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68 ISSN: 2179-9660 REVISTA FAIPE. Cuiabá, v. 5, n. 1, p. 68-78, jul./dez. 2015. FISIOTERAPIA NA REABILITAÇÃO DA TENDINOPATIA PATELAR SANTANA, Marcio José Santana1 TEIXEIRA, Ana Paula Teixeira2 PRADO, Maristela3 BORGES, Nelma Marques Borges RESUMO A tendinopatia patelar é uma afecção que acontece no joelho do paciente devido a uma sobrecarga do aparelho extensor do joelho, é conhecido como “joelho de saltador”, pois essa patologia é muito comum em atletas que praticam esportes de salto (basquetebol, voleibol, atletismo e handebol). E é integrado a fatores intrínsecos e extrínsecos. A tendinopatia patelar acomete principalmente o tendão patelar, ocasionando dor quando é feita a palpação na região da tuberosidade tibial, que geralmente acontece quando o paciente faz algum tipo de esforço que necessite fazer uma contração do músculo quadríceps. O presente estudo teve por objetivo verificar através de referências bibliográficas, a causa, a eficácia do tratamento fisioterapêutico, identificando os principais procedimentos utilizados no tratamento conservador e fisioterapêutico da tendinopatia patelar. Palavras chave: Joelho saltador. Tendinopatia patelar. Tratamento conservador. ABSTRACT The patellar tendinopathy is a condition that happens in the knee of the patient due to an overload of the knee extensor apparatus , is known as " jumper's knee " because this disease is very common in athletes who practice jumping sports ( basketball, volleyball , athletics and handball ) . It is integrated into intrinsic and extrinsic factors . The patellar tendinopathy affects mainly patellar tendon, causing pain when it is done palpation in the tibial tuberosity region, which usually happens when the patient makes some kind of effort you need to do a contraction of the quadriceps muscle. This study aimed to verify through references, the cause, the effectiveness of physical therapy, identifying key procedures used in the conservative and physical therapy treatment of patellar tendinopathy. Keyword: Knee jumper. Patellar tendinopathy. Conservative treatment. 1 Acadêmicos do 8º semestre do Curso de Fisioterapia da faculdade Instituto Cuiabá de ensino e educação (ICEC) – Cuiabá/MT. 2 Fisioterapeuta, Coordenadora do curso de Fisioterapia da faculdade ICEC – Cuiabá/MT 3 Coordenadora pedagógica da faculdade ICEC – Cuiabá/MT. 69 ISSN: 2179-9660 REVISTA FAIPE. Cuiabá, v. 5, n. 1, p. 68-78, jul./dez. 2015. 1 INTRODUÇÃO Verificou-se que na maioria das práticas desportivas, a lesão tendinosa ocorre com mais frequência, e é comum entre os atletas. Esta lesão também chamada de tendinopatia patelar afetam os atletas que praticam esportes de competição. Estudos feitos apontam que as tendinopatia ocorrem por sobreuso, devido às degenerações e desorganização das fibras de colágeno, aumento das substancia mucóide e da vascularização, além de aparecer no local tecidos necrótico. Quando isso acontece há um aumento de células devido à presença de células de fibroblastos e a falta ou ausência de células inflamatória. Foram feitos alguns estudos, estudos este bioquímico que demonstrou que a causa da dor não é de natureza inflamatória, pois a sua origem não foi bem explicada¹⁰. No passado, era usado o termo tendinite patelar mais com o tempo essa denominação foi caindo no desuso. E o termo tendinopatia patela começou a ser usada para descrever as lesões causadas por sobreuso do tendão patelar¹². 2 METODOLOGIA No presente estudo, realizamos uma revisão bibliográfica no mês de abril a junho de 2015. A busca foi realizada através de sites SCIELO, PUBMED, MEDLINE e através de artigos científicos e livros. Datados nos anos de 2003 a 2013. 