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� Se Saturação venosa de O2 < 70% avaliar: 1. Hematócrito (Hto) < 30% realizar hemotransfusão; 2. Hto> 30% mesmo após o ajuste da PVC/PAM (tabela 1), iniciar inotrópico para melhorar a perfusão tecidual e a oferta de O2 ⇒ Dobutamina na dose inicial de 2,5 µg/ kg/ min (dose máxima: 20 µg/ kg/ min). 3. Na presença de hipotensão associar vasopressor. Tabela 2 - Critérios de sepse - pelo menos duas alterações agudas Leucometria >12000 ou < 4000 cel/mm3 ou > 10% de formas jovens Temperatura > 38 0C ou < 360C Freqüência cardíaca > 90 bpm Freqüência respiratória > 20 irpm ou PaCO2 < 32 mm Hg 2 - Diagnóstico etiológico na sepse grave Coletar 2 hemoculturas + cultura direcionada ao foco e iniciar antibioticoterapia em 1 -4 hora∗ � Cateter venoso central (CVC): coletar hemoculturas de veia periférica (preferencialmente) ou uma de cada lúmen do acesso vascular (vide folder de hemocultura); � Pneumonia em ventilação mecânica: lavado bronco-alveolar ou cultura quantitativa de secreção traqueal e Gram; � Trato urinário: Gram e cultura de urina. ∗Obs: Consultar o folder sobre beta-lactâmicos em Pneumonia Hospitalar e “Recomendações para uso de antibióticos”. 3 – Reposição de corticosteróide O paciente em choque séptico após reposição volêmica adequada e que necessita de vasopressor, pode responder a corticoterapia devido à insuficiência adrenal. Ainda não existe consenso quanto ao melhor método laboratorial diagnóstico da insuficiência supra-renal, portanto, iniciar empiricamente o corticosteróide: Hidrocortisona 50mg IV 6/6h a 100mg IV 8/8h por 7dias Obs: 1. Paciente com recuperação rápida da PAS, encurtar a terapia para 5 dias. 2. Alguns autores reduzem a dose progressivamente (50mg/dia). 3. Não está indicado corticosteróide na ausência de choque séptico, exceto em caso de corticoterapia ou hipoadrenalismo prévios. 4. Altas doses de corticóide não são recomendadas. 4 - Controle da glicemia Manter glicemia entre 80-180mg/dl com insulina em infusão contínua, aferindo a glicemia de hora em hora até a estabilização e, posteriormente, a cada 4h. Solução para infusão: 100 U de insulina regular em 100 mL de SF 0,9% Controle inicial da glicemia capilar: 100 - 180 mg/dL observar com glicemia capilar de 4 / 4 horas 180 - 250 mg/dL bolus = 0 início = 4UI / hora 251 - 300mg/dL bolus = 4 UI início = 4UI / hora 301 - 400 mg/dL bolus = 4 UI início = 6 UI / hora > 401 mg/dL bolus = 6 UI início = 6 UI / hora Obs: Outros autores recomendam glicemia entre 80 e 110mg/dL, mas, devido o risco de hipoglicemia recomendamos < 180mg/dL. Atualizado em 2011/2012 CCIH Responde ccih@hucff.ufrj.br 5 - Reposição de Hemoderivados � Hemotransfusão: Na ausência de doença coronariana, acidose lática ou hemorragia aguda, deve ser feita apenas quando Hb < 7g/dL para alcançar a meta entre 7-9 g/ dL; (meta diferente das primeiras 6 h SvcO2 / Hto > 30%) � Plasma: Apenas transfundir plasma fresco congelado para corrigir os defeitos da coagulação no paciente com sangramento ativo - 1 unidade cada 6-8h; ou que necessitem de procedimentos invasivos – 2 a 3 unidades imediatamente antes do procedimento. � Plaquetas: Transfusão de plaquetas no paciente sem sangramento se contagem < 30.000/mm3 (outros autores recomendam se < 5.000/mm3 ou entre 5.000 a 30.000/mm3 se houver risco de sangramento). Plaquetas acima de 50.000/mm3 são necessárias para cirurgias e procedimentos invasivos. 6 - Ventilação mecânica na Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo (SDRA) induzida por sepse Evitar Volume corrente (Vc) e platô de pressão elevados na SDRA induzido por sepse. Tabela 3 – Recomendações na SDRA: • Volume corrente de 4 a 6mL/ kg • Pressão final de platô inspiratório < 30 cm H2O • Hipercapnia permissiva (PaCO2 > 45mm Hg): se necessária para ⇓ o platô de pressão e o Vc • PEEP: aumentar progressivamente baseando-se no déficit de oxigenação e na FiO2 • SaO2: alcançar níveis entre 88 e 95% • Manter a cabeceira a 45° Tabela 4 - Critérios de SDRA - Alterações agudas: � PaO2 / FiO2 ≤ 200 mm Hg � Infiltrado pulmonar bilateral intersticial/ alveolar � Poap (pressão de oclusão da artéria pulmonar) ≤ 18mm Hg ou nenhuma