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Ortodontia Preventiva II Mordida Cruzada Posterior Mordida cruzada DEFINIÇÃO é quando um ou mais dentes ocupam um posicionamento inadequado no sentido vestíbulo lingual entre os dentes posteriores superiores e inferiores Todo paciente que apresenta mordida cruzada tem alguma assimetria facial, se corrigido cedo promove a correção das alterações faciais Não se autocorrige, deve ser corrigida assim que o diagnóstico é feito e a criança tenha maturidade para receber um aparelho ortodôntico (a partir de 5 – 6 anos) Quanto mais velha a criança mais difícil é corrigir, por causa do fechamento das suturas Prevalência Dentição decídua – 8% Dentição mista – 23% Dentição permanente – 10% Tipos LINGUAL os dentes posteriores superiores estão posicionados lingualmente em relação aos dentes posteriores inferiores - pode ser mais simples (apenas uma parte do dente está cruzado) ou mais severo (o dente todo está cruzado – chamada COMPLETA) - é mais fácil de corrigir, pois é só atuar na sutura palatina em crianças VESTIBULAR a superfície lingual do molar superior está ocluindo na cúspide vestibular do molar inferior Síndrome de brodi quando todos os dentes posteriores superiores estão em mordida cruzada vestibular Etiologia RETENÇÃO PROLONGADA DE DENTE DECÍDUO – o dente permanente procura uma via de erupção por lingual DORMIR COM A MÃO EMBAIXO DO ROSTO – pressiona o rebordo maxilar provocando a sua deformação/contração CHUPETA – língua baixa não pressiona o palato, a bochecha faz força e contrai o arco superior SUCÇÃO DE POLEGAR – mesmo caso da chupeta, alteração do mecanismo do m. bucinador FISSURAS DE LÁBIO E PALATO – de palato é mais associado, quando faz a cirurgia de correção forma uma cicatriz na sutura que impede o crescimento e deixa o arco contraído PERDA PRECOCE DE DENTES DECÍDUOS – perde o guia de erupção e muda o trajeto eruptivo DISCREPÂNCIA ÓSSEO DENTAL – paciente classe III (deficiência de maxila, crescimento excessivo de mandíbula, ambos) - mordida cruzada posterior relativa: em pacientes com discrepância esquelética no sentido anteroposterior; o avanço de maxila ou recuo de mandíbula na maioria das vezes corrige a mordida cruzada (se não corrigir precisa expandir a maxilar antes) HÁBITOS PARAFUNCIONAIS – quebram o equilíbrio da musculatura intra e extra bucal Respiração bucal (hábito mais prevalente) - olheiras - ausência de selamento labial - boca seca - face alongada - maxila não se desenvolve e causa mordida cruzada - se houver interposição de língua também tem mordida aberta anterior Classificação DENTÁRIA - menor extensão - acomete 1 a 2 dentes - mais fácil corrigir FUNCIONAL - desvio da mandíbula - geralmente não coincide linha média ESQUELÉTICA - deficiência de crescimento Diagnóstico Exame extra-oral - deficiência da área zigomática (maxila cresceu pouco no sentido anteroposterior, maloclusão classe 3) - assimetria fácil (desvio mandibular) Exame intra-oral - numero dentes envolvidos (quanto mais dentes envolvidos maior a chance de ser funcional ou esquelética) - alinhamento dental e rebordo vestibular (se o rebordo existe mas o dente está para lingual é uma mordida cruzada funcional; sulco central dos molares – alinhamento) - linhas medianas (observar a linha mediana facial – glabela, filtro labial superior, se não coincidem é uma provável mordida cruzada funcional) Exame funcional - interferências oclusais - desvio funcional de mandíbula - alterações musculares e articulares Dentária - não há envolvimento ósseo - padrão de erupção defeituoso - inclinação incorreta de um ou mais dentes (envolve poucos dentes) - não afeta o tamanho ou formato do osso basal Funcional - em MIH manifesta-se unilateralmente - geralmente envolve grande grupo de dentes - linha média geralmente não é coincidente - em RC (coincide linha média) mordida de topo ou cruzada bilateralmente Esquelética - discrepância estrutural entre maxila e mandíbula levando a uma desarmonia evidente na largura dos arcos - pode estar associada a displasia no sentido antero- posterior - deficiência transversal da maxila - aumento transversal da mandíbula * ou a associação das duas ultimas - é muito visível - geralmente tem mais característica além da mordida cruzada (o cruzamento é mais significativo, palato profundo/ogival, mordida aberta, distância entre molar) * ordem de correção: 1º problema transversal, 2ºanteroposterior, 3º ? (ou seja, corrige primeiro a mordida cruzada) * cervical palatina entre 26 e 16 deve ser maior que 30mm, se for menor é uma mordida cruzada esquelética * 36mm é o ideal, até 34mm é considerado normalidade Tratamento - a mais fácil é a dentária MCP Dentária - elásticos intermaxilares - aparelhos removíveis (com mola, com parafuso expansor) - outros aparelhos (barra transpalatina. Quadri-hélice e similares) ELÁSTICOS INTERMAXILARES - quando o dente antagônico também está fora de posição (inferior para vestibular, superior para lingual) - se só o superior está para lingual e tem um arco lingual inferior pode, porque tem ancoragem nos 2 molares inferiores e não vai ter forças nesse dente - 1 ou 2 dentes cruzados - tempo de correção: 2 a 3 meses - colar 2 botoes ou colocar banda nos dente, unir com um elástico - o dente pode estar já irrompido, mas é melhor se não tiver totalmente para contar com a força de erupção - não precisa de contenção porque o próprio plano oclusal ajuda a manter MOLAS E PARAFUSOS Ativação: - ativação do aparelho na consulta seguinte - 1 ou 2 quartos de volta por consulta (0,5mm) - avaliar a colaboração (uso – se ativar e não encaixar é pq não ta usando) - tratamento aproximado de 12 meses (6m de ativação + 6m de contenção) MCP funcional - aparelhos removíveis (com exapandor encapsulado, com parafusos expansor, com mola coffin) - aparelhos fixos (arco com W de porter – fio 0,9 muito espeço/muita carga - , bihélice, quadrihélice) - ajustes oclusais (quando tem contato prematuro e o paciente desvia a mandíbula por causa do contato) O tratamento é semelhante ao da dentária Fixos: quando conincide a linha média e tem mordida cruzada posterior bilateral acentuada – usa o Disjuntor que é mais forte MCP esquelética Disjuntores palatinos: paciente mais novos de 6 a 12 anos - Haas - Haas modificado – não tem pré-molar, cola no canino, dento-muco-suportado - Hirex – dento-suportado - MCNamara Disjunção cirúrgica: paciente maiores/adultos - MARPE Protocolo de ativação disjuntor 1 quarto de volta = 0,25mm Até 14 anos de idade: - 4 quartos de volta na instalação do aparelho (dentista faz 2, responsável faz 2 – pra ter certeza) RX Oclusal - 2 quartos de volta por dia (1 de manha, 1 a noite) - 2 a 4 quartos de volta no retorno semanal - duração aproximada de 2 a 3 semanas (precisa acompanhar pra ver se está sendo efetivo) RX Oclusal - contenção por 6 meses RX Oclusal * começa a abrir um diastema entre os incisivos (sinal de sucesso clínico) * a maxila sempre abre em V * abre mais na região de incisivos do que na de molar * 10 a 20 libras de força em cada ativação = 5 a 10Kg * quanto mais velho o paciente maior a dificuldade de separar a sutura (porque já está acontecendo o embricamento da sutura palatina mediana, causa a fratura da sutura em alguns pontos) * deve haver sobrecorreção (cúspides palatinas dos posteriores inferiores estiverem ocluindo nas cúspides vestibulares superiores), porque sempre os dentes tendem a verticalizar dentro do osso * quanto em média ganha de espaço no arco dentário superior? 