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Apostila de Gestão Financeira UGF parte 1/2

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CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ADM217 
GESTÃO FINANCEIRA 
Prof.: Sidney Tavares 
 
 
 
 
 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
ADM217 
GESTÃO FINANCEIRA 
 
 
Professores: 
 
Sidney Tavares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GESTÃO FINANCEIRA - SUMÁRIO 
 
 1 - PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E FINANLIDADES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 1.1 - PRINCÍPIOS: O que é finanças? Serviços Financeiros; Administração Financeira; 
 1.1.1 - Origem da Administração Financeira; 
 1.1.2 - Conceito; 
 1.1.3 - Visão Geral: 
 1.1.3.1 - A administração Financeira e a Economia; 
 1.1.3.2 - A administração Financeira e a Contabilidade; 
 1.2 – Objetivos da Administração Financeira: 
 1.2.1 - Maximização do Lucro; 
 1.2.2 - Lucros Satisfatórios; 
 1.2.3 - Equilíbrio de interesses; 
 1.2.4 - Interesses Administrativos; 
 1.2.5 - Rentabilidade; 
 1.2.6 - Liquidez 
 1.3 – Finalidades da Administração Financeira (Atribuições Básicas): 
 1.3.1 - Obtenção e Aplicação de Recursos Financeiros; 
 1.3.1.1 - Obtenção de recursos financeiros; 
 1.3.1.2 - Investimento de recursos financeiros 
 1.3.2 - Planejamento e Controle Financeiro; 
 1.3.2.1 - Planejamento na empresa e planejamento financeiro; 
 1.3.2.3 - Princípios básicos para um planejamento adequado; 
 1.3.2.4 - Papel da área financeira no processo de planejamento econômico; 
 1.3.2.5 - Planejamento de caixa ou fluxo de caixa ou orçamento de caixa; 
 1.3.2.6 - Controle financeiro; 
 
 2 - REVISÃO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA 
 2.1 – Juros: 
 2.1.1 - Conceito; 
 2.1.2 - Forma de Apresentação; 
 2.1.3 - Tipos de Juros; 
 2.1.4 - Regime de Capitalização; 
 2.2 – Juros Simples: 
 2.2.1 - Cálculo dos Juros; 
 2.2.2 - Homogeneidade das Taxas; 
 
 
 
 
 
 
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 a) Juros comerciais; 
 b) Juros exatos; 
 2.2.3 - Fórmulas e Exemplos 
 EXERCÍCIOS 
 2.3 – Juros Compostos: 
 2.3.1 - Fluxo de Caixa e Simbologia; 
 2.3.2 - Fórmulas; Exemplos e Exercícios; 
 
 3 - CUSTO, ESTRUTURA E ORÇAMENTO DE CAPITAL 
 3.1 – Conceito/Objetivo; 
 3.2 – Fluxos de Caixa Relevantes; 
 3.3 – Métodos de Orçamento de Capital: 
 3.3.1 - Taxa Interna de Retorno; 
 3.3.2 - Valor Presente (VP ou VA) e Valor Presente líquido (VPL); 
 3.3.3 - Payback Simples e Payback Descontado; 
 3.3.4 - Recíproco; 
 3.3.5 - Taxa de Retorno Média (TRM); 
 3.3.6 - Relação Benefício/Custo; 
 3.4 – Taxa Mínima Atrativa; 
 3.5 – Custo de Capital: 
 3.6 – Custo de Oportunidade; 
 
 4 - RISCO E RETORNO: 
 4.1 – Fundamentos de Risco e Retorno: 
 4.1.1 - Definição de Risco; 
 4.1.2 - Definição de Retorno; 
 4.1.3 - Preferências com relação ao risco; 
 4.2 – Conceito Básico de Risco: 
 4.2.1 - Risco de um Ativo Individual; 
 4.2.2 - Análise de Sensibilidade; 
 4.2.3 - Probabilidades; 
 4.2.4 - Distribuição de Probabilidades; 
 4.2.4.1 - Distribuição normal de probabilidade; 
 4.2.5 - Variância; 
 4.2.6 - Desvio Padrão; 
 4.2.7 - Coeficiente de Variação; 
 
 
 
 
 
 
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 4.2.8 - Risco e Tempo. 
 4.3 – Risco de Uma Carteira; 
 4.4 – Retorno e Desvio Padrão de Uma Carteira; 
 4.5 – Correlação; 
 4.6 – Diversificação. 
 
 5 – AVALIAÇÃO DE INVESTIMENTOS 
 
 6 – EMISSÃO DE DEBÊNTURES E AVALIAÇÃO 
 
 7 – AVALIAÇÃO DE AÇÕES ORDINÁRIAS E PREFERENCIAIS: 
 7.1 – O Papel dos Dividendos no Processo de Avaliação; 
 7.2 – Índice de Distribuição de Dividendos e Avaliação; 
 7.3 – Declarando e Pagando Dividendos em Dinheiro; 
 7.4 – Distribuição de Dividendos em Bonificaçãoes: 
 7.4.1 - Distribuição das Bonificações; 
 7.4.2 - Desdobramento de Ações; 
 7.4.3 - Efeitos das Bonificações no Balanço Patrimonial; 
 
 8 - ALAVANCAGEM: 
 8.1 – Alavancagem Operacional; 
 8.2 – Alavancagem Financeira; 
 8.3 – Efeito Combinado. 
 
 9 - ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO: 
 9.1 – Noções Fundamentais sobre Capital de Giro Líquido; 
 9.2 – Capital Circulante Líquido: 
 9.3 – A Necessidade de Financiamento da Empresa; 
 9.4 – Fontes de Financiamento a Curto Prazo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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GESTÃO FINANCEIRA 
 
1 – PRINCÍPIOS, OBJETIVOS E FINALIDADES DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
1.1 – Introdução – Princípios: 
 
O que é Finanças ? 
 
 Gitmam (1997),define Finanças como “a arte e a ciência de administrar fundos” e que: “ Finanças 
ocupa-se do processo, instituições, mercados e instrumentos envolvidos na transferência de fundos entre 
pessoas, empresas e governos”. 
 
Principais áreas e oportunidades em Finanças 
 
SERVIÇOS FINANCEIROS – Área que trata da concepção e a prestação de assessoria e também da 
entrega de produtos financeiros a indivíduos, empresas e governos. 
 
Nesta área podemos encontrar as seguintes oportunidades de carreira: 
 
. ÁREA CARREIRA . 
 
Bancos e Instituições Financeiras Analistas de crédito 
 Gerente de bancos de varejo 
 Fiduciário (administra fundos fiduciários) 
Outros Serviços Financeiros: planejamento das finanças 
pessoais; investimentos; bens imóveis e seguros. 
 
Planejamento das Finanças Pessoais Consultores financeiros 
 
Investimentos Corretores de títulos 
 Analista de títulos 
 Administradores de carteiras 
 Banqueiros de investimentos 
 
Bens Imóveis Agentes e corretores 
 Avaliadores 
 Financiadores de bens imóveis 
 Banqueiros de crédito hipotecário 
 Administradores de imóveis 
 
Seguros Prepostos e corretores de seguros 
 Subscritores 
 
 
 
ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA – Diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro em uma 
empresa. Segundo Gitmam (1997), “os administradores financeiros administram ativamente as finanças de 
todos os tipos de empresas: financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com 
ou sem fins lucrativos. 
 
 
 
 
 
 
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Nesta área podemos encontrar as seguintes oportunidades de carreira: 
 
CARGO . 
 
Analista financeiro: Responsável pela preparação e análise dos planos financeiros e orçamentos da 
empresa; 
 Previsão financeira; 
 Análise financeira de desempenho baseada em índices e trabalho em conjunto 
com a contabilidade. 
Analista/Gerente de 
Orçamento de capital Responsável pela avaliação e recomendaçãode propostas de investimentos. 
 
Gerente de projetos 
Financeiros Responsável por obter financiamentos para investimentos em ativos; 
 Coordenar consultores, banqueiros de investimentos e assessores jurídicos. 
 
 
Gerente de Tesouraria / 
Caixa Responsável por manter e controlar os saldos diários de caixa ; 
 Gerenciar procedimentos de cobrança; 
 Gerenciar investimentos de curto prazo; 
 Gerenciar as transferências e desembolsos; 
 Coordenar os empréstimos de curto prazo e relacionamento com bancos. 
 
Analista / gerente 
de crédito Administra a política de crédito da empresa; 
 Concede crédito e monitora a cobrança das contas a receber. 
 
Administrador de 
Fundo de pensão Responsável pela coordenação dos ativos e passivos do fundo de pensão dos 
empregados; 
 Desempenhar tanto as atividades de administração de investimentos, quanto 
contratar ou supervisionar o desempenho dessas atividades (se realizadas por 
terceiros). 
 
 
 
1.1.1 Origem da Administração Financeira 
 
 Antes de conceituarmos o que seja administração financeira, nos termos em que hoje se situa, 
devemos, antes de tudo, conhecer algo sobre o desenvolvimento do contexto onde ela teve origem e se 
estruturou, assumindo o papel relevante que hoje ocupa na Administração das Empresas. 
 Podemos dizer que seu desenvolvimento acompanhou a crescente importância da empresa como 
integrante do sistema de livre iniciativa. 
 A pequena unidade produtora, de características artesanal, encontrou na divisão do trabalho a única 
maneira de aumentar a produção e assim enfrentar a concorrência que se tornava dia a dia mais acirrada, 
em função da expansão dos mercados. 
 Assim, o proprietário da pequena unidade produtora, que antes a dirigia e controlava sem grandes 
problemas, passou a ter dificuldades para administrar seu crescente negócio, sendo obrigado a dividir com 
seus empregados determinadas funções que antes exercia. Com o passar do tempo, maiores e mais 
complexas tornaram-se essas unidades produtoras, exigindo cada vez mais, conhecimentos específicos por 
 
 
 
 
 
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parte daqueles que a dirigiam. Com o advento da revolução industrial, surgiram as primeiras unidades 
industriais, precursoras das organizações de grande porte que hoje conhecemos. Afigurava-se assim, 
praticamente impossível aos proprietários dessas organizações exercerem todas as tarefas administrativas 
relativas aos diversos departamentos ou órgãos de que as mesmas se compunham, tais como: produção, 
finanças, comercialização, etc., não só pelo volume de trabalho envolvido, mas também pelos 
conhecimentos especializados que tais tarefas exigiam. No que diz respeito às finanças da organização, 
mais se fazia necessário serem tais funções exercidas por alguém que fosse capaz de manter o fluxo de 
recursos necessários à manutenção das atividades da em presa, bem como atingir seu objetivo de obtenção 
de lucro. Essas funções, que atualmente são desempenhadas, numa empresa de pequeno porte, pelo 
próprio dono ou pelo contador (já que a função financeira está intimamente associada à contabilidade), 
exige, numa organização de grande porte, uma ou mais pessoas com os conhecimentos técnicos 
necessários e uma visão da empresa como um todo, bem como do contexto econômico onde ela se situa. 
Condições sem as quais não teria sido possível a subsistência e desenvolvimento das grandes 
organizações, que constituem a coluna mestra do sistema capitalista. 
 Daí a grande importância atribuída à gerência financeira na administração empresarial, pois, como 
veremos adiante, dela depende muitas vezes não só a existência ou não de lucros, mas a própria 
sobrevivência da empresa. 
 
