Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
87 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Unidade II 5 LIMPEZA E DESINFECÇÃO (HIGIENE) DE INSTALAÇÕES, EQUIPAMENTOS, UTENSÍLIOS, MÓVEIS E AMBIENTE A higiene geral compreende as instalações, os equipamentos, os móveis e os utensílios. É mantida por meio de técnicas de limpeza, enxágue e desinfecção adequadas. Para a manutenção da higiene geral, é necessário seguir as etapas, procedimentos, critérios e a frequência estabelecidos no planejamento dessa atividade tão importante ao controle higiênico-sanitário e à segurança dos alimentos. Lembrete Limpeza: operação de remoção de substâncias minerais e ou orgânicas indesejáveis, tais como terra, poeira, gordura e outras sujidades. Desinfecção ou sanificação: operação de redução (ou eliminação), por método físico e ou agente químico, do número de microrganismos (patogênicos) em nível que não comprometa a qualidade higiênico-sanitária do alimento. Higienização ou sanitização: processo que inclui duas etapas, a limpeza e a desinfecção. Esterilização: técnica que elimina os microrganismos. Antissepsia: operação que visa à redução de microrganismos presentes na pele em níveis seguros, durante a lavagem das mãos com sabonete antisséptico ou por uso de agente antisséptico após a lavagem e secagem das mãos. Saneantes: substâncias ou preparações destinadas à higienização, desinfecção ou desinfestação domiciliar, em ambientes coletivos e/ou públicos, em lugares de uso comum e no tratamento de água. 88 Unidade II De modo geral, obedece-se ao sentido dos locais/superfícies mais altos para os mais baixos e todos os colaboradores devem ter conhecimento dos procedimentos de higienização descritos. Devem ser utilizados somente produtos para limpeza e desinfecção permitidos pelos órgãos oficiais competentes e mantidos em suas embalagens originais ou, quando não, em embalagens devidamente identificadas. Os produtos ou agentes usados nos procedimentos de limpeza e sanitização devem ser inócuos e adequados conforme as condições de uso, evitando a contaminação dos alimentos, por exemplo, por fragmentos de metal, resíduos e substâncias químicas. A higienização do local, equipamentos e utensílios é de suma importância, porém além dessa rotina é importante também: • Remover o lixo diariamente, quantas for vezes necessário. O lixo deve ser disposto sempre em recipientes apropriados, devidamente tampados, e posteriormente ensacados, tomando-se medidas eficientes para evitar o acesso e a proliferação de insetos, roedores e outros animais. • Impedir a presença de animais domésticos no local de trabalho. • Seguir um programa de controle integrado de pragas. Não é permitido nos procedimentos de higiene: • varrer a seco as áreas de manipulação; • utilizar panos para secagem de utensílios e equipamentos (utilizar somente pano descartável); • utilizar escovas, esponjas ou similares de metal, lã, palha de aço, madeira, amianto e materiais rugosos e porosos; • reaproveitar vasilhames de produtos alimentícios no envase de produtos de limpeza e reaproveitar embalagens de produtos de limpeza para qualquer uso; • usar, na área de manipulação, os mesmos utensílios e panos de limpeza utilizados em banheiros e sanitários. As atividades de higienização das áreas, quando realizadas sem os devidos critérios de segurança, provocam acidentes de trabalho, envolvendo queimaduras, intoxicações, quedas e acidentes com equipamentos cortantes e pontiagudos. Para a prevenção de ocorrências de situações como essas, devem ser adotadas, sob orientação e supervisão, as precauções indicadas pelos fabricantes de equipamentos e produtos químicos, bem como utilização dos seguintes equipamentos de proteção: luvas, máscara, avental plástico, bota de borracha e óculos de proteção. 89 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS O controle de higienização das áreas deve ser realizado por meio do acompanhamento diário das atividades, com base nos critérios, procedimentos e periodicidade estabelecidos. Os quadros de procedimentos e critérios de higienização são divulgados para toda a equipe, para que as medidas preventivas sejam adequadamente aplicadas. Além de estabelecer responsabilidades e procedimentos operacionais a serem adotados para o controle e a garantia da correta higienização do ambiente, equipamentos, móveis e utensílios, a fim de garantir a segurança do alimento a ser consumido. Cabe ao RT ou ao profissional por ele designado (responsável operacional e/ou chefe de cozinha) a responsabilidade por elaborar, acompanhar e assegurar o cumprimento dessa atividade. E cabe aos colaboradores de cada área ou setor a execução dos procedimentos. Quadro 13 – Produtos permitidos para desinfecção Princípio ativo Concentração* Tempo de contato (minutos)* Enxágue Hipoclorito de sódio 25-250 ppm 10-15 Sim Cloro orgânico 25-250 ppm 10-15 Sim Quaternário de amônio 150-200 ppm 10-15 Sim Iodóforos 10-25 ppm 10-15 Sim Álcool 70% Deixar secar Não Água Fervente ou, no mínimo, a 80 °C 15 Não *Ou de acordo com recomendações constantes do rótulo. Adaptado de: Andrade (2008). Exemplo de aplicação Exemplo 1 - Sabe como fazer o álcool 70%? Partiremos do álcool 96 °GL (Gay-Lussac), densidade vol./vol., que corresponde a 92,8 INPM (Instituto Nacional de Pesos e Medidas), que é a relação peso/volume. Logo, 1000 ml de álcool é constituído de 938 ml de álcool e 62 ml de água. Com isso, podemos fazer a seguinte relação: 1000 ml ............ 92,8% X ........................... 70% X = 754,31 ml de álcool 90 Unidade II 1000 – 754,31 = 245,69 755 ml de álcool + 245 ml de água equivale ao álcool a 70%. O álcool diluído a 70% permite um maior tempo de contato com o microrganismo e, por isso, possui maior poder bactericida. Exemplo 2 - Sabe calcular os ppm (partes por milhão) de cloro? Se água sanitária possui 2,5% de cloro ativo, é o mesmo que 2,5 g/100 ml ou 25 g/1000 ml (1L) ou 25000 ppm ou 25000 mg/1L ou 25 mg/1 ml. Se desejarmos fazer uma diluição a 200 ppm (200g/ml) e já sabemos que para cada 1 ml corresponde a 25 mg de cloro, devemos utilizar 8 ml de água sanitária. Veja: 1 ml – 25 mg de cloro ativo X – 200 mg X = 8 ml de água sanitária 8 ml + 992 ml de água O cloro comercial possui 10% de cloro ativo = 100 mg/1ml. Se desejarmos uma diluição de 200 ppm, teremos que utilizar 2 ml de cloro comercial. 100 mg – 1 ml 200 mg – X = 2 ml de cloro comercial + 998 ml de água Para a desinfecção de equipamentos e utensílios, o hipoclorito de sódio pode ser utilizado. Ele é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como sendo de melhor espectro bactericida e fungicida, menos tóxico nas concentrações de uso e de baixo custo. O hipoclorito de sódio pode ser substituído pelo álcool 70%, especialmente no caso de utensílios que vão à boca (como talheres). A concentração de cloro ativo deve ser monitorada e as soluções/diluições utilizadas para desinfecção devem ser trocadas a cada 6 horas; no caso de álcool 70%, a solução deve ser trocada a cada 24 horas. 91 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Quadro 14 – Tipos de produtos químicos e indicações de uso para higienização de áreas, superfícies, equipamentos e utensílios Tipo de produto Indicação de uso Diluição Princípio ativo Composição Precauções Detergente neutro para uso geral Indicado para limpeza geral de utensílios (panelas, pratos, talheres) e equipamentos Limpeza geral: solução de 1 a 5% (1 a 5 litros para cada 100 litros de água) - Ácido sulfônico, espessantes, neutralizantes, conservantes e veículo — Recomendado o uso de luvas — Em caso de contato com a pele ou com os olhos, lavar com água corrente em abundância — Em caso de ingestão, não provocar vômito, procure socorro médico levando a embalagem do produto — Não dê nada por via oral a uma pessoa inconsciente — Evite a inalação do produto — Mantenha o produto fora do fogo e calor excessivo — Não perfurar ou reutilizar a embalagem — Todos os produtos químicos devem possuir a ficha de informaçõessobre produtos químicos (FISPQ) Desinfetante de uso geral Indicado para desinfecção geral de superfícies e remoção de manchas Para desincrustação: solução de 3% a 5% em água quente (50 °C). Para desinfecção: solução a 5% Potassa cáustica 8,1% e hipoclorito de sódio 1,9% Tripolifosfato de sódio, metassilicato de sódio e água Detergente desincrustante alcalino Recomendado para remoção de gorduras carbonizadas em chapas, fornos, fogões, coifas, fritadeiras e outros equipamentos. Indicado para limpeza de fornos combinados Puro ou diluído até 30% - Hidróxido de sódio, hidróxido de potássio, tensoativo não iônico, tensoativo aniônico, hidrótopo, sequestrante, solventes glicólicos, corante e água Água sanitária Desinfecção geral 200 ml para 5 litros ou 1 colher de sopa de água sanitária para 1 litro de água Cloro ativo 2% a 2,5 p/p Hipoclorito de sódio, hidróxido de sódio, cloreto de sódio e água Álcool 70% Desinfecção geral Puro ou diluído do 96% Álcool etílico hidratado 65% INPM Álcool etílico, água, carbômero e neutralizante A limpeza e a desinfecção (higiene) de instalações, equipamentos, utensílios, móveis e ambiente envolvem quatro questões básicas: • O que deve ser feito? • Quem faz? • Quando deve ser feito? • Como deve ser feita? 92 Unidade II A limpeza é realizada da seguinte forma: • Remoção das sujidades. • Aplicação de detergente ou produto similar. • Esfregar ou outra ação mecânica, por meio de esponja, por exemplo. • Ação do detergente. • Enxágue. A desinfecção segue os seguintes passos: • Aplicação do desinfetante. • Ação (tempo varia de acordo com o produto). • Enxágue. • Secagem. • Guarda e acondicionamento. Todos os recursos materiais no serviço de alimentação devem ser conservados limpos, mas toda superfície que entre em contato com o alimento deve ser limpa e desinfetada antes e após o uso. De forma geral, a frequência de limpeza/higienização pode ser da seguinte forma: • Diária: pisos, rodapés e ralos, maçanetas, lavatórios (pias), sanitários, monoblocos e recipientes de lixo. • Diária ou de acordo com o uso: equipamentos, utensílios, bancadas, superfície de manipulação e saboneteiras, borrifadores. • Semanal: paredes, portas e janelas, prateleiras (armários), geladeiras, câmaras e freezers. • Quinzenal: estoque, estrados. • Mensal: luminárias, interruptores, tomadas, telas. 