3 DEFINIÇÃO A tendinopatia é causada devido a uma sobrecarga que acontece no aparelho extensor do joelho, com isso há o aparecimento da dor quando o local é palpado ocasionando um défice funcional. A região do joelho mais acometido é a porção profunda do tendão patelar localizado no pólo inferior da patela. Também chamado de JUMPER’s KNEE ou joelho de saltador, pode se acometido em atletas que praticam esportes de salto⁴. 70 ISSN: 2179-9660 REVISTA FAIPE. Cuiabá, v. 5, n. 1, p. 68-78, jul./dez. 2015. 4 ETIOLOGIA As causas devem ser avaliadas durante o tratamento. A causa da tendinopatia patelar abrange vários fatores, que envolve causas intrínsecas e extrínsecas. Fatores extrínsecos: ocorrem quando a um grande esforço em que haja repetições durante as atividades que envolvem corrida e saltos. Essas afecções acometem atletas que praticam modalidades esportivas como: basquetebol, vôlei, futebol, atletismo, tênis e esqui¹‾⁴. Estudos comprovaram que atletas que treinam mais de três vezes por semana tem maior probabilidade de adquirir tendinopatia patelar, do que atletas que treinam com menor frequência⁵. Fatores intrínsecos: os fatores intrínsecos são classificados como características físicas de cada individuo, e são verificados por fatores chamados de antropométricos como: Idade; Sexo; Peso; Altura. Também podem ser verificada morfologicamente, através da diminuição da flexibilidade, diminuição da força muscular, forma da patela, com alterações do alinhamento de membros inferiores e frouxidão ligamentar³. Trabalhos realizados por COOK 2004 usou 135 atletas juniores de basquetebol entre homens e mulheres, verificou-se que a flexibilidade e a habilidade dos mesmos em saltar tinha algum tipo de associação com a lesão. Segundo os autores (FERRETTI, IPPOLITO e, MARIANI, 1983), os saltos verticais são os maiores causadores de tendinopatia patelar, devido ao encurtamento que acontece na musculatura posterior da coxa dos praticantes de esportes que utilizam o salto na pratica esportiva. 71 ISSN: 2179-9660 REVISTA FAIPE. Cuiabá, v. 5, n. 1, p. 68-78, jul./dez. 2015. 5 AVALIAÇÃO CLÍNICA A tendinopatia patelar é caracterizada por uma dor localizada na parte anterior do joelho devido atividades físicas em excesso. A dor é de caráter gradual, insidioso, com o aumento da intensidade dos treinos, devido o excesso de movimentos repetitivos. A dor geralmente aparece no final das atividades físicas, e desaparece quando o atleta volta a fazer aquecimento ou novas atividades físicas¹⁸. Com a evolução da patologia pode ocasionar manifestações de dor noturna atrapalhando ou dificultando o sono do paciente¹⁹. Dor ao subir e descer escadas e quando o paciente fica com os joelhos flexionados por um período extenso¹³. A tendinopatia patelar é classificada em graus de dor do paciente. Grau I sente dor leve logo após as atividades físicas; Grau II sente dor logo o inicio dos exercícios, mas não tendo um comprometimento de seu rendimento esportivo; Grau III sente dor durante e pós as atividades físicas, tendo uma piora muito significativa, atrapalhando o rendimento esportivo; Grau IV neste grau ira ter uma ruptura parcial ou total do tendão patelar Esta classificação mostra apenas três graus de tendinopatia patelar, pois o grau quatro será classificado como uma ruptura deste tendão¹‾². 6 INCIDÊNCIA A tendinopatia patelar acomete em maior grau os atletas como os jogadores de basquete 15%, handebol 25% e vôlei 83% devido ao esporte que provoca movimentos repetitivos de saltos, corridas com paradas bruscas, estas lesão ocorrer devido a pouca capacidade do tendão em fazer uma extensão correta quando é solicitado em grande intensidade⁹. Tendinite patelar acomete os jogadores numa certa faixa etária que pode variar entre 20 a 25 anos de idade ou pouco tempo de profissão 2 a 5 anos de pratica esportiva, havendo uma maior predominância de lesões nos homens dos 30 a 39 anos 72 ISSN: 2179-9660 REVISTA FAIPE. Cuiabá,v. 5, n. 1, p. 68-78, jul./dez. 2015. e nas mulheres entre 15 a 24 anos, é uma das lesões mais acometida sendo superada apenas pelas lesões causadas no tornozelo¹⁷. 