 
1.1.2 Conceito 
 
O acima exposto permite-nos conceituar a Administração Financeira como o exercício sistemático 
de determinadas funções administrativas através do uso de técnicas e conhecimentos específicos que visam 
proporcionar à organização os recursos financeiros necessários à continuidade de suas atividades e a 
consecução de seus objetivos. 
 
1.1.3 Visão Geral 
 
A Administração Financeira está estreitamente ligada à Economia e à Contabilidade. A 
Administração Financeira, portanto, pode ser vista como uma forma de economia aplicada à empresa que se 
baseia amplamente em conceitos econômicos. A Administração Financeira também aproveita certos dados 
da Contabilidade, outra área da economia aplicada. 
 
1.1.3.1 A administração financeira e a economia 
 
A macroeconomia nos dá a visão da estrutura global do Mercado Financeiro, do fluxo de moeda e 
de crédito onde a empresa precisa operar (Sistema Bancário, intermediários financeiros, política econômica 
do Governo Federal, etc.) englobando toda estrutura financeira do mercado em geral. 
A microeconomia nos apresenta vários guias de maximização de lucro (relações de ofertas e 
demandas, estratégias de precificação, estratégias de maximização de lucros, etc). 
 
Segundo Gitmam (1997): 
 
“O campo de Finanças está estreitamente relacionado ao da economia, o 
administrador financeiro deve compreender o arcabouço econômico e estar atento às 
conseqüências dos vários níveis de atividade econômica e das mudanças na política 
econômica. O administrador financeiro deve ser capaz também de utilizar as teorias 
econômicas como diretrizes para realizar operações comerciais com eficiência. São 
exemplos: a análise de oferta e procura, as estratégias de maximização do lucro e a 
teoria de preços. O princípio econômico básico usado em Administração Financeira é 
a análise marginal, princípio segundo o qual devem ser tomadas decisões financeiras 
e realizadas ações, somente quando os benefícios adicionais superarem os custos 
adicionais. Quase todas as decisões financeiras, em última instância, implicam a 
avaliação dos benefícios marginais versus os custos marginais. Um conhecimento 
básico de Economia é, portanto, necessário para se compreender tanto o ambiente 
 
 
 
 
 
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quanto as técnicas de tomada de decisão em Administração Financeira”. 
 
 
1.1.3.2 A administração financeira e a contabilidade 
 
A Contabilidade coleta, registra e desenvolve dados contábeis elaborando os diversos 
demonstrativos contábeis que serão analisados pela administração Financeira, visando à criação de 
elementos adicionais que facilitarão a tomada de decisões. 
 
Com relação à Contabilidade Gitmam (1997) diz: 
 
“As atividades financeiras e contábeis de uma empresa estão, geralmente, 
sob o comando do vice-presidente financeiro. Essas funções estão 
estreitamente relacionadas e em geral se superpõem; de fato,a 
Administração Financeira e a Contabilidade nem sempre se distinguem 
facilmente. Em pequenas empresas, o controller freqüentemente assume a 
função financeira e em grandes empresas, muitos contadores estão 
intimamente envolvidos em várias atividades financeiras. No entanto, há 
duas diferenças básicas entre Finanças e Contabilidade: a ênfase no fluxo 
de caixa e na tomada de decisão”. 
 
 
ÊNFASE NO FLUXO DE CAIXA 
“A função principal do contador é desenvolver e fornecer dados para medir o 
desempenho da empresa, avaliar sua posição financeira e pagar impostos. 
Baseando-se em certos princípios padronizados e geralmente aceitos, o 
contador prepara as demonstrações financeiras, que reconhecem as 
receitas no momento da venda e as despesas, quando incorridas. Essa 
abordagem é comumente conhecida como regime de competência”. 
 
“O administrador financeiro, por outro lado, enfatiza o fluxo de caixa, ou seja, 
entradas e saídas de caixa. Ele mantém a solvência da empresa, analisando 
e planejando o fluxo de caixa para satisfazer as obrigações e adquirir os 
ativos necessários ao cumprimento dos objetivos da empresa. O 
administrador financeiro adota o regime de caixa para reconhecer as 
receitas e despesas que efetivamente representam entradas e saídas de 
caixa”.Uma simples analogia poderá ajudar a esclarecer a diferença básica de 
pontos de vista entre o contador e o administrador financeiro. Se 
considerarmos o corpo humano como uma empresa, em que cada pulsação 
cardíaca corresponde a uma transação, a principal preocupação do contador 
seria registrar cada uma dessas pulsações como receitas de vendas, 
despesas e lucros. O administrador financeiro estaria preocupado, antes de 
mais nada, em verificar se o fluxo sangüíneo nas artérias alcança as células 
e mantém todos os órgãos do corpo funcionando. É possível que um corpo 
possua um coração forte, mas deixe de funcionar devido a bloqueios ou 
coágulos no sistema circulatório. Da mesma forma, uma empresa pode ser 
lucrativa e mesmo assim fracassar, devido a um insuficiente fluxo de caixa 
para satisfazer suas obrigações nas datas de vencimento”. 
 
“O exemplo anterior demonstra que a Contabilidade, à base do regime de 
competência, não revela integralmente as circunstâncias da empresa. 
Assim, o administrador financeiro deve enxergar além das demonstrações 
 
 
 
 
 
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financeiras, para poder detectar os problemas atuais ou potenciais. O 
administrador financeiro, concentrando-se no fluxo de caixa, deverá ser 
capaz de evitar a insolvência e atingir objetivos financeiros da empresa. 
Embora os contadores estejam conscientes da importância do fluxo de caixa 
e os administradores financeiros usem e entendam o regime de competência 
das demonstrações financeiras. Os contadores focalizam primordialmente os 
métodos de regime de competência e os administradores financeiros, os 
métodos de regime de caixa”. 
 
TOMADA DE DECISÃO 
“Chegamos, agora, à segunda grande diferença entre Finanças e 
Contabilidade: a tomada de decisão. Enquanto o contador volta sua atenção 
para a coleta e apresentação dos dados financeiros, o administrador 
financeiro analisa os demonstrativos contábeis, desenvolve dados adicionais 
e toma decisões, baseado em suas avaliações acerca dos riscos e retornos 
inerentes. O papel do contador é fornecer dados consistentes e de fácil 
interpretação sobre as operações passadas, presentes ou futuras da 
empresa. O administrador financeiro utiliza esses dados, na forma como se 
apresentam ou após realizar alguns ajustes, e os toma como um importante 
insumo ao processo de tomada de decisão. Obviamente, isso não significa 
que os contadores nunca tomem decisões ou que os administradores 
financeiros nunca coletem dados; mas, as ênfases principais da 
Contabilidade e de Finanças são muito distintas”. 
 
 
1.2 Objetivos da Administração Financeira 
 
A Administração Financeira se interessa pela circulação dos fundos dentro da empresa, 
administrando este fluxo. Como administração significa dirigir, torna-se necessário um objetivo para o qual 
deve se orientar a decisão financeira. Desta forma podemos identificar, numa abordagem mais abrangente 
alguns objetivos considerados no processo de tomada de decisão financeira em épocas diferentes, são eles: 
 
1.2.1 Maximização do Lucro 
 
Até recentemente era o objetivo mais aceito no processo de decisão financeira, ou seja, dentre 
várias alternativas possíveis seria escolhida a que representasse o maior lucro. 
 
1.2.2 Lucros Satisfatórios 
 
 Recentemente algumas correntes passaram a defender a idéia de um nível de lucros satisfatórios, 
em contraposição ao lucro máximo. De acordo com esta idéia o objetivo da empresa é obter um retorno 
satisfatório para os acionistas, mas não obrigatoriamente os níveis máximos de lucros, reconhecendo os 
interesses das outras partes (empregados, público em geral, governo, etc.). 
 
1.2.3 Equilíbrio de Interesses 
 
 É uma extensão dos lucros satisfatórios. No entanto, mais do que reconhecer o interesse das outras 
partes, neste caso, o objetivo da tomada de decisão financeira é atingir um equilíbrio entre as partes 
envolvidas (proprietários, funcionários, público em geral, governo, etc.). 
 
1.2.4 Interesses Administrativos 
 
 Onde o objetivo da tomada de decisão financeira seria, muitas vezes, somente o de perpetuar os 
administradores profissionais nas suas posições. 
 
 
 
 
 
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Dentre os objetivos da tomada de decisão financeira apresentados até aqui, encontramos algumas 
dificuldades de conceito, são elas: os lucros satisfatórios ou o equilíbrio de interesses como objetivos de 
tomada de decisão financeira representam pretensões sociais e políticas, não fornecendo critérios bem 
definidos, acarretando o problema adicional de definir qual o lucro satisfatório ou qual o ponto de equilíbrio. 
Mesmo assim, não poderíamos abrir mão da determinação do lucro máximo para poder julgar o que é 
satisfatório ou qual o ponto de equilíbrio. 
 
