia medicamentosa, 
podendo ocorrer até casos de suspensão completa das drogas. Este efeito sobre a 
via de sinalização da insulina é gerado pela prática do ER (CASTRO, 2009). 
A sinalização da insulina inicia-se quando o receptor de insulina (IR) se 
autofosforila e promove a fosforilação de proteínas intracelulares. Em seguida, essas 
proteínas ligam-se a outras moléculas de sinalização, provocando a ativação de vias 
de sinalização intracelular como a via da PI 3-quinase, a cascata da MAPK e a 
ativação do TC10 via CAP/Cbl. Essas interações são responsáveis pelo aumento da 
captação de glicose intracelular, pela ativação da síntese de glicogênio, lipídeos e 
proteínas e pela inibição da produção hepática de glicose (CARVALHEIRA et al, 
2002). 
A maioria dos diabéticos possui sobrepeso, são obesos ou possuem idade 
avançada, podendo apresentar também algum nível de osteoporose ou 
comprometimento articular. Esses fatores acarretam maiores dificuldades na 
execução de exercícios aeróbios que envolvam os grandes grupos musculares, 
como por exemplo, corrida, caminhada e ciclismo. Assim, o ER acaba se tornando 
uma alternativa mais adequada, entre outras coisas, por não causar impacto sobre 
as articulações e ainda oferecer opções de exercícios seguros através da utilização 
de equipamentos (DELA; KJAER, 2006; WILLEY; FIATARONE SINGH, 2003). 
A Diabetes Mellitus é uma doença não transmissível que ocorre quando o 
corpo não consegue produzir quantidade de insulina suficiente e/ou não consegue 
utilizá-la de maneira eficaz. É uma doença que exige acompanhamento e gastos 
permanentes A prática de atividade física está inclusa como forma de prevenção 
desta doença. (SBD - 1, 2016). 
Tendo em vista o exposto, este trabalho trata-se de uma revisão de literatura 
acerca da influência do exercício físico resistido sobre a via de sinalização da 
 
 
 
10 
 
insulina, destacando os benefícios que esta prática promove em pessoas portadoras 
de doenças como Diabete Mellitus, obesidade, hipertensão, entre outras, e para a 
sociedade em geral. 
 
 
 
11 
 
 OBJETIVO 
 
O objetivo deste trabalho é apresentar os efeitos da prática de exercício físico 
resistido sobre a via de sinalização da insulina, associando a possibilidade de 
prevenir e controlar a resistência à esse hormônio e a Diabetes Mellitus tipo 2. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 METODOLOGIA 
 
 A metodologia deste trabalho consistiu em uma revisão de literatura acerca da 
relação entre o exercício físico resistido e a via de sinalização da insulina. Foram 
utilizadas as bases de dados PubMed, Google Acadêmico, Scielo e o sistema de 
bibliotecas da Unesp para a aquisição de artigos, dissertações e teses publicadas 
principalmente nos últimos 10 anos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
4.1. Síndrome metabólica 
 
A síndrome metabólica (SM) acontece devido à união de fatores fisiológicos, 
metabólicos, bioquímicos e clínicos que aumentam diretamente os riscos de 
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, aterosclerose, DM 2 e mortalidade. A 
interação entre o fenótipo clínico da síndrome e o fenótipo biológico do paciente 
contribui para o desenvolvimento de um estado pró-inflamatório e, posteriormente, 
uma inflamação vascular crônica, que pode resultar em processos ateroscleróticos. 
Trata-se de um crescente desafio em todo o mundo devido à alimentação 
desbalanceada, ao aumento da obesidade aos hábitos de vida sedentários (KAUR, 
2013). 
Um paciente com SM tem o riscoaumentado para desenvolver algumas 
doenças: 5 vezes no DM tipo 2, 2 vezes no DCV nos próximos 5 a 10 anos, 2 a 4 
vezes no acidente vascular cerebral, 3 a 4 vezes no infarto do miocárdio e 2 vezes o 
risco de morrer de tal evento em comparação com aqueles sem a síndrome 
independentemente de um histórico prévio de eventos cardiovasculares (KAUR, 
2013; SOUZA et al, 2015; VIDIGAL et al, 2013) 
Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (2017), 
para diagnosticar a SM, são avaliados alguns fatores apresentados na Tabela 1. 
Quando três ou mais deles estão associadas em uma pessoa, ela é diagnosticada 
com SM. 
 
TABELA 1. Fatores de risco para o desenvolvimento de Síndrome Metabólica. 
Critérios Homens Mulheres 
Quantidade de gordura abdominal Cintura > 102 cm Cintura > 88 cm. 
Baixo HDL Menos que 40mg/dl Menos do que 50mg/dl. 
Triglicerídeos elevado 150mg/dl ou superior 
Pressão sanguínea alta 135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando algum medicamento para reduzir a pressão 
Glicose elevada 110mg/dl ou superior. 
Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 2017. 
 
 
 
 
14 
 
Dentre os componentes que levam à SM, podemos citar: a resistência à 
insulina, a obesidade abdominal, dislipidemia, predisposição genética, a inatividade 
física, o tabagismo, o estresse crônico, a alimentação não saudável e o 
envelhecimento (KAUR, 2013; VIDIGAL et al, 2013). 
A modificação do estilo de vida é a melhor intervenção inicial de escolha para 
esses pacientes. A terapia moderna de modificação do estilo de vida combina 
recomendações específicas sobre dieta e exercício com estratégias 
comportamentais (KAUR, 2013). 
 
4.2. Insulina 
 
A insulina é um hormônio anabólico formado por duas cadeias polipeptídicas 
ligadas por pontes dissulfetos. Ela é essencial para a manutenção dos níveis de 
açúcar no sangue. É produzida pelo pâncreas e secretada, especificamente, pelas 
células β das ilhotas pancreáticas na forma de pró-insulina, uma cadeia de 
polipeptídios proveniente de um único gene. (LUCHS, 2006; KURAUT, 2014). Sua 
excreção ocorre em resposta ao aumento de níveis de glicose e aminoácidos, 
principalmente da leucina, no sangue após as refeições (CARVALHEIRA et al, 
2002). 
A ação da insulina ocorre em diversos tecidos periféricos, como fígado, 
músculo esquelético e tecido adiposo (PAULI et al, 2009). Ela é responsável por 
controlar o transporte iônico, captar glicose e aminoácidos (sendo o segundo, 
convertido em proteínas), armazenar o excesso de energia em forma de glicogênio 
no fígado e nos músculos, além de influenciar na fosforilação e desfosforilação de 
enzimas e no metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos (CARVALHEIRA; 
ZECCHIN; SAAD, 2002; LUCHS, 2006). 
A insulina trata-se do hormônio peptídico mais amplamente estudado, devido 
ao seu mecanismo de ação diversificado, evidenciando sua importância no âmbito 
da biologia humana e na medicina e possibilitando um profundo entendimento 
bioquímico a seu respeito (LUCHS, 2006). 
 
 
 
 
 
15 
 
4.3. Diabetes Mellitus 
 
A Diabetes Melittus (DM) “[...] é uma das principais síndromes de evolução 
crônica que acometem o homem moderno em qualquer idade, condição social e 
localização geográfica.” (OLIVEIRA; MILECH, 2001). Trata-se de uma doença que 
compromete o metabolismo de carboidratos, proteínas e gorduras, levando a uma 
insuficiência da insulina, podendo essa ser total ou parcial. 
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu boletim de 2017, 
dos 56,4 milhões de mortes registradas no mundo todo em 2015, cerca de 1,6 
milhões são decorrentes DM (WHO, 2017). Em 2015, foi estimado que 415 milhões 
de adultos vivessem com DM e que projeções indicam que até 2040 esse número 
poderá crescer para 642 milhões. Atualmente no Brasil, há mais de 13 milhões de 
pessoas que vivem com DM, o que representa quase 7% da população brasileira 
(SBD - 2, 2017). 
Algumas mudanças significativas ocorreram na população, tais como o 
conforto promovido pelo avanço tecnológico, o consumo de alimentos 
industrializados e de dieta hipercalórica, contribuindo para o sobrepeso e levando a 
estilo de vida sedentário. Como consequência dessas mudanças, temos a crescente 
incidência de DM em âmbito global (GALLAGHER; LEROITH, 2015). 
 