3mm em média Movimento dentários sob ação de forças ortodônticas Correção da maloclusão - Aparelho ortodôntico - Força Força Energia necessária para induzir alteraçõesde movimento e/ou forma dos corpos (na orto altera o movimento) Resultado da ação de um corpo (fio) sobre outro corpo (dente), produzindo movimento - só movimenta a coroa (removível) - para um dente se movimentar é preciso usar uma força - não importa o tipo do aparelho (fixo ou removível) e sim a direção da força Características da força A força é uma GRANDEZA VETORIAL 1 - Magnitude (quantidade de força, quantos gramas eu estou aplicando naquele dente) 2 - Ponto de aplicação (o ponto que a força está sendo aplicada) 3 – Direção (se está para mesial, distal, expandindo) 4 - Sentido 5 - Linha de ação Conceitos gerais Força: massa X aceleração (F= m.a) medida em N, mas usamos em gramas Magnitude pode ser medida em unidades de peso (onças) ou massa (gramas) O ponto de aplicação é indicado pela origem da seta (contato entre o corpo e o ponto de aplicação da força) – ou vai ser no braquete ou na cervical do dente Direção é o corpo da seta e a ponta da seta: - vertical: esta extruindo - transversal: está expandindo Sentido é a ponta da seta (para mesial, distal) Centro de resistência Centro de rotação - todos os dentes tem esses 2 centros, eles podem coincidir ou não Centro de resistência - Cres Ponto através do qual a linha de ação de uma força deve passar para produzir movimento de translação - se aplicar uma força exatamente no Cres o dente se movimenta coroa + raiz, na mesma direção - o dente se movimenta de corpo, é muito mais difícil atingir esse ponto - aparelho fixo consegue esse tipo de força ONDE ESTÁ O CRES? Unirradiculares – no longo eixo do dente, entre o 1/3 cervical e o 1/3 médio da raiz (apical a crista alveolar, entre o terço cervical e médio da raiz) Multirradiculares – entre as raízes, 1 ou 2 mm apical a furca Importante – a posição do Cres varia com a altura do osso alveolar e com o comprimento da raiz Uma força aplicada NO CRES produz movimento de TRANSLAÇÃO Uma força aplicada LONGE DO CRES produz movimento de INCLINAÇÃO Power arm: coloca um fio ortodôntico em cima do centro de resistência do dente e gera o movimento nesse lugar com um elastic ou uma mola Centro de rotação - Crot Ponto onde um corpo sofre rotação quando a força é aplicada fora do centro de resistência, o Crot pode ser um ponto dentro ou fora do dente Um ponto sobre o qual o corpo rotacional determinado pelas suas posições inicial e final - o dente apenas se inclina - é um movimento muito perdido, muito atrapalhado, não é um movimento bom Complicação – os dentes não são corpos livres, estão cercados por ligamento periodontal e osso, que vão resistir às forças aplicadas Momento da força (M) Uma força aplicada fora do Cres, gera uma tendência de rotação que é conhecida como MOMENTO (M) O momento é o produto da magnitude da força (F) e da distância (d) perpendicular entre sua linha de ação e o centro de resistência do corpo - os dois casos vai produzir um momento, se aplicar a mesma força, o momento será maior no 2 caso, pois a distância é maior nesse caso - quanto mais incisal a força for aplicada maior será a distância ao Cres, maior será o momento gerado pela força aplicada no dente (por isso que na mola, o fio precisa ficar mais baixo e próximo ao Cres do molar, para não gerar um Momento muito grande e não inclinar demais o molar) O momento pode ser POSIIVO ou NEGATIVO: Positivo = se o dente girar no sentido horário Negativo = se o dente girar no sentido anti-horário 1 – Gera inclinação, momento positivo 2 – Gera inclinação, momento negativo 3 – Gera inclinação (está acima do Cres), momento negativo Tipos de movimento dentário - inclinação - verticalização - translação - rotação - torque - intrusão - extrusão Tudo depende de onde está aplicando a força e da direção da força Inclinação dentária É um movimento coronário ao redor de um eixo que se encontra próximo ao ápice radicular - a força é aplicada na coroa do dente, a coroa se desloca para o sentido da força e a raiz para o sentido oposto - é o que consegue com aparelho removível, também com aparelho fixo - o ponto de rotação pode variar (estar no dente ou longe dele), mas a força está fora do Cres - 2 lados de compressão (onde o dente encosta no osso) e 2 de tração (ligamento espesso nesse lado) - pode ser considerado como o movimento dentário mais seguro e biológico (porque o movimento fisiológico dos dentes é a inclinação) - força deve ser baixa (até 50g) Verticalização É um movimento no qual a coroa permanece estática enquanto o ápice se desloca no sentido mésio-distal - apenas consegue com aparelho fixo - áreas de pressão e tração Translação Uma força distribuída de forma relativamente uniforme ao longo da superfície radicular, faz a coroa e o ápice radicular se moverem na mesma direção e quantidade, comprimindo o ligamento periodontal uniformemente. É o movimento paralelo ao longo eixo do dente. A raiz se desloca exatamente à mesma distância que a coroa. A força é aplicada no Cres - 1 face toda sobre tração, 1 face toda sobre pressão - é o pior porque o organismo leva muito mais tempo para reparar essa ação, tem que esperar uns 40 dias para ativar o aparelho pra não reabsorver a raiz - aparelho fixo Torque A raiz se desloca no sentido V-L enquanto a coroa se mantém fixa - o ponto de apoio ou Crot é o bracket - apenas aparelho fixo total (porque coloca o fio torcido dentro do slot um fio quadrado torcido) - só consegue quando faz uma dobra no fio ortodôntico - cuidado com o movimento pois pode jogar a raiz contra a cortical óssea e reabsorver a raiz se o torque for muito acentuado Rotação É o movimento do dente em torno do seu longo eixo - é o movimento menos perigoso pois o dente gira sobre o seu longo eixo - a presença de fibras elásticas e oxitalânicas na região cervical aumenta a contração das estruturas supra- alveolare, originando a tendência à reicidiva - só consigo esse movimento se aplicar um binário BINÁRIOS: é quando eu aplico duas forças de igual magnitude, separadas por uma distância, em sentidos opostos ao mesmo tempo Extrusão Tracionar o dente em direção à própria erupção - aparelho fixo ou móvel - é o mais fácil de fazer - apenas áreas de tração dentária Intrusão É a troca de posição de um dente em relação à seus vizinhos, obtida por um movimento de reimplantação do