 Já o interesse administrativo como objetivo da tomada de decisão financeira seria uma distorção não 
devendo ser considerado seriamente. 
 
Diante disso, a maximização de lucros seria, dentre os já apresentados, o único objetivo aceitável 
no processo de tomada de decisão financeira. Todavia, apresenta problemas ou dúvidas que não o tornam 
plenamente satisfatório. são eles: 
 
 . O termo lucro é impreciso, podendo ser taxa ou montante. 
 . Sendo taxa, seria sobre o total dos fundos aplicados ou sobre o patrimônio dos acionistas? 
 . Apurado durante que espaço de tempo? 
 . O lucro sozinho não leva em conta o grau de risco que pode existir numa de terminada aplicação. 
 
Considerando que a maximização do lucro não é o objetivo plenamente satisfatório e que o 
compromisso maior dos administradores é com os proprietários atuais, entende-se que a maximização do 
valor atual do patrimônio dos proprietários da empresa seja o melhor objetivo no processo de tomada de 
decisão financeira. 
 
 Entende-se como valor a ser maximizado no processo de tomada de decisão financeira, o valor em 
longo prazo representado pelo investimento dos acionistas, ou seja, as ações ou quotas representativas do 
capital. Neste caso, as flutuações verificadas no mercado acionário não seriam consideradas, pois 
dependem de fatores fora do controle do executivo financeiro, tais como ondas de otimismo / pessimismo ou 
outros fatores externos. 
 
O valor de um ativo resulta da expectativa de que propiciará um fluxo de benefícios que, no caso 
das ações, são os dividendos e, também, um aumento das cotações no mercado. 
 
Numa abordagem mais específica, podemos identificar dois, objetivos no processo de tomada de 
decisão financeira na empresa, que são: 
 
1.2.5 Rentabilidade (mede o potencial econômico) 
 
1.2.6 Liquidez (mede o potencial financeiro) capacidade de saldar as dívidas. 
 
Onde a rentabilidade significa a remuneração do investimento efetuado e a liquidez representa a 
capacidade da empresa de saldar os compromissos necessários à manutenção das suas operações. 
 
 
 
1.3 Finalidades (Atribuições Básicas) da Administração Financeira 
 
 Convém esclarecer, de início, que as funções da gestão financeira na empresa não são 
independentes das demais funções administrativas, mas, ao contrário, elas acham-se intimamente 
relacionadas à administração das suas diversas áreas. 
 
Pode-se mesmo afirmar que qualquer decisão tomada na empresa terá seu reflexo sob o ponto de 
vista financeiro. Assim, por exemplo, se o gerente de vendas planeja aumentar as vendas através de 
 
 
 
 
 
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lançamentos de novos produtos, isso provavelmente envolverá a compra de novas máquinas e expansão 
das instalações, acarretando investimentos em ativos fixos, além do aumento das despesas com a 
distribuição dos novos produtos. Esse inter-relacionamento com as demais áreas ou departamentos, 
traduzido pelo reflexo das decisões nelas tomadas sobre os recursos financeiros disponíveis, fazem com 
que a gestão financeira situe-se comode primordial importância na empresa moderna. 
 
 As atribuições da administração financeira estão relacionadas com a própria definição e com as 
suas funções centrais e consistem na obtenção dos fundos de que a empresa necessita para operar e na 
sua distribuição entre as várias aplicações possíveis. Todavia, existem os processos de planejamento e 
controle que estão intimamente relacionados a cada uma destas funções, os quais também fazem parte das 
atribuições da área financeira. Assim, podemos relacionar as seguintes atribuições da área financeira. 
 
 Captação e Aplicação de Recursos. 
 Planejamento e Controle Financeiro; 
 
 
 
1.3.1 Obtenção e Aplicação de Recursos 
 
1.3.1.1 Obtenção de recursos financeiros 
 
Sabemos que a empresa recorre ao mercado quando necessita adquirir matéria-prima para seu 
processo produtivo. Da mesma forma, quando sua previsão de saídas de caixa em determinado momento 
for superior às entradas previstas, deverão ser conseguidos recursos fora da empresa, nos diversos 
mercados de capitais. Nesses mercados encontrará as mais variadas opções de financiamentos e 
empréstimos, dentro dos prazos e montantes necessários, cabendo à empresa alcançar o compromisso 
entre captar recursos ao custo mais baixo possível, ou simplesmente não conseguí-los, dependendo seu 
sucesso, muitas vezes, das condições vigentes nesses mercados e da sua própria situação, como empresa. 
Deduz-se daí a relevância da capacidade de negociação da organização, quanto ao aspecto de obtenção de 
fundos para fazer face às suas necessidades, muitas vezes imprevistas, sendo a função de levantar esses 
recursos uma das mais importantes na administração financeira de qualquer organização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Mercado 
de Capitais 
 
 > > 
 
 
 
 
 
 
 Investimento de ampliação ou 
 Implantação de novo 
empreendimento 
 
 
 
 > > 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FAMÍLIA FAMÍLIA 
 POUPANÇA CRÉDITO 
EMPRESA M.F. EMPRESA 
 AG. Econômico AG. Econômico 
GOVERNO Superavitário Deficitário GOVERNO 
 
 
 
RECURSOS: . ABERTURA DE CAPITAL 
 . DESCONTO N.P. (Garantia Aval Diretoria) 
 . DESCONTO DUPLICATAS (Garantia N.P.) 
 . LINHAS DE CRÉDITO DE MÉDIO E LONGO PRAZO (BNDES, CEF, BB, FINEP. etc.) 
 
 
 
1.3.1.2 Investimento de recursos financeiros 
RENDA CONSUMO POUPANÇA MERCADO 
SOBRA/SUPERÁVIT 
MOBILIÁRIO 
IMOBILIÁRIO 
CONSUMO RENDA DÉFICIT MERCADO 
CRÉDITO 
 
 
 
 
 
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 Como vimos, a obtenção de recursos financeiros externos depende em grande parte de fatores 
alheios à empresa. 
 Uma vez conseguidos esses recursos, caberá à administração decidir de que forma ele será 
aplicado, ou seja, quais os investimentos que deverão ser feitos, de modo que melhor atenda aos interesses 
da organização como um todo. 
 
 É provável que parte seja aplicada em estoques, outra parte talvez investida em máquinas que 
proporcionarão uma redução nos custos. Qualquer que seja sua aplicação deverão eles ser empregados de 
forma a proporcionar o maior retorno possível, em termos de lucros, exigindo para isso urna análise 
criteriosa das necessidades existentes. Já que esses recursos são limitados, caberá à administração 
estabelecer critérios de prioridades face às necessidades de recursos dentro da organização, de forma a 
torná-los produtivos. 
 
Corno veremos adiante, a maior parte do trabalho do Administrador Financeiro reside na 
administração dos ativos, que na realidade nada mais é do que a aplicação desses recursos nos vários itens 
de que se compõem esses ativos, visando à maximização do lucro obtido pela empresa. 
 
Exemplo de Investimentos: 
 
 
 Investimentos de Reposição (Renovação) 
 - É aquele investimento que se destina à substituição de um equipamento antigo. 
 
 
 Investimento de Expansão 
 - Podem ser qualitativos e/ou quantitativos. 
 
 
 Investimentos de Modernização ou Inovação 
 - Destinam-se a baixar o custo e melhorar a qualidade dos produtos. 
 
 
 Investimentos Estratégicos 
 - são aqueles que se destinam a reduzir os riscos das empresas. 
 
Exemplo: 
 
a) Investimento em integração vertical 
 - produzir, por exemplo, matéria-prima para fabricação do seu próprio produto. 
 
b) Investimento em busca de melhorar o bem estar social dos empregados, etc. 
 
 
1.3.2 Planejamento e Controle Financeiro 
 
1.3.2.1 Planejamento na empresa e planejamento financeiro 
 
O planejamento envolve a identificação dos objetivos, seleção de alternativas possíveis para atingi-
los e escolha da melhor ou melhores alternativas, dentro das possibilidades existentes. 
 
a) Planejamento Empresarial 
 
 
 
 
 
 
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 O planejamento empresarial é um campo maior onde está contido o planejamento financeiro. 
 
 O planejamento empresarial pode ser dividido em: 
 
b) Planejamento Estratégico - É o responsável pela definição das metas da or-
ganização como um todo. Estabelece -os objetivos da empresa para um 
determinado período. 
 
c) Planejamento Gerencial - É a etapa do planejamento onde as metas 
estabelecidas são detalhadas e quantificadas em termos físicos por área da 
empresa. 
 
d) Planejamento Financeiro - Consiste em traduzir o planejamento gerencial em 
termos de fluxo de fundos necessários para realizar os planos traçados. Onde 
serão definidas as necessidades de recursos e o seu perfil em termos de fontes 
e prazos. 
 
O Planejamento Financeiro está dividido em Planejamento Econômico (Orçamento) e Planejamento 
Financeiro (fluxo de caixa), onde o Planejamento Econômico é representado pela previsão de fatos 
econômicos ao longo do período, os quais representarão compromissos ou direitos que significam 
exigências de caixa ou se transformarão em caixa num dado momento. Já o Planejamento de Caixa 
representa uma previsão das entradas e saídas de recursos para um dado período. 
 
O planejamento, em função do período abrangido, pode ser dividido em: 
 Programas Plurianuais - Longo Prazo 
 Orçamento - Curto Prazo (um ano, geralmente) 
 
 
1.3.2.2 Princípios Básicos para um Planejamento Adequado 
 Definição dos objetivos; 
 Definição das funções e responsabilidades das áreas para se atingir as metas estabelecidas; 
 Utilização do planejamento como instrumento de controle, através da comparação entre previsto e 
realizado. 
 
 
1.3.2.3 Papel da Área Financeira no Processo de Planejamento Econômico 
 
 Coordenação da elaboração orçamentária, consolidando os orçamentos setoriais elaborados pelas 
diversas áreas da empresa; 
 Divulgação do orçamento consolidado e aprovado a todas as áreas; 
 Apuração do Realizado, através do registro das operações; 
 Análise do Realizado em contraposição ao orçado; 
 Proposição de correções. 
 