93 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Quadro 15 – Procedimentos de limpeza e higiene de ambientes, instalações, equipamentos, móveis e utensílios Item Frequência Produto Procedimentos Ambiente Pisos Diária e sempre que necessário Detergente cáustico e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo Diários: — Retirada completa dos resíduos com água corrente com o auxílio do esfregão, lava-jato e detergente cáustico — Banho com solução de desinfetante clorado Azulejos Diária e mensal Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo Diários (nas partes próximas às bancadas): — Lavagem com detergente neutro com o auxílio de bucha — Enxágue com água corrente — Banho com solução de desinfetante clorado — Secagem natural Mensais (ou quando necessário): — Lavagem com detergente neutro, com o auxílio de escova — Enxágue com água corrente, com o auxílio de lava-jato — Banho com solução de desinfetante clorado — Secagem natural Ralos Diária e sempre que necessário Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo quaternário de amônia (opcional) Diários: — Remover grades — Retirar resíduos — Esfregar com detergente cáustico — Enxágue com água corrente Tubulações externas Bimestral Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo — Lavagem com detergente neutro, com o auxílio de escova — Enxágue com água corrente, com o auxílio de lava-jato — Banho com solução de desinfetante clorado — Secagem natural Mesas e cadeiras refeitório Diária Álcool 70% — Retirada dos resíduos de sujeira com pano umedecido — Desinfecção com álcool 70%, com auxílio de pano seco Telas e janelas Trimestral Detergente neutro — Lavagem com detergente neutro, com o auxílio de bucha ou outro tipo de esponja — Enxágue com água corrente — Secagem natural Teto e luminárias Bimestral, ou antes, se necessário Detergente neutro e desinfetante clorado a 100/250 ppm de cloro ativo — Certificar-se da inexistência de fios expostos — Lavagem com detergente neutro com o auxílio de bucha — Limpeza com pano umedecido — Solicitar orientação ao Setor de Manutenção Tubulações internas Semestral ou inferior, se necessário Desengraxante ou desengordurante — Solicitar ao Setor de Manutenção ou contratar empresa especializada 94 Unidade II Item Frequência Produto Procedimentos Equipamentos e utensílios Louças, talheres, pegadores, panelas, placas, formas, bandejas, caixas de isopor (lavagem manual) Após o uso Detergente neutro, desinfetante clorado a 100-250 ppm e álcool 70% — Lavagem em água e detergente neutro com o auxílio de bucha — Enxágue com água corrente, de preferência quente — Pulverização/imersão em solução de desinfetante clorado, com permanência mínima de 15 minutos — Enxágue — Secagem natural — Polimento com álcool Exaustor Semanal Desincrustante e detergente neutro desinfetante clorado Filtros: — Imersão das telas em solução de desincrustante e água quente entre 60 °C e 80 °C, com permanência mínima de 30 minutos — Retirada do banho, enxágue e secagem Coifas: — Lavagem com detergente neutro com o auxílio de escova — Enxágue — Banho com solução de desinfetante clorado — Secagem natural Chapa Diária após o uso Desincrustante e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo — Raspagem das incrustações — Aplicação do produto desincrustante na superfície aquecida a 50 °C, com permanência mínima de 15 minutos — Retirada das incrustações com esponja apropriada — Enxágue — Pulverização com desinfetante clorado, com permanência mínima de 15 minutos — Enxágue — Secagem Fogão Diária após o uso Desincrustante Fogão (diária após o uso): — Raspagem das incrustações — Aplicação do produto puro, com permanência mínima de 15 minutos — Retirada de incrustações com esponja — Enxágue e secagem Queimadores e grelhas (semanal): — Desmonte das peças móveis — Imersão das peças em solução de água morna com produto desincrustante, com permanência mínima de 30 minutos — Retirada de incrustações com esponja e espátula — Enxágue e secagem Forno comum Diária após o uso Desincrustante Grelhas (diária e após o uso): — Imersão das grelhas em solução de água morna e o produto desincrustante, com permanência mínima de 30 minutos — Retirada de incrustações com esponja — Enxágue e secagem 95 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Item Frequência Produto Procedimentos Forno comum Diária após o uso Desincrustante Forno (semanal): — Raspagem das incrustações — Aplicação do produto no forno aquecido a 50 °C, com permanência mínima de 15 minutos — Remoção total do produto com pano ou esponja úmida e secagem Forno combinado/ resfriador Diária após o uso Produto desincrustante recomendado pelo fabricante Polidor de aço inoxidável Grelhas: — Imersão das grelhas em solução de água morna e o produto desincrustante, com permanência mínima de 30 minutos — Retirada de incrustações com esponja — Enxágue e secagem Forno: — Raspagem das incrustações — Aplicação do produto no forno aquecido a 50 °C, com permanência mínima de 15 minutos — Ação por mais 20 minutos, com o forno ligado na função vapor — Remoção total do produto com o jato de água — Polimento com o polidor de aço inoxidável com auxílio de pano seco das partes externas Balcão de apoio, carrinhos de transporte, bancadas Diária após o uso Detergente neutro, desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo — Lavagem com detergente neutro com auxílio de bucha — Enxágue —Pulverização de solução de desinfetante clorado ou pano embebido com a mesma solução, com permanência mínima de 15 minutos — Enxágue — Secagem natural Placas de corte de polietileno (altileno®) Após o uso Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo — Remoção dos resíduos com água corrente quente — Lavagem com detergente neutro com o auxílio de bucha — Enxágue com água corrente, preferencialmente quente — Imersão das placas em solução de desinfetante clorado — Manutenção em imersão, com troca da solução clorada no início de cada turno (no máximo 6 horas) — Enxágue antes do uso Máquinas (cortador de frios, batedeiras, liquidificadores e outros) Após o uso Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo — Desligamento do equipamento — Desmonte de todas as peças necessárias Corpo do equipamento: — Retirada dos resíduos de alimentos com papel toalha — Limpeza, com auxílio de escova de nylon e esponja embebidas em desinfetante clorado, de todo o equipamento, principalmente das frestas — Secagem cuidadosa — Remontagem do equipamento 96 Unidade II Item Frequência Produto Procedimentos Máquinas (cortador de frios, batedeiras, liquidificadores e outros) Após o uso Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo Peças: — Lavagem das peças em água corrente, preferencialmente quente — Remoção de resíduos com esponja e escova de nylon embebidas em detergente neutro, principalmente as frestas e quinas — Enxágue em água corrente, preferencialmente quente, para retirada dos resíduos de alimentos e também do detergente — Pulverização de solução de desinfetante clorado em cada peça do equipamento, com permanência mínima de 15 minutos — Enxágue — Secagem das peças com papel toalha — Guarda das peças, protegidas com filme plástico. Refresqueira Após o uso Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm Corpo do equipamento: — Lavagem com detergente neutro com o auxílio de bucha — Enxágue ou retirada do excesso de detergente com pano úmido — Funcionamento por 15 minutos com solução de desinfetante clorado — Retirada da solução por todas as saídas Peças: — Lavagem das peças em água corrente, preferencialmente quente — Remoção de resíduos com esponja e escova de nylon embebidas em detergente neutro — Enxágue em água corrente, preferencialmente quente, para retirada dos resíduos de alimentos e também do detergente — Imersão das peças em solução de desinfetante clorado, com permanência mínima de 10 minutos — Enxágue. Balança Antes e após o uso Desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo — Limpeza com pano embebido com solução de desinfetante clorado — Não permitir que as pessoas se pesem na balança. Geladeiras de refrigerados Diária, semanal Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo Diários: — Retirada dos estrados sujos — Retirada dos resíduos — Lavagem com detergente neutro — Banho com solução de desinfetante clorado para os estrados, com permanência mínima de 15 minutos — Enxágue Semanais: — Remoção dos produtos para outra câmara ou geladeira — Degelo do equipamento — Retirada dos estrados, contentores e grades — Lavagem com detergente neutro das paredes, piso e prateleiras — Enxágue com água corrente com o auxílio de lava-jato — Banho com solução de desinfetante clorado, com permanência mínima de 15 minutos — Enxágue — Remoção do excesso de solução com rodo — Reorganização dos produtos — Secagem natural. 