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Nutrição Materno Infantil Aspectos Fisiológicos da Gestação Gestação ou gravidez → Gestação: é o nome dado ao período de desenvolvimento do embrião no útero desde a concepção até o nascimento ⦁ O período gestacional é constituído de 40 SEMANAS ⦁ A gestação se divide em trimestres → PRIMEIRO TRIMESTRE – primeiro dia da última menstruação até a 13ª semana → SEGUNDO TRIMESTRE – da 13ª até a 26ª semana → TERCEIRO TRIMESTRE – da 26ª semana até o nascimento Primeiro trimestre - 13 semanas → 1ª à 8ª semana ⦁ Após a fecundação, o óvulo chega ao útero ao redor de 7 dias e se fixa nele por volta do 10° dia ⦁ Nessa fase, começa a diferenciação celular com a formação do saco amniótico, saco vitelino, placenta e embrião ↳ o saco amniótico e vitelino dão suporte enquanto não tem a placenta ⦁ Inicia-se a formação do sistema nervoso ainda primitivo, e o esqueleto de cartilagem (dedos da mão e pé se formam) ⦁ Os vasos sangúineos principais e a batida do coração já estão presentes ⦁ Ocorre atraso menstrual, além da possibilidade de sentir cansaço, náuseas matinais, aumento e dor nas mamas, cólicas leves, aumento da sensação de fome, urinar com maior frequência e apresentar alterações no estado emocional ⦁ Ocorre intensa divisão celular (hiperplasia) em velocidade lenta ⦁ Peso médio do feto: 300g (12ª semana) ⦁ A saúde do embrião depende da condição pré-gestacional da mãe (macro e micronutrientes) ⦁ Os ritmos cardíaco e respiratório aumentam à medida que mais O2 tem que ser levado para o FETO e mais dióxido de carbono é exalado ⦁ Ocorre expansão uterina pressionando a bexiga, consequentemente aumentando a vontade de urinar → Glândula mamária: começa a surgir ductos lactíferos ↳ As auréolas dos seios escurecem e as glândulas aumentam em número e em tamanho, tornando-se mais salientes → Hiperêmese gravídica: períodos de manifestação de enjôo e vômitos; persistente ↳ Ocorre devido ao hormônio HCG Segundo trimeste – 13 a 26 semanas → Neste trimestre, o meio externo já exerce influência direta na condição nutricional do feto → A placenta começa a ser formada → Ocorre hiperplasia e hipertrofia em velocidade acelerada ↳ A curva de ganho de peso do feto deve ser ASCENDENTE → Peso médio do feto: 1.000g (27ª semana) → ALTERAÇÕES MATERNAS: ⦁ Seios – formigam e ficam doloridos ⦁ Pele – aumento da pigmentação da pele, principalmente em área já pigmentadas como sardas, pintas e mamilos ⦁ Retardamento gástrico – provocado pela diminuição das secreções gástricas, essa diminuição é resultado do relaxamento da musculatura do trato intestinal e provoca um número menor de evacuações (constipação) ↳ Isso tudo é feito para que o processo fique lento para ter uma boa absorção ⦁ Gengivas – podem se tornar esponjosas devido à ação aumentada dos hormônios ⦁ Refluxo do esôfago – pode provocar azia, devido ao relaxamento do esfíncter no alto do estômago; retardou o esvaziamento e aumentou a pressão) ⦁ Função cardíaca – trabalha duas vezes mais do que uma mulher não grávida e faz circular 6L de sangue por minuto ⦁ Útero – precisa de 50% a mais de sangue do que o habitual ⦁ Rins – precisam de 25% a mais de sangue do que o habitual → A partir do 4° MÊS de gestação ocorre a formação de células adiposas e aumento acentuado das mesmas até o nascimento → Ocorre aumento do apetite (a partir do segundo trimestre) → Pode acontecer PICAMALÁCIA ou PICA-TRANSTORNO que é caracterizado pela ingestão intencional e desejo de consumir substâncias incomuns, não alimentares como terra (geofagia), amido (amilofagia), gelo, carvão vegetal, cinzas, giz, entre outros ↳ Acredita-se que uma das principais razões pela sua ocorrência é a deficiência de nutrientes, como o ferro Terceiro semestre – após 26 semanas → Meio externo exerce influência direta na condição nutricional do feto → Maior crescimento do feto → Ocorre hipertrofia em velocidade máximo e o crescimento da massa muscular fetal → Peso médio do feto: 3.000g (38° semana) → ALTERAÇÕES MATERNAS: ⦁ Taxa de vetilação – maior sensibilidade das vias respiratórias pode causar falta de ar ⦁ Costelas – são empurradas para fora decorrente do crescimento fetal ⦁ Ligamentos – inclusive da pelve ficam distendidos, podendo causar desconforto ao andar ⦁ Desconforto causado pelas mãos e pés inchados – podendo ser sinal de pré eclâmpsia ↳ Pré eclâmpsia: alteração vascular; é a hipertensão arterial específica da gravidez; a gravidez pressupõe o crescimento de um ser geneticamente diferente dentro do útero da mulher, uma vez que herdou metade dos genes do pai. Ela não rejeita esse corpo estranho porque desenvolve mecanismos imunológicos para proteger o feto. Mas em alguns casos, ele libera proteínas na circulação materna que provocam uma resposta imunológica da gestante. Essa resposta agride as paredes dos vasos sanguíneos, causando vasoconstrição e aumento da pressão arterial. ⦁ Dores na coluna lombar – devido a mudanças do centro de gravidade e por um ligeiro relaxamento das articulações pélvicas ⦁ Mamilos – podem secretar colostro ⦁ Ocorre aumento da frequência e vontade de urinar ⦁ Ocorre a necessidade de repousar e dormir → POR VOLTA DE 28 A 32 SEMANAS: ⦁ Ocorre aumento de 20% no conteúdo de hemoglobina ↳ Porém, como o aumento de volume plasmático é maior do que seus componentes (aproximadamente 50%), ocorre queda de aproximadamente 20% na concentração de hemoglobina plasmática e 15% no hematócrito – muitas vezes dão diagnóstico de anemia, mas não é ⦁ Ocorre aumento do metabolismo basal em 15 a 20% ⦁ Tem maior demanda de O2 devido ao aumento de peso, e maior produção hormonal → VOLUME SANGUÍNEO E PLASMÁTICO ↳ Hipervolemia: induzida pela gravidez, ocorre para atender às necessidades do útero aumentado e do sistema vascular hipertrofiado, e melhorar a perfusão de outros órgãos como o rim ⦁ Além disso, protege a mãe das perdas sanguíneas associadas ao parto (500 a 600mL em um parto vaginal de um só feto a 1000mL em um parto vaginal de gêmeos) → Apesar do aumento da eritropoiese, a contagem de células vermelhas diminui ligeiramente durante a gravidez normal ⦁ Isso ocorre devido à hemodiluição, visto que o aumento da massa eritrocitária é menos acentuado que a expansão plasmática Adaptações fisiológicas na gestação ↳ Circulação placentária: aproximadamente 625mL de sangue/minuto nas fases finais da gestação → SEGUNDO E TERCEIRO TRIMESTRES: o meio externo vai exercer influência direta na condição nutricional do feto ⦁ Ganho de peso adequado ⦁ Ingestão de energia e nutrientes ⦁ Fator emocional e estilo de vida DETERMINANTES PARA O CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO NORMAIS DO FETO *importância: condições de morbimortalidade materna e fetal* → PLACENTA ⦁ Órgão de alta complexidade metabólica ⦁ Estrutura esponjosa e oval ⦁ Pesa aproximadamente 450g na gestação a termo ⦁ Função – transportar O2 e nutrientes da mãe para o feto e produzir substâncias e hormônios necessários ao crescimento e desenvolvimento do feto *difusão dos produtos de excreção do feto para a mãe* ⦁ A barreira placentária não é completamente impermeável à passagem dos metais pesados ⦁ A exposição ao chumbo, mercúrio e cádmio foi correlacionada com efeitos prejudiciais na saúde infantil, tais como distúrbios neurológicos, endócrinos e no desenvolvimento ⦁ Transporte de nutrientes – difusão: difusão simples (diferença no gradiente de concentração) e difusão facilitada ⦁ Transporte de nutrientes – transporte ativo: as moléculas movem- se contra