 
1.3.2.4 Planejamento de Caixa ou Fluxo de Caixa ou Orçamento de Caixa 
 
 Elaborado a partir do orçamento econômico, representa uma estimativa das entradas e saídas de 
recursos, ou seja, do fluxo de recursos necessários para atingir os objetivos orçados. Permite identificar as 
 
 
 
 
 
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necessidades de recursos extras, possibilitando obter-se os recursos necessários nos termos mais 
favoráveis. Se ao contrário, as previsões indicarem que vai sobrar caixa no período considerado será 
possível fazer planos para aplicar lucrativamente o excesso de caixa. 
 
 
 
1.3.2.5 Controle Financeiro 
 
O conceito de controle, em linhas gerais, envolve o procedimento de comparação entre o que foi 
planejado e o que foi realmente alcançado. 
 
 O controle financeiro, de certa forma, complementa o planejamento, já que seria de pouca validade 
planejarsem aferir se o que foi planejado foi realmente atingido. O controle financeiro, executado 
basicamente através de relatórios contábeis, permite a tomada de decisões no sentido de prevenir 
tendências ou mesmo corrigir desvios e distorções entre o planejado e os resultados reais. Devemos 
enfatizar o fato de que as funções de planejamento e controle dependem para obtenção de resultados úteis 
à administração, das informações e dados contábeis, bem como de sua correta e judiciosa utilização. 
 
 Para um desempenho satisfatório das funções de captação e distribuição dos recursos, além do 
planejamento, é necessária a existência do controle financeiro, que consiste no registro das operações 
realizadas pela empresa, gerando as informações necessárias ao processo administrativo e decisório que 
aquelas duas funções representam. 
 
 O controle financeiro pode ser dividido em duas atividades, que são: 
 Contabilidade e Orçamento Econômico 
 
 
1.3.3 Planejamento Financeiro 
 
OBS.: Os conceitos apresentados nos itens 1.3.3.1 até 1.3.3.7, também podem ser vistos 
nas disciplinas: Orçamento Empresarial e Gestão Orçamentária. 
 
1.3.3.1 Objetivo 
 
 O objetivo fundamental de qualquer empresa é a obtenção do maior lucro possível, compatível com 
o bem-estar da coletividade e com o crescimento sadio de seus negócios. Assim sendo, qualquer técnica 
que para isso possa contribuir, deverá ser usada. O planejamento financeiro é um dos instrumentos mais 
úteis, visto servir de base para se analisar o comportamento futuro da empresa. 
 O sistema orçamentário auxilia a empresa a conseguir o rendimento máximo dos recursos 
existentes. A flexibilidade, simplicidade e rapidez, indispensáveis na implantação, execução e controle 
orçamentário constituem exigências fundamentais para que a empresa atinja seus objetivos. 
 
 
1.3.3.2 Por que planejar ? 
 
 Naturalmente, mecanismo algum de trabalho, por mais eficiente que seja, jamais substituirá a 
capacidade ou o talento do administrador. Apesar disso, dadas às limitações naturais do elemento humano, 
é para ele indispensável a técnica de planejamento e controle financeiro para alcançar suas metas. 
 Uma empresa, que não possua um sistema adequado de planejamento e controle, está condenada 
a situações desvantajosas, por vezes fatais. 
 
 
1.3.3.3 Características do planejamento financeiro 
 
 
 
 
 
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a) Indicações para o futuro 
 
 Um plano financeiro a curto ou em longo prazo serve de guia para futuro comportamento da 
empresa. Entretanto, a projeção pura e simples da situação presente para o futuro tem sido motivo de 
grandes decepções na avaliação de um planejamento feito. Portanto, a projeção das condições atuais para o 
futuro desconhecido, deve ser devidamente reajustada, tendo em vista as novas condições de trabalho 
previamente estimadas. 
 
b) Flexibilidade na aplicação 
 
 Nenhum plano deve ser considerado imutável. Mesmo durante seu desenvolvimento, se as 
condições de mercado sofrerem bruscas e violentas transformações, os planos da empresa deverão ser 
rapidamente alterados. 
 
c) Participação direta dos responsáveis 
 
 Um plano imposto nunca poderá dar o mesmo resultado que um plano estudado, analisado e 
aprovado por todos os setores. O fator psicológico constitui a mola mestra para a consecução de bons 
resultados. 
 
 
1.3.3.4 Vantagens do planejamento financeiro 
 
 Um plano bem concebido e tecnicamente bem adequado traz inúmeras vantagens. 
 
a) Disciplina nas operações 
 
 Uma vez que o plano financeiro da empresa esteja expresso sob a forma de orçamento, válido para 
determinado período futuro, todos os funcionários procurarão atingir os objetivos nele contidos. A avaliação 
periódica do resultado atual também será feita baseada nos valores orçados. Esse alvo comum, propicia o 
trabalho em equipe e aprimorados meios de comunicação entre os elementos que trabalham para atingi-lo 
 
b) Distinção entre o necessário e o supérfluo 
 
 No planejamento financeiro, deverá haver uma demarcação entre o necessário e o supérfluo. Toda a 
aplicação de recursos que não redundar em maior rentabilidade a curto ou a longo prazo, deverá ser 
considerada supérflua. Apesar de nem sempre ser possível distinguir o supérfluo do necessário, o 
planejamento oferece melhores condições para esse julgamento, em benefício da empresa. 
 
c) Senso de responsabilidade em relação ao lucro previsto 
 
 Sendo o plano elaborado com a colaboração de todos os setores da empresa, cada indivíduo sentirá 
uma parcela de responsabilidade na realização do lucro final. A conscientização deste objetivo faz com que 
tudo seja feito em favor da rentabilidade da empresa. 
 
d) Prática de “Administrar por Exceção” 
 
 A comparação entre o REAL e o ORÇADO indica as deficiências que por ventura possam existir. 
Sem o sistema orçamentário os fatos contábeis de natureza estática não permitem, a primeira vista, 
distinguir os pontos de estrangulamento da empresa. Em nossos dias, as decisões empresariais precisam 
ser rápidas; nenhuma delas, porém, poderá ser tomada sem conhecimento de causa. A técnica do 
planejamento permitirá identificar os pontos fracos da empresa, possibilitando imediata correção. 
 
 
 
 
 
 
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1.3.3.5 Condições básicas para o sucesso 
 
 Principais condições para o sucesso do planejamento e controle financeiro numa empresa: 
 
a) Apoio da Administração 
 
 Uma recomendação especial para o futuro executivo: antes de introduzir qualquer inovação no 
sistema de planejamento e controle financeiro em sua empresa, é indispensável conseguir a anuência e o 
apoio efetivo do presidente (alta administração). Sem esse apoio, mesmo que o sistema de trabalho seja 
ótimo, dificilmente obterá o resultado almejado. 
 
b) Organização adequada 
 
 Em princípio o planejamento financeiro implica no seu controle posterior. Como os fatos financeiros 
referem-se a todas as áreas da empresa (Produção, Vendas e Administração), a amplitude do planejamento 
financeiro é bastante extensa e exige um preparo especial. O sucesso depende, em grande parte, do 
método usado e dos executantes, devidamente preparados, para sua aplicação. 
 
c) Entrosamento perfeito com a contabilidade 
 
 Para análise e comparações posteriores, o plano de contas da empresa, com todos os seus 
pormenores, deverá servir de base para o planejamento. Sem esse entrosamento, a contabilidade poderá 
registrar dados que não correspondam aos valores estimados, o que tornará errônea toda comparação e 
conduzirá à decisões falhas. È aconselhável que todos os funcionários da área de planejamento façam um 
treinamento na área de contabilidade, antes de desempenharem suas funções específicas. 
 
d) Sistema adequado 
 
 Cada empresa tem suas necessidades específicas, porém em qualquer circunstância, o sistema de 
planejamento deverá ser simples, objetivo e elaborado para ações efetivas e, também, o mais econômico 
possível. 
 
 
1.3.3.6 Significado do planejamento integral 
 
Financeiramente falando, o planejamento integral consiste em vincular todos os planos da 
administração financeira aos planos de produção e de vendas, bem como às atividades administrativas da 
empresa. De fato, para se alcançar a meta empresarial, é extremamente importante a coordenação das 
forças de trabalho. Se cada área trabalhasse por conta própria, desarticulada, isso afetaria fatalmente o 
resultado final. Nessa tarefa de coordenação global os executivos financeiros deverão estar cuidadosamente 
preparados e cônscios das possibilidades pertinentes aos seus respectivos setores de atuação. 
O planejamento integral requer principalmente o entrosamento da área financeira, baseado nas 
estimativas das demais áreas da empresa. Neste sentido o planejamento integral deverá ser traçado em 
consonância com todos os executivos responsáveis pela política da empresa,observando-se em princípio, 
os seguintes estágios de trabalho: 
a) Determinação dos futuros volumes de venda e produção; 
b) Determinação dos recursos humanos necessários; 
c) Determinação das providências a serem tomadas por cada setor da 
empresa, levando-se em consideração os planos de vendas e produção; 
d) Elaboração de um cronograma único, para a execução do plano integral. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
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1.3.3.7 Os princípios fundamentais do planejamento e do controle financeiro 
 
 O planejamento financeiro é uma parte importante do trabalho do administrador financeiro. Os 
planos financeiros e orçamentos fornecem roteiros para atingir os objetivos da empresa. Além disso, esses 
veículos oferecem uma estrutura para coordenar as diversas atividades da empresa e atuam como 
mecanismo de controle estabelecendo um padrão de desempenho contra o qual é possível avaliar os 
eventos reais. Obviamente, é preciso entender as principais dimensões do processo de planejamento 
financeiro para administrar eficientemente as atividades financeiras da empresa e, conseqüentemente, 
maximizar o preço de suas ações. 
 