evidência clínica de pressão do átrio esquerdo elevada 7 - Outras medidas Profilaxia da lesão aguda de mucosa gástrica deve ser feita de preferência com bloqueador do receptor H2 - Ranitidina 50mg IV de 8/8h (sem disfunção renal) Bicarbonato de sódio A reposição de bicarbonato deve ser evitada. A correção da acidose metabólica deve ser feita com medidas tais como reposição volêmica adequada, recuperação da função renal e hemodiálise, esta quando indicada. Usar bicarbonato em situações de risco para o paciente e quando pH < 7,1. Profilaxia para trombose venosa profunda Heparina 5000UI SC 8/8h ou enoxaparina 40mg SC 1 vez ao dia Tabela 5 – Sepse grave - sepse associada à pelo menos 1 das alterações agudas: 1. Disfunção orgânica: Hipoxemia arterial: PaO2 < 75 mmHg ou PaO2 / FiO2 < 300 mm Hg sem pneumonia e < 200 mm Hg com pneumonia Oligúria: diurese < 0,5mL/ kg/ h ⇑ da creatinina em 0,5mg/ dL Disfunção hematológica: plaquetas < 100.000/mm3 Hiperbilirrubinemia total > 4mg/ dL ______________________________________________ 2. Hipoperfusão: acidose metabólica pH < 7.3, lactato plasmático > 3mmol/L, enchimento capilar lento (> 2 seg); alteração aguda do estado mental (agitação, confusão, torpor, etc). 3. Hipotensão: PA sistólica < 90 mm Hg, queda de > 40mm Hg no adulto ou PAM < 65 mm Hg na ausência de hipovolemia. 4. Choque séptico: Hipotensão arterial persistente após reposição volêmica adequada. Tabela 6 – Metas para abordagem das infecções � Identificar e resolver o foco precocemente p. ex. drenagem cirúrgica � Na infecção grave, antibioticoterapia precoce conforme a epidemiologia e/ou perfil microbiológico da unidade � Otimizar a farmacocinética/ farmacodinâmica dos atbs � Após o resultado da cultura, sempre que possível, reduzir o espectro do antibiótico � Encurtar o período da antibioticoterapia, p. ex. pneumonia tratar por 8 dias � Prevenir novas infecções � Bloquear a transmissão cruzada: higiene das mãos Fluxograma Ressuscitação volêmica nas primeiras horas Sepse com PAS ≤≤≤≤ 90mmHg ⇓⇓⇓⇓ Reposição volêmica 1 a 2 L/ hora ⇓⇓⇓⇓ PVC entre 8 e 12 cm H2O *1 ⇓⇓⇓⇓ ⇓⇓⇓⇓ PAM > 70 mm Hg PAM < 70 mm Hg ⇓⇓⇓⇓ ⇓⇓⇓⇓ ⇓⇓⇓⇓ Svc O2 > 70% Svc O2 < 70% ⇐⇐⇐⇐ Noradrenalina ⇓⇓⇓⇓ ⇓⇓⇓⇓ Medidas de Iniciar dobutamina suporte Transfundir se hematócrito < 30% ⇓⇓⇓⇓ Controle glicêmico Corticosteróide SDRA: Ventilação protetora Terapia com Proteína C ativada hr * Obs: *1. Evitar sobrecarga e edema pulmonar se ocorrer elevação da PVC > 4 cm H2O após 500ml em 30min ou quando PVC atingir 15 cm H2O (limite de segurança). *2. O início precoce (< 48h após início da sepse grave) da proteína C ativada humana recombinante (PCAhr) mostrou redução da letalidadenaqueles pacientes com alto risco de morte: SDRA, choque séptico, APACHE II > 25 e disfunção orgânica múltipla. A ressuscitação dos parâmetros hemodinâmicos nas primeiras horas e o início precoce da antibioticoterapia estão entre as medidas vitais na sepse grave e no choque séptico (tabela 2-5). O objetivo deste “folder” é guiar o clínico para a identificação precoce do quadro e início imediato das medidas de ressuscitação, seja na Emergência ou na Enfermaria. 1- Ressuscitação nas primeiras horas (ver fluxograma) Pacientes com SIRS/ sepse (tabela 2) + PAS < 90 mm Hg ou lactato > 4 mmol/dL ⇒ Iniciar reposição volêmica corrigindo rapidamente o déficit de volume até atingir os parâmetros: Tabela 1 - Monitorar e otimizar os parâmetros: PVC 8 a 12 cm H2O PVC na ventilação mecânica 12 a 15 cm H2O PAM > 65 mm Hg Débito urinário > 0,5 mL/ kg/ h Saturação venosa central (Svc) de O2 > 70 % SvcO2 é obtida pela gasometria do sangue coletado pelo cateter na veia subclávia ou jugular interna. Após reposição volêmica adequada, que é indiferente se feita com colóide ou cristalóide, p. ex. S. fisiológica 0,9% 0,5-1L a cada 30min até PVC alcançar 8 a 12 cmH2O (limite de segurança <15 cmH2O) e na ausência de recuperação da pressão arterial ou da perfusão tecidual adequada (SvcO2 > 70%) avaliar: � Se PAM < 65 mm Hg � Iniciar vasopressor, de preferência, noradrenalina (não utilizar dopamina em baixas doses para proteção renal). � PAM= PAS + (PAD x 2) 3 Manejo inicial da sepse grave CCIH – CTI – HUCFF – UFRJ