o gradiente de concentração promovendo gasto de ATP → BISFENOL A: éum composto muito utilizado para fazer plásticos de policarbonato e resinas epoxi, sendo comumente utilizado em recipientes para armazenar comida, garrafas de água e de refrigerantes e em latas de alimentos em conserva. No entanto, quando esses recipientes entram em contato alimentos muito quentes ou quando são colocados no micro-ondas, o bisfenol A presente no plástico contamina o alimento e acaba sendo consumido juntamente com a comida. ⦁ É considerado um disruptor endócrino ⦁ Também está presente em revestimento de latas de metal, brinquedos, cremes, resinas epóxi, tubulações de ar condicionado, mamadeiras e garrafas plásticas ⦁ O BPA é capaz de cruzar a placenta, atingir o feto e afetar seu crescimento Principais hormônios e suas funções na gestação → GONADOTROFINA CORIÔNICA HUMANA (HCG) ⦁ Exame padrão ouro para confirmar a gravidez – é detectado no sangue 8 dias após a fecundação e em 15 dias na urina ⦁ Presente no início da gestação e tem papel fundamental, enquanto a placenta não é capaz de produzir progesterona e estrógeno em quantidades suficientes para promover a evolução dessa nova condição fisiológica ⦁ Pode provocar hiperêmese gravídica – náuseas e vômitos persistentes, frequentes e às vezes intensos → PROGESTERONA ⦁ Principal ação: relaxa a musculatura lisa do útero ⦁ Produzido pela placenta ⦁ Interfere no instestino e diminui motilidade, podendo levar à constipação – para aumentar o tempo de absorção ⦁ Possibilita maior tempo de absorção dos nutrientes ⦁ Favorece a deposição de gordura ⦁ Aumenta a excreção de Na ⦁ Interfere no metabolismo do ácido fólico ⦁ Participa da mamogênese (fase de desenvolvimento da glândula mamária) ⦁ Fica aumentado na gestação → ESTRÓGENO ⦁ Aumenta a elasticidade da parede uterina e do canal cervical ⦁ Reduz as proteínas séricas ⦁ Afeta a função tireoidiana ⦁ Interfere no metabolismo do ácido fólico ⦁ Participa da mamogênese → SOMATOMAMOTROPINA CORIÔNICA HUMANA *implicações nutricionais para a mãe e para o feto* ⦁ Mamogênese ⦁ Deposição de proteínas nos tecidos ⦁ Menor utilização de glicose pela mãe, tornando mais disponível para o feto ⦁ Liberação de AGL das reservas adiposas da mãe como fonte alternativa de energia da mesma → HORMÔNIO LACTOGÊNIO PLACENTÁRIO ⦁ Antagoniza (efeito contrário) a ação da insulina pela deposição de glicose no sangue a partir de glicogênio ⦁ Faz a deposição de proteínas nos tecidos ⦁ Inicia o processo de produção de leite (lactogênese) nos alvéolos das glândulas mamárias → INSULINA (PÂNCREAS) ⦁ No início da gestação as gestantes tem resposta de insulina normal à glicose ⦁ A medida que o período gestacional avança, torna-se necessário mais insulina para transportar a mesma quantidade de glicose → TIROXINA (T4) ⦁ Regula as reações oxidativas envolvidas na produção de energia ⦁ Os hormônios Progesterona e Estrógeno participam de mecanismos homeostáticos que envolvem a T4 e o hormônio estimulante da tireóide (TSH) ⦁ A hiperventilação promovida pela Progesterona garante maior suprimento de O2 para a produção de energia, sem que seja necessário sobrecarregar a função da tireóide → O GANHO DE PESO NÃO É SOMENTE DA GESTANTE Programação metabólica → MÁ NUTRIÇÃO INTRAUTERINA: pode resultar na perda de nutrientes estruturais como néfrons, cardiomiócitos ou células beta pancreáticas nos sistemas orgânicos em desenvolvimento, resultando na capacidade funcional desses órgãos → O retardo do crescimento intrauterino e o ganho de peso excessivo nos primeiros anos de vida têm sido associados com o aumento do risco para obesidade, HAS, SM, resistência insulínica e doenças cardiovasculares na vida adulta
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