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CORPOREIDADE & MOTRICIDADE CONCEITOS Prof.ª Patrícia Forestieri Fisioterapeuta Mestre em Cardiologia – UNIFESP Especialista em Fisioterapia em Cardiologia – UNIFESP Especialista Fisioterapia Motora em Neurologia – UNIFESP Docente do curso de Graduação em Fisioterapia – UNIP Docente do curso de Especialização Fisioterapia em Terapia Intensiva – PhysioCursos Coordenadora do curso de Especialização Fisioterapia Hospitalar – PhysioCursos Fisioterapeuta do departamento & apoio científico do Centro de Reabilitação Cardiopulmonar FiO2 Professora convidada do curso de Especialização Cardiorrespiratória – UNINOVE Professora convidada do curso de Especialização em Gerontologia – UNINOVE Professora convidada do curso de Especialização em Fisioterapia Hospitalar – Centro Universitário São Camilo Professora Especialização Cardiorrespiratória – Hospital São Cristóvão Ex-Supervisora da Especialização Fisioterapia Cardiorrespiratória – Instituto Dante Pazzanese Ex- Tutora da Residência Multiprofissional - Cardiologia - UNIFESP Ex- Fisioterapeuta da Unidade de Cardiologia do Hospital São Paulo – UNIFESP patricia.forestieri@docente.unip.br Corporeidade e Motricidade Humana FISIOTERAPIA – REABILITAÇÃO Ortopedia e traumatologia Cardiopulmonar Geriatria Neurologia Dermato funcional Ergonomia QUAL O NOSSO “OBJETO” DE ESTUDO? É a maneira pela qual o cérebro reconhece e utiliza o corpo como instrumento relacional com o mundo. Corporeidade Refletir sobre o ser humano e sua condição de se comunicar por meio do movimento, expressão, gestos, falar , toque, enfim tratar todasas posses que o corpo possa oferecer. O corpo é nosso referencial com o mundo. É por meio dele que existimos e nos relacionamos com os demais. 3 Corporeidade_________________________________________________________________________________________________________________ Refletir sobre o ser humano e sua condição de se comunicar por meio do movimento, expressão, gestos, fala, toque, enfim tratar todas as posses que o corpo possa oferecer. Ser um corpo com tantas possibilidades, é sem dúvida, uma característica que diferencia os seres humanos dos demais seres que habitam este planeta. Pensar, agir, sentir, criar, dialogar. Relacionar-se entre tantas outras particularidades. TÉCNICAS CORPORAIS RELATIVAS a) Os movimentos como andar, pular, correr; b) Os movimentos corporais expressivos (posturas, gestos, expressões faciais); c) A ética corporal, que abrange idéias e sentimentos sobre a aparência do próprio corpo (pudor, vergonha, ideais de beleza); d) O controle de estrutura dos impulsos e das necessidades. Corporeidade_________________________________________________________________________________________________________________ Quando a adolescente tem vergonha do seu próprio corpo, pois é a primeira das amigas de escola a ter seios grandes, ela se esconde no próprio corpo, fica com uma postura mais corcunda. Ou qdo não gostamos de algo que vemos ou sentimos.... Qdo sentimos dor. Esses quatro aspectos, não só diferem em sua ordenação e coordenação de sociedade para sociedade, como conforme o sexo, idade religião, ocupação, classe social e outros fatores socio-culturias. Pág 14 do livro 5 Corpo animado, vivo, dotado de sentimentos e emoções ou De que corpo estamos falando? Corporeidade_________________________________________________________________________________________________________________ o corpo “que somos”, e não que temos Se pensarmos o corpo que temos, imediatamente produzimos uma cisão esquizóide entre dois eus: o eu proprietário do corpo, e o eu corpo. Mas, não vivemos assim. Quando uma mãe presencia sua filha morrendo de câncer, não reage como alguém que vê apenas a corrosão da capa da filha. Ou, ao abraçar seu namorado, a moça não acredita estar tocando a prisão que contém sua alma... ou, mais um exemplo, ao cortarmo-nos com uma lâmina de barbear, dizemos” nós nos cortamos” e não, “cortei meu invólucro ou cobertura”... Eu tomo banho, não é meu corpo que se lava. Sonhei que eu estava voando, e não que meu corpo voava Eu sou meu corpo e não eu tenho um corpo 6 Queremos descrever a qualidade de nossa relação com o mundo através do corpo que somos, pois é através dele que se dá todo contato e reconhecimento