97 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Item Frequência Produto Procedimentos Freezer de congelados Diária, semanal e mensal Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo Diários (ou sempre que necessária): — Organização dos produtos Semanais: — Raspagem de gelo acumulado na parede com o auxílio de uma espátula Mensais ou bimestrais: — Remoção dos produtos para outro freezer ou câmara — Degelo do equipamento — Lavagem com detergente neutro das paredes internas — Enxágue — Banho com solução de desinfetante clorado na parte interna e externa, com permanência mínima de 15 minutos — Enxágue — Remoção do excesso de solução com rodo — Reorganização dos produtos — Secagem natural. Evaporadores Bimestral — Raspagem e pintura — Remoção e limpeza das grades do ventilador. Prateleiras de apoio Semanal ou antes, se necessário Desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo — Retirada dos resíduos — Uso de pano umedecido com solução de desinfetante clorado. Estrados e pallets Mensal Desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo — Remoção dos estrados, se necessário — Retirada dos resíduos — Uso de pano umedecido com solução de desinfetante clorado. Caixas de polietileno, estrados e grades, cestos de lixo Diária e semanal Detergente neutro, desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo e desincrustante Diários: — Lavagem com detergente com o auxílio de bucha — Enxágue com água corrente com o auxílio de lava-jato — Pulverização de solução de desinfetante clorado, com permanência mínima de 15 (quinze) minutos — Enxágue — Secagem natural Semanais: — Desincrustação de sujidades mais pesadas, com imersão em solução desincrustante, com permanência mínima de 10 minutos — Enxágue com água corrente com auxílio de lava-jato — Pulverização de solução de desinfetante clorado — Enxágue. 98 Unidade II Item Frequência Produto Procedimentos Sanitários e vestiários Sanitários Diária e conforme a necessidade Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo — Retirada do lixo — Retirada dos resíduos — Lavagem com detergente neutro, inclusive o vaso sanitário — Enxágue com água corrente — Banho com solução de desinfetante clorado, com permanência mínima de 15 minutos — Remoção do excesso de solução e secagem natural — Pulverização de solução de desinfetante clorado dentro dos vasos sanitários — Abastecimento dos toalheiros com papel toalha — Abastecimento das saboneteiras com sabonete líquido e produto antisséptico. Vestiários Diária, no início e ao término da rotina Detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo — Retirada dos resíduos — Lavagem com detergente neutro — Enxágue com água corrente — Banho com solução de desinfetante clorado, com permanência mínima de 15 minutos — Remoção do excesso de solução e secagem natural Os armários devem ser mantidos organizados e limpos, esta atividade é de responsabilidade de cada colaborador, podendo vir a ser verificada. Lixo Depósito de lixo Diária, no início de cada turno Sacos plásticos, desincrustante, detergente neutro e desinfetante clorado a 100-250 ppm de cloro ativo quaternário de amônia (opcional) — Conservação deste local constantemente limpo, desinfetado e organizado — Manutenção dos recipientes para lixo tampados — A coleta do lixo deve ser diária e feita por empresa especializada ou pessoa autorizada — Nas dependências da cozinha onde houver recipientes para lixo, mantê-los com sacos plásticos resistentes no seu interior e devidamente tampados — Não permitir que os sacos fiquem muito cheios para que possam ser amarrados — Conduzir os sacos e/ou recipientes de lixo da área até a área de depósito por caminhos não comuns às áreas de manipulação dos alimentos, sem arrastá-los no piso, preferencialmente por meio de rodízio Higienização: — Remoção dos resíduos — Lavagem com detergente neutro com o auxílio de escova — Enxágue com água corrente com auxílio de lava-jato — Banho com solução de desinfetante clorado, com permanência mínima de 15 minutos — Remoção do excesso de umidade. Adaptado de: Andrade (2008), Arruda (2002). 99 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Saiba mais Há circulação intensa de informações relacionadas ao novo coronavírus (covid-19), em decorrência da pandemia. Veja alguns exemplos! Este trabalho é uma revisãoda literatura sobre a persistência de coronavírus humano e veterinário em superfícies inanimadas, bem como estratégias de inativação com agentes biocidas utilizados para desinfecção química em estabelecimentos de saúde: KAMPF, G. et al. Persistence of coronaviruses on inanimate surfaces and their inactivation with biocidal agents. Journal of Hospital Infection, [s.l.], p. 1-6, fev. 2020. Disponível em: https://www.journalofhospitalinfection. com/article/S0195-6701(20)30046-3/pdf. Acesso em: 28 abr. 2020. Outros trabalhos nacionais podem contribuir com a discussão sobre a pandemia na área de alimentos, tais como: OLIVEIRA, T. C. et al. A conta não fecha: impactos da pandemia por SARS-CoV-2 sobre o setor de alimentação coletiva. Higiene Alimentar, São Paulo, v. 34, n. 290, p. 113-117, jan.-jun. 2020. Disponível em: https://www. higienealimentar.com.br/wp-content/uploads/2020/06/1032-A-conta- n%C3%A3o-fecha_-impactos-da-pandemia-por-SARS-CoV-2-sobre-o- setor-de-Alimenta%C3%A7%C3%A3o-Coletiva.pdf. Acesso em: 10 jun. 2020. OLIVEIRA, T. C.; ABRANCHES, M. V.; LANA, R. M. (In)Segurança alimentar no contexto da pandemia por SARS-CoV-2. Cad. Saúde Pública, v. 36, n. 4, p. 1-6, abr. 2020. Disponível em: http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X202000040 0501&lng=en&nrm=iso. Acesso em: 10 jun. 2020. SOUSA, H. M. S. et al. Segurança dos alimentos no contexto da pandemia por SARS-CoV-2. Desafios, v. 7, n. 3, p. 26-33, abr. 2020. Disponível em: https://www.higienealimentar.com.br/wp-content/uploads/2020/06/1032- A-conta-n%C3%A3o-fecha_-impactos-da-pandemia-por-SARS-CoV-2- sobre-o-setor-de-Alimenta%C3%A7%C3%A3o-Coletiva.pdf. Acesso em: 10 jun. 2020. É possível ainda obter materiais de uma série de entidades, com orientações e boas práticas a serem seguidas por empresas da área de alimentos: 100 Unidade II ABRANCHES, M. V.; OLIVEIRA, T. C.; SANTOS, V. S. Covid-19: estratégias para adaptação da produção, comercialização e gestão de estabelecimentos do setor de alimentos. Scienza, 2020. Disponível em: http://www.ntr.crp.ufv. br/wp-content/uploads/2020/04/Ebook_COVID-19_Estrat%C3%A9gias- para-adapta%C3%A7%C3%A3o-da-produ%C3%A7%C3%A3o- comercializa%C3%A7%C3%A3o-e-gest%C3%A3o-de-estabelecimentos- do-setor-de-alimentos1.pdf. Acesso em: 10 jun. 2020. AGÊNCIA NACIONAL DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA E EXTENSÃO RURAL (ANATER). Colheita de produtos agrícolas: medidas de higiene recomendadas durante a pandemia de coronavírus (covid-19). Brasília, 2020. Disponível em: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/ mapacontracoronavirus/documentos/colheita-de-produtos-agricolas- medidas-de-higiene-recomendadas-durante-a-pandemia-de- coronavirus-covid-19.pdf/@@download/file/COLHEITA%20DE%20 PRODUTOS%20AGRI%CC%81COLAS%20-%20MEDIDAS%20DE%20 HIGIENE%20RECOMENDADAS%20DURANTE%20A%20PANDEMIA%20 DE%20CORONAVI%CC%81RUS%20COVID-19.pdf. Acesso em: 5 mai. 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DE ALIMENTOS (ABIA). Boas práticas na indústria de alimentos: covid-19. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www. abia.org.br/vsn/temp/z202054RecomendacoesABIABoasPraticasCovid191.pdf. Acesso em: 10 jun. 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES (ABRASEL). Como retomar as atividades: recomendações e cuidados para uma reabertura segura de bares e restaurantes diante da crise. Belo Horizonte, 2020. Disponível em: https://redeabrasel.abrasel.com.br/upload/files/2020/05/mg 3plESHZ4xK7j7RjjoV_28_89bafe3f51ff96dabee127cd9a4ece93_file.pdf. Acesso em: 10 jun. 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE BARES E RESTAURANTES (ABRASEL). Coronavírus (covid-19): guia prático sobre como lidar com o problema em bares e restaurantes. Belo Horizonte, 2020. Disponível em: https://drive. google.com/file/d/1gnSFdzF42fjpyKsoB6Ran7BLMiSgW4xo/view. Acesso em: 5 mai. 2020. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE SUPERMERCADOS (ABRAS). Protocolo para prevenção do coronavírus (covid-19) nos supermercados. São Paulo, 2020. Disponível em: http://static.abras.com.br/pdf/protocolo-abras-covid- 19-v5.pdf. Acesso em: 5 mai. 2020. 101 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE RESTAURANTES (ANR). Protocolo de procedimentos de boas práticas nas operações para restaurantes, bares e lanchonetes pós-covid-19. São Paulo, 2020. Disponível em: https://www. anrbrasil.org.br/new/boaspraticas/ProtocolodeBoasPraticas.pdf. Acesso em: 5 mai. 2020. MARQUES, M. et al. Orientações para boas práticas em alimentação e nutrição hospitalar no enfrentamento da covid-19. Goiânia: Cegraf UFG, 2020. Disponível em: https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/688/o/ Fanut_Covid-19.pdf. Acesso em: 10 jun. 2020. UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPIRÍTO SANTO (UFES). Higiene de alimentos em tempos de covid-19: o que é preciso saber? Vitória: Ufes, 2020. Disponível em: http://nutricao.ufes.br/sites/nutricao.ufes.br/files/field/anexo/cartilha_ higiene_de_alimentos2020.pdf. Acesso em: 10 jun. 2020. O Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) também criou uma série de protocolos de retomada para vários negócios da área de alimentação, que podem ser acessados em: SEBRAE. Retomada segura. Disponível em: https://www.sebrae.com.br/ sites/PortalSebrae/protocolosderetomada. Acesso em: 11 jun. 2020. 6 CONTROLE INTEGRADO DE VETORES E PRAGAS URBANAS, CONTROLE DA POTABILIDADE DA ÁGUA, MANEJO DE RESÍDUOS, MANUTENÇÃO E HIGIENE E SAÚDE DO MANIPULADOR 6.1 Controle integrado de vetores e pragas urbanas O surgimento de vetores e pragas urbanas em serviços de alimentação/indústria é um problema de grande importância, considerando que são agentes de muitas enfermidades, provocam danos nas estruturas das instalações, além de contaminar alimentos. O aparecimento de vetores e pragas urbanas ocorre em decorrência da disponibilidade de abrigo, água e alimentos. O objetivo principal dessa atividade é estabelecer responsabilidades e procedimentos operacionais a serem adotados para controlar e evitar a presença de pragas no serviço de alimentação/indústria por meio de processos e mecanismos seguros para pessoas, alimentos e meio ambiente. 