O diabetes está associado ao aumento da mortalidade e ao alto risco de 
desenvolvimento de complicações micro e macro-vasculares, como também 
de neuropatias. Pode resultar em cegueira, insuficiência renal e amputações 
de membros, sendo responsável por gastos excessivos em saúde e 
substancial redução da capacidade de trabalho e da expectativa de vida. No 
entanto, ensaios clínicos randomizados têm demonstrado que, pacientes 
mantidos em controle clínico e metabólico, apresentam retardo no 
aparecimento e/ou progressão de complicações crônicas. (BATISTA et al 
2005) 
 
Pessoas com DM apresentam risco elevado de doenças cardiovasculares 
(DCV), e quando acometidos, essas doenças apresentam-se normalmente mais 
graves nesses pacientes. Considerando apenas países de alta renda, 
aproximadamente 16% das pessoas portadoras de DM tipo 1 apresentam histórico 
de DCV, incluindo acidente vascular cerebral e doença coronária. Em estudos com 
foco em pessoas de meia-idade que vivem nesses países, o número de histórico de 
DCV sobe para 41% (SIQUEIRA et al, 2007) . 
 
 
 
16 
 
O termo “diabetes” é originário do grego antigo e significa atravessar, pois os 
pacientes apresentavam sintomas como sede incomum e grande necessidade de 
urinar; já “mellitus”, provém da palavra mel, pois, no passado, os médicos 
diagnosticavam a doença pelo sabor doce da urina do paciente (TSCHIEDEL, 2013). 
A DM é uma doença crônica que, como dito anteriormente, causa uma 
desordem no metabolismo dos carboidratos, proteínas e gorduras. Ela é uma 
doença não transmissível e ocorre quando o corpo não consegue produzir insulina o 
suficiente e/ou não consegue utilizar a insulina de maneira eficaz. Segundo Lucena 
(2007), ”uma das características da doença corresponde à resposta secretora 
deficiente da insulina, manifestada pelo uso inadequado dos carboidratos, 
provocando a hiperglicemia.” 
Existem basicamente dois tipos de DM: 
 Diabetes Mellitus Tipo 1 ou Diabetes Mellitus insulino-dependente 
(IDDM); 
 Diabetes Mellitus Tipo 2 ou Diabetes Mellitus não insulino-dependente 
(NIDDM) (LUCENA, 2007). 
 
4.4. Diabetes Mellitus Tipo 1 
 
O DM tipo 1 corresponde de 10 a 20% dos pacientes, é o tipo mais agressivo 
e causa rápido emagrecimento. Ocorre geralmente na infância e adolescência, mas 
pode afetar pessoas de todas as idades. Anteriormente era denominada “diabetes 
juvenil” ou “tendência à cetose” (GALLAGHER; LEROITH, 2015). 
A ausência ou diminuição da secreção da insulina pelas células β das ilhotas 
de Langerhans do pâncreas pode ser ocasionada por fatores hereditários, pela 
destruição auto-imune das células β ou ainda por destruição viral (SKYLER, 2004). 
Desse modo, o indivíduo não apresenta produção de insulina, as células do 
organismo não conseguem captar o açúcar do sangue na velocidade adequada, 
mantendo elevado o nível de glicose no sangue. Assim, esses diabéticos necessitam 
de insulina exógena através da aplicação de injeções (SILVA, 2008; FU et al, 2013). 
 
 
 
 
 
17 
 
4.5. Diabetes Mellitus Tipo 2 
 
O DM tipo 2 corresponde a cerca de 90% dos pacientes diabéticos. Nesse 
tipo as células β não foram destruídas e ainda produzem insulina, porém, de não em 
quantidade suficiente para alcançar os efeitos fisiológicos desse hormônio 
(SPAGGIARI, 2000). Ela é causada por uma combinação da resistência à ação da 
insulina e resposta secretora inadequada de insulina compensatória (FU, 2013). 
Ela ocorre geralmente em indivíduos adultos, com mais de 40 anos, que 
foram ou são obesos. O risco de desenvolver a doença aumenta com a idade, a 
obesidadee o sedentarismo e está intimamente relacionada à predisposição 
genética (SILVA, 2008). 
 
Algumas evidências sugerem que o sedentarismo, favorecido pela vida 
moderna, é um fator de risco tão importante quanto a dieta inadequada na 
etiologia da obesidade e possui uma relação direta e positiva com o 
aumento da incidência do diabetes tipo II em adultos, independentemente 
do índice de massa corporal ou de história familiar de diabetes 
(SARTORELLI; FRANCO, 2003). 
 
A resistência à insulina inicia-se alguns anos antes do aparecimento dos 
sintomas, pois ocorre hiperinsulinimia compensatória (aumento da secreção da 
insulina), que consegue induzir tanto a captação da glicose quanto a supressão da 
neoglicogênese, mantendo as concentrações glicêmicas dentro dos limites normais. 
Posteriormente aparecem as disfunções nas células β, as quais não conseguem 
mais produzir insulina em quantidade suficiente, o que resulta em hiperglicemia, ou 
seja, levando à instalação da DM tipo 2 (CEFALU, 2001). 
Segundo Robergs e Roberts (2002), o DM tipo 2 pode ser dividido em dois 
subgrupos: 
 
 Indivíduos com uma capacidade prejudicada de secretar insulina em 
razão de um defeito nas células β do pâncreas, provocando redução da 
responsividade à insulina; 
 Indivíduos com uma capacidade reduzida das células de 
responderem à insulina, provocando uma sensibilidade reduzida à insulina. 
 
A alimentação balanceada e a redução do peso são importantes para controlar a 
glicemia, aliados ao uso de hipoglicemiantes orais. Em muitos casos, no início não 
 
 
 
18 
 
há necessidade de aplicação de insulina, o que geralmente muda com o passar do 
tempo (SILVA, 2008). 
 
4.6. Sintomas 
 
Os primeiros sintomas do DM relacionam-se aos efeitos diretos da alta 
concentração de glicose no sangue. Quando apresentam valores acima de 180 
mg/dl, a capacidade de reabsorção tubular máxima renal é ultrapassada e a glicose 
passa para a urina (glicosúria). Como a glicose é uma substância osmoticamente 
ativa, os rins excretam uma maior quantidade e água para diluir essa quantidade de 
glicose perdida, aumentando o volume urinário (poliúria), acarretando em 
desidratação e provocando sede anormal (polidipsia). Com a perda excessiva de 
calorias pela urina, a pessoa frequentemente sente fome excessiva (polifagia) 
(LUCENA, 2007). 
Inicialmente os sintomas são silenciosos e somente preocupam quando 
adquirem maior intensidade, de modo que o paciente não sabe o início exato da 
doença. Também pode haver ausência de sintomas consideráveis e a doença ser 
descoberta casualmente em exames de rotina (SILVA, 2008). 
 
Ainda, destacam-se outros sintomas, que também apresentam grande 
importância: 
- fraqueza, preguiça mental, astenia, sonolência, cansaço fácil, irritabilidade, 
peso nas pernas. 
- caimbras, dormência e formigamento de extremidades, dores vagas nos 
membros. 
- hipoglicemia espontânea - pode se constituir uma manifestação precoce 
do diabetes ou ainda pode ocorrer na fase pré-diabetes. O sintoma surge 3 
a 5 horas após uma refeição, principalmente quando é farta em 
carboidratos, e resultante de uma secreção inapropriada de insulina. 
- distúrbios visuais - vista turva e diminuição da acuidade visual São 
corrigidas com o controle da glicemia. 
- distúrbios sexuais - diminuição da libido, ejaculação precoce e semi ereção 
do pênis. Também voltam ao normal com o controle da glicemia (SILVA, 
2008). 
 