7 TRATAMENTO CONSERVADOR O tratamento conservador da tendinopatia patelar será a primeira alternativa, deixando o joelho imobilizado com uma órtese evitando o estresse deste tendão patelar, dando uma pausa nos exercícios esportivos, realizando fisioterapia, fazendo o uso de analgésicos prescrito pelo médico, com a imobilização não ocorrerá à força de tração deste tendão pelo músculo quadríceps assim ocorrendo o a tentativa regeneração deste tendão patelar¹⁷. O tratamento conservador atua como um recurso benéfico pra evitar um procedimento cirúrgico, a meta será a recuperação da função, promover a analgesia através dos métodos proposto pelo fisioterapeuta, alongamentos e fortalecimentos da musculatura evitando uma perda de força ainda maior devido à imobilização². 8 TRATAMENTO FISIOTERÁPICO 8.1 Eletroterapia O aparelho de eletroterapia do artigo desta revisão bibliográfica aborda o uso do ultrassom com método de tratamento da tendinopatia patelar. Os efeitos que o ultrassom promove em sua aplicação é a regeneração de tecidos, aumentando a permeabilidade das membranas celular, aumenta a síntese de colágenos nos tecidos lesionados, aumenta o fluxo sanguíneo, eleva a taxa de metabólica dos tecidos, promove a diminuição dos espasmos musculares, e promove analgesia⁶. O ultrassom é programado no modo pulsado nas fases aguda das lesões, e o modo contínuo é utilizado nas fases crônicas este tem um efeito térmico, o ultrassom se torna ainda mais útil na fase que acontece remodelamento dos tecidos provocando um aumento de fibroblastos no tendão, proporcionado aumento do à força de tensão nos tendões devido ao seu efeito nos tecidos⁶. 73 ISSN: 2179-9660 REVISTA FAIPE. Cuiabá, v. 5, n. 1, p. 68-78, jul./dez. 2015. Segundo Kitchen, 2003, diz que o ultrassom surtirá mais efeitos se for aplicada no momento correto da terapia, a cicatrização vai depender muito do momento em que irá ter o seu inicio, quanto mais cedo se iniciar o tratamento melhor serão os efeitos do ultrassom proporcionando mais propriedades mecânicas do tendão patelar lesionado. Cool em 1984 montou um esquema de aplicação da dosagem do lazer para diferentes situações encontradas nos pacientes. Para efeitos analgésicos a dosagem varia de 1 a 4 J/cm2, para efeitos anti- inflamatórios de1 a 3 J/cm2, cicatrização de 3 a 2 J/cm2 e para efeito circulatório 1 a 3J/cm2, estes parâmetros devem ser levados em consideração a lesão encontrada, os lazer mais utilizados são os de Arsenato de Gálio 904nm (AsGA) e o Arsenato de Gálio Alumínio 830 (AsGaAL) que irradia um feixe invisível que penetra profundamente, provocando a foto sensibilidade agindo sobre o colágeno e nas células sendo mais indicado nos tratamentos de músculos, tendões e ossos¹⁵. Fonte: http://olhares.uol.com.br/ultra-som-joelho-foto3023038.htm Figura 01: tratamento com ultrassom 8.2 Alongamentos Técnicas utilizadas para não ocorrer perdas da ADM nos pacientes com tendinopatia patelar. http://olhares.uol.com.br/ultra-som-joelho-foto3023038.htm 74 ISSN: 2179-9660 REVISTA FAIPE. Cuiabá, v. 5, n. 1, p. 68-78, jul./dez. 2015. Alongamentos e fortalecimento dos músculos quadríceps, ísquios tibiais, glúteos Máximo, flexores, extensores, abdutores e dos adutores do quadril, gastrocnêmios, sóleo. O fortalecimento destes grupos musculares irá reduzir a dor da tendinopatia patelar, cadeias musculares fortalecidas igualmente diminuem a sobrecarga do tendão patelar¹¹. Fonte: http://www.gazetaesportiva.net/blogs/cienciadoesporte/2011/07/15/joelho-do- corredor. Figura 02: Alongamento para o tratoíliotibial 8.3 Mobilidades da patela A mobilidade patelar é de extrema importância, impedindo a rigidez durante a imobilização tornando mais fácil a reabilitação, as manobras exercidas sobre a patela será com movimentos passivos, através de deslizamento látero-medial, o movimento proporciona alongamento das estruturas laterais, a mobilização patelar será realizada com a região tênar da mão apoiada na borda medial da patela⁷. 