102 Unidade II Observação O controle integrado de vetores e pragas urbanas incorpora ações preventivas e corretivas destinadas a impedir a atração, o abrigo, o acesso e/ou a proliferação de vetores e pragas urbanas que comprometam a qualidade higiênico-sanitária do alimento. Desta forma, é importante destacar que esse controle não pode estar associado somente ao controle químico, que visa eliminar as pragas a partir da utilização de praguicidas (desinsetização e desratização). O controle químico, apesar da ênfase maior em ações preventivas, também está presente, mas tem papel coadjuvante, complementar às orientações de limpeza e higiene. As principais medidas de controle relacionadas ao controle integrado de vetores e pragas urbanas são: • Higiene dos ambientes. • Portas e janelas teladas. • Lâmpadas de sódio. • Conservação das tubulações. • Cortinas de ar. • Ralos e canaletas adequados. • Vedação de frestas e orifícios. • Armadilhas/iscas estrategicamente posicionadas. O controle integrado de pragas deve ser realizado, preferencialmente, por empresa contratada. A seleção de uma ou mais empresas de serviços deve seguir os critérios legais no âmbito federal, estadual e municipal. Alguns critérios de seleção são generalizados para a federação e considerados norteadores para efeitos de escolha e seleção. As leis e regulamentos estaduais e municipais complementam a federal. Requisitos necessários para avaliação da capacitação do fornecedor: • Atender aos requisitos legais. • Emissão da proposta de serviço. • Toda aplicação é seguida de um certificado da execução do serviço. 103 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS • Solicitar contrato social da empresa com a atividade explícita – controle de vetores e pragas urbanas. • Licença de funcionamento expedida pela autoridade sanitária do estado ou do município. • Licença sanitária dos veículos utilizados na prestação dos serviços. • Termode responsabilidade técnica junto à vigilância sanitária e ao conselho respectivo. O RT da empresa prestadora terá que possuir nível superior, obrigatoriamente. • Controle dos riscos ambientais e controle de saúde dos colaboradores da empresa prestadora de serviços. • Somente são utilizados produtos com registro junto ao Ministério da Saúde (MS), comprovadamente. • É permitido o uso de rodenticidas nas seguintes formas de apresentação: pós de contato, iscas simples, parafinadas ou resinadas, na forma de grânulos, pallets ou blocos. • Não é permitido o uso de rodenticidas líquidos. • Qualquer embalagem contendo desinfetante domissanitário deve possuir etiqueta de identificação qualitativa e quantitativa do conteúdo. Não é permitido o uso de caldas prontas sem que haja identificação de todos os princípios ativos utilizados. • Para a constatação do cumprimento da legislação, é sugerida a realização de uma visita às instalações da empresa integrante do processo de licitação com o objetivo de auditar os principais pontos. A empresa prestadora de serviços deve elaborar um documento que contenha todas as informações relativas às rotinas de serviço planejadas, bem como uma classificação de áreas de risco (1, 2 e 3). O plano de trabalho deve conter, no mínimo, as seguintes informações: • Locais discriminados. • Rotinas a serem implementadas em cada local. • Metodologia a ser adotada em cada local. • Produtos químicos a serem usados (princípio ativo, formulação, concentração, quantidade) e a serem aplicados, por área. • Informações relativas a riscos (pessoais e ambientais) e segurança na aplicação dos produtos químicos. • Fichas técnicas relativas a todos os produtos empregados. 104 Unidade II • Indicação de frequência de aplicação de produtos químicos estabelecida por área. • A elaboração desse documento fica a cargo da vigilância sanitária ou empresa terceirizada, porém é assinado pelo responsável técnico da empresa, considerando que a sua elaboração tem origem em informações colhidas em campo e posteriormente selecionadas, seguindo critérios técnicos. É obrigatório que a empresa contratada para a prestação de serviços de controle integrado de pragas apresente métodos adotados para a rastreabilidade de seus serviços e produtos. Deve ser demonstrada a capacidade de se chegar ao início do processo por meio do resultado final do serviço, identificando ações e produtos utilizados, comparando-os às atividades e aos produtos propostos no plano de trabalho. O controle de vetores e pragas urbanas deve estar inserido em um programa de manejo integrado. Este manejo, que compreende seis etapas, deve envolver profissional controlador de pragas urbanas, sempre que possível e necessário. São elas: • Inspeção: verificação dos locais (interior e exterior) onde há presença de pragas urbanas. • Identificação das espécies: definição de estratégia eficaz de controle, estabelecida pelo conhecimento da biologia das principais espécies. • Diagnóstico: determinação do nível de infestação para definir os pontos de colocação das iscas ou outros dispositivos. • Controle químico: colocação das iscas ou outros dispositivos, atendendo às especificações legais, bem como seu controle. • Adoção de medidas preventivas e corretivas: criação de ambiente não propício para a infestação e proliferação das pragas, certificando-se de que não haja disponibilidade de água, abrigo ou alimento, como manutenção do ambiente limpo e organizado, acondicionamento do lixo em recipientes fechados, além da conscientização das pessoas por meio das boas práticas. • Monitoramento: identificação de ocorrências de outras pragas urbanas, sistematicamente, por meio de inspeções, iniciando rapidamente o manejo. 6.2 Controle da potabilidade da água Essa atividade tem como enfoque estabelecer responsabilidades e procedimentos técnico-operacionais a serem adotados para o controle e a garantia da qualidade da água para o consumo humano e a produção dos alimentos. Controle obrigatório para a água utilizada na preparação de alimentos, lavagem de utensílios e equipamentos, higiene pessoal e produção de gelo ou vapor. A água utilizada para o consumo direto ou no preparo dos alimentos deve ser controlada independentemente das rotinas de manipulação dos alimentos. A água para consumo deve ser límpida, transparente, insípida e inodora. 105 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Observação Controle da qualidade da água para consumo humano é o conjunto de atividades exercidas de forma contínua pelo(s) responsável(is) pela operação de sistema ou solução alternativa de abastecimento de água, destinadas a verificar se a água fornecida à população é potável, assegurando a manutenção dessa condição. É obrigatória a existência de reservatório de água, isento de rachaduras e sempre tampado, devendo ser limpo e desinfetado quando for instalado; a cada 6 meses; e na ocorrência de acidentes que possam contaminar a água (animais, sujeira e enchente). Para a lavagem e desinfecção dos reservatórios, devem ser utilizadas metodologias oficiais. O vapor, quando utilizado com os produtos ou em superfícies que entram em contato com o alimento, não deve apresentar riscos de contaminação. A análise laboratorial (microbiológica e físico-química) deve atender aos seguintes aspectos: • Escolha do laboratório prestador de serviços, devidamente registrado nos órgãos competentes. • Para a frequência da coleta deve ser seguida recomendação da legislação, sendo a cada 6 meses e após limpeza dos reservatórios. • Determinação dos locais de coleta. • No caso de uso de água mineral ou de água natural, solicitar documentação e laudos analíticos ao fornecedor. A higienização dos reservatórios pode ser realizada com uso das seguintes atividades: • Programe o dia da higienização dos reservatórios. • Feche o registro e/ou amarre a boia. • Esvazie os reservatórios, deixando um palmo de água para a limpeza. • Separe os materiais necessários para a higiene. • Tampe a saída da água que ficou no fundo, para a sujeira não descer. • Lave as paredes e o fundo dos reservatórios com pano sem utilizar nenhum produto (nunca use sabão ou produto de limpeza). • Retire a sujeira da lavagem com o auxílio de uma pá, balde e toalha descartável. O material deve ser virgem e estar limpo. 106 Unidade II • Prepare uma solução de 1 litro de água sanitária para cada 5 litros de água. Essa quantidade é suficiente para desinfetar um reservatório de 1000 litros de capacidade. • Com o auxílio de um pano descartável, caneco ou balde molhe as paredes internas com a solução desinfetante. • A cada 30 minutos verifique se as paredes internas da caixa d’água secaram. Caso isso tenha ocorrido, faça nova aplicação dessa mistura até completar as 2 horas. • Verifique se existem vazamentos. • Esvazie os reservatórios, abrindo todas as torneiras e acionando as descargas para assim desinfetar os canos. • Após esvaziar, desamarre a boia e/ou abra o registro para encher os reservatórios. • Lave a tampa antes de sua utilização. • Tampe adequadamente os reservatórios para impedir a entrada de pequenos animais, insetos ou sujeiras, evitando assim a contaminação e a transmissão de doenças. • Colete uma amostra da água para a análise microbiológica. • Faça o controle da higienização informando a data, executor, número de reservatórios etc. Para o filtro de água, sugerem-se as seguintes atividades: • Verificação do local de instalação. • Instalação de filtro local ou central, de acordo com a necessidade do estabelecimento. • Manutenção técnica do filtro. • Controle e procedimento da troca, retrolavagem e validade do elemento filtrante de acordo com orientações do fornecedor. • Higiene geral do equipamento. 