A cetoacidose diabética ocorre geralmente em indivíduos portadores de DM 
tipo 1, em decorrência da deficiência acentuada de insulina somada à elevada 
concentração de glucagon. A deficiência de insulina causa degradação excessiva 
 
 
 
19 
 
das reservas adiposas, resultando em aumento dos níveis de ácidos graxos livres 
(LUCENA, 2007). 
 
Os sintomas iniciais da cetoacidose diabética incluem a sede e a micção 
excessivas, a perda de peso, a náusea, o vômito, a fadiga e, sobretudo nas 
crianças, dores abdominais. A respiração tende a tornar-se profunda e 
rápida à medida que o organismo tenta corrigir a acidez do sangue 
(CERCATO; MANCINI; ARGUELLO, 2004). 
 
 
4.7. Pré-diabetes 
 
Antes do aparecimento do DM tipo 2, o paciente convive em um estágio 
intermediário entre a pessoa saudável e o diabético, denominado pré-diabetes. 
Esse estágio geralmente é assintomático, porém indica o potencial do paciente e é 
possível identificar sinais da resistência à insulina (SBD – 2, 2017; RODRIGUES; 
DIAS, 2016). 
A resistência à insulina é caracterizada pela captação anormal de glicose 
pelas células em resposta à insulina, levando a uma elevada produção deste 
hormônio pelo pâncreas para a manutenção dos níveis glicêmicos normais, gerando 
a hiperinsulinemia (RODRIGUES; DIAS, 2016; SILVA, 2008; LUCENA, 2007). 
Os métodos utilizados para diagnosticar são os mesmos utilizados para DM, 
glicemia de jejum, hemoglobina glicada (HbA1C) ou teste de tolerância oral à glicose 
(TTOG) (SBD – 2, 2017). 
Os fatores de risco ao desenvolvimento da pré-diabetes são basicamente os 
mesmos da DM, sendo que o sobrepeso, a tendência genética, o sedentarismo e a 
alimentação baseada em alimentos hipercalóricos estão envolvidos como possíveis 
causas. O sobrepeso é o mais significativo desta lista, pois faz com que o pâncreas 
aumente a produção de insulina na tentativa de estabilizar os níveis de glicose. 
Quando diagnosticado precocemente é possível estabelecer estratégias para 
prevenir a evolução para o DM. Uma perda de 5 a 7 % do peso corporal promove 
melhorias consideráveis no metabolismo (SBD – 3, 2017). 
De acordo com Rodrigues e Dias (2016) “o pré-diabetes pode estar associado 
a um maior risco de complicações antes mesmo da evolução para DM2”. Em estudo, 
Rosenbaum et al (2004), observaram a presença de microalbuminúria em pacientes 
pré-diabéticos, comparado à pacientes com glicemia normal. Essa proteína foi 
 
 
 
20 
 
considerado marcadora de disfunções, como a nefropatia (RODRIGUES; DIAS, 
2016). 
 
4.8. Diagnósticos 
 
O diagnóstico de DM baseia-se nos critérios estabelecidos pela Associação 
Americana de Diabetes (ADA), os quais são utilizados pela Sociedade Brasileira de 
Diabetes (SBD) (UFRGS, 2017). Ele está fundamentado na quantidade de glicose 
presente no sangue, que é medida em miligramas de açúcar por decilitro (mg/dl ou 
mg%) (SPAGGIARI, 2000). 
Conforme descrito na tabela 2, o diagnóstico pode ser realizado através de 
testes de glicemia em jejum (oito horas), duas horas após ingestão de 75g de glicose 
(teste oral de tolerância à glicose – TOTG) e teste ao acaso em qualquer horário do 
dia. Os critérios são (UFRGS, 2017): 
 Teste de glicemia em jejum: valores maior ou igual a 126 mg/dL; 
 TOTG: valores maior ou igual a 200 mg/dL; 
 Teste ao acaso: valores maior ou igual a 200 mg/dL, associado a 
sintomas como sede excessiva, aumento da frequência para urinar e 
perda de peso não intencional. 
Para finalizar o diagnóstico é necessária a confirmação, realizando 
novamente o teste em outro dia. 
A hemoglobina glicada também é utilizada para diagnóstico de DM. Ela é 
obtida através de um exame de sangue e representa a glicemia dos três últimos 
meses, ou seja, mesmo que o paciente apresente glicemia controlada no exame de 
sangue, esse exame é capaz de informar ao médico se essa esteve elevada nos 
últimos três meses. Os valores de referência devem estar abaixo de 5,7%, enquanto 
valores acima de 6,5% representam um critério para diagnóstico, ou simplesmente 
para verificar se paciente portador de DM está realizando o controle de sua glicemia 
(UFRGS, 2017). 
Os níveis apresentados como intermediários representam o estado de pré-
diabetes, ou seja, indica que a pessoa possui um risco para o desenvolvimento de 
DM e de DCV e deve ter acompanhamento médico para prevenir o surgimento da 
doença. Os critérios considerados são: 
 
 
 
21 
 
 
 Níveis de glicose em jejum de 100 a 125mg/dL; 
 Glicose duas horas após o TOTG de 140 a 199 mg/dL; 
 Hemoglobina glicada de 5,7 a 6,4%. 
 
A Tabela 2 apresenta os critérios considerados na avaliação e os diagnósticos 
 
TABELA 2. Critérios de diagnóstico para diabetes e pré-diabetes. 
Diagnóstico Glicemia em jejum (mg/dL) 
2 horas após 75 g 
de glicose 
(mg/dL) 
Glicemia ao 
acaso (mg/dL) 
Hemoglobina 
glicada (%) 
Normal Menor de 100 Menor de 140 - Abaixo de 5,7 
Pré-diabetes De 100 a 125 De 140 a 199 - De 5,7 a 6,4 
Diabetes Maior ou igual a 126 
Maior ou igual a 
200 
Maior ou igual a 
200 com sintomas 
Maior ou igual a 
6,5 
Fonte: UFRGS, 2017. 
 
 
4.9. Tratamentos 
 
Alguns fatores não-farmacológicos como controle do peso, a mudança nos 
hábitos alimentares e a prática de atividades física beneficiam significantemente os 
indivíduos diabéticos (CARTER et al 2010). Segundo a SBD – 4 (2017), todos os 
portadores do DM tipo 1 e muitos portadores do DM tipo 2 necessitam da reposição 
de insulina para controlar o nível glicêmico. 
As medições podem ser feitas utilizando a bomba de insulina ou monitor de 
glicemia e devem ocorrer em horários, situações e frequência corretos. Assim, o 
paciente poderá fazer uso da quantidade mais adequada de insulina para aquele 
momento (SBD – 4, 2017) 
Segundo Smeltzer e Bare (2005), os portadores de DM podem utilizar a 
insulina de forma combinada, podendo ser: 
 Esquema simplificado: 1 ou 2 aplicações diárias; nesta aplicação 
os pacientes podem apresentar níveis elevados de glicemia, exceto o 
paciente que nunca varia seus padrões de refeição e níveis de atividades 
física; 
 
 
 
22 
 
 Esquema intensivo: 3 ou 4 aplicações diárias; os pacientes 
possuem máximo controle sobre o nível glicêmico pois é possível alterar 
as doses de insulina de acordo com a alimentação e atividades, conforme 
as variações no nível glicêmico. 
 