8.4 Crochetagem miofasciais A crochetagem é mais uma das técnicas dentro da fisioterapia com utilizando ganchos sobre os tecidos lesionados proporcionando a remoção de tecidos fibrosos e aderência dos tecidos miofasciais, tendo como resultado desta técnica de manipulativa a restauração, realinhamento dos tecidos. Esta manipulação provoca uma hiperemia profunda no locar da realização, tendo um aumento do fluxo sanguíneo. http://www.gazetaesportiva.net/blogs/cienciadoesporte/2011/07/15/joelho-do-corredor http://www.gazetaesportiva.net/blogs/cienciadoesporte/2011/07/15/joelho-do-corredor 75 ISSN: 2179-9660 REVISTA FAIPE. Cuiabá, v. 5, n. 1, p. 68-78, jul./dez. 2015. Segundo Vargas 2003 a crochetagem esta sendo uma das técnicas utilizadas para proporcionar analgesias ao pacientes sendo uma técnica de baixo custo e de fácil aplicação, trazendo resultados idênticos comparados com a outra técnica já existentes na fisioterapia¹⁰‾²⁰. Esta técnica de crochetagem não trata apenas as articulações, mas também toda a musculatura adjacentes proporcionando analgesia e recuperando a ADM ajudando em uma rápida recuperação destes pacientes⁶. Fonte: http://walkfisio.blogspot.com.br/2010/08/foto-de-tratamento-de-joelho-com.html Figura 03: Tratamento de tendinopatia patelar com crochetagem miofascial. 8.5 Crioterapia A crioterapia é uma modalidade terapêutica que é acessível a toda a população, tendo grande uso nas práticas esportivas por causar uma rápida analgesia no local da lesão, provocando uma vasoconstrição local, os atletas podem ser orientado a utilizar a crioterapia logo após da cinesioterapia⁸. 8.6 Exercícios de fortalecimento O exercício de fortalecimento na tendinopatia patelar será basicamente exercícios excêntricos provocando um fortalecimento do tendão por estar estimulando http://walkfisio.blogspot.com.br/2010/08/foto-de-tratamento-de-joelho-com.html 76 ISSN: 2179-9660 REVISTA FAIPE. Cuiabá, v. 5, n. 1, p. 68-78, jul./dez. 2015. os seus mecanoceptores, ocorrendo um aumento do metabolismo no local por consequências tendo um aumento na produção de colágeno pelos tenócitos⁸. Fonte:http://rafaelsepedafisioterapiaesportiva.blogspot.com.br/2011/05/tendinopatia. Figura 04: Exercícios de fortalecimento excêntrico usando agachamento inclinado descendente. Fonte:http://rafaelsepedafisioterapiaesportiva.blogspot.com.br/2011/05/tendinopatia. Figura 05 : Exercício Excêntricos de Agachamento 77 ISSN: 2179-9660 REVISTA FAIPE. Cuiabá, v. 5, n. 1, p. 68-78, jul./dez. 2015. 9 CONSIDERAÇÕES FINAIS Esta revisão bibliográfica demonstra a importância da fisioterapia na reabilitação dos atletas diagnosticados com tendinopatia patelar. O uso combinado da fisioterapia e de seus recursos demonstrados neste artigo como a utilização do ultrassom, laser, crioterapia, Crochetagem, e os exercícios de fortalecimento excêntricos do membro inferior surtiu efeitos benéficos como método conservador nestes atletas, apesar da dificuldade de encontrar artigos recentes para melhor resolução desta afecção, havendo a necessidade de realizar novos estudos em relação a tendinopatia patelar que acomete os atletas. 10 REFERENCIAS 1 - Blazina ME, Kerlan RK, Jobe FW, Carter VS, Carlson GJ Jumper’s knee. Orthop Clin North Am. 1973; 4(3):665-78. 2 – Cohen, M; Ferretti M.; Marcondes F. B.; Amaro J. T.; Ejnisman B. Tendinopatia patelar. Rev Bras Ortop. 2008; Disponível em:< http://www.rbo.org.br/ pdf/ago_2008_01.pdf> Acessado em 23 Nov. 2012. 3 - Ejnismane, B. Tendinopatias.Traumatologia do Esporte., p. 12-15, ago. 2005. 4 - Ferretti A, Ippolito e Mirian. Jumper’s knee. 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