6.3 Higiene e saúde do manipulador Essa atividade visa estabelecer responsabilidades e procedimentos operacionais a serem adotados para o controle e a garantia da correta manipulação dos alimentos e assegurar o bem-estar dos manipuladores,a fim de garantir a segurança do alimento a ser consumido. Cabe ao RT, ou ao profissional por ele designado (responsável operacional e/ou chefe de cozinha), a responsabilidade por elaborar, acompanhar e assegurar o seu cumprimento, bem como o controle de solicitação para a realização de exames médicos e laboratoriais previstos na legislação. 107 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Os funcionários devem realizar exames médicos: admissional, periódico (semestral ou anual), de retorno ao trabalho, mudança de função e demissional. As pessoas transmitem umas às outras muitas doenças por meio dos alimentos. Assim, o cuidado com a saúde do colaborador e seu efetivo controle são fatores que influenciam a qualidade e a segurança do produto final. Sendo assim, para os colaboradores existem dois tipos de controle de saúde a serem realizados: • Programa de saúde ocupacional, cujo objetivo é avaliar e prevenir as doenças adquiridas no exercício de cada profissão, ou seja, problemas de saúde consequentes da atividade profissional. Esse controle é realizado por um profissional médico especializado em medicina do trabalho, por meio de exames médicos admissional, periódico, demissional, de retorno ao trabalho e na mudança de função. • O controle clínico de saúde exigido pela vigilância sanitária objetiva a saúde do trabalhador e sua condição para estar apto para o trabalho, não podendo ser portador aparente ou inaparente de doenças infecciosas ou parasitárias. Para isso, são realizados os exames médicos admissionais, periódicos, acompanhados das análises laboratoriais como: hemograma, coprocultura e coproparasitológico. Se necessário, outras análises são realizadas de acordo com a avaliação médica. Cabe ressaltar ainda que não é permitida a manipulação de alimentos por colaboradores que apresentem patologias ou lesões de pele, mucosas e unhas, feridas ou cortes nas mãos e braços, distúrbios gastrointestinais (diarreia ou disenteria) agudos ou crônicos, os que estiverem acometidos de infecções pulmonares ou orofaríngeas, com dentes destruídos por cáries e periodontites (inflamações que acometem gengivas e ossos de suporte dos dentes). O controle de saúde fornece subsídios para garantir que os colaboradores nessas situações sejam afastados para outras atividades, sem prejuízo de qualquer natureza. Higienização das mãos As mãos são o maior veículo de contaminação durante a manipulação dos alimentos. Quando mal higienizadas, transferem microrganismos provenientes do intestino, da boca, do nariz, da pele, dos pelos e de secreções de ferimentos. O passo a passo para a higiene de mãos deve ser: • Molhar as mãos e antebraços com água. • Para torneiras de acionamento manual, lavar e enxaguar também a torneira. • Ensaboar com sabonete apropriado, esfregando mãos e antebraço com escova de nylon, se for o caso (a qual deve ser enxaguada e imersa em álcool 70% cuja troca deve ocorrer a cada período de, no máximo, 6 horas). • Enxaguar em água corrente. 108 Unidade II • Usar papel toalha branco não reciclado para secagem das mãos (ou outro método, como ar). • Aplicar solução antisséptica (se o sabonete for antisséptico, não há necessidade de solução ou gel antisséptico para finalizar). Friccione as mãos com preparações alcóolicas! Higienize as mãos com água e sabonete apenas quando estiverem visivelmente sujas! Aplique uma quantidade suficiente de preparação alcóolica em uma mão em forma de concha para cobrir todas as superfícies das mãos. Friccione as palmas das mãoes entre si. Friccione a palma direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa. Friccione o polegar esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se de movimento circular e vice-versa. Friccione a palma das mãos entre si com os dedos entrelaçados. Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo um movimento circular e vice-versa. Friccione o dordo dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimento de vai e vem e vice-versa. Quando estiverem secas, suas mãos estarão seguras. Figura 24 – Procedimentos para fazer a fricção antisséptica das mãos com preparações alcoólicas 109 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Higienize as mãos com água e sabonete apenas quando estiverem visivelmente sujas! Senão, friccione as mãos com preparações alcóolicas! Molhe as mãos com água. Esfregue a palma da mão direita contra o dorso da mão esquerda entrelaçando os dedos e vice-versa. Esfregue o polegar esquerdo, com o auxílio da palma da mão direita, utilizando-se de movimento circular e vice-versa. Seque as mãos com papel toalha descartável. Aplique na palma da mão quantidade suficiente de sabonete líquido para cobrir todas as superfícies das mãos. Entrelace os dedos e friccione os espaços interdigitais. Friccione as polpas digitais e unhas da mão direita contra a palma da mão esquerda, fazendo movimento circular e vice-versa. No caso de torneiras com contato manual para fechamento, sempre utilize papel toalha. Ensaboe as palmas das mãos, fricionando-as entre si. Esfregue o dorso dos dedos de uma mão com a palma da mão oposta, segurando os dedos, com movimentos de vai-e-vem e vice-versa. Enxágue bem as mãos com água. Agora suas mãos estão seguras. Figura 25 – Procedimentos para higienização das mãos com água e sabão 110 Unidade II As mãos são higienizadas nas seguintes situações: • Ao chegar ao local de trabalho. • No início de cada atividade ou troca de função. • Após colocar a proteção dos cabelos. • Antes de tocar qualquer alimento. • Antes de tocar qualquer equipamento higienizado. • Antes e após o uso de luvas. • Depois de utilizar rodos, vassouras e materiais de limpeza. • Após o uso do sanitário. • Após tocar em lixo ou em restos de alimentos. • Após tocar em sacarias, caixas, garrafas e latarias. • Após enxugar o suor, mesmo que esta atividade seja feita com papel toalha. • Ao tossir ou espirrar. Nesse caso, o colaborador deve afastar-se do produto, cobrir a boca e o nariz, se possível com papel toalha descartável, e depois higienizar imediatamente as mãos. Áreas frequentemente esquecidas durante a lavagem das mãos Áreas pouco esquecidas dutante a lavagem das mãos Áreas não esquecidas dutante a lavagem das mãos Figura 26 – Áreas das mãos durante a sua higienização 111 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Existem técnicas para demonstrar o procedimento de higiene de mãos, bem como sua importância, dentre eles o Glogerm®. Exemplo de aplicação Swab caseiro Material (para o meio de cultura): • 1 pacote de gelatina incolor • 1 xícara de caldo de carne • 1 copo de água Dissolver a gelatina incolor na água, conforme instruções do pacote. Misturar ao caldo de carne. Material (para a experiência): • Duas placas de Petri (ou duas tampas de margarina ou dois potinhos rasos), com o meio de cultura cobrindo o fundo (deixado sob refrigeração) • Cotonetes • Filme plástico • Etiquetas adesivas • Caneta Procedimento: Os participantes passam o cotonete entre os dentes, ou ainda entre os dedos das mãos ou dos pés (de preferência depois de eles ficarem por um bom tempo fechados dentro dos tênis). O cotonete é esfregado levemente sobre o meio de cultura para contaminá-lo. Tampe as placas de Petri ou envolva as tampas de margarina com filme plástico. Marque nas etiquetas adesivas que tipo de contaminação foi feita. Depois de três dias, observe as alterações. Explicação: Ao encontrar um ambiente capaz de fornecer nutrientes e condições para o desenvolvimento, os microrganismos se instalam e aparecem. O mesmo acontece com o nosso organismo: sem as medidas básicas de higiene, ele se torna um excelente anfitrião para bactérias e fungos. 112 Unidade II Figura 27 – Resultados do swab caseiro Higiene pessoal Os bons hábitos de higiene demonstram preocupação com a saúde, protegem os alimentos dos contaminantes, auxiliamna produção de alimentos saudáveis e previnem doenças nos manipuladores e clientes. Antes do início do trabalho, o funcionário deve dirigir-se ao vestiário, tomar banho e usar apenas a sua toalha. O banho ativa a circulação e elimina células mortas, sujidades e microrganismos. Deve lavar e secar bem os pés. Pode ser usado talco antisséptico. Deve usar meias secas e de algodão e colocar o sapato de número adequado. Os cabelos contêm microrganismos, além de caírem facilmente. Dessa forma, não se deve pentear o cabelo usando uniformes. Deve-se usar toucas ou redes. Lavar, no mínimo, três vezes por semana. O cabelo deve estar curto e aparado; no caso das mulheres, deve ficar preso sob a touca. Os olhos, ouvidos e nariz devem ser lavados corretamente. Não falar, espirrar, tossir, assoviar, cantar sobre os alimentos. Avisar ao responsável técnico se estiver com irritações, secreções, gripes ou resfriados. É vetado o uso de máscara nasobucal, mas se utilizadas, devem ser trocadas a cada 30 minutos, com higiene das mãos. O uso de perfumes e/ou de desodorantes e maquiagens com cheiro forte deve ser evitado, pois alteram o odor e sabor dos alimentos, podem contaminá-los e provocam mal-estar. O uso de maquiagem 113 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS leve é possível, mas as condições para tal devem ser avaliadas. As unhas devem estar curtas e aparadas, jamais esmaltadas. A barba e o bigode devem estar aparados. Se possível, raspados diariamente. Os funcionários que possuam barba ou bigode devem utilizar protetor específico e descartável, que deve ser mantido corretamente posicionado. Os protetores devem ser trocados frequentemente durante a jornada de trabalho e descartados imediatamente após o uso. Os dentes devem estar escovados, de modo a manter a higiene bucal. Os ferimentos devem estar limpos, cobertos e protegidos. No caso de ferimentos nas mãos, a chefia direta deve ser comunicada imediatamente, a qual providenciará afastamento, se necessário. Os funcionários não devem fumar em área de serviço nem usar acessórios e bijuterias, cílios e unhas postiças, pois contaminam os alimentos e podem causar problemas de saúde, caso caiam nos alimentos e sejam acidentalmente ingeridos. Os funcionários devem manter sempre uma postura adequada à sua função. Dessa forma, os itens relacionados a seguir não são permitidos durante a manipulação dos alimentos: • Falar, cantar, assobiar, tossir, espirrar, cuspir, fumar. • Mastigar goma de mascar, palito, fósforo ou similares, chupar balas, comer. • Experimentar alimentos com as mãos. • Assoar o nariz, colocar o dedo no nariz ou no ouvido, mexer no cabelo ou pentear-se. • Enxugar o suor com as mãos, panos ou qualquer peça de vestimenta. O suor deve ser enxugado com papel toalha descartável e a seguir é feita, imediatamente, a higienização das mãos. • Manipular dinheiro. • Tocar maçanetas com as mãos sujas. • Fazer uso de equipamentos ou utensílios sujos. • Circular sem uniforme pelas áreas de serviço. • Sair do local de trabalho com o uniforme de trabalho. Após qualquer prática que possa contaminar as mãos, elas devem ser higienizadas imediatamente. 