A insulina não pode ser tomada em pílulas ou cápsulas, pois os sucos 
digestivos presentes no estômago interferem em sua eficácia. Ela deve ser injetada 
utilizando seringas, com agulhas muito finas, ou canetas, que apresentam fácil 
manuseio (SBD – 4, 2017). 
Existe também a bomba de infusão contínua de insulina (SIC), que surgiu 
mais recentemente. O SIC representa uma alternativa, principalmente para 
pacientes com DM tipo 1, e oferece ao paciente um perfil similar ao fisiológico. 
(SILVEIRA et al, 2017). Estudos apontaram que o SIC promove “o melhor controle 
dos níveis de glicose e da hemoglobina glicada, a redução de eventos de 
hipoglicemia noturna, a diminuição na quantidade de insulina administrada e ganhos 
na qualidade de vida” (JEITLER et al, 2008). No entanto, a disponibilidade deste 
aparelho no sistema público de saúde ainda é muito baixa. 
Os medicamentos denominados hipoglicemiantes orais são eficientes apenas 
em DM tipo 2, tem como finalidade diminuir a glicemia e mantê-la em nível normal, 
atuado de diversas maneiras no organismo, tais como: 
 
 Incrementando a secreção pancreática de insulina – sulfonilureias e 
glinidas; 
 Reduzindo a velocidade de absorção de glicídios – inibidores das 
alfaglicosidases; 
 Diminuindo a produção hepática de glicose – biguanidas; 
 Aumentando a utilização periférica de glicose – glitazonas (SBD - 1, 
2016) 
 
No entanto, esses medicamentos possuem algumas restrições para o uso e 
podem acarretar alguns efeitos colaterais, como hipoglicemia, aumento de peso, 
 
 
 
23 
 
desconforto abdominal, diarreia, insuficiência cardíaca, poliúria entre outros (SBD - 
1, 2016). 
Todas as pessoas, independente de idade ou se são ou não portadoras de 
doenças, devem ter uma alimentação saudável, controlando a quantidade de 
gordura, alimentos processados e doces consumidos. Esse hábito ajuda na 
manutenção do peso ideal e promove uma vida mais saudável (CEMBRANEL, 
2017). 
A mudança nos hábitos alimentares é extremamente importante no 
tratamento secundário do DM (CEMBRANEL, 2017). O consumo dos alimentos deve 
ser fracionado em seis refeições, distribuídas uniformemente no decorrer do dia, que 
sejam bem balanceadas e contenham todos os grupos de alimentos, mas 
principalmente frutas, legumes, verduras e fibras (SPAGGIARI, 2000). 
Um estudo comparativo avaliou hábitos alimentares em cerca de 1200 idosos 
em Florianópolis – Santa Catarina, com idade entre 60 e 104 anos, com e sem DM 
e/ou hipertensão arterial sistêmica (HAS). Foram considerados como indicadores a 
frequência semanal de consumo de frutas, vegetais, gorduras de carne e frituras. Os 
resultados obtidos mostraram que a alimentação saudável foi significativamente 
baixa entre todos os indivíduos, tanto portadores da(s) doença(s), quanto saudáveis. 
(CEMBRANEL, 2017). Ou seja, mesmo quando estão cientes de sua condição, os 
idosos não melhoraram seus hábitos alimentares, o que caracteriza um sério 
problema pois essa é um dos fatores essenciais para o controle do DM. 
A prática de atividades físicas como tratamento para DM será abordado no 
item 4.14.3. 
 
4.10. Panorama mundial 
 
Segundo Ferreira e Pititto (2016), (...) “DM tipo 2 (DM2) é considerado uma 
das grandes epidemias mundiais do século XXI e problema de saúde pública, tanto 
nos países desenvolvidos como naqueles que se encontram em desenvolvimento.” 
Alguns fatores estão relacionados ao aumento da incidência, como o 
envelhecimento populacional e o estilo de vida das pessoas, caracterizado por 
inatividade física e hábitos alimentares que predispõem ao acúmulo de gordura 
corporal. 
 
 
 
24 
 
Complicações crônicas da doença (como macroangiopatia, retinopatia, 
nefropatia e neuropatias) podem aparecer devido à maior sobrevida dos pacientes e 
ao maior tempo de exposição à hiperglicemia. 
 
A doença cardiovascular é a primeira causa de mortalidade de indivíduos 
com DM2; a retinopatia representa a principal causa de cegueira adquirida e 
a nefropatia uma das maiores responsáveis pelo ingresso a programas de 
diálise e transplante; o pé diabético se constitui em importante causa de 
amputações de membros inferiores. Assim, procedimentos diagnósticos e 
terapêuticos (cateterismo, bypass coronariano, fotocoagulação retiniana, 
transplante renal e outros), hospitalizações, absenteísmo, invalidez e morte 
prematura elevam substancialmente os custos diretos e indiretos da 
assistência à saúde da população diabética. Ainda, o DM é frequentemente 
acompanhado de outras morbidades que podem tornar os custos totais 
exorbitantes (FERREIRA E PITITTO, 2016). 
 
Através do número de indivíduos portadores da doença, é possível avaliar a 
gravidade do problema e estabelecer estimativas em todo o mundo. A Figura 1 
apresenta a evolução do DM no mundo, fazendo uma projeção para o ano de 2030. 
Em 1995, havia 135 milhões de diabéticos no mundo; esse número passou para 240 
milhões em 2005 e estimasse que em 2030 serão 366 milhões, sendo que dois 
terços desse valor estarão em países em desenvolvimento (FERREIRA E PITITTO, 
2016). 
FIGURA 1. Evolução do diabetes no mundo (2000 – 2030) 
Fonte: Ferreira e Pititto, 2016. 
 
 
 
25 
 
4.11. Complicações associadas à DM 
 
De acordo Reis (2014), o DM quando não tratado e/ou mal controlado, pode 
ocasionar graves lesões e facilitar o desenvolvimento de doenças. A maioria dessas 
complicações poderia ser retardada ou evitada com a manutenção rígida dos níveis 
glicêmicos. 
 
Ao estabelecer o diagnóstico de diabetes é recomendado que se faça uma 
estimativa da expectativa de vida da pessoa em função de sua idade e 
comorbidades (transtornos psiquiátricos como depressão ou demência, 
cardiopatia isquêmica, hipertensão arterial etc.), bem como uma avaliação 
sistemática, com exames complementares, se necessários, dos principais 
órgãos e sistemas que são alvos de lesões em decorrência do diabetes, tais 
como: visão (avaliação de fundo de olho); sistema nervoso (lesões 
cerebrovasculares manifestas e silenciosas e neuropatiaperiférica); sistema 
cardiovascular (lesões coronarianas e ateromatosas difusas, manifestas ou 
silenciosas); rins (avaliação da função renal); lesões cutâneas (mal 
perfurante plantar - pé diabético); e infecções bacterianas assintomáticas ou 
com manifestações atípicas, como cistites e pneumonias (REIS, 2014). 
 
De acordo com a Federação Internacional de Diabetes , o acompanhamento 
anual de alguns aspectos relacionados ao controle da DM é essencial para evitar 
futuras complicações. Esses aspectos são: a glicemia, a hemoglobina glicada 
(HbA1c), a pressão arterial, o colesterol, o peso, cuidado com os pés, o rastreio de 
retinopatia e sinais precoces de doença renal (WHO, 2017). 
A hiperglicemia de jejum e a pós-prandial são as principais responsáveis por 
complicações agudas que afetam todos os órgãos e sistemas corporais a curto e 
longo prazos (SILVA, 2008). 
 
COMPLICAÇÕES MICROVASCULARES 
 
A retinopatia diabética (RD) é a terceira principal causa de cegueira em todo o 
mundo e a principal causa de cegueira na população economicamente ativa. Ela 
ocorre devido à elevação permanente da taxa glicêmica e se manifesta normalmente 
10 a 20 anos após o aparecimento da DM, progredindo rapidamente quando a DM 
não é diagnosticada à tempo. A cegueira é evitável em 80% dos casos, quando 
ocorre detecção precoce e tratamento adequado. (RODRIGUEZ-RODRIGUEZ, 
2015; MALERBI, 2015). 
 