do mundo. Também nosso contato com nossos sentimentos traduz-se em sensações corporais. Corporeidade_________________________________________________________________________________________________________________ Exemplo: sei que estou com medo a partir de um conjunto de sensações como tremor, sudorese, taquicardia, etc... Percebemos as mudanças no mundo e no corpo que somos – desejo, envelhecimento – através não somente de nossos olhos, mas também do nosso olhar. Isto significa que não basta descrever as coisas mesmas, mas é necessário descrevermos este nosso olhar. Fazer uma fenomenologia da corporeidade não é descrever um corpo, mas sim a qualidade e os significados de uma experiência, que esteja intimamente relacionada com este corpo. 7 “O corpo não é coisa, nem ideia, o corpo é movimento, sensibilidade e expressão criadora”. Maurice Merleau-Ponty (1908 – 1961) “Eu só posso compreender a função do corpo vivo realizando-o eu mesmo e na medida em que sou corpo que se levanta em direção ao mundo”. Corporeidade_________________________________________________________________________________________________________________ A corporeidade guarda três dimensões que mantêm uma relação indissociável e complexa: A) FISIOLÓGICO (FÍSICO) B) PSICOLÓGICO (EMOCIONAL AFETIVA) C) MENTAL-ESPIRITUAL É ao mesmo tempo sentimento, movimento e pensamento. Corporeidade_________________________________________________________________________________________________________________ A mente não existe sem o corpo e o corpo não existe sem a mente. Corporeidade integra tudo o que o homem pode manifestar nesse mundo: espírito, alma, sangue, ossos, nervos, cérebro, etc. A corporeidade é uma espécie de comunicação corporal que ocorre de forma espontânea e a linguagem do corpo reflete a forma como cada indivíduo apreende e se posiciona ao mundo que lhe é externo 9 O corpo é movido por intenções provenientes da mente. As intenções manifestam-se através do corpo que interage com o mundo. Corporeidade_________________________________________________________________________________________________________________ É o cérebro-mente que comanda os movimentos, as ações, os pensamentos, as emoções do ser humano. O corpo é mais do que um conjunto constituído de músculos e ossos baseando-se na compreensão das relações corpo-mente como unidade e não como integração de partes distintas. 10 Indivíduo Sistema Emocional Sistema Músculo-esquelético Sistema Neuro-muscular Sistema Perceptual Sistema Cognitivo Sistema Sensorial Conceito de Corporeidade Conceito Novo Século XX Temos um corpo ou somos um corpo?? Nós não temos um corpo, nós SOMOS UM CORPO!!!!! Doença Física Sistema Emocional Corporeidade_________________________________________________________________________________________________________________ É somente no seculo XX que começa a se entender que o ser humano é essa unidade com múltiplas influências. Tanto em relação a todos os nossos Sistemas, como o ambiente, cultura e momento. Não existe mais a forma fragmentada de enxergar o individuo, essa visão vem sendo superada por uma visão integradora, sistêmica. 11 Compreender o homem em todas as duas dimensões, ou seja, está além do ramo pedagógico das práticas corporais, da ergonomia, do esporte de alto rendimento, do movimento humano. Mas compreende tudo isso. O que está se consolidando como motricidade humana é uma nova concepção de homem-mundo. MOTRICIDADE Entende-se que o conceito de Motricidade não há de se restringir somente aos aspectos relacionados com o movimento físico do indivíduo, mas o qual transcende implicando em todo o ser do indivíduo. Segundo Feitosa (1999) a ciênciada Motricidade Humana ao lançar o ser humano para dentro de si mesmo, desencadeia o auto-conhecimento, pois deste modo encontramos a essência humana, ou seja, a sua consciência, a sua intenção. A autora evidencia alguns equívocos que ocorrem nesta área de construção científica: a tendência de se confundir motricidade humana com movimento humano; a dificuldade de se distinguir consciência, intenção e vontade, como também a condição de sujeito e objeto no movimento humano; a tendência de se identificar desenvolvimento corporal com desenvolvimento humano; o medo de errar no processo de conhecimento; e acharmos