mesmo contra o alvéolo. Movimento dentário no sentido contrário ao sentido de erupção - é o mais difícil, é necessário usar forças leves, pois a força é concentrada em uma pequena área do ápice - apenas com aparelho fixo Alterações histológicas do movimento dentário ortodôntico Periodonto de sustentação Os elementos que sofrem mudanças durante os movimentos dentários são: Ligamento periodontal (células, fibras de suporte, capilares e nervos) e, secundariamente, o Osso alveolar Ligamento periodontal - tecido conjuntivo especializado - situado entre o cemento e o osso alveolar - vasos sanguíneos, células do sistema vascular e nervos - principais células: osteoblastos, fibroblastos e cementoblastos - fluidos tissulares tem função de amortecer e dissipar as forças fisiológicas durante as funções oclusais) Fibras do ligamento periodontal - tenofibrilas (finas, no citoplasma dos elementos celulares) - fibras conjuntivas bastante finas (espaços intersticiais e medulares) - fibras colágenas densas (são as mais importantes pois são as fibras de suporte dos dentes) O ligamento periodontal e o osso alveolar possuem plasticidade, que permite a movimentação dentária fisiológica e a acomodação de pequenos movimentos que ocorrem durante a mastigação Movimentos dentários Os movimentos dentários podem ser fisiológicos ou ortodônticos Movimentosdentários fisiológicos São movimentos naturais, obtidos da reação tissular normal das estruturas de suporte, quando ocorre aplicação de força de curta duração Quando a força é aplicada sobre o elemento dentário, ele desloca-se no interior do espaço alveolar, estirando algumas fibras do ligamento periodontal e comprimindo outras, simultaneamente, o fluido que preenche os espaços entre as fibras também é comprimido contra as paredes ósseas. Com sua drenagem para fora do alvéolo de forma lenta, o líquido exerce uma resistência hidráulica ao movimento dental. As fibras periodontais e o fluido intersticial agem em conjunto, se contrapondo às cargas aplicadas sobre o dente, devolvendo-o a posição inicial EX: - erupção de dentes decíduos e permanente - função durante a mastigação - migração passiva para a oclusal - migração mesial - migração para espaços adjacentes ou antagonistas Movimentos dentários ortodônticos O movimento ortodôntico é baseado no princípio de que se uma pressão prolongada é aplicada a um dente, haverá remodelação óssea. - o osso é removido na área de pressão e adicionado nas áreas de tração - o movimento dentário é um fenômeno do ligamento periodontal O movimento ortodôntico se inicia da mesma forma que o fisiológico, porém como a força aplicada é contínua o fluido intersticial que antes exercia uma resistência hidráulica ao movimento dentário, passa a drenar para os tecidos vizinhos deixando de exercer a pressão que continha o movimento. A raiz então se aproxima da parede do alvéolo, distendendo o ligamento periodontal do lado em que a força está sendo aplicada (tração) e comprimindo as do lado oposto (pressão). O sistema vascular é comprimido, causando um processo inflamatório periodontal cuja reações tissulares levarão à remodelação óssea, com consequente migração dentária REAÇÕES TECIDUAIS FRENTE A MOVIMENTAÇÃO ORTODÔNTICA Reabsorção óssea no lado de pressão Neoformação óssea no lado de tração Reações tissulares Indicam as trocas histológicas ocorridas no ligamento periodontal e no osso alveolar em torno de um dente que tenha sido movimentado com finalidade ortodôntica Também envolvem modificações no tecido mole adjacente Estágios da formação óssea O novo tecido depositado durante a migração dentária apresenta várias fases de evolução. 1 – Osteóide 2 – Osso fasciculado 3 – Osso lamelado Osteóide: é produzido pelos osteoblastos, encontrado em todas as superfícies ósseas onde está havendo nova deposição, não apresenta sanais de calcificação e, por isso, não sofre reabsorção Osso fasciculado: quando surgem os primeiros sinais de calcificação o tecido recebe o nome de osso fasciculado Osso lamelado: quando alcança certa espessura e maturidade as partes desse osso fasciculado reorganizam-se e formam o osso lamelado Quando maior a INTENSIDADE da força ortodôntica, mais demorado será a RECUPERAÇÃO dos tecidos (principal diferença entre movimento fisiológico e ortodôntico) As mudanças causadas pelas forças ortodônticas são mais MARCADAS e EXTENSAS Maior tempo para que se inicie a formação ósseas nas áreas previamente absorvidas por forças ortodônticas Respostas à aplicação de forças ortodônticas Ligamento periodontal Sistema de proteção duplo: mecanismo fibroso e hidráulico Fibras colágenas - articulação entre o dente e o osso (gonfose) GRUPO GENGIVAL - apenas uma das extremidades inseridas no cemento cervical - favorece o contato do dente com a gengiva - responsáveis pela reicidiva nos tratamento ortodônticos - fazer sindesmotomia além a contenção após o tratamento para evitar reicidiva GRUPO TRANSEPTAL (INTER-DENTÁRIAS) - parte do cemento de um dente e insere-se no cemento do outro dente - favorece a manutenção dos pontos de contato entre dentes vizinhos - em casos de extração dentária não deixam de existir - responsáveis pela reicidiva no tratamento GRUPO DA CRISTA ALVEOLAR - articulação do dente ao respectivo alvéolo - partem do cemento e vão até a crista óssea alveolar - relacionadas com os movimentos de lateralidade que um dente apresenta no alvéolo GRUPO HORIZONTAL - parte do cemento e, em trajeto horizontal, atingem a superfície óssea do alvéolo - relacionado aos movimentos de báscula/inclinação GRUPO OBLIQUO - trajeto obliquo, do osso para o cemento - relacionado com a função de sustentação do dente no alvéolo, evitando movimentos de intrusão dentária - são as mais desenvolvidas na espécie humana e também as que estão presentes em maior quantidade GRUPO APICAL - entre o ápice radicular e o fundo do alvéolo - amortecedor de forças na região apical, protegendo os feixes vasculo-nervosos da polpa e ligamento periodontal - resistentes e flexíveis, permitem que o dente resistas à função e aos vários esforços que é submetido Células do ligamento periodontal Fibroblastos – responsáveis pela síntese de calcígeno, fibras colágenas e das anciãs amorfas do ligamento Cementoblastos – responsáveis pela formação de cemento Cementoclastos – responsáveis pela reabsorção do cemento, porém essas células são encontradas em menor quantidade., são raras nessa região Osteoblastos – responsáveis pela formação de osso Osteoclastos – responsáveis pela reabsorção de osso, são encontradas em menor quantidade nesse local TEORIA DA MOVIMENTAÇÃO DENTÁRIA ORTODONTICA Teoria da pressão-tração Baseado nos mensageiros químicos que levam à remodelação óssea a ao movimento dentário A força aplicada provoca uma alteração do fluxo sanguíneo do ligamento periodontal, o fluxo sanguíneo diminui onde o ligamento é comprimido e aumenta onde o ligamento é tracionado, causando reabsorção na área de compressão e neoformação