a) Planejamento de caixa e planejamento do lucro 
 
 Planejamento de caixa e planejamento do lucro são dois aspectos importantes do processo. O 
planejamento de caixa, que é realizado em geral pela elaboração do orçamento de caixa, é crítico uma vez 
que o caixa é elemento vital da empresa. Sem caixa adequado ─ independente do nível de lucro ─ a 
empresa poderá tornar-se inadimplente e falir. O planejamento do lucro normalmente é feito pelas 
demonstrações financeiras projetadas que mostram os níveis antecipados de Lucros, Ativos, Passivos, e 
Patrimônio Líquido. Os orçamentos de caixa e as demonstrações projetadas não são apenas úteis para 
planejamento financeiro interno, mas também são normalmente exigidos pelos credores atuais e futuros. 
 O processo de planejamento financeiro inicia-se com a elaboração dos planos financeiros de longo 
prazo que ditam os parâmetros gerais referidos nos planos e orçamentos de curto prazo. Em geral, os 
planos e orçamentos de curto prazo são guias operacionais para atingir os objetivos a longo prazo da 
empresa. Embora se dê mais ênfase aos planos financeiros e orçamentos de curto prazo, é conveniente 
tecer alguns comentários e respeito dos planos de longo prazo. 
 
b) Planos financeiros de longo prazo 
 
 Os planos financeiros de longo prazo em geral refletem o impacto antecipado da implementação de 
ações planejadas sobre a situação financeira da empresa. Tais planos tendem a cobrir períodos que vão de 
dois a dez anos. É bastante comum o emprego de planos qüinqüenais, que são continuamente revistos à 
chegada de novas informações. Geralmente empresas, sujeitas a elevados graus de incerteza operacional 
ou ciclos de produção relativamente curtos, ou ambos, tenderão a empregar horizontes de planejamento 
mais curtos. Os planos financeiros de longo prazo tendem a focalizar a implementação de dispêndios de 
capital propostos, atividades de pesquisa e desenvolvimento, ações de marketing e relacionados com o 
desenvolvimento de produtos, e importantes fontes de financiamento. Deve-se incluir também a conclusão 
de projetos existentes de linhas de produto, ou ramos de negócios: reembolso ou amortização de dívidas e 
quaisquer aquisições planejadas. Tais planos tendem a ser subsidiados por inúmeros orçamentos e planos 
de lucros anuais. 
 
c) Planos financeiros de curto prazo 
 
 O processo de planejamento financeiro a curto prazo reflete os resultados esperados de ações a 
curto prazo. Estes planos geralmente cobrem um período de um ou dois anos. Os principais insumos 
incluem a previsão de vendas e várias formas de dados operacionais e financeiros os principais resultados 
incluem inúmeros orçamentos OPERACIONAIS, O ORÇAMENTO DE CAIXA e DEMONSTRAÇÕES 
FINANCEIRAS PROJETADAS. 
 
 
1.3.3.8 O Administrador Financeiro na Empresa 
 
Dada à grande variedade de situações as quais lida o Administrador Financeiro, torna-se algo difícil 
definir exatamente suas atribuições, isso porque é bastante extensa a sua atuação na empresa, envolvendo 
 
 
 
 
 
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contatos e relacionamento com todas as áreas ou departamentos da organização, além do fato de que as 
empresas têm estruturas e tamanhos diferenciados. No entanto, podemos dizer que de modo genérico, sua 
função é prover a organização dos recursos financeiros necessários ao desempenho de suas atividades, 
bem como fazer com que seja maximizado o lucro dos proprietários. 
 
Na realidade, suas funções básicas são as mesmas da gestão financeira, abordadas no tópico 
anterior, ou seja, planejamento e controle, o levantamento de recursos financeiros e a aplicação desses 
recursos na empresa. Outras tarefas poderão ocupar-lhe a atenção, tais como a liquidação da empresa e 
sua fusão ou incorporação a outras organizações, porém tais atribuições têm caráter excepcional, não 
fazendo parte do seu trabalho quotidiano. 
 
O Planejamento Financeiro talvez seja o que mais atenção solicite, não só pela importância que 
assume na elaboração dos seus instrumentos básicos, os orçamentos, mas também por força do volume de 
recursos envolvidos, como é o caso do orçamento de capital, que geralmente abrange um período de vários 
exercícios, além ser sua elaboração, geralmente complexa, já que envolve aspectos econômicos de difícil 
mensuração. 
 
As funções de levantamento de recursos e sua aplicação dentro da empresa exigem por parte do 
administrador financeiro um amplo conhecimento não só do mercado de capitais e da economia do Pais, 
mas também de toda a empresa seus problemas organizacionais e do contexto em que se situa. 
 
É sua função estar atento às exigências do mercado e sua influência sobre organização, sugerindo 
medidas que possibilitem o atendimento dessas exigências. 
 
A função de controle financeiro é de capital importância na empresa moderna. Pouca utilidade teria 
um Planejamento Financeiro bem elaborado se não houvessem meios de comparar os resultados obtidos, 
no transcorrer das atividades da empresa com aqueles antes planejados. 
 
 O controle financeiro é exercido de modo sistemático na maioria das empresas. 
 
 Dada sua importância, nas grandes organizações existe um órgão denominado Controladoria, cuja 
função é exclusivamente exercer o controle das atividades da empresa, em todos os níveis hierárquicos, 
abaixo da cúpula administrativa, emitindo relatórios à direção da organização sobre o desempenho de todos 
os departamentos, serviços, etc., e sugerindo as medidas corretivas que se façam necessárias. Geralmente, 
a Controladoria está diretamente subordinada ao Diretor Financeiro da empresa, o que permite a esse 
executivo manter sob controle todas as atividades organizacionais que envolvem aspectos financeiros. 
 
 Cabe acrescentar, finalizando esse ítem, que todas as funções exercidas pelo Administrador 
Financeiro, especialmente as de planejamento e controle financeiro da empresa, somente serão possíveis 
se houver um sistema de informações contábeis efetivo e adequado às necessidades da empresa e que 
possa fornecer os dados e informações que se tornem necessários. 
 
 
1.3.5 Organização Financeira da Empresa 
 
1.3.5.1 Estrutura financeira 
 
 Estrutura típica da função financeira de uma empresa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
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 Caixa e Bancos ○ Contabilidade Geral e de Custos 
 Contas a Receber ○ Orçamentos e Controle Orçament. 
 Contas a Pagar ○ Auditoria Interna 
 Relações Bancárias ○ Preparação de Relatórios Internos 
 Orçamento de Caixa 
 
 
 
 
Esta é uma estrutura simples, não se pretende afirmar, que seja necessário a dotar-se este tipo de 
estruturapara que se tenha uma boa administração financeira. 
 
São as circunstâncias reveladoras de boa ou má administração que tendem conduzir a mudanças 
de estrutura. 
 
 OBS.: 
a) É possível haver casos em que uma só pessoa é, ao mesmo tempo, DIRETOR FINANCEIRO, 
TESOUREIRO e CONTROLADOR. Basta que seja responsável pela supervisão de todas as 
subáreas indicadas na estrutura acima. 
b) Em outros casos, um Diretor Administrativo, por exemplo, pode exercer toda essas três funções, 
além de cuidar de problemas de pessoal, salários, etc. 
c) O Diretor Financeiro deve preocupar-se com a coordenação das áreas em que se subdivide a 
administração financeira. Cabe-lhe, como membro da diretoria da empresa, participar da 
formulação de políticas para toda a organização e, em sua área, supervisionar a execução dás 
atividades necessárias à execução dessas políticas. 
 
 O importante, no presente caso, é verificar como essa forma de estruturar a função financeira 
diferencia as atividades com dois enfoques distintos, contribuindo para maior especialização e eficiência: 
 
 
 ÁREA DO TESOUREIRO, mais voltada para atividades que compreendem o uso do 
dinheiro, a sua manipulação e a posse real de fundos. 
 ÁREA DO CONTROLADOR, preocupa-se com os controles e os fluxos de informações 
dentro da empresa. 
 
 
 A área do TESOUREIRO tem contato com o público e a área do CONTROLADOR, possui tarefas 
quase que exclusivamente voltadas para dentro da empresa. 
 
 
 Concluindo, podemos dizer que a área de TESOURARIA está mais preocupada com os aspectos de 
OBTENÇÃO DE FUNDOS, enquanto a de CONTROLADORIA, dedica-se à ANÁLISE DA EFICIÊNCIA 
RELATIVA COM OUE OS RECURSOS OBTIDOS SÃO APLICADOS PELA EMPRESA. 
DIRETORIA FINANCFEIRA 
CONTROLADORIA TESOURARIA 
 
 
 
 
 
21 
 
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1.3.6 Naturezas Jurídicas 
 
1.3.6.1 Empresa Individual 
 
 Empresa individual é aquela cujo proprietário é uma única pessoa e que opera em seu próprio 
benefício. Essencialmente, tal pessoa é seu próprio empregador. Geralmente, o proprietário, juntamente 
com alguns empregados, opera a propriedade. Em geral todo o capital da empresa advém de seus recursos 
próprios ou de empréstimos, e ele é responsável por todas as decisões. 
 
 
 Exemplo de Empresas Individuais: 
 
 - Mercearia 
 - Oficina de automóveis 
 - Sapataria, etc. 
 
Vantagens da Empresa Individual 
 
a) O proprietário é seu próprio patrão 
b) Propriedade de todo o lucro 
 A empresa individual possibilita que seu proprietário receba os frutos de seus próprios esforços; 
contudo, ele também deve absorver os prejuízos. 
c) Baixos custos organizacionais 
d) Economias fiscais 
e) Possível posição de crédito elevado 
 Se o proprietário individual for bem abastado, é possível que ele tenha uma situação creditícia 
superior ao de uma sociedade de capital de mesma dimensão. 
 f) Outras vantagens 
 Sigilo e a facilidade de dissolução. 
Desvantagens de uma Empresa Individual 
 
a) Responsabilidade ilimitada 
 A riqueza total do proprietário, e não só o montante que ele originalmente investiu, pode ser utilizada 
para pagar os credores. 
 
b) Limitações na dimensão 
 A capacidade de financiamento do proprietário individual está limitada ao montante que uma única 
pessoa pode conseguir. Geralmente, esse montante não é suficiente para possibilitar operações em 
larga escala. 
 
c) Outras desvantagens 
 Dificuldades na administração, resultantes da necessidade do proprietário ser um "pau-para-toda-
obra". 
 Falta de oportunidade para os empregados. 
 Falta de continuidade quando o proprietário morre. 
 