114 Unidade II Uniformes A uniformização deve ser completa, preferencialmente sem bolsos para evitar carregar objetos que possam contaminar os alimentos. A troca do uniforme deve ser diária ou, sempre que necessário, no próprio dia. Seu uso deve ocorrer somente nas dependências das áreas operacionais, não devendo sentar no chão nem em gramados. Sapatos e botas devem ser mantidos limpos. Todos devem ser mantidos em bom estado de conservação. Figura 28 – A uniformização representada está inadequada para serviços de alimentação em decorrência do uso de adornos como brincos e pulseiras Figura 29 – Chef uniformizado em serviço de alimentação Nas atividades diárias, o manipulador de alimentos deve usar sapatos fechados, em boas condições de higiene e conservação. Não são permitidos sapatos de tecidos ou lonas. E ainda: • Uso de meias próprias, limpas e trocadas diariamente. • Uso de uniformes de cor clara, em bom estado de conservação, sem rasgos, manchas, partes descosturadas ou furos. • Não utilização de panos ou sacos plásticos para proteção do uniforme. • Não deve carregar no uniforme: canetas, lápis, batons, escovinhas, cigarros, isqueiros, relógios e outros adornos. 115 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Utilização de luvas A utilização de luvas descartáveis não elimina a necessidade de lavar e desinfetar as mãos. Portanto, os manipuladores de alimentos devem seguir a técnica de higienização das mãos, antes e após o uso das luvas. As luvas são utilizadas de acordo com a natureza do serviço. Pode ocorrer quando não for possível utilizar utensílios e sempre por períodos rápidos. Toda vez que houver troca de atividade, as luvas devem ser trocadas. As luvas podem ser usadas nos seguintes casos: • Na manipulação de alimentos prontos para consumo, desde que já tenham sofrido tratamento térmico. • No preparo e na manipulação de alimentos prontos para consumo, que não serão submetidos a tratamento térmico. • Na manipulação de saladas cujas hortaliças já tenham sido adequadamente higienizadas. • Não se usa luvas descaráveis quando estas implicarem risco de acidente de trabalho, tais como: manuseio de fornos, fogões, fritadeiras, batedeiras etc. As luvas térmicas são utilizadas para a retirada de preparações quentes dos fornos e higienizadas com detergente semanalmente ou à medida da necessidade. As luvas de borracha são utilizadas para lavagem de panelas e utensílios, coleta e transporte de lixo, higienização de ralos, higienização de vestiário e sanitários, diluição e manipulação de produtos químicos. Depois de utilizadas, as luvas devem ser higienizadas com detergente e guardadas em local próprio. Quadro 16 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Descrição Usuário Periodicidade/higienização Óculos de proteção: São utilizados nas atividades de higienização com desincrustante Todos os colaboradores São higienizados pelo colaborador ao término das atividades Trocar quando apresentar-se danificado Luvas de limpeza: São utilizadas nas higienizações de sanitários, lixeiras e outras limpezas que necessitem de produtos abrasivos Todos os colaboradores que realizarem as atividades descritas São higienizadas pelo colaborador no término das atividades Realizar troca caso apresentem-se danificadas Luva descartável (vinil): É utilizada nas etapas de finalização Colaboradores que fazem manipulação final de alimentos Descartar ao término da atividade, na troca de tarefas ou em outras situações, como utilizar sanitários, tocar em lixos, entre outras 116 Unidade II Descrição Usuário Periodicidade/higienização Protetor auricular: Utilizado em todas as etapas de produção nas quais houver ruídos acima do permitido. É retirado ao acessar os sanitários Colaboradores nas áreas com maior ruído Trocar quando apresentar-se danificado Avental de PVC: Utilizado em todas as etapas de produção. É retirado ao acessar os sanitários Colaboradores da área dos tachos de higienização de louças Realizar a higienização no término das atividades Realizar troca caso apresente-se danificado Avental descartável: Utilizado em todas as etapas de produção. É retirado ao acessar os sanitários Todos os colaboradores (exceto os da área quente) Realizar o descarte no final das atividades do dia Máscara: Utilizada em situações especiais Todos os colaboradores nestas condições Realizar troca caso apresente-se danificada ou sempre que necessário Luva térmica: Utilizada na área de cocção Todos os colaboradores da área Realizar troca caso apresente-se danificada ou sempre que necessário Luva para corte: Utilizada nas áreas nas quais se realizam cortes de alimentos Todos os colaboradores da área Realizar troca caso se apresente danificada ou sempre que necessário, assim como a higienização frequente Controle de saúde dosmanipuladores O controle da saúde dos manipuladores deve ser registrado e realizado de acordo com legislação específica. Os funcionários devem comparecer ao laboratório, ou um representante do prestador de serviços vai ao serviço de alimentação/indústria, dependendo do caso, no ato da admissão, periodicamente (semestral ou anual), quando houver troca de função, no retorno ao trabalho em caso de afastamento, para passar por exames médicos clínico-laboratoriais. Os exames realizados podem ser: • Admissional e periódico: como, por exemplo, coprocultura, parasitológico de fezes, hemograma, a critério do médico do trabalho. • Demissional: exame clínico. • Retorno ao trabalho e mudança de função: exame clínico. Pela NR-7 (BRASIL, 2020): • A primeira via do atestado de saúde ocupacional (ASO) fica arquivada no local de trabalho do trabalhador, inclusive de frente de trabalho ou canteiro de obras, à disposição da fiscalização do trabalho. 117 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS • A segunda via do ASO é obrigatoriamente entregue ao trabalhador, mediante recibo na primeira via. • Os registros devem ser mantidos por período mínimo de 20 anos após o desligamento do trabalhador. • Esses documentos devem permanecer à disposição da autoridade sanitária sempre que solicitados, no efetivo local de trabalho do manipulador, ou seja, no serviço de alimentação ou no estabelecimento comercial de alimentos. • Os ASO, com indicação da realização dos exames laboratoriais de coprocultura e coproparasitológico, ou cópias destes, devem permanecer no local de trabalho. Programa de capacitação dos manipuladores • Como as necessidades de capacitação e desenvolvimento são identificadas? • Como são projetados a capacitação e o desenvolvimento para que as necessidades da organização, relativas às estratégias e aos planos de curto e longo prazos, e das pessoas que compõem a força de trabalho sejam atendidas? • Como a capacitação e o desenvolvimento são realizados e avaliados? • Como a cultura para a excelência é abordada nos planos de capacitação e desenvolvimento? • Como a força de trabalho é desenvolvida pessoal e profissionalmente? • Como é verificado se os padrões de trabalho das práticas de gestão relatadas estão sendo cumpridos e como as ações decorrentes são implementadas? O objetivo do programa de capacitação dos manipuladores é habilitar os participantes a utilizar os conceitos e regras das boas práticas de manipulação/fabricação e conscientizar sobre sua importância e de suas atitudes no processo produtivo. Os colaboradores que trabalham na área de manipulação de alimentos devem ser treinados e conscientizados a praticar medidas de higiene para proteger os alimentos de possíveis contaminações. Bons hábitos de higiene e condutas adequadas resultam positivamente na segurança dos alimentos, dos manipuladores e dos usuários. O conteúdo a ser desenvolvido em treinamentos/capacitações deve ser: • Introdução: conceitos básicos de microbiologia dos alimentos, legislação, regras básicas de manipulação dos alimentos, definição de segurança de alimentos, contaminantes alimentares, doenças transmitidas por alimentos (DTA). 