óssea e encurtamento das fibras do ligamento na área de tração Tração nas fibras As fibras periodontais formam um conjunto elástico, assim, quando em tração, são distendidas O efeito da tração da fibra provoca o aumento da atividade osteoblastica e calcificação Tração do osso Na área de tração ocorre neoformação na parede intra-alveolar, tende a regenerar a espessura original do espaço periodontal Forma-se, inicialmente, uma matriz de tecido conjuntivo (osteoide) que é gradualmente calcificado, tornando osso maduro Predominância da atividade osteogênica dos osteoblastos Pressão no osso A resposta do osso à pressão é geralmente reabsorção O osso é removido rapidamente permitindo movimentação dentária Predominância osteoclastica, mesmo frente a uma força menor Tração (fibras) T + (ESTIRAMENTO) = neoformação óssea (osteoblastos) - tração do lado à aplicação da força Pressão P + (COMPRESSÃO) = reabsorção óssea - pressão do lado oposto à aplicação da força ASPECTOS HISTOLÓGICOS DO MOVIMENTO DENTÁRIO Sequência – lado de pressão: 1 – Compressão gradual do ligamento alvéolo-dentário pode durar de 4 a 5 dias é chamado de Período inicial do movimento dentário. Nessa fase NÃO ocorre reabsorção óssea do lado de pressão e, portanto a movimentação dentária é as custas da espessura do ligamento periodontal 2 – Período de hialinização que pode se estender por mais 4 ou 5 dias ou até 2x mais. Nesse período NÃO ocorre movimento dentário propriamente dito, porém há presença de REABSORÇÃO ÓSSEA SOLAPANTE (indireta) no lado de pressão. 3 – Período secundário, onde ocorre principalmente uma REABSORÇÃO ÓSSEA DIRETA (frontal) no lado de pressão O movimento dentário ortodôntico é dividido em 3 fases: 1 – Período primário 2 – Período de repouso 3 – Período secundário Período Primário Lado de Tração: - fibras periodontais são distendidas, produzindo um espessamento do espaço do ligamento periodontal (o movimento dentário é nesse espaço do ligamento) - proliferação de vasos sanguíneos - atividade mitótica do fibroblastosaumenta, intensifica entre 24 e 36 h após a aplicação da força Lado de Pressão: - fibras periodontais são comprimidas, causando uma diminuição do espaço do ligamento periodontal (metade de sua largura inicial) - destruição dos fibroblastos e outras células conjuntivas - número reduzido ou ausente de osteoclastos - diminuição de vasos sanguíneos, reduzindo a vascularização na região Período de Repouso - NÃO ocorre movimentação dentária Lado de Tração: - proliferação de vasos sanguíneos - proliferação de células (fibroblastos, osteoblastos) - início da formação de tecido osteóide (imaturo, não calcificado) Lado de Pressão: - formação de tecido hialinizado (unificação das fibras em uma massa sem estrutura, sem células e sem vasos sanguíneos) na região do ligamento periodontal - número reduzido ou ausência de osteoclastos, no interior do ligamento - proliferação de osteoclastos dentro das cavidade medulares adjacentes, início da reabsorção óssea solapante (indireta ou à distância – reabsorção progressiva e por baixo, retira o osso da cortical em torno da zona de compressão, dentro do espaço medular) IMPORTÂNCIA DA HIALINIZAÇÃO É causada em parte por fatores anatômicos e em parte por fatores mecânicos Fatores anatômicos: forma e o contorno da superfície óssea, se houver fissuras e espaços abertos é provável que haja um período de hialinização curto Fatores mecânicos: magnitude de força e a direção do movimento influenciam a localização e a extensão do tecido hialinizado O período de hialinização humana dura ao redor de 2 a 3 semanas Depois da formação do tecido de hialinização no lado de pressão o dente só se movimentará após o osso subjacente ao tecido hialinizado ter sido eliminado pela absorção solapante. Os osteoclastos não reabsorvem tecido hialinizado, porém, são capazes de absorver e degradar sua matriz orgânica colágena Período Secundário Lado de Tração: - o ligamento periodontal que sofreu espassamento tem as condições histológicas normalizadas - circulação sanguínea retorna ao normal - fibroblastos produzem novas fibras colágenas que se adaptam à nova posição do dente - ocorre aposição óssea (novas espículas ósseas ao longo das fibras estendidas) - o tecido osteoide sofre depósitos de sais de cálcio e lentamente se calcifica (osso fasciculado – osso mais maduro) IMPORTÂNCIA DO TECIDO OSTEÓIDE: serve como matriz orgânica para deposição de substancias minerais. Não é reabsorvível e, portanto, se opõe ao movimento de retorno do dente deslocado.. Quando utilizamos aparelhos de força extra-oral, o osteoide é depositado durante a noite (período de uso do aparelho) e durante o dia impede que o dente retorne a sua posição (período de não uso do aparelho), se deixar de usar o aparelho por muito tempo, ocorre reicidiva, e o osteoide é depositado no lado oposto, atuando como resistência ao movimento dentário (vai precisar usar o aparelho por um período maior de tempo até que se normalize) Lado de Pressão: - aumento gradual do número de novas células do tecido conjuntivo, ao redor dos osteoclastos e onde a pressão é aliviada pela absorção solapante. - atividade osteoclástica direta (reabsorção óssea direta ou frontal – osteoclastos se formam diretamente ao longo da superfície óssea na área onde as fibras são comprimidas) - área de reabsorção não aparece em toda a extensão da zona de pressão, se desenvolve ao nível da lâmina dura em sentido centrípeto ao osso maxilar - com a remoção da parede interna do alvéolo o dente se movimenta FORMAÇÃO ÓSSEA É resultado da tração exercida sobre as fibras periodontais A calcificação do tecido osteóide inicia-se rapidamento, porém, a camada mais superficial continua sem deposição de sais, quando o novo osso fascicular atingir certa espessura, haverá reorganização desse osso que é relacionado ao movimento fisiológico do dente Essas reações tissulares de REMODELAMENTO ÓSSEO, estimuladas pela aplicação de força no dente, permitem que o movimento dentário ocorra sem que haja perda da integridade entre dente e alvéolo Força ótima ou ideal - forças de baixa intensidade não provocam reabsorção óssea - com o aumento da intensidade da força há o início da reabsorção, propiciando o movimento - quando se atinge o grau de movimento máximo, não adianta aumentar a intensidade da força que o dente não se move mais rápido - o movimento dentário também está relacionado com o tempo que a força permanece atuando, reação individual, idade, sexo, área de superfície raducular Existem 3 tipos de forças: 1 – Suaves (60 a 100g) – forças ortodônticas dentárias 2 – Médias (100 a 200g) – forças ortodônticas dentárias 3 – Pesadas (acima de 200g) – forças ortopédicas (450g) FATORES QUE INTERFEREM NO MOVIMENTO DENTÁRIO - meio anatômico - magnitude de força - duração da aplicação da força - modo de aplicação da força - função oclusal - idade do paciente - direção de aplicação da força (tipos de movimentos dentários) Meio anatômico