 
1.3.6.2 Sociedades de Pessoas 
 
Uma sociedade de pessoas consiste em dois ou mais proprietários que levam adiante o mesmo 
negócio com o objetivo de obter lucro. 
 
 
 
 
 
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 CONTRATO SOCIAL 
 - A maioria das sociedades de pessoas é estabelecida mediante um contrato escrito entre os sócios. 
Geralmente inclui: 
 1 - cláusulas referentes às atribuições dos sócios; 
 2 - salários/retiradas; 
 3 - maneira como os lucros e prejuízos devem ser divididos; 
 4 - procedimento a ser seguido, se um sócio se retirar do negócio ou a empresa for 
dissolvida. 
 
 
 SOCIEDADES LIMITADAS 
 É o mais comum dos tipos especiais de sociedades de pessoas. Numa sociedade por quotas de 
responsabilidade LIMITADA, um ou mais sócios podem ser designados como possuidores de 
responsabilidade limitada, desde que pelo menos um sócio assuma responsabilidade NÃO-LIMITADA. O 
sócio com responsabilidade limitada está normalmente proibido de cuidar da administração (GERÊNCIA) da 
empresa. 
 
 
 
 
 
 VANTAGENS DE UMA SOCIEDADE DE PESSOAS 
 
 a) Maior Capital 
 Os recursos financeiros de mais de um indivíduo normalmente possibilitam que se obtenha 
maior capital do que o proprietário individual pode levantar. 
 
 b) Melhor Situação Creditícia 
 Isto por que os bens pessoais de todos os sócios estão a disposição para satisfazer as 
reivindicações dos credores. 
 
 
1.3.6.3 Sociedade Anônima 
 
 O termo Sociedade Anônima foi oficialmente definido pelo juiz John Marshall da Suprema Corte 
Americana em 1819. 
 
 "Uma sociedade anônima é um ente artificial, invisível, intangível, e que existe apenas 
perante a lei". 
 
 Pelo fato de uma sociedade anônima ser um ente artificial, esta é muitas vezes chamada de 
ENTIDADE LEGAL. Possui poderes de um ser humano, porquanto pode processar e ser processada, 
elaborar e tomar parte em contratos e adquirir propriedades em seu próprio nome. 
 
 ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE ANONIMA 
As principais partes interessadas numa sociedade anônima são os Acionistas, o Conselho de 
Administração e o Presidente. 
 
 ACIONISTAS 
 Os acionistas são os verdadeiros proprietários da empresa. Já que os acionistas são os verdadeiros 
proprietários da empresa, eles votam periodicamente para selecionar o Conselho de Administração e alterar 
seus estatutos. 
 
 
 
 
 
 
23 
 
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 O acionista tem os seguintes direitos básicos: 
 
 1 - Receber dividendos em proporção a sua propriedade; 
 2 - Conservar ou vender seus certificados de ações: 
 3 - Participar na liquidação; 
 4 - Comprar uma parte pró-rata de quaisquer novas ações emitidas; 
 5 - Inspecionar os livros de registro da empresa. 
 
 
 VANTAGENS DE UMA SOCIEDADE ANONIMA 
 
 1 - Grande Dimensão 
 2 - Possibilidade de Transferência de Propriedade 
 A propriedade é evidenciada por certificados de ações, que podem ser facilmente transferidos a 
novos proprietários. 
 3 - Outras Vantagens 
 a) Perduram muito tempo, pois não se dissolvem com a morte ou retirada de um proprietário; 
 b) Administradores profissionais podem ser contratados para dirigir a empresa e, se eles 
não mostrarem um bom desempenho nesta tarefa, podem ser substituídos; 
 c) Podem expandir-se mais facilmente. 
 
 DESVANTAGENS DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS 
 
 1 - Custos de Organização 
 Os custos de incorporação e a emissão de ações muitas vezes são comprovadamente um 
empecilho à sociedade anônima, especialmente para empresas pequenas. 
 
 2 - Regulamentação do Governo 
 Já que a sociedade anônima é uma entidade legal, está sujeita à regulamentação por vários 
departamentos estaduais e federais. 
 
 3 - Outras Desvantagens 
a) falta de interesse, pessoal na empresa por parte dos funcionários; 
b) falta de sigilo, pois todo acionista deve conhecer o desempenho e a situação financeira da 
empresa através de suas demonstrações anuais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
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2 REVISÃO DE MATEMÁTICA FINANCEIRA 
 
 
INTRODUÇÃO
1
: 
 
 Nos cursos de Matemática qualquer que seja o nível, costuma-se perguntar aos alunos quanto são 
dois mais dois. Desconfiados,eles respondem que são quatro. São quatro na aritmética; na Matemática 
Financeira depende, isto é, depende se estamos comprando ou vendendo. É claro que isto, é apenas uma 
simples brincadeira, porém serve para deixar claro e sem margem de dúvidas que são diversas as formas de 
cálculo e de convenções utilizadas, objetivando uma elevação de receitas ou uma redução de custos 
financeiros, para as quais se deve atentar para não se incorrer na ilusão de ganhos ou perdas aparentes. 
 As instituições de ensino, com seu corpo docente e a experiência adquirida ao longo do tempo, 
permite compreender as principais necessidades de profissionais e de estudantes universitários. Apenas 
como exemplo de algumas dessas necessidades, pode-se citar as operações de curtíssimo prazo com 
títulos públicos e a influência da tributação no custo efetivo de tomadores de empréstimos ou na 
rentabilidade real de investidores de títulos privados de renda fixa, operações estas, de um modo geral 
superficialmente abordadas. 
 Esta carência de informação em determinados assuntos, num mercado altamente sofisticado pelas 
suas múltiplas modalidades de negociação tanto de captação como de aplicação de recursos financeiros, 
aliada à permanente e cada vez mais complexa presença das Autoridades Governamentais regulamentando 
e tributando as operações financeiras em si e os ganhos, sem falar na nova onda provocada, nos diversos 
mercados, pela Globalização, induz às instituições de ensino a prepararem cursos onde toda uma prática de 
mercado é informada, analisada e discutida à luz dos conceitos de Matemática Financeira. 
 Assim, o curso de Matemática Financeira tem boa acolhida pelos estudantes na sua maioria 
interessados especialmente nas aplicações no Mercado Financeiro. 
 
O principal conceito que orientará o nosso raciocínio ao longo do curso é o conceito do valor do 
dinheiro no tempo (DINHEIRO = recursos reais disponíveis para consumo ou investimento ). Empréstimos 
ou investimentos realizados no presente terão seus valores aumentados no futuro. Inversamente, valores 
disponíveis no futuro, se considerados ou avaliados no presente, terão seus valores reduzidos. 
 
 
 Graficamente, podemos representar o conceito da variação do valor do dinheiro no tempo conforme 
abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1
 Bibliografia: JUER, Milton. Matemática Financeira. RJ. IBMEC. 
 PUCCINI, Abelardo de Lima. Matemática Financeira. RJ. SARAIVA. 
DINHEIRO 
TEMPO 
 
 
 
 
 
 
25 
 
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Para melhor compreensão do conceito acima, vejamos o seguinte caso: 
 
 Poderíamos perguntar ao aluno, que decisão ele tomaria diante das seguintes alternativas. 
 
a) Receber $ 1.000.000 hoje ou esta mesma quantia no fim de, por exemplo, um ano. 
 
 É claro que a resposta seria receber Hoje. 
 
b) Entre $ 1.000.000 hoje e por exemplo $ 1.700.000 no fim de um ano. 
 
 A resposta poderia ser: depende ! 
 
 Isto é, depende das demais alternativas possíveis, de mesmo risco e liquidez, no momento da 
decisão. 
 
 Assim, já se pode observar a existência das variáveis com as quais estaremos nos preocupando, 
tais como: 
 
 o valor aplicado; 
 o valor registrado; 
 o prazo expresso em períodos de tempo - também denominado de períodos financeiros ou 
horizonte financeiro; 
 variação entre os valores investidos e resgatados. 
 
 
 Com os elementos acima pode-se representar um fluxo de caixa, da seguinte forma: 
 
 
 S 
 j = S - C 
 
 0 n 
 
 C 
 
 
 Onde: 
a) SETA PARA BAIXO = Indica valor es emprestados ou investidos que representaremos por: 
 
 C ou P - também denominado de Capital Inicial; 
 Principal; 
 Valor Atual; 
 Valor de Aplicação; ou 
qualquer outra denominação que nos indique claramente serem valores 
inicialmente cedidos ou aplicados. 
 
b) SETA PARA CIMA = Cujo valor representaremos por S ou F, indica: 
 
 . O Montante; 
 
 
 
 
 
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 . Valor de Resgate; 
 . Valor Futuro; 
 . Valor Capitalizado; ou 
. qualquer outra denominação que nos indique claramente tratar-se de 
um retorno ou refluxo. 
 
 
 A diferença entre o valor de resgate e o valor aplicado, ou seja, o rendimento da operação, 
denomina-se JUROS, sendo a taxa de juros “ i “, o coeficiente de proporcionalidade entre o valor do juro e 
o capital cedido, observada a unidade de tempo considerada. 
 
 OBS.: 
 Neste curso, a taxa de juros será sempre um parâmetro, ou seja, em nenhum momento ao longo do 
texto estaremos preocupados em explicar como a taxa de juros é determinada no mercado. 
 
 Pelo exposto, podemos escrever: 
 
 
 
 
 j 
 i = 
 C 
 
 
2.1 Juros 
 
2.1.1 Conceito 
 
 “Juros” pode ser conceituado da seguinte forma: 
 
a) valor pago em dinheiro pelo uso de dinheiro que se toma emprestado, ou seja, custo do capital 
de terceiros colocado à nossa disposição; 
b) remuneração do capital empregado em atividades produtivas ou, ainda, remuneração paga pelas 
instituições financeiras sobre o capital nelas aplicado. 
 