 
 
26 
 
Um estudo realizado em 2014 por Schellini e colaboradores apontou que no 
Brasil a RD está associada a 38,7% dos indivíduos que possuem baixa visão ou 
cegueira. De acordo com Mendanha et al (2016), estima-se que após 15 anos 
convivendo com DM, 80% dos portadores de DM tipo 2 e 97% dos DM tipo 1 
apresentarão algum grau de retinopatia. 
Um fator importante no desenvolvimento da RD é a Hipertensão Arterial 
Sistêmica (HAS), que é duas vezes mais frequente na população com DM. O 
aumento da pressão arterial contribui para o dano vascular e aumenta o risco do 
aparecimento e progressão da retinopatia diabética (MENDANHA et al, 2016). 
Além da retinopatia, segundo o SBD (5 - 2017), os diabéticos apresentam 
40% mais chances de desenvolver glaucoma e 60% mais chances de desenvolver 
catarata. 
A nefropatia diabética (NF-D) acomete cerca de 20 a 50% dos diabéticos e é 
causada devido aos altos níveis de açúcar no sangue que são filtrados pelos rins, 
sobrecarregando esses órgãos. A detecção da doença pode feita através da 
detecção de proteína na urina, promovendo um diagnóstico precoce e evitando 
assim o agravamento da doença. Com o tempo, o os rins perdem sua capacidade de 
filtragem, os resíduos começam a se acumular no sangue e os rins falham, levando 
a pessoa a precisar de sessões regulares de hemodiálise ou transplante (SBD – 4, 
2017, MENDES et al, 2017). 
A NF-D associa-se também ao aumento na taxa de mortalidade por doença 
cardiovascular. Em estudo realizado em 2002 no Reino Unido por Adler e 
colaboradores, constatou-se que o risco por morte cardiovascular aumenta 
progressivamente à medida que os estágios da NF-D progrediram (ADLER et al, 
2002) 
A neuropatia diabética (NP-D) atinge cerca de 50 % dos portadores de DM 
tipo 2, é uma doença incapacitante, responsável por dois terços de amputações não-
traumáticas. (SBD - 3, 2017; MENDES et al, 2017). Segundo Mendes et al (2017), 
cerca de 25% dos diabéticos possuem condições favoráveis ao aparecimento de 
lesões nos pés, portanto, exames preventivos devem ser realizados anualmente. 
Os nervos periféricos são responsáveis por trafegar informações enviadas e 
recebidas pelo cérebro, além de sinais da medula espinhal para o resto do corpo. A 
 
 
 
27 
 
neuropatia diabética é uma doença que danifica estes nervos, podendo afetar um 
único, um grupo, ou todo o sistema nervoso corporal (TINOCO-SAMOS et al, 2013). 
 Os sintomas se manifestam principalmente como formigamento e diminuição 
da sensibilidade nas mãos e pés, fazendo com que lesões passem despercebidas e 
causando algo mais complicado devido à circulação comprometida e sistema 
imunológico enfraquecido (SBD - 5, 2017). 
 
COMPLICAÇÕES MACROVASCULARES 
 
As complicações macrovasculares que afetam o paciente diabético são, 
principalmente, a doença arterial coronariana (DAC), o acidente vascular cerebral 
isquêmico (AVC) e a doença arterial periférica (DAP). Diabéticos do tipo 2 
apresentam risco 2 a 4 vezes maior de mortalidade em decorrência de doenças 
cardiovasculares (DCV), quando comparado à indivíduos sem DM (BERTOLUCI, 
2016). 
O termo doença arterial coronária (DAC) engloba uma série de doenças que 
resultam de alterações ateromatosas nos vasos coronários. A aterosclerose, por 
exemplo, ocorre quando há um acúmulo de gordura na parede das artérias 
coronárias (NCBI, 2017). 
As artérias coronárias transportam sangue rico em oxigênio para o músculo 
cardíaco. O acúmulo ocorre ao longo de muitos anos, podendo endurecer ou se 
quebrar (Figura 2). Quando ocorre o endurecimento, as artérias ficam estreitas e 
restringem o fluxo sanguíneo. Quando rompida, pode ocasionar coágulos de 
sangue, quando grandes, podem bloquear grande parte ou completamente o fluxo 
sanguíneo. Se o fluxo de sangue rico em oxigênio for cortado em uma seção do 
músculo cardíaco, ocorre o ataque cardíaco e se não for restaurado rapidamente o 
fluxo, a seção do músculo cardíaco começa a morrer. Sem tratamento rápido, um 
ataque cardíaco pode levar a graves problemas de saúde ou a morte. A DAC é 
favorecida por fatores de risco como a DM, hipertensão arterial, colesterol, 
alimentação desequilibrada, a obesidade, sedentarismo e stress. Alguns dos 
sintomas que podem se manifestar são: angina (dor no peito), tontura, má 
cicatrização, fadiga, dores nas pernas, fraqueza e visão embaçada (BERTOLUCI, 
2016; NCBI, 2017). 
 
 
 
28 
 
 
FIGURA 2. Acúmulo de gordura na artéria, levando à aterosclerose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: BERTOLUCI, 2016 
 
 
A isquemia trata-se da diminuição da irrigação sanguínea e pode ocorrer em 
qualquer órgão ou região do corpo. A DM favorece a síndrome isquêmica crônica. 
Os vasos sanguíneos cerebrais podem ser afetados similarmente ao efeito da 
aterosclerose, obstruindo a circulação do sangue e levando a crises isquêmicas 
transitórias ou ao acidente vascular cerebral (AVC) (LUCENA, 2007). 
O AVC ocorre devido à obstrução de uma ou mais artérias devido, levando à 
falta de circulação em uma determinada área do cérebro. Os principais sintomas do 
AVC são: “perda repentina da força muscular e/ou da visão, dormência na face, 
braço ou perna, dificuldade de comunicação oral (fala arrastada) e de compreensão, 
tonturas, formigamento num dos lados do corpo; alterações da memória”. Os fatores 
de risco para AVC são os mesmos que provocam ataques cardíacos: DM, 
obesidade, genética, alimentação, atividades físicas, tabagismo, hipertensão. 
(VARELLA, 2016). 
Pode ocorrer também, o acidente isquêmico transitório (AIT), que apresenta 
os mesmos sintomas e causas do AVC. No entanto, o AIT apresenta sintomas que 
duram cerca de uma hora e não causa lesão cerebral permanente (LUCENA, 2007). 
 
 
 
29 
 
A doença arterial periférica (DAP) é provocada pelo estreitamento e/ou 
obstrução das artérias responsáveis pela irrigação de membros, ou seja, 
basicamente é a aterosclerose dos membros inferiores. Caracteriza-se por uma 
claudicação intermitente, podendo resultar em isquemia crítica de membro. A 
claudicação intermitente ocorre quando há uma deficiência no aporte sanguíneo aos 
músculos do membro, resultando em dor. Já a isquemia crítica de membro é um 
estágio avançado da DAP, incluindo dor em repouso, úlceras e gangrena, 
geralmente requer angioplastia ou revascularização miocárdica, podendo ser 
necessária a amputação (HALLETT, 2017). 
 
