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Farmacologia Farmacocinética Distribuição de fármacos e modelo de comportamento: O fármaco é distribuído através do sangue (compartimento central), onde pode: Ir para tecidos de depósito (Acúmulo); Ir para tecidos que não são seu alvo terapêutico; Ir para o tecido que é alvo terapêutico; Ser metabolizado (fígado); Ser eliminado; O fármaco só consegue sair do sangue quando não está ligado a qualquer carreador, como por exemplo, as proteínas plasmáticas. Cinética de 2 ou + compartimentos (multiexponencial): Previsão da distribuição do fármaco do compartimento central para outros compartimentos periféricos em função da excreção, metabolismo e diluição. Efeito temporal do fármaco vs Janela terapêutica: Nessa curva não ocorre uma queda, mas sim, uma diminuição na concentração plasmática em função da distribuição para outros tecidos e, também, devido a metabolização e excreção. Janela terapêutica – O fármaco só apresenta efeito quando chega a essa janela terapêutica. Se o fármaco não se mantém nessa janela, ocorre a diminuição do efeito do fármaco. O espaçamento do tempo na curva irá nos dizer de quanto em quanto tempo o fármaco deve ser utilizado. Se o fármaco ultrapassa a janela terapêutica, teremos o chamado efeito tóxico. Índice terapêutico: O espaçamento ou encurtamento na curva de tempo determina a posologia do fármaco. Se for grande, o fármaco será administrado em períodos mais espaçados de tempo. Margem de segurança: A janela terapêutica é determinante na toxidade do fármaco. Quanto mais longe a dose terapêutica estiver da dose tóxica, maior a margem de segurança do fármaco. Fármaco de uso contínuo: O fármaco está no sangue, meio pelo qual é distribuído. A distribuição pelo sangue, metabolização e eliminação tende chegar a um equilíbrio dinâmico. Todo fármaco, com cinética de 2ª ordem ou cinética exponencial, a partir da 4ª ou 5ª administração tende a se equilibrar plasmaticamente, alcançando o equilíbrio dinâmico. No tempo de 4 meias- vida, espaço de tempo onde a concentração do fármaco cai pela metade no sangue. A posologia e a dosagem são determinantes de equilíbrio nas flutuações das curvas. Atingir o equilíbrio dinâmico é muito importante. O equilíbrio dinâmico está intimamente associado às funções hepáticas e renais. As flutuações existem em função da unidade posológica (quantos mg tem no comprimido) e do intervalo de dosagem. F = Biodisponibilidade/Metabolismo e CL = Depuração/Eliminação Se as funções hepáticas e renais não estiverem fisiologicamente boas, em homeostase, o equilíbrio dinâmico pode ser exacerbado. Existe uma reserva do medicamento nos compartimentos de reserva e, quando não tomado em horário correto, o medicamento continua fazendo efeito, pois volta para o sangue e vai agir no alvo terapêutico. Independentemente de dosagem e espaço de tempo que fazemos uso do medicamento, em uma cinética multiexponencial, o equilíbrio será atingido. O que pode acontecer devido a alterações de dosagem e tempo, é a modificação das flutuações. A flutuação é em função a dosagem e ao intervalo de dosagem. Ex: Gráfico com flutuações de diferentes dosagens e espações de tempo: A – Exemplo de uma infusão na veia, onde, diferentemente de uma administração por via intravenosa, o medicamento vai gotejando aos poucos no soro e, por isso, a chegada na janela terapêutica é mais demorada. B e C – Independente da dose e da quantidade de administrações durante o dia, ambos os medicamentos atingiram o equilíbrio dinâmico, o que mudou foi a flutuação, que como já foi dito, é em função da dosagem e do intervalo de dosagem. Cinética de saturação ou cinética de ordem zero: É quando ocorre uma exceção à regra do alcance de equilíbrio dinâmico após as 4 ou 5 meias-vida. Existem certos fármacos e drogas que variam de forma inesperada a sua concentração plasmática em função da dosagem, por exemplo com a ingestão do álcool. O equilíbrio dinâmico, atingido ou não, será em função do metabolismo e da eliminação. O metabolismo que irá dosar se o fármaco irá ficar na faixa terapêutica ou irá ultrapassar essa faixa. O índice terapêutico desses medicamentos de cinética de saturação e ordem zero, tem margem de segurança muito baixa, pois não alcançam o equilíbrio dinâmico, eles ultrapassam esse equilíbrio e ultrapassam a janela terapêutica. Ex: Fenitoína, um anticonvulsivante, que quando utilizado, deve ser sempre monitorado, pois sua concentração plasmática muda de forma muito imprevisível. Ex: O álcool é o exemplo citado por todos os livros de farmacologia. O que acontece é que enquanto o metabolismo hepático diz que não está supersaturado, o álcool é regularmente metabolizado. Se as enzimas hepáticas do metabolismo começam a falhar, a faixa terapêutica é ultrapassada e passa a ser tóxico. O que podemos observar nesses dois gráficos é a diferença do que ocorre em uma cinética normal e em uma cinética de ordem zero ou de saturação. No gráfico A, o equilíbrio dinâmico é alcançado e podemos ver nitidamente as doses que ultrapassam a faixa terapêutica, as que estão dentro dessa faixa e as que estão abaixo dessa faixa, ou seja, não possuem efeito terapêutico. No gráfico B, não há um equilíbrio dinâmico, pois são calculadas em função do metabolismo e eliminação do fármaco. Não ficando nítido o seu tempo de meia-vida. Eliminação dos Fármacos: Os rins são divididos em glomérulos, túbulos contorcidos proximais e distais, túbulo reto, com porção mais espessa, a alça de Hanle e o túbulo coletor. Normalmente, a filtração no glomérulo corresponde a 20% da excreção de substâncias. O glomérulo absorve tudo que é ruim. Porém se o fármaco estiver ligado a uma proteína plasmática ou for maior que 60kda, o glomérulo não vai absorver. Existe o transporte passivo pH dependente que ocorre especificamente em moléculas pequenas, como os fármacos e em moléculas hidrossolúveis. Foi o exemplo que utilizamos na última aula, da aspirina e da anfetamina que são eliminadas graças a alteração de pH. A excreção da maioria dos fármacos ocorre através da secreção tubular ativa, através de transportadores especializados. O fármaco, para ser eliminado na urina, deve ser hidrossolúvel e uma molécula pequena. Por isso, a segunda etapa do metabolismo do fármaco é a transformação dele em uma molécula hidrossolúvel, para facilitar sua eliminação. Apesar da urinária ser a principal, existem outras vias de eliminação como por exemplo: pulmonar (álcool – bafômetro), fezes, saliva, leite materno, suor e lágrimas. Ex: Excreção renal: No exemplo do 1º gráfico acima, notamos o fenobarbital, um fármaco que se comporta como um ácido fraco e, por isso, tem sua depuração/eliminação maior em uma urina alcalina (básica). Já no segundo gráfico, podemos observar a excreção, concentração plasmática e efeito da anfetamina, uma base fraca, nos seres humanos. Notamos que, por ser uma base fraca ela é mais bem eliminada em uma urina ácida, sua concentração plasmática também é reduzida mais rapidamente na urina ácida e, consequentemente, seu efeito também é encurtado mais rapidamente.
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