 
2.1.2 Forma de Apresentação 
 
 A taxa de juros pode se apresentar sob duas formas: 
 
a) CENTESIMAL OU PERCENTUAL : 
 
Quando representar os juros de cem unidades de capital durante o período de tempo a que se 
referir. 
 
 
Exemplo: 
 
Admitir um capital de $ 1.000 por unidade de tempo considerada. Aplicar às taxas de: 10%, 2%, 
1,25% e 0,2% para a fórmula 
 
 
 10 
J = S - C 
 J = Ci 
J = Ci 
 
 
 
 
 
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a1) j = 1.000 x = 100,00 
 100 
 
 2 
a2) j = 1.000 x = 20,00 
 100 
 
 1,25 
a3) j = 1.000 x = 12,50 
 100 
 
 0,2 
a4) j = 1.000 x = 2,00 
 100 
 
 
 
b) UNITÁRIA : 
 
 Quando representar, nas mesmas condições anteriores, os juros de uma unidade de capital. 
 
Exemplo: 
 Considerando o mesmo exemplo de “a “ , aplicar a forma unitária: 0,10; 0,02; 0,0125; e 0,002, 
para 
 
 
b1) j = 1.000 x 0,10 = 100,00 
b2) j = 1.000 x 0,02 = 20,00 
b3) j = 1.000 x 0,0125 = 12,50 
b4) j = 1.000 x 0,002 = 2,00 
 
 OBS.: 
a) A taxa de juros, neste curso, será sempre indicada na forma CENTESIMAL OU PERCENTUAL 
nos enunciados ou respostas dos exercícios quando estas forem, respectivamente, um dado ou 
uma incógnita e sempre associada à unidade de tempo considerada. 
b) Na forma UNITÁRIA quando inserida nas fórmulas. 
 
 
2.1.3 Tipos de Juros 
 
 Os juros são normalmente classificados em simples ou compostos, dependendo do processo de 
cálculo utilizado. 
 
 
 
2.1.4 Regime de capitalização 
 
 REGIME DE CAPITALIZAÇÃO SIMPLES. 
 Quando apenas o capital inicial rende juros, ou seja, quando os rendimentos são devidos única e 
exclusivamente sobre o principal, ao longo dos períodos de tempo a que se referir uma determinada taxa de 
juros. 
 
Exemplo: 
 
J = Ci 
 
 
 
 
 
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 Vejamos ocaso de um capital de $ 10.000 aplicado por 3 períodos de tempo à 10% por período. 
 
 
CAPITALIZAÇÃO SIMPLES 
P E R Í O D O P R I N C I P A L J U R O S M O N T A N T E
0 10.000 - 10.000,00 
1 10.000 1.000,00 11.000,00 
2 10.000 1.000,00 12.000,00 
3 10.000 1.000,00 13.000,00 
A C U M U L A D O 10.000 3.000,0013.000,00 
 
 
OBS.: 
 No regime de capitalização simples, apenas o principal rende juros. Isto é, evolui segundo uma 
Progressão Aritmética, evolui linearmente. 
 
REGIME DE CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA. 
 
Quando os rendimentos incorporados ao principal, em cada período financeiro ou de tempo a que se 
referir uma dada taxa “i “ de juros, passam, também, a render juros no período seguinte, ou seja, o capital 
investido ou emprestado será acrescido do rendimento de juros, compondo um novo principal, o qual no 
período seguinte será acrescido de rendimento de juros e assim sucessivamente. 
 
 
 
Exemplo: 
 
CAPITALIZAÇÃO COMPOSTA 
P E R Í O D O P R I N C I P A L J U R O S M O N T A N T E
0 10.000 - 10.000,00 
1 10.000 1.000,00 11.000,00 
2 11.000 1.100,00 12.100,00 
3 12.100 1.210,00 13.310,00 
 
 
OBS.: 
O regime de capitalização composta, evolui exponencialmente, ou seja, segundo uma Progressão 
Geométrica. 
 
 
2.2 Juros Simples 
 
2.2.1 Cálculo dos juros 
 
 Para um único período de tempo a que se refere uma determinada taxa de juros, o juro devido a um 
capital por unidade de tempo considerada é igual ao produto do principal pela taxa. Assim, para “n “ 
períodos de tempo a que se refere a taxa, observada a proporcionalidade entre o valor dos rendimentos e o 
capital cedido, teremos para o valor dos juros, a seguinte expressão: 
 
 
 
 
 
J = Cin 
 
 
 
 
 
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 Onde: 
 
j = Juros 
C = Capital 
i = Taxa 
n = Tempo 
 
Exemplo: 
 
a) Calcular os juros devidos a uma aplicação de $ 5.000,00 por 3 meses a uma taxa simples de 3% a. 
m. 
 3 
j = Cin j = 5.000,00 x x 3 = 5.000,00 x 0,03 x 3 = 
 100 
 
 
2.2.2 Homogeneidade das taxas 
 
 Convém notar que os períodos de tempo, a que se refere a taxa de juros, devem ser homogêneos. 
Como segue: 
 
a) Se a taxa é mensal e o prazo de aplicação se refere a dias, teremos: 
 
 Cin 
 j = onde “ n “ é o número de dias. 
 30 
 
 
b) Se a taxa é anual e o prazo de aplicação se refere a meses, teremos: 
 
 Cin 
 j = onde “ n “ é o número de meses. 
 12 
 
 
c) Se a taxa é anual e o prazo de aplicação se refere à dias, teremos: 
 
 Cin 
 j = JUROS COMERCIAIS, onde “ n “ é o número de dias. 
 360 
 
 
 Cin 
 j = JUROS EXATOS, onde “ n “ é o número de dias. 
 365 
 
 
 
 
 
450,00 
 
 
 
 
 
 
30 
 
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Exemplo: 
 
a) Calcular o rendimento obtido por um investidor ao aplicar $ 20.000,00 durante 5 meses e 10 
dias, à taxa simples de 29% ao ano. 
 
Dados: 
 C = $ 20.000,00 
 n = 5 m e 10 dias = 5 x 30 = 150 dias + 10 dias = 160 dias 
 i = 29 % a a 
 j = ? 
 
JUROS COMERCIAIS: 
 
 29 
 20.000,00 x x 160 
 100 20.000,00 x 0,29 x 160 
j = = = 
 360 360 
 
 
JUROS EXATOS: 
 
 29 
 20.000,00 x x 160 
 100 20.000,00 x 0,29 x 160 
j = = = 
 365 365 
 
 
 
b) Ao aplicar $ 15.000,00 pelo prazo de 10 meses, um capitalista recebeu $ 1.920,00 de juros. 
Qual a taxa anual de juros simples aplicada ? 
 
Dados: 
 C = $ 15.000,00 
 n = 10 m 
 i = ? % a a 
 j = $ 1.920,00 
 
 
 Cin 15.000,00 x i x 10 
 j = = 1.920,00 = 
 12 12 
 
 1.920,00 x 12 = 15.000,00 x 10 x i 
 
 1.920,00 x 12 
 i = 
 15.000,00 x 10 
 
 23.040,00 
 i = 
 150.000,00 
 
i = 15,36% a a 
2.577,78 
2.542,47 
 
 
 
 
 
31 
 
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 i = 0,1536 x 100 = 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS: 
 
2.2.1 - Um capital de $ 10.000,00, aplicado a uma taxa de 8% ao ano, proporcionará, no final de um 
ano, um total de juros equivalentes a: 
 
2.2.2 - Um indivíduo, em 31/12/xx, entregou $ 100,00 a um banco que lhe prometeu juros simples, à razão 
de 10% ao ano. Qual será seu saldo credor no final de cada um dos próximos quatro anos? 
( montar quadro auxiliar). 
 
2.2.3 - Qual o valor dos juros de um capital de $ 200,00 aplicado durante 24 meses, a uma taxa de 10% 
ao ano ? 
 
2.2.4 - Quanto receberá de juros um capital de $ 500,00 aplicado por 1 (um) quadrimestre à taxa de 12% 
ao ano ? 
 
2.2.5 - Qual a taxa envolvida num investimento em CDB de 30 dias, que rende 120% ao ano? 
 
2.2.6 - Compra de ações no valor de $ 100,00 que rendem dividendos de 25% ao ano. Qual o valor dos 
rendimentos? 
 
2.2.7 - Qual o montante acumulado no final de 12 trimestres, a uma taxa de 5% a . t. , no regime de juros 
simples, a partir de um principal igual a $ 100.000,00 ? 
 
2.2.8 - Qual o principal que deve ser aplicado, nesta data, para se ter um montante de $ 100.000,00 daqui 
a 4 semestres, a uma taxa de 15% a . s. , no regime de juros simples? 
 
2.2.9 - Uma Letra do Tesouro Nacional está sendo negociada com um prazo de 92 dias a decorrer até o 
seu vencimento, à taxa anual de 36,00% . Calcular o valor da taxa de juros mensal do papel. 
 
2.2.10 - Calcular o valor dos juros obtidos numa aplicação de um capital de $ 50, a uma taxa de 6% a . a ., 
durante 2 anos. 
 
2.2.11- Calcular o valor dos juros de um capital de $ 500 aplicado a uma taxa de 5% a . a ., rendendo 
juros entre 15 de janeiro e 20 de abril. 
 
2.2.12 - Calcular o capital que deve ser aplicado a uma taxa de 5% a . m., durante 4 meses para que se 
tenha juros no valor de $ 80 neste período. 
 
2.2.13 - Um capital de $ 700, aplicado durante 25 dias rende juros de $ 7. Qual a taxa de juros anual 
envolvida na operação? 
 
2.2.14 - Calcular em quanto tempo um capital de $ 4.000 aplicado a uma taxa de 3% a . a ., rende juros 
de $ 120. 
 
2.2.15 - Calcular o valor dos juros de um capital de $ 300, aplicado a uma taxa de 8% a .a ., durante um 
período de 2 anos e 3 meses. 
 