DENSIDADE ÓSSEA: quanto maior a densidade óssea, menor os espaços medulares, reabsorção óssea mais difícil LIGAMENTO PERIODONTAL: espessura variável FORMA E TAMANHO DO DENTE: determina a resistência por unidade de superfície POSIÇÃO DO DENTE: os dentes da maxila deslocam-se mais rapidamente do que os da mandíbula Magnitude de força - determina a duração da hialinização - força muito intensa = período de hialinização mais prolongado, formação de zonas hialinizadas secundárias Duração da aplicação da força - o ligamento periodontal deve ter períodos de reorganização, para reestabelecer seu suprimento sanguíneo e proliferação celular - é melhor uma força intensa/curta do que uma leve/contínua Modo de aplicação da força FORÇAS CONTÍNUAS: - aparelho fixo - movimento dentário contínuo - mantém a mesma magnitude de força por um tempo indefinico (ex: mola) - tecidos periodontais sem nenhum descanso, privação do tempo de reorganização - deslocamento por etapas FORÇAS DISSIPANTES - movimento dentário interrompido - forças contínuas, porém de magnitude crescente dentro de um período pequeno (3-4 semanas) - presença de um período de reorganização dos tecidos periodontais - melhor tipo de força para movimentar os dentes FORÇA INTERMITENTE - movimento dentário intermitente - aparelho móvel - movimento de curta duração (impulso ou golpe de curta duração durante períodos, com uma série de interrupções) - força é ativada quando o aparelho está na boca e não existe quando ele é removido - deslocamento em forma de INCLINAÇÃO (é uma desvantagem) FORÇAS FUNCIONAIS - surgem apenas durante a função bucal normal (ex: deglutição – ativador dirige as forças das contrações musculares contra os dentes) - associadas a aparelhos removíveis sem grampos - não são fáceis de controlar - movimento dentário é lento Função oclusal - movimento é impedido pela intercuspidação oclusal, o dente não se movimenta - uso do plano de mordida (o desgaste dentário não é indicado, pois a superfície desgastada pode ser necessária para dar estabilidade oclusal depois) Idade do paciente - as respostas biológicas são mais lentas no adulto do que na criança - também influencia do tipo e qualidade do osso formado - a fase de hialinização do adulto é maior, precisa de um tempo de contenção maior também Direção de aplicação da força - dependendo de onde aplica a força o movimento dentário vai ser diferente (inclinação, translação, verticalização, etc) - também influencia na resposta histológica Exames de imagem e suas indicações em odontologia Exame de imagem: engloba uma série de técnicas e modalidade, algumas que envolvem radiação ionizante e outras não. Os exames de imagens mais usados em odontologiasão: extrabucais e intrabucais Extrabucais Radiografica Panorâmica - obtém uma imagem geral dos maxilares - usada na avaliação das dentições, ausência de elementos dentários, auxilio na avaliação do suporte ósseo periodontal, posicionamento de terceiros molares inclusos Teleradiografia em norma lateral - muito usada como base para o traçado cefalométrico de pacientes ortodônticos - avaliação de adenoides, processos patológicos e traumatismos Telerradiografia Póstero-anterior (PA) de crânio - permite avaliar o crescimento lateral do crânio e detectar assimetrias e anormalidades dos seios da face - projeção de Waters: variação de posicionamento do paciente (B) - auxilia no planejamento ortodôntico, na avaliação de pacientes com politraumatismos e em cirurgias ortognaticas Radiografia de ATM - avaliação da articulação temporomandibular e seus contornos anatômicos (côndilo, fossa articular e limite articular anterior) - visualização do posicionamento do côndilo durante a oclusão e abertura máxima Intabucais Radiografia periapical - visualizar de forma mais detalhada o ápice radicular e possíveis patologias associadas a ele, além do espaço do ligamento periodontal e a crista óssea alveolar Radiografia interproximal - investigação de cáries e outras patologias relacionadas às coroas dos dentes Radiografia oclusal - investigação de patologias intra-ósseas e posicionamento de dentes inclusos Outros exames: - tomografia computadorizada Cone Beam (imagens em 3D em diversos cortes – implanto) - ressonância magnética (não utiliza radiação ionizantes, é uma espectroscopia, indicada para observar tecidos moles) Documentação Ortodontica - é sempre solicitado antes de iniciar o tratamento Cefalometria 3D: - é uma analise que vai além do plano bidimensional, considera outras características do paciente, como assimetrias faciais. - fornece dados mais concretos, porém esse exame exige que o paciente se submeta a uma tomografia computadorizada, que o expõe a 4X mais à radiação ionizante do que em um RX panorâmico - deve ser corretamente indicada, considerando a relação custo-benefício para o paciente Introdução à Cefalometria Cefalometria Fase empírica (antropologia) Fase científica (1931) - Broadbent – USA - Hofratg – Alemanha Cefalometria radiográfica - origem na craniometria - feita em uma cefalostato (1931) POSIÇÃO DA CABEÇA DO PACIENTE - posicionadores auriculares no conduto auditivo externo - indicador nasal na altura do násio Plano sagital mediano: - paralelo ao filme e perpendicular ao feixe de raio X Plano horizontal de Frankfort: - paralelo ao solo DISTÂNCIA OBJETO – FILME Fator de nitidez e distorção: - plano sagital mediano ao filme de 9 a 13 cm - ampliação de 6 a 8,5% POSIÇÃO FOCO – OBJETO Raio central - nível do meato acústico externo - perpendicular ao filme Distancia foco-objeto - 5 pés ou 1,524 m RELAÇÃO ENTRE Ma, KVp E TEMPO DE EXPOSIÇÃO mA: 50 – 100 mA - determina a densidade da radiografia - fator perigoso da radiação Quilovoltagem: 80 – 96 KVp - determina o contraste entre os tecidos duros e moles Tempo de exposição - ecran (20x) Relação mA – KVp - determinante da força de penetração dos raios X ORIENTAÇÕES AO PACIENTE - manter os dentes em oclusão - lábios em repouso - não deglutir ou respirar Traçado Cefalométrico Manual ou computadorizado Aplicações da cefalometria - estudo do crescimento crânio-facial - diagnóstico e planejamento do tratamento - avaliação do espaço naso-faringeano - diagnóstico das assimetrias esqueléticas através das radiografias póstero-anteriores - avaliação de resultados pós-tratamento Pontos, linhas e planos cefalométricos Pontos cefalométricos CRITÉRIOS PARA SELEÇÃO - universalidade ou frequência de uso - importância para um determinado plano de referencia - definição obscura ou controvertida ou método de localização no filme PONTOS CEFALOMÉTRICOS Impares: situados no plano sagital mediano Pares: situados em estruturas bilaterais Identificados sobre: - radiografias cefalométricas laterais e frontais Pontos situados sobre a rx lateral Pontos sagitais Pontos situados no plano médio sagital - ÍMPARES PONTO S: sela turca, situado no centro geométrico da sela turca PONTO N: násio, ponto mais anterior da sutura naso- frontal PONTO ENA: espinha nasal