4.12. As vias de sinalização da insulina 
 
As vias de sinalização de insulina são importantes paraa manutenção do 
metabolismo energético e do sistema imunológico (ZAND et al, 2017). Em condições 
fisiológicas, a via de sinalização é ativada através da ligação da insulina ao seu 
receptor específico de membrana (IR), que é uma espécie de proteína tetramétrica 
formada por duas subunidades alfa (α) na parte externa da membrana (fração de 
ligação) e duas subunidades beta (β) transmembranar (com a tirosina-quinase 
intrínseca) (ALVIM et al, 2015; LEITE, 2014; CARVALHEIRA et al, 2002). 
Quando a insulina se liga à subunidade α ocorrem estímulos para que a 
subunidade β sofra autofosforilação, ativando a tirosina quinase local e levando à 
fosforilação de diversas outras enzimas intracelulares, como o receptor de insulina 1 
(IRS-1) e o receptor de insulina 2 (IRS-2) (LEITE, 2014; ZAND et al, 2017). 
A ativação dos IRSs permite a criação de sítios de ligação envolvendo outras 
proteínas, como a fosfatidilinositol 3-quinase (PI-3k). A PI-3k é única molécula 
intracelular considerada indispensável para o transporte de glicose. Sua ativação 
leva a um aumento de fosforilação em serina da proteína serina/treorina quinase B 
(Akt) (LEITE, 2014; ZAND et al, 2017). 
Segundo Leite (2014), a Akt aumenta a capacitação periférica de glicose, 
principalmente nos tecidos adiposo e muscular. Isso acontece devido ao aumento da 
translocação dos transportadores de glicose (GLUTs), que migram do citoplasma 
para a membrana plasmática e resultam na captação celular de glicose através da 
difusão facilitada (PARK et al, 2014). 
 
 
 
30 
 
A ativação e inativação de algumas enzimas produzem efeitos desejados 
sobre o metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas, tais como, aumento da 
captação de glicose intracelular, ativação da síntese de glicogênio, de proteínas, de 
transcrição de genes específicos, além de promover a inibição da produção hepática 
de glicose (GUYTON; HALL, 2006). 
Uma outra via necessária para o transporte da glicose é a fosforilação do 
protooncogene Cbl, o qual está associado à proteína adaptadora CAP. Após a 
fosforilação, o complexo Cbl-CAP se direciona até a membrana celular, interagindo 
com a proteína CrkII, que é associada à proteína C3G, trocadora de nucleotídeos 
que catalisa a troca de GDP por GTP. Essa troca ativa a proteína TC10, causando 
um segundo sinal para a translocação da proteína GLUT4, em paralelo à ativação da 
via da PI 3-K (CARVALHEIRA et al, 2002). 
As chamadas cascatas de fosforilação estimuladas pela insulina ocorrem à 
partir da estimulação da insulina a mitogen-activated protein quinase (MAPK). O 
início dessa via se dá com a fosforilação das proteínas IRS e/ou Shc, as quais 
interagem com a proteína Grb2, que está associada à SOS. A SOS, juntamente com 
a SHP2, realizam a troca GDP por GTP da Ras ativando-a. A ativação da Ras 
estimula a fosforilação em serina da cascata da MAPK que leva à proliferação e 
diferenciação celulares. A insula promove o aumento da síntese e o bloqueio da 
degradação de proteínas através da ativação da mTOR. Esta última realiza o 
controle da translação de proteínas através da fosforilação da p70-ribossomal S6 
quinase (p70rsk), a qual ativa a síntese ribossomal de proteínas através da 
fosforilação da proteína S6. A mTOR também fosforila a PHAS1, que aumenta a 
síntese proteica através aumento da translação de proteínas (CARVALHEIRA et al, 
2002). 
A Figura 3 apresenta resumidamente as etapas da sinalização da insulina 
envolvidas na captação de glicose. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
FIGURA 3. Via de sinalização da insulina na captação de glicose. 
 
Fonte: PAULI et al, 2009 
 
 
Segundo Razani et al (2008), a absorção de glicose por tecidos periféricos 
pode ser prejudicada por condições patológicas desfavoráveis, como obesidade, 
aterosclerose, DM tipo 2, entre outros. Essas condições frequentemente são 
associadas à impossibilidade da insulina em exercer seu papel no metabolismo da 
glicose, principalmente em tecidos de atividade metabólica alta, como, por exemplo, 
o músculo esquelético, fenômeno chamado de resistência à insulina. O exercício 
físico é importante também para o indivíduo obeso com resistência à insulina, pois 
reduz a expressão e/ou atividade de proteínas inflamatórias de efeito negativo à 
ação da insulina. 
Existem caminhos importantes na qual a absorção de glicose é independente 
do funcionamento normal da via insulínica, ou qualquer fator patogênico relacionado 
à resistência insulínica. Dessa forma, o exercício físico é considerado a principal 
intervenção disponível para este fim, pois a contração muscular estimula a absorção 
de glicose por caminhos independentes de insulina. As principais moléculas 
 
 
 
32 
 
envolvidas são a proteína quinase ativada com adenosina e monofosfato, óxido 
nítrico, bradicinina, AKT, espécies reativas de oxigênio e cálcio. (GUYTON & HALL, 
2006; ALVIM et al, 2015) 
Segundo Guyton e Hall (2006), a membrana muscular é pouco permeável à 
glicose em seu estado natural, em repouso, ao menos que a fibra muscular seja 
estimulada pela insulina, após a ingestão de alimentos, por exemplo. Em outras 
palavras, o movimento da glicose para dentro e fora das células depende de 
proteínas transportadoras. Em indivíduos com DM, a quantidade excretada de 
insulina entre as refeições é insuficiente para promover a entrada significativa de 
glicose intracelular no músculo esquelético. 
Quando as fibras musculares estão sendo exercitadas de forma moderada ou 
intensa, através de exercícios físicos resistidos, por exemplo, os músculos 
necessitam de grande quantidade de glicose, mesmo que não haja insulina 
suficiente para metaboliza-la. Esse fenômeno ocorre, pois as fibras musculares têm 
sua permeabilidade à glicose aumentada, devido ao processo vigoroso de contração 
muscular. Quando existe essa alteração na relação ATP/AMP, a via da AMPK é 
estimulada, tendo como resultado final a translocação de GLUT4 e seu envio para a 
membrana, captando a glicose do meio extracelular para o meio intracelular. Desta 
forma, a ativação da AMPK através de exercícios físicos resistidos causa o aumento 
da expressão de GLUT4 no músculo, promove o aumento na captação de glicose, 
facilita a homeostase da glicose e a sensibilidade à insulina e aumenta a capacidade 
oxidativa. (ALVIM et al, 2015) 
Para Kendall (2003), durante o exercício físico vigoroso, ocorre um declínio 
dos níveis de insulina corporal, porém a captação celular de glicose pode aumentar 
até vinte vezes através de mecanismos não-insulínicos. Inicialmente, esse tipo de 
exercício aumenta significativamente o fluxo sanguíneo, trazendo maior quantidade 
de glicose às células e consequentemente estimulando a sua captação pelas 
mesmas. Em seguida, a atividade estimula diretamente o deslocamento dos 
transportadores GLUT4 para aumentar a captação de glicose. Portanto, a junção do 
fluxo sanguíneo aumentado e o deslocamento dos transportadores, trabalham em 
conjunto para aumentar a captação de glicose pela célula muscular. 
 