2.2.16 - Calcular o montante ( C + J ) de um capital de $ 130 aplicado a uma taxa de 3% a .a ., durante 3 
anos. 
 
 
 
 
 
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2.2.17- Calcular a taxa de juros de um capital de $ 210 que aplicado durante 4 anos gera um montante 
de $ 280. 
 
2.2.18 - Calcular em quanto tempo, um capital dobra aplicado à taxa de 5% a .a . 
 
 
2.2.3 Fórmulas e Exemplos 
 
2.2.3.1 Simbologia adotada 
 
 n = número de períodos em que o tempo foi ou está dividido; 
 
r = taxa de juros em cada período de capitalização, dada em percentagem (%), e sempre 
mencionando a unidade de tempo considerada; 
 
i = taxa de juros em cada período de capitalização, dada em fração decimal. Guarda , 
portanto, com “r”, a seguinte relação: 
 
 
 r 
 i = 
 100 
 
Assim, se r = 10% a a , então i = 0,10 . Esta taxa i é que será usada no desenvolvimento 
de todas as fórmulas, ao passo que a taxa r será aquela utilizada na fixação dos juros. 
 
P = Principal, ou seja, capital inicial empregado. Na escala horizontal do tempo representa 
sempre os valores colocados na data inicial, isto é, no ponto correspondente a n = 0. 
 
F ou S = Montante, ou seja, capital no fim do período n. Na escala horizontal do tempo 
representa sempre os valores colocados em datas futuras, isto é, nos pontos 
correspondentes a n. 
 
A ou R = representa, na escala horizontal do tempo, todos os valores iguais de uma sérieuniforme que ocorrem no fim dos períodos de tempo determinados ( anualmente, 
semestralmente, trimestralmente, mensalmente, etc.). 
 
 Geralmente, adota-se a convenção de fim de período, isto é, aquela em que os eventos financeiros 
que ocorrem durante um período são automaticamente postecipados para o fim do período 
correspondente. Assim, se a unidade de tempo for o mês, todos os pagamentos e recebimentos ocorridos 
durante o mês serão colocados no fluxo de caixa como se tivessem ocorrido no último dia daquele mês. 
 
 As fórmulas e tabelas que serão apresentadas durante o curso, estão orientadas para o esquema 
padrão aqui convencionado e qualquer problema real (envolvendo i, n, P, A, R e F, S ) que se enquadrar 
exatamente no esquema terá solução imediata. 
 
 Entretanto, existem muitos problemas reais cujos fluxos de caixa não coincidem com esse esquema 
padrão. Tais como: 
 
a) financiamento com período de carência, isto é, cuja amortização da dívida não começa no final 
do primeiro período; 
 
 
 
 
 
33 
 
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b) financiamentos com pagamento da primeira prestação no ato do contrato. A esse pagamento 
inicial dá-se o nome de antecipado, sinal ou entrada, e a série uniforme correspondente passa a 
ser antecipada, obedecendo à convenção de início de período. 
 
Não só os exemplos citados, como qualquer problema real será resolvido com o auxílio das fórmulas 
e tabelas desenvolvidas para o esquema padrão aliadas à certos artifícios e passagens intermediárias que 
permitam a manipulação de qualquer fluxo de caixa com a utilização das tabelas assim elaboradas. 
 
 Convém destacar, que as próprias máquinas especializadas em cálculos financeiros adotam o 
esquema padrão, aqui utilizado, com apenas ligeiras alterações na simbologia dos valores. 
 
 
2.2.3.2 Expressão genérica 
 
 Será desenvolvida neste item a expressão genérica do crescimento do dinheiro no regime de juros 
simples e sua aplicação através de exemplos numéricos. Esse regime de juros é bastante utilizado pelo 
mercado financeiro, em função da simplicidade dos cálculos. 
 
a) Dedução da Expressão 
 
 Para entendimento, vamos repetir o exemplo 5.1.4 onde: 
 
 Um indivíduo, em 31/12/xx, entregou $ 100,00 a um banco que lhe prometeu juros simples, à razão 
de 10% ao ano. Qual será o saldo credor no final de cada um dos próximos quatro anos? 
 
 
 
 
CAPITALIZAÇÃO SIMPLES 
 
F I N A L D O P R I N C I P A L J U R O S M O N T A N T E
0 100 - 100,00 
1º ano 100 10,00 110,00 
2º ano 100 10,00 120,00 
3º ano 100 10,00 130,00 
4º ano 100 10,00 140,00 
 
 
 Vamos agora deduzir a expressão algébrica do montante, no regime de juros simples, sempre 
tomando por base o exemplo numérico acima. 
 No regime de juros simples, cada período é obtido pela aplicação da taxa de juros sempre sobre o 
principal, fazendo com que o valor dos juros seja o mesmo em todos os períodos. Assim, para um principal 
P = $100,00 aplicado a uma taxa de juros simples de 10% ao ano (i = 0,10), o valor dos juros de cada 
ano será igual a: 
 
 juros = 100,00 x 0,10 = $ 10,00 ou juros = P . i 
 
 O total de juros acumulados em dois anos será de $ 20,00 ou 2 (P . i). Em 3 anos 
esse valor passará a $ 30,00 ou 3 (P . i). Assim, o total de juros acumulados no final 
de n anos será igual a n( P . i ). 
 O montante S resultante da aplicação de um principal P a uma taxa i de juros 
simples, durante n períodos será então obtido por: 
 
 
 
 
 
 
34 
 
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 MONTANTE = PRINCIPAL + JUROS 
ou 
 S = P + n . P. i 
 ou 
 F = P + n . P . i 
 
 
e finalmente, ou 
 
 
onde: 
 
1) a unidade de medida do tempo n deve ser a mesma que a utilizada na medida da taxa de juros 
i . Se o tempo n for expresso em meses, então a taxa i deve ser mensal; 
2) a taxa de juros está expressa em fração decimal. 
 
 
 Para se achar o principal P necessário para produzir o montante S, daqui a n períodos, a uma 
taxa i de juros simples, basta inverter a relação obtendo-se: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Normalmente a taxa de juros é expressa em percentagem e não em fração decimal, como será 
apresentado nas fórmulas. Assim é bom lembrar que: 
 
 r = taxa de juros em percentagem; 
 
 i = taxa de juros em fração decimal = r / 100 
 
 
b) Verificação da Expressão 
 
 No sentido de comprovar a validade da expressão S = P + n . P. i e mostrar a sua utilização, 
vamos aplica-la ao problema anterior, onde são válidos os seguintes parâmetros: 
 
 
 P = $ 100,00 
 i = 0,10 ( pois a taxa de juros é de 10% a a ) 
 
 
 O montante S no final de cada ano será assim obtido: 
 
 
Final do 
 
Valor de n Valor do Montante ( $ ) 
1º ano 
2º ano 
n = 1 
n = 2 
S = 100,00( 1 + 0,1 x 1 ) = 110,00 
S = 100,00( 1 + 0,1 x 2 ) = 120,00 
S = P( 1 + i . n ) F = P (1 + i . n ) 
S = P ( 1 +i . n ) 
 S 
 P = 
 ( 1 + i . n ) 
 
 
 
 
 
 
 
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3º ano n = 3 S = 100,00( 1 + 0,1 x 3 ) = 130,00 
 
 
Exemplos: 
 
a) Qual o montante acumulado em 24 meses, a uma taxa de 2% a m., no regime de capitalização simples, a 
partir de um principal igual a $ 2.000,00 ? 
 
DADOS: 
 
P = $ 2.000,00 
 
n = 24 meses 
S = ? 
 
 Usando-se a expressão teremos: 
 
 S = $ 2.000,00 ( 1 + 0,02 x 24 ) = $ 2.960,00 
 
b) Qual o principal necessário para se ter um montante de $ 10.000,00, daqui a 6 semestres, a uma taxa 
de 12% a s., no regime de juros simples ? 
 
DADOS: 
S = $ 10.000,00 
 
n = 6 semestres 
P = ? 
 
 
 
 
 
 
 Usando-se a expressão teremos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
c) Em quantos meses um capital dobra, a juros simples de 2% ao mês ? 
 
DADOS: 
 
S = 2P 
S = P ( 1 + i . n ) 
 
 S 
 P = 
 ( 1 + i . n ) 
 
 
 
 
 
36 
 
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r = 2% a m ═► 2/100 a m = 0,02 
 
 
Expressão : 
 
 
 
d) Qual a taxa mensal de juros simples que faz um principal de $ 1.000,00 se transformar num montante 
de $ 1.500,00 daqui a 20 meses ? 
 
DADOS: 
 
P = $ 1.000,00 
S = $ 1.500,00 
n = 20 meses 
i = ? 
 
 
Expressão : 
 
 
 
EXERCÍCIOS: 
 
2.2.1.1 Qual o montante acumulado no final de 12 trimestres, a uma taxa de 5% a . t. , no regime de juros 
simples, a partir de um principal igual a $ 100.000,00 ? 
 
 
2.2.1.2 Qual o principal que deve ser aplicado, nesta data, para se ter um montante de $ 100.000,00 daqui 
a 4 semestres, a uma taxa de 15% a . s. , no regime de juros simples? 
 
2.2.1.3 Uma Letra do Tesouro Nacional está sendo negociada com um prazo de 92 dias a decorrer até o 
seu vencimento, à taxa anual de 36,00% . Calcular o valor da taxa de juros mensal do papel. 
 
2.2.1.4 Calcular o valor dos juros obtidos numa aplicação de um capital de $ 50, a uma taxa de 6% a . a ., 
durante 2 anos. 
 
2.2.1.5 Calcular o valor dos juros de um capital de $ 500 aplicado a uma taxa de 5% a . a ., rendendo 
juros entre 15 de janeiro e 20 de abril. 
 
2.2.1.6 Calcular o capital que deve ser aplicado a uma taxa de 5% a . m., durante 4 meses para que se 
tenha juros no valor de $ 80 neste período. 
 
2.2.1.7 Um capital de $ 700, aplicado durante 25 dias rende juros de $ 7. Qual a taxa de juros anual 
envolvida na operação? 
 
2.2.1.8 Calcular em quanto tempo um capital

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