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Profilaxia Cirúrgica

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Julia Silva
TECNICA CIRURGICA VETERINARIA
Profilaxia da infecção cirúrgica
INFECÇÃO X INFECÇÃO CIRURGICA X INFECÇÃO HOSPITALAR
Infecção: Crescimento e proliferação de micro-organismos em um organismo superior ao qual causam danos. 
Infecção cirúrgica (atualmente, infecção do sítio cirúrgico): Qualquer ferida cirúrgica que, no prazo de 30 dias após um procedimento cirúrgico (ou até um ano, caso tenha-se usado próteses), elimine secreção purulenta, com ou sem cultura positiva, deve ser considerada como infectada, independente da cogitação quanto à origem endógena ou exógena dos microorganismos.
Infecção hospitalar: É qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.
Classificação – as cirurgias são classificadas de acordo com seu potencial de contaminação:
· Cirurgia limpa - Aquelas minimamente invasivas, realizadas na ausência de processo infeccioso local, em tecidos não contaminados ou de fácil descontaminação e que não possuem drenos e não penetraram nos tratos respiratórios, digestivo, genital e urinário. ◦ Exemplo: correção de hérnias não complicadas, esplenectomia não complicada.
· Cirurgia potencialmente contaminada - Aquelas realizadas em tecidos com flora bacteriana residente pouco numerosa, mas de difícil descontaminação, em que ocorre penetração no trato respiratório, digestivo, orofaringe, genital ou urinário, porém sob condições controladas e sem contaminação não fisiológica, procedimentos em que houve pequena quebra da técnica asséptica ou colocação de drenos. ◦ Exemplo: OSH, orquiectomia, traqueostomia. 
· Cirurgia contaminada - Aquelas realizadas em tecidos ricos em flora bacteriana residente, de difícil descontaminação, que tenha ocorrido falhas grosseiras na técnica asséptica ou realizadas na presença de ferida traumática recente. ◦ Exemplo: colonostomia; cistotomia com urina infectada.
· Cirurgia infectada - Aquelas realizadas em qualquer tecido, desde que haja presença de secreção purulenta local, tecidos desvitalizados, corpos estranhos ou contaminação fecal, realizadas na presença de feridas traumáticas ocorridas há mais de seis horas, procedimentos que os organismos causadores da infecção já estavam presentes no campo operatório antes da intervenção. ◦ Exemplo: celiotomia com peritonite.
Terapia antimicrobiana profilática
Consiste no uso de antimicrobianos para prevenção de infecção no sitio cirúrgico e é indicado quando há risco conhecido de complicações de caráter infecioso, não sendo indicado para acobertar falhas na técnica asséptica nem quando já se está fazendo uso de algum antimicrobiano terapêutico.
Um antimicrobiano profilático deve ser de amplo espectro, ser administrado de preferencia pela via intravenosa e aplicado no máximo 30 minutos antes da cirurgia e não deve ser utilizado para qualquer outro fim. 
Uso na cirurgia: 
· Cirurgias limpas não há necessidade de terapia antimicrobiana profilática, porém, todos os preceitos de uma cirurgia asséptica devem ser respeitados rigorosamente. 
· Cirurgia potencialmente contaminada recomendado a terapia antimicrobiana profilática. 
· Cirurgia contaminada uso de antimicrobianos terapêuticos;
· Cirurgia infectada uso de antimicrobianos terapêuticos.
Fontes de contaminação 
· Equipe cirúrgica: Mãos, vias respiratórias, pelos, dermatites, furúnculos, úlceras de pele, negligência com vestuário. 
· Paciente: Pele, pelo, idade, doenças concomitantes, doença de base, etc. 
· Ambiente: Ar, móveis, focos, pisos, chão e paredes. 
· Material: Falta de limpeza e esterilização.
Assepsia 
É o processo pelo qual se consegue afastar os micro-organismos de determinado local ou objeto. É um princípio básico da cirurgia Técnica cirúrgica asséptica é o conjunto de princípios gerais empregados para minimizar o grau de contaminação da ferida cirúrgica. 
· Esterilização - destruição total de todas as formas de vida (inclusive esporos), feito apenas com objetos inanimado por meio de agentes físico e químicos (radiação, autoclave, oxido de etileno);
· Antissepsia - o bloqueio no crescimento bacteriano nos tecidos vivos (mãos do cirurgião, auxiliar e instrumentador, pele do paciente) Na antissepsia, o número de bactérias diminui a um nível que pode ser controlado pelas defesas locais do paciente (gliconato de clorexidine, sabões, iodóforos, soluções a base de álcool);
· Desinfecção - É a destruição de todos os micro-organismos através de produtos químicos, exceto aqueles esporulados Não utilizado em tecido vivo (aldeídos e derivados. Álcool, amônia quaternária). 
Precauções para manter a esterilidade
· Somente as superfícies estéreis devem tocar os artigos estéreis;
· Os membros da equipe cirúrgica nunca devem encostar suas costas em uma superfície estéril;
· Uma área não estéril não deve ser tocada ou encostada; 
· Os instrumentos estéreis nunca devem ficar para fora da borda da mesa cirúrgica;
· Os braços e as mãos devem permanecer acima da cintura e abaixo do ombro;
· Quando receber instrumentos ou materiais, posicione-os para cima. Não os arraste sobre as margens dos seus recipientes;
· Mantenha secas todas as superfícies estéreis. A umidade pode causar contaminação de um campo estéril;
· Evite movimento excessivo durante a cirurgia;
· Evite sacudir os aventais, toalhas, campos e outros materiais, deixe-os cair abertos pela ação da gravidade;
· Mantenha a conversação na sala operatória à um nível mínimo durante a cirurgia;
· Nunca cruze os braços, mantenha-os na frente do corpo e acima da cintura.
Preparativos para cirurgia
Sequência de preparo do animal: 
· Contenção; 
· Aplicação da medicação pré-anestésica; 
· Tricotomia da região a ser operada; 
· Limpeza e desengorduramento da pele;
· Indução anestésica; 
· Manutenção anestésica; 
· Realização de bloqueios anestésicos locais; 
· Contenção na posição adequada para o ato operatório. 
Sequência de preparo do cirurgião:
Vestuário cirúrgico - Pijama cirúrgico, Gorro, Máscara e Propé.
PIJAMA CIRURGICO
Preparação cutânea - Consiste na escovação para obtenção da antissepsia das mãos e dos antebraços;
Inicio da escovação pelas pontas dos dedos (10 a 20 movimentos) escovação das laterais dos dedos (10 a 20 movimentos) escovação da lateral e palma da mão (10 a 20 movimentos) escovação das faces do antebraço (10 a 20 movimentos) ao enxague deixar a agua escorrer sempre da mão para o antebraço secagem primeiro da mão e depois antebraço. 
Colocação do avental:
Calçamento das luvas – metodo aberto: O cirurgião calça a luva sozinho; As mão ficam expostas ao meio exterior.

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