 
 
 
33 
 
4.13. Mal de Alzheimer – doença relacionada à disfunção na via de 
sinalização da insulina 
 
A Doença de Alzheimer (DA) afeta, atualmente, mais de 30 milhões de 
pessoas no mundo (CLARO, 2016). Ela foi descoberta em 1907 pelo médico alemão 
Alois Alzheimer e causa perda das funções cognitivas, evoluindo para a demência, e 
tem sua etiologia ainda pouco compreendida (NAZARETH, 2017). O diagnóstico é 
baseado em sintomas clínicos como lapsos de memória há pelo menos seis meses e 
dificuldades para desempenhar atividades do dia-a-dia (CLARO, 2016), 
A DA pode ser classificada como início precoce (idade inferior a 65 anos, 
corresponde a apenas 1-5% dos casos) ou DA de início tardio (idade maior ou igual 
a 65 anos, que corresponde a mais de 95% dos casos) . A DA de início precoce 
apresenta uma progressão mais rápida e é geralmente associada à mutaçõesautossômicas dominantes em um ou mais genes, causando DA familiar. Já a DA de 
início tardio é associada à diversos fatores, tais como idade, estilo de vida, fatores 
genéticos e ambientais, obesidade e hiperglicemia (CLARO, 2016). 
Outro fator de risco conhecido é o DM 2, que aumenta em duas vezes o risco 
de desenvolvimento da doença em nível tardio (NAZARETH, 2017). Segundo De La 
Monte e Wands (2008) e Lourenco et al (2013) evidências recentes sugerem que a 
DA é uma “nova forma de diabetes cerebral”, isso porquê o cérebro de pessoas com 
DA apresentam sinalização de insulina defeituosa, com níveis e distribuição celular 
dos receptores alterados. A sinalização da insulina é essencial para a sobrevivência 
e saúde neurológica, pois é responsável pela regulação do número de sinapse e a 
plasticidade dendrítica (DE LA MONTE; WANDS, 2008; LOURENCO et al, 2013) 
 
DA é uma doença neurodegenerativa progressiva, que se caracteriza por 
uma cascata patológica de eventos que incluem a formação de placas 
amilóides extracelulares, tranças neurofibrilares intracelulares, perda de 
sinapses, neuro-inflamação, alterações do metabolismo cerebral e atrofia 
cerebral com disfunção cognitiva progressiva (CLARO, 2016). 
 
Segundo Bomfim (2014), a atividade da PI3K e da Akt são reduzidas em 
pacientes com DA, sugerindo a disfunção na sinalização por insulina cerebral. Esse 
fato está apresentado em estudos de Zhao et al (2008) e De Felice et al (2009) onde 
demonstraram que os oligômeros de Aβ ligam-se a neurônios hipocampais e 
 
 
 
34 
 
promovem a remoção dos receptores de insulina das membranas plasmáticas das 
células. Essa ligação leva a uma redistribuição subcelular dos receptores e resulta 
em uma redução na resposta à insulina (ZHAO et al, 2008). 
 Pesquisas demonstraram que a ingestão crônica de dietas ricas em gordura e 
o DM são alguns dos fatores de risco para declínio na função cognitiva e para uma 
demência semelhante à DA. Em estudo usando imagens de ressonância magnética, 
os pacientes com DM apresentaram redução do volume do hipocampo e declínio 
cognitivo acelerado em comparação com idosos saudáveis (BEYDOUN et al, 2008; 
ARRIETA-CRUZ et al 2016; BIESSELS et al, 2015). 
Winocur et al. (2005) apresentaram déficit de memória e diminuição na 
expressão de transdutor de glicose dependente de insulina (GLUT4) e sinalização 
de insulina do hipocampo em um modelo animal de resistência à insulina e 
obesidade. Os autores apontaram que um déficit na sinalização de insulina pode 
contribuir para lesões nos tecidos periféricos de pacientes com DM e o mesmo pode 
ocorrer com o tecido do hipocampo induzindo um déficit de memória nesses animais. 
Pesquisas com camundongos submetidos a uma dieta rica em gordura 
apresentaram aumento na proteína β-amilóide e Tau, bem como nos astrócitos 
ativados no córtex cerebral (JULIEN et al, 2010; MEHLA et al, 2014). Em 
contrapartida, a restrição calórica mostrou reduzir a deposição de β-amilóide em 
ambos os camundongos idosos (MOUTON et al, 2009). Estes dados sugerem uma 
estreita relação entre o DM 2 e AD. 
A Figura 4 apresenta associação entre alterações da sinalização da insulina e 
a fisiopatologia da Doença de Alzheimer. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
FIGURA 4. Associação entre alterações da sinalização da insulina e a fisiopatologia 
da Doença de Alzheimer. 
 
 
Adaptado de Braz (2015) 
 
Bomfim (2014) aponta que para se estabelecer uma terapia eficiente para a 
DA, é necessária extensa investigação sobre os 40 mecanismos moleculares 
responsáveis por induzir a disfunção da sinalização insulinérgica cerebral. 
 
 
 
 
 
 
Disfunção 
mitocondrial 
Deterioração 
simpática 
↓PI3/Ak
t 
↑ GSK-3 β 
↑ Fosforilação 
da Tau 
Formação de 
TNF 
Promoção da DA 
Stress 
Oxidativo 
γ-secretase 
↑ Colesterol 
↓clearence βA 
↑ acumulação de βA 
Ativação da 
Micróglia 
Resposta 
Inflamatória 
Alterações da 
Sinalização da 
Insulina 
↑ Ligação βA 
aos neurônios 
 
 
 
36 
 
4.14. Exercício Físico 
 
Segundo Hagströmer (2006), a atividade física é identificada como qualquer 
movimento corporal produzido pelo sistema musculoesquelético que ocasiona gasto 
energético. Podem ser consideradas atividades físicas de lazer as realizadas em 
tempo livre, incluindo esportes, caminhadas e exercícios de musculação, e 
atividades físicas globais, que incluem as de lazer e mais as atividades domésticas, 
de deslocamento e ocupacionais. 
Segundo o Ministério da Saúde (2006), para adultos recomenda-se a 
realização de pelo menos 30 minutos de atividade física corporal regular, repetidas 
três vezes por semana, sendo ideal essa prática diariamente. Benefícios mais 
relevantes podem ser alcançados através de práticas mais vigorosas e intensas 
como, por exemplo, exercícios resistidos e exercícios de alta intensidade. Entretanto, 
nem todas as pessoas podem e são capazes de realizar atividades muito vigorosas, 
recomendando-se avaliar clinicamente, através de exames com profissional 
adequado, as possibilidades para seu atual estado corporal. 
O exercício aeróbio é constituído por uma atividade rítmica de grande 
repetição, com movimentos contínuos entre os grandes grupos musculares, com 
duração mínima de 10 minutos por período. Como exemplo para estes exercícios 
têm-se as caminhadas, corrida, ciclismo, hidroginástica, natação e várias outras 
modalidades. Tais exercícios realizados com frequência, intensidade e periodicidade 
suficientes, desenvolvem a aptidão cardiorrespiratória e auxiliam em vários fatores 
para manter uma vida saudável (SIGAL et al, 2007). 
 
4.14.1. Exercício Físico Resistido 
 
O conceito de exercício físico resistido (ER) é utilizado especificamente na 
área médica, chamado sinonimamente de exercício de força, exercício localizado, 
exercício com peso ou exercício de musculação na área da educação física. Estes 
exercícios caracterizam-se na prática de movimentos voluntários da musculatura 
esquelética, em oposição a certo fator de resistência externa, aplicado a um 
segmento específico corporal. Tal oposição pode ser atingida de diversas formas, 
 
 
 
37 
 
pela própria massa corporal, através de pesos livres, por aparelhos ou equipamentos 
de musculação, elásticos, entre outros (FORJAZ et al, 2003). 
A modalidade de ER pode ser executada em diferentes intensidades. Visando 
o aumento da resistência muscular, desenvolveu-se o método de Resistência 
muscular localizada (RML), que consiste na realização de exercícios com carga 
voluntária máxima (CVM) de 40 a 60% através de várias repetições. Isso significa 
que as repetições são aplicadas com 40 a 60% do peso máximo possível de se 
executar o movimento uma única vez. Já para visar o aumento de força da 
musculatura, o recomendado é aumentar a intensidade do exercício e diminuir a 
quantidade de repetições, para acima de 70% da CVM e entre 8 a 12 repetições 
(NASCIMENTO FILHO et al, 2010). 
 