118 Unidade II • Princípios fundamentais das boas práticas de fabricação e manipulação (BPFM). • Manual de boas práticas de fabricação e procedimentos técnico-operacionais. • Procedimentos operacionais padronizados (POP): higiene e saúde dos funcionários, qualidade da água e controle integrado de pragas, qualidade sanitária na manipulação de alimentos, higienização das instalações e do ambiente. O treinamento teórico deve ser ministrado na admissão (integração), a cada trimestre, ou antes, se necessário, com duração mínima de 1 hora. Todo colaborador deve receber, ao ser admitido, manual ilustrativo com o conteúdo de forma simplificada e de fácil compreensão. O treinamento prático deve ser realizado diretamente no local de trabalho pelo RT e/ou chefe de cozinha, enfatizando os aspectos discutidos no treinamento teórico. Visitantes Todas as pessoas que não fazem parte da equipe de funcionários das áreas de manipulação ou elaboração de alimentos são consideradas visitantes, podendo constituir focos de contaminação durante o preparo dos alimentos. Portanto, são considerados visitantes os superiores, consultores, fiscais, auditores e todos aqueles que necessitem entrar nessas dependências. Para proceder com suas funções, os visitantes devem estar devidamente paramentados com uniforme fornecido pela empresa: avental, rede para proteger os cabelos e, se necessário, botas ou protetores para os pés. Os visitantes não tocam nos alimentos, equipamentos, utensílios ou qualquer outro material interno do estabelecimento. Não devem comer, fumar, mastigar goma de mascar durante a visita. Não devem entrar na área de manipulação de alimentos os visitantes que estiverem com ferimentos expostos, gripes, ou qualquer outro quadro clínico que represente risco de contaminação. 6.4 Manejo de resíduos Os resíduos são materiais a serem descartados, oriundos da área de preparação e das demais áreas do serviço de alimentação/indústria. Essa atividade visa estabelecer responsabilidades e procedimentos técnicos operacionais a serem adotados que permitam efetivo recolhimento e destino dos resíduos produzidos nas áreas de produção e recepção com o objetivo de evitar contaminação cruzada e a penetração de insetos, roedores e outros animais. Cabe ao RT, ou ao profissional por ele designado (responsável operacional e/ou chefe de cozinha), a responsabilidade por acompanhar e assegurar o cumprimento desse procedimento. Cabe aos 119 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS colaboradores de cada área ou setor a execução dos procedimentos com envolvimento do departamento de limpeza urbana do município. Diariamente, ao final de cada turno, retirar os sacos e/ou recipientes de lixo, preferencialmente em carrinhos, da área de produção até a área de espera para coleta por caminhos não comuns às áreas de manipulação dos alimentos ou em horários diferentes, sem arrastá-los no piso. Nas dependências da cozinha, onde houver recipientes para lixo, mantê-los com sacos plásticos resistentes no seu interior, e devidamente tampados e higienizados. Não permitir que os sacos fiquem muito cheios para possibilitar que eles sejam amarrados. A coleta do lixo é diária e deve ser feita por empresa especializada, preferencialmente. A coleta seletiva de lixo deve fazer parte da política de gestão ambiental, que define o correto gerenciamento das atividades que possam ter impacto ambiental significativo e estabelece as diretrizes para acondicionamento e descarte dos resíduos gerados na empresa. Para a remoção dos resíduos, o material a ser reciclado deve ser acondicionado em local apropriado para aguardar a retirada por empresa especializada, uma vez por semana, no mínimo. OrgânicoOutrosMetaisVidroPlásticoPapel Certo Papel sulfite Caixa de papelão Embalagem de papel Caixa de luva Papel toalha Guardanapo Errado Carbono Papelão sujo de sangue ou gordura Papel higiênico Papel alumínio Fotografia Certo Copo descartável Caixa plástica quebrada Embalagem plástica de alimento em geral Tampa plástica Garrafa PET Errado Embalagens plásticas sujas de sangue ou gordura Fita plástica Fitas adesivas Acrílico Certo Latas de refrigerante Latas de conservas Pregos Chaves Pedaços de metal Papel alumínio Errado Fios elétricos Clipes Grampos Ou preto Certo Pedaços, aparas e restos de alimento Errado Tudo que for certo nas outras cores Errado Tudo que for certo nas outras cores Certo Garrafas de vidro Recipientes de vidro em geral Cacos de vidro Errado Espelhos Tampa da embalagem de vidro Fibra de vidro Cerâmica Porcelana Certo Luvas de procedimento e borracha Embalagens com mistura de materiais Espelho Clipes Grampos Fotografias Embalagens metalizadas Cerâmica Porcelana Fios elétricos Esponjas Madeira Isopor Fibra de vidro Resíduo de varrição Caixas de leite Figura30 – Exemplo de esquema de coleta seletiva de resíduos 120 Unidade II 6.5 Manutenção preventiva e calibração de equipamentos Essa atividade tem como objetivo estabelecer procedimentos e controles a serem adotados para assegurar a integridade e a manutenção dos equipamentos utilizados na área de produção e outros que possam estar relacionados ao processo produtivo. O RT determina os responsáveis pela manutenção e pela calibração dos equipamentos, assim como a periodicidade. Os procedimentos de higienização adotados após o expediente e após a manutenção e calibração dos equipamentos devem ser os mesmos adotados para a higiene das instalações, equipamentos, móveis e utensílios. Quando esses procedimentos são realizados por empresas terceirizadas, estas são responsáveis por apresentar o descritivo técnico das operações realizadas para manutenção e por apresentar o comprovante de execução do serviço de calibração, assim como os procedimentos de higienização dos equipamentos. Podem ser realizados os seguintes serviços de manutenção: • Manutenção elétrica: frigoríficos, refrigeradores, fornos, estufas, exaustores. • Manutenção preventiva: manter limpos os condensadores e evaporadores; verificar periodicamente disjuntores, plugs e tomadas. • Manutenção corretiva: quando não há condições de reparo, uma empresa terceirizada é acionada. É comum a existência de termômetros (digitais) para controle de temperatura das cadeias quente e fria. Sendo assim, eles devem ser calibrados em intervalos de 12 a 18 meses. Cada equipamento deve possuir um número de identificação. Para determinação da tolerância dos equipamentos, utilizaram-se os seguintes critérios de temperatura de processos importantes: • Recebimento de produtos resfriados: 0 °C a 10 °C. • Recebimento de produtos congelados: -18 °C a 0 °C. • Cocção/reaquecimento: 70 °C a 74 °C. • Manutenção a quente: 60 °C a 65 °C. • Resfriamento: 0 °C a 6 °C. 121 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS A calibração de balanças deve ocorrer em intervalos de 6 a 12 meses. Cada equipamento deve possuir um número de identificação. As atividades de calibração de termômetros são realizadas por empresas com certificados e/ou pertencentes à Rede Brasileira de Calibração (RBC). 6.5.1 Comprovação metrológica É um conjunto de operações necessárias para se assegurar que um dado equipamento de medição está em condições de conformidade com os requisitos para o uso pretendido. Geralmente, inclui calibração, quaisquer ajustes e/ou reparos necessários, as recalibrações subsequentes, quaisquer selagens e rotulagens necessárias. Interpretação de resultados: aprovado V. Nominal (ºC) V. Medido (ºC) +- Incerteza (ºC) 50,0 51,0 0,5 Critério de aceitação : +- 2 ºC Critério de aceitação 48 49 50 51 50,5 51,5+- Incerteza 52 A) Interpretação de resultados: aprovado ou reprovado V. Nominal (ºC) V. Medido (ºC) +- Incerteza (ºC) 50,0 51,0 0,5 Critério de aceitação : +- 1,2 ºC Critério de aceitação 48 49 50 51 50,5 48,8 51,2 51,5+- Incerteza+- Incerteza 52 B) Interpretação de resultados: reprovado V. Nominal (ºC) V. Medido (ºC) +- Incerteza (ºC) 50,0 51,0 0,5 Critério de aceitação : +- 0,3 ºC Critério de aceitação 48 49 50 51 50,5 49,7 50,3 51,5+- Incerteza+- Incerteza 52 C) Figura 31 – Interpretações dos resultados de calibração 6.6 Controle de perigos químicos e físicos Além de todas as medidas de controle com foco no controle dos perigos microbiológicos, é possível destacar o controle dos perigos químicos e físicos. 122 Unidade II A contaminação química dos alimentos pode ocorrer em qualquer momento da sua fabricação: desde a produção de matérias-primas até o consumo do produto final. Os efeitos dos contaminantes químicos no consumidor podem ser a longo prazo (crônicos), como os gerados por produtos químicos carcinogênicos, cumulativos (por exemplo, mercúrio) que podem se acumular no organismo durante muitos anos; ou podem ser a curto prazo (agudos), como os produzidos por alimentos alergênicos. Os perigos físicos são contaminantes de natureza física, como corpos estranhos, em níveis inaceitáveis. Os perigos físicos são representados por objetos estranhos, ou matérias estranhas que são capazes de, fisicamente, injuriar um consumidor, incluindo os que são antiestéticos e desagradáveis. Quadro 17 – Perigos químicos e físicos, origem e medidas de controle Perigo Origem Medidas de controle Substâncias químicas introduzidas durante a obtenção de matéria-prima e/ou produção e processamento de alimentos Produtos de limpeza Os resíduos dos produtos de limpeza podem permanecer nos utensílios, tubulações e equipamentos, sendo transferidos diretamente aos alimentos, ou por respingos durante a limpeza de zonas adjacentes — Uso, quando for possível, de produtos de limpeza não tóxicos — Desenho e gestão adequados dos sistemas de limpeza — Treinamento dos funcionários — Inspeções dos equipamentos após a limpeza — Uso de materiais apropriados, como aço inox Pesticidas Nem todos os pesticidas são seguros na produção de alimentos e mesmo aqueles que são seguros para o uso alimentar podem deixar resíduos que são perigosos em altas concentrações — Em nível de produção primária, no caso da utilização de defensivos agrícolas em produtos vegetais — Determinar a utilização dos produtos vegetais para outros fins que não alimentícios (como sementes) e/ou sua destruição — Evitar a coleta de pescados em regiões onde haja possibilidade de contaminantes químicos ou pesticidas na água e receber certificado do fornecedor com o laudo de que a água onde foi efetuada a pesca não esteja contaminada — Análises para determinar contaminantes químicos ou pesticidas na recepção do produto Alérgenos Alguns componentes dos alimentos podem produzir alergias ou reações de intolerância em indivíduos sensíveis. Essas reações variam de leves a extremamente sérias, dependendo da dose e da sensibilidade