anterior, ponto situado na extremidade da espinha nasal anterior PONTO ENP: espinha nasal posterior, ponto situado na extremidade da espinha nasal posterior PONTO PR: próstio, ponto mais anterior do processo alveolar da pré-maxila, geralmente situado entre os incisivos centrais, na extremidade do septo inter-alveolar PONTO A: subespinhal, ponto mais profundo do contorno da pré-maxila, entre a espinha nasal anterior e o próstio PONTO ID: infradental, ponto mais anterior do processo alveolar da mandíbula, geralmente situado entre os incisivos centrais, na extremidade do septo inter-alveolar PONTO POG: pogônio, ponto mais anterior do contorno da sínfise mandibular PONTO B: supramental, ponto mais profundo do contorno do processo alveolar da mandíbula, entre os pontos infra-dental e pogônio PONTO ME: mentoniano, ponto mais inferior do contorno da sínfise mandibular PONTO GN: gnátio, ponto situado na metade da distancia entre os pontos mais anterior (pogônio) e o mais inferior (mento) do contorno da sínfise mandibular PONTO BA: básio, ponto situado na extremidade inferior do clivus que começa na margem anterior do forame magno Pontos laterais – BILATERAIS PONTO PT: pterigoide, ponto situado na extremidade mais superior e posterior da fissura ptérigo-maxilar esquerda PONTO OR: orbitário Craniometria – ponto mais inferior sobre a margem inferior da órbita esqueda Cefalometricamente – ponto médio entre os dois contornos orbitários (direito e esquerdo) PONTO PO: pório Anatomico – ponto mais superior do conduto acústico externo Mecânico ou instrumental – ponto mais superior da projeção radiográfica dos posicionadores auriculares do cefalostato PONTO GO: gônio, ponto determinado pela bissetriz do ângulo formado por tangentes à borda posterior e à borda inferior da mandíbula Pontos situados no perfil dos tecidos moles PONTO LS: lábio superior, ponto mais proeminente do lábio superior PONTO LI: lábio inferior, ponto mais proeminente do lábio inferior PONTO POG’: pogônio mole, ponto mais anterior do contorno da sínfise mandibular de tecido mole PONTO MN: situado no meio da borda inferior do nariz Linhas e planos cefalométricos LINHA S-N: sela-násio, união dos pontos S e N LINHA N-A: linha násio-ponto A, união dos pontos N e A LINHA N-B: linha násio-ponto B, união dos pontos N e B LINHA N-Ba: násio-básio, união dos pontos N e Ba LINHA S-Gn: sela-gnátio, união dos pontos S e Gn LINHA PT-GN: eixo facial, união dos pontos Pt e Gn LINHA A-Pog: linha A-pogonio, união dos pontos A e Pog LINHA S DE STEINER: linha traçada do ponto situado no meio da borda inferior do nariz (MN) e tangente ao meato (Pog’) PLANO Go-Gn: plano mandibular de Steiner, obtido pela união dos pontos Go e Gn PLANO HORIZONTAL DE FRANKFORT: obtido pela união dos pontos Po e Or Análise Cefalométrica Objetivos do tratamento ortodôntico - equilíbrio das linhas faciais - estabilidade dentária após tratamento - tecidos bucais sadios - função mastigatória eficiente Medidas Análise cefalométrica simplificada - instrumento de diagnóstico, prognóstico e planejamento do tratamento ortodôntico - permite avaliaro padrão esquelético da face, o padrão dentário e o perfil facial É um sistema que visa definir, em valores numéricos, os componentes cranianos e faciais, esclarecendo como estas partes, independentemente, afetam o conjunto Padrão esquelético da face: estabelecer a relação antero-posterior da maxila e mandíbula com a base do crânio, bem como a relação dessas bases ósseas entre si, além de determinar diferentes tipos morfológicos Padrão dentário: descreve a relação dos incisivos superiores e inferiores com suas respectivas bases ósseas e a relação angular que estes dentes mantém entre si Perfil facial: avaliar a relação que se estabelece entre a quantidade de tecido mole existente sobre a sínfise, contorno do nariz, lábio superior e inferior, de tal modo que podemos determinar o tipo de perfil que o paciente apresenta e as modificações previstas no final do tratamento Avaliação do padrão esquelético Plano Horizontal (SNA, SNB e ANB) Plano Vertical (SN-Go.Gn, NS.Gn, Eixo facial) Ângulo SNA: determinado pela intersecção das linhas SN e NA. - registra o grau de protusão ou de retrusão da maxila em relação à base anterior do crânio VALOR NORMAL = 82º +/- 2º (maxila bem posicionada em relação a base anterior do crânio) > 84º = protrusão maxilar < 80º = retrusão maxilar Ângulo SNB: intersecção das linhas SN e NB. - expressa o grau de protrusão ou de retrusão da mandíbula em relação à base anterior do crânio VALOR NORMAL = 80º +/- 2º (mandíbula bem posicionada em relação à base anterior > 82º = protrusão mandibular < 78º = retrusão mandibular Ângulo ANB: interseção das linhas NA e NB. - representa a relação antero-posterior entre maxila e mandíbula - corresponde à diferença entre os ângulos SNA e SNB VALOR NORMAL = 2º +/- 2º - a partir de variações do ângulo ANB podemos fazer a classificação esquelética das maloclusoes, de tal forma que: ANB = 0º a 4º - maloclusão esquelética Classe I ANB > 4º - maloclusão esquelética Classe II ANB < 0º - maloclusão esquelética Classe III Ângulo SN.GoGn: interseção do plano mandibular (GoGn) com a linha SN - mede o grau de abertura e a altura vertical da porção anterior da mandíbula VALOR NORMAL = 32º +/- 3º (29 a 35 – equilíbrio entre o crescimento vertical e horizontal) < 32º = indicam bom padrão de crescimento facial > 35º = indicam podre padrão de crescimento < 29º = tendência de crescimento horizontal > 35º = tendência de crescimento vertical TRANSFERÊNCIA DA LINHA GO-GN: 1 – o esquadro menor deve estar coincidindo com a linha Go-Gn (plano mandibular) 2 – o esquadro maior deve estar em contato com o esquadro menor 3 – fixar o esquadro maior de forma que ele não se mova 4 – mantendo o esquadro maior fixo, o esquadro menor ira deslizar encostado no esquadro maior em direção a linha S-N até que haja interseção entre elas 5 – o ângulo formado entre as duas linhas deverá ser medido - a linha tracejada é paralela ao plano mandibular Ângulo NS.Gn: determinado pela interseção das linhas SN e SGn - expressa a direção de crescimento mandibular VALOR NORMAL = 67º +/- 3º (64 a 70º - equilíbrio entre a rotação horária e anti-horária da mandíbula) < 64º = rotação anti-horária da mandíbula > 70º = rotação horária da mandíbula Eixo facial: determinado pela interseção das linhas N-Ba e Pt-Gn. - registra a direção do crescimento mandibular e expressa a proporção da altura facial em comparação com a profundidade da face VALOR NORMAL = 90º =/- 3º - de acordo com as variações do ângulo do eixo facial (quadrante inferior esquerdo) podemos classificar os tipos morfológicos da face em: 87 a 93º = Mesofacial < 87º = Dolicofacial > 93º = Braquifacial Avaliação do padrão dentário Ângulo incisivo superior – NA: interseção do longo eixo do incisivo central superior com a linha NA - indica o grau de inclinação axial desse dente com a referida linha VALOR NORMAL = 22º (incisivo