que a avaliação quantitativa é uma via clara e justa para se medir o conhecimento. Estes cinco equívocos citados por Feitosa (1999) são os mais elementares e frequentes, por isso merecem uma atenção especial. Assim, nos dois primeiros, podemos ver que quando falamos em movimento humano, estamos nos referindo apenas ao deslocamento do corpo no espaço e não a intencionalidade operante que é invisível. Ao realizarmos um movimento sem sabermos o seu objetivo, ou a intenção destes, estamos atuando de forma mecânica. A intencionalidade operante requer a vontade do sujeito que desenvolveu a consciência de si, da sua realidade, e da sua dimensão invisível e causal. 12 A Motricidade constitui o aspecto fundamental da vida humana. É sinônimo de intencionalidade motora do corpo-próprio, na conjugação da sensibilidade e da inteligibilidade, formando uma espécie de enovelamento, ou seja, integrando uma plena e sólida unidade complexa. Motricidade_________________________________________________________________________________________________________________ MOVIMENTO HUMANO PRÉ-ATO INTENCIONALIDADE Motricidade Humana Exemplo: sei que estou com medo a partir de um conjunto de sensações como tremor, sudorese, taquicardia, etc... Percebemos as mudanças no mundo e no corpo que somos – desejo, envelhecimento – através não somente de nossos olhos, mas também do nosso olhar. Isto significa que não basta descrever as coisas mesmas, mas é necessário descrevermos este nosso olhar. Fazer uma fenomenologia da corporeidade não é descrever um corpo, mas sim a qualidade e os significados de uma experiência, que esteja intimamente relacionada com este corpo. 13 É o conjunto de capacidades e habilidades motoras de uma pessoa, resultante de sua aprendizagem, com possibilidades e limitações relacionadas à estrutura biológica dos seres humanos, e de cada indivíduo, em especial. Motricidade refere-se somente ao ser humano, pois como estamos vendo ela é a intencionalidade operante, ou seja, uma característica que não é aplicada a qualquer ser vivo que possui a capacidade de se mover. A motricidade compreende se na relação intencional entre a situação e o movimento e na flexibilidade adaptativa das estratégias de aprendizagem permanente. Motricidade_________________________________________________________________________________________________________________ Kolyniak Filho (2007) nos lembra que a Motricidade refere-se somente ao ser humano, pois como estamos vendo ela é a intencionalidade operante, ou seja, uma característica que não é aplicada a qualquer ser vivo que possui a capacidade de se mover. Ela é o conjunto de capacidades e habilidades motoras de uma pessoa, resultante de sua aprendizagem, com possibilidades e limitações relacionadas à estrutura biológica dos seres humanos, e de cada indivíduo, em especial. 14 A consciência só se revela a partir do corpo e de seu movimento. Motricidade_________________________________________________________________________________________________________________ O ser humano necessita compreender a atividade em pensamento, em movimento e em sentimento, tomando consciência do seu próprio corpo e do que está à sua volta. “Se o indivíduo não quisesse ou não estivesse determinado a começar a se movimentar, ele nada conheceria. Se nada lhe resistisse, conheceria menos ainda, não suspeitaria de qualquer existência, ele nem mesmo teria a idéia de si próprio.” Exemplo: sei que estou com medo a partir de um conjunto de sensações como tremor, sudorese, taquicardia, etc... Percebemos as mudanças no mundo e no corpo que somos – desejo, envelhecimento – através não somente de nossos olhos, mas também do nosso olhar. Isto significa que não basta descrever as coisas mesmas, mas é necessário descrevermos este nosso olhar. Fazer uma fenomenologia da corporeidade não é descrever um corpo, mas sim a qualidade e os significados de uma experiência, que esteja intimamente relacionada com este corpo. 15 “Corporeidade sou eu. Corporeidade é você. Corporeidade somos nós, seres humanos carentes, por isso mesmo dotados de movimento para a superação de nossas carências. Corporeidade somos nós na íntima relação com o mundo, pois um sem o outro é inconcebível”. Moreira 16
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