do consumidor — Rótulo eficaz mostrando, com precisão, a composição do produto, ressaltando qualquer componente potencialmente alergênico — Limpeza eficaz do equipamento — Cuidado na manipulação para evitar incluir um componente alergênico em um produto equivocado que, portanto, não o incluirá no rótulo Metais tóxicos As fontes mais importantes na cadeia alimentar são a contaminação ambiental, o solo onde crescem os alimentos, os equipamentos, utensílios e envases utilizados no cozimento, processamento e armazenamento, a água utilizada no processamento, os produtos químicos utilizados na agricultura Evitar matérias-primas originárias de locais com histórico de possuírem metais pesados 123 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Perigo Origem Medidas de controle Nitratos, nitritos e nitrosaminas A presença nos alimentos de altas concentrações de nitratos, nitrito e nitrosaminas podem ter efeitos tóxicos, tais como metahemoglobinemia infantil e efeitos carcinogênicos. As nitrosaminas podem se formar nos alimentos por meio da reação de nitratos e nitritos entre eles, ou com outros produtos — Evitar o uso de matérias-primas suspeitas de possuírem altas concentrações dessas substâncias — No caso de adição, trabalhar com níveis permitidos pela legislação Bifenilos policlorados (PCB) A absorção, por parte do pescado, dos PCB presentes no ambiente é a fonte mais importante de PCB nos alimentos. A partir dessa absorção, os PCB se acumulam ao longo da cadeia alimentar e podem se encontrar em altas concentrações nos tecidos gordurosos — Evitar o uso de matérias-primas suspeitas de possuírem altas concentrações dessas substâncias — No caso de adição, trabalhar com níveis permitidos pela legislação Plastificantes e migrações a partir da embalagem Certos plastificantes e outros aditivos para plásticos podem ser capazes de migrar para os alimentos. Essa migração depende das substâncias presentes e também do tipo de alimento; por exemplo, os alimentos gordurosos favorecem a migração emmaior quantidade que os outros — Estudo da migração no momento de selecionar um tipo de embalagem — Trabalhar com embalagens aprovadas pelos órgãos competentes Resíduos veterinários Os hormônios, promotores de crescimento, e os antibióticos, utilizados nos tratamentos dos animais, podem passar para os alimentos — Sobre o produtor primário — Por meio da vigilância na recepção das matérias-primas — Realizando-se visitas nas fazendas para verificar as drogas usadas antes de receber o produto — Obter do fornecedor o certificado de uso adequado da droga, juntamente com o laudo de análises Aditivos químicos Outros perigos, em especial os que estão relacionados com a formulação do produto, têm outras etapas para o seu controle, ou seja, a própria formulação e o respectivo cumprimento da quantidade de cada um deles — Evitar o uso de nitrito quando houver outras fontes alternativas possíveis que não comprometam a segurança e a qualidade do produto — Controle do uso de substâncias e/ou ingredientes que possam causar injúria, e os dizeres de rotulagem, no caso de produtos destinados a classes especiais de consumidores — Evitar o uso excessivo de metabissulfito de sódio em alimento ácido, já que o anidrido sulfuroso resultante pode ser prejudicial para os asmáticos (manipuladores e consumidores) — Utilizar outras alternativas mais naturais do que a tartracina, caso o produto seja destinado a consumidores jovens — Calibração e ajuste de equipamento de dosagem para esses aditivos — Treinamento do pessoal envolvido Drogas para aquacultura O uso irregulado de drogas na aquacultura apresenta um perigo potencial para a saúde humana. Essas substâncias podem ser carcinogênicas, alergênicas e/ou causar resistência a antibióticos em microrganismos — Utilização de rótulos com lista das drogas aprovadas com o tempo de afastamento — Visitas às fazendas para verificar o uso de drogas, anteriormente à recepção do produto — Recepção do certificado do fornecedor comprovando a utilização apropriada da droga, juntamente com a verificação apropriada — Análise para verificar o resíduo das drogas 124 Unidade II Perigo Origem Medidas de controle Substâncias químicas introduzidas durante a obtenção de matéria-prima e/ou produção e processamento de alimentos Vidros O vidro pode estar presente nas matérias-primas, como uma matéria estranha proveniente de um ponto de produção, ou a partir da embalagem das matérias-primas — Manter embalagens de vidro fora da área de produção. No caso do produto final ser envasado em recipientes de vidro, estas embalagens não são mantidas fora da área de produção, mas devem ser gerenciadas apropriadamente — Tendo em funcionamento controles rigorosos de ruptura, no caso de produto final envasado em recipientes de vidro — Evitar a introdução de objetos de vidro por pessoas na área de produção — Eliminar visores e manômetros de vidro nos equipamentos — Recobrir lâmpadas com proteção de plástico que impeçam a contaminação do produto com seus fragmentos — Controle da presença de vidros nos alimentos por meio de equipamentos de detecção de partículas sólidas Metais Os metais podem ser introduzidos nos produtos a partir das matérias-primas, ou durante a produção, podendo produzir engasgamentos ou, as peças afiadas, feridas — Verificar se o equipamento se mantém conservado de modo que suas partes não caiam nos produtos — Realizar adequadamente os trabalhos de manutenção, não deixando sem controle peças como parafusos, porcas — Quando se manuseia matérias-primas envasadas em embalagens metálicas, elas devem ser abertas cuidadosamente, com o objetivo de minimizar a contaminação a partir de fragmentos metálicos. Se possível, o manejo deve ser realizado fora da área de produção — Os produtos devem passar por um detector de metais pelo menos uma vez e, de preferência, o mais próximo possível da fase final da produção — Selecionar e calibrar os detectores de metais para que sejam capazes de detectar as menores peças possíveis de cada metal Pedras As pedras são fáceis de serem encontradas nas matérias-primas de origem vegetal, podendo ser recolhidas juntamente com a colheita. Podem produzir danos nos dentes do consumidor, ou engasgamento — Seleção adequada dos fornecedores de matérias-primas — Eliminação por meio de inspeção, ou uso de tanques de flotação ou centrífugas Madeiras A madeira pode chegar ao produto e à área de produção por várias vias. Podem estar presentes nas matérias-primas, por exemplo, nas matérias vegetais, provenientes diretamente do campo; podem constituir parte do material de embalagem e, em alguns produtos, a madeira pode fazer parte dele — Evitar caixas e pallets de madeira, não sendo permitida a entrada na área de produção. No caso em que se deve utilizar caixas e pallets de madeira, estes devem ser manuseados cuidadosamente e não se deve permitir a entrada nas áreas de produção em que os produtos se encontram expostos — Armazenar a madeira em uma área separada da manipulação e embalagem — Advertir o pessoal da produção para que não traga artigos de madeira para as zonas de produção. Isto deve fazer parte das boas práticas e do plano de formação de pessoal 125 HIGIENE E LEGISLAÇÃO DE ALIMENTOS Perigo Origem Medidas de controle Madeiras — Nos casos em que a madeira é matéria-prima do produto, não sendo possível mantê-la fora da área de produção, o manuseio deve ser feito por pessoa treinada, evitando que as madeiras se estilhacem — Avaliar os riscos existentes de que pedaços de madeira acabem no produto, no caso de instalações antigas em que existem elementos de madeira formando parte da área de produção. Entretanto do ponto de vista higiênico, deve-se realizar um plano para eliminar ou substituir a madeira Plásticos O plástico é utilizado frequentemente para substituir outros perigos físicos, como a madeira e o vidro; porém, é necessário ressaltar que os pedaços de plástico duro podem ser perigosos. O plástico brando é usado nos envoltórios e como parte do vestuário de proteção, como luvas e aventais — Implantação de sistemas de controle de rupturas, no caso dos plásticos duros — Utilização de inspeção visual, no caso de plásticos brando, delgado, de cor brilhante (normalmente azul) que facilite sua identificação — Conservação de cepos, como os de altileno, com raspagem periódica da superfície Pragas As pragas são consideradas produtoras de perigos biológicos mediante a introdução de microrganismos patógenos nos alimentos. Também podem ser consideradas produtoras de perigos físicos, uma vez que sua presença no alimento pode produzir feridas ou engasgamentos. As mais importantes são os insetos grandes e os pedaços de roedores ou pássaros Programa de controle de pragas eficaz em todos os locais de produção, armazenamento e preparação de alimentos Ossos Os fragmentos de ossos podem provocar perfurações/cortes na boca e/ou danos nos dentes do consumidor, ou engasgamento. Ossos podem ser incorporados às carnes industriais na formação dos blocos, por fornecedores inidôneos — Seleção adequada de fornecedores de matérias-primas — Eliminação através da inspeção na recepção, trituração/moagem e/ou no embutimento — Orientação dos magarefes para o adequado processamento da desossa e corte da carne Espinha/ossos de pescado Os fragmentos de ossos e, especialmente, de espinhas de pescados podem provocar perfurações na boca do consumidor ou engasgamentos — Orientação dos manipuladores para adequada evisceração e filetagem do pescado — Reinspeção pós-filetagem — Eliminação, por meio do uso de centrífuga ou peneiramento considerando o produto final Adaptado de: Almeida et al. (2005b), Senac (2001a) e Senai (2000a). 7 MONITORAMENTO, PROGRAMA DE RECOLHIMENTO DE ALIMENTOS, AUDITORIAS E ELABORAÇÃO DO MANUAL DE BOAS PRÁTICAS 7.1 Monitoramento O RT é responsável pelo monitoramento dos critérios definidos
Compartilhar