central superior bem posicionado em relação à sua base óssea) > 22º = inclinação axial aumentada < 22º = inclinação axial reduzida Distancia do incisivo central superior – NA: distância do ponto mais proeminente da coroa do incisivo central superior até a linha NA - expressa, em milímetros, a relação antero-posterior deste dente com a linha NA VALOR NORMAL = 4mm > 4mm = protrusão dos IC em relação a linha NA < 4mm = retrusão dos IC em relação a linha NA Ângulo incisivo inferior – NB: interseção do longo eixo do incisivo central inferior com a linha NB - mede o grau de inclinação axial deste dente com a referida linha VALOR NORMAL = 25º (ICI bem posicionado em relação à sua base óssea) > 25º = inclinação axial aumentada < 25º = inclinação axial reduzida Distancia incisivo inferior – NB: distância do ponto mais proeminente da coroa do incisivo central inferior até a linha NB - expressa em milímetros a relação antero-posterior deste dente com a linha NB VALOR NORMAL = 4mm > 4mm = protrusão < 4mm = retrusão Avaliação do perfil facial É feita por meio da linha de Steiner, que avalia a relação entre os tecidos moles e o perfil facial. Essa linha se estende do ponto MN, situado na metade da borda inferior do nariz até o ponto Pog’, que corresponde ao pogonio tegumentar Tecido duro Ângulo NAPg: interseção da linha NA com a linha APg VALOR NORMAL = 0º (-8,5º a +10º) – Perfil ósseo Reto < -8,5º = perfil ósseo Côncavo > 10º = perfil ósseo Convexo Tecido mole Linha S – Ls e Li: Soft Tissue, distancia dos pontos mais proeminentes dos lábios superior (Ls) e inferior (Li) à linha S Análise Cefalométrica Simplificada Análise da Dentição Mista Análise da dentição mista Permite determinar o tamanho dos dentes permanentes que ainda não irromperam anteriores aos primeiros molares permanentes, com o intuito de prever qualquer deficiência de espaço nos arcos dentários para, assim, atuar de maneira precisa É um importante meio de diagnostico através do qual se determina a discrepância ósseo dental do arco dentário, ou seja, a relação entre o espaço avaliado no arco (espaço presente) e o espaço requerido para os dentes permanentes sucessores Objetivos principais - avaliar a quantidade de espaço disponível no arco para os dentes permanente sucessores, bem como os ajuste oclusais fisiológicos necessários - informar se há espaço suficiente para caninos e pré molares irromperem - decidir se haverá necessidade de manter ou recuperar espaço para caninos e pré molares Considerar: - o perímetro do arco (espaço disponível) - o tamanho de todos os dentes permanentes anteriores aos 1º molares permanentes (espaço requerido) - as alterações no perímetro do arco que podem ocorrer com o crescimento e desenvolvimento Circunferência do arco é a distância entre a superfície mesial do primeiro melar permanente de um lado do arco e a superfície mesial do mesmo dente do lado oposto. Essa circinferencia diminui continuamente com a idade, devido a: - deslocamento mesial tardio dos 1º molares permanentes a medida que o espaço disponível é ocupado pela erupção de caninos e pré molares - tendência ao deslocamento mesial dos dentes posteriores durante toda a vida - pequenas quantidades de desgaste interproximal - posicionamento lingual dos incisivos devido ao crescimento diferencial maxilomandibular - posição inclinada original dos incisivos e molares Nomenclatura Espaço avaliado/presente (EA) refere-se ao espaço disponível a partir da face mesial do primeiro molar permanente de um lado a face mesial do primeiro molar permanente do lado oposto do arco Espaço requerido (ER) representa a soma dos diâmetros mésiodistais de incisivos, caninos e pré molares Discrepância ósseo dental (DM) é a diferença entre os valores doespaço disponível e do espaço requerido. Pode ser negativa ou positiva NEGATIVA ( - ): quando o espaço requerido for maior que o espaço presente, indica que haverá falta de espaço para o alinhamento correto dos dentes NULA: quando o espaço requerido for igual ao espaço presente POSITIVA ( + ): quando o espaço requerido for menor que o espaço presente, indicando excesso de espaço para alinhamento dos dentes Materiais necessários - modelos ortodonticos na dentição mista - compasso de ponta seca - régua milimetrada - transferidor - lapiseira - tabela Método de Moyers - não utiliza exames radiográficos, usando apenas os modelos de estudo, obtendo medidas mais precisas - baseado em que existe uma correlação entre o diâmetro mésiodistal dos dentes de uma mesma dentição, a largura mésiodistal dos dentes pode ser maior ou menor que a média, porém, a correlação de tamanho entre eles sempre existe - utiliza o diâmetro mésiodistal dos dentes que já irromperam para determinar o diâmetro daqueles que ainda não haviam irrompido - o dente utilizado de referência é o Incisivo inferior, pois: primeiros a irromperem, fácil medição, bom nível de correlação de tamanho com outros grupos dentários, raramente apresentam anomalias de forma e tamanho, dificilmente estão ausentes congenitamente Vantagens - possui um erro sistemático mínimo e sua variação é conhecida, podendo a média ser calculada - pode ser feito com igual segurança tanto pelo principiante como pelo especialista - não exige muito tempo - não necessita de equipamento especial ou radiografias - pode ser feito tanto na boca como em modelos de gesso - pode ser usado em ambos os arcos Como realizar a medida? 1 - medir com o compasso de ponta seca a dimensão mésio-distal dos incisivos superiores e inferiores e transferir para a tabela, desse modo é possível calcular qual o espaço necessário para o alinhamento desses dentes 2 - determinar a linha média do arco superior e inferior Arco superior: eleger 2 ou 3 pontos médios sobre a sutura palatina mediana, com o transferidor fazer coincidir esses pontos com a linha do 90º do transferidor e marcar no modelo Arco inferior: articular os modelos em RC e a linha média superior é transferida para o modelo inferior 3 - determinar o espaço dos incisivos, com o compasso de ponta seca medir o tamanho do IC e IL na ficha e transferir para o modelo, fazer isso em ambos os lados 4 - espaço remanescente/presente: posicionar o compasso na última marcação feita a abrir até a face mesial do 1º molar permanente (essa medida é o que tem disponível após alinhamento dos incisivos para os Caninos e Pré molares permanentes), marcar em mm esse espaço na tabela 5 – espaço requerido: espaço necessário para alinhamento dos caninos e pré molares, utilizando a tabela de Moyers (prever com certo grau de confiança o tamanho desses dentes permanentes que ainda não irromperam), somar os diâmetros mésiodistais dos incisivos inferiores e buscar na tabela, sobre a coluna de 75%, o tamanho dos caninos permanentes e pré- molares 6 – anotar a estimativa para cada um dos hemi-arcos 7 – cálculo da discrepância de modelos setorizado (ou seja, para cada hemi-arco) Oclusão Normal na Dentição Permanente MISCIGENAÇÃO – herança de características oclusais diferentes (osso pequeno + dentes grandes) Desenvolvimento do conceito de oclusal Período fictício (antes de 1900) – não tinha recursos, analise baseada em contar os dentes Período hipotético (1900 a 1930) – Angle, tinham muitas hipóteses Período verídico (a partir de 1930) – Cefalometria radiográfica, avaliar o posicionamento dos dentes, e a posição da maxila e mandíbula em relação à base do crânio Conceitos de oclusão normal “A oclusão dentaria normal pode ser definida como um complexo estrutural caracterizado por uma relação normal dos chamados planos inclinados oclusais dos dentes, que se encontram situados individualmente e coletivamente em harmonia arquitetônica com seus ossos basais e com a anatomia craniana, apresentando pontos de contato proximais e posições axiais corretas e, tendo associado a eles, crescimento e desenvolvimento, posição e correlação normais de todos os tecidos e estruturas adjacentes.” OCLUSÃO IDEAL X OCLUSÃO NORMAL - ideal: é hipotética, não tem defeitos e nem variações - normal: apresenta variações individuais e aceita certos limites de normalidade Características da oclusão normal - dentes, arcos, base óssea e face - 32 dentes (pode desconsiderar os 3º molares) - diferentes formatos, diferentes funções - harmonia entre tamanho do osso basal e dos dentes Forma dos arcos dentários MESOCEFÁLICO - arco dental mais parabólico BRAQUICEFÁLICO - musculatura mais forte - arco dental trapezoidal ou quadrado DOLICOCEFÁLICO - paciente mais vertical - arco mais alongado, tendência a um triangulo Todos podem apresentar uma oclusão normal, não é um regra, existem variações Para que o paciente apresente uma oclusão normal é necessário avaliar vários aspectos: Contorno dos arcos dentários - diferenças no volume dentário V-L dos dentes - reentrâncias (INSET) ou saliências (OFFSET) - achatamento (TOE IN) no 2º molar superior Precisa ter um alinhamento lingual correto, para ser reconhecido pela língua, se os dentes têm volumes diferentes é preciso ter reentrâncias ou saliências, para que todos os dentes tenham o mesmo alinhamento lingual Linha de oclusão Verificação do alinhamento dos arcos dentários Arco superior: passar uma linha contornando o sulco central dos dentes posteriores e os cíngulos dos dentes anteriores Arco inferior: passa uma linha pelas cúspides vestibulares dos dentes posteriores inferiores e pelos bordos incisais dos dentes anteriores inferiores Relações entre os arcos dentários SENTIDO VERTICAL Arco superior: - o bordo incisal do IC se posiciona 0,5 mm abaixo do bordo incisal do IL - a ponta de cúspide do canino 0,5 mm abaixo do IC - as cúspides dos pré molares e molares na mesma altura do bordo incisal do IC (mesmo plano vertical) Arco inferior: - cúspide dos molares e pré molares na mesma altura dos incisivos - ponta de cúspide do canino 0,5mm acima dos outros dentes SENTIDO TRANSVERSAL - o arco superior deve ser 2mm mais largo do que o arco inferior Contatos oclusais RELAÇÃO DOS PLANOS INCLINADOS OCLUSAIS - cada dente superior oclui em 2 dentes inferiores Canino - o plano inclinado mesial da cúspide do canino superior esquerdo esta ocluindo no plano inclinado distal da cúspide do canino inferior esquerdo - o plano inclinado distal da cúspide do canino superior esquerdo está ocluindo no plano inclinado mesial da cúspide vestibular do 1ª pré molares inferior esquerdo 1º Molar superior - elimina a cúspide distal do 1º molar inferior - o plano inclinado mesial da cúspide mésio vestibular do 1º Molar superior esquerdo está ocluindo no plano inclinado distal da cúspide mésio vestibular do 1º molar inferior esquerdo CHAVE DE OCLUSÃO - quando o centro da cúspide mésio vestibular do 1º molar superior está ocluindo no sulco vestibular do 1º molar inferior Inclinação axiais Superior - no sentido V-L todos os dentes tem inclinação Vestibular - no sentido M-D todos os dentes tem inclinação Mesial Inferior - no sentido V-L tem diferentes inclinações IC e IL – verticais em relação ao osso, sem inclinação C – ligeiramente vestibular - a inclinação é gradual a partir daqui, se acentua conforme vai para a posterior: 1º PM e 2º PM – lingual 1º M – acentuadamente lingual 2º M – acentuadamente lingual 3º M – acentuadamentelingual - no sentido M-D todos os dentes são Verticais Curva de Spee Linha vertical no sentido antero-posterior das superfícies ocluais - reversa - reta - acentuada Oclusão normal deve ser reta ou ligeiramente acentuada Curva de Wilson Curva no sentido horizontal/transverso que passa pelas pontas das cúspides vestibulares e linguais dos molares - resulta da inclinação axial lingual dos dentes posteriores inferiores e superiores - promove a correta desoclusão na dentição normal Sobremordida (overbite) É o trespasse vertical dos incisivos superiores sobre os incisivos inferiores quando as arcadas estão fechadas - normalidade é de que o incisivo superiores cubra no máximo 1/3 do incisivo inferior (3mm) Alterações durante a idade: - incisivos: profunda - dentição mista: sobremordida leve - dentição permanente: 3mm 0% quando a sobremordida é topo-topo e 100% quando é total (o incisivo superior cobre todo o incisivo inferior) Sobressaliencia (overjet) É o trespasse horizontal dos incisivos superiores em relação dos incisivos inferiores - normalidade 1 mm (limite de variação de até 3mm) - diminuído ou aumentado são incorretos Contatos proximais - distribuição das cargas - alimentação (pra não ir direto ao tecido gengival) - estabilização dos arcos SENTIDO V-L - mais ou menos no meio do dente na região de incisivos e caninos - mais para vestibular nos dentes posteriores SENTIDO CÉRVICO-OCLUSAL Arco superior - entre o terço incisal e médio da coroa, nos incisivos e caninos - na crista marginal em dentes posteriores (por isso nivela as cristas durante o tratamento ortodôntico) Arco inferior - posterior é igual - próximo ao bordo incisal nos incisivos e caninos (barra lingual deve ser coloca nessa região para estabilizar melhor os dentes) Função muscular e equilíbrio da oclusão M-D e vertical - contato com antagonista - contato mesial e distal com dentes vizinhos - processo alveolar e tecidos periodontais impedem a intrusão Vestíbulo-Ligual - língua, bochecha e lábios fazendo força no sentido oposto Guias de oclusão dinâmica CORRETA DESOCLUSÃO - lateralidade direita e esqueda (toca somente o canino no lado de trabalho e desoclui todos os outros dentes do lado de balanceio) – função em grupo não é normal em oclusão permanente - protrusiva (2 pontos de contatos entre incisivos superiores e inferiores e o restante deve desocluir) - ausência de interferências Harmonia facial TERÇOS FACIAS - devem ser proporcionais (do mesmo tamanho) - o terço inferior é dividido em 1/3 superior e 2/3 inferiores - uma face harmônica é esperado encontrar uma oclusão correta, já uma face desarmônica é esperado uma oclusão incorreta
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