4.14.2. Relações com doenças 
 
Reconhece-se a atividade física em geral como um excelente fator de 
proteção à saúde, sendo seus benefícios associados à diminuição da incidência de 
doenças crônicas, à diminuição do risco de morte prematura por doenças 
cardiovasculares e à redução do peso em adultos praticantes de atividades do tipo 
aeróbico ao longo da vida. O exercício físico fornece benefícios à saúde, evita 
lesões e o aparecimento de doenças como obesidade (HARATI et al, 2010). 
O exercício físico, segundo Matos et al. (2010), é uma conduta de essencial 
importância no tratamento do DM tipo 2, pois está associado à redução do peso 
corporal, à maior sensibilidade à insulina e à melhora na captação de glicose 
insulina-dependente, observando-se essas duas últimas ações após, até mesmo, 
uma única sessão de atividade física. A sensibilidade à insulina permanece 
aumentada por um período de até 48 horas depois de encerrado o exercício físico,melhorando sensivelmente o controle glicêmico. 
 
4.14.3. ER como tratamento específico para Diabéticos 
 
 
A obesidade, em especial a obesidade visceral, constitui um dos mais 
importantes fatores para o desenvolvimento do DM através de vários mecanismos, 
 
 
 
38 
 
como por exemplo o aumento da circulação de ácidos graxos livres, e também de 
fatores inflamatórios. 
Durante as duas últimas décadas, o exercício físico resistido obteve grande 
reconhecimento como uma opção de tratamento viável para pacientes com diabetes 
não insulino-dependentes. Resultados primários em estudos que avaliaram os 
efeitos deste tipo de exercício encontraram melhorias que variam de 10% a 15% no 
aumento de força e massa muscular, densidade óssea, saúde cardiovascular e 
sensibilidade a insulina. Com o aumento da incidência dessa enfermidade em 
conjunto com o envelhecimento, juntamente com a diminuição da massa muscular, 
exercícios resistidos podem proporcionar benefícios adicionais para adultos de idade 
avançada (KIRWAN, 2017). 
Vale a pena enfatizar que os ER são indicados para aqueles indivíduos que 
não apresentem complicações graves de saúde, relacionadas ou não à presença de 
DM. No caso de DM, pacientes com a glicemia descontrolada, ou seja, 
exageradamente elevada, podem ficar sujeitos a um aumento ainda maior em 
recorrência do ER, principalmente se esse for praticado em intensidades mais 
elevadas (SPAGGIARI, 2000). 
Davis e Green (2007) indicam a influência decisiva deste tipo de exercício na 
melhora do quadro de sensibilidade insulínica em pessoas diabéticas do tipo 2, 
através principalmente do reforço em massa magra adquirido. Assim, um dos 
efeitos do exercício resistido que pode colaborar com a melhora na glicemia em 
pacientes com DM é possivelmente sua capacidade de aumentar a massa magra, ou 
seja, o tecido muscular esquelético. Logo, tendo em vista que esse tecido é o grande 
responsável pela depuração da glicose sanguínea, um dos resultados esperados da 
hipertrofia seria um aumento na captação de glicose. 
Segundo estudos de Robert-Pires e Carvalho (2012), um procedimento foi 
efetuado em uma população de dez pessoas voluntárias apresentando idade média 
de 57,3 anos, peso médio de 83,1 kg, estatura média de 160 cm e índice médio de 
massa corpórea de 32,5 kg/m². Adotando um protocolo de treinamento através de 
exercícios resistidos, os voluntários efetuaram um circuito com doze exercícios: 
quatro com foco nas coxas, dois específicos para musculatura peitoral, dois para 
costas, dois exercícios com foco em ombros e, por fim, para bíceps e tríceps, um 
 
 
 
39 
 
para cada. Seguindo o protocolo, os exercícios foram realizados de forma alternada, 
evitando-se estimular músculos agonistas ou sinergistas entre as séries. 
Foi realizada apenas uma volta no circuito, executando 20 repetições 
submáximas em uma velocidade média de 3 a 4 segundos, com intervalos de 1 
minuto entre si. De acordo com o protocolo, os pesos a utilizar foram obtidos através 
de teste de 25 repetições máximas. Com isso, todas as pessoas executaram o 
circuito com percepção média de esforço, na Escala de Percepção Subjetiva de 
Esforço de Borg. 
Obteve-se uma diminuição aguda significativa da glicemia nestes indivíduos, 
números expressos na Tabela 3. 
 
TABELA 3. Valores médios ± desvio padrão da glicemia capilar antes e ao final da 
sessão de treino resistido. 
 Glicemia (mg/dL) 
Antes 203,2 ± 18,6 
Após 161,4 ± 12,4 
% de redução 20,7 ± 4,,8 
Fonte: Robert-Pires e Carvalho, 2013. 
 
Segundo Cuff et al (2013 apud KIRWAN et al, 2017) verificaram que um 
programa de treinamento combinado poderia melhorar a sensibilidade a insulina 
ainda mais em relação a exercícios somente aeróbicos ou somente resistidos. 
Juntos em seus estudos, prepararam dois protocolos distintos para 19 mulheres de 
meia-idade, com características metabólicas semelhantes (menopausa recente, DM 
tipo 2 controlada por dieta e remédios, obesidade e sedentarismo), onde nove 
participaram dos treinos aeróbicos somente, e dez executaram o treino mesclado 
entre aeróbicos e treinamento resistido, ambos desenvolvidos ao longo de 16 
semanas, três vezes por semana e com duração de 75 minutos. Aos voluntários 
para o treino aeróbico, passou-se um protocolo constituído por aquecimento longo, 
treino aeróbico com exercícios prescritos individualmente a 60-75% da frequência 
cardíaca máxima, utilizando esteiras, bicicletas estacionárias, bicicleta elíptica e 
simulador de remo, e um relaxamento final para totalizar o tempo da aula. Para a 
equipe que fez o treino mesclado, foi passado o mesmo treinamento aeróbico com 
etapas de aquecimento e relaxamento encurtados, e um protocolo resistido de 
 
 
 
40 
 
estímulo a cinco grupos musculares: posterior e anterior da coxa, glúteos, quadril, 
peitoral, e costas, através de duas séries com doze repetições por músculo. O 
treinamento resistido iniciou-se com cargas leves e progrediu conforme o aumento 
da técnica e força muscular dos participantes, sendo monitoradas durante o 
desenvolvimento. Com isso, concluíram que o treinamento combinado aumentou 
significativamente a absorção de glicose por vias de insulina, sinalizando o aumento 
da sensibilidade. 
Ainda segundo Cuff et al (2013 apud KIRWAN et al, 2017) a combinação de 
treinamentos aeróbicos e resistidos pode ser a modalidade de exercícios mais 
efetiva para o controle de glicose e lipídeos em diabéticos do tipo 2. Levando em 
consideração os resultados desses dois estudos, torna-se tentador especular que tal 
resultado, ou seja, a efetividade maior do exercício combinado sobre os dois 
praticados de forma isolada deve estar relacionada a esses dois tipos de exercícios 
lançarem mão de diferentes vias metabólicas e moleculares para promover tanto a 
captação de glicose pelo músculo esquelético quanto pelo tecido adiposo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 CONCLUSÃO 
 
O Diabetes Mellitus é considerado atualmente um problema de saúde pública 
mundial, sendo a grande maioria portadora do tipo 2. Ele é grande responsável por 
alterações no metabolismo de carboidratos, lipídeos e proteínas e pode facilitar a 
instalação de outras doenças, como as cardiovasculares e a obesidade. O exercício 
resistido mostra-se muito eficiente na prevenção e controle do Diabetes Mellitus, 
devido à sua ação sobre a via de sinalização da insulina, estimulando diferentes 
métodos de absorção no corpo. No entanto, ainda são necessários